tao do ocidente

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    O TAO DO OCIDENTE

    ireitos reservados 2000

    [email protected]

    INTRODUO

    objetivo deste livro, buscar esclarecer de forma simples, um conceito muito difundido no oriao. Para os ocidentais a tarefa exige um certo cuidado, pois nossa mente racional remeteria o teampos muito especficos como a Religio, a Filosofia e at mesmo a Fsica, onde o Tao no serercebido por inteiro j que sua rea de atuao bem mais extensa. A Lei Universal da Gravidaom que todas as coisas se atraiam entre si. Aceitemos, por enquanto, que o Tao uma Lei Absoz com todas as coisas sejam elas materiais ou no, funcionem bem e harmoniosamente.

    A maioria dos textos que versam sobre o Tao, tratam da interpretao das citaes encontraao-Te-Ching, o mais importante livro sobre o assunto. Em outras obras encontramos sua ligaom certos ramos da atividade humana, como a Comunicao e a Msica. Afora estes, redumero de trabalhos que tenham como objetivo principal a divulgao do Tao como conceito.ntendemos que um tema to vasto e instigante, deveria ter sensibilizado um nmero maior dscritores, o que lamentavelmente no vem ocorrendo.

    O povo chins possue um inconsciente coletivo onde o Tao est presente h muito, muito teo necessrio que os chineses sejam iniciados em seu significado. Diferentemente deles,

    ecisamos. Convivendo, como convivemos, h sculos com a cultura ocidental no precisamosso lado, que nos expliquem a idia de Deus, pois esta to natural para ns como o Tao es.

    A propsito do livro, nossa idia inicial era escrever um texto sobre o Tao, pura e simplesmeogo percebemos que seria necessrio algo mais do que esta abordagem solitria, pois que a

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    atureza, os atributos e a ao do Tao, poderiam ficar nebulosos apesar de todo o cuidado coontedo e organizao do trabalho.

    Passamos ento a cogitar sobre algum tipo de exerccio prtico que seria acrescentado, de xar os conceitos tericos. Teria que ser algo de interesse geral e, de preferncia, ligado em lireta atividade do Tao. Decidimos pela prtica do desenvolvimento pessoal; com isto atingiosso objetivo primrio, e ainda poderamos dar aos Leitores um complemento til e agradveoria, por sua vez, no deveria exigir do Leitor qualquer pr-requisito para poder ser entendid

    O aperfeioamento ou desenvolvimento pessoal, envolve a modificao de valores negativoomportamento ou a aquisio de valores positivos de carter e comportamento. O resultado ostura mais serena, tranqila e feliz. Este objetivo parece irrealizvel para muitas pessoas; nntanto possvel atravs do Tao, conseguir um aprecivel desenvolvimento num espao de lativamente curto. Uma das partes deste trabalho trata justamente de um exemplo do dia-a-docesso individual de crescimento. Vamos ver que no fundamental a presena de orientad

    urus, nem haver interferncia na religiosidade do Leitor, tenha ele uma crena ou no. Afinaode ter Lao-Ts, autor do Tao-Te-Ching, como orientador, est em muito boas mos. Com ue aplicao, persistncia e vontade no corao, o Leitor poder desenvolver as virtudes

    encionadas.

    O livro oferece ainda a chance de exercitar o raciocnio lgico mas tambm incentiva a buscolues dentro do inesgotvel e mgico terreno da intuio. Mesmo para aqueles que estejamlivro como mera curiosidade, acreditamos que, sua simples Leitura ser de grande utilidade.

    Estamos convencidos que aqueles que usarem plenamente o texto, tero uma base que torossvel Leituras mais profundas. Quanto adoo da filosofia do Tao como padro normal domportamento isto vai depender, claro, de uma deciso pessoal.

    GR

    FUNDAMENTOS

    milhares de anos, um sbio chins escreveu um pequeno livro que resultou em mudanas omportamento de milhes de pessoas, no desenvolvimento de importantes filosofia, religio e

    esmo numa reviso conceitual do Universo. E tudo isto comeou quando ele, funcionrio emorte depravada e corrupta, resolveu abandonar o pas em busca de lugares mais serenos, onudesse repousar sua cabea cansada. Este homem, de grande erudio e sabedoria, chamaao-Ts.

    maneira como ele escreveu o livro, foi bem pouco usual. Consta que Lao-Ts, ao deixar o ps roupas do corpo e montado no lombo de um boi, dirigiu-se fronteira. L chegando, enconuarda que o reconheu e pediu que este lhe ensinasse tudo o que sabia. Lao-Ts aceitou a ta

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    m uma s noite escreveu um pequeno livro constitudo de 81 versos ou lies: era o Tao-Te-ma das obras mais importantes de todos os tempos.

    rapidez com que o livro foi escrito, no espelha a qualidade do texto. Lao-Ts estava tomadma clara compreenso do assunto, compreenso esta to profunda, to consistente e to vive poderia dizer que ele estava mais do que inspirado, ele estava iluminado. Definitivamente Lstava numa espcie de estado de graa ao escrever seu livro.

    Tao-Te-Ching, tem um aspecto bastante comum, e portanto no chama a ateno do prov

    eitor. Mesmo quando folheado, nada indica a profundidade do seu contedo. O nome de Laoguma forma nos traz a idia que os ocidentais fazem desses filsofos chineses: indviduosferentes, cheios de misteriosa sabedoria, vivendo num mundo distante, longe dos homens cma espcie mgica retratada nas figuras azuis das porcelanas e no multicolorido dos leques

    sta imagem nada tem a ver com a realidade; e foi em cima de uma dura realidade, que o Taohing ou "O Livro do Caminho Perfeito" foi concebido e escrito. Hoje estou certo que aqueleshineses no eram nem magos nem viviam num mundo etreo, e que, o que as artes retratamguraes de um ideal que quase sempre expressa a harmonia provida pelo Tao, assunto cen

    este livro.

    Tao-Te-Ching foi traduzido para uma centena de idiomas e em muitos lugares consideradagrado. Lao-Ts viveu h uns 26OO anos e segundo a tradio era o sbio entre os sbios ee todos, muitas vezes comparado ao prprio Confcio. Algumas pessoas, por outro lado, dize no existiu, que uma figura mitolgica. Mesmo que fosse verdade, e dizem o mesmo dehakespeare, que importncia isto teria? O livro a est, vivo e atual. Seus preceitos valem hoesmo que valiam na poca em que foi escrito. Ningum precisa reverenciar a figura deste pe

    niversal. E pelo que sabemos da Leitura do livro, ele detestaria isto. Era um homem que cultodstia, no por que desconhecesse as coisas, pelo contrrio, porque sabia muito.

    as diversas tradues, os versos so habitualmente seguidos por comentrios do tradutor. Oocesso de notas esclarecedoras encontramos no I-Ching, outro livro muito antigo e famoso.

    omentrios tornam-se particularmente valiosos, porque muitos ideogramas chineses se prestversas interpretaes. natural, portanto, que o trabalho de Lao-Ts tenha tantas tradues

    as afinal, o que pode conter um livro de cem pginas que promova tal revoluo nos costumensamentos? Na verdade no seriam necessrias sequer as cem pginas, pois o que Lao-Tsxpunha logo nas primeiras palavras, mexia profundamente com conceitos milenarmente impo

    ovo chins pelos poderosos, aos quais, de uma ou de outra forma, interessava que permanetocados. Esta tomada de posio era muito perigosa, apesar de Lao-Ts ter tido uma vida bacfica. Suas palavras simples e serenas expunham, perfeio, as mazelas que pressionavovo e a nao.

    ua arma no era nem a religio, nem a poltica mas a filosofia. O tema bsico de seu discursao, este mesmo Tao que deu origem ao Taosmo. A propsito, este um livro que aborda apspectos filosficos do Tao, no os religiosos. O Tao invocado por Lao-Ts no se ligava a rito

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    erarquias e seu papel era o de trazer a paz interior ao indivduo e harmonia nao.

    e voc nunca ouviu falar no Tao, e est tomando conhecimento dele agora, conveniente quocure um dicionrio mas pacientemente, siga a Leitura deste captulo, pois, no momento addo ficar esclarecido, assim esperamos...

    emos que ser cautelosos, pois para ns ocidentais, h necessidade de uma abordagem muiteculiar, caso contrrio, o entendimento acaba sofrendo deformaes que prejudicaro a srie

    xcelentes prticas que podemos fazer baseados no Tao.

    verso 1 do Tao-Te-Ching diz:Aquilo que pode ser definido, no o Tao".

    que isto significa? Significa que o Tao, est acima e alm da compreenso humana comumguagem no possui palavras nem smbolos que o definam. mais ou menos como aconteceus. Podemos por acaso, responder a pergunta - O que Deus? - No obstante, h muitasspostas que tentamos e que fazem sentido para ns. Isto no significa entretanto que a resp

    steja correta. Dizer que Deus uma certa entidade que criou o Universo, muito vago. O qucerta entidade -, o que - Universo ?

    o Antigo Testamento, est escrito:Deus Aquele que ".o que? Talvez, quem sabe, no seja para saber mesmo... As eternas especulaes s tm

    erteza: que nos levaro ao infinito, ou seja, a lugar algum. A mesma linha de pensamento selao ao micro e ao macro. Qual a menor partcula? Onde fica o fim do mundo? Cada vez q

    ncontra a menor partcula que existe, logo adiante encontra-se outra menor ainda. O mesmoo macro: uma galxia, depois outra mais longnqua...E isto no terminou. E parece que nuncrminar. Com o Tao ocorre o mesmo. No h como definir, porque sua definio, por mais ela

    ue seja, ser sempre incompleta e em conseqncia incorreta. Ser que o que deixou de serefinido, no fundamental para sua compreenso? Provavelmente .

    oltemos ao Tao-Te-Ching - encontramos em outra parte: "O Tao no tem extenso, no entst em todas as partes".omo compreender este paradoxo? Conter alguma verdade esta estranha afirmao? Sim, cto verdade quanto um mais um igual a dois. verdade, porque esta a verdade axiomt

    ao. No h nada o que provar.

    Isto me lembra as horas de sono perdidas por sonhadores de todo o mundo, em todos os tequeles que at hoje tentam provar racionalmente que Deus existe. Creio que mais fcil listaributos divinos ou a origem dos nmeros primos, do que procurar a resposta a este tolo e ocoblema. Se voc acredita em Deus, ento ele existe. Uma simples gota d"gua serve comoe voc no acredita, nem toda a fantstica energia irradiada no Universo conseguiria mudar pinio.

    E o Tao? Se no pudermos defin-lo ou estabelecer seus atributos, o que podemos ento faue podemos fazer, exatamente definir e atribuir. Paradoxal outra vez? Nem tanto. Para os

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    cidentais fundamental. Tudo precisa ser devidamente definido e explicado. Esta nossaentalidade, nossa maneira de ver as coisas. Estamos acostumados a muitos sculos de

    ensamento racional e lgico. Assim, enquanto no definirmos o Tao, ele no existe. mais oenos como o ornitorrinco, um pequeno animal australiano que tem bico de pato, pe ovos e amfero. Enquanto voc no v uma fotografia, no segura o bichinho, simplesmente ele nomente se recusa a acreditar em tal aberrao. No entanto o animal est l, sua disposionquanto no obtivermos uma prova cabal da existncia do ornitorrinco, ele simplesmente nontinuar sendo um mito.

    Vamos portanto a uma definio e a uma lista de atributos, que nos permitam continuar nossabalho e colocar o Tao em nossas vidas.

    O Tao uma Ordem universal e csmica, harmnica e harmonizante"

    Comecemos por fazer uma anlise desta definio, bem como das qualidades atribudas aoreste ateno nas afirmaes que se seguem:

    Se h algum que deva ser curado, o Tao cura"remdio atua, mas o Tao que cura.

    Se h alguma coisa que deva ser ajustada, o Tao ajusta"s Leis da natureza atuam, mas o Tao que ajusta.

    Se h uma guerra que deva ser pacificada, o Tao pacifica"s intenes se mostram, mas o Tao que pacifica

    Note o verbo - dever. Existem coisas e pessoas que devem ser curadas ou ajustadas, e exiue - precisam. O ao do Tao, se faz sentir particularmente naqueles que devem ou queremste um pr-requisito bsico para a que o Tao aja.

    o atributos ou caractersticas do Tao:

    Tao uma Ordem

    Tao universal

    Tao csmico

    Tao harmnico

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    Tao harmonizante

    Agora, sem pressa e com cuidado, vamos ver cada uma destas qualidades. Ao fim, consolido, e teremos uma idia bastante boa do Tao.

    TAO UMA ORDEM

    Ordem aqui, tem um sentido de Lei. S que no uma Lei comum. uma Lei de cuja orige

    e tem notcia, mas que vem funcionando antes que o mundo fosse mundo, ou que o Universoniverso. Assim, para muitos poder dar a impresso que o Tao Deus, ou um atributo de Desta idia no correta por uma simples razo: em nossa maneira de pensar, Deus antropou seja, tem suas preocupaes centradas no Homem. Esta sua grande preocupao de acom o homem ocidental. Como o Tao no possui tal caracterstica, no pode ser considerado elo menos um Deus pessoal. Quanto a ser um de Seus atributos, nada parece impedir que o

    maginemos desta forma. Isto alis, no far diferena nem para o Tao nem para Deus. Uma Lelo homem, pode ser justa ou no, certa ou errada, boa ou m. Pode inclusive ser obedecidama Lei natural como por exemplo, a Lei da Gravidade, tem mais extenso. Ela atua, ao que aiba, em todo o Universo.Nenhum planeta poder deixar de cumpri-la. Nenhuma galxia deixar de sentir sua mo fo

    ntanto, a gravidade no se aplica a certas coisas mais sutis, como por exemplo, o pensamenmos conhecimento de uma balana que marque o peso de uma idia. Uma Ordem tem outra

    onotao: ela se aplica a tudo o que existe, gente, animais, pensamentos e estrelas. Ningumode desconhecer, porque ela est acima de qualquer coisa. Ela no manda, nem os outros abedecem. Uma Ordem no uma Lei. De alguma forma foi estabelecido que assim seria. N

    mporta quem estabeleceu; digamos simplesmente, que uma Ordem assim por definio.

    A ao do Tao completa, pois ela no sentida apenas por esta ou aquela categoria de soisas. Sua atividade foi, , e ser percebida por tudo e por todos, nos tempos que foram, noso e naqueles que esto por vir. Isto o que caracteriza uma Ordem universal. E o Tao umrdem.

    TAO UNIVERSAL

    No dicionrio encontramos: universal - relativo ao Universo. E Universo? Para no tornar asuito complicadas, vamos dizer que nosso Universo, o conjunto constitudo pelos corpos celanetas, cometas, estrelas...) e pelo espao que eles ocupam. Assim, o fato do Tao ser univ

    gnifica que sua ao se d em todo o Universo. De uma ponta outra. Tudo e todos que esteste Universo, ficam sujeitos Ordem do Tao. Este atributo se estende a outros eventuaisniversos e dimenses. Nada lhe escapa. O Tao estava presente antes do comeo, e estar do fim. O Tao atua no passado, no presente e no futuro, ao mesmo tempo. Imagine o Universodos os seus fatos, amarrados como uma imensa rede de pesca. Esta rede se estende em torees, em todos os nveis e em todos os tempos. Como cada fato est em um n todos os antm algum tipo de relao. o Tao que mantm a Unidade desta fantstica rede. Ao mesmpo, o Tao a propria rede. Por esta caracterstica to singular, entre outras coisas possve

    erem feitas pelo Tao, est a soluo de problemas e situaes desarmnicas.

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    Ora, a melhor soluo para uma determinada questo, pode estar localizada no passado, emto que no foi devidamente registrado. Se no consta em livros ou outros documentos, jama

    ncontraremos a soluo, a melhor soluo. Se for algo que no aconteceu no passado, podem tipo de manobra de toro no tempo e no espao, que seria tirar a resposta do futuro, e apesente. No sabemos como isto se faz, mas o Tao sabe.

    Um exemplo disso, quando pensamos em algum, e a pessoa logo nos telefona. Toda horanobra acontece. Um dos fatores que claramente distinguem o Tao de qualquer outro conce

    ntidade, que sua ao se d tanto sobre elementos materiais, como nos sutis, vale dizer, cue de alguma forma podem ser medidos e avaliados, e aqueles que transcendem as regras dsica, como os imponderveis, incluindo a os pensamentos. Neste aspecto, o Tao insuperoderamos chamar este atributo de onipotncia? Sim, poderamos. O uso dessa palavra, ento seria a melhor escolha.

    Pode ser tambm, que nosso idioma no tenha uma palavra pronta para mais corretamentes categorias abrangidas pelo Tao. Aceitemos este termo, para no nos alongarmosesnecessariamente. O mais importante, ter em mente esta qualidade do Tao. Em que tipo tuao, encontramos a atividade do Tao? Em todas, literalmente em todas.

    Tai-Chi

    smbolo chamado Tai-Chi (crculo dividido em duas partes), mostra que toda situao duaonstituda de duas partes opostas e complementares. Numa guerra, encontramos a prpria gomplementada pela paz. Num romance, o amor e o no-amor. Em alguma idia que estejamesenvolvendo, vamos ter, quem sabe, a criatividade e a falta de imaginao. So pares oposas que se complementam, para dar unidade e existncia tal situao. Ora, vimos anteriorm

    ue o Tao tem como campo de ao todos os espaos, categorias e situaes. No Tai-Chi, posualizar a ao corretiva do Tao. Como qualquer problema pode ser expresso por um Tai-Chnlise correta de seus pares, nos indica o caminho a tomar, primeiro passo para a aoarmonizadora do Tao. De uma simples dor de cabea a um lance de criao artstica ou a

    ompreenso do nascimento e morte de uma estrela. At que ponto mnimo, ou profundidadexima, vai a ao do Tao? Naquilo que se refere matria, o nvel inferior est abaixo do da

    artculas sub-atmicas. E o superior, alm dos confins do Universo.Um bom termo para designar esta disperso do Tao, - difuso. O Tao difuso, ele se espa

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    das as regies, para todas os locais, no importando seu tamanho. Imagine esta caracterstomo se fosse uma substncia muito voltil, como o ter por exemplo, penetrando em todos oequeninos espaos. Desta forma, o Tao alcana todos os menores elementos, e claro, os mmbm. Na verdade teria que ser assim mesmo, pois os grandes so feitos dos pequenos, e enor, dos menores ainda. Quando a cincia acha uma nova partcula, o Tao j est l. Ele n

    diantou, porque sempre esteve ali. Os grandes problemas do Universo e de suas Leis, so tomplexos, que sequer podemos imaginar sua natureza. Sendo o Tao um solucionador de prodas suas caractersticas e atributos, so inimaginveis. De fato, no h palavras para os desesta a razo para estarmos dando voltas e mais voltas, para tentar explicar pela razo, fat

    eriam imediatamente compreendidos pela intuio.

    TAO COSMICO

    O termo csmico est muito desgastado. H uma tendncia quase natural, de se considerasmico o mesmo que universal. De fato, at em bons dicionrios encontramos tal definio, oo quer dizer que eles sejam infalveis. E no so. Cosmos um Universo organizado, ao coo Caos, que um Universo desorganizado. Isto significa o seguinte: num Universo organizadsmico, todos os planetas, cometas, estrelas, esto dispostos segundo determinadas Leis nam no invade o espao do outro, caso contrrio, teramos uma enorme catstrofe. Explosem verdadeiro inferno...

    No Caos, reina a confuso. Ningum obedece a nada. Cada qual tem sua prpria Lei. Todoena liberdade, e fazem uso dela indiscriminadamente. Desta liberalidade, resulta uma enormalbrdia. Imagine uma sociedade onde cada qual fizesse o que lhe viesse cabea, no impeu vizinho. Tudo viraria um Caos. Neste sentido, a palavra muito bem empregada, como sie grande ou total confuso. Um Universo catico isto mas em enormes propores. Na veraos apenas uma idia, porque realmente ele no existe. Para existir, seria necessrio que vesse alguma lgica, e nesse caso, deixaria de ser Caos e seria um Cosmos.

    Guarde bem isto: todas as coisas, devem ter um mnimo de organizao para poder existir,versamente, tudo o que existe, organizado. O nosso Universo csmico, simplesmente poxiste. E por mais confuso que voc o possa julgar, ele continua sendo csmico. Mesmo que ao reine absoluta em nossos mundos, ele est a para quem quiser ver. Nosso Universo temecados, o que no o impede de continuar existindo. E isto vem acontecendo h bilhes e bilhnos. Imagine um pacote comum de arroz. Os gros apresentam-se mais ou menos enfileiradomo se obedecessem a uma seqncia. Agora, corte o pacote e deixe o arroz fazer o que elntenda. O cho ficar cheio de gros por todos os cantos: um verdadeiro Caos. Organizar esai dar um enorme trabalho. Se a quantidade for muita, digamos, um verdadeiro celeiro, voc vida toda para rep-lo em seu lugar. Se fosse mais ainda, uma quantidade to grande comoniverso, ningum iria conseguir dar conta da tarefa. Teria que ser algum tipo de super-homeeus.

    Organizar todo o Universo e mant-lo funcionando harmonicamente, tarefa do Tao. Cada guma coisa sai fora do lugar, instantaneamente o Tao providencia algo para tomar o espaocou vago. s vezes pode demorar algum tempo para um gs preencher o vazio deixado por strela que explodiu. A providncia no entanto foi tomada no ato da exploso. Esta a razo

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    das as coisas esto sempre mudando. Se voc fotografar o Universo, uma frao de segundepois ele j no ser mais o mesmo. H sempre algo ocorrendo e que provoca um desequileguido de uma ao do Tao, que faz tudo voltar ao normal por assim dizer. At em nossas mes, existe o inevitvel fato da quebra do equilbrio existente e do conseqente reequilbrio,elo Tao. Imagine o Universo como se fosse feito de espuma de sabo. Nunca ser o mesmogora, nem de ontem, nem amanh, nem nunca.

    TAO HARMNICO

    Harmonia o mesmo que entrosamento das partes, sensao de bem estar. Lembra sempoisas boas e agradveis - sons harmnicos, viver em harmonia. H um falso parentesco entrsmico e harmnico, j que tudo que harmnico csmico, mas o contrrio no verdadexemplo - o Universo como um todo, csmico, isto , organizado; mas no necessariamenarmnico. Algumas partes so, outras no. Uma parte compensa o desequilbrio da outra.

    Para que fique mais claro o que queremos dizer, imagine uma platia de teatro. H uma Orsmica imposta pela disposio das poltronas. Se alm disso, todos estivessem gostando daoexistiriam o csmico e o harmnico. Em nosso texto, csmico e harmnico andaro sempreuando dizemos que o Tao harmnico, estamos afirmando que ele perfeito em si. Diz-se c

    eqncia, que ningum pode dar o que no tem. Como possvel dar amor aquele que no nimo de auto-estima? Pense bem como isto faz sentido.

    Um simples comprimido para dor de cabea, dever ser intrinsecamente harmnico; deverm si um tal equilbrio, que possa ser transmitido ao paciente. Muito embora esta reflexo, tenm carter filosfico do que bioqumico, imagine como seria mais fcil compreender certos fene no estivssemos to amarrados racionalidade. razo se contrape a intuio, como aquilibrar o conjunto do pensamento. No portanto despropositada, a sugesto de que ao leja somada a expresso do intuitivo, quanto mais no seja, at por uma questo de buscar uoluo mais completa, harmnica portanto.

    TAO HARMONIZANTE

    Um dos atributos mais notveis do Tao, sua ao reequilibradora ou harmonizante. Para sualizar a ao do Tao e fortalecer seu permanente entendimento, o uso do Tai-Chi insupeejamos como o Tai-Chi constitudo: tem a forma de um crculo e dividido em duas partesarte branca, e uma preta. Este desenho, simboliza uma situao harmnica, onde o fato aliostrado, est em perfeito equilbrio. Qualquer aumento, num dos lados, resultar em um esta

    esarmnico, problemtico. Em compensao, nos apontar a soluo, que estar sempre no

    do.Se voc usa o Tai-Chi em forma de medalha pendurada no pescoo, sem saber muito bem

    gnifica, ficar muito mais feliz quando passar a entende-lo melhor e, quem sabe, guiar sua velas idias que ele simboliza. A propsito, o Tai-Chi no um amuleto, nem mgico e nemer usado como se o fosse. Ele simplesmente um lembrete, tal como uma Cruz ou uma Estravi, que no devem ser confundidas como peas milagrosas.

    Observemos com mais ateno ainda o Tai-Chi. Inicialmente o crculo externo. O crculo em

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    versas religies ou correntes de pensamento, significa unidade. De fato, o Tao tem completadependncia, totalmente auto-sufuciente e auto-regulado. portanto a prpria Unidade. Eeguida nota-se que o crculo est dividido em duas partes iguais chamadas Yang e Yin,presentando respectivamente o ativo e o receptivo, a dia e a noite, ou quaisquer outros opos

    armnicos ou complementares, dos quais se compe uma determinada questo. Cada uma artes, possui um pequeno crculo da cor oposta. Na parte branca h um ponto preto e vice-vestes pontos representam a semente de seu complemento. Se no Tai-Chi, o branco estpresentando por exemplo, uma situao de paz, o preto estar significando a guerra. A sem

    uerra, est sempre plantada numa situao de paz, da mesma forma como uma situao de

    presenta sempre a possibilidade de paz - uma s pode acontecer quando existe a outra. As dartes juntas, se unem formando a questo guerra /paz. De fato, quando pode ocorrer isto quehamamos de paz? Quando existe uma guerra. Por seu turno o que pode quebrar a paz? Uma

    Os dois elementos esto, assim, ligados, amarrados. Um problema do tipo sade/doena, spresenta de maneira semelhante. Com efeito, a doena parte de uma situao de sade. Ninca doente estando doente, e sim quando se est sadio. A cura para qualquer doena estualmente inserida na prpria doena - quem se cura de algo que no possui? preciso primue se esteja doente para ser curado. Existem uma infinidade de situaes que o Tai-Chi podspelhar: claro/escuro, bondade/maldade, serenidade/agitao, integridade/destruio. Numa

    tuao conflitante, h predominncia de um lado sobre o outro. A ao corretiva do Tao, devoporcionalidade s partes expressas no Tai-Chi. Onde e quando o Tao vai buscar a melhor

    ermanecer sempre um grande mistrio.

    A resposta a uma pendncia, pode estar num medicamento, numa pessoa, em alguma formnergia, que por sua vez pode estar localizada no passado, no presente ou no futuro. Esta ao Tao. Diriam os chineses, que h dez mil maneiras de se recorrer a esta mgica; todas elasntanto, pedem um mnimo de serenidade daquele que pretende receber este benefcio. O Taecessita de um espao vazio e tranqilo para prover sua atuao reequilibrante. Esta serenidsica e mental pode ser alcanada mediante exerccios, posturas ou simplesmente pela dispo

    sprito. preciso, efetivamente, desejar a cura para ser curado. Entre essas disposies de eais adequadas ao entendimento ocidental, existe uma chamada wu-wei ou no-fazer, que nado que deixar a mente momentaneamente vazia e livre das preocupaes, e fisicamente nada, absolutamente nada.

    Este no-fazer, no uma atitude de alienao, antes de tudo uma postura propositadamceptiva. O fato de possuirmos inteligncia e racionalidade, sem dvida alguma dificulta assusposio, o mesmo no ocorrendo com os animais, que mais facilmente atingem um estadouietude. Alguns de ns, j participou ou assistiu uns exerccios, s vezes chamados de anti-nstica, e que leva o nome de Tai-Chi-Chuan. Na verdade no se trata propriamente de exe

    uito menos de qualquer tipo de ginstica como a entendemos. O Tai-Chi-Chuan constitudovimentos normalmente muito suaves, elegantes e moderados que tm como objetivo, harm

    s funes do corpo e da mente, isto , fazer com que possamos atingir um consciente estadoerena tranqilidade.

    At hoje, milhes e milhes de chineses, reunem-se todas as manhs nas praas pblicas,tica diria do Tai-Chi-Chuan. Isto lhes assegura uma predisposio adequada para um dia abalho produtivo e tranqilo. Moos e velhos em conjunto, realizam movimentos graciosos, q

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    agmatismo do ocidente jamais entenderia, mesmo que disso resultasse em maior produost por trs do Tai-Chi-Chuan o Tao; nada mais existe nesta prtica do que a ao do Tao.este livro, "O Tao do Ocidente" tem sua razo de ser. Como dissemos, para o povo chins, oonceito do Tao inato. Voc que nasceu e mora num pas ocidental, entenderia por exemploeus sem sentimentos, que no premiasse os bons nem castigasse os maus? Que se ocupasuito mais coisas do que o Homem? difcil no ? E sabe por qu? Porque simplesmente d

    eraes e geraes, temos sido educados a ver um Deus antropomrfico, isto na forma huientado para as necessidades do homem. Algum disse uma vez, que se as formigas tivesseus, este seria uma enorme formiga de barbas brancas. Parece ser natural criar um Ser Sup

    ossa imagem e semelhana...O Deus do homem, guarda como no podia deixar de ser, algumas das caractersticas do d

    agos egpcios ou gregos, exatamente porque tambm estes povos, os visualizavam como mendentes de suas necessidades pessoais. Pessoalmente, acho que Deus deve andar mais o

    om questes relevantes como a Justia Universal, do que com o direito dos homens. Deve euito mais interessado numa Grande Etica, do que nos mesquinhos cdigos morais vigentes aneta. No consigo imaginar Deus favorecendo o time A ou B, ou atendendo preces voltadaanhar na loteria ou conseguir um namorado. Isto, um feiticeiro competente consegue com mucilidade, e a um preo bastante mdico... Fico imaginando como possvel que milhes e m

    e pessoas, continuem a tratar Deus como se fosse seu servial: me d isso, me faz aquilo... grimas e a forte emoo costumam esconder, nem sempre claro, interesses que em nadagnificam o Deus a que esto orando ou suplicando.

    oltemos ao nosso "Tao do Ocidente". O homem ocidental, mais do que o oriental, raciocina cosomente com ela, deixando praticamente de lado a intuio. O pensamento cientfico cartesianom que o processo intuitivo, fosse esquecido, menosprezado e ridicularizado. A razo disto, qtodo cientfico se baseia em certas Leis rgidas e axiomticas, ou seja, voc pode discutir o asas para que sua concluso seja considerada cientfica, o resultado deve passar pelo crivo da ci

    assar, voc tem em mos uma verdade cientfica, se no passar... Este crivo ou critrio obriga, pxemplo, que o resultado a que voc chegou em certa questo, possa ser repetido por qualquer pilizando os mesmos meios que voc empregou. Isto chamado repetibilidade, e para ns do ocz muito sentido, tem lgica. Se Jos misturou A com B, obtendo C, ento Joo ao misturar, naesmas condies, A com B, obrigatoriamente ter que obter C.

    No se deve desmerecer o mtodo cientfico, por ele ser rgido e exigente, ditatorial mesmo. Esim, porque foi determinado pelos cientistas lgicos que assim seria. Se o tempo mostrar sua fe deixar de existir, mas enquanto ele funciona, continuar a ser aplicado. Ou voc aceita ou n

    eitar, tem que se submeter aos seus critrios, se no aceitar, faa o que bem entender, s que naver aprovao de seus pensamentos ou experimentos na comunidade cientfica. um clube fom suas prprias regras. Ningum o obriga a ser scio. uma tolice dos defensores dos chamatodos alternativos, ao advogar suas causas, atacar os cientistas, chamando-os de perversos,sensveis, inflexveis.

    O trabalho em outras frentes, exige outras rguas de medio. Um esquadro e um compasso, pr instrumentos perfeitamente adequados ao mtodo cientfico. No entanto, um fenmeno como

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    lecinese ou a prpria ao do Tao, ter que apresentar seu prprio mtodo de avaliao. No crestatstica, processo dos mais empregados nos mtodos alternativos, seja a melhor forma de vanmenos paralgicos, at porque, embora a estatstica no seja uma cincia exata, est includspeitosamente entre as cincias experimentais . A posio ser muito mais consistente, ao se m

    or exemplo, que os maiores avanos do Homem como Ser, foram conseguidos partindo depeculaes filosficas nascidas da intuio. No sei se o exemplo o mais feliz, mas julgo que

    dequado exposio que estamos fazendo. Recentes estudos da Fsica Quntica sugerem haverlao de causa-efeito entre a vontade e o movimento de certas partculas sub-atmicas.

    assim, trabalhando com seriedade e lisura, que as coisas podero mudar. No porque alguue viajou em um disco voador que devemos acreditar. Fisicamente, eu vou pedir provas sensveetafisicamente eu vou, quem sabe, parabenizar o felizardo. O pressuposto de que todos s dize

    erdade, muito, muito discutvel... Chamemos a cincia que conhecemos, de cincia lgica e toue no se submetem ao seu crivo, de cincia paralgica. Isto no se pode impedir; um nome cutro qualquer. A aceitao deste tipo de cincia, obrigar a criao de critrios prprios, evitanoliferao de espertalhes; j nos bastam aqueles que os furos da cincia tradicional proporcio

    Neste livro, estamos falando do Tao. O Tao no tem uma estrutura, nem atributos que possamedidos por nenhum instrumento conhecido. No entanto, seus efeitos so sentidos todos os diasomento, em milhares de pessoas pelo mundo afora. Fatos comuns como encontrar a melhor so

    ara uma questo financeira, obtida atravs de certas caractersticas do Tao. Curar uma simpleabea, conseguida com grande facilidade por qualquer pessoa que conhea um mnimo da aao. Quando um chins pratica conscientemente seu Tai-Chi-Chuan dirio, ele sabe que vai seperfeioar em seu todo. Os mdicos acupunturistas, esto utilizando a todo instante as virtudes s adivinhos que desenvolvem seu trabalho nas ruas chinesas, fazem suas previses baseadas nohing, que puro Tao. Na verdade, o Universo todo est tomado pelo Tao; de um buraco negro

    mensa galxia, do virus a um animal, de um animal ao homem. O assunto por demais srio palgado seja pelas regras dos cientistas, seja por vagos critrios metafsicos ou parapsicolgicos.

    ente prefere em assuntos como este do Tao, ficar com suas prprias idias. No fundamental essoas aceitem ou no sua exposio. O mais importante, que ao exp-la, sempre haver algu

    beneficiar com ela. Neste momento, por coerncia, estaremos considerando o assunto Tao, certencente classe da cincia paralgica. At segunda ordem...

    ALAVRAS DE SABEDORIA

    ste captulo, dedicado a importantes citaes contidas no Tao-Te-Ching, seguidas de um comentrio.

    lavras de Lao-Ts, se referem a diversos assuntos de nossa vida diria, tais como valores ticos, traballacionamento interpessoal, assim como esclarecimentos fundamentais sobre o Tao, seus atributos e a mmo devemos agir de forma a obter seus benefcios. Seja qual for seu objetivo ao ler este livro, ser umentura fascinante penetrar no pensamento oriental, e ver o que eles pensam e sentem, alm de nos preplha, se assim o desejarmos, que certamente nos levar a uma vida mais rica e harmoniosa.

    - "O caminho que se pode seguir, no leva ao Tao"

    que o autor pretende dizer, que normalmente as pessoas que buscam o aperfeioamento pessoal, se u

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    livros e orientadores que esto de tal forma ligados s coisas do mundo, que esquecem que para vivero intil, pois o verdadeiro caminho passa muito mais pela intuio do que pela razo.

    - "Para estarmos no Tao, devemos suprimir os nossos desejos"

    sta uma clssica afirmao oriental. E faz muito sentido. Passamos a vida desejando coisas e almejanneplcito do outros em relao a ns. Desejamos objetos e bens materiais. Enfim, somos um poo de d

    omo existem milhes de pessoas, perfeitamente natural que muitas desejem a mesma coisa. A possibue venhamos a conseguir exatamente o que queremos, portanto bastante remota. Quando finalmente

    nseguimos o que queramos, ficamos frustrados, porque o nosso desejo - no era bem esse. E a nascemisas: uma frustrao, um novo desejo, e um sentimento negativo em relao a alguma pessoa. Todas eisas, ensina a psicologia, medida que se acumulam, acabam gerando tenso e angstia. Da mesma fosejos mal satisfeitos, podem nos deixar nas mos uma poro de coisas que depois de algum tempo nais sentido. E a, voc se v na contingncia de optar por delas. Sua vida passa a ser gerida pelas coisaais por voc. Parece ento prudente, que nos reeducssemos de tal forma, que nossos desejos fossem vetiva necessidade. Menos desejos, menor possibilidade de sofrimento.

    -"O sbio faz sem fazer e ensina sem falar!"

    ue afirmao espantosa! o sbio faz sem fazer e ensina sem falar. Que significam essas estranhas palavum dos lados do Tai-Chi est o fazer e no outro, o no fazer. Ao optar pelo no fazer, o sbio na verdat se escusando da realizao. No fazer e obter resultados, uma das coisas mais incrveis do Tao. Copossivel? Atravs de uma atitude mental denominada wu-wei ou mente vazia. O indivduo no deixa dor preguia ou alienao, pelo contrrio, ao esvaziar sua mente das preocupaes com a questo, fica abpao para que o Tao atue, conseguindo o melhor resultado possvel. Anote pois isso muito importantzes antes de uma exame, resolvemos esquecer e relaxar, ou ento esperar que um sonho nos revele a s

    m problema. Isto uma forma muito eficiente do wu-wei. Quanto mais voc exercita a mente serena, muestes podem ser resolvidas pela ao do Tao. Ele s pede que sua mente esteja o mais tranquila que fossivel. A ao do Tao sendo reequilibrante, restabelece a harmonia entre os dois lados do Tai-Chi, val

    questo em pauta. No caso do exame, d o conhecimento que complementa o desconhecimento. Um ria ento, aquele que domina de tal forma essa arte, que poucas vezes precisa interferir pessoalmente. aneira idntica, diz o verso que ele ensina sem falar. Aqui, a expresso diz respeito ao ensinar pelo exe

    ortanto fundamental, que os homens na posio de mando tenham um comportamento exemplar. A ata Ordem universal e harmnica, se faz sentir por nossas atitudes e comportamento. H portanto um prquisito para que o Tao atue e resolva ou aponte a correta direo da questo: temos que manter ummportamento fisico e mental o mais sereno e tranqilo que pudermos. No to dificil assim e agrados pequenos casos, uma simples relaxada suficiente. Nos grandes casos, preciso um maior afastameental da questo. Isto s pode parecer incrvel para quem ainda no viu a coisa funcionando. Para os orece estranho que o Tao no espere que voc o bajule com oraes, ofertas ou coisas do gnero. No h

    cessidade de interminveis sesses de relaxamento nem de extravagantes posturas fsicas e mentais. Seciso que voc relaxe um pouco os msculos, andando ou parado, e desligue por alguns segundos o inmente . Se voc fizer isto os primeiros resultados se faro sentir - acreditando ou no no Tao. Voc n

    ecisa abdicar de suas idias filosficas, polticas ou religiosas. Tao no Deus nem uma religio. Taei universal, que no depende de nenhuma espcie de adorao ou fanatismo. Pelo contrrio, a ao doz sentir com mais rapidez naquelas pessoas inflexveis que resolvem a ele recorrer, o que evidentemenisa muito comum. como uma febre de 4O grus que baixa com mais facilidade que uma de 37. Parante gente sempre, no havendo bons nem maus, porque este julgamento determinado pelas Leis do

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    papel do Tao reequilibrar todas as coisas, no sua tarefa premiar ou castigar. O Tao tambm cura drguntaram-me um dia. Sim, evidente, pois uma doena um sintoma de desarmonia. Como ele faz? z, simplesmente acontece.

    - "No viver pelas paixes, mas pela sobriedade"

    ue so paixes? O termo usado para designar desejos irracionais ligados a fortes emoes, muitas veolentas. Poderamos chamar de amor a este sentimento? A paixo no lida apenas com pessoas mas tamm as causas defendidas vigorosamente; ou com os objetos, quando ento ela degenera em consumism

    um tipo de fanatismo. Enquanto a paixo mostra permanentemente seu lado desequilibrado, o amor emveis mais elevados, suave, tranqilo e participativo. Sobriedade, um dos temas preferidos pelos filsao, ter um comportamento equilibrado. A sua falta coloca o homem em todo tipo de desvantagem. Segnifica ter a mente bem preparada para dialogar, escolher e decidir. Quanto mais difcil for um problemais sbria e competente deve ser a ao. A chamada no-violncia, tem tudo a ver com a sobriedade. G

    utra parte, uma atitude de tal forma passional, que ao perder o controle da situao, j foi derrotada. Astrias, so sempre conseguidas mediante um dilogo sbrio e eficaz. Conversar exige, claro, muita pterior, e nem todos esto dispostos a investir em seu crescimento. Uma das tarefas daquele que deseja erfeioar, justamente a substituio da paixo pela sobriedade.

    - "O livro traz erudio, mas no sabedoria"

    udio e sabedoria. Erudio est ligada aos conhecimentos mundanos. Os livros em sua grande maiofletem interesses de indivduos ou grupos, alimentando at mesmo a vaidade do escritor. Como os livrrte de nossa educao desde a infncia, exercem uma enorme influncia em nossa maneira de ser e pen

    exagero afirmar ento, que uma pessoa que viveu e vive para os livros, ter uma forte tendncia a resoloblemas pelos modelos que neles encontra. Observe que estas pessoas costumam ter respostas padronio por outra razo que os fanticos polticos e religiosos, vociferam com um livro na mo. Este proceltura livresca, funciona de fora para dentro, do livro para o corao. Se voc no utiliza seu bom sensoerce conscientemente seu direito de crtica, acaba virando um rob cultural. Godard e Marx sero end

    esmo que voc no entenda claramente suas proposies. Um famoso jornalista americano, chamado Cort, dizia: "Julgamento suspenso, aceitao temporria, questionamento sempre". Ele era tido como umdivduo meio louco, pelas suas posies cientficas pouco ortodoxas. Teve que fundar as Sociedades Fsorte a ali defender seus princpios. Creio que o mais importante, no se ele afirmava ser a terra quaa como um balo. O mais importante sua atitude em relao queles que eram escorraados pela socentfica e por todos os que adotavam uma posio de intolerncia. As Sociedades Fortianas, eram o abriusas perdidas. Qualquer idia que fosse ridicularizada, era aceita, em princpio, pela casa. Observe queSociedade (julgamento suspenso...) apelava para a Justia, para a tolerncia e para o processo crtico.aprende em livro nenhum. Esta salada de frutas, mesmo que no seja do nosso agrado, demonstra que

    odia at no ter grande cultura, mas sem dvida tinha sabedoria. Voc sabia que um analfabeto resolve

    oblemas da mesma forma como um luminar resolve os dele? O processo mental o mesmo. A nica cfere o volume de informaes, que no caso do indivduo culto to grande que pode at atrapalhar ahomem simples, como dispe de pouqussimas informaes, utiliza em muito maior escala, sem censuisas que no se aprende na escola: bom senso, lgica inata, intuio, experincia de vida. Quem ensinoe? Talvez a vida mesma, talvez algum dom. O fato que ele no tem cultura, mas possue algo mais nauito mais importante: a sabedoria. Quando aqui falamos em sabedoria, estamos nos referindo portantopo de conhecimento que vem com o andamento da vida, com suas alegrias e percalos, com as soluecontradas e testadas, com a observao de detalhes e at mesmo pela leitura ... A gente logo distingue

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    omposo e tolo intelectual que acha que tudo sabe, de um verdadeiro sbio, modesto e cauteloso nas pales, pois sabe muito bem que seu conhecimento tem limitaes. O erudito, se pega em virgulas e outrasbio ao contrrio tolerante e aberto. Se voc conhece um homem muito culto que no seja mesquinhe um sbio. Se algum tido como sbio mostra orgulho e vaidade, ento ele no passa de um ignoranltura limita o homem, a sabedoria expande.

    -"No d muito crdito razo e cultura."

    uando examinamos a questo da cultura, parece ter ficado claro que por si ela no apresenta grandes m

    mbora saibamos que a maioria das pessoas ainda fica muito impressionada quando se depara com um inlto. Confunde-se cultura com inteligncia, com competncia, com sabedoria at com posio social.

    m elemento de referncia. uma especie de enciclopdia onde voc vai buscar informaes que o ajudlucionar alguma questo. Como a palavra cultura ficou intimamente ligada s coisas mais ou menosfisticadas, o indivduo que acumulou por diversos meios e razes, uma grande quantidade de conhecimrticularmente nas reas artsticas e filosficas, costuma se envaidecer de tal fato. E a que a coisa deincionar direito. Os grandes problemas existenciais do ser humano e que pedem uma resposta urgente, uito mais ligados sensibilidade e intuio, do que cultura e razo. H um ditado popular que dizrao tem razes que a prpria razo desconhece" o que uma grande verdade. As razes que a razosconhece, so aqueles valores que a cincia no faz caso: sensibilidade, intuio, iluminao, etc. H c

    ma supervalorizao da cultura em detrimento dos valores comuns a todos os homens. Infelizmente istrdadeiro, que se torna difcil at mesmo argumentar. De qualquer forma, meditemos sobre estas palavbio, e ao lidar com questes realmente srias, que se d uma chance ao no to lgico e ao no to raciuem sabe assim, reconheamos que nossa vaidade est nos vendando os olhos s melhores solues.

    - "Observe para onde levam a trilha das carroas"

    est uma observao de muitas interpretaes, todas boas e todas de grande validade. Quando duranteos as carroas passam por uma estrada de terra, vo deixando sulcos que se aprofundam com o tempo

    uestes que podem ser postas tambm so muitas: -Ser que este o nico caminho? -Ser que nunca n

    ntou outro? -Faltou curiosidade aos que me antecederam? -Que distncia devo percorrer at o destino?er que o caminho seguro? Voc est convidado a dar sua prpria interpretao s questes, como forercitar. No procure as respostas marcadas nas "trilhas" de sua mente, pelo contrrio, procure solueiginais, porm se no chegar a um acrdo, adote ento a soluo j trilhada. Uma coisa voc pode ter c

    m excelente comeo no exerccio do desenvolvimento pessoal. Uma das coisas que mais nos prejudicamidade, nosso orgulho em admitir nossa ignorncia. No h nada de mais nisto. Quem que sabe tudo a

    ense nisto e, serenamente mos obra. Com calma. No h pressa, voc tem o tempo que quiser. No seocupe com suas respostas. Elas sempre sero as SUAS respostas.

    - "O sbio firme quando a questo de Justia."

    e voc imagina que um sbio um individuo permanentemente afastado das coisas mundanas, est enguem se afasta assim o eremita que no necessariamente um sbio. Lembram-se de Gandhi? Bem, Gm dvida alguma um sbio que, embora tivesse uma vida muito modesta longe da confuso das granddades, mantinha-se muito atento s necessidades de seu povo. Ele era particularmente sensvel as injusaticadas pelo poder colonial que ocupava seu pas. Muitas vezes ele liderou manifestaes do tipo noolncia que, infelizmente, resultaram em tragdias. Um dos mais fortes sentimentos que vm marcand

    os grandes homens, o apgo Justia. No devemos confundir Justia com Direito. Direito so as Le

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    o papel. So as Leis escritas por quem esta no poder, habitualmente para defender seus prprios interesue o Direito no reflete necessariamente a Justia. A Justia tal como o sbio a v, um valor equilibrarmnico e absoluto. Assim, natural que ela seja motivo de sua constante preocupao. De fato ele nbio, se permanecesse indiferente as injustias praticadas sua frente, pois estaria contribuindo parasequilibrar ainda mais o sistema. Suas atitudes ao denunciar tais ocorrncias, podem gerar situaes puito fortes (veja o caso de Gandhi) que acabam por dar a impresso de que se estaria combatendo a injm a injustia. Para o sbio, a Justia no uma entidade abstrata e utpica, mas um valor real, harmonerno. Para ele, Justia o prprio Tao.

    - "Quanto mais falamos do Universo, menos o entendemos"

    esde que o pensamento lgico se tornou a base das dedues cientficas ocidentais, tem-se perdido aportunidade de utilizar este instrumento da inteligncia em conjunto com a intuio, instrumento da sabuando o Universo observado sob um telescpio, o simples bom senso indica os resultados incompletuando no, falsos. Esta no uma opinio exposta por leigos inconseqentes, que visam alguma fugazotoriedade. H fortes indcios de que existe efetivamente uma relao causa-efeito entre o pensamento ovimento de certas partculas sub-atmicas. Para aqueles que, j h muito tempo, percebiam intuitivamcaractersticas do Universo so tantas e to alm da perceo dos instrumentos, isto no constitue nov

    contece no entanto, que a vida mundana se rege basicamente pelos sentidos, e assim a cincia e a tecno

    o voltadas para atender as necessidades mais aparentes. No haveria mal algum, se tudo andasse bem, foque conseguisse que o homem se realizasse material e espiritualmente. Claro que isto no ocorre, tobemos. E no ocorre porque a cincia racional e lgica, incapaz de incursionar no terreno do maravilexplicvel. O que dizer dos sonhos que acabam por se realizar? Como equacionar as vises? E como dntido racional s grandes coincidncias? Nos parece uma falha de carter, a manuteno de posies ctanques, movidas muitas vezes por interesses pessoais, prepotncia, preguia mental, ignorncia outransigncia. Sabemos muito bem que os fenmenos parafsicos, no resistem aos mais simples testes racidade cientfica, como por exemplo o da repetibilidade. Acontece que no se pode medir comprime

    ma balana. Uma coisa no tem nada a ver com a outra. O desenvolvimento sistemtico da percepo dnmenos, certamente trar as rguas com que eles sero medidos. Esta reflexo sobre a citao do Taohing, poderia se encerrar de forma bastante natural: h fenmenos observveis direta ou indiretamententidos, e que so o campo de atividade da cincia lgica formal, e h fenmenos puramente conceituairo o campo de uma nova cincia paralgica. A ento, e s ento, o homem conhecer o Universo e to

    mplicaes.

    O- " grande o valor do silncio"

    xistem duas posturas em relao ao silncio. Em primeiro lugar, h o silncio passivo, que aquele onlocamos receptivos s palavras, idias, etc., dos que notoriamente sabem mais do que ns. o silnciocutar, da apreenso racional. Em segundo lugar, h o silncio ativo, onde a mente aquietada, cede espa

    ue a intuio nos fornea a resposta uma questo. Poderamos dizer, que o silncio para a ao harmo Tao. O silncio passivo ir corresponder, na prtica, uma posio de modesta humildade. Mesmo qjamos expoentes em nossa especialidade, quem nos garante que sabemos tudo? Que no falta um peda

    ualquer que ir complementar nossos conhecimentos? Manter silncio na aprendizagem, sinal de evopiritual. L-se ainda no Tao-Te-Ching, que aquele que muito fala, nada tem a dizer. Isto parece fazer bntido, quando por prepotncia, vaidade e orgulho, brilhantes intelectuais defendem de forma douta, grros para os quais constroem justificativas cheias de arabescos e totalmente mentirosas. O leitor certamnhece casos e casos... O silncio ativo, uma das mais notveis conquistas daqueles que tem a percep

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    ao, acaba por resolver problemas complicadssimos, sem que tenhamos outra coisa a fazer seno nos cou-wei, isto , numa postura de mene silenciosamente ativa. No h necessidade de fazer nenhuma ginm de orar ou de se recitar mantras. Se voc se sente bem em faz-los, tudo bem. Se por outro lado, vocficuldades, no gosta ou no se sente vontade mas ABRE ESPAO, o Tao ir agir da mesma forma.

    ma Ordem universal e csmica, e portanto no faz distino de estilos ou ritos, ou da falta deles. sufiue se d o espao de silncio para a sua ao harmonizadora. Quanto ao problema em questo, no devnsar nele durante nosso silncio. Ele deve ser, digamos, congelado como se voc, antes de pacificar sensamentos, o sentisse bem e em seguida o paralisasse. A soluo da questo ser inevitavelmente intu

    xperimente inicialmente em pequenos problemas e depois v avanando.

    - "Porque o sbio pouco cuida do material; seu Eu evolui"

    nde est o erro em nos preocupar com o ganhar a vida, poupar, prever, prover, gastar...? No h erro neuando as coisas so feitas de maneira moderada. preciso entender que a moderao o mesmo que hauilbrio. O exagero no trabalho pelo trabalho, nas poupanas e provimentos, so atitudes insensatas. Psensatas? Porque o ser humano possui duas partes distintas: a material e a espiritual. At os mais incrbem que isto uma verdade. No importa como voc encara o espiritual, se de forma metafsica, biolntimental. O fato que o material palpvel e o espiritual, no. O Tai-Chi, que nos lembra as partes ermonia, sugere claramente a matria de um lado e o esprito de outro. So portando as duas faces da m

    oeda, ou se preferirmos, pares complementares. Ora, a dedicao exclusiva matria, estaciona o indivum certo patamar. Afinal, foi dito no Tao-Te-Ching, que o valor das coisas medido pelos vazios e noeios: uma panela ainda tem valor, se contiver espao disponvel. O mesmo se d com uma sala. A umcipiente cheio, nada mais se pode acrescentar, porm naquele que dispe de espao, o crescimento ali stalar. Esta a razo pela qual o homem mundano, o que mais necessita e TEM as condies para sescimento global. Evidentemente, ningum pode obrigar ningum a fazer aquilo que no quer. Existemmilhes de pessoas que esto muito satisfeitas e felizes, levando uma vida exatamente da maneira comundo a apresenta. Os conselhos e sugestes que se possam dar, so absolutamente inteis e impertinenocessos de aperfeioamento, funcionam como um tipo de prtica esportiva: se a pessoa, bem no seu nO QUER nadar, ela jamais aprender a nadar, a no ser quando por necessidade for obrigada.

    2- "A virtude como a gua, modesta em sua adaptao"

    oi dito que o sbio firme nas questes de Justia. Ao se falar aqui em adaptao, poderamos supor enstia malevel conforme o caso? Quando o asssunto o Tao, a Justia de que falamos um valor abs

    niversal, permanente e imutvel. Quando o assunto o mundo, a Justia leva o sobrenome de Direito enstantes revises de acordo com os usos e costumes vigentes naquela sociedade e naquele tempo. Na crbo adaptar, tem o sentido de envolver, como um envoltrio. Por exemplo: se voc um professor, suve se adaptar s circunstncias ou ainda, deve envolver cada aluno em seu aspecto global. Imagine o iais arrogante e vaidoso que voc j conheceu. Um dilogo com seus subordinados, poderia ser alguma

    po: - Sua produo est muito baixa! - Estou com srio problema na famlia... - Isto problema seu, euoduo! Isto no nem firmeza e muito menos adaptao. Isto estupidez. Se a observao fosse: - Ocedendo? Quem sabe a gente pode ajudar?... Isto o que o Tao-Te-Ching chama de virtude e modestaptao. Infelizmente bastante comum vermos pessoas chegarem a um posto de mando e passarem a

    oder com tirania. Toda sua postura anterior de democrtica flexibilidade, de preocupao e generosidadante de um salrio um pouco maior ou da insana vaidade de se julgar o dono do poder. Existem algumlavras-chave no processo de crescimento e uma delas flexibilidade.

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    3 - "O homem feliz prestativo no dar, sincero no falar, suave no conduzir, sereno no agir"

    oc quer ser feliz? Claro e quem no quer? Preste ateno na receita de valores harmnicos que se seguestativo - No negue sua ajuda a quem a pede. Se voc pode ajudar, ajude. Fique alerta no entanto parnha na fogueira da injustia social. A caridade na forma de esmolas, uma praga que tira a culpa de quantm na desgraa quem recebe. Ensinar, ajudar, orientar, conseguir, so exemplos de prestatividade. divduo verdadeiramente prestativo no se engrandece nem se humilha. Seja sincero - So tantas as pesinceras e mentirosas, que at existe esta frase preparada para eles: "A quem voc pensa que est engamentira cdo ou tarde ser descoberta e ningum fica impune. E no fica mesmo, s uma questo de

    er sincero, o mesmo que ser coerente, e ser coerente ser justo consigo prprio. Para alcanar a feliciande entrave o auto-flagelo da mentira, da falta de sinceridade. Quando voc diz coisas que no senttito de agradar, o preo que ser pago ser sua prpria subservincia. Evidentemente no devemos conceridade com arrogncia, estupidez ou falta de tato. Voc pode e deve ser sincero, sem assumir nenhussas atitudes. Seja suave - isto me lembra de que um presidente americano dizia: "Fale manso e carreg

    orrete". Suavidade ou mansido, no significam passividade bovina, nem porrete presidencial. Quandova seu interlocutor, a aceitar conscientemente suas idias, isto ser eficiente. Se alm disso voc tem aracterstica da fala suave, o resultado ser ainda mais notvel. Todo mundo gosta de ser bem tratado. Sreno - A est uma caracterstica to importante que mereceria todo um livro. A serenidade nos pensams aes, so um requisito bsico a quem aspira o crescimento pessoal. A quietude da mente, d espao

    uao do Tao reequilibrante. A quietude do corpo aumentada e multiplicada pela ao do Tao harmo no fantasia. Voc pode experimentar a qualquer momento, agora mesmo, e ver de imediato os res

    eche suavemente os olhos, relaxe o corpo como puder e desligue sua mente. Aguarde um ou dois minugo voc vai sentir o efeito da reordenao que o Tao promove.

    4- "O sbio no luta para impor suas idias e por isto inatacvel"

    que melhor e mais eficiente? Tentar convencer o mundo que voc um gnio, ou simplesmente deixmpo e as situaes se encarreguem disso? Achar-se um gnio, uma coisa um tanto extravagante nos doje; lembra-se de Dal? Convencer os demais disto, mais tolo ainda. Quem sabe, no precisa dizer qu

    uem , no precisa afirmar coisa alguma. Os exemplos, as atitudes e as palavras, so o passaporte do halmente grande. admirvel ouvir-se uma palestra desta gente. As palavras fluem com tal naturalidadgurana, com tanta consistncia e decncia, que no h lugar para empavonamentos temticos, nem pa

    vidas do ouvinte. Gente assim dignifica a raa humana. Conheci um professor na faculdade, que literae hipnotizava. Era honesto, competente, bem humorado e carismtico. Por alguma razo que na ocasibia explicar, sentia uma forte necessidade de freqentar suas aulas. Faltava s demais sem nenhumnstrangimento e at a faculdade me era indiferente. Por que eu agia assim? Estou convencido que eram

    ualidades como ser humano que me atraam, nada mais. Muitos anos mais tarde, fiquei sabendo que aqofessor, era um respeitado estudioso das coisas do esprito, dono de vasta cultura e sabedoria, alm deuito livros importantes. Hoje tenho uma enorme satisfao de ter convivido um semestre com esta notgura humana. Se todas nossas idias forem expostas com clareza, consistncia, seriedade e modstia, qecisa brandir outras espadas que no a do real conhecimento? So estas pessoas de grande sabedoria, qstificam todos os esforos direcionados ao aperfeioamento pessoal. E estas pessoas so de fato inatac

    orque no h nada, nada que diminua seu brilho.

    5- "Assim como no se enche um vaso mais do que sua capacidade, assim ns temos nossos prprmites"

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    sucesso que eventualmente alcanamos, tem muitas vezes a consequncia de encher o nosso ego de umntimento de auto-suficincia, que multiplicado por uma natural vaidade. E isto no bom. E no b

    orque efetivamente na prxima vez que tivermos que tocar em um assunto um pouco mais complexo, tnhamos estofo para exp-lo to bem. E a vem uma sensao de frustrao muito desagradvel. Podemontecer ento duas coisas: ou ns tomamos conscincia de nossa prpria limitao e ignorncia, ouergulhamos cada vez mais fundo em nossa prpria insensatez. Alguns estudiosos afirmam que o creb

    umano tem uma capacidade muito maior do que a que ele desempenha. Por outro lado, a prtica tem mue temos mais facilidade para determinados assuntos e mais dificuldades para outros. Existem certos teicolgicos que tm como objetivo verificar exatamente estes pontos: o poder de lidar com fatos abstra

    bilidades manuais, memria, frustraes, criatividade, etc. O erro no est em se ignorar uma coisa, jfato perfeitamente normal. O mal est na falsa auto-suficincia. O orgulho impele certas pessoas a assurefas para as quais no esto preparadas, e talvez nunca venham a estar. No toa portanto, que o sblega constantemente. A sua competncia nesta rea to notvel, que comum que muitas pessoas osatividade. Tal observao obviamente movida por m f ou ignorncia. Os melhores chefes delegamnorar o assunto, mas para que seu papel de superviso seja efetivamente exercido na obteno de resulicazes. Saber nossos limites, a modstia na busca da perfeio.

    6- "Depois das homenagens, o caminho indica o desapego s recompensas"

    ada um de ns tem valores e mritos. Ningum deixa de possu-los. Esta verdade preserva a harmonia atamente por isto, que a observao acima se aplica a todos. Cada vez que nos aprofundamos em nosstendimento do Tai Chi, o smbolo do equilbrio universal, a seqncia de um fato nos parece mais clarlo menos mais aceitvel. Em suma, fica patente o outro lado da moeda. No tema aqui abordado, fala-s

    omenagem, em reconhecimento, elogio, etc. E a, como exerccio, podemos nos perguntar o que deveriompanhar aquela homenagem a ns prestada, de forma que nossa harmonia interna fosse preservada; qssemos tomados por um vulgar sentimento de vaidade ou de orgulho menor. Existem muitas pessoas qoiadas em um elogio muitas vezes merecido, tornam sua tarefa constante a de trabalhar e fazer tudo pantinuar recebendo homenagens, mesmo que imerecidas. a forma de alimentar o seu ego que cada vecha, tornando esta pessoa profundamente egosta, quando despreza os passos ticos ou morais que medminhada rumo ao que chama sucesso.

    7- "Quem sbio, no precisa de erudio"

    urante nossa vida, acumulamos conhecimentos que, espera-se, algum dia sero de valia. Numa formampleta, passamos pelo ensino elementar, que fornece os conhecimentos mnimos para nossa sobrevivguida por um 2o.ciclo , responsvel pelo aperfeioamento das armas com as quais enfrentamos o muna base para nos profissionalizarmos no ensino universitrio. So quase 2O anos de estudo formal. Coantigos gregos, estudavam alm da aritmtica e da linguagem, poesia e filosofia. Este povo, de estudo

    mitado, nos deixou no obstante, figuras da maior estatura, notveis representantes da raa humana. O

    hing, ao repetir certos temas como este, no est sugerindo que se deva desprezar o estudo formal e a eo isto. A citao apenas nos alerta para o perigo que representa confundir uma coisa com outra. Sabo depende de cultura ou de conhecimentos de alto nvel. Tambm o erudito no necessariamente umtelectual, nem o ignorante ser, por esta razo, um sbio. A sabedoria o acmulo de experincia de vtuio. Como possvel atingir-se um estado de sabedoria? Isto conseguido com a idade, com a vidaente aberta para o intuitivo. Supletivamente por uma coisa mgica chamada iluminao. A iluminaorisma, um dom recebido, que permite ao indivduo perceber a sntese sem necessidade de fazer a anlitodo sem dividi-lo nas partes. Um sbio, iluminado ou no, sente que a erudio, por maior e mais prim

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    ue seja, no cobre todas as necessidades do ser humano. Da dedicar-se com igual empenho, na busca dtado que o permita apontar um problema, e ver sublimada a resposta.

    8- "O Tao no exige gratido"

    evemos ser gratos a todos aqueles que nos fazem um favor; uma afirmao bastante comum e naturalma palavra que expressa o feio sentimento daqueles que no so reconhecidos: ingratido. H um consue a ingratido uma das expresses mais negativas do ser humano. Ser ingrato ser traidor, falso, noerecedor de nossa mnima considerao. Espera-se que um favor, uma gentileza, seja reconhecida e ret

    a ocasio aparecer. Este compromisso est de tal forma arraigado em nosso pensamento, que praticampossvel imaginar que poderia ser diferente. E os dias vo passando e ficamos aguardando a paga do fzemos. Algumas pessoas afirmam com bastante nfase, que jamais esperam reconhecimento ou recomporisso no se frustram nos casos de ingratido. O que ocorre com voc? Voc se aborrece, no liga ou oao uma Ordem csmica e universal, Lei que rege todas as Leis e absolutamente justo, implacavelmesto. A harmonia que ele promove, no depende de raa, religio, oraes, pedidos, mritos, nada..., e n

    oderia ser diferente. Ele no voc ou eu. No guarda mgoas nem rancores. Isto atitude pequena,compatvel com seus atributos. Se o Tao agisse de forma diversa, se ele atendesse apenas queles que gam, bajulam, certamente poderia ser tudo, menos o Tao. A afirmao de que o Tao no exige gratidusa certa espcie, dando a falsa impresso de que ele to arrogante que, feito o favor, dispensa a grat

    videntemente no isto. O Tao no exige nem precisa de gratido, porque ao fazer o que ele faz, simplaliza o atributo da ao justa. Faa a coisa certa, diz o ditado. E isto que o Tao faz. No existe assim itos ao Tao ou pelo Tao. Ele faz o que tem que ser feito. A chuva cai, porque tem que cair.

    9- "O valor de uma panela no est em seu metal, mas no vazio que contm"

    fimaes como esta, so claramente orientais. Ns, do ocidente, no estamos acostumados a fazer estemagem. No entanto, elas tm uma beleza intrnseca que agrada a todos. Panela... que importncia pode

    nela alm de sua utilidade na cozinha? Aqui, a compreenso do seu TODO, fundamental. Uma paneresenta o lado de fora (o metal de que feita) e o lado de dentro (o espao til). O lado de fora, equiva

    rpo ou matria, enquanto o seu interior vazio, corresponde mente ou esprito. Temos um corpo e ummente dever dispor de um "espao vazio" para poder aprender. Ao homem que soubesse tudo sobre tisas, no sobraria espao para apender mais nada. Uma panela cheia at a borda, no suporta nem mai

    ota. Este raciocnio pode se estender do micro ao macro, de um tomo a uma galxia. O conhecimento,erfeioamento, a sabedoria, a harmonia, necessitam de espao para se fazer presentes e atuantes. Comportanto que, se o Tao a Ordem responsvel pela harmonizao do conjunto humano, tambm ele neste espao. Fornecer espao em nossa mente, isto , pacific-la das preocupaes que nos estejam assonico requisito para se atingir a soluo do problema que estiver em questo.

    O- "O sbio orienta"

    ncontramos com muita freqncia no ambiente de trabalho, aquele chefe que no treina seus subordinado de perder a sua posio. inevitvel que nestes casos, apaream conflitos do tipo disse-me-disse. bordinado reclamando que agiu assim por desconhecer determinada regra. O chefe por sua vez, acusa efiado de m f ou incompetncia, afirmando que disse sim, que orientou sim. Nesta detestvel arena nfronto desigual, o que tiver a posio mais fraca, perde a luta. Sempre. Infelizmente estas ocorrnciaais comuns do que se pode imaginar. No se trata somente de insegurana. esta, soma-se o fato das c

    ue efetivamente no sabem treinar ou delegar. O resultado final a perda de eficincia do conjunto e o

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    scimento de inimizades ferozes. Haver sempre algum dentro do sistema, que achar uma justificativis procedimentos: vale tudo, desde que a mquina continue funcionando. Afinal, plausvel esperar-seisa de um mundo em que os valores materiais reinam absolutos? Eu conheo e voc conhece diversos

    ue no agem assim. Se ns os conhecemos, porque so uma minoria. E so mesmo. Existe uma coisa ndrome do balco: o bastante estar por trs de um balco ou mesa, para muitos se considerarem em pperior queles que se valem de seus servios. Isto tanto pode acontecer em um hospital, numa empresa

    ansporte pblico, numa recepo. Aquele que delega, que ensina, mesmo sabendo que poder se prejudz por ser esta sua tarefa, age virtuosamente. O homem sbio, vai muito alm disso. Instrui sem restriegra com isto. O crescimento pessoal, demanda economia de energias pessoais, para que estas sejam

    nalizadas para o processo de aperfeioamento. Desta forma, treinar e delegar, passa a ser imperativo. Eito com amor e respeito, as virtudes sero acumuladas.

    - "No h tica onde o Direito toma o lugar da Justia"

    uma permanente discusso sobre quem redigiu as Leis do Direito. Alguns alegam que foram os maisra se defender dos mais fortes. Outros que os mais fortes as impingiram com a inteno de subjugar o

    acos. Falemos em valores temporrios e valores permanentes. Aqui esto dois valores para que sejamassificados: o Direito e a Justia. O Direito no mais das vezes, muito pouco tem a ver com a Justia, atorque, tenha sido ele escrito por um ou outro grupo, so patentes suas contradies e assim seu carter

    uando neste livro falamos em valores permanentes, referimo-nos queles que no dependem de culturau civilizao. Por exemplo: se um indivduo rouba, conforme o Cdigo de Direito que estejamos consuceber determinada pena ou no, de acordo com os usos e costumes do local. Agora, um pouco de Justvssemos um Cdigo de Justia, que no temos, l estaria um item que diria apenas : no se deve prejuutra pessoa. Muito mais sinttico, conclusivo e justo. Se o cidado vai receber 1, 2 ou 5 anos, esta um

    Direito, no de Justia. Lao-Ts foi muito feliz em sua afirmao, pois a simples aplicao das normaireito, no garante que a Justia ser feita, j que estas normas so sempre tendenciosas e favorecedoraenhum Cdigo de Direito, poderia se sobrepor aos preceitos bsicos de uma Justia que preservasse ategridade harmnica do indivduo, da coletividade, da nao. Infelizmente estamos longe disto. Engana humana, os esforos individuais que encontramos aqui e ali.

    2- "Renuncia a suas habilidades e artimanhas"

    m seus anos de crte, Lao-Ts desenvolveu a habilidade de distinguir instantaneamente o falso do verdogio sincero da bajulao, a competncia da malcia. Ao optarmos pelo caminho do crescimento, estasbilidades e artimanhas, que foram se desenvolvendo em nosso relacionamento com o mundo, devemidentemente ser modificadas ou definitivamente esquecidas. Aquele que segue o caminho do Tao devforar por ser virtuoso. Em hiptese alguma, se torna um santo, mas sem dvida se destaca como um iodesto e justo. Muitos de ns sentimos em alguma ocasio da vida, uma espcie de aviso interno, que ra nossos erros e falhas e para a necessidade de nos corrigir. Se voc j teve esta sensao, e fez uma o

    nsciente, no cabe a ningum mais seno a voc prprio, se esforar por manter-se no caminho escolhperando elogios ou palavras de admirao, s mostra o quanto se est longe da meta. Estas atitudes imo so muito diferentes das habilidades e artimanhas que continuam presentes. Renunciar mentira e aa si prprio, bsico para aquele que pretende continuar na trilha. No dia em que voc sentir que cres

    ilmetro, um s, no duvidar mais que, de fato, valeu a pena...

    3- "O mundo se alegra numa festa que acredita no ter fim"

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    est um bom tema para os dias que correm. O mundo se divide em pases ricos e pases pobres, e nestma terrvel desigualdade entre os habitantes: os que so muito, muito ricos e os que so muito, muito po h necessidade de se valer da Economia para perceber esta verdade incontestvel. Quando se fala emcologia e em sistemas ecolgicos, pensa-se em plantas, bichos e oceanos. No est errado, na medida e

    fato, a Ecologia estuda a relao dos seres vivos com o ambiente. Sucede porm, que o ambiente sofrfluncia de todo o processo econmico e tecnolgico. Assim, no podemos deixar de incluir nos estudolgicos, todas as mazelas sociais, polticas e econmicas que circulam por este planeta. Acabaremos

    m tipo de Ecologia mais abrangente, holstica, que no ser nada bonita de se ver ou de se pensar. Infelorm, esta que a realidade. O Tao, como Ordem harmnica, acaba realizando exatamente o que o ho

    gere: ao tempo em que um pas se torna rico, alguns outros ficaro pobres; h violncia dos bandidos rtida da polcia; homem contra a natureza e a natureza contra o homem. O planeta precisa subsistir, e pbsistir fundamental que as foras atuantes estejam em equilbrio harmnico. Esta Lei que estamos esamada Tao, promove a cada instante o necessrio reeqilbrio, para que a Ordem csmica continue exisem sempre o resultado vai agradar a mim ou a voc. No entanto inexorvel. Ao contrrio da idia oceus bondoso e provedor, o Tao oriental, IMPLACAVELMENTE JUSTO e infinitamente eficiente. Fhomem o livre arbtrio e, de uma forma ou de outra, ele o usa. Destrua-se uma floresta e a harmonia s

    stabelecer em forma de deserto. Assuntos como a dvida externa de um pas, so por vezes abordadosgenuamente, como se algum pudesse manipular impunemente, sua vontade, o sistema financeiro m

    ue por sua vez est amarrado a esta grande Ecologia. No h nada que se faa, de bom ou de mau, que nsulte na gerao de um fato que invariavelmente harmonizar a atitude tomada. Esta a Lei, a maior dprio Tao. O Tao, est presente em todos os atos, fatos e pensamentos do homem, bem como nos movturais dos rios, oceanos, planetas, galxias, tomos... Nada escapa ao Tao. At porque este seu papel

    oderamos pelo exposto, supor que as coisas no geral, esto negativas? A resposta no. Elas esto posetade deste composto chamado Tai-Chi, e negativas na outra metade. E ser possvel reverter o processposta agora sim. Bastaria num primeiro instante, buscar uma forma de aniquilar os grandes desequilonmicos e sociais. E isto no nada fcil; afinal o Ta-Chi que representa a situao mundial, est conelementos poluidos pelos prprios homens nestes sculos de insensatez. E continuaria sendo deficien

    luo violenta. Lembremos que h SEMPRE a contra-partida. Quando se busca o aprimoramento pessue estamos promovendo, a realizao de nosso micro-cosmos, nosso EU superior equilibrado. Certamossa atitude vai ter reflexo em nosso entorno. To certo quanto dois mais dois so quatro. Por extensoande movimento mundial em favor da paz (harmonia), tendo necessariamente que passar pela idia exai-Chi, resultaria no aprimoramento do macro-cosmos planetrio. Enquanto isto, a vida mundana umozo para os que esto em cima da Roda da Fortuna, e uma permanente maldio para os que esto em beveramos ter a necessria humildade e compreenso de que este processo dinmico. O posio da Rferente daqui a um segundo, talvez no para todo o planeta, mas com toda a certeza para alguns. Se vontribuir de alguma forma para melhorar o quadro, faa-o, nem que seja aprimorando-se em equilbrio renidade, em atos e pensamentos. Ser um trabalho solitrio com resultados sociais imediatos.

    4- "Viver nossas tarefas estar no Tao"ao-Ts expe com admirvel conciso, uma observao milenar de sua gente: quando se est integradovenciando cada instante e cada passo da tarefa que estamos executando, estamos recebendo a grande gao: a harmonia perfeita de corpo e mente. Um bom exemplo, pode ser dado pela tarefa de escrever. O eua no fsico (mquina de escrever, computador...) e obviamente no mental. Se naquele dia, falta-lhe inele se pe em wu-wei, isto , em estado de mente despreocupada com a questo, o espao aberto rapieenchido pelo Tao e pela resposta. Esta interao Homem/Tao, surpreendente. Um poeta, por exempimado por esta atitude, est de tal forma concentrado em cada verso, em cada palavra ou idia, que ele

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    or penetrar no mundo mgico da intuio. E quando isto acontece, seu verso flui equilibrado e harmoniundo maravilhoso o Tao. A sugesto de Lao-Ts, de alguma forma lembra o fazer a coisa certa. Paralham o Tao, fazer a coisa certa, sentir e viver cada instante do que se esteja fazendo. Em duas palavrrena concentrao.

    5- "O vazio ser cheio e o incompleto ser completado"

    onheci uma moa, que vivia dizendo que era incompetente, que custava a entender as coisas, que suas o tinham o menor valor, etc. Ela no era nem uma coisa nem outra. Seria uma pessoa perfeitamente no

    o fosse esta atitude de sistemtica lamentao. Creio que o que ela desejava no fundo, era se eximir dasponsabilidade de tomar posies. Para muitas pessoas, esta postura, bastante conveniente. A aliena

    oluntria, incompatvel com a ao social. A pessoa no se prejudica, no se expe, mas tambm norticipa. Confesso que at hoje, tenho muito pouca boa vontade com esse tipo de gente. E eu explico: nrte das vezes, essas pessoas sabem muito bem dos assuntos que dizem ignorar. Formam uma categoriadivduos desarmnicos, que vivem da mentira, do engano e do egosmo. E dessa categoria, devemos mudente distncia, j que pelo processo de interao, ela abala o equilbrio que levamos muito tempo a cnotvel frase extrada do Tao-Te-Ching, afirma o que a esta altura j sabemos: ningum totalmente cnorante. Em nosso Tai-Chi, a ignorncia possui a semente do conhecimento, e no lado do conhecimenmente da ignorncia. TODOS podem desenvolver os pontos que se acham fracos. Temos em ns, hoje

    antado em algum lugar, o princpio de nossa evoluo. O Tao certamente agir, bastando que efetivamueiramos crescer. O vazio ser cheio e o incompleto ser completado.

    6- O sbio sereno e modesto no falar, no pensar e no agir"

    ovamente nos vem lembrana o dito: quem sabe, no precisa dizer; quem , no precisa ostentar. Repecho dialogado:Em que voc formado?Por que est perguntando isso?Porque eu cursei Pedagogia, Filosofia e Psicologia!

    Muito bem...Muito bem?!? E tenho ainda dois mestrados e estou terminando meu doutorado!Voc acha mesmo que isso o mais importante?Claro, isso me coloca num patamar superior!Voc acredita mesmo nisso?doutor estava furioso com o interlocutor, que mantinha uma postura muito serena. Ele prprio tinha umrmao primorosa em Universidades de primeira, alm de ser mestre e doutor vrias vezes. Lembra-sei dito? "O livro traz conhecimento, mas no sabedoria". Os homens verdadeiramente grandes, so mod

    orque sabem suas limitaes, porque a cada coisa que aprendem, percebem que existem muito mais coisconhecem. Vamos repetir mais uma vez: modstia no nem humilhao nem santificao, uma po

    rante a vida, que ir retirar de sua porta invejas e malcias. O intelectual vaidoso, estar sempre sujeitom sua produo e nunca, nunca ser um sbio.

    7- "Aquele que se vangloria, no ser reconhecido"

    no mundo, uma luta constante por alcanar postos, status e coisas assim. E depois de alcanados, comova batalha que a de permancer ou de preferncia subir mais um degru na escala social. O homem nu

    por satisfeito. Muitos usam de recursos absolutamente abjetos, outros utilizam as habildades, muito

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    laudidas, da diplomacia. Os menos criativos, armam intrigas com o mesmo objetivo. O ambiente de tropicia a existncia de uma oficina muito especial onde forjada uma moral peculiar: a do relacionamecalada. As pessoas que conhecem bem o organograma informal da empresa, isto , quem de fato mand

    uem, manipulam com rara destreza as espadas da maledicncia, jogando para um canto qualquer, algumica que eventualmente ainda mantinham guardado. Aquele que chama muita ateno sobre si, estar copidamente o que ele mesmo plantou: a rejeio e o repdio. uma questo de tempo.

    8- "Ajude os que desejam ajuda"

    persistncia um dos fundamentos em que se baseia o desenvolvimento pessoal. No por outra razao-Te-Ching, repete com regularidade alguns de seus ensinamentos, como o caso do par complementsejar e querer. Penalizado com a sorte de um mendigo, um homem que costumava dar esmolas, decider nenhuma, pois pensa: se eu der dinheiro, ele ficar to mal acostumado, que jamais sair desta terrvuao. Trata ento de explicar ao pobre miservel, porque no daria a esmola que lhe fora solicitada . endigo, furibundo, esbraveja e impreca contra o mundo. A ele, o dinheiro que era importante naqueleomento. Deixar de mendigar, bem, isso era outra coisa. Certa vez um amigo meu, homem de grandensibilidade, me disse o seguinte: "Nunca tenha pena de ningum". Vendo o meu espanto, ele explicou

    oc v um cego querendo atravessar a rua, o que voc deve fazer ajud-lo a atravessar. Ficar com penzer mais nada, uma forma disfarada de diminuir seu sentimento de culpa. Para o cego, a atitude neu

    na, no vai adiantar de nada, pelo contrrio, a espera o tornar mais amargo." E prosseguiu: " evidenssoas sempre sentiro pena numa ou noutra situao. O que estou tentando dizer, que ter d de algu, no tem maiores mritos. Se voc PODE ajudar, no deixe de faz-lo ". Isto sim, fazer a coisa certa

    9- " fora do masculino deve se unir a flexibilidade do feminino, pois a est a harmonia do Tao

    embremos que no Tai-Chi, tanto o Yang quanto o Yin, representam apenas metade daquilo que est sealisado. Qualquer situao, pode ser definida por pares opostos ou complementares. Um problema, um

    oena, uma questo econmica, assuntos macro ou microscpicos. O Tao, Ordem harmnica de todo oniverso, pode ser sintetizado nesta figura magnfica. O que a citao diz, confirmar a necessidade do

    uilbrio, para que tudo continue existindo em Harmonia. O fato de que o Tao age em nossos corpos e mue sua atuao percebida nas coisas que nos cercam, faz com que algumas pessoas tenham a idia de colheu um nome mgico, para explicar o bvio - se voc se exercita na serenidade, a sua pacificao inm como resultado lgico, numa espcie de causa e efeito. O Tao no seria ento mais do que uma benicolgica. S que no isto. O Tao uma Ordem, uma origem e um fim, mas principalmente, o concuilibrador de tudo que existiu, existe e existir. um conceito disperso e atuante em todos os lugares, tempos e em todas as dimenses. Creio que se o Tao fosse algo to evidente e limitado, no teriam sid

    critas obras do porte do Tao-Te-Ching, nem sido erigidas cincias e terapias respeitadas e que se baseinicamente em suas virtudes. No dia em que tivermos nos exercitado o suficiente no Tai-Chi, de forma sualizarmos imediatamente os componentes de uma questo qualquer, estaremos a um passo de realiza

    gicas e certamente de uma grande sabedoria.

    O- "H os que esto acima e os que esto abaixo, e a situao nunca ser a mesma"

    ma das cartas do Tar, chama-se a Roda da Fortuna. Ela mostra uma roda de madeira presa a um eixo anivela. Seu movimento circular, faz com que as figuras que nela se encontram presas, ora fiquem em a em cima. O significado no pode ser mais claro - as situaes, quaisquer que sejam, no so fixas e

    mutveis. Nos alerta para a conscientizao da modstia e abandono da vaidade e arrogncia. As pessoa

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    rofundam no estudo do Tao, vo percebendo paulatinamente, que estes sentimentos egostas, so to ptolos, que passam a no ter o menor sentido. Como possvel uma pessoa inteligente, ser cheia de orgurece to absurdo, e no entanto acontece com grande freqncia. Existem duas coisas que devemos conver no mundo e viver para o mundo, ou ento, viver do trabalho e viver para o trabalho. Se vivemos notrabalho tem um significado plausvel. Se no entanto, vivemos para o mundo, com todos nossos sentidergias voltados para ele, o trabalho levado s ltimas conseqncias, to ilusrio e insensato quanto

    ue se leva, que de nada difere da morte.

    - "O Tao implacvel com a guerra"

    or que acontecem as guerras? Do ponto de vista mundano, as guerras so resultado, em geral, de probleonmicos e com menor freqncia de outros. De um ponto de vista mais abrangente, a guerra reflete usarmonia, que pode ter iniciado com uma pessoa ou um grupo delas e se extendido a outras pessoas ou

    empre so pessoas - no h guerra de robs. Num clima destes, existe uma situao de profundo desequue necessitaria de um colossal esforo de todos e de cada um, no sentido do retorno ao harmnico. O qcede, evidentemente, que as pessoas esto de tal forma tomadas pelas paixes, que mesmo que fosse

    einadas dentro desta linha de pensamento, no encontrariam as condies ou a motivao para uma aarmonizante, que a soluo. Por que o Tao implacvel com a guerra? Ele no apenas implacvel c

    uerra, mas com todos os conflitos e situaes onde falta a serenidade e esprito de pacificao. Numa si

    divrcio, numa pendncia entre superior e subordinado e coisas assim. A idia de implacabilidade, nzer que o Tao mau com os maus e bom com os bons. O Tao no faz o jogo dos homens, nem dos astro a de manter as coisas funcionando. portanto implacvel no sentido de aplicao sistemtica da Larmonia global. A este propsito ouvi na TV uma pessoa ligada aos movimentos ecolgicos, dizer questruio de florestas e de camadas atmosfricas, pode significar que estamos passando por uma situa

    reversvel, onde o mundo estaria em reajustamento e o homem certamente iria sofrer com isto, quem sarminando seus dias na Terra. Nasceria ento uma nova situao onde os participantes e seus papis serutros. H um certo sentido nestas palavras, porm o desfecho no seria necessariamente este. Se uma nance dada pelos homens, eles sobrevivero e muito bem. No cabe ao Tao, orientar ningum - os prio muito claros. Ns, em cada situao conflitante, devemos manter o desejo de pacificao consciente

    nico pr-requisito para a ao do Tao.

    2- "Quem tem conscincia de sua limitao, no corre perigo"

    uma diferena fundamental entre saber algo e ter conscincia desse algo. Isto muito importante na mm que durante o processo de crescimento, estaremos quase todo o tempo, lidando com o estar efetivam

    nsciente. A propsito de nossas limitaes, o assunto j foi abordado amplamente. A nossa questo ag que ponto temos conscincia real desta limitao. Quando eu pergunto se voc entende de matemticode me responder que sim ou que no, dependendo entre outras coisas, do tipo de treinamento que vocatemtica envolve desde os rudimentos da aritmtica at complicados problemas de matemtica teric

    sua resposta vai depender de seu conhecimento, de sua honestidade e de seu conceito de honestidade. Egadores de xadrez, existem respostas padro: aqueles que no jogam muito bem, perguntados se sabemspondem no. Os que jogam muito bem, respondem sim. H nestas respostas, um pouco mais daquilo tamos chamando de conscincia. O aperfeiomento pessoal, algo to srio, que as coisas a ele relaciovem partir de uma posio muito consciente de nossa parte - temos que ser muito honestos e severos cssim, se eu afirmo que estou consciente de minhas limitaes, isto no deveria ser encarado como umao tipo dado a um teste de revista. Quando voce diz que sabe seus limites, espera-se que esteja expressano que uma educada modstia, porm o que vai em sua alma, um profundo sentimento enraizado e conso

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    ntro de voc. Isto o que neste processo, estamos chamando de estar consciente, verdadeiramente cono entanto, sabemos que isto no alguma coisa fcil. E no mesmo...

    3- "Conhecer o Homem inteligncia, e a si mesmo sabedoria"

    inteligncia, um processo mental global basicamente ligado lgica, e portanto s coisas que apresenimo de racionalidade. Quando examinamos o Universo, percebemos que apesar das aparncias, ele eteiro e harmnico. Visto sob um microscpio, ele poderia ser comparado espuma de sabo em um copecto muda; muda o formato das bolhas, tudo enfim em constante mutao. Esta analogia, deve ser en

    mo a ao equilibradora e hamonizante do Tao em todo o Universo, visvel ou no. A inteligncia conptar e explicar as coisas lgicas dentro de certos limites. Como no entanto o explicar o inexplicvel? Pteligncia, pela lgica, pela razo? Ou ser que se pode negar que existem coisas que, pelo menos agorexplicadas sendo que muitas delas, de carater transcendente, JAMAIS podero ser explicadas pela LOORMAL. A sabedoria, um pouco mais do que conhecimento. A sabedoria a sutil soluo que provtil, da intuio, da vivncia e at mesmo da experincia. A inteligncia um dom, mas no uma fina

    m si. O homem verdadeiramente inteligente, deveria aproveit-la para o auxiliar no desenvolvimento due EXPLICAR o inexplicvel, o inusitado - a sua prpria sabedoria.

    4- "Ser feliz estar satisfeito com o que tem"

    ma pessoa muito rica, pode TER o que quiser; pelo menos em bens materiais. Viver em funo do TERresenta seus problemas tambm. Embora a alegria do possuir, do gastar, seja intrinsecamente humanarrega em si o drama da ambigidade e da indeciso. O processo de escolher entre vrias opes, frusaioria das vezes. No h nada de errado em TER. O errado viver para TER. Como nem sempre, por mqueza que tenhamos, podemos ter tudo o que queremos, e este tudo inclui coisas imateriais como amorgurana, auto-confiana, etc...., preciso dar uma especial ateno ao ser - SER algum. Cada um de n um EU INTERIOR riqussimo, que raramente utilizado e conhecido. E este SER, complementa de agnfica aqueles bens que acumulamos. Ningum est sugerindo que se devam jogar coisas pela janelarnar um solitrio eremita em alguma gruta misteriosa. A felicidade est acima e alm do estar alegre.

    ntretanto, s possvel sentir a verdadeira felicidade, naquele instante em que paramos de adquirir, emcificamente deixamos de reclamar das mazelas do mundo e da vida. Neste instante, nestes poucos segunscientemente afastados das coisas materiais, sentiremos, talvez pela primeira vez, a digna potncia d

    o nosso SER.

    5- "O Tao no tem sabor para os que vivem para os sentidos"

    er conscincia do Tao, mais do que uma questo de crena ou f. Exige uma postura de vida e demportamento. estar convicto, fortemente convencido, visceralmente convencido de suas virtudes. A

    ao, no to simples assim de captar de incio. Ele uma Lei, uma espcie de Lei da Fsica, porm com

    o to desconcertante, que voc seria capaz de jurar que mais do que uma Lei. O Tao uma MAGICue rege os fenmenos mgicos. evidente que uma idia destas, soa muito estranha a nossos dirigidos identais. Por outro lado, quando fatos corriqueiros como o "dej-vu" (sensao de que j vivemos aquuao, ou vimos aquela pessoa...), ou ainda quando pensamos em receber um telefonema, e este acontva a supor que pode estar havendo uma simples coincidncia ou uma gra