tatuando histórias - os bastidores de um estúdio de tatuagem

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Tatuando Historias ´ Os bastidores de um estudio de tatuagem ´

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Final do século XX, início do século XXI. A milenar arte corporal cai nas graças da mesma sociedade que a repudiou no passado. Hoje ela é sinônimo de status, sem medo de mostrar sua cara. E a tatuagem é a motivação das personagens que ilustram esse livro.

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Tatuando Historias´

Os bastidores de um estudio de tatuagem´

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São Paulo 2012

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Copyright © 2012 by Editora Baraúna SE Ltda

CapaAF Capas

Projeto GráficoTatyana Araujo

Revisão Daniel de Souza

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

_______________________________________________________________M592t Miller, Rosa Tatuando histórias: os bastidores de um estúdio de tatuagem/ Rosa Miller. - São Paulo: Baraúna, 2012. Índice ISBN 978-85-7923-517-7 1. Tatuagem - História. 2. Tatuagem - Brasil - História. 3. Ta-tuadores - Brasil - História. I. Título.

12-1392. CDD: 391.65 CDU: 391.91

09.03.12 15.03.12 033727 _______________________________________________________________

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua Januário Miraglia, 88CEP 04507-020 Vila Nova Conceição São Paulo SP

Tel.: 11 3167.4261

www.editorabarauna.com.brwww.livrariabarauna.com.br

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Agradecimento

Há muito a agradecer.Primeiramente, agradeço a Deus, por ter me dado o

dom de escrever, que dizem que eu tenho. E por ter pro-videnciado o meu nascimento na bem humorada família Perondi, meu porto seguro de vida, que me ensinou a encarar o mundo com alegria, sempre.

A meus saudosos pais, Ita e Chico, modelos de vida, amor e bondade.

A meu irmão, Fran, fiel escudeiro, que sempre acre-ditou no meu potencial.

Aos meus filhões, Daniel e Tiago, pelo entusiasmo e por terem me oferecido material suficiente para que este livro se concretizasse

A minha filha, Carol, companheira sempre presen-te, tanto pela animação ímpar, como pelo prazer em di-gitar toda a obra, originalmente a mão, como reza o bom manual da velha guarda.

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A meu marido, José Luiz, meu fã incondicional, por ser o ouvinte paciente de textos repetidos inúmeras vezes.

Ao professor David, pelo carinho, amizade e pela magia e elegância com que prefaciou este livro.

Ao jovem e talentoso Martin T. Chiarella, cuja sen-sibilidade resultou em dicas maravilhosas para a apresen-tação deste livro.

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Sumario

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Tatuando o Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Autora X Tatuagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

E o sonho se fez realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

E que seja eterno enquanto dure . . . . . . . . . . . . . . . 35

Patrocínio é patrocínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

De repente . . .20! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Nordestino Arretado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Velhinha safada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Sem medo de ser feliz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

Crise familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

Entre amores e mentiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

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Prefacio

Este foi o texto mais difícil que escrevi. O prefácio é um texto que legitima e autoriza a obra publicada. Portanto quem o faz é al-guém reconhecido como capaz de um dis-

curso autorizado. Um especialista que confere credibilida-de à obra publicada. Não sou especialista em nada, nunca prefaciei um livro e sequer publiquei algo significativo. Por isso escrever este prefácio não foi fácil. Foi um desafio, mas me deixou muito orgulhoso. Por dois motivos: pelo livro e pela autora. Esta, há muito, é uma pessoa importante em minha vida, pois é uma amiga com quem sempre tive uma convivência pautada pela ética e pela alegria de estar junto. Aquele, o livro, foi uma surpresa que, pela forma e pelo conteúdo, proporciona uma leitura prazerosa.

Ele foi motivado pelos dez anos de um estúdio de tatuagem: a Tattoo Brasil. A tatuagem é um dos ícones que caracterizam a contemporaneidade ou como prefe-

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Rosa Miller

rem outros, a pós-modernidade. Embora sua origem seja ancestral, no Brasil foi no final do século XX e no século XXI que a tatuagem se impôs como uma prática social “aceitável”. Na estética da contemporaneidade, a tatua-gem tem um espaço relevante e significativo. No limite é uma de suas metáforas mais expressivas. Atualmente, como nunca antes, a imagem é a mensagem. Entre os vários tipos de imagem, a tatuagem se impõe e faz a gente sentir na carne o que um desenho, uma palavra ou um simples traço querem expressar.

Na época do culto do corpo, da busca da beleza a qualquer custo e do prolongamento da juventude, a imagem que expressa esses valores é gravada no próprio corpo. E o corpo se transforma em tela onde a arte dos tatuadores vai virando sentimentos, emoção e razão, na surpreendente variedade de seus traços. Os tatuados, telas ambulantes, por suas tatuagens, sentem-se protagonistas da vida espetacularizada e parecem dizer: “agora sim, as-sim tatuado, eu sou eu e não mais um”. E ousando, trans-gredindo, criando, vão constituindo-se como subjetivi-dades e construindo novos padrões de comportamento. E a vida se renova...

As histórias dos dez anos da Tattoo Brasil sintetizam tudo isso. Outra característica dos dias atuais é que per-demos a noção do tempo como percurso e passamos a percebê-lo como fragmentos de tempo no espaço da vida. Coerente com essa percepção do tempo, este livro é uma grande colagem de histórias de vidas reais. E a autora, como a rosa que se entrega majestosa e humildemente ao seu destino, vai se despetalando ao longo da narrativa,

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comprometendo-se sinceramente com seus personagens. Ora é a pétala-mãe angustiada com os caminhos dos fi-lhos, mas consciente de que nem à maternidade é confe-rido o direito de limitar as suas escolhas . Ora é a pétala “novidadeira”, transgressora, que se solidariza com a es-posa que subverte a ordem do casamento para conquistar sua identidade, através de uma simples tatuagem. Nos outros momentos do percurso narrativo, pétalas-livres deixam transbordar o humor, nas imprevisíveis ações de personagens que encontram em um estúdio de tatuagem o cenário ideal para se transformarem nos protagonistas de suas existências. Que a autora tenha preservado uma pétala para que, feito uma célula tronco, volte a ser bo-tões de rosa que prometam novos desabrochares.

José Mafra David

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Tatuando Histórias

A tatuagem ou dermopigmentação (dermo = pele / pigmentação = ato de colorir ou pigmentar) caracteriza-se por um desenho permanente feito na

pele humana. A aplicação, subcutânea, é obtida através da introdução de pigmentos, por meio de agulhas.

A arte de tatuar é tão antiga quanto à história dos povos, tão diversa quanto às inúmeras particularidades humanas.

Sua história teve início há mais de 5.000 anos, como forma de expressão de personalidade, bem como mar-ca característica de uma mesma comunidade tribal. Os primitivos usavam-na para registrar eventos biológicos, depois, acontecimentos sociais, forma de proteção, além de servirem como marca de identificação de prisioneiros. Na era Cristã, a condição de clandestinidade fez seu uso