tÂnia kawasaki de araujo -...

196
i TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE OPENARRAY PARA INVESTIGAÇÃO DE GENES ASSOCIADOS A FENDAS LABIOPALATAIS EM AMOSTRA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA CAMPINAS 2015

Upload: nguyennguyet

Post on 08-Nov-2018

223 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

i

TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO

UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE OPENARRAY PARA

INVESTIGAÇÃO DE GENES ASSOCIADOS A FENDAS

LABIOPALATAIS EM AMOSTRA DA POPULAÇÃO

BRASILEIRA

CAMPINAS

2015

Page 2: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

ii

Page 3: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

iii

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Médicas

TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO

UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE OPENARRAY PARA

INVESTIGAÇÃO DE GENES ASSOCIADOS A FENDAS

LABIOPALATAIS EM AMOSTRA DA POPULAÇÃO

BRASILEIRA

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da

Universidade Estadual de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora em

Ciências Médicas na área de concentração em Ciências

Biomédicas.

ORIENTADOR: Profa. Dra. Vera Lúcia Gil da Silva Lopes

CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Rodrigo Secolin

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA

PELA ALUNA TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO, E ORIENTADA PELA

PROFA. DRA. VERA LÚCIA GIL DA SILVA LOPES.

CAMPINAS

2015

Page 4: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

iv

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas

Maristella Soares dos Santos - CRB 8/8402

Araujo, Tânia Kawasaki de, 1985-

Ar15u Utilização da técnica de Open Array para investigação de genes associados a

fendas labiopalatais em amostra da população brasileira / Tânia Kawasaki de

Araujo. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

Orientador: Vera Lúcia Gil da Silva Lopes.

Coorientador: Rodrigo Secolin.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de

Ciências Médicas.

1. Fenda labial. 2. Fissura palatina. 3. Estudos de casos e controles. 4. Gene

KIF7. 5. Gene TCEB3. I. Lopes, Vera Lúcia Gil da Silva,1967-. II. Secolin, Rodrigo.

III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas. IV.

Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Association study between genes and cleft lip and palate in

Brazilian population using the openarray technique

Palavras-chave em inglês:

Cleft lip

Cleft palate

Case-control studies

Genes, KIF7

Genes, TCEB3

Área de concentração: Ciências Biomédicas

Titulação: Doutora em Ciências Médicas

Banca examinadora:

Vera Lúcia Gil da Silva Lopes [Orientador]

Lucimara Teixeira das Neves

Lucilene Arilho Ribeiro Bicudo

Monica Barbosa de Melo

Claudia Vianna Maurer Morelli

Data de defesa: 27-02-2015

Programa de Pós-Graduação: Ciências Médicas

Page 5: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

v

Page 6: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

vi

Page 7: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

vii

RESUMO

A fenda labiopalatal (FLP) isolada é o defeito craniofacial mais comum em humanos. O

objetivo deste estudo foi avaliar associações entre 39 genes e a etiologia de FLP isolada em

uma amostra da população brasileira. Este estudo de associação do tipo caso-controle foi

desenhado com um poder estatístico de 81,29% por meio de regressão logística. O grupo de

casos foi composto por 182 pacientes com FLP isolada registrados na Base Brasileira de

Dados Clínicos e Familiais de Fendas Orofaciais Típicas. O grupo controle foi formado por

355 indivíduos saudáveis, sem história de fendas orais em três gerações. Toda a amostra foi

genotipada por meio do sistema OpenArray®TaqManTM para 253 polimorfismos de

nucleotídeo único (SNPs) em 39 genes, incluindo dois genes que, recentemente, haviam sido

descritos por este grupo de pesquisa. A seleção de SNPs foi feita com o programa

SNPbrowser 4.0 (Applied Biosystems) para verificar o número e a localização dos SNPs

apropriados para explorar a associação de cada gene com FLP isolada. A análise de

associação foi realizada por meio de regressão logística e regressão stepwise. Os resultados

foram corrigidos para múltiplos testes (correção de Bonferroni). Vinte e quatro SNPs em 16

genes foram significativamente associados com a etiologia da FLP isolada, incluindo MSX1,

SPRY1, MSX2, PRSS35, TFAP2A, SHH, VAX1, TBX10, WNT11, PAX9, BMP4, JAG2,

AXIN2, DVL2, KIF7 e TCBE3. A análise de regressão stepwise revelou que 11 genes

contribuiram em 15,5% do fenótipo de FLP isolada nessa amostra. Este é o primeiro estudo

a associar os genes KIF7 e TCEB3 à FLP isolada.

Palavras-chave: Fenda labiopalatal isolada. Estudo de associação do tipo caso-controle.

KIF7. TCEB3.

Page 8: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

viii

Page 9: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

ix

ABSTRACT

Nonsyndromic cleft lip and palate (NSCLP) is the most common craniofacial birth defect.

The aim of this study was to evaluate associations between 39 genes and the etiology of

NSCLP in a Brazilian population. This case-control association study was designed with

81.29% statistical power according to logistic regression. The case group was composed of

182 patients with NSCLP enrolled in the Brazilian Database on Orofacial Clefts. The controls

included 355 healthy individuals with no history of oral clefting in the past three generations.

All samples were genotyped by TaqMan®OpenArrayTM system for 253 single nucleotide

polymorphisms (SNPs) in 39 genes, including two that had recently been associated with this

process. The SNPs selection was made by SNPbrowser 4.0 (Applied Biosystems) in order to

establish the best SNPs to explor the association between each gene and NSCLP. The

association analysis was performed using logistic regression and stepwise regression. The

results were corrected for multiple testing (Bonferroni correction). Twenty-four SNPs in 16

genes were significantly associated with the etiology of NSCLP, including MSX1, SPRY1,

MSX2, PRSS35, TFAP2A, SHH, VAX1, TBX10, WNT11, PAX9, BMP4, JAG2, AXIN2, DVL2,

KIF7 and TCBE3. Stepwise regression analysis revealed that 11 genes contributed to 15.5%

of the phenotype of NSCLP in the sample. This is the first study to associate KIF7 and TCEB3

with NSCLP.

Key words: Nonsyndromic cleft lip and cleft palate, case-control association study. KIF7.

TCEB3

Page 10: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

x

Page 11: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xi

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ............................................................................................................. xvii

AGRADECIMENTOS ................................................................................................... xix

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................... xxi

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... xxv

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... xxvii

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... xxxv

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

1.Classificações e epidemiologia .................................................................................... 1

2.Desenvolvimento craniofacial ..................................................................................... 5

2.1. Desenvolvimento do lábio e do palato .................................................................... 6

2.2.Base embriológica da fenda labial e palatal ............................................................. 9

3. Etiologia ................................................................................................................... 11

3.1.Fatores predominantemente ambientais ................................................................... 11

3.2.Fatores predominantemente genéticos...................................................................... 14

3.2.1. Genes candidatos e vias envolvidas na etiologia de FLP ................................... 15

3.2.1.1. Fatores de sinalização extracelular ................................................................... 15

3.2.1.1.1. Superfamília TGF-β ...................................................................................... 16

3.2.1.1.2. Fatores de crescimento de fibroblastos .......................................................... 18

Page 12: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xii

3.2.1.1.3. SHH .............................................................................................................. 20

3.2.1.1.4. WNT ............................................................................................................. 21

3.2.1.1.5. Fatores de transcrição. .................................................................................. 22

3.2.1.1.5.1.IRF6 .............................................................................................................. 23

3.2.1.1.5.2. FOXE1 ......................................................................................................... 25

3.2.1.1.5.3. Fatores de transcrição T-box ....................................................................... 25

3.2.1.1.5.4. MSX1 ........................................................................................................... 26

3.2.1.1.5.5. VAX1 ............................................................................................................ 27

3.2.1.1.5.6. JAG2 ............................................................................................................ 27

3.2.1.1.5.7. PAX9 ............................................................................................................ 28

3.2.1.2. Modificação de proteínas.............................................................................. 29

3.2.1.2.1. SUMO ............................................................................................................. 29

3.2.1.3. Outros genes e loci candidatos ......................................................................... 29

3.2.1.3.1. Região 19q13.1 ............................................................................................... 29

3.2.1.3.2. RARA .............................................................................................................. 31

3.2.1.3.3. ERBB2 ............................................................................................................ 31

3.2.1.3.4. AXIN2 ............................................................................................................. 32

4. Metodologias para o estudo de FLP isolada ............................................................ 33

4.1. Plataforma TaqMan®OpenArray™ Genotyping ...................................................... 38

OBJETIVO. .................................................................................................................... 45

1. Objetivo Geral ............................................................................................................ 45

2. Objetivo Específico .................................................................................................... 45

CASUÍSTICA e MÉTODOS ......................................................................................... 47

Page 13: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xiii

1. Desenho do estudo ..................................................................................................... 47

2. Estimativa da estratificação da amostra ..................................................................... 48

3. Genotipagem .............................................................................................................. 49

3.1.Etapas ................................................................................................................... 49

3.1.1.Seleção dos polimorfismos e genes ................................................................. 50

3.1.2.Desenho e síntese das lâminas ......................................................................... 52

3.1.3.Coleta e extração das amostras ........................................................................ 53

3.1.4.Verificação da concentração e pureza das amostras.........................................53

3.1.5.Diluição das amostras ...................................................................................... 54

3.1.6.Realização dos experimentos utilizando a plataforma TaqMan®OpenArray™

Genotyping ............................................................................................................... 54

3.1.6.1.Preparo de amostras ...................................................................................... 55

3.1.6.2.Distribuição das amostras nas lâminas de OpenArray® ............................... 56

3.1.6.3.Inserção da lâmina de OpenArray® na case ................................................. 57

3.1.6.4.Selagem das cases ........................................................................................ 57

3.1.6.5.Termociclagem ............................................................................................. 58

3.1.6.6.Leitura das lâminas de OpenArray® ............................................................. 59

3.1.7.Análise dos dados ............................................................................................ 60

4. Análise estatística ............................................................................................... 61

5. Análise de predição de mutações in silico .......................................................... 62

RESULTADOS .............................................................................................................. 63

1. Genotipagem ....................................................................................................... 63

2. Estimativa da estratificação da amostra.............................................................. 64

Page 14: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xiv

3. Resultados de associação genética ..................................................................... 66

4. Análise de predição de mutações in silico .......................................................... 69

DISCUSSÃO .................................................................................................................. 71

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 83

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. .85

APÊNDICES .................................................................................................................. 121

APÊNDICE I. Genes e SNPs selecionados para serem genotipados na amostra ........... 121

APÊNDICE II. Estimativa dos valores de desequilíbrio de ligação entre os SNPs em

termos de r2 para os genes (I-BCL3, II-FGF22, III-HOXA2, IV-MSX1, V-APOC2, VI-

BMP4, VII-SPRY1, VIII-VAX1, IX-MSX2, X-WNT8A, XI-KIF7, XII-SPRY2, XIII-

TCEB3, XIV-JAG2, XV-SUMO1, XVI-TBX10, XVII-SOX7, XVIII-TFAP2A, XIX-

TGFB1, XX-TBX1, XXI-ERBB2, XXII-IRF6, XXIII-LHX8, XXIV-PTCH1, XXV-

WNT5A, XXVI-RARA, XXVII-WNT9B, XXVIII-PRSS35, XXIX-AXIN2, XXX-

CLPTM1, XXXI- GREM1, XXXII-PAX9, XXXIII-TGFB3, XXXIV-WNT3A,

XXXIV-WNT3A, XXXVI-DVL2, XXXVII-TBX22 ....................................................... 127

ANEXOS ........................................................................................................................ 141

ANEXO I. Nomenclatura e as definições clínicas adotadas pela International

Clearinghouse for Birth Defects and Surveillance and Research para a descrição e

classificação das fendas orofaciais (ICBDSR 2007) ...................................................... 141

ANEXO II. Parecer do Comitê de Ética ......................................................................... 143

ANEXO III. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 146

ANEXO IV. Protocolo de extração de DNA por Kit (Quiagen) .................................... 151

ANEXO V. Protocolo de extração de DNA pelo método Fenol-Clorofórmio ............... 153

Page 15: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xv

ANEXO VI. Protocolo de purificação do kit MilliUni ................................................... 155

ANEXO VII. Protocolo para realização do ensaio de Open Array .................................. 156

Page 16: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xvi

Page 17: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xvii

Dedico este trabalho aos meus pais Lázaro e Hisako,

as minhas irmãs Taciana e Priscila por todo o amor

e apoio em todos os momentos da minha vida.

Page 18: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xviii

Page 19: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xix

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Lázaro e Hisako e as minhas irmãs Taciana e Priscila, por estarem sempre

ao meu lado.

Ao meu cunhado, Fernando, por estar ao meu lado desde a graduação me apoiando.

À minha orientadora, Profa. Dra. Vera Lúcia Gil da Silva Lopes, por todo aprendizado e

dedicação durante estes seis anos e pela confiança que teve em mim para a realização deste

trabalho.

Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Rodrigo Secolin, por todo aprendizado e dedicação durante

estes quatro anos.

Aos professores do Dept. de Genética Médica, por todo o conhecimento compartilhado.

Aos funcionários do Laboratório de Citogenética Humana e do Laboratório de Genética

Molecular, Nilma, Marilza, Luciana e Madá, por todos os momentos que me auxiliaram

durante estes anos.

A todos os meus amigos por estarem presentes no meu caminho, me apoiando em todos os

momentos.

Em especial, nessa fase da minha vida, agradeço a: Renata, Miriam, Ilária, Ana Paula,

Luciana, Stephanie, Alexandre, Társis, Fernando, Matheus, Isabella, Roby, Simone, Fábio,

Taty, Karina, Marcella, Daniel, Ana Laura, Elaine, Joana, Bruna, Roberta, Fernanda e

Alexandra. Obrigada por me ajudarem na realização deste trabalho e, principalmente, pelo

apoio e pelos momentos que compartilhamos.

Page 20: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xx

Enfim, a todos aqueles que me ajudaram sem os quais não conseguiria obter este resultado.

À Banca Examinadora, pela contribuição na elaboração da minha tese.

Às famílias e voluntários participantes da pesquisa, pela compreensão e incentivo.

Page 21: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxi

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Diagramas esquemáticos do desenvolvimento do lábio e palato em humanos. (A)

Desenvolvimento da proeminência frontonasal, do par de processos maxilares, do par de

processos mandibulares que rodeiam a cavidade oral na quarta semana do desenvolvimento

embrionário. (B) Na quinta semana, os orifícios nasais se formaram, o que leva à formação

do par de processos nasais laterais e medial. (C) Os processos nasais mediais se fundiram

com os processos maxilares para formar o lábio superior e palato primário até o final da sexta

semana. Os processos nasais laterais formam a asa do nariz. Da mesma forma, os processos

mandibulares se fundem para formar o maxilar inferior. (D) Durante a sexta semana de

embriogênese, o palato secundário se desenvolve como consequência bilateral dos processos

maxilares, que crescem verticalmente para baixo do lado da língua. (E) Posteriormente, os

processos palatais elevam a uma posição horizontal acima da língua, entram em contato um

com o outro e começam a se fundir. (F) Fusão dos processos palatais, em última análise

divide o espaço oronasal em duas cavidades, oral e nasal (7).................................................8

Figura 2. Ilustração da lâmina de OpenArray™, contendo os 48 subarrays e, em destaque,

a esquematização de um subarray com 64 poços, cada um apresentando o volume de 33nL

(Modificado de Applied BioSystems, 213)............................................................................39

Figura 3. Ilustração de uma sonda TaqMan MGB. F - Fluorofóro e Q - Quencher não

fluorescente (supressor).........................................................................................................40

Figura 4. Representação esquemática de resultados de hibridização e não hibridização entre

as sequências de sonda e a sequência alvo em ensaios de OpenArray® (Adaptado de

AppliedBioSystems,213)........................................................................................................41

Page 22: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxii

Figura 5. Plataforma TaqMan® OpenArray™ (Applied BioSystems)………………….....42

Figura 6. Ilustração da placa 384 poços de amostras e esquema de sua distribuição na lâmina

de OpenArray®......................................................................................................................55

Figura 7. Foto do interior do equipamento OpenArray®AccuFill™System............................56

Figura 8. Foto das cases preparadas (a) e depois com as lâminas já inseridas na case (b)..57

Figura 9. Foto da selagem das cases na estação de selagem................................................58

Figura 10. (a) Foto do termociclador Dual Flat Block GeneAmp®PCR System 9700 (Applied

BioSystems); (b) Interior do termociclador com as lâminas...................................................59

Figura 11. a) Foto do equipemento OpenArray™NT Cycler acoplado a um computador; b)

Foto do interior do OpenArray™NT Cycler com as lâminas já posicionadas......................60

Figura 12. Visão geral do programa TaqMan®Genotyper..................................................61

Figura 13. A) Resultados da análise da frequência do menor alelo (MAF). B) Resultados da

análise de equilíbrio de Hardy-Weinberg.....................................……………………..…....63

Figura 14. Gráficos mostrando a ancestralidade de cada indivíduo no grupo de casos com

FLP (a) e no grupo controle (b).............................................................................................65

Figura 15. Resultados da análise de regressão logística, onde cada ponto representa um SNP.

Os SNPs acima da linha cheia (-ln(p-value) > 3,00), indicam os SNPs com associação

genética estatisticamente significativa para o fenótipo. Gráfico A - baseado na análise por

Bonferroni, e gráfico B - baseado na análise por FDR............................................................66

Figura 16. Resultado da análise de regressão stepwise..........................................................68

Figura 17. Esquema de articulação entre vários genes envolvidos na etiologia de FLP........78

Page 23: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxiii

Page 24: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxiv

Page 25: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Formatos oferecidos para a elaboração das lâminas de genotipagem.....................43

Tabela 2. Lista de genes selecionados e o número de SNPs genotipados por gene................51

Tabela 3. Resultados da análise de regressão logística e característica dos SNPs associados

com FLP isolada nesse estudo................................................................................................67

Tabela 4. Resultados dos algoritmos PolyPhen-2 e SIFT para três SNPs associados à FLP

isolada na presente amostra...................................................................................................69

Page 26: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxvi

Page 27: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxvii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACM: Anomalias congênitas múltiplas

ACVR1: activin A receptor

ACVR2A: activin A receptor, type IIA

ACVR2B - activin A receptor, type IIB

ADH1C: alcohol dehydrogenase 1C (class I) gamma polypeptide

AXIN: axis inhibition protein

AXIN2: axis inhibition protein 2

BBDCF: Base Brasileira de Dados Clínicos e Familiais de Fendas Orofaciais Típicas

BCL3: B-cell CLL/lymphoma 3

BMP: Bone morphogenetic protein

BMP2: bone morphogenetic protein 2

BMP3: bone morphogenetic protein 3

BMP4: bone morphogenetic protein 4

BMP5: bone morphogenetic protein 5

BMP6: bone morphogenetic protein 6

BMP7: bone morphogenetic protein 7

BMP8: bone morphogenetic protein 8

BMPR1A: bone morphogenetic protein receptor, type IA

BMPR1B: bone morphogenetic protein receptor, type IB

BMPR2: bone morphogenetic protein receptor, type II,

CEP: Comitê de Ética em Pesquisa

Page 28: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxviii

C1: Concentração inicial

C2: Concentração final

CCD: Charge-coupled Device

CLPTM1: cleft lip and palate associated transmembrane protein 1

CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CNV: copy number variation

COGENE: Craniofacial and Oral Gene Expression Network Database

DLX: Drosophila distal-less homeobox

Dvl1: dishevelled, dsh homolog 1 (Drosophila)

DVL2: dishevelled segment polarity protein 2

Dvl2: dishevelled 2, dsh homolog (Drosophila)

Dvl3: dishevelled 3, dsh homolog (Drosophila)

DNA: ácido desoxirribonucleico

DVL: Disheveled

DZ: dizigóticos

ERBB2: receptor tyrosine-protein kinase erbB-2, precursor

EDTA: etilenediaminotetracetato dissódico 2H2O

EYA1: EYA transcriptional coactivator and phosphatase 1

FDR: False Discovery Rate

FGF: fibroblast growth fator

FGF8: fibroblast growth factor 8

FGF22: fibroblast growth factor 22

FGF10: fibroblast growth factor 10

Page 29: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxix

FGFR1: fibroblast growth factor receptor 1

FGFR2: fibroblast growth factor receptor 2

FGFR3: fibroblast growth factor receptor 3

FL: Fendas labiais

FLP: Fenda labiopalatal

FOA: Fendas orofaciais atípicas

FOT: Fendas orofaciais típicas

FOXE1: forkhead box E1

FP: Fendas palatais

Fst: Fixation index

GDF5: growth differentiation factor 5

GDF6: growth differentiation factor 6

GDF7: growth differentiation factor 7

GDF10: growth differentiation factor 10

GLI2: GLI family zinc finger 2

GLI3: GLI family zinc finger 3

GREM1 gremlin 1, DAN family BMP antagonist

GSK3β: glycogen synthase kinase 3 beta

GSTT1: glutathione S-transferase theta 1

GWAS: Genome Wide Association Studies

HOXA-1: homeobox A1

HOXA-2: homeobox A2

HOXB-1: homeobox B1

Page 30: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxx

HOXB-3: homeobox B3

HOXb-4: homeobox B4

IPDTOC: International Perinatal Database of Typical Oral Clefts

INDELS: Small insertions and deletions

IRF: interferon regulatory fator

IRF1: interferon regulatory fator 1

IRF2: interferon regulatory fator 2

IRF3: interferon regulatory fator 3

IRF4: interferon regulatory fator 4

IRF5: interferon regulatory fator 5

IRF6: interferon regulatory fator 6

IRF7: interferon regulatory fator 7

IRF8: interferon regulatory fator 8

IRF9 interferon regulatory

JAG2: jagged 2

KAL2: Kallmann Syndrome 2

KIF7: kinesin family member 7

Lefty: left-right determination factor

LHX: LIM homeobox

LHX8: LIM homeobox 8

LRP6: low density lipoprotein receptor-related protein 6

MAF: minor allele frequency

MGB: minor groove binder

Page 31: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxi

MSX: muscle segment homeobox

MSX1: msh homeobox 1

MSX2: msh homeobox 2

MTHFR: methylenetetrahydrofolate reductase (NAD(P)H)

MZ: monozigóticos

NCBI: National Center for Biotechnology Information

Nodal: nodal growth differentiation fator

NSCLP: Nonsyndromic cleft lip and palate

OR: odss ratio

OTX: homeobox orthodentical

PAX: Paired box

PAX9: paired box gene 9

PMx: processos maxilares

PNL: Processos nasais laterais

PNM: Processos nasais mediais

PP: processos palatais

PPS: síndrome pterígio poplíteo

PCFB: Projeto Crânio-face Brasil

PCR: reação em cadeia da polimerase

Pdf: portable document format

PTCH1: patched 1

PTCH2: patched 2

PVRL1: poliovirus receptor-related 1

Page 32: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxii

PVRL2: poliovirus receptor-related 2

QNQ: um quencher não fluorescente

RARA: retinoic acid receptor, alpha

ROI: regiões óticas de interesse

SATB2: SATB homeobox 2

SHH: sonic hedgehog

SMO: smoothened, frizzled class receptor

SNP: Single-Nucleotide Polymorphism

SOX7: SRY (sex determining region Y)-box 7

SUMO-1: small ubiquitin-like modifier 1

Spf: SNP Plate File

Tm: temperatura de fusão

TBX1: T-box 1

TBX10: T-box 10

TBX22: T-box 22

TCEB3: transcription elongation factor B3

TCLE: termo de consentimento livre e esclarecido

TFAP2A: transcription factor AP-2 alpha (activating enhancer binding protein 2 alpha)

TGFβ: transforming growth fator beta

TGF-β3: transforming growth factor, beta 3

TGFBR1 - transforming growth factor, beta receptor 1

TGFβR2 - transforming growth factor, beta receptor II

TP63: tumor protein p63

Page 33: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxiii

TRPS1: trichorhinophalangeal syndrome I

txt: text file

UTR: untranslated region

V1: volume inicial

V2: volume final

VWS: síndrome de Van der Woude

WHS: síndrome de Wolf-Hirschhorn

WNT: wingless-type MMTV integration site Family

WNT3: wingless-type MMTV integration site family, member 3

WNT3A: wingless-type MMTV integration site family, member 3A

WNT5A: wingless-type MMTV integration site family, member 5A

WNT7A: wingless-type MMTV integration site family, member 7A

WNT9A: wingless-type MMTV integration site family, member 9A

WNT11: wingless-type MMTV integration site family, member 11

UV: ultravioleta

Page 34: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxiv

Page 35: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxv

APRESENTAÇÃO

As fendas orofaciais típicas compõem um grupo de defeitos congênitos comuns e

multifatoriais. Entretanto, como sua etiologia envolve diversos fatores os mecanismos gene-

gene, gene-ambiente permanecem desconhecidos. Por isso, a Organização Mundial da Saúde

(OMS) lançou o projeto Global Strategies to Reduce the Health-Care Burden of Craniofacial

Anomalies, que tinha como objetivos determinar prioridades, consensos globais e protocolos

comuns de pesquisa.

O Projeto Crânio-face Brasil (PCFB) foi iniciado em 2003 no Departamento de

Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp). Trata-se de uma proposta multicêntrica e multiprofissional, cujo objetivo

principal é trazer subsídios científicos para a melhoria na atenção à saúde de pessoas com

anomalias craniofaciais.

Minha participação neste projeto começou em 2009, com meu trabalho de mestrado,

intitulado “Investigação dos genes BMP4 e TFAP2A em pacientes com fendas orafaciais

típicas”. Fui a primeira aluna a trabalhar com fendas labiopalatais isoladas utilizando casos

coletados da Base Brasileira de Fendas Orais do PCFB, que foi implantada em 2008. Isto foi

muito desafiador não só pelo aprendizado das técnicas envolvidas, mas porque, nesta época,

ainda estava em desenvolvimento toda a logística de registro de casos e envio de amostras

para investigação nos Laboratórios de Citogenética e Genética Molecular da Faculdade de

Ciências Médicas da Unicamp.

Defendi minha dissertação em 2011 e, ao discutir as possibilidades para realização

de meu projeto de Doutorado, sabia que gostaria de continuar na área de genética craniofacial.

Page 36: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

xxxvi

Nesta época, a técnica de Openarray estava no início e pude implantá-la para este grupo de

pesquisa. Além das dificuldades iniciais de uma nova técnica, a definição prévia do tamanho

amostral se revelou um aspecto mais complexo ainda: definimos pela adoção de diretrizes

para classificação de defeitos congênitos isolados que exigiam investigação com exames

complementares (ultrassonografia, ecocardiografia e tomografia em algumas situações).

Com muitos bebês registrados e em seguimento pelo PCFB, não era possível a conclusão

imediata do diagnóstico, o que levou a muita ansiedade até completarmos a amostra.

Participei ativamente de todo o processo, desde o contato com os médicos, registro

laboratorial, formação do biorrepositório de amostras de pacientes e de controles, atividades

de bancada e discussões científicas.

Todo este período junto a este grupo de pesquisa foi realmente formador de meu

aprendizado científico e estou muito satisfeita por ter participado e contribuído para o

crescimento do PCFB.

Page 37: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

1

INTRODUÇÃO

1. Classificações e epidemiologia

As fendas orofaciais compõem um grupo heterogêneo de defeitos congênitos e

podem ser divididas em dois grandes grupos: as fendas orofaciais típicas (FOT) e as fendas

orofaciais atípicas (FOA). As FOA são raras e compreendem as fendas faciais transversais,

as fendas faciais oblíquas e as fendas de lábio inferior, entre outras classificadas por Tessier

em 1976 (1,2).

Dentre as anomalias craniofaciais mais frequentes e estudadas atualmente estão

as FOT. As FOT, também chamadas de fendas orais, são comuns e, de modo geral, são

classificadas em três categorias: aquelas que afetam apenas o lábio (fendas labiais, FL),

aquelas que afetam o lábio e o palato (fendas labiopalatais, FLPs) e aquelas que afetam o

palato isoladamente (fendas palatais, FP) (3).

De forma geral, as FL e FLP têm sido consideradas variantes do mesmo defeito,

uma vez que compartilham alterações no palato primário, diferindo apenas na gravidade (3).

Entretanto, dados epidemiológicos e biológicos sugerem que as FL e FLP podem apresentar

etiologias genéticas distintas (4,5,6), mesmo que vias comuns sejam a base da etiologia de

cada grupo, já que ocasionalmente, tanto casos de FL quanto de FLP compartilham a mesma

ascendência. Dados recentes sugerem que estas duas categorias devem, sempre que possível,

ser analisadas separadamente (5).

A prevalência das FOT é variável segundo a composição étnica e a origem

geográfica da população afetando, mais comumente, indivíduos de descendência asiática ou

Page 38: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

2

ameríndia (1/500 nascimentos) (7). As populações caucasianas possuem taxa de prevalência

intermediária, aproximadamente 1/1.000 nascimentos (8). Estas observações sugerem que a

contribuição relativa da susceptibilidade genética individual pode variar entre diferentes

populações. As possíveis explicações para as diferenças na prevalência entre diferentes etnias

e status socioeconômico incluem fatores ambientais como uso de vitaminas, nutrição, acesso

a cuidados médicos e estilo de vida.

A maioria das FOT ocorre como um defeito isolado, embora possa ser associada

a outras anomalias ou síndromes (9). A prevalência mundial de FLP isolada é de 6,64 por

10.000 nascidos vivos (10) e a brasileira é de cerca de 19,33 por 10.000 nascidos vivos

(Organização Mundial de Saúde (OMS) "Programas e projetos’

http://www.who.int/genomics/anomalies/americas / en / index.html.).

As FOT constituem um grupo de defeitos do desenvolvimento embrionário

decorrente de alterações da diferenciação celular e/ou da fusão dos processos faciais e/ou

palatinos (11). Estas malformações são caracterizadas por uma separação incompleta entre

as fossas nasais e orais, ou seja, são derivadas de uma embriopatia com a falha da: a) fusão

das proeminências nasais mediais e maxilares (FL; MIM 119530) ou b) fusão dos processos

palatais (FP; MIM 119540), ou c) ambas as falhas (FLP; MIM 119530) (11).

Esse grupo de defeitos pode ocorrer como uma anomalia isolada, como parte de

uma seqüência, ou dentro de um quadro de anomalias congênitas múltiplas (ACM). Nos

casos de ACM, a fenda oral pode ser encontrada em síndromes monogênicas, associações,

ou em quadros de ACM sem etiologia conhecida. Apesar dessa classificação feita por alguns

autores, a grande maioria das publicações científicas, inclusive de estudos genéticos, divide

as FOT apenas em sindrômicas e não-sindrômicas (9). Entretanto, mesmo nesses estudos não

Page 39: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

3

há consenso sobre a investigação ou menção a exame físico dismorfológico, o que pode gerar

dificuldade na correta interpretação dos resultados.

A precisa caracterização do fenótipo é crucial para a compreensão tanto da

epidemiologia e da etiologia de qualquer malformação congênita, porque o poder para

detectar efeitos é enfraquecido quando grupos heterogêneos são tratados como uma única

entidade.

Embora várias síndromes mendelianas raras incluam fendas orais entre seus

sinais clínicos, a maioria dos casos de FOT são não sindrômicos e não mendelianos (12, 13).

Aproximadamente 70% de todos os casos de FLP e 50% dos casos de FP são considerados

não-sindrômicos ou isolados (7,12). Os demais casos são compostos por diversas síndromes

de malformações, incluindo mais de 600 síndromes mendelianas

(www.ncbi.nlm.nih.gov/omim/) (7).

Nos últimos anos, muito esforço tem sido realizado para se delinear os distúrbios

mendelianos e identificar os genes envolvidos em tais transtornos. No entanto, apenas uma

pequena parcela de indivíduos com fenda oral tem uma etiologia conhecida. As FOT

sindrômicas apresentam, muitas vezes, padrões de herança mendeliana e, portanto,

favoráveis à identificação das causas genéticas (14).

A grande parte dos casos de FLP ocorre de forma esporádica, mas em algumas

famílias há recorrência e até observa-se um padrão de herança mendeliana (12). Dessa

maneira, as FLPs podem ser classificadas como esporádica ou familial.

Apesar da patogênese da FLP ser complexa e multifatorial (12,13,15), a

importância dos fatores genéticos tem sido cada vez mais reconhecida, o que pode ser

comprovado pelos resultados de alta agregação familiar, por taxas de riscos de recorrência e

Page 40: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

4

pela elevação nas taxas de concordância de gêmeos monozigóticos (MZ) quando comparadas

aos dizigóticos (DZ) (16).

As fendas orais mostram forte agregação familiar e têm uma elevada taxa de

recorrência familiar em comparação com outros defeitos congênitos. O risco de recorrência

entre parentes de primeiro grau é aproximadamente 32 vezes maior do que o risco da

população geral para fenda de lábio com ou sem fenda de palato, e cerca de 56 vezes maior

para FP (17). Em estudos envolvendo gêmeos, a taxa de concordância é de 40% a 60% em

gêmeos MZ e é significativamente maior do que a observada em gêmeos DZ, que é apenas

de 3% a 5%. A alta taxa de concordância em gêmeos MZ fornece provas substanciais de um

forte componente genético (18,19).

A ocorrência de FLP e FP também se altera dependendo do sexo e lateralidade

da fenda. Os meninos são mais afetados por FLP do que as meninas na razão de 2:1. Por

outro lado, a proporção de FP é inversa, na razão de 1:2 meninos para meninas. Além disso,

as FL podem ser divididas em bilaterias ou unilaterais (20). Aproximadamente 75% das FL

são unilaterais. Entre as fendas unilaterais, aquelas que afetam o lado esquerdo são duas vezes

mais comuns que as fendas do lado direito (21).

Imediatamente após o nascimento, os indivíduos com FLP têm deformações

faciais, problemas na alimentação, e infecções recorrentes do ouvido médio. Desse modo, o

tratamento requer intervenções multidisciplinares: cirúrgicas, ortodônticas, fonoaudiólogicas

e psicológicas. Na idade de aquisição da fala, a terapia da fala é muitas vezes necessária para

corrigir problemas resultantes de defeitos musculares da fenda oral. À medida que o

indivíduo continua a crescer, defeitos no desenvolvimento dos dentes e má oclusão podem

exigir tratamento dentário especializado, por vezes, cirúrgico. A longa série de tratamentos,

Page 41: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

5

desde o nascimento até a idade adulta é um grande ônus para o paciente, a família e a

sociedade (19). Foram feitos vários esforços para compreender a etiologia da FLP, de modo

a prever a sua ocorrência e para impedi-la. Nos últimos anos, avanços na genética e biologia

molecular começaram a revelar a base do desenvolvimento craniofacial, e vários genes

associados com FLP foram identificados.

Diante da complexidade clínica e etiológica das FLPs, a avaliação genético-

clínica dos pacientes é fundamental para obtenção de diagnósticos consistentes e acurados.

No plano individual, o diagnóstico é a base para o planejamento do tratamento, a estimativa

do prognóstico, a adoção de condutas antecipatórias e o aconselhamento genético. Em

perspectiva populacional, permite o reconhecimento e a descrição do perfil de morbidade e

de fatores de risco específicos de determinada população e que podem ser alvos de ações

preventivas (22).

2. Desenvolvimento craniofacial

Para entender o desenvolvimento patológico, é fundamental entender os

mecanismos do desenvolvimento normal. As fendas orofaciais surgem do fracasso dos

processos de desenvolvimento craniofacial normal. O adequado desenvolvimento da face

requer a coordenação de uma série complexa de eventos e inclui o crescimento celular,

migração, diferenciação e apoptose.

O desenvolvimento da face começa na quarta semana de desenvolvimento

embrionário, quando as células da crista neural migram para formar os primórdios faciais: o

processo frontonasal, o par de processos mandibulares e o par de processos maxilares (PMx).

Page 42: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

6

Após a formação das proeminências faciais, os placoides nasais invaginam para formar a

processos nasais laterais (PNL) e mediais (PNM) (Figura 1) (23).

Vários eventos indutivos entre o prosencéfalo, mesencéfalo, rombencéfalo e

tecido da crista neural, que migram para o complexo craniofacial e arco faríngeo, ajudam a

formar as cinco proeminências faciais (24, 25). Os PMx são derivados a partir do primeiro

arco faríngeo e contribuem para os lados da face, lábios e do palato secundário (26). É a

diferenciação, o crescimento e a eventual fusão desses processos que resultam na formação

da face definitiva.

As células da crista neural desempenham um papel integral na morfogênese

facial. Pouco antes da fusão das pregas neurais para formar o tubo neural, células

neuroectodermicas adjacentes à placa neural migram para a região do nervo facial, onde

formam o esqueleto e tecido conjuntivo da face: ossos, cartilagens e todos os tecidos, exceto

o esmalte dental (27, 28). Assim o mesênquima facial é de origem da crista neural. Os

endotélios vasculares e musculares, no entanto, são de origem mesodérmica.

2.1.Desenvolvimento do lábio e do palato

Parte do desenvolvimento do lábio superior e nariz iniciam-se no final da 4ª

semana de gestação humana (11). Na 5ª semana de gestação, os PNM e PNL de cada uma

das placas nasais, áreas cujo mesênquima é derivado do prosencéfalo e de células da crista

neural, crescem para se tornar proeminências projetando-se frontalmente, rodeando um par

de sulcos nasais, que irão se desenvolver em narinas. Ao mesmo tempo, a região dorsal do

primeiro arco branquial do crânio expande frontalmente abaixo da região de desenvolvimento

Page 43: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

7

do olho para formar a PMx, enquanto a região ventral e mais caudal do primeiro arco torna-

se o maxilar inferior (11, 29, 30).

Durante a sexta e sétima semanas de gestação, as PNM e PNL sofrem um

crescimento direcional para convergirem e se fundirem com as PMx. Na superfície externa

as PNM e PMx parecem se encontrar, em primeiro lugar, na parte frontal dos sulcos nasais e

é seguida pela reunião das PNM e PNL na área interna do sulco nasal formando o lábio (30).

O palato é formado pela união de 2 elementos: o palato primário e o palato

secundário. O palato primário é definido como a parte do primórdio facial que, inicialmente,

separa a cavidade oral e nasal e inclui partes do PNM, do PNL, do processo frontonasal e do

PMx que contribuem para a separação das cavidades. O desenvolvimento normal do palato

primário envolve diversos eventos moleculares e celulares que estão intensamente

cronometrados. O palato primário inicialmente se forma em torno dos placóide olfativo em

desenvolvimento com a rápida proliferação do epitélio lateral e mesênquima subjacente. (31)

O palato secundário é definido como a parte do primórdio facial posterior ao

palato primário e inclui os dois processos palatais (PP) laterais que se projetam medialmente

para os PMx. Os primórdios do palato secundário formam o palato duro (osso), o palato mole

(o velum) e o osso alveolar e basal da maxila. Tal como acontece no desenvolvimento do

palato primário, o encerramento e a fusão do palato secundário exigem uma interação

complexa dos movimentos dos processos palatais, sendo a coordenação do crescimento entre

os processos e a apoptose ao longo da margem medial do epitélio dos processos palatais (31)

eventos criticamente cronometrados.

O palato secundário começa a se desenvolver na sétima semana de embriogênese

quando os PP surgem como conseqüências do PMx. Os PP desenvolvem verticalmente,

Page 44: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

8

elevam a uma posição horizontal, fazem contato e se fundem (32). Uma vez que os PP são

elevados e aproximados, eles se aderem na superfície de contato, sendo a fusão na linha ao

longo das bordas mediais e a apoptose do epitélio mecanismos essenciais para o

desenvolvimento normal do palato secundário. Fusão bem sucedida do palato secundário

resulta em separação completa das cavidades nasal e oral (Figura 1).

Figura 1: Diagramas esquemáticos do desenvolvimento do lábio e palato em humanos. (A)

Desenvolvimento da proeminência frontonasal, do par de processos maxilares, do par de

processos mandibulares que rodeiam a cavidade oral na quarta semana do desenvolvimento

embrionário. (B) Na quinta semana, os orifícios nasais se formam, o que leva à formação do

Page 45: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

9

par de processos nasal lateral e medial. (C) Os processos nasais mediais se fundiram com os

processos maxilares para formar o lábio superior e palato primário até o final da sexta

semana. Os processos nasais laterais formam a asa do nariz. Da mesma forma, os processos

mandibulares se fundem para formar o maxilar inferior. (D) Durante a sexta semana de

embriogênese, o palato secundário se desenvolve como consequência bilateral dos processos

maxilares, que crescem verticalmente para baixo do lado da língua. (E) Posteriormente, os

processos palatais elevam a uma posição horizontal acima da língua, entram em contato um

com o outro e começam a se fundir. (F) Fusão dos processos palatais, em última análise

divide o espaço oronasal em duas cavidades, oral e nasal (7).

2.2.Base embriológica da fenda labial e palatal

O momento exato do posicionamento das proeminências faciais durante o

desenvolvimento embrionário é crucial. Qualquer alteração poderá resultar na formação de

FLP. Fatores genéticos e ambientais que inibem o fluxo de células da crista neural ou

diminuem o seu número podem afetar as massas celulares, tornando inadequado ou

impossível o contato entre as proeminências faciais. O epitélio que cobre o mesênquima pode

não sofrer morte celular programada, impedindo a fusão dos placóides. Portanto, qualquer

mudança na posição do placóide nasal ou crescimento direcional anormal das proeminências

faciais pode resultar em fenda orofacial.

Assim, a FL resulta da falha da fusão da PNM e da PNL com a PMX, resultando

em uma lacuna, lateral a linha mediana, estendendo-se até o lábio superior e maxilar na narina

(20, 30, 31).

Page 46: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

10

As FP podem surgir devido a defeitos primários na palatogênese ou podem ser

secundárias aos distúrbios em outras estruturas craniofaciais. Os defeitos primários incluem

o crescimento deficiente dos PP, falha da elevação dos PP, falha da migração e fusão dos PP

e ruptura de pós-fusão nos PP (33, 34).

Os defeitos secundários podem ser distúrbios de crescimento ou da morfologia

de estruturas craniofaciais, incluindo a base craniana, e (ou) obstrução mecânica da elevação

dos PP pelo tamanho ou posicionamento anormal da língua (34, 35). Em alguns casos a

micrognatia é um fator que pode inibir a elevação dos PP, como pode ocorrer, por exemplo,

na síndrome de Pierre Robin.

Além disso, a FP resulta em uma comunicação com a cavidade nasal e é um

defeito de linha média relevante. Algumas estruturas adicionais que podem ser afetadas por

FP são: a dentição, o osso alveolar e basal do palato primário e a musculatura labial. Os

indivíduos com fenda de palato primário podem apresentar deslocamento dental, agenesia

dentária ou hipoplasia do pré-maxilar (20, 29, 31).

O movimento e o destino dos tecidos da crista neural para o primórdio facial são

controlados em parte por várias famílias de genes, compreendendo genes regulatórios

homeobox (HOXA-1- homeobox A1, HOXA-2- homeobox A2, HOXB-1- homeobox B1,

HOXB-3- homeobox B3, e HOXB-4- homeobox B4), genes OTX (homeobox orthodentical),

genes DLX (Drosophila distal-less homeobox), genes MSX (muscle segment homeobox) e

genes LHX (LIM homeobox) (31).

A rápida elevação dos PP resulta de uma série de mecanismos que podem estar

relacionados com a expressão dos genes FGF8 (fibroblast growth factor 8) e SHH (sonic

hedgehog) ao longo da borda medial do PMx (31). É também observada expressão

Page 47: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

11

aumentada de moléculas de adesão celular como TGF-β3 (transforming growth factor, beta

3) e caderina-N ao longo da margem medial dos PP, sendo que os mesmos podem causar

apoptose e diferenciação epitelial (31).

3. Etiologia

A etiologia das FLPs isoladas é multifatorial, sendo determinada por fatores

ambientais e genéticos (12, 36, 37, 38), porém os exatos fatores de risco associados com FLP

permanecem desconhecidos (7, 39).

As alterações em mais de um gene têm sido apontadas como necessárias para a

ocorrência de fendas orais, já que a formação dos lábios e do palato envolve vários processos

celulares (proliferação, diferenciação e adesão celular; e apoptose) com risco de falha.

Consequentemente, várias interações podem ocorrer entre genes que regulam esses processos

(12, 14, 38).

3.1.Fatores predominantemente ambientais

Dados epidemiológicos respaldam um papel para os fatores de risco ambientais

no desenvolvimento de fendas orais. A contribuição dos fatores ambientais na etiologia das

FOT é sugerida por diversos estudos. Alguns teratógenos humanos estão associados à FLP,

entre eles: álcool etílico e tabaco (12, 15, 34, 40).

O uso de álcool materno, além de causar a síndrome do alcoolismo fetal, também

aumenta o risco de FLP. Munger et al. (41) mostrou que o consumo materno aumentou o

Page 48: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

12

risco de FLP de 1,5 a 4,7 vezes de uma forma dose-dependente. Os resultados foram apoiados

por Shaw e Lammer (42), que mostraram que as mães que consumiam mais de cinco doses

por dia tiveram 3,4 vezes mais risco de ter um bebê com FLP. O consumo de nível baixo de

álcool, no entanto, não parece aumentar o risco de fendas orais. (43).

Enquanto o álcool é um teratógeno estabelecido (44), o uso de álcool materno

relacionado a fendas orais tem sido inconsistente (45). Algumas evidências que fundamentam

a relação entre o consumo de álcool materno e fendas orais vêm de uma associação entre

fendas orais e variantes genéticas no gene álcool desidrogenase ADH1C (alcohol

dehydrogenase 1C (class I) gamma polypeptide) (46). Além disso, um estudo recente

demonstrou que a combinação de variantes ADH1C com reduzida atividade enzimática e uso

intenso de álcool materno aumentou o risco de fendas orais (47). A influência do álcool

também pode ser combinada com outros fatores de risco, tais como nutrição, tabagismo e

estresse.

O tabagismo materno tem sido consistentemente associado com um risco

aumentado de FOT, com um risco atribuível à população estimada de até 20% e um odds

ratio (OR) de 1.3 para FLP (48). Quando o tabagismo materno foi considerado junto com

uma história genética positiva, o efeito combinado foi mais significativo. Além disso, van

Rooij et al. (49) descobriram que o genótipo materno glutathione S-transferase theta 1

(GSTT1), quando combinado com o fumo, pode aumentar significativamente o risco de FLP

(OR = 4,9). Beaty et al. (50) relataram que o tabagismo materno e genótipos MSX1 (msh

homeobox 1) em fetos agiriam em conjunto para aumentar o risco de FLP em 7,16 vezes. O

genótipo materno MTHFR [methylenetetrahydrofolate reductase (NAD(P)H)] parece afetar

Page 49: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

13

o risco de FOT, mas os estudos não são consistentes (51, 52, 53). Observa-se, portanto, a

existência de interação de fatores genéticos com ambientais na gênese de FLP, de modo geral.

O estado nutricional de mulheres grávidas também tem recebido bastante atenção

com respeito à incidência de fendas orais. Durante a gestação, a baixa ingestão de vitaminas

do complexo B concomitante com a exposição excessiva ou deficiente à vitamina A foram

associadas a um risco aumentado de fendas orais (15).

A nutrição durante a gravidez tem sido sugerida como um outro fator de

contribuição com base em estudos observacionais e de intervenção, utilizando suplementos

de ácido fólico como medida preventiva (54). O efeito benéfico da utilização do folato, no

entanto, permanece controverso e não tem sido consistentemente replicado (54, 55). Outros

nutrientes, incluindo o colesterol (56), o zinco (57) e o uso de multivitaminas em geral (58)

também têm sido estudados, mas é preciso ser expandido para populações maiores.

Finalmente, outras exposições a teratógenos e toxinas ambientais também têm

sido associadas ao aumento do risco de fendas orais (59), tal como ácido retinóico, ácido

valpróico, trimetadiona, talidomida e drogas anticonvulsivantes, como a fenitoína, (12, 15,

34, 39, 40, 60).

Page 50: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

14

3.2.Fatores predominantemente genéticos

As causas genéticas das FLPs incluem rearranjos cromossômicos,

susceptibilidade genética a teratógenos e mutações patogênicas em múltiplos genes (61).

Existem aproximadamente 600 síndromes genéticas já descritas associadas à FLP, sendo que

mais da metade têm um padrão de herança monogênica (62, 63).

As alterações cromossômicas são mais frequentemente encontradas em pacientes

com fendas orais associadas a síndromes multissistêmicas complexas. Dentre estas,

destacam-se as trissomias do 13 (Síndrome de Patau) e do 18 (Síndrome de Edwards),

deleção 4p (Síndrome de Wolf-Hirschhorn, VWS), deleção 18q (Síndrome de deleção 18q)

e microdeleção 22q11 (Síndrome Velocardiofacial ou Síndrome de DiGeorge).

A variação genética em mais de um gene tem sido apontada como necessária para

a ocorrência de fendas orais, já que a formação dos lábios e do palato envolve vários

processos celulares e que a falha em qualquer um desses pode ocasionar a fenda oral.

Consequentemente, variações e interações podem ocorrer entre genes que regulam esses

processos (38).

A diversidade de eventos embriológicos que contribuem para a formação das

estruturas faciais se reflete no grande número de genes conhecido ou suspeito de estar

envolvido na etiologia das FOT (19).

A seguir, apresenta-se um breve resumo de alguns dos principais genes

candidatos para fendas orais e suas respectivas funções em vias genéticas conhecidas por

moldar o complexo craniofacial.

Page 51: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

15

3.2.1. Genes candidatos e vias envolvidas na etiologia de FLP

3.2.1.1.Fatores de sinalização extracelular

O destino das células é regulado por moléculas de sinalização. Estas são

substâncias químicas (hormônios, neurotransmissores, entre outros) sintetizadas e segregadas

por células com a finalidade de comunicação extracelular. Após a ligação aos seus

respectivos receptores de superfície celular, estas moléculas sinalizadoras iniciam uma cadeia

de eventos moleculares e ativam fatores de transcrição específicos (proteínas que se ligam

diretamente ao DNA - ácido desoxirribonucleico). Esses fatores de transcrição ligam-se a

regiões reguladoras do genoma e ativam a expressão ou a repressão de conjuntos específicos

de genes que controlam o comportamento das células. O processo acima é um evento crucial

e repetido no desenvolvimento do embrião e a base para a formação correta de todas as

estruturas embrionárias, incluindo o crânio (64). Estudos sobre desenvolvimento orofacial

têm identificado várias moléculas de sinalização (principalmente fatores de crescimento) e

fatores de transcrição.

Os fatores de crescimento são moléculas de peptídeo ou hormônios esteroides

que estimulam o crescimento, a proliferação e a diferenciação celular. Os eventos

moleculares que estão na base da formação de estruturas orofaciais estão sob o estrito

controle de uma variedade de genes que pertencem principalmente a quatro famílias de

fatores de crecimento que são bem conservadas entre diferentes espécies: FGF (fibroblast

growth fator), SHH, WNT (wingless-type MMTV integration site family) e TGFβ

Page 52: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

16

(transforming growth fator beta), que inclui as proteínas morfogenéticas ósseas (BMP - Bone

morphogenetic protein) e ativinas (65).

3.2.1.1.1. Superfamília TGFβ

A superfamília de fatores de crescimento TGFβ regulam muitos aspectos do

desenvolvimento do esqueleto, incluindo formação da cartilagem e óssea, modelação da

mesoderme, e desenvolvimento craniofacial e de membros (66). Este grupo de fatores de

crescimento e de diferenciação incluem TGF-β, proteínas morfogênicas ósseas (BMP), e

moléculas sinalizadoras ativinas (67).

A inativação do receptor do gene TGFβ3 (TGFβR2 - transforming growth factor,

beta receptor II) em células da crista neural de camundongo resultou em FP e anomalias na

formação do crânio (68, 69), implicando, assim, a via de sinalização TGFβ na cascata

molecular que determina o desenvolvimento craniofacial. A inativação de outro receptor do

gene TGFβ (TGFBR1 - transforming growth factor, beta receptor 1) em camundongos

provoca fendas unilaterais ou bilaterais no lábio superior (70), indicando que a via TGFβ

pode ser também importante na formação do lábio.

Embora os outros membros da família TGFβ sejam temporal e espacialmente

expressos no desenvolvimento do palato, apenas o knockout Tgfb3 inibe a fusão dos PP em

camundongos (71,72,73). Em humanos, foi observada uma ligação significativa entre a

região do gene TGFB3 e fenda de lábio com ou sem fenda de palato isolada (74), apesar de

uma falta de associação com este gene em estudos anteriores (75).

Page 53: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

17

Como outros membros da superfamilia TGF-β, as BMP exercem os seus efeitos

ligando-se a dois tipos de receptor serina/treonina kinases (tipo I e II) ligadas à membrana

(76). Existem três receptores tipo I (ACVR1 - activin A receptor, BMPR1A - bone

morphogenetic protein receptor, type IA e BMPR1B - bone morphogenetic protein receptor,

type IB) e três receptores tipo II (BMPR2 - bone morphogenetic protein receptor, type II,

ACVR2A - activin A receptor, type IIA e ACVR2B - activin A receptor, type IIB) conhecidos

por mediar sinais de BMP (52). Após a ligação de uma proteína BMP ao ligando, o receptor

de tipo II fosforila o receptor de tipo I. Por sua vez, o receptor tipo I fosforila e ativa um

grupo de co-ativatores transcricionais denominados Smads, seguido por translocação do

complexo para dentro do núcleo e da ativação da transcrição de genes-alvo específicos

(76,77), incluindo genes Msx (50).

Mais de 20 membros foram identificados na família BMP (49). São classificados

em cinco subfamílias com base em estudos filogenéticos e semelhança de sequências: (1)

subfamília dpp é composta de BMP2 (bone morphogenetic protein 2) e BMP4 (bone

morphogenetic protein 4) devido à sua semelhança com o gene Drosophila dpp; (2)

subfamília 60ª que inclui BMP5 (bone morphogenetic protein 5), BMP6 (bone

morphogenetic protein 6), BMP7 (bone morphogenetic protein 7) e BMP8 (bone

morphogenetic protein 8); (3) BMP3 (bone morphogenetic protein 3) e GDF10 (growth

differentiation factor 10) em conjunto constituem uma subfamília única; (4) GDF5 (growth

differentiation factor 5), GDF6 (growth differentiation factor 6), GDF7 (growth

differentiation factor 7) constituem outro subgrupo nesta família, e (5) Nodal (nodal growth

differentiation factor) e Lefty (left-right determination factor ) são membros distantes da

subfamília BMP (78, 79).

Page 54: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

18

Os genes BMP2 e BMP4 são expressos em determinados momentos e em regiões

específicas do epitélio nasal, do maxilar e dos processos mandibulares (80). Em experiências

em que Noggin, uma molécula que antagoniza a ação de moléculas de BMP, foi aplicado

sobre os processos faciais de embriões em desenvolvimento, a forma e o tamanho dos

processos faciais foram alterados de forma significativa (81). Além disso, a superexpressão

ou inibição da sinalização de BMP em embriões causa FL (82).

O gene Bmp4 parece ser particularmente importante na fusão do lábio e do palato.

Em modelo de camundongo condicional knockout Bmp4, todos os embriões apresentavam

fenda de lábio bilateral no 12º dia pós concepção, mas por volta de 14,5 dias pós concepção,

apenas 22% ainda exibiram fenda de lábio (83,84). Assim, várias fendas iniciais pareciam ter

sido curadas no utero, possivelmente através de complementação ou regulação de outros

genes Bmp (30).

3.2.1.1.2. Fatores de crescimento de fibroblastos

A via de sinalização do fator de crescimento de fibroblastos (FGF) é altamente

conservada evolutivamente e desempenha funções importantes em vários aspectos do

desenvolvimento craniofacial, incluindo indução da crista neural, esqueletogênese e

interações epitélio-mesenquimal (78). Múltiplos membros da família FGF são expressos em

domínios que se sobrepõem durante o desenvolvimento nasal e região média da face (85).

A via de sinalização FGF está ativa tanto no epitélio quanto no mesênquima facial

e está envolvida, principalmente, na estimulação da proliferação celular. As mutações nas

Page 55: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

19

moléculas FGF ou em seus receptores podem resultar em craniossinostoses (86,87), o que

reflete o papel da sinalização do FGF nos processos de osteogênese e condrogênese.

Provas convincentes ligando fenda orofacial com os membros da família FGF e

seus receptores têm sido obtidas a partir de estudos em animais transgênicos. Os

camundongos que carregavam uma deleção no gene que codifica tanto fgf10 (fibroblast

growth factor 10) como fgfr2 (fibroblast growth factor receptor 2) possuiam um fenótipo de

FP (88). O gene Fgf8, por exemplo, é expresso no desenvolvimento do ectoderma e do

endoderma do arco faríngeo durante a migração de células da crista neural através dos arcos

da faringe (89).

Durante a formação do palato, as moléculas de FGF e seus receptors são

expressas nos PP em desenvolvimento (90). Nos seres humanos, as mutações nos genes

FGFR1 (fibroblast growth factor receptor 1), FGFR2, e FGFR3 (fibroblast growth factor

receptor 3) são associadas com craniossinostose e outras malformações face-esqueléticas

(91). Um bom exemplo é a síndrome de Apert, causada por mutações no gene FGFR2, na

qual em torno de 75% dos pacientes apresentam FP ou úvula bífida (92). Por outro lado,

mutações com perda de função do gene FGFR1 são encontradas em KAL2 (Kallmann

Syndrome 2), uma forma autossômica dominante da síndrome de Kallmann associada com

hipogonadismo, anosmia e fenda oral em cerca de 5% a 10% dos pacientes (93,94). Tal como

acontece com a síndrome de Van der Woude (VWS), alguns indivíduos com KAL2 podem

apresentar fendas como o único componente do fenótipo, o que reforça a necessidade de

avaliações fenotípicas criteriosas e de mapeamentos genéticos (95).

O seqüenciamento de 12 genes FGF em 184 indivíduos com FLP isolada

identificou sete potenciais mutações causadoras de doenças, incluindo uma mutação sem

Page 56: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

20

sentido no gene FGFR1, mutação de novo de sentido trocado no gene FGF8, e outras

variantes de sentido trocado nos genes FGFR1, FGFR2 e FGFR3. Curiosamente, a mutação

sem sentido foi identificada em um paciente com síndrome de Kallmann e seu pai com apenas

FLP isolada, destacando questões de não penetrância na identificação de mutações em fenda

de lábio com ou sem fenda de palato isolada (96).

3.2.1.1.3. SHH

O gene Sonic Hedgehog (SHH) é o principal membro da família Hedgehog que

está associado com eventos fundamentais de desenvolvimento durante a embriogênese

orofacial (97). A sinalização Shh é essencial para a normal padronização e o crescimento da

face. A análise de interações entre os genes Shh e Fox indicam que os genes Fox pelo menos

medeiam parcialmente a ação de genes Shh no desenvolvimento facial (98). Nos seres

humanos, a perda de um alelo SHH é suficiente para causar holoprosencefalia

(desenvolvimento anormal do prosencéfalo e face) (99,100).

A sinalização celular é iniciada através da ligação de Shh ao seu receptor de

superfície celular patched homolog 1 (Ptch1) para ajudar na repressão basal de Smoothened

(Smo) (101). Smo então ativa a família GLI de fatores de transcrição zinc-finger para a

transdução do sinal Shh para o núcleo.

O PTCH é um gene supressor de tumores localizado em 9q22.3, na vizinhança

de uma região altamente provável de possuir um gene candidato forte para fendas orofaciais

(74). Mutações em vários membros da via SHH (por exemplo, PTCH1 - patched 1, PTCH2

- patched 2, GLI2 - GLI family zinc finger 2, GLI3 - GLI family zinc finger 3, SMO -

Page 57: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

21

smoothened, frizzled class receptor) podem levar a diferentes defeitos congênitos, incluindo

holoprocencefalia, síndrome de Gorlin, síndrome de Pallister-Hall, síndrome Rubinstein-

Taybi e câncer (97). A Síndrome de Gorlin, por exemplo, é causada por mutações no gene

PTCH e está associada com FP em 5% dos casos (102). Devido a esta associação com fendas

orais, o gene PTCH foi examinado quanto a mutações em casos isolados de fenda de lábio

com ou sem fenda de palato. Sendo que sete novas variantes normais, distribuídas ao longo

de todo o gene, e três mutações missense foram encontrados entre os casos de fenda de lábio

e/ou palato. (103).

A rede de sinalização do Fgf-Shh pode também desempenhar um papel

importante na coordenação de interações epitélio-mesênquimal durante os estágios iniciais

de desenvolvimento do palato (88,104). O sistema de sinalização Fgfr2b/FGF10 foi

demonstrado ser crítico para o desenvolvimento normal do palato secundário (88). É

importante ressaltar que a eliminação do receptor ou do ligando resulta em perda de expressão

de Shh, indicando que a sinalização Fgf e Shh são componentes da mesma via de

palatogênese.

3.2.1.1.4. WNT

Em seres humanos, a família WNT de moléculas de sinalização é composta por

19 membros. As moléculas de WNT atuam através de receptores específicos (Frizzled 1-10)

para ativar os sinais intracelulares que ditam uma variedade de ações celulares (64).

A via de sinalização WNT consiste em uma grande família de moléculas

secretoras que desempenham funções importantes em uma variedade de processos do

Page 58: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

22

desenvolvimento (105). A transdução de sinal é iniciada quando as proteínas WNT se ligam

a receptores de superfície celular Frizzled, resultando na ativação da proteína citoplasmática

Dishevelled (106).

Durante o desenvolvimento craniofacial inicial no embrião de camundongos, os

membros da família WNT são expressos em locais de iniciação dos dentes no epitélio oral,

no mesênquima da elevação dos PP, e em locais de futura formação óssea da maxila e da

mandíbula (107).

A perda da função de WNT em vertebrados provoca uma grande variedade de

defeitos de desenvolvimento. Em humanos, uma mutação no gene WNT3 (wingless-type

MMTV integration site family, member 3) tem sido associada a uma condição rara chamada

tetra-amelia (108). Indivíduos com tetra-amelia não têm os quatro membros e muitas vezes

têm fenda de lábio com ou sem fenda de palato. Algumas mutações no gene WNT7A

(wingless-type MMTV integration site family, member 7A) têm sido associadas com síndrome

de Fuhrmann que também envolve anomalias de membros e FLP (109).

Muitos dos componentes de sinalização Wnt são partilhados por outras vias de

sinalização. A expressão do WNT é frequentemente coincidente com a expressão de

moléculas das familías Hedgehog e TGF (107). A inativação da sinalização WNT em

camundongos provoca fenda de lábio com ou sem fenda de palato (110).

3.2.1.1.5. Fatores de transcrição

Os genes do tipo fator de transcrição têm grande atuação no desenvolvimento

embrionário precoce. Estes genes atuam no controle da transcrição de outros genes

codificadores de proteínas estruturais, reguladoras ou enzimáticas (111).

Page 59: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

23

3.2.1.1.5.1. IRF6

O gene IRF6 (interferon regulatory factor 6) pertence a uma família de nove

fatores de transcrição (112) e é fortemente expresso no ectoderma da borda dos PP antes e

durante a formação do palato secundário (113,114,115). Os membros da família IRF

(interferon regulatory fator) são conhecidos por regular uma variedade de mecanismos de

defesa. Os camundongos deficientes de genes irf1 (interferon regulatory fator 1), irf2

(interferon regulatory fator 2), irf3 (interferon regulatory fator 3), irf4 (interferon regulatory

fator 4), irf5 (interferon regulatory fator 5), irf7 (interferon regulatory fator 7), irf8

(interferon regulatory fator 8) ou irf9 (interferon regulatory fator 9) têm uma resposta

imunitária comprometida (116). Estes camundongos, no entanto, não manifestam quaisquer

anormalidades embriológicas. Em contraste, camundongos irf6 nulos têm pele,

desenvolvimento craniofacial e membros anormais (112), consistente com a distribuição

fenotípica em pacientes com VWS e síndrome pterígio poplíteo (PPS).

Do grande número de genes candidatos que se acredita contribuir na etiologia de

fenda oral, o gene IRF6 está entre os poucos que tem mostrado um grau convincente de

consistência entre os estudos (5,117). As mutações neste gene são conhecidas por causar dois

distúrbios autossômicos dominantes: VWS e PPS (112,118). A VWS é um dos melhores

modelos para fenda de lábio com ou sem fenda de palato isolado, em que em torno de 15%

dos indivíduos afetados são clinicamente indistinguíveis de fendas orais isoladas. Estas

observações rapidamente levaram à hipótese de que variantes genéticas no gene IRF6

também podem estar envolvidas na etiologia das fendas orais isoladas, o que foi

posteriormente confirmada em um grande conjunto de dados de cerca de 2000 famílias

Page 60: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

24

composta por 10 populações de ascendências diferentes (119) e replicada de forma

independente em vários estudos (117).

As mutações no domínio de ativação da transcrição do gene IRF6 foram

demonstradas como inibidoras da ativação da transcrição (120). Um avanço na compreensão

de como o gene IRF6 afeta o risco de fenda de lábio com ou sem fenda de palato isolada foi

a recente identificação de um SNP (rs642961) que interrompeu o sítio de ligação para o fator

de transcrição AP-2α dentro de um elemento enhancer IRF6 altamente conservado (5). A

ligação entre IRF6 e AP-2α é particularmente notável, dado o fato de que os dados anteriores

demonstraram um papel essencial para a AP-2α no desenvolvimento craniofacial (121). Além

disso, os camundongos que carregam tanto células tipo selvagem quanto AP-2α nulo tem

FLP e pronunciada dismorfologia mandibular e maxilar, consistente com desenvolvimento

anormal das proeminências faciais (122).

Algumas mutações no gene TFAP2A [transcription factor AP-2 alpha (activating

enhancer binding protein 2 alpha)], o gene que codifica AP-2α, causam síndrome brânquio-

óculo-facial, caracterizada por algumas das mesmas características observadas em VWS

(fendas orais) (123). Por último, o gene TFAP2A está localizado no cromossomo 6p24 onde

anomalias cromossômicas têm sido associadas à fenda orais (63). Assumidos em conjunto,

estes resultados colocam IRF6 e AP-2α em uma via de desenvolvimento comum em que suas

alterações podem contribuir para a patogênese de fenda de lábio com ou sem fenda de palato.

Page 61: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

25

3.2.1.1.5.2. FOXE1

Nos seres humanos, uma mutação de perda de função no gene FOXE1 (forkhead

box E1, thyroid transcription factor 2) foi associada à síndrome Bamforth-Lazarus, que inclui

agenesia da tireóide, defeitos do folículo piloso, atresia de coanas, e FP entre as

características clínicas (124). Alguns estudos apoiam uma função para o gene FOXE1 em

FLP isolada. O sequenciamento direto de 184 pacientes com fenda de lábio com ou sem fenda

de palato isolado detectou mutações de sentido trocado no gene FOXE1 em dois pacientes

não relacionados e nenhuma das mutações detectadas foram encontradas em 186 controles

(125).

Além disso, uma meta-análise de 13 estudos tipo genome-wide observou um

grande sinal de ligação no cromossomo 9q21 (74), que está proximo dos genes FOXE1

(9q22) e PTCH (9q22.3). Outro estudo do tipo genome-wide em 820 famílias com fenda de

lábio com ou sem fenda de palato mostrou que a região FOXE1 foi mais significativamente

presente em famílias em que alguns ou todos os indivíduos afetados têm fenda de lábio com

ou sem fenda de palato (126).

3.2.1.1.5.3. Fatores de transcrição T-box

As mutações encontradas no gene TBX22 (T-box 22) foram a causa de fenda

palatal ligada ao X (FPX), geralmente associada à anquiloglossia (127). Subsequentemente,

mutações no gene TBX22 também foram encontradas em casos de FP isolada (128,129). Em

Page 62: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

26

camundongos, a expressão do gene Tbx22 está localizada no desenvolvimento dos PP e na

base da língua, onde a anquiloglossia é observada (130,131).

Dois membros adicionais da família T-Box, TBX1 (T-box 1) e TBX10 (T-box 10),

têm sido implicados na patogênese de fenda de lábio com ou sem fenda de palato. Aspectos

genéticos da síndrome de deleção 22q11.2 são complexos, mas mutações no gene TBX1

foram identificadas em um pequeno número de pacientes com esta condição clínica

(132,133,134). Uma proporção significativa de pacientes com síndrome de deleção 22q11.2

têm anomalias palatais, incluindo FP em 9 a 11% dos casos (135).

Além disso, a expressão ectópica do gene tbx10 resulta em FLP em camundongos

transgênicos (137) e as mutações neste gene também foram encontras em casos de fenda de

lábio com ou sem fenda de palato (125).

3.2.1.1.5.4. MSX1

O gene MSX1, localizado no cromossomo 4p16, é fortemente expresso em células

da crista neural (138). As proteínas MSX são conhecidas por desempenharem uma função

chave nas interações dos tecidos epitélio-mesenquimal durante o desenvolvimento

craniofacial (139). Em humanos, mutações sem sentido no gene MSX1 foram responsáveis

por agenesia dentária e fendas orais (140). O gene MSX1 também é deletado em pacientes

com WHS, causada por deleções na região 4p16.3 (141). Entre uma série de características

clínicas, os pacientes com WHS apresentam defeitos de fechamento, tais como FLP,

coloboma do olho e defeitos de septo cardíaco.

Page 63: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

27

Um estudo recente mostrou que variantes raras nos genes TGFA (transforming

growth factor, alpha) e MSX1 poderiam aumentar o risco de FP em até 9,7 vezes,

demonstrando a importância da interação gene-gene na etiologia de fenda oral (142).

Jezewski et al. (143) identificaram uma mutação no gene MSX1 em 3 de 242 filipinos com

fenda de lábio com ou sem fenda de palato. Suzuki et al. (144) e Vieira et al. (125)

identificaram uma mutação de sentido trocado no gene MSX1 em pacientes com fenda de

lábio com ou sem fenda de palato vietnamitas e filipinos. O sequenciamento completo do

gene MSX1 revelou que 2% dos pacientes com fenda de lábio com ou sem fenda de palato

isolada possui mutações nesse gene (143).

3.2.1.1.5.5.VAX1

O gene Vax1 (ventral homeobox anterior 1) é um regulador transcricional que

contém um domínio homeobox DNA binding. Os marcadores em/ou próximo ao gene VAX1

tiveram significância em estudos genome-wide realizados por Mangold et al. (145) e

GENEVA Cleft Consortium (146). Esta associação foi replicada em três populações asiáticas

independentes (147). O gene Vax1 é expresso em diversas estruturas craniofaciais e

camundongos deficientes de Vax1 desenvolvem FP (147).

3.2.1.1.5.6.JAG2

O gene JAG2 (jagged 2) codifica um ligando para a família de receptores

transmembranares Notch, que estão envolvidos em um mecanismo essencial de sinalização

Page 64: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

28

necessário para o desenvolvimento normal do palato (149). Em estudos de associação de base

familiar, evidências do envolvimento do gene JAG2 em fenda de lábio com ou sem fenda de

palato foram obtidas a partir de análises de haplótipos utilizando ensaios globais e testes de

associação de haplótipos (125,150).

Interessantemente, os dados mais significativos em ambos os estudos ocorriam

quando haplótipos incluíam o polimorfismo não sinônimo, rs1057744. Recentemente, tem-

se demonstrado que os genes IRF6 e JAG2 têm vias moleculares convergentes durante a

diferenciação do epitélio oral, e esta sinalização integrada é essencial para o controle da

adesão e fusão palatal (151). Jagomägi et al. (152) encontraram associação do SNP (Single-

Nucleotide Polymorphism) rs1022431, onde o alelo A foi associado a um risco mais elevado

de fenda de lábio com ou sem fenda de palato. A associação mais significante com o fenótipo

de FP entre todos os genes candidatos rastreados neste estudo foi observada para o SNP

rs11624283 no gene JAG2. Estes resultados indicam que as variantes JAG2 podem estar

envolvidas na etiologia das fendas orais em diferentes populações.

3.2.1.1.5.7. PAX9

O gene PAX9 (paired box gene 9), localizado em 14q12-q13, codifica um fator

de transcrição. Em camundongos, o gene Pax9 é expresso no mesênquima dos PP e nos

dentes. Além disso, apresentaram fenda de palato secundário, agenesia dentária e outras

anormalidades (153). As mutações no gene PAX9 em humanos são relatadas como

causadoras de hipodontia de molares que são frequentemente acompanhados por fenda de

lábio com ou sem fenda de palato (154).

Page 65: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

29

3.2.1.2. Modificação de proteínas

3.2.1.2.1. SUMO

O gene SUMO (Small ubiquitin-like modifier 1) modifica várias proteínas

celulares e participa de vários processos celulares, tais como transporte nuclear, regulação da

transcrição, apoptose e estabilidade da proteína (155). Além disso, as deleções envolvendo o

gene SUMO1 foram recentemente identificadas em uma pesquisa de microdeleções entre um

grande número de genes candidatos para fendas orais (156).

Recentemente, foi proposto que podem existir interações sinérgicas entre a via

de sinalização do FGF e SUMO, e fatores de risco ambiental causando fenda de lábio com

ou sem fenda de palato (91). É importante observar que vários genes previamente associados

com fendas orais também são alvos de modificação SUMO (por exemplo TBX22, MSX1,

SATB2 - SATB homeobox 2, TP63 - tumor protein p63, PAX9, TRPS1 -

trichorhinophalangeal syndrome I e EYA1 - EYA transcriptional coactivator and

phosphatase 1) (91).

3.2.1.3. Outros genes e loci candidatos

3.2.1.3.1. Região 19q13.1

A evidência de um locus de suscetibilidade para fenda oral na região 19q13.1 foi

encontrada a partir de estudos de ligação e associação (35,157,158). Yoshiura et al (159)

Page 66: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

30

relataram uma família com FLP em três gerações, sendo que todos os membros afetados

tiveram uma translocação equilibrada no cromossomo 19q13. Uma variedade de genes foi

estudada, incluindo BCl3, PVRL2, CLPTM1.

O gene BCL3 (B-cell CLL/lymphoma 3) é um proto-oncogene que está envolvido

na proliferação celular, diferenciação e apoptose. O PVRL2 (poliovirus receptor-related 2) é

uma glicoproteína transmembranar que pertence à família dos receptores do poliovírus. As

mutações em uma proteína relacionada, PVRL1 (poliovirus receptor-related 1), são

conhecidos por causar a síndrome autossômica recessiva chamada síndrome Margarita

Island (160), e heterozigotos para a mutação PVRL1 W185X tem risco aumentado para FLP

isolada (161).

Por meio de clonagem e de pontos de quebra foi revelado um novo gene

denominado CLPTM1 (cleft lip and palate associated transmembrane protein 1). O gene

CLPTM1 codifica uma proteína transmembranar que é expressa em tecidos embrionários.

Oito variantes raras de CLPTM1 foram encontrados em 74 pacientes com FLP isolada, mas

nenhuma foi significativamente associada à FLP. Os autores concluíram que o gene CLPTM1

não era um dos principais contribuintes para FLP. Por outro lado, a mesma região do

cromossomo 19q13 tem sido implicada na etiologia de FLP por meio de estudos de ligação

e de desequilíbrio de transmissão (162,163) Assim, o gene CLPTM1 ou outros genes nesta

região ainda podem ser associados à FLP.

Page 67: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

31

3.2.1.3.2. RARA

Chenevix-Trench et al. (164) descreveram uma significativa diferença na

freqüência de alelos do gene RARA (retinoic acid receptor, alpha) entre casos de fenda de

lábio com ou sem fenda de palato e controles. Shaw et al. (165), mostraram que os genes da

região do gene RARA, ou variações genéticas nesse locus estão envolvidos na formação de

defeitos de fenda de lábio com ou sem fenda de palato utilizando análise de ligação. Eles

também encontraram uma diferença significativa na freqüência alélica de D17S579 (um

marcador microssatélite perto de RARA) entre FLP e FL. Ao contrário, Vintiner et al. (166),

e Stein et al. (162) não encontraram ligação entre RARA e fenda oral, assim, excluindo-se

qualquer relação entre o gene RARA e fenda oral.

Caricini et al. (2007) com um estudo baseado em família, apoia o papel do gene

RARA em fendas orais. Resultados semelhantes também foram obtidos por Maestri et al.

(168). Kanno et al. (169) não encontraram qualquer associação entre o gene RARA e fenda

de lábio com ou sem fenda de palato na população japonêsa. Peanchitlertkajorn et al. (170)

investigaram vários loci no cromossoma 17, incluindo RARA, em famílias chinesas e

descobriram que a variação genética dentro do locus de RARA ou próximo dele, parece estar

envolvida na patogênese das fendas orais não sindromicas nesta população.

3.2.1.3.3. ERBB2

O gene ERBB2 (receptor tyrosine-protein kinase erbB-2, precursor) é 642088

pares de bases upstream do gene RARA. Uma vez que eles são relativamente próximos um

Page 68: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

32

do outro, a associação referida anteriormente entre o gene RARA e fendas orais realmente

pode ser decorrente de variações no gene ERBB2. O gene ERBB2 é essencial no complexo

receptor-neuregulina mas não é ativado pelo EGF (fator de crescimento ectodérmica) ou

TGFA (fator de crescimento transformante alfa) (171).

3.2.1.3.4. AXIN2

Os membros da família de genes Wnt têm sido associados com fendas orais em

seres humanos e camundongos (172,173,174). O gene AXIN2 (axis inhibition protein 2) é

um regulador negativo da via de WNT devido ao seu papel na degradação de β-catenina.

Algumas mutações no gene AXIN2 têm sido associadas com o aumento da susceptibilidade

ao câncer (175,176,177), e em alguns casos foram detectados segregando juntamente com

agenesia dentária familiar (175). Além disso, foi descrita associação de uma mutação de

sentido trocado no gene AXIN2 (rs2240308, P50S) com a etiologia de fenda de lábio com ou

sem fenda de palato (174).

Diante desse pequeno resumo de alguns genes candidatos em fendas orais

percebemos que, de fato, o conhecimento da base molecular das fendas orais é crítico para

melhorar a acurácia do aconselhamento genético e a proposição de ações preventivas

populacionais. Embora muito já se tenha avançado, ainda persistem lacunas importantes tanto

em relação ao número e a contribuição de genes específicos em casos isolados e associados

a outros defeitos congênitos, quanto às interações gene-gene e gene-ambiente e às correlações

genótipo-fenótipo. A complexidade etiológica intrínseca das fendas orais, a heterogeneidade

Page 69: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

33

de métodos de estudo empregados e o pequeno tamanho das casuísticas, são importantes

obstáculos na caracterização destes aspectos.

Sendo assim, a identificação de genes envolvidos na etiologia das FLP tem sido

objetivo de várias pesquisas com diferentes estratégias metodológicas, entre elas a seleção

de genes candidatos baseados na análise do padrão de expressão gênica em modelos animais,

estudos do tipo análise de ligação e estudos de associação alélica.

4. Metodologias para o estudo de FLP isolada

Atualmente, existem vários genes e loci genéticos que possuem participação na

etiologia de FLP determinados a partir de várias linhas de evidências. Assim, uma variedade

de abordagens genéticas tem sido utilizada para identificar vários genes e vias genéticas

críticas envolvidas no desenvolvimento craniofacial.

Os genes candidatos para FLP têm sido propostos em abordagens comuns como

estudos de associação alélica e análise de ligação (74,75,178). Outra estratégia comum

seleciona genes candidatos de modelos animais baseados no padrão de expressão desses

genes no desenvolvimento da face (179,180,181,182,183,184).

Portanto, a seleção de genes candidatos baseia-se, tipicamente, em

conhecimentos prévios sobre os processos biológicos envolvidos e pode utilizar uma

variedade de fontes, a partir de modelos animais a síndromes mendelianas com presença de

fenda oral no seu fenótipo. Os modelos animais têm provado ser muito úteis na identificação

de mutações genéticas responsáveis por malformações em humanos (95). Os camundongos

com dismorfismos craniofaciais são particularmente apropriados como modelos para a

Page 70: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

34

malformação do palato humano, uma vez que o desenvolvimento facial precoce e a

morfologia dos camundongos são semelhantes à dos seres humanos (185,186).

Além disso, os genes candidatos também podem ser selecionados com base em

seus papéis em síndromes que incluem fenda como parte do fenótipo (65). A análise de

expressão é outra ferramenta poderosa na identificação de genes candidatos. O Craniofacial

and Oral Gene Expression Network Database (COGENE, www.FaceBase.org) cataloga

padrões de expressão gênica a partir de embriões humanos em estágios iniciais, enquanto o

banco de dados extenso EMAGE cataloga informações abrangentes de expressão de genes

para o desenvolvimento do embrião de camundogo (187).

As anomalias cromossômicas também podem fornecer pistas importantes sobre

genes envolvidos na etiologia de fendas orais. Uma ampla pesquisa de deleções

cromossômicas (188) e duplicações (189) foi realizada para identificar fenótipos

significativamente associados com aneuploidia parcial.

O diagnóstico molecular de alterações cromossômicas ou alterações no número

de cópias do DNA (copy number variation, CNV) em pacientes com FLP, principalmente

sindrômicos, é revolucionado pela tecnologia de microarray, já que esta permite a análise de

milhares de regiões do genoma simultaneamente para a detecção e localização de ganhos e

perdas de material genético (190,191,192,193,194,195,196). Entretanto, esta metodologia

não detecta alterações genômicas, eventos tecido-específico e aberrações pequenas (197).

Os rearranjos genômicos são causados por recombinação imprópria de

cromossomos e incluem deleções, duplicações, translocações, inversões e podem ocorrer

dentro ou entre cromossomos. A análise de pontos de quebra em rearranjos equilibrados

identificou os genes CLPTM1 (159), SATB2 (198), SUMO1 (199), e FGFR1 (94) como genes

Page 71: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

35

candidatos para fenda de lábio com ou sem fenda de palato, e implicou as regiões 9q e 17q

como potenciais loci de risco (200).

Em contraste, as CNVs e microdeleções são ganhos ou perdas de segmentos de

DNA que variam de kilobases para megabases submicroscópicas. Embora a maioria das

CNVs sejam encontradas em formas sindrômicas de fendas, como a síndrome de DiGeorge e

VWS, estudos recentes têm pesquisado sobre o papel das CNVs e microdeleções em formas

não sindrômicas de fendas orais (174,190). Os genes implicados em fenda de lábio com ou

sem fenda de palato a partir destas abordagens incluem FGFR2 (190), TFAP2A (201),

SUMO1 (156), GLI2, MSX1, FGF8, TCEB3 e KIF7 (202).

Os estudos de análise de ligação baseiam-se na co-segregação de loci gênico com

a doença e podem ser realizados em grandes famílias, ou em pares de parentes afetados. A

triagem de todo o genoma tem sido realizada em casos de fenda de lábio com ou sem fenda

de palato. Embora cada estudo tenha identificado vários sinais positivos, nenhum teve LOD

escores atingindo significância. (74). Um grande estudo de ligação envolvendo 388 famílias

de sete populações identificou os primeiros resultados de ligação significativa do genoma em

1q32, 2p13, 3q27-28, 9q21, 14q21-24 e 16q24 (74). O subseqüente mapeamento da região

9q21 identificou o gene FOXE1 como o gene causador de fenda oral neste locus

(126,203,204).

Os estudos de associação também têm sido usados extensivamente para examinar

genes candidatos em FLP. Estes estudos possuem a vantagem sobre os de análise de ligação

ao usar uma amostra grande de casos que ocorrem isolados sem parentes afetados (205).

Além disso, os estudos de associação exploram uma riqueza da literatura em biologia do

Page 72: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

36

desenvolvimento que identifica genes específicos expressos durante fases críticas da

formação do lábio ou do palato (206).

Ardinger et al. (207) foram os primeiros a usarem um desenho de estudo do tipo

caso-controle para testar genes candidatos. Eles encontraram uma associação

estatisticamente significativa entre a doença e dois dos 12 marcadores em cinco genes, com

um marcador Taq1 intrônico no gene TGFA mostrando a associação mais forte.

Os estudos de associação do tipo genome-wide (Genome Wide Association

Studies, GWAS) tornaram-se amplamente utilizados por sua abordagem imparcial para

identificar genes candidatos ou locus associados com características complexas, como fenda

de lábio com ou sem fenda de palato. Birnbaum et al. (178) encontraram uma associação

extremamente forte entre marcadores em 8q24 e fenda de lábio com ou sem fenda de palato

em uma população alemã, a qual foi, posteriormente, replicada na população americana

(208). No terceiro estudo de GWAS, Mangold et al. (145) identificaram sinais significativos

perto do gene VAX1 no cromossomo 10q25 e NOG no cromossoma 17q22. O quarto GWAS

de fenda de lábio com ou sem fenda de palato foi realizado pelo GENEVA Cleft Consortium

study (146). Na análise combinada de todas as populações, este estudo confirmou as

associações anteriores com 1q32 e 8q24 e identificou novos loci em 1p22 e 20q12. Quando

estratificada a partir da população, marcadores perto 1q32, 1p22 e 20q12 alcançaram

significância de todo o genoma em asiáticos, enquanto que apenas o sinal 8q24 foi

formalmente significativo nos europeus.

Na sua maioria, os estudos na população brasileira em FLP são do tipo caso-

controle. De Aquino et al. (209) realizaram um estudo de associação para determinar o papel

de 16 marcadores polimórficos dentro de 4 genes (FGF12, VCL, CX43 e VAX1) em 300

Page 73: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

37

pacientes com fenda de lábio com ou sem fenda de palato e 385 controles não afetados e não

encontraram nenhuma associação. Por outro lado, Menezes et al. (210) investigaram a

associação de 13 SNPs nos genes WNT3A, WNT5A, WNT8A, WNT11, WNT3 e WNT9B com

fenda de lábio com ou sem fenda de palato em 500 casos e 500 controles e encontraram

associação com o gene WNT3.

O estudo aqui apresentado foi realizado no contexto do grupo de pesquisa

nomeado “Historia Natural das Anomalias Craniofaciais”, certificado pelo Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e que tem como uma de

suas propostas o Projeto Crânio-face Brasil (PCFB). O PCFB é multicêntrico e

multiprofissional e conta com diferentes áreas de atuação, incluindo a Base Brasileira de

Dados Clínicos e Familiais de Fendas Orofaciais Típicas (BBDCF) (211), que à época do

início deste estudo contava com cerca de 800 registros completos de indivíduos examinados

por médico geneticista. Utilizando método padronizado de coleta de dados clínicos e

incluindo resultados de investigações citogenéticas e moleculares, esta base de dados, agora

em sua versão eletrônica (CranFlow - Base Brasileira de Fendas Orais), permite o registro

do seguimento clínico do paciente, garantindo a acurácia diagnóstica.

A classificação proposta pela International Clearinghouse for Birth Defects

Surveillance and Research é a adotada pela CranFlow. De acordo com esta classificação estão

excluídos outros defeitos major, tais como cardiopatia, defeitos de sistema nervoso central e

anomalias de trato urinário, frequentemente descritos em indivíduos com FLP não

sindrômica (212, Anexo I).

Apesar do conhecimento da função de vários genes, ainda persistem lacunas

importantes tanto em relação ao número e a contribuição de genes específicos em casos

Page 74: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

38

isolados e associados, quanto às interações gene-gene e às correlações genótipo-fenótipo.

Com os avanços das técnicas de genotipagem, atualmente é possível se testar múltiplos

marcadores genômicos simultaneamente em genes candidatos. Nesse sentido, a técnica de

OpenArray permite a genotipagem de até 256 SNPs customizados de vários genes

candidatos.

4.1.Plataforma TaqMan®OpenArray™ Genotyping

A plataforma OpenArray® (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA) é uma

tecnologia de alto rendimento (high-throughput) que utiliza reação em cadeia da polimerase

(PCR) baseada em reagentes fluorescentes para fornecer detecção qualitativa de sequências

alvos empregando análise pós-PCR (endpoint).

Um experimento de genotipagem é um experimento endpoint utilizado para

determinar os genótipos de amostras desconhecidas. Com esse tipo de experimento

consegue-se diferenciar dois alelos de um SNP. Assim, este tipo de ensaio determina se as

amostras desconhecidas são: 1) Alelo 1 homozigotas (amostras com apenas o alelo 1), 2)

Alelo 2 homozigotas (amostras com apenas o alelo 2) ou 3) Heterozigotas (amostras com

ambos alelos 1 e 2).

Nos experimentos de genotipagem TaqMan, a PCR inclui uma sonda

fluorescente específica marcada para cada alelo do SNP alvo. Essas sondas fluorescentes

contêm diferentes corantes repórteres para diferenciar cada alelo. Os ensaios são pré-

carregados nas lâminas de genotipagem e nelas existem 3072 poços de reação que podem

Page 75: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

39

acomodar um volume de reação de 33 nL. Dessa forma, é possível detectar até 3072 SNPs,

mutações de ponto ou pequenas deleções e inserções em uma única lâmina de genotipagem.

Como se mostra na figura abaixo, a lâmina de genotipagem é dividida em 48

subarrays; cada um consistindo em 64 poços. A superfície desses poços apresenta

propriedades hidrofóbicas, enquanto o interior dos poços (local onde já estão as sondas e os

primers necessários para as reações) apresenta características hidrofílicas. (Figura 2).

Figura 2. Ilustração da lâmina de OpenArray™, contendo os 48 subarrays e, em destaque,

a esquematização de um subarray com 64 poços, cada um apresentando o volume de 33nL

(Modificado de Applied BioSystems, 213).

Cada ensaio contém 2 primer’s (forward e reverse.), 2 sondas (uma para cada

alelo do SNP), um corante repórter na extremidade 5'UTR (untranslated region) de cada

sonda (corante VIC® ligado à extremidade 5'UTR da sonda do alelo 1 e corante FAM™ ligado

Page 76: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

40

à extremidade 5'UTR da sonda do alelo 2), um quencher não fluorescente (QNQ) na

extremidade 3'UTR da sonda (como o supressor não fluoresce, os sistemas de PCR em tempo

real podem medir contribuições do corante repórter com precisão) (Figura 3) e fluoróforo

ROX que serve para confirmar que o ensaio foi depositado na lâmina de OpenArray®.

Além disso, as sondas possuem minor groove binder (MGB), que é uma

modificação que aumenta a temperaturade de fusão (Tm) das sondas sem o aumento do

comprimento destas (214,215), assim, permitindo a concepção de sondas mais curtas.

Consequentemente, as sondas TaqMan MGB apresentam maiores diferenças de valores de

Tm entre sondas ligadas e não ligadas; e maiores diferenças nos valores de Tm fornecem uma

genotipagem precisa.

Figura 3. Ilustração de uma sonda TaqMan MGB. F - Fluorofóro e Q - Quencher não

fluorescente (supressor).

Durante a PCR, cada sonda hibridiza especificamente com a sua sequência

complementar entre os primers forward e reverse. A enzima DNA polimerase pode clivar

apenas sondas que se hibridizam ao alelo do SNP específico. A clivagem separa o corante

repórter do quencher aumentando substancialmente a fluorescência do corante repórter.

Assim, os sinais de fluorescência gerados durante a amplificação por PCR indicam que os

alelos estão presentes na amostra.

Page 77: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

41

Uma incompatibilidade entre uma sonda e um alelo de um SNP reduz

significativamente a eficiência de hibridação da sonda. Como a enzima DNA polimerase não

desloca a sonda não correspondente ao fragmento, por conseguinte ela não liberta o corante

repórter. Em outras palavras, a não hibridização não gera sinal de fluorescência. A figura 4

ilustra os resultados de hibridização e não hibridização entre a sequência alvo e as sondas em

ensaios de genotipagem TaqMan (216).

Figura 4. Representação esquemática de resultados de hibridização e não hibridização entre

as sequências de sondas e a sequência alvo em ensaios de OpenArray® (Adaptado de Applied

BioSystems, 213).

Essa plataforma é constituída pelos seguintes componentes: 1)

OpenArray™AccuFill®System (Applied Biosystems), que é um robô pipetador que carrega as

amostras na lâmina de genotipagem TaqMan®OpenArray® (Applied Biosystems), interligado

a um computador para controlar as atividades através do programa OpenArray™AccuFill®

(Applied Biosystems); 2) OpenArray®Case Sealing Station (Applied Biosystems), onde ocorre

a selagem das cases de TaqMan®OpenArray®Genotipagem (Applied Biosystems); 3)

Page 78: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

42

OpenArray™NTCycler® (Applied Biosystems), que executa as imagens das lâminas de

genotipagem, conectado a um computador. Este possui um programa,

OpenArray™Genotyper (Applied Biosystems), que analisa os dados da execução e em seguida

denomina os genótipos (Figura 5).

Figura 5. Plataforma TaqMan®OpenArray™ (Applied BioSystems).

Os ensaios de genotipagem requerem dois passos: ciclagem térmica

(amplificação por PCR), seguida por detecção de sinais de fluorescência de pontos

resultantes. Enquanto o OpenArray™NTCycler® (Applied Biosystems) realiza a detecção de

endpoint, é preciso um termociclador independente para realizar a amplificação por PCR.

Um termociclador qualificado para utilização com o sitema TaqMan®OpenArray® (Applied

Biosystems) é o Duo Block GeneAmp®PCR System 9700 (Applied Biosystems).

O equipamento OpenArray™NTCycler® coleta dados de fluorescência após a

realização do ciclo térmico (PCR). Um ponto de coleta de dados (datapoint) no

OpenArray™NT Cycler® é composto por três fases: 1. Excitação: o equipamento ilumina

todos os poços de passagem da lâmina de genotipagem, excitando os fluoróforos em cada

Page 79: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

43

reação. 2. Emissão: o sistema ótico do aparelho coleta a fluorescência residual emitida a partir

dos orifícios de passagem da lâmina. A imagem resultante consiste apenas de luz que

corresponde à gama de comprimentos de onda de emissão. 3. Coleção: o instrumento monta

uma representação digital da fluorescência residual recolhida durante um intervalo de tempo

fixo, em seguida, armazena a fluorescência em imagem bruta para análise.

Depois de uma corrida, o programa OpenArray™Genotyper (Applied Biosystems)

usa regiões óticas de interesse (ROI), corantes e dados de calibração para determinar a

localização e a intensidade dos sinais da fluorescência em cada leitura, o corante associado

com cada sinal de fluorescência, e o significado do sinal.

Cada poço da lâmina de genotipagem pode conter um único ensaio. O número de

ensaios na lâmina de genotipagem e o número de amostras nela contidas dependem do

formato da lâmina. O número máximo de SNPs possível de se analisar nessa lâmina é 256

(Tabela 1).

Tabela 1. Formatos oferecidos para a elaboração das lâminas de genotipagem.

Ensaios Amostras Ensaios por subarray

16 144 3

32 96 2

64 48 1

128 24 0,5

192 16 0,3

256 12 0,25

A possibilidade de utilizar a técnica de OpenArray surgiu como uma alternativa

interessante de se verificar a contribuição de genes descritos como relacionados à gênese de

FOT em diferentes tipos de estudo. Nesta proposta, utilizou-se esta estratégia em uma

Page 80: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

44

amostra fenotipicamente homogênea da população brasileira em estudo do tipo caso-

controle.

Page 81: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

45

OBJETIVO

1. Objetivo Geral

Contribuir para a identificação de genes envolvidos na determinação das fendas

labiopalatais.

2. Objetivo Específico

Investigar a associação entre 253 SNPs em 39 genes candidatos e FLP isolada

em uma amostra da população brasileira.

Page 82: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

46

Page 83: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

47

CASUÍSTICA e MÉTODOS

1. Desenho do estudo

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP 059/2008) (n°

714/2008) (Anexo II). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE) (Anexo III).

Este estudo do tipo caso-controle foi composto por 537 indivíduos. O tamanho

amostral foi calculado por meio de regressão logística utilizando o programa estatístico R

(217). Para avaliar o poder estatístico para detectar associação genética foi realizada uma

estimativa do poder estatístico post-hoc da amostra por meio do programa GPower (218),

utilizando os seguintes parâmetros: teste de regressão logística; two-tail; OR: 1,5; α = 0,005

e n = 537. Assim, foi analisado o poder estatístico para a regressão logística e essa estimativa

foi de 81,29%. O cálculo do nível de significância α foi corrigido para múltiplos testes por

meio da correção de Bonferroni e baseado no gene com maior número de polimorfismos (10

SNPs), visto que este é um estudo de genes candidatos, e não de SNPs candidatos.

O grupo de casos foi composto por 182 indivíduos com FLP isolada (99 homens

e 83 mulheres) registrados na BBDCF do PCFB. Todos os casos foram examinados por

geneticista clínico utilizando o mesmo protocolo clínico. Os sujeitos foram recrutados entre

2009 e 2013 a partir de oito centros de pesquisa participantes em três diferentes regiões do

Brasil (região Sudeste: Campinas e São José do Rio Preto, região Sul: Curitiba, Joinville e

Page 84: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

48

Porto Alegre; região Nordeste: Maceió, Fortaleza e Natal). Todos os pacientes foram

reavaliados durante a execução desse estudo para se garantir o diagnóstico de FLP isolada.

Conforme mencionado anteriormente, os casos foram classificados como fenda

labiopalatal isolada de acordo com a International Clearinghouse for Birth Defects and

Surveillance and Research. De acordo com esta classificação estão excluídos outros defeitos

major, tais como cardiopatia, defeitos de sistema nervoso central e anomalias de trato

urinário, frequentemente descritos em indivíduos com FLP não sindrômica (212, Anexo I)

O grupo controle foi recrutado de três diferentes regiões do Brasil (Sudeste, Sul

e Nordeste) e foi composto por 355 indivíduos fenotipicamente normais e não aparentados

(140 homens e 215 mulheres) e sem história familiar de fenda oral em três gerações.

2. Estimativa da estratificação da amostra

A fim de avaliar a presença de estratificação da amostra, o que poderia gerar

resultados de associação genética não confiáveis, foram genotipados 60 InDels (Small

insertions and deletions), sendo quarenta previamente validados como marcadores

informativos para ancestralidade (219). Por meio do software STRUCTURE v.2.3.4 (220,

221) foi determinada a ancestralidade genômica de cada sujeito, em um modelo assumindo

K = 3 populações com base na tri-origem híbrida da população brasileira. Além disso, o valor

de Fst (Fixation index) foi estimado por meio do programa ARLEQUIN v.3.5.1.3 (222). Esta

parte do estudo foi realizada em colaboração com os professores Andréa Kelly Campos

Ribeiro dos Santos e Sidney Emanuel Batista dos Santos do Laboratório de Genética Humana

e Médica da Universidade Federal do Pará.

Page 85: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

49

3. Genotipagem

A genotipagem foi realizada com o sistema TaqMan®OpenArray™ Genotyping

(Applied Biosystems). Cinquenta lâminas foram customizadas para este estudo. Cada lâmina

apresentava seu código de barras e um nome próprio. Para cada 10 lâminas de OpenArray®,

havia um TaqMan®OpenArray® Genotyping Accessories Kit (Applied Biosystems) contendo

10 minipipetas de plástico lacradas com 5mL do líquido de imersão cada, 2 seringas contendo

10 mL de goma fotossensível para a selagem das lâminas e 10 cases de vidro. Fora desse Kit,

foram necessários 5 caixas de ponteiras específicas, um tubo

TaqMan®OpenArray™Genotyping Master Mix e 6 placas de 384 poços (Applied Biosystems).

Esse sitema exige uma série de etapas para obtenção de resultados apropriados para análise,

conforme descritas abaixo.

3.1.Etapas:

3.1.1. Seleção dos genes e seus polimorfismos

3.1.2. Desenho e síntese das lâminas

3.1.3. Coleta e extração das amostras

3.1.4. Verificação da concentração e pureza das amostras

3.1.5. Diluição das amostras

3.1.6. Realização dos experimentos utilizando a plataforma

TaqMan®OpenArray™ Genotyping

3.1.7. Análise dos Dados

Page 86: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

50

3.1.1. Seleção dos genes e seus polimorfismos

A escolha dos genes foi baseada em dados da literatura científica: estudos de

associação, estudos de ligação, em modelos animais (74, 110, 125, 142, 145, 152, 173, 203,

223-227) e resultados anteriores do PCFB. Entre estes, destacam-se os genes TCEB3

(transcription elongation factor B3), FGF22 (fibroblast growth factor 22), KIF7 (kinesin

family member 7) e SOX7 [SRY (sex determining region Y)-box 7] detectados a partir a

técnica de SNP array em pacientes com FOT (202).

Para investigar os genes selecionados foi utilizado um programa que seleciona

SNPs que não necessariamente foram asssociados com a etiologia de FLP, mas que baseados

em susa posições conseguem rastrear o gene e, dessa maneira, é possível dizer se esse gene

está associado à FLP isolada.

A seleção dos SNPs para cada gene escolhido foi realizada por meio do programa

SNPbrowser 4.0 (Applied Biosystems). Foram selecionados 253 SNPtags em 39 genes

candidatos. Esses SNPs foram selecionados usando os dados disponíveis no banco de dados

HAPMAP (http://hapmap.ncbi.nlm.nih.gov/) utilizando as populações CEU, CHB, JPT e

YRI como referência, e empregando o algoritmo pairwise tagging com os seguintes

parâmetros: minor allele frequency (MAF) de 5% e pairwise r2 de 80%. O programa

seleciona o número de SNPs necessários para abranger o gene e quais são eles. Estes SNPs

são utilizados em estudos de associação indireta, ou seja, o SNP que for associado com o

fenótipo provavelmente não é a variante funcional; mas pode estar em desequilíbrio de

ligação com a variante funcional patogênica relacionada ao fenótipo estudado. A lista de

Page 87: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

51

genes selecionados e o número de SNPs genotipados por gene são mostrados na Tabela 2. O

Apêndice I mostra quais são os SNPs selecionados para cada gene.

Tabela 2. Lista de genes selecionados e o número de SNPs genotipados por gene.

Gene Localização cromossômica Nº de SNPs genotipados

TCEB3 1p36.11 4

LHX8 1p31.1 9

IRF6 1q32.2 8

WNT3A 1q42.13 12

SUMO 1 2q33.1 6

WNT5A 3p14.3 8

MSX1 4p16.2 2

SPRY1 4q28.1 4

Wnt8A 5q31.2 4

MSX2 5q35.2 4

PRSS35 6q14.2 10

TFAP2A 6p24.3 7

HOXA2 7p15.2 2

SHH 7q36.3 1

SOX7 8p23.1 7

PTCH1 9q22.3 10

FOXE1 9q22.33 2

VAX1 10q25.3 3

TBX10 11q13.2 6

WNT11 11q13.5 11

SPRY2 13q31.1 5

PAX9 14q13.3 13

BMP4 14q22.2 3

TGFB3 14q24.3 12

JAG2 14q32.33 6

GREM1 15q13.3 13

KIF7 15q26.1 5

DVL2 17p13.1 6

ERBB2 17q12 8

RARA 17q21.2 7

WNT9B 17q21.32 9

AXIN2 17q24.1 11

FGF22 19p13.3 2

TGFB1 19q13.2 7

BCL3 19q13.31 2

APOC2 19q13.32 3

CLPTM1 19q13.32 11

TBX1 22q11.21 8

TBX22 Xq21.1 2

Page 88: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

52

Observação: O número mínimo de polimorfismos para cobrir o gene foi de 10 SNPs, entretanto alguns SNPs

foram selecionados a mais em alguns genes por determinação do desenho da lâmina.

3.1.2. Desenho e síntese das lâminas

Dentre os formatos de lâminas de OpenArray® disponíveis, foi escolhido o de

256 ensaios/12 amostras, contendo um ensaio por subarray. Todas as sequências de interesse

haviam sido desenhadas anteriormente pela empresa Applied Biosystems, constando do

banco de dados “Made to order”.

Após a verificação das sequências feita pela empresa, foram elaborados os

ensaios contendo um par de primers em comum e duas sondas, uma contendo a sequência

selvagem, sendo marcada com o fluoróforo VIC® e outra contendo a sequência mutante,

marcada com o fluoróforo FAM®.

As informações das lâminas foram obtidas fazendo o download no site:

http://www.invitrogen.com/site/us/en/home/Products-and-Services/Product-

Types/download openarray-tpf-and-spf-plate-files.html, por meio do número de ordem de

serviço e Lot Number. Os 50 arquivos de extensão spf (SNP Plate File) foram utilizados

como referência de cada lâmina na realização da leitura no OpenArray™ NTCycler®.

Outros arquivos, contendo as informações gerais dos ensaios, como sequência

dos primers, das sondas, entre outras também estavam presentes na pasta de arquivo, sendo

um deles em pdf (portable document format) e outro na extensão .txt (text file).

Page 89: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

53

3.1.3. Coleta e extração das amostras

Foram coletados de 10 a 20 ml de sangue periférico em tubos cônicos, contendo

1,0 ml de EDTA (etilenediaminotetracetato dissódico 2H2O) a 10% e pH 8,0 como anti-

coagulante. Para obtenção das amostras de DNA genômico foi utilizado o kit de extração

QIAamp® DNA Blood Midi (Qiagen) (Anexo IV). As amostras de DNA já extraídas pelo

método de extração fenol-clorofórmio (Araújo et al., 1996 – Anexo V) foram purificadas

com o kit MilliUni (Anexo VI).

3.1.4. Verificação da concentração e pureza das amostras

A reprodutibilidade, a acurácia e a precisão da técnica TaqMan®OpenArray™

estão diretamente relacionadas à integridade das amostras, à concentração correta e a pureza

das amostras. Para isso, utilizou-se o equipamento Epoch (BioTeck) para verificação da

pureza e concentração das amostras. A quantificação e a pureza do DNA foram obtidas por

leitura de absorbância na região do comprimento de onda ultravioleta (UV) de 260nm

(quantificação de ácidos nucléicos) e 280nm (quantificação de proteínas).

O grau de pureza do DNA foi avaliado com base na razão entre as leituras de

260nm e 280nm uma vez que valores iguais ou superiores a 1,8 para essa relação sugerem

que o DNA está essencialmente puro e passível de ser usado nessa técnica. A média da razão

230nm/280nm foi de 1,8 e da razão 260nm/280nm foi 2.0. Toda esta precisão foi necessária

porque para a realização do experimento eram necessárias 250 cópias haplóides do DNA do

Page 90: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

54

indivíduo, e isto só é obtido caso as amostras apresentem as características acima

mencionadas.

3.1.5. Diluição das amostras

Todas as amostras apresentaram valores de concentração superior a 50ng/µL,

sendo necessária a realização de diluições simples. O volume final das diluições foi de 20µL.

Para cálculos, foi utilizada a fórmula de diluições simples C1.V1=C2.V2, onde C1 e V1 são

as concentrações e volumes iniciais, respectivamente. As variáveis C2 e V2 refere-se às

concentrações e volumes finais, que obedeceram aos valores de 50ng/µL e 20µL,

respectivamente. Após os cálculos, o volume inicial (V1) calculado foi transferido para tubos

e completado até o volume final de 20µL com água de injeção. Depois de diluídas as

amostras, foi verificada novamente a concentração destas. Sendo assim, todas as amostras

foram uniformemente quantificadas e diluídas a 50ng/µL.

3.1.6. Realização dos experimentos utilizando a plataforma TaqMan®OpenArray™

Genotyping

A realização dos ensaios de Openarray® é dividida em várias etapas (Protocolo

descrito no ANEXO VII):

3.1.6.1.Preparo das amostras

3.1.6.2.Distribuição das amostras nas lâminas de OpenArray®

3.1.6.3.Inserção da lâmina de OpenArray® na case

3.1.6.4.Selagem das cases

Page 91: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

55

3.1.6.5.Termociclagem

3.1.6.6.Leitura das lâminas de OpenArray®

3.1.6.1.Preparo das amostras

Em uma placa de 384 poços, foram colocados 2,5 µL da amostra devidamente

quantificados e diluídos e 2,5 µL do TaqMan®OpenArray™ Master Mix em cada poço

previamente identificado de acordo com o estipulado pela empresa. Além disso, em cada

lâmina deveria ter controles negativos (NTC), que são amostras que contêm água ou tampão

e não devem amplificar (Figura 6). Em seguida, a placa foi selada com o adesivo de selagem

de alumínio (Thermo Scientific®) para evitar evaporação da mistura Amostra/Master Mix.

Figura 6. Ilustração da placa 384 poços de amostras e esquema de sua distribuição na lâmina

de OpenArray®.

Page 92: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

56

3.1.6.2.Distribuição das amostras nas lâminas de OpenArray®

Foi utilizado um robô pipetador, o OpenArray®AccuFill™System (Applied

Biosystems), para a distribuição das amostras contidas na placa de 384 poços nas lâminas de

OpenArray™. No interior do OpenArray®AccuFill™System foi inserida a caixa de ponteiras

específicas e a placa de 384 poços contendo a mistura de Master Mix e das amostras. Em

seguida, as lâminas de OpenArray™ foram posicionadas no plate holder para serem

carregadas com o conteúdo da placa de 384 poços (Figura 7). Todas as operações realizadas

neste equipamento pipetador foram coordenadas utilizando o software

OpenArray®AccuFill™, presente em um computador interligado ao aparelho.

Figura 7. Foto do interior do equipamento OpenArray®AccuFill™System.

Page 93: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

57

3.1.6.3.Inserção da lâmina de OpenArray® na case

Enquanto as lâminas de OpenArray® estavam sendo carregadas com as amostras,

as cases de vidro, usadas para colocar as lâminas de OpenArray®, foram preparadas (Figura

8). Para isso, adicionou-se o líquido de imersão o suficiente para cobrir a lâmina de

OpenArray® quando inserida na case. Esse passo permite a estabilização das reações na

lâmina e cria um ambiente ideal para a reação de amplificação, ligação e clivagem das sondas.

Figura 8. Foto das cases preparadas (a) e depois com as lâminas já inseridas na case (b).

3.1.6.4.Selagem das cases

Após a inserção das lâminas nas cases contendo o líquido de imersão, realizou-

se a etapa de selagem das cases (Figura 9), que consistiu na adição de uma goma fotossensível

Page 94: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

58

na extremidade da lâmina para vedação. Posteriormente, já na estação de selagem, a goma

foi exposta por 2 minutos sobre ação de luz ultravioleta, solidificando-a.

Figura 9. Foto da selagem das cases na estação de selagem.

3.1.6.5.Termociclagem

As lâminas nas cases foram posicionadas no local demarcado no termociclador,

realizando a termociclagem destes no equipamento Dual Flat Block GeneAmp®PCR System

9700 (Applied BioSystems) (Figura 10). A termociclagem das lâminas foi realizada seguindo

o protocolo de 50 ciclos a 95ºC por 45 segundos para a desnaturação do DNA, seguido da

temperatura de 94ºC por 13 segundos para o anelamento dos primers e das sondas. Por

último, houve a queda da temperatura para 53ºC por 2 minutos e 14 segundos, ocorrendo a

extensão das novas fitas e a hidrólise das sondas TaqMan®. Essa termocilagem teve duração

de aproximadamente quatro horas.

Page 95: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

59

Figura 10. (a) Foto do termociclador Dual Flat Block GeneAmp®PCR System 9700 (Applied

BioSystems). (b) Interior do termociclador com as lâminas.

3.1.6.6.Leitura das lâminas de OpenArray®.

Para a obtenção dos resultados, utilizou-se o OpenArray™NT Cycler (Applied

BioSystems) (Figura 11). Este equipamento é responsável pela captura da fluorescência das

sondas hidrolisadas. O aparato é coordenado por um computador interligado, utilizando o

programa OpenArray™SNP Genotyping Analisys (Applied BioSystems), no qual é possível

realizar a leitura de 3 lâminas por vez.

Um conjunto de câmeras CCD (Charge-coupled Device) posicionadas no interior

do equipamento capturou a fluorescência emitida nos ensaios e estas foram transformadas

em números de acordo com o comprimento de onda, que varia de acordo com o repórter

detectado (VIC® ou FAM®) e sua intensidade. No programa OpenArray™SNP Genotyping

Analisys, estes números passam por algoritmos e são convertidos em novos valores e em

Page 96: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

60

clusters, separando os indivíduos em homozigotos selvagem, heterozigotos e homozigotos

mutantes. Os indivíduos homozigotos selvagens são representados pelo cluster de cor

vermelho, indicando que ambos os alelos do indivíduo tiveram a sonda contendo o repórter

VIC® pareada e hidrolisada. O cluster de cor verde representa os indivíduos heterozigotos,

que apresentaram um alelo selvagem e outro com a sequência mutante, apresentando, assim,

as sondas VIC® e FAM®, respectivamente, aneladas e hidrolisadas. Já o cluster de cor azul,

mostra os indivíduos com ambos os alelos mutantes, contendo apenas a hidrólise da sonda

FAM® no experimento.

Figura 11. a) Foto do equipemento OpenArray™NT Cycler acoplado a um computador; b)

Foto do interior do OpenArray™NT Cycler com as lâminas já posicionadas.

3.1.7. Análise dos dados

Para melhor análise, os arquivos gerados no OpenArray™NT Cycler (Applied

BioSystems) foram salvos e importados em outro programa com maior número de

ferramentas e opções para análise, o TaqMan®Genotyper Software (Applied BioSystems)

(Figura 12).

Page 97: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

61

Figura 12. Visão geral do programa TaqMan®Genotyper.

4. Análise estatística

A análise da frequência (Minimum allele frequency - MAF) e do equilíbrio de

Hardy-Weinberg (HWE) foram realizadas pelo programa HAPLOVIEW. Foram aceitos para

a análise de associação apenas SNPs com MAF > 0,05 e HWE p-value > 0,05. Na análise do

desequilíbrio de ligação (Linkage disequilibrium-LD) foram aceitos SNPs com r2 < 0.8.

A análise de associação foi realizada por meio de regressão logística, utilizando

o programa PLINK (229). Os resultados foram ajustados para múltiplos testes pela correção

de Bonferroni. Posteriomente, os resultados foram confirmados utilizando uma segunda

análise por meio do FDR (False Discovery Rate). A análise de regressão stepwise foi

realizada utilizando o programa R (217).

Page 98: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

62

5. Análise de predição de mutações in silico

Algoritmos computacionais foram utilizados para analisar os efeitos de mutações

de sentido trocado na estrutura ou na função da proteína codificada. A sequência de

aminoácidos testada foi obtida a partir do banco de dados do National Center for

Biotechnology Information (NCBI) (http://www.ncbi.nlm.nih.gov). Dois algoritmos foram

utilizados para prever o impacto destas substituições de aminoácidos sobre a atividade da

proteína: PolyPhen-2 (230) (http://genetics.bwh.harvard.edu/pph2/) e SIFT (231)

(http://sift.jcvi.org/).

Page 99: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

63

RESULTADOS

1. Genotipagem

A taxa de sucesso de genotipagem para os 253 SNPs em 537 amostras foi em

media de 94.88% (+ 3.98%). Duzentos e trinta e dois SNPs estavam em equilíbrio de Hardy-

Weinberg na amostra. Os 21 SNPs que não estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg e os

12 SNPs que apresentaram MAF abaixo de 5% foram excluídos da análise de regressão

logística (Figura 13). A taxa de SNP com LD maior que 0,8 foi entre dois a quatro SNPs em

16 genes (Apêndice II).

Figura 13. A) Resultados da análise da frequência do menor alelo (MAF). B) Resultados da

análise de equilíbrio de Hardy-Weinberg.

Page 100: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

64

Tendo em vista que os SNPs utilizados para avaliar a associação entre FLP

isolada e o gene TBX22 não estavam em equilibrio de Hardy-Weinberg, este foi excluído da

análise de associação.

2. Estimativa da estratificação da amostra

As contribuições médias de descendência foram estimadas em 65,7% Europeia,

16,6% Africana, e 17,7% Indígena no grupo controle. Já no grupo de casos, foram 77,2%

Europeia, 12,5% Africana e 10,3% Indígena. Além disso, o valor de Fst foi de 0,00483. Desse

modo, não houve diferenças estatísticas significativas nas proporções de ancestralidade entre

os grupos (Figura 14), permitindo a realização de estudo de associação do tipo caso-controle.

Page 101: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

65

Figura 14. Gráficos mostrando a ancestralidade de cada indivíduo no grupo de casos com

FLP (a) e no grupo controle (b).

Page 102: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

66

3. Resultados de associação genética

Foi analisada a associação entre 251 SNPs em 38 genes e FLP isolada (Figura

15). Depois dos dados serem ajustados para múltiplos testes pela correção de Bonferroni e

pela segunda correção de FDR, foi encontrada associação entre 16 genes e FLP isolada

(Tabela 3).

Figura 15. Resultados da análise de regressão logística, onde cada ponto representa um SNP.

Os SNPs acima da linha cheia (-ln(p-value) > 3,00), indicam os SNPs com associação

genética estatisticamente significativa para o fenótipo. Gráfico A - baseado na análise por

Bonferroni, e gráfico B - baseado na análise por FDR.

Page 103: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

67

Tabela 3. Resultados da análise de regressão logistica e característica dos SNPs associados

com FLP isolada nesse estudo.

SNP Cromossomo Gene Função do SNP* Alelo P

corrigido

OR (IC) MAF

rs2235541 1 TCEB3 Sentido trocado T 0,032 1,65 (1,15-2,37) 0,135

rs3775261 4 MSX1 Intron A 0,009 1,48 (1,13 -1,94) 0,348

rs300566 4 SPRY1 Intron A 0,017 1,59 (1,14 – 2,21) 0,191

rs4868442 5 MSX2 Intron A 0,02 0,69 (0,53-0,89) 0,411

rs4706180 6 PRSS35 Intron C 0,032 1,55 (1,16 -2,08) 0,245

rs512140 6 PRSS35 Intron A 0,035 0,64 (0,48 -0,86) 0,267

rs537112 6 TFAP2A Intron T 0,015 1,72 (1,22 – 2,43) 0,142

rs533558 6 TFAP2A Intron G 0,001 1,72 (1,32 – 2,25) 0,482

rs303048 6 TFAP2A Intron T 0,006 1,59 (1,21 – 2,09) 0,296

rs1675414 6 TFAP2A Intron C 0,042 0,68 (0,52 – 0,9) 0,363

rs1233556 7 SHH Intron T 0,047 1,37 (1- 1,87) 0,188

rs10787760 10 VAX1 Variante 3’UTR G 0,011 1,5 (1,14 -1,97) 0,364

rs7086344 10 VAX1 Variante 3’UTR T 0 1,9 (1,38-2,62) 0,19

rs6585429 10 VAX1 Intron A 0,013 1,52 (1,14- 2,02) 0,271

rs3758938 11 TBX10 Sentido trocado G 0,015 1,57 (1,17-2,1) 0,29

rs7936750 11 WNT11 Intron G 0,018 2,43 (1,4 -4,21) 0,053

rs1955734 14 PAX9 Intron T 0,001 1,68 (1,31-2,17) 0,48

rs17563 14 BMP4 Sentido trocado C 0,016 0,7 (0,54-0,9) 0,456

rs11621316 14 JAG2 Intron G 0,003 0,62 (0,48-0,81) 0,462

rs4932238 15 KIF7 Intron C 0,007 1,76 (1,24-2,48) 0,165

rs4932240 15 KIF7 Intron T 0,029 1,59 (1,14-2,2) 0,191

rs11655966 17 AXIN2 Intron T 0,03 1,5 (1,15-1,96) 0,331

rs2074222 17 DVL2 Intron G 0,002 0,48 (0,33-0,71) 0,406

rs222850 17 DVL2 Intron C 0,016 0,57 (0,4-0,82) 0,316

Legenda: *De acordo com Single Nucleotide Polymorphism database (dbSNP), MAF:

frequência do menor alelo de acordo com os controles, OR = Odds ratio, IC = intervalo de

confiança, 3’UTR= 3’ Untranslated region.

Page 104: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

68

Apesar de os SNPs selecionados terem como objetivo o rastreamento dos genes

selecionados para esse estudo, todos os SNPs presentes em regiões intronicas foram

pesquisados em bases de dados (dbSNP) em busca de possível relação causal com FLP

isolada e nenhuma relação foi encontrada.

A análise de regressão stepwise mostrou que 11 SNPs em 11 genes (PAX9, MSX1,

JAG2, WNT11, DVL2, VAX1, AXIN2, PRSS35, MSX2, KIF7 e TFAP2A) que foram

associados nesse estudo correspondem, juntos, a 15,5% dos fatores envolvidos na etiologia

de FLP isolada nessa amostra. Cinco genes (BMP4, SHH, SPRY1, TBX10 e TCEB3)

apresentaram uma baixa porcentagem nesta análise e não estão representados na Figura 16.

Figura 16. Resultado da análise de regressão stepwise.

Não foi encontrada associação entre FLP isolada e 22 genes (APOC2, BCL3,

CLPTM1, ERBB2, FGF22, FOXE1, HOXA2, IRF6, LHX8, GREM1, PTCH1, RARA, SOX7,

SPRY2, SUMO1, TBX1, TGFB1, TGFB3, WNT3A, WNT5A, WNT8A e WNT9B).

Page 105: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

69

4. Análise de predição de mutações in silico

Três dos SNPs associados com FLP neste estudo são mutações de sentido

trocado. Um algoritmo computacional foi, portanto, aplicado para avaliar seus efeitos sobre

a função da proteína. Estes resultados são apresentados na Tabela 4.

Tabela 4. Resultados dos algoritmos PolyPhen-2 e SIFT para três SNPs associados à FLP na

presente amostra.

SNP (Gene) Efeito na

proteina

PolyPhen-2 SIFT

rs17563

(BMP4 )

p.V52A Benigno

(Escore=0.002, sensibilidade: 0.99;

especificidade: 0.30)

Tolerada

(Escore=0.42)

rs3758938

(TBX10)

p.K101T Provavelmente Prejudicial

(Escore=0.999; sensibilidade: 0.14;

especificidade: 0.99)

Prejudicial

(Escore=0.01)

rs2235541

(TCEB3)

p.T145M Provavelmente Prejudicial

(Escore=0.968; sensibilidade: 0.77;

especificificidade: 0.95)

Prejudicial

(Escore=0.03)

Page 106: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

70

Page 107: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

71

DISCUSSÃO

Embora as FLP isoladas estejam entre os defeitos congênitos mais comuns, a

complexidade dos eventos genéticos e ambientais associados à sua patogênese representa

um enorme desafio para a caracterização etiológica deste grupo de doenças. Identificar as

alterações genéticas pode ter um impacto no aconselhamento genético e melhorar a

compreensão sobre o desenvolvimento craniofacial. Certas características deste estudo

devem ser destacadas: a) a homogeneidade fenotípica dos casos; b) a ausência de fendas

orais em três gerações no grupo controle; e c) a não estratificação da amostra estudada, o

que é importante quando se analisa uma amostra miscigenada, tal como a população

brasileira.

Em vários estudos anteriores, foi investigada a associação de genes com fenda

de lábio com ou sem fenda de palato isolada, analisando FL junto com FLP no mesmo grupo.

Há evidências que sugerem que FL e FLP podem ser entidades separadas, com diferentes

etiologias e patogênese (232-234). No presente estudo, a amostra apresentou maior

homogeneidade fenotípica, uma vez que foram incluídos apenas pacientes que apresentaram

FLP isolada.

A estratificação da população é uma grande preocupação em estudos de

associação de populações miscigenadas (235). Em estudos de associação é necessário avaliar

o nível de estratificação populacional e nesse estudo descobriu-se que os dois grupos tinham

estruturas genéticas semelhantes, o que permitiu realizar uma análise de associação genética

imparcial.

Page 108: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

72

Entre os 39 genes analisados, 16 foram associados com FLP isolada, incluindo

dois novos genes, TCEB3 e KIF7, ambos propostos recentemente (202). É importante

ressaltar que a análise de regressão stepwise revelou que 15,5% da etiologia de FLP isolada

poderia ser explicada por 11 genes: VAX1, PRSS35, WNT11, AXIN2, DVL2, PAX9, MSX1,

MSX2, JAG2, TFAP2A e KIF7. Estes dados apoiam a conclusão de que parte da contribuição

genética em FLP isolada na população brasileira, que é claramente miscigenada, é diferente

de estudos anteriores (38). Embora 84,5% da etiologia do fenótipo global de FLP permaneça

incerto, esta pode, provavelmente, ser atribuída a fatores ambientais ou a genes

desconhecidos adicionais ou, ainda, a interações desses dois últimos.

O gene VAX1 codifica o fator de transcrição homeodominio ventral anterior

homeobox 1. A evidência a partir de modelos animais sugerem que Vax1 tem funções

biológicas na região craniofacial (236). Três SNPs (rs10787760*G, rs7086344*T e

rs6585429*A) na região 3'UTR do gene VAX1 foram associados com um risco aumentado

de FLP isolada nesta amostra da população brasileira, o que está de acordo com estudos

anteriores (145,147, 237).

Dois SNPs na região intrônica do gene PRSS35 foram associados com um risco

aumentado de ocorrência de FLP isolada (rs512140 e rs4706180). Letra et al. (203) também

relataram uma associação entre o gene PRSS35 SNPs (rs7753918, rs1171114 e rs512140)

com fenda de lábio com ou sem fenda de palato em um estudo de caso-controle que incluiu

famílias brasileiras, chinesas e caucasianas. Além disso, o gene Prss35 é expresso na cabeça

e no palato de embriões de camundongos durante as fases críticas da palatogênese (203).

A via de sinalização WNT/β-catenina é um componente chave no

desenvolvimento da cabeça e da face em embriões de camundongos (238, 239). Um SNP

Page 109: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

73

(rs7936750) em uma região intrônica de WNT11 (wingless-type MMTV integration site

family, member 11) foi associado a um risco aumentado de FLP isolada. Outros genes WNT

(WNT3, WNT3A - wingless-type MMTV integration site family, member 3A, WNT5A -

wingless-type MMTV integration site family, member 5A, WNT9A - wingless-type MMTV

integration site family, member 9A, WNT11) têm sido associados com fenda de lábio com

ou sem fenda de palato isolada em várias populações (173), apoiando ainda mais a função

dos genes da família WNT na etiologia das fendas orais.

Por sua vez, o gene AXIN2 regula negativamente a via de sinalização WNT,

participando na degradação de β-catenina na ausência de ligantes WNT. Esta proteína

desempenha uma função crítica na condução de células ao seu destino durante a morfogênese

craniofacial (240). Além disso, um estudo anterior relatou uma associação de mutações

germinativas em AXIN2 com agenesia dentária familiar e esporádica (241). Axin2 mRNA e

expressão da proteína foi detectada em toda a palatogênese de camundogos (242). Neste

estudo, encontrou-se um SNP (rs11655966) na região intrônica do gene AXIN2 associada

com um risco aumentado de FLP isolada. Letra et al. (242) também observaram uma

associação entre este SNP e fenda de lábio com ou sem fenda de palato. SNPs em AXIN2

também têm sido associados com fenda de lábio com ou sem fenda de palato em outros

estudos de caso-controle ( 242, 243).

O gene DVL2 (dishevelled segment polarity protein 2) codifica uma das três

isoformas DVL que desempenham um papel crucial na sinalização Wnt/β-catenina. No

presente estudo, dois SNPs (rs2074222 e rs222850) em regiões intrônicas do gene DVL2

foram associados com um risco aumentado de FLP isolada. Mostowska et al. (244) também

encontraram três variantes DVL2 (rs35594616, rs2074222, e rs222836) que foram

Page 110: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

74

significativamente associadas ao aumento do risco de fenda de lábio com ou sem fenda de

palato.

Os genes Paired box (PAX) codificam fatores de transcrição específicos de

ligação ao DNA que desempenham funções críticas durante o desenvolvimento embrionário.

Vários estudos têm encontrado associação entre os genes PAX e fenda de lábio com ou sem

fenda de palato em animais. Foi encontrado na presente amostra um SNP (rs1955734) na

região intrônica do gene PAX9 que foi associado com um risco aumentado de FLP isolada.

Mutações no gene PAX9 em seres humanos causam hipodontia molar, freqüentemente em

associação com fenda de lábio com ou sem fenda de palato (154). Ichikawa et al. (225)

encontraram uma mutação de sentido trocado heterozigótica em um exon do gene PAX9 em

dois irmãos japoneses com fenda de lábio com ou sem fenda de palato e sua mãe

fenotipicamente normal.

O gene TBX10 é um membro da família de genes T-box que codificam fatores

de transcrição de ligação ao DNA. Os membros desta família são conhecidos por

desempenharem funções essenciais nas estruturas da mesoderme (245). Além disso, este

gene tem sido fortemente associado com o gene TBX22, um gene conhecido por causar

apenas FP (125,128). Encontramos uma variante de sentido trocado, SNP rs3758938 no gene

TBX10, associada com um risco aumentado de FLP isolada. Os algoritimos computacionais

PolyPhen-2 e SIFT indicaram um efeito prejudicial deste SNP. Esses dados corroboram a

hipótese de uma associação entre este gene e FLP isolada.

Os genes muscle segment homeobox 1 e 2 (MSX1 e MSX2) codificam fatores de

transcrição que exercem funções críticas no desenvolvimento craniofacial e surgiram como

fortes genes candidatos para fenda de lábio com ou sem fenda de palato por meio de estudos

Page 111: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

75

de associação em várias populações (38,125,152,246). O presente estudo detectou

associações entre MSX1 SNP rs3775261 e um risco aumentado de FLP isolada; e MSX2 SNP

rs4868442 e uma diminuição do risco de FLP isolada nesta amostra. O sequenciamento

completo do gene MSX1 em seres humanos revelou várias novas mutações que parecem

contribuir para cerca de 2% dos casos de fenda de lábio com ou sem fenda de palato isolada

(143,247). Este resultado é semelhante ao efeito encontrado neste estudo para o SNP

rs3775261, o qual contribui em 2,2% do fenótipo de FLP isolada. Camundongos Msx1

exibem FP e anomalias craniofaciais e dentárias, enquanto que o lábio e outras estruturas

orais não se desenvolvem em camundongos duplo nocaute Msx1/Msx2 (248).

O gene JAG2 codifica um ligando para a família de receptores transmembranares

Notch, que estão envolvidos na sinalização de um mecanismo essencial necessário para o

desenvolvimento normal do palato (149). Um SNP (rs11621316) em uma região intrônica

do gene JAG2 foi associado a um risco aumentado de FLP isolada. Outros estudos de

associação indicaramm envolvimento do gene JAG2 em fenda de lábio com ou sem fenda

de palato (125). Também tem sido demonstrado que a função dos genes IRF6 e JAG2 estão

em vias moleculares convergentes durante a diferenciação epitelial oral e que esta

sinalização integrada é essencial para o controle de adesão palatina e a competência de sua

fusão (151).

O gene BMP4 é um membro da proteína morfogenética óssea (BMP) e da família

TGFB, ambas as quais cumprem papéis essenciais no desenvolvimento embrionário.

Evidências experimentais indicaram que o gene Bmp4 estava envolvido na etiologia de fenda

de lábio com ou sem fenda de palato em camundongos (83). Além disso, foi encontrada uma

associação entre o gene BMP4 e fenda de lábio com ou sem fenda de palato em seres

Page 112: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

76

humanos de diferentes grupos étnicos (249, 250, 251, 252). Um estudo anterior da população

brasileira encontrou uma associação entre fenda de lábio com ou sem fenda de palato e o

SNP rs17563 no gene BMP4, bem como observou um efeito protetor contra a ocorrência de

fenda de lábio com ou sem fenda de palato conferida pelo alelo C desta variante (253). No

presente estudo, esta associação foi confirmada em uma amostra maior. Além disso, os testes

PolyPhen-2 e SIFT indicaram o caráter benigno e tolerante deste SNP.

O gene TFAP2A é expresso em estruturas craniofaciais (121). Shi et al. (201)

verificaram que uma grande deleção incluiu o gene TFAP2A em um paciente com FL.

Associações entre quatro SNPs (rs537112, rs533558, rs303048 e rs1675414) no gene

TFAP2A e FLP isolada foram detectadas no presente estudo. Além disso, as mutações no

gene TFAP2A têm sido relatadas na síndrome brânquio-óculo-facial, que inclui fenda oral

como parte do fenótipo (123).

O gene SHH é o principal membro da família hedgehog; esta regula eventos

fundamentais de desenvolvimento durante a embriogênese e tem sido associada com o

desenvolvimento anormal dos dentes e orofacial. Além disso, o gene SHH é expresso na

ectoderme dos processos frontonasais e maxilares (254). Nesta amostra, o SHH SNP

rs1233556 foi associado a um risco aumentado de FLP isolada. Mutações no gene SHH

resultam em holoprosencefalia, demonstrando a função essencial deste fator de crescimento

no desenvolvimento da face (100).

Um SNP (rs300566) numa região intrônica do gene SPRY1 foi associado a um

risco aumentado de FLP isolada nesta pesquisa. Nos vertebrados, existem quatro proteínas

Sprouty que tanto inibem ou potencializam a sinalização do receptor de tirosina quinase de

uma forma específica. Durante o desenvolvimento dos vertebrados, proteínas Spry exibem

Page 113: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

77

padrões de sobreposição de expressão, particularmente em estruturas craniofaciais e

membros. Estudos de genes alvo revelaram ambas funções distintas e redundantes para

proteínas Spry durante o desenvolvimento (255).

O gene KIF7 (rs4932238, rs4932240) também foi associado a um risco

aumentado de FLP isolada neste estudo. Esta é a primeira vez que este gene é associado com

a o fenótipo de FLP isolada. Putoux et al. (256) encontraram mutações no gene KIF7 em

pacientes com síndrome acrocallosal. Esta síndrome é uma doença recessiva rara

caracterizada pela agenesia ou hipoplasia do corpo caloso, dismorfismo craniofacial,

duplicação do hálux, polidactilia pós-axial e retardo mental grave. O gene KIF7 é um

componente chave da via SHH e codifica uma proteína associada a cílios que pertence à

família cinesina que desempenha um papel importante na transdução de sinal de SHH (257).

O presente estudo é o primeiro a encontrar uma associação entre o gene TCEB3

(mutação de sentido trocado - rs2235541) com um risco aumentado de FLP isolada. Os

resultados dos teste in silico PolyPhen-2 e SIFT mostraram o carácter prejudicial desta

mutação, fundamentando uma associação entre este gene e FLP isolada. Esta potencial

associação foi descrita inicialmente baseada em um estudo do número de cópias em

indivíduos com fenda de lábio com ou sem fenda de palato (202). Este gene codifica uma

proteína de elongação tipo A, que consiste em uma subunidade do complexo de fator de

transcrição B dependente de RNA polimerase II. Essa proteína forma um complexo estável

com as proteínas de elongação do tipo B e C (subunidades de regulação) necessário para a

correta atividade de elongação durante a transcrição (258). Estudos protéicos evidenciam a

interação entre as proteínas de elongação B e C com domínios de ligação do tipo SPRY

(259).

Page 114: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

78

A maioria dos genes associados com FLP isolada neste estudo possuem vias

correlacionadas. Os fatores de crescimento envolvidos no desenvolvimento orofacial

pertencem principalmente a quatro famílias: FGF, HH, TGF-β, que inclui as BMPs e

activinas, e WNT (Figura 17).

Figura 17. Esquema de articulação entre vários genes envolvidos na etiologia de FLP.

A expressão da via WNT muitas vezes coincide com a expressão da via HH e

ligantes da família TGF-β (107). Os ligantes WNT atuam através de receptores específicos

da superfície celular (Frizzled 1-10) para ativar uma via de transdução de sinal intracelular

que, em seguida, ativa a proteína citoplasmática Disheveled (DVL) (106). Após estimulação

de WNT, DVL recruta AXIN (axis inhibition protein) para a membrana plasmática, onde

DVL promove a fosforilação do co-receptor LRP6 (low density lipoprotein receptor-related

Page 115: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

79

protein 6) (260). Esta última molécula é um inibidor competitivo direto de GSK3β (glycogen

synthase kinase 3 beta), que permite β-catenina acumular-se e operar como uma chave de

transcrição no núcleo (261). O Knockdown de Dvl1 [dishevelled, dsh homolog 1

(Drosophila)], Dvl2 [dishevelled 2, dsh homolog (Drosophila)], ou Dvl3 [dishevelled 3, dsh

homolog (Drosophila)] pode atenuar a capacidade de Wnt3a para estimular a via Wnt/β-

catenina (262). A deficiência de Wnt5a leva a fenda de palato secundário completo.

A expressão alterada dos genes Bmp4, Shh e Msx1 foi observada no palato de

camundongos Wnt5a mutantes (263). O WNT3 é o ligante que se liga a LRP6 para controlar

o desenvolvimento de lábio. Por sua vez, o LRP6 é um mediador chave necessária para ativar

a via canônica Wnt/β-catenina (238). Os camundongos deficientes de Lrp6 exibem FLP e

defeitos mandibulares (238, 264). Mais importante, foi sugerido que a sub-regulação local

de ambos os genes Msx1e Msx2 no mesênquima do primórdio orofacial poderia ser uma das

principais causas de FLP em mutantes Lrp6 (238).

As interações entre BMPs e MSX1 são importantes no desenvolvimento

orofacial, sendo que o gene Msx1 é necessário para a expressão dos genes Bmp4 e Bmp2 no

mesênquima palatal e para a expressão do gene Shh no epitélio da borda média em

camundogos (30,83,265). A expressão transgênica de Bmp4 no mesênquima palatal do

comundongo Msx1-/- mutante apresenta o fenótipo de FP. A ligação entre Bmp4 e Msx1 é

particularmente notável na medida em que os camundongos que não têm Msx1 exibem FP e

anomalias crânio faciais e no desenvolvimento dos dentes (266).

Deve-se observar que todo estudo de associação genética tem limitações, pois

utiliza apenas variantes comuns (frequência acima de 5%) e portanto não detecta variantes

raras (frequência entre 0,1% a 3%) (267). Desse modo, os genes que não foram associados

Page 116: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

80

à FLP podem posuir variantes raras que estejam associadas com o fenótipo de FLP isolada.

Uma alternativa nesses casos é o uso de outras técnicas com o sequenciamento de alto

desempenho (Next Generation Sequencing).

Vários genes comumente associados com fendas orais, tais como IRF6, não

foram associados, neste estudo, com FLP isolada. O gene IRF6 tem sido frequentemente

estudado e mostrou-se associado com fenda oral (117,268,269). Zucchero et al. (119)

sugeriram que IRF6 poderia contribuir com 12% dos casos de fendas orais, incluindo todos

os tipos. Estes estudos anteriores encontraram associação entre o polimorfismo p.V274I

(rs2235371) e fenda de lábio com ou sem fenda de palato (269,270). O programa

SNPbrowser 4.0 (Applied Biosystems) selecionou os SNPs para rastreamento do gene

baseado em segregação, o que é fundamental em estudo do tipo caso-controle. Por este

método a variante rs2235371 do gene IRF6 analisada anteriormente por Letra et al. (2012)

e Li et al. (2012) não foi incluída para análise.

Além disso, a ausência de uma associação entre fendas orais e o gene IRF6 na

amostra da presente pesquisa pode ser devido ao fato de que foram incluídos nesse estudo

especificamente casos com FLP isolada, em contraste com outros estudos que normalmente

agrupam vários tipos de fendas orais. Outra explicação é que as interações entre fatores

genéticos e ambientais podem afetar várias populações de forma diferente. É provável que

o gene IRF6 não seja um forte fator de risco para FLP na população brasileira, ou pode fazer

contribuições específicas para um outro tipo de fenda oral, como por exemplo, FL (271).

Os resultados deste estudo sugerem que a associação de variantes de sequência

de 16 genes podem interromper a formação e/ou de fusão dos processos faciais e predispor

indivíduos a FLP isolada. A maioria dos SNPs associados com FLP isolada neste estudo

Page 117: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

81

estão localizados em regiões intrônicas dos genes estudados. Uma vez que estes SNPs não

alteram a sequência da proteína, o desequilíbrio de ligação com uma mutação funcional ou

alterações traducionais devem ser considerados, dado que ambas estas possibilidades iriam

afetar a função proteica. Como este foi um estudo de associação indireto, os SNPs associados

apontam regiões onde podem haver variantes causais, ou seja, são hotspots, cujos genes

devem ser melhores investigados para encontrá-las.

Nesse estudo foi possível determinar alguns genes que estão associados à

etiologia de FLP isolada na população brasiliera por meio de SNPs. Deve-se destacar as

novas associações encontradas entre os genes KIF7 e TCEB3 e o risco de FLP isolada. As

novas abordagens tecnológicas utilizando o mesmo desenho da amostra deverão ajudar a

identificar as variantes de susceptibilidade etiológica.

Page 118: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

82

Page 119: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

83

CONCLUSÕES

Nesta amostra conclui-se que:

1. Os genes MSX1, SPRY1, MSX2, PRSS35, TFAP2A, SHH, VAX1, TBX10, WNT11,

PAX9, BMP4, JAG2, AXIN2, DVL2, KIF7 e TCBE3 foram associados à FLP isolada.

2. Os genes APOC2, BCL3, CLPTM1, ERBB2, FGF22, FOXE1, HOXA2, IRF6, LHX8,

GREM1, PTCH1, RARA, SOX7, SPRY2, SUMO1, TBX1, TGFB1, TGFB3, WNT3A,

WNT5A, WNT8A, WNT9B não foram associados à FLP isolada.

3. Não foi possível investigar a associação entre o gene TBX22 e FLP isolada.

Page 120: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

84

Page 121: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

85

REFERÊNCIAS

1. Silva Filho OG, Ferrari Júnior FM, Rocha DL, Freitas JAS. Classificação das fissuras

lábio-palatais: breve histórico, considerações clínicas e sugestão de modificação. Rev

Bras Cir. 1992; 82(2):59-65.

2. Tolarová MM, Cervenka J. Classification and Birth Prevalence of Orofacial Clefts.

Am J Med Genet. 1998; 75:126-37.

3. Marazita, ML. The evolution of human genetic studies of cleft lip and cleft palate.

Annu Rev Genomics Hum Genet. 2012; 13:263-83.

4. Grosen D, Chevrier C, Skytthe A, Bille C, Mølsted K, Sivertsen A et al. A cohort

study of recurrence patterns among more than 54,000 relatives of oral cleft cases in

Denmark: support for the multifactorial threshold model of inheritance. J Med Genet.

2010; 47(3):162-8.

5. Rahimov F, Marazita ML, Visel A, Cooper ME, Hitchler MJ, Rubini M et al.,

Disruption of an AP-2alpha binding site in an IRF6 enhancer is associated with cleft

lip. Nat Genet. 2008; 40(11):1341-7.

6. Ludwig KU, Mangold E, Herms S, Nowak S, Reutter H, Paul A et al. Genome-wide

meta-analyses of nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate identify six new

risk loci. Nat Genet. 2012; 44(9):968-71.

7. Dixon MJ, Marazita ML, Beaty TH, Murray JC. Cleft lip and palate: understanding

genetic and environmental influences. Nat Rev Genet. 2011; 12:167-78.

8. Mossey PA, Little J, Munger RG, Dixon MJ, Shaw WC. Cleft lip and palate. Lancet.

2009; 374(9703): 1773-85.

Page 122: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

86

9. Rittler M, Cosentino V, López-Camelo JS, Murray JC, Wehby G, Castilla EE.

Associated anomalies among infants with oral clefts at birth and during a 1-year

follow-up. Am J Med Genet A. 2011; 155A(7):1588-96.

10. IPDTOC Working Group. Prevalence at birth of cleft lip with or without cleft palate:

CAR data from the International Perinatal Database of Typical Oral Clefts

(IPDTOC). Cleft Palate Craniofac J. 2011; 48(1):66-81.

11. Rice DPC. Craniofacial Anomalies: From Development to Molecular Pathogenesis.

Current Molecular Medicine. 2005; 5:699-722.

12. Cobourne, MT. The complex genetics of cleft lip and palate. Eur J Orthod. 2004;

26:7-16.

13. Calzolari E, Pierini A, Astolfi G, Bianchi F, Neville AJ, Rivieri F. Associated

anomalies in multi-malformed infants with cleft lip and palate: an epidemiologic

study of nearly 6 million births in 23 EUROCAT registries. Am J Med Genet A. 2007;

143:528-37.

14. Schutte BC, Murray JC. The many faces and factors of orofacial clefts. Hum Mol

Genet. 1999; 8:1853-59.

15. Eppley BL, Van Aalst JA, Robey A, Havlik RJ, Sadove AM. The spectrum of

orofacial clefting. Plast Reconstr Surg. 2005; 7:110e-4e.

16. Mitchell LE, Risch N. Mode of inheritance of nonsyndromic cleft lip with or without

cleft palate: a reanalysis. Am J Hum Genet. 1992; 51:323-32.

17. Sivertsen A, Wilcox AJ, Skjaerven R, Vindenes HA, Abyholm F, Harville E et al.

Familial risk of oral clefts by morphological type and severity: population-based

cohort study of first degree relatives. BMJ. 2008; 336:432-4.

Page 123: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

87

18. Mitchell, LE. Cleft lip palate: from origin to treatment, Twin, Studies in Oral Cleft

Research. USA: Oxford University Press; 2002

19. Jugessur A, Farlie PG, Kilpatrick N. The genetics of isolated orofacial clefts: from

genotypes to subphenotypes. Oral Dis. 2009; 15:437-53.

20. Carstens, MH. Development of the facial midline. J Craniofac Surg. 2002; 13:129-

87.

21. Gundlach KK, Maus C. Epidemiological studies on the frequency of clefts in Europe

and world‐wide. J Craniomaxillofac Surg. 2006; 34:1-2.

22. World Health Organisation (WHO). Global strategies to reduce the health–care

burden of craniofacial anomalies: report of WHO meetings on international

collaborative research on craniofacial anomalies. Cleft Palate Craniofac

J. 2004.41(3):238-43.

23. Tapadia MD, Cordero DR, Helms JA. It’s all in your head: new insights into

craniofacial development and deformation. J Anat. 2005; 207:461-77.

24. Garcia-Castro M, Bronner-Fraser M. Induction and differentiation of the neural crest.

Curr Opin Cell Biol. 1999; 11:695-8.

25. Cobourne, MT. Construction for the modern head, current concepts in craniofacial

development. J Orthod. 2000; 27:307-14.

26. Wilkie AO, Morriss-Kay GM. Genetics of craniofacial development and

malformation. Genetics. 2001; 2:458-68.

27. Verwoerd DCA, Van Oostrom CG. Cephalic neural crest and placodes. Adv Anat

Embryol Exp Morphol. 1978; 58:1-75

Page 124: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

88

28. Sulik KK, Schoenwolf GC. Highlights of craniofacial morphogenesis in mammalian

embryos as revealed by scanning electron microscopy. Scanning Electron Microsc.

1985; 4:1735-52

29. Sulik KK, Johnston MC. Embryonic origin of holoprosencephaly: interrelationship

of the developing brain and face. Scan Electron Microsc. 1982; 1:309-22.

30. Jiang R, Bush JO, Lidral AC. Development of the upper lip: morphogenetic and

molecular mechanisms. Dev Dyn. 2006; 235:1152-66.

31. Sperber GH. Current concepts in embryonic craniofacial development. Crit Rev Oral

Biol Med. 1992; 4(1):67-72.

32. Gritli-Linde, A. Molecular control of secondary palate development. Dev Biol. 2007;

301(2):309-26.

33. Ferguson, MW. Palate development. Development. 1988; 103: 41-60.

34. Cohen MM Jr. Malformations of the Craniofacial Region: Evolutionary, Embryonic,

Genetic and Clinical Perspectives. Am J Med Genet. 2002; 115:245-68.

35. Marazita ML, Mooney MP. Current concepts in the embryology and genetics of cleft

lip and cleft palate. Clin Plastic Surg. 2004; 31:125-40.

36. Schliekelman P, Slatkin M. Multiplex relative risk and estimation of the number of

loci underlying an inherited disease. Am J Hum Genet. 2002; 71(6):1369-85.

37. Jugessur A, Murray JC. Orofacial clefting: recent insights into a complex trait. Curr

Opin Genet Dev. 2005; 15:270-278.

38. Vieira AR. Unraveling human cleft lip and palate research. J Dent Res. 2008;

87(2):119-25.

Page 125: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

89

39. Rahimov F, Jugessur A, Murray JC. Genetics of nonsyndromic orofacial clefts. Cleft

Palate Craniofacial Journal. 2012; 49(1):73-91.

40. Romitti PA, Lidral AC, Munger RG, Daack-Hirsch S, Burns TL, Murray JC.

Candidate genes for nonsyndromic cleft lip and palate and maternal cigarette smoking

and alcohol consumption: evaluation of genotype-environment interactions from a

population-based case-control study of orofacial clefts. Teratology. 1999; 59 (1):39-

50.

41. Munger RG, Romitti PA, Daack-Hirsch S, Burns TL, Murray JC, Hanson J. Maternal

alcohol use and risk of orofacial cleft birth defects. Teratology. 1996; 54(1):27-33.

42. Shaw GM, Lammer EJ. Maternal periconceptional alcohol consumption and risk for

orofacial clefts. J Pediatr. 1999; 134(3):298-303.

43. Natsume N, Kawai T, Ogi N, Yoshida W. Maternal risk factors in cleft lip and palate:

case control study. Br J Oral Maxillofac Surg. 2000; 38(1):23-5.

44. West JR, Blake CA. Fetal alcohol syndrome: an assessment of the field. Exp Biol

Med. 2005; 230(6):354-356.

45. Murray JC. Gene/environment causes of cleft lip and/or palate. Clin Genet. 2002;

61(4):248-56.

46. Jugessur A, Shi M, Gjessing HK, Lie RT, Wilcox AJ, Weinberg CR et al. Genetic

determinants of facial clefting: analysis of 357 candidate genes using two national

cleft studies from Scandinavia. PLoS ONE. 2009; 4(4):e5385.

47. Boyles AL, DeRoo LA, Lie RT, Taylor JA, Jugessur A, Murray JC et al. Maternal

alcohol consumption, alcohol metabolism genes, and the risk of oral clefts: a

Page 126: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

90

population-based case control study in Norway, 1996-2001. Am J Epidemiol. 2010;

172(8):924-931.

48. Shi M, Wehby GL, Murray JC. Review on genetic variants and maternal smoking in

the etiology of oral clefts and other birth defects. Birth Defects Research Part C

Embryo Today. 2008; 84(1):16-29.

49. van Rooij A, Wegerif MJ, Roelofs HM, Peters WH, Kuijpers-Jagtman AM, Zielhuis

GA et al. Smoking, genetic polymorphisms in biotransformation enzymes, and

nonsyndromic oral clefting: a gene-environment interaction. Epidemiology. 2001;

12(5):502-7.

50. Beaty TH, Hetmanski JB, Zeiger JS, Fan YT, Liang KY, Vander Kolk CA et al.

Testing candidate genes for non-syndromic oral clefts using a case-parent trio design.

Genet Epidemiol. 2002; 22(1):1-11.

51. Prescott NJ, Winter RM, Malcolm S. Nonsyndromic cleft lip and palate: complex

genetics and environmental effects. Ann Hum Genet. 2001; 65:505-15.

52. Pezzetti F, Martinelli M, Scapoli L, Carinci F, Palmieri A, Marchesini J et al.

Maternal MTHFR variant forms increase the risk in offspring of isolated

nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate. Hum Mutat. 2004; 24:104-5.

53. Chevrier C, Perret C, Bahuau M, Zhu H, Nelva A, Herman C et al. Fetal and maternal

MTHFR C677T genotype, maternal folate intake and the risk of nonsyndromic oral

clefts. Am J Med Genet A. 2007; 143: 248-57.

54. Wehby GL, Murray JC. Folic acid and orofacial clefts: a review of the evidence. Oral

Dis. 2010; 16(1):11-19.

Page 127: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

91

55. Wilcox AJ, Lie RT, Solvoll K, Taylor J, McConnaughey DR, Abyholm F et al. Folic

acid supplements and risk of facial clefts: national population based casecontrol

study. BMJ (Clinical Research Edition). 2007; 334(7591):464.

56. Porter FD. Cholesterol precursors and facial clefting. J Clin Invest. 2006;

116(9):2322-5.

57. Munger RG, Tamura T, Johnston KE, Feldkamp ML, Pfister R, Carey JC. Plasma

zinc concentrations of mothers and the risk of oral clefts in their children in Utah.

Birth Defects Research A Clin Mol Teratol. 2009; 85(2):151–155.

58. Johnson CY, Little J. Folate intake, markers of folate status and oral clefts: is the

evidence converging? Int J Epidemiol. 2008; 37(5):1041-58.

59. Abbott BD. The etiology of cleft palate: a 50-year search for mechanistic and

molecular understanding. Birth Defects Res B Dev Reprod Toxicol. 2010; 89(4):266-

74.

60. Vieira AR. Genetic and environmental factors in human cleft lip and palate. Front

Oral Biol. 2012;16:19-31

61. Lidral AC, Murray JC. Genetic approaches to identify disease genes for birth defects

with cleft lip/palate as a model. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2004; 70: 893-

901

62. Gorlin RJ, Cohen MMJr, Hennekam RCM. Syndromes of the head and neck,4th

edition. New York:Oxford University Press. 2001.

63. Lidral AC, Moreno LM. Progress toward discerning the genetics of cleft lip. Curr

Opin Pediatr. 2005; 17:731-9.

Page 128: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

92

64. Kouskoura T, Fragou N, Alexiou M, John N, Sommer L, Graf D et al.

The genetic basis of craniofacial and dental abnormalities. Schweiz Monatsschr

Zahnmed. 2011; 121(7-8):636-46.

65. Stanier P, Moore GE. Genetics of cleft lip and palate: syndromic genes contribute to

the incidence of non-syndromic clefts. Hum Mol Genet. 2004; 1: R73-R81.

66. Wan M, Cao X. BMP signaling in skeletal development. Biochem Biophys Res

Commun. 2005; 328:651-7

67. Meng L, Bian Z, Torensma R, Von den Hoff JW. Biological mechanisms in

palatogenesis and cleft palate. J Dent Res. 2009; 88:22-33.

68. Ito Y, Yeo JY, Chytil A, Han J, Bringas P Jr, Nakajima A et al. Conditional

inactivation of Tgfbr2 in cranial neural crest causes cleft palate and calvaria defects.

Development. 2003; 130:5269-80

69. Wurdak H, Ittner L M, Lang K S, Leveen P, Suter U, Fischer J A, Karlsson S, Born

W, Sommer L: Inactivation of TGFsignalling in neural crest stem cells leads to

multiple defects reminiscent of DiGeorge syndrome. Genes and Development. 2005;

19:530-5

70. Li W-Y, Duddas M, Kaartinen V. Signaling through Tgf-β type I receptor Alk5 is

required for upper lip fusion. Mechanisms of Development. 2008;125:874-82

71. Kaartinen V, Voncken JW, Shuler C, Warburton D, Bu D, Heisterkamp N. Abnormal

lung development and cleft palate in mice lacking TGFbeta 3 indicates defects of

epithelial-mesenchymal interaction. Nat Genet. 1995; 11:415-21.

72. Kaartinen V, Cui XM, Heisterkamp N, Groffen J, Shuler CF. Transforming growth

factor-beta 3 regulates transdifferentiation of medial edge epithelium during palatal

Page 129: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

93

fusion and associated degradation of the basement membrane. Developmental

Dynamics. 1997; 209: 255-60.

73. Nawshad A, LaGamba D, Hay ED. Transforming growth factor beta (TGFbeta)

signalling in palatal growth, apoptosis and epithelial mesenchymal transformation

(EMT). Arch Oral Biol. 2004; 49:675-89.

74. Marazita ML, Murray JC, Lidral AC, Arcos-Burgos M, Cooper ME, Goldstein T et

al. Meta-analysis of 13 genome scans reveals multiple cleft lip⁄palate genes with

novel loci on 9q21 and 2q32-35. Am J Hum Genet. 2004; 75:161-73

75. Marazita ML, Neiswanger K Association studies. In:Wyszynski DFE, ed.Cleft lip and

palate: from origin to treatment. Oxford University Press: New York, NY, 2002; 240-

54.

76. Nohe A, Keating E, Knaus P, Petersen NO. Signal transduction of bone

morphogenetic protein receptors. Cell Signal. 2004; 16:291-9.

77. Greene RM, Pisano MM. Perspectives on growth factors and orofacial development.

Curr Pharm Des. 2004; 10:2701-17.

78. Nie X, Luukko K, Kettunen P. BMP signalling in craniofacial development. Int J

Dev Biol. 2006; 50:511-21.

79. Sieber C, Kopf J, Hiepen C, Knaus P. Recent advances in BMP receptor signaling.

Cytokine Growth Factor Rev. 2009; 20:343-55.

80. Francis-West PH, Tatla T, Brickell P. Expression patterns of the bone morphogenetic

protein genes Bmp-4 and Bmp-2 in the developing chick face suggest a role in

outgrowth of the primodia. Developmental Dynamics. 1994; 201:168-78

Page 130: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

94

81. Wu P, Jiang T-X, Suksaweang S, Widelitz R B, Chuong C-M. Molecular shaping of

the beak. Science. 2004; 305:1465-6.

82. Ashique A M, Fu K, Richman J M: Endogenous bone morphogenetic proteins

regulate outgrowth and epithelial survival during avail lip fusion. Development 2002;

129:4647-60

83. Liu W, Selever J, Murali Det al(2005a). Threshold-specific requirements for Bmp4

in mandibular development. Dev Biol283:282–293.

84. Liu W, Sun X, Braut Aet al(2005b). Distinct functions for Bmp signaling in lip and

palate fusion in mice.Development 132:1453–1461

85. Bachler M, Neubuser A (2001). Expression of members of the Fgf family and their

receptors during midfacial development.Mech Dev100:313–316.

86. Kim HJ, Rice DPC, Kettunen PJ, Thesleff I FGF-, BMP- and Shh-mediated signalling

pathways in the regulation of cranial suture morphogenesis and calvarial bone

development. Development. 1998; 125:1241-51.

87. Johnson D, Iseki S, Wilkie A, Morris-Kay GM. Expression patterns of Twist and

Fgfr1, -2 and -3 in the developing mouse coronal suture suggest a key role for Twist

in suture initiation and biogenesis. Mech Dev. 2000; 91:341-5.

88. Rice R, Spencer-Dene B, Connor E C, Gritli-Linde A, Mcmahon A P, Dickson C et

al. Disruption of Fgf10/Fgfr2b-coordinated epithelial-mesenchymal interactions

causes cleft palate. J Clin Invest. 2004; 113(12):1692-1700

89. Abu-Issa R, Smyth G, Smoak I, Yamamura K, Meyers EN. Fgf8 is required for

pharyngeal arch and cardiovascular development in the mouse. Development. 2002;

129: 4613-25.

Page 131: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

95

90. Lee S, Crisera CA, Erfani S, Maldonado TS, Lee JJ, Alkasab SL et al. Immuno

localization of fibroblast growth factor receptors 1 and 2 in mouse palate

development. Plast Reconstr Surg. 2001; 107:1776-84.

91. Pauws E, Stanier P. FGF signalling and SUMO modification: new players in the

aetiology of cleft lip and⁄or palate. Trends Genet. 2007; 23:631-40.

92. Kreiborg S, Cohen MM: The oral manifestations of Apert syndrome. Journal of

craniofacial genetics and developmental biology. 1992; 12(1):41-8.

93. Dode C, Levilliers J, Dupont JM, De Pape A, Le Du N, Soussi-Yanicostas N et al.

Loss of function mutations in FGFR1 cause autosomal dominant Kallmann

syndrome. Nat Genet. 2003; 33:463-5

94. Kim HJ, Herrick S, Lemyre E, Kishikawa S, Salisz J, Seminara S et al.

Hypogonadotropic hypogonadism and cleft lip and palate caused by a balanced

translocation producing haploinsufficiency for FGFR1. J Med Genet. 2005; 42(8):

666-72.

95. Murray JC, Schutte BC. Cleft palate: players, pathways, and pursuits. J Clin Invest.

2004; 113:1676-8.

96. Riley BM, Mansilla MA, Ma J, Daack-Hirsch S, Maher BS, Raffensperger LM et al.

Impaired FGF signaling contributes to cleft lip and palate. PNAS. 2007; 104: 4512-7.

97. Cohen MM Jr. An introduction to Sonic Hedgehog Signaling. In: Epstein CJ,

Erickson RP, Wynshaw-Boris A, eds Inborn errors of development. Oxford

University Press: New York. 2004; 210-28.

Page 132: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

96

98. Jeong J, Mao J, Tenzen T, Kottmann AH, McMahon AP. Hedgehog signaling in the

neural crest cells regulates the patterning and growth of facial primordia. Genes Dev.

2004; 18:937-51.

99. Chiang C, Litingtung Y, Lee E, Young KE, Corden JL, Westphal H et al. Cyclopia

and defective axial patterning in mice lacking Sonic hedgehog gene function. Nature.

1996; 383:407-13.

100. Roessler E, Belloni E, Gaudenz K, Jay P, Berta P, Scherer SW et al. Mutations in the

human Sonic Hedgehog gene cause holoprosencephaly. Nat Genet. 1996; 14:357-60.

101. Mullor JL, Sanchez P, Ruiz i Altaba A. Pathways and consequences: Hedgehog

signaling in human disease. Trends Cell Biol. 2002; 12:562-9.

102. Evans DG, Ladusans EJ, Rimmer S, Burnell LD, Thakker N, Farndon PA

Complications of the naevoid basal cell carcinoma syndrome: results of a population

based study. J Med Genet. 1993; 30:460-4.

103. Mansilla MA, Cooper ME, Goldstein T, Castilla EE, Lopez Camelo JS, Marazita ML

et al. Contributions of PTCH gene variants to isolated cleft lip and palate.Cleft Palate

Craniofac. 2006; J43: 21-9.

104. Alappat SR, Zhang Z, Suzuki K, Zhang X, Liu H, Jiang R et al. The cellular and

molecular etiology of the cleft secondary palate in Fgf10 mutant mice. Dev Biol.

2005; 277:102-13.

105. Sheldahl LC, Moon RT. Wnt signaling pathways. In:Epstein CJ, Erickson RP,

Wynshaw-Boris A, edsInborn errors of development. Oxford University Press: New

York. 2004; 272-81.

Page 133: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

97

106. Clevers H Wnt⁄ beta-catenin signaling in development and disease. Cell. 2006; 127:

469-80.

107. Silva-Paiva KB, Silva-Valenzuela MDG, Gomes Massironi SM, Ko GM, Modolo-

Siqueira F, Daumas-Nuñes F. Differential Shh, Bmpand Wntgene expressions during

craniofacial development in mice. Acta Histochemica. 2010; 112: 508-97.

108. Niemann S, Zhao C, Pascu F, Stahl U, Aulepp U, Niswander L et al Homozygous

WNT3 mutation causes tetra-amelia in a large consanguineous family.Am J Hum

Genet. 2004; 74:558-63.

109. Woods CG, Stricker S, Seemann P, Stern R, Cox J, Sherridan E et al Mutations in

WNT7A cause a range of limb malformations, including Fuhrmann syndrome and

Al-Awadi⁄ Raas-Rothschild⁄ Schinzel phocomelia syndrome. Am J Hum Genet 2006;

79:402-8.

110. Juriloff DM, Harris MJ, McMahon AP, Carroll TJ, Lidral AC. Wnt9b is the mutated

gene involved in multifactorial nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate in

A⁄WySn mice, as confirmed by a genetic complementation test. Birth Defects Res A

Clin Mol Teratol. 2006; 76:574-9.

111. Sperber GH. Transitions in craniofacial biology: a tribute to Bernard G. Sarnat. J

Craniofac Surg. 2012; 23(1):124-5.

112. Kondo S, Schutte BC, Richardson RJ, Bjork BC, Knight AS, Watanabe Y et al.

Mutations in IRF6 cause Van der Woude and popliteal pterygium syndromes.Nat

Genet. 2002; 32:285-9.

Page 134: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

98

113. Ben J, Jabs EW, Chong SS. Genomic, cDNA and embryonic expression analysis of

zebrafish IRF6, the gene mutated in the human oral clefting disorders Van der Woude

and popliteal pterygium syndromes. Gene Expr Patterns.2005; 5:629-38.

114. Knight AS, Schutte BC, Jiang R, Dixon MJ. Developmental expression analysis of

the mouse and chick orthologues of IRF6: the gene mutated in Van der Woude

syndrome.Dev Dyn. 2006; 235:1441-7.

115. Washbourne BJ, Cox TC. Expression profiles of cIRF6, cLHX6 and cLHX7 in the

facial primordia suggest specific roles during primary palatogenesis. BMC Dev Biol.

2006; 6:18.

116. Ingraham CR, Kinoshita A, Kondo S, Yang B, Sajan S, Trout KJ et al. Abnormal

skin, limb and craniofacial morphogenesis in mice deficient for interferon regulatory

factor 6 (Irf6).Nat Genet. 2006; 38:1335-40.

117. Jugessur A, Rahimov F, Lie RT, Wilcox AJ, Gjessing HK, Nilsen RM et al. Genetic

variants in IRF6 and the risk of facial clefts: single-marker and haplotypebased

analyses in a population-based case-control study of facial clefts in Norway.Genet

Epidemiol 2008; 32:413-24.

118. de Lima RL, Hoper SA, Ghassibe M, Cooper ME, Rorick NK, Kondo S, et al.

Prevalence and nonrandom distribution of exonic mutations in interferon regulatory

factor 6 in 307 families with Van der Woude syndrome and 37 families with popliteal

pterygium syndrome. Genet Med. 2009; 11:241-7.

119. Zucchero TM, Cooper ME, Maher BS, Daack-Hirsch S, Nepomuceno B, Ribeiro L

et al. Interferon regulatory factor 6 (IRF6) gene vari- ants and the risk of isolated cleft

lip or palate. New Engl J Med. 2004; 351:769-80.

Page 135: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

99

120. Little HJ, Rorick NK, Su LI, Baldock C, Malhotra S, Jowitt Tet al. Mis-sense

mutations that cause Van der Woude syndrome and popliteal pterygium syndrome

affect the DNA-binding and transcriptional activation functions of IRF6. Hum Mol

Genet. 2008; 18:535-45.

121. Schorle H, Meier P, Buchert M, Jaenisch R, Mitchell PJ. Transcription factor AP-2

essential for cranial closure and craniofacial development.Nature. 1996; 381:235-

238.

122. Nottoli T, Hagopian-Donaldson S, Zhang J, Perkins A, Williams T AP-2-null cells

disrupt morphogenesis of the eye, face, and limbs in chimeric mice. Proc Natl Acad

Sci USA. 1998; 95:13714-19

123. Milunsky JM, Maher TA, Zhao G, Roberts AE, Stalker HJ, Zori RT et al TFAP2A

mutations result in branchio-oculo-facial syndrome. Am J Hum Genet 2008; 82:1171-

7.

124. Brancaccio A, Minichiello A, Grachtchouk M, Antonini D, Sheng H, Parlato R et al.

Requirement of the forkhead gene Foxe1, a target of sonic hedgehog signaling, in hair

follicle morphogenesis. Hum Mol Genet. 2004; 13:2595-606.

125. Vieira AR, Avila JR, Daack-Hirsch S, Dragan E, Félix TM, Rahimov F et al. Medical

sequencing of candidate genes for nonsyndromic cleft lip and palate.PLoS Genet.

2005; 1: e64

126. Marazita ML, Lidral AC, Murray JC, Field LL, Maher BS, Goldstein McHenry T et

al. Genome scan, fine-mapping, and candidate gene analysis of non-syndromic cleft

lip with or without cleft palate reveals phenotype-specific differences in linkage and

association results. Hum Hered. 2009; 68(3):151-70.

Page 136: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

100

127. Braybrook C, Doudney K, Marcano AC, Arnason A, Bjornsson A, Patton MA et al.

The T-box transcription factor gene TBX22 is mutated in X-linked cleft palate and

ankyloglossia.Nat Genet. 2001; 29:179-83.

128. Marçano AC, Doudney K, Braybrook C, Squires R, Patton MA, Lees MM et al.

TBX22 mutations are a frequent cause of cleft palate.J Med Genet. 2004; 41:68-74.

129. Suphapeetiporn K, Tongkobpetch S, Siriwan P, Shotelersuk V. TBX22 mutations are

a frequent cause of nonsyndromic cleft palate in the Thai population. Clin Genet.

2007; 72: 478-83.

130. Braybrook C, Lisgo S, Doudney K, Henderson D, Marçano AC, Strachan T et al.

Craniofacial expression of human and murine TBX22 correlates with the cleft palate

and ankyloglossia phenotype observed in CPX patients.Hum Mol Genet. 2002;

11:2793-804.

131. Bush JO, Lan Y, Maltby KM, Jiang R. Isolation and developmental expression

analysis of Tbx22, the mouse homolog of the human X-linked cleft palate gene. Dev

Dyn. 2002; 225:322-6.

132. Yagi H, Furutani Y, Hamada H, Sasaki T, Asakawa S, Minoshima S et al. Role of

TBX1 in human del22q11.2 syndrome. Lancet. 2003; 362:1366-73.

133. Paylor R, Glaser B, Mupo A, Ataliotis P, Spencer C, Sobotka A et al Tbx1

haploinsufficiency is linked to behavioral disorders in mice and humans: implications

for 22q11 deletion syndrome. Proc Natl Acad Sci USA. 2006; 103:7729-34.

134. Zweier C, Sticht H, Aydin-Yaylagul I, Campbell CE, Rauch A. Human TBX1

missense mutations cause gain of function resulting in the same phenotype as 22q11.2

deletions.Am J Hum Genet. 2007; 80:510-7.

Page 137: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

101

135. Kobrynski LJ, Sullivan KE. Velocardiofacial syndrome, DiGeorge syndrome: the

chromosome 22q11.2 deletion syndromes. Lancet. 2007; 370:1443-52.

136. Vieira TP, Monteiro FP, Sgardioli IC, Souza J, Fett-Conte AC, Monlleó IL et al.

Clinical Features in Patients With 22q11.2 Deletion Syndrome Ascertained by Palatal

Abnormalities. Cleft Palate Craniofac J. 2014.

137. Bush JO, Lan Y, Jiang R The cleft lip and palate defects in Dancer mutant mice result

from gain of function of the Tbx10 gene. Proc Natl Acad Sci USA. 2004; 101:7022-

7.

138. Han J, Ishii M, Bringas P Jr, Maas RL, Maxson RE Jr, Chai Y. Concerted action of

Msx1 and Msx2 in regulating cranial neural crest cell differentiation during frontal

bone development. Mech Dev. 2007; 124:729-45.

139. Alappat S, Zhang ZY, Chen YP. Msx homeobox gene family and craniofacial

development. Cell Res. 2003; 13:429-42.

140. van den Boogaard MJ, Dorland M, Beemer FA, van Amstel HK. MSX1 mutation is

associated with orofacial clefting and tooth agenesis in humans. Nat Genet. 2000;

24:342-43.

141. Nieminen P, Kotilainen J, Aalto Y, Knuutila S, Pirinen S, Thesleff I. MSX1 gene is

deleted in Wolf–Hirschhorn syndrome patients with oligodontia. J Dent Res. 2003;

82:1013-7.

142. Jugessur A, Lie RT, Wilcox AJ, Murray JC, Taylor JA, Saugstad OD et al. Variants

of developmental genes (TGFA, TGFB3, and MSX1) and their associations with

orofacial clefts: a case-parent triad analysis. Genet Epidemiol. 2003; 24:230-9.

Page 138: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

102

143. Jezewski PA, Vieira AR, Nishimura C, Ludwig B, Johnson M, O'Brien SE et al.

Complete sequencing shows a role for MSX1 in non-syndromic cleft lip and palate.

J Med Genet. 2003; 40:399-407.

144. Suzuki Y, Jezewski PA, Machida J, Watanabe Y, Shi M, Cooper ME et al. In a

Vietnamese population. MSX1 variants contribute to cleft lip and palate, Genet Med.

2004; 6(3):117-25.

145. Mangold E, Ludwig KU, Birnbaum S, Baluardo C, Ferrian M, Herms S et al.

Genome‐wide association study identifies two susceptibility loci for nonsyndromic

cleft lip with or without cleft palate. Nat Genet. 2010; 42:24-6.

146. Beaty TH, Murray JC, Marazita ML, Munger RG, Ruczinski I, Hetmanski JB et al.

A genome‐wide association study of cleft lip with and without cleft palate identifies

risk variants near MAFB and ABCA4. Nat Genet. 2010; 42:525-9.

147. Butali A, Suzuki S, Cooper ME, Mansilla AM, Cuenco K, Leslie EJ et al. Replication

of genome wide association identified candidate genes confirm the role of common

and rare variants in PAX7 and VAX1 in the etiology of nonsyndromic CL(P). Am J

Med Genet Part A. 2013; 161A:965-72

148. Hallonet M, Hollemann T, Pieler T, Gruss P. Vax1, a novel homeobox‐containing

gene, directs development of the basal forebrain and visual system. Genes Dev. 1999;

13:3106-14.

149. Casey LM, Lan Y, Cho ES, Maltby KM, Gridley T, Jiang R. Jag2-Notch1 signaling

regulates oral epithelial differentiation and palate development. Dev Dyn. 2006;

235:1830-44.

Page 139: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

103

150. Scapoli L, Martinelli M, Arlotti M, Palmieri A, Masiero E, Pezzetti F et al. Genes

causing clefting syndromes as candidates for non-syndromic cleft lip with or without

cleft palate: a family-based association study. Eur J Oral Sci. 2008; 116:507-11.

151. Richardson RJ, Dixon J, Jiang R, Dixon MJ. Integration of IRF6 and Jagged2

signalling is essential for controlling palatal adhesion and fusion competence. Hum

Mol Genet. 2009;18:2632-42.

152. Jagomägi T, Nikopensius T, Krjutsˇkov K, Tammekivi V, Viltrop T, Saag M et al.

.MTHFR and MSX1 contribute to the risk of nonsyndromic cleft lip/palate. Eur J Oral

Sci. 2010; 118:213-20.

153. Peters H, Neubuser A, Kratochwil K, Balling R. Pax9-deficient mice lack pharyngeal

pouch derivatives and teeth and exhibit craniofacial and limb abnormalities. Genes

Dev. 1998; 12:2735-47.

154. Das P, Hai M, Elcock C, Leal SM, Brown DT, Brook AH et al. Novel missense

mutations and a 288-bp exonic insertion in PAX9 in families with autosomal

dominant hypodontia. Am J Med Genet A. 2003; 118:35-42

155. Su HL, Li SS Molecular features of human ubiquitin-like SUMO genes and their

encoded proteins.Gene. 2002; 296:65-73.

156. Shi M, Mostowska A, Jugessur A, Johnson MK, Mansilla MA, Christensen K et al.

Identification of microdeletions in candidate genes for cleft lip and/or palate. Birt

Defects Res A Clin Mol Teratol. 2009; 85(1):42-51.

157. Blanco R, Suazo J, Santos JL, Paredes M, Sung H, Carreño H et al. Association

between 10 microsatellite markers and nonsyndromic cleft lip palate in the Chilean

population. Cleft Palate Craniofac J. 2004; 41:163-7.

Page 140: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

104

158. Fujita H, Nagata M, Ono K, Okubo H, Takagi R. Linkage analysis between BCL3

and nearby genes on 19q13.2 and non-syndromic cleft lip with or without cleft palate

in multigenerational Japanese families. Oral Dis 2004; 10:353-9.

159. Yoshiura K, Machida J, Daack-Hirsch S, Patil SR, Ashworth LK, Hecht JT et al.

Characterization of a novel gene disrupted by a balanced chromosomal translocation

t(2;19)(q11.2;q13.3) in a family with cleft lip and palate. Genomics 1998; 54:231-40.

160. Suzuki K, Hu D, Bustos T, Zlotogora J, Richieri-Costa A, Helms JA et al. Mutations

of PVRL1, encoding a cell-cell adhesion molecule/herpesvirus receptor, in cleft

lip/palate-ectodermal dysplasia. Nat Genet. 2000; 25:427-30.

161. Sözen MA, Suzuki K, Tolarova MM, Bustos T, Fernández Iglesias JE, Spritz RA.

Mutation of PVRL1 is associated with sporadic, non-syndromic cleft lip/palate in

northern Venezuela. Nat Genet. 2001; 29:141-2.

162. Stein J, Mulliken JB, Stal S, Gasser DL, Malcolm S, Winter R et al. Nonsyndromic

cleft lip with or without cleft palate: evidence of linkage to BCL3 in 17

multigenerational families. Am J Hum Genet. 1995; 57:257-72

163. Wyszynski DF, Maestri N, McIntosh I, Smith EA, Lewanda AF, Garcia-Delgado C

et al. Evidence for an association between markers on chromosome 19q and non

syndromic cleft lip with or without cleft palate in two groups of multiplex families.

Hum Genet. 1997; 99:22-6.

164. Chenevix-Trench G, Jones K, Green AC, Duffy DL, Martin NG. Cleft lip with or

without cleft palate: associations with transforming growth factor alpha and retinoic

acid receptor loci. Am J Hum Genet. 1992; 51(6):1377-85.

Page 141: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

105

165. Shaw D, Ray A, Marazita M, Field L. Further evidence of a relationship between the

retinoic acid receptor alpha locus and nonsyndromic cleft lip with or without cleft

palate (CLP). Am J Hum Genet. 1993; 53(5):1156-7.

166. Vintiner GM, Lo KK, Holder SE, Winter RM, Malcolm S. Exclusion of candidate

genes from a role in cleft lip with or without cleft palate: linkage and association

studies. J Med Genet. 1993; 30(9):773-8.

167. Carinci F, Scapoli L, Palmieri A, Zollino I, Pezzetti F. Human genetic factors in

nonsyndromic cleft lip and palate: An update. Int. J. Pediatr. Otorhinolaryngol. 2007;

71(10):1509-19.

168. Maestri NE, Beaty TH, Hetmanski J, Smith EA, McIntosh I, Wyszynski DF et

al. Application of transmission disequilibrium tests to nonsyndromic oral clefts:

including candidate genes and environmental exposures in the models. Am. J Med

Genet. 1997; 73(3):337-44.

169. Kanno K, Suzuki Y, Yang X, Yamada A, Aoki Y, Kure S et al. Lack of evidence for

a significant association between nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate

and the retinoic acid receptor alpha gene in the Japanese population. J Hum Genet.

2002; 47(6):269-74.

170. Peanchitlertkajorn S, Cooper ME, Liu YE, Field LL, Marazita ML. Chromosome 17:

gene mapping studies of cleft lip with or without cleft palate in Chinese families.

Cleft Palate Craniofac J. 2003; 40(1):71-9.

171. Lin W, Sanchez HB, Deerinck T, Morris JK, Ellisman M, Lee KF. Aberrant

development of motor axons and neuromuscular synapses in erbB2-deficient mice.

Proc Natl Acad Sci USA. 2000; 97(3):1299-304.

Page 142: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

106

172. Lan Y, Ryan RC, Zhang Z, Bullard SA, Bush JO, Maltby KM et al. Expression of

Wnt9b and activation of canonical Wnt signaling during midfacial morphogenesis in

mice. Dev Dyn. 2006; 235:1448-54.

173. Chiquet BT, Blanton SH, Burt A, Ma D, Stal S, Mulliken JB et al. Variation in WNT

genes is associated with non-syndromic cleft lip with or without cleft palate. Hum

Mol Genet. 2008; 17:2212-8.

174. Menezes R, Marazita ML, Goldstein McHenry T, Cooper ME, Bardi K, Brandon C

et al. AXIS inhibition protein 2 orofacial clefts and a family history of cancer. J Am

Dent Assoc. 2009; 140:80-8.

175. Lammi L, Arte S, Somer M, Jarvinen H, Lahermo P, Thesleff I et al. Mutations in

AXIN2 cause familial tooth agenesis and predispose to colorectal cancer. Am J Hum

Genet. 2004; 74:1043-50.

176. Kanzaki H, Ouchida M, Hanafusa H, Yano M, Suzuki H, Aoe M, et al. Single

nucleotide polymorphism of the AXIN2gene is preferentially associated with human

lung cancer risk in a Japanese population. Int J Mol Med. 2006; 18:279-84.

177. Yook JI, Li XY, Ota I, Hu C, Kim HS, Kim NH et al. A Wnt-Axin2-GSK3beta

cascade regulates Snail1 activity in breast cancer cells. Nat Cell Biol. 2006;

8(12):1398-406.

178. Birnbaum S, Ludwig KU, Reutter H, Herms S, Steffens M, Rubini M et al. Key

susceptibility locus for nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate on

chromosome 8q24.Nat Genet. 2009; 41:473-7.

Page 143: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

107

179. Juriloff DM Mapping studies in animal models. In: Wyszynski DF, ed.Cleft Lip and

Palate: From Origin to Treatment. Oxford University Press: New York, NY, 2002; p.

265-82.

180. Brown NL, Knott L, Halligan E, Yarram SJ, Mansell JP, Sandy JR. Microarray

analysis of murine palatogenesis: temporal expression of genes during normal palate

development.Dev Growth Differ. 2003; 45:153-65.

181. Mukhopadhyay P, Greene RM, Zacharias W, Weinrich MC, Singh S, Young WW Jr

et al. Developmental gene expression profiling of mammalian, fetal orofacial tissue.

Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2004; 70:912-26.

182. Cai J, Ash D, Kotch LE, Jabs EW, Attie-Bitach T, Auge J et al. Gene expression in

pharyngeal arch 1 during human embryonic development. Hum Mol Genet. 2005;

14:903-12.

183. Gong SG, Gong TW, Shum L. Identification of markers of the midface. J Dent Res.

2005; 84:69-72.

184. Juriloff DM, Harris MJ. Mouse genetic models of cleft lip with or without cleft palate.

Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2008; 82:63-77.

185. Trasler DG. Pathogenesis of cleft lip and its relation to embryonic face shape in A-J

and C57BL mice. Teratology. 1968; 1:33-49.

186. Diewert VM, Wang KY. Recent advances in primary palate and midface

morphogenesis research. Crit Rev Oral Biol Med. 1992; 4:111-30.

Page 144: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

108

187. Armit C, Venkataraman S, Richardson L, Stevenson P, Moss J, Graham L et al.

eMouseAtlas, EMAGE, and the spatial dimension of the transcriptome. Mamm

Genome. 2012

188. Brewer C, Holloway S, Zawalnyski P, Schinzel A, FitzPatrick D. A chromosomal

deletion map of human malformations. Am J Hum Genet. 1998; 63:1153-9.

189. Brewer C, Holloway S, Zawalnyski P, Schinzel A, FitzPatrick D. A chromosomal

duplication map of malformations: regions of suspected haplo-and triplolethality–and

tolerance of segmental aneuploidy–in humans. Am J Hum Genet. 1999; 64:1702-8.

190. Osoegawa K, Vessere GM, Utami KH, Mansilla MA, Johnson MK, Riley BM et al.

Identification of novel candidate genes associated with cleft lip and palate using array

comparative genomic hybridisation. J Med Genet. 2008; 45(2):81-6.

191. Leal T, Andrieux J, Duban-Bedu B, Bouquillon S, Brevière GM, Delobel B. Array-

CGH detection of a de novo 0.8Mb deletion in 19q13.32 associated with mental

retardation, cardiac malformation, cleft lip and palate, hearing loss and multiple

dysmorphic features. Eur J Med Genet. 2009; 52(1):62-6.

192. Dundar M, Kiraz A, Tasdemir S, Akalin H, Kurtoglu S, Hafo F et al. Unbalanced

3;22 translocation with 22q11 and 3p deletion syndrome. Am J Med Genet A. 2010;

152A(11):2791-5.

193. Jelin A, Perry H, Hogue J, Oberoi S, Cotter PD, Klein OD. Clefting in trisomy 9p

patients: genotype-phenotype correlation using microarray comparative genomic

hybridization. J Craniofac Surg. 2010; 21(5):1376-9.

Page 145: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

109

194. Chien SC, Li YC, Li LH, Wu JY, Hsu PC, Shi SL, Tsai FJ, Lin CC. A new familial

insertion, ins(18;9)(q12.2;q33.1q31.1) with a 9q31.1-9q33.1 deletion in a girl with a

cleft lip and palate. Am J Med Genet A. 2010; 152A(7):1862-7.

195. Petrin A, Daack-Hirsch S, L'heureux J, Murray J. A case of 3q29 microdeletion

syndrome involving oral cleft inherited from a non-affected mosaic parent: molecular

analysis and ethical implications. Cleft Palate Craniofac J. 2010; 4.

196. Jakubiczka S, Schröder C, Ullmann R, Volleth M, Ledig S, Gilberg E et al.

Translocation and deletion around SOX9 in a patient with acampomelic campomelic

dysplasia and sex reversal. Sex Dev. 2010; 4(3):143-9.

197. Kimani JW, Yoshiura K, Shi M, Jugessur A, Moretti-Ferreira D, Christensen K, et al.

Search for genomic alterations in monozygotic twins discordant for cleft lip and/or

palate. Twin Res Hum Genet. 2009; 12(5): 462-8.

198. FitzPatrick DR, Carr IM, McLaren L, Leek JP, Wightman P, Williamson K et al.

Identification of SATB2 as the cleft palate gene on 2q32-q33. Hum Mol Genet. 2003;

12(19):2491-501.

199. Alkuraya FS, Saadi I, Lund JJ, Turbe-Doan A, Morton CC, Maas RL. SUMO1

haploinsufficiency leads to cleft lip and palate. Science. 2006; 313(5794):1751.

200. Machida J, Felix TM, Murray JC, Yoshiura K, Tanemura M, Kamamoto M et al.

Searching for genes for cleft lip and/or palate based on breakpoint analysis of a

balanced translocation t(9;17)(q32;q12). Cleft Palate Craniofacial Journal. 2009;

46(5):532-40.

Page 146: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

110

201. Shi M, Mostowska A, Jugessur A, Johnson MK, Mansilla MA, Christensen K et al.

Identification of microdeletions in candidate genes for cleft lip and/or palate. Birt

Defects Res A Clin Mol Teratol. 2009; 85(1):42-51.

202. Simioni M, Araujo TK, Monlleo IL, Maurer-Morelli CV, Gil-da-Silva-Lopes VL.

Investigation of genetic factors underlying typical orofacial clefts: mutational

screening and copy number variation. J Hum Genet. 2015; 60(1):17-25.

203. Letra A, Menezes R, Govil M, Fonseca RF, McHenry T, Granjeiro JM et al. Follow-

up association studies of chromosome region 9q and nonsyndromic cleft lip/palate.

Am J Med Genet A. 2010; 152A(7):1701-10.

204. Moreno LM, Mansilla MA, Bullard SA, Cooper ME, Busch TD, Machida J et al.

FOXE1 association with both isolated cleft lip with or without cleft palate, and

isolated cleft palate. Hum Mol Genet. 2009; 18(24):4879-96.

205. Risch NJ. Searching for genetic determinants in the new millennium. Nature. 2000,

405:847-56.

206. Young DL, Schneider RA, Hu D, Helms JA. Genetic and teratogenic approaches to

craniofacial development. Crit Rev Oral Biol Medical. 2000; 11:304-17.

207. Ardinger HH, Buetow KH, Bell GI, Bardach J, VanDemark DR, Murray JC.

Association of genetic variation of the transforming growth factor-alpha gene with

cleft lip and palate. Am J Hum Genet. 1989; 45:348-53.

208. Grant SF, Wang K, Zhang H, Glaberson W, Annaiah K, Kim CE et al. A genome-

wide association study identifies a locus for nonsyndromic cleft lip with or without

cleft palate on 8q24. J Pediatr. 2009; 155(6):909-13.

Page 147: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

111

209. de Aquino SN, Messetti AC, Bagordakis E, Martelli-Júnior H, Swerts MS, Graner E

et al. Polymorphisms in FGF12, VCL, CX43 and VAX1 in Brazilian patients with

nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate. BMC Med Genet. 2013; 14:53.

210. Menezes R, Letra A, Kim AH, Küchler EC, Day A, Tannure PN et al. Studies

with Wnt genes and nonsyndromic cleft lip and palate. Birth Defects Res A Clin Mol

Teratol. 2010; 88(11):995-1000.

211. Monlleó IL, Fontes MÍ, Ribeiro EM, de Souza J, Leal GF, Félix TM et al.

Implementing the brazilian database on orofacial clefts. Plast Surg Int. 2013; 641570.

212. International Clearinghouse for Birth Defects Surveillance and Research (ICBDSR).

2007. Annual Report 2007 (with data for 2005). Published by the Centre of the

International Clearinghouse for Birth Defects Surveillance and Research, Rome,

Italy; 2007.

213. Applied BioSystems. TaqMan® OpenArray™ Genotyping System – Getting Started

Guide, 2010.

214. Afonina I, Zivarts M, Kutyavin I, Lukhtanov E, Gamper H, Meyer RB. Efficient

priming of PCR with short oligonucleotides conjugated to a minor groove binder.

Nucleic Acids Res. 1997; 25:2657-60.

215. Kutyavin IV, Lukhtanov EA, Gamper HB, Meyer RB. Oligonucleotides with

conjugated dihydropyrroloindole tripeptides: base composition and backbone effects

on hybridization. Nucleic Acids Res. 1997; 25:3718-23.

216. Livak KJ, Marmaro J, Todd JA. Towards fully automated genome-wide

polymorphism screening [letter]. Nat. Genet. 1995; 9:341-2.

Page 148: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

112

217. R Core Team. R: A language and environment for statistical computing. R

Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. 2013.

218. Faul F, Erdfelder E, Lang AG, Buchner A. G*Power 3: a flexible statistical power

analysis program for the social, behavioral, and biomedical sciences. Behavior

Research Methods. 2007; 39(2):175-91.

219. Santos NPC, Ribeiro-Rodrigues EM, Ribeiro-dos-Santos AKC, Pereira R, Gusmão

L, Amorim A et al. Assessing Individual Interethnic Admixture and Population

Substructure Using a 48–Insertion-Deletion (INDEL) Ancestry-Informative Marker

(AIM) Panel. Hum Mutat. 2010; 31(2):184-90.

220. Pritchard JK, Stephens M, Donnelly P. Inference of population structure using

multilocu genotype data. Genetics. 2000; 155(2):945-59.

221. Falush D, Stephens M, Pritchard JK. Inference of population structure using

multilocus genotype data: linked loci and correlated allele frequencies. Genetics.

2003; 164(4):1567-87.

222. Excoffier L, Lischer HEL. Arlequin suite ver 3.5: A new series of programs to

perform population genetics analyses under Linux and Windows. Molecular Ecology

Resources. 2010; 10:564-567

223. Field LL, Ray AK, Cooper ME, Goldstein T, Shaw DF, Marazita ML. Genome

scan for loci involved in nonsyndromic cleft lip with or without cleft

palate in families from West Bengal, India. Am J Med Genet A. 2004;

130A(3):265-71.

Page 149: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

113

224. Turhani D, Item CB, Watzinger E, Sinko K, Watzinger F, Lauer G et al. Mutation

analysis of CLPTM 1 and PVRL1 genes in patients with non-syndromic clefts of lip,

alveolus and palate. J Craniomaxillofac Surg. 2005; 33:301-6.

225. Ichikawa E, Watanabe A, Nakano Y, Akita S, Hirano A, Kinoshita A et al. PAX9 and

TGFB3 are linked to susceptibility to nonsyndromic cleft lip with or without cleft

palate in the Japanese: population-based and family-based candidate gene analyses. J

Hum Genet. 2006; 51:38-46.

226. Carter TC, Molloy AM, Pangilinan F, Troendle JF, Kirke PN, Conley MR,. Testing

Reported Associations of Genetic Risk Factors for Oral Clefts in a Large Irish Study

Population Birth Defects Research. 2010; 88:84-93.

227. Mostowska A, Hozyasz KK, Wojcicki P, Biedziak B, Paradowska P, Jagodzinski PP.

Association between Genetic Variants of Reported Candidate Genes or Regions and

Risk of Cleft Lip with or without Cleft Palate in the Polish Population. Birth Defects

Res A Clin Mol Teratol. 2010; 88:538-45.

228. Barrett JC, Fry B, Maller J, Daly MJ. Haploview: analysis and visualization of LD

and haplotype maps. Bioinformatics. 2005. 21(2):263-5.

229. Purcell S, Neale B, Todd-Brown K, Thomas L, Ferreira MA, Bender D et al. PLINK:

a tool set for whole-genome association and population-based linkage analyses. Am

J Hum Genet. 2007; 81(3):559-75.

230. Adzhubei I, Jordan DM, Sunyaev SR. Predicting functional effect of human missense

mutations using PolyPhen-2. Curr Protoc Hum Genet. 2013; 7(7):20.

Page 150: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

114

231. Kumar P, Henikoff S, Ng PC. Predicting the effects of coding non-synonymous

variants on protein function using the SIFT algorithm. Nat Protoc. 2009; 4(7):1073-

81.

232. Harville EW, Wilcox AJ, Lie RT, Vindenes H, Abyholm F. Cleft lip and palate versus

cleft lip only: are they distinct defects? Am J Epidemiol. 2005; 162:448-53.

233. Genisca AE, Frías JL, Broussard CS, Honein MA, Lammer EJ, Moore CA et al.

Orofacial clefts in the National Birth Defects Prevention Study, 1997-2004. National

Birth Defects Prevention Study. Am J Med Genet A. 2009; 149A(6):1149-58.

234. Jugessur A, Shi M, Gjessing HK, Lie RT, Wilcox AJ, Weinberg CR et al. Fetal

genetic risk of isolated cleft lip only versus isolated cleft lip and palate: A

subphenotype analysis using two population-based studies of orofacial clefts in

scandinavia. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2011; 91:85-92.

235. Tsai HJ, Kho JY, Shaikh N, Choudhry S, Naqvi M, Navarro D et al. Admixture-

matched case-control study: a practical approach for genetic association studies in

admixed populations. Hum Genet. 2006; 118:626-39.

236. Slavotinek AM, Chao R, Vacik T, Yahyavi M, Abouzeid H, Bardakjian T. VAX1

mutation associated with microphthalmia, corpus callosum agenesis and orofacial

clefting: the first description of a VAX1 phenotype in humans. Hum Mutat. 2012;

14(2):364-8.

237. Rojas-Martinez A, Reutter H, Chacon-Camacho O, Leon-Cachon RBR, Munoz-

Jimenez SG, Nowak S et al. Cleft Lip with or without Cleft Palate in a Mesoamerican

Population: Evidence for IRF6 and Variants at 8q24 and 10q25. Birth Defects Res A

Clin Mol Teratol. 2010; 88:535-7.

Page 151: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

115

238. Song L, Li Y, Wang K, Wang YZ, Molotkov A, Gao L et al. Lrp6-mediated canonical

Wnt signaling is required for lip formation and fusion. Development. 2009;

136:3161-71.

239. Liu F, Millar SE. Wnt/beta-catenin signaling in oral tissue development and disease.

J Dent Res. 2010; 89:318-30.

240. Leung JY, Kolligs FT, Wu R, Zhai Y, Kuick R, Hanash S et al. Activation of AXIN2

expression by β-catenin-T cell factor: a feedback repressor pathway regulating Wnt

signaling. J Biol Chem. 2002; 277:21657-65.

241. Mostowska A, Biedziak B, Jagodzinski PP. Axis inhibition protein 2 (AXIN2)

polymorphisms may be a risk factor for selective tooth agenesis. J Hum Genet. 2006;

51:262-6.

242. Letra A, Bjork B, Cooper ME, Szabo-Rogers H, Deleyiannis FW, Field LL et al.

Association of AXIN2 with Non- syndromic Oral Clefts in Multiple Populations. J

Dent Res. 2012; 91:473-8.

243. Letra A, Menezes R, Granjeiro JM, Vieira AR. AXIN2 and CDH1 polymorphisms,

tooth agenesis, and oral clefts. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2009; 85:169-

73.

244. Mostowska A, Hozyasz KK, Wójcicki P, Lasota A, Dunin-Wilczyńska I, Jagodziński

PP. Association of DVL2 and AXIN2 gene polymorphisms with cleft lip with or

without cleft palate in a polish population. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol.

2012; 94: 943-50.

245. Papaioannou VE, Silver LM. The T-box gene family. Bioessays. 1998; 20:9-19.

Page 152: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

116

246. Kim NY, Kim YH, Park JW, Baek SH. Association between MSX1 SNPs and

Nonsyndromic Cleft Lip with or without Cleft Palate in the Korean Population. J

Korean Med Sci. 2013; 28:522-6.

247. Tongkobpetch S, Siriwan P, Shotelersuk V. MSX1 mutations contribute to

nonsyndromic cleft lip in a Thai population. J Hum Genet. 2006; 51:671-6.

248. Ishii M, Han J, Yen HY, Sucov HM, Chai Y, Maxson REJR. Combined deficiencies

of Msx1 and Msx2 cause impaired patterning and survival of the cranial neural crest.

Development. 2005; 132:4937-50.

249. Lin JY, Chen YJ, Huang YL, Tang GP, Zhang L, Deng B et al. Association of bone

morphogenetic protein 4 gene polymorphisms with nonsyndromic cleft lip with or

without cleft palate in Chinese children. DNA and Cell Biology. 2008; 27:601-5.

250. Suzuki S, Marazita ML, Cooper ME, Miwa N, Hing A, Jugessur A et al. Mutations

in BMP4 Are Associated with Sub-epithelial, Microform, and Overt Cleft Lip. Am J

Hum Genet. 2009; 84:406-11.

251. Suazo J, Tapia JC, Santos JL, Castro VG, Colombo A, Blanco R. Risk variants in

BMP4 promoters for nonsyndromic cleft lip/palate in a Chilean population. BMC

Med Genet. 2011; 12:163.

252. Chen Q, Wang H, Hetmanski JB, Zhang T, Ruczinski I, Schwender H et al. BMP4

was Associated with NSCL/P in an Asian Population,” PLoS One. 2012; 7(4):e35347.

253. Araujo TK, Simioni M, Félix TM, de Souza LT, Fontes MÍ, Monlleó IL et al.

Preliminary Analysis of the Nonsynonymous Polymorphism rs17563 in BMP4 Gene

in Brazilian Population Suggests Protection for Nonsyndromic Cleft Lip and Palate.

Plast Surg Int. 2012; 247104.

Page 153: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

117

254. Cobourne MT, Xavier GM, Depew M, Hagan L, Sealby J, Webster Z et al. Sonic

Hedgehog signaling inhibits palatogenesis and arrests tooth development in a mouse

model of the nevoid basal cell carcinoma syndrome. Dev Biol. 2009; 331(1):38-49.

255. Yang X, Kilgallen S, Andreeva V, Spicer DB, Pinz I, Friesel R. Conditional

expression of Spry1 in neural crest causes craniofacial and cardiac defects. BMC Dev

Biol. 2010; 11(10):48.

256. Putoux A, Nampoothiri S, Laurent N, Cormier-Daire V, Beales PL, Schinzel A et al.

Novel KIF7 mutations extend the phenotypic spectrum of acrocallosal syndrome. J

Med Genet. 2012; 49:713-20.

257. Dafinger C, Liebau MC, Elsayed SM, Hellenbroich Y, Boltshauser E, Korenke GC

et al. Mutations in KIF7 link Joubert syndrome with Sonic Hedgehog signaling and

microtubule dynamics. J Clin Invest. 2011; 121(7):2662-7.

258. Yamazaki K, Guo L, Sugahara K, Zhang C, Enzan H, Nakabeppu Y et al.

Identification and biochemical characterization of a novel transcription elongation

factor, Elongin A3. J Biol Chem. 2002; 277(29):26444-51.

259. Woo JS, Imm JH, Min CK, Kim KJ, Cha SS, Oh BH. Structural and functional

insights into the B30.2/SPRY domain. EMBO J. 2006; 25(6):1353-63.

260. Bilic J, Huang YL, Davidson G, Zimmermann T, Cruciat CM, Bienz M, et al. 2007.

Wnt induces LRP6 signalosomes and promotes dishevelled-dependent LRP6

phosphorylation. Science; 316:1619-22.

261. MacDonald BT, Tamai K, He X. Wnt/beta-catenin signaling: components,

mechanisms, and diseases. Dev Cell. 2009; 17:9-26.

Page 154: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

118

262. Lee NC, Chen M, Ma GC, Lee DJ, Wang TJ, Ke YY et al. Complex rearrangements

between chromosomes 6, 10, and 11 with multiple deletions at breakpoints. Am J

Med Genet A. 2010; 152A(9):2327-34.

263. He F, Xiong W, Yu X, Espinoza-Lewis R, Liu C, Gu S et al. Wnt5a regulates

directional cell migration and cell proliferation via Ror2-mediated noncanonical

pathway in mammalian palate development. Development. 2008; 135:3871-9.

264. Zhou CJ, Wang YZ, Yamagami T, Zhao T, Song L, Wang K. Generation of Lrp6

conditional gene-targeting mouse line for modeling and dissecting multiple birth

defects/congenital anomalies. Dev Dyn 2010; 239: 318–26.

265. Zhang Z, Song Y, Zhao X, Zhang X, Fermin C, Chen Y. Rescue of cleft palate in

Msx1-deficient mice by transgenic Bmp4 reveals a network of BMP and Shh

signaling in the regulation of mammalian palatogenesis. Development. 2002;

129:4135-46.

266. Satokata I, Maas R. Msx1 deficient mice exhibit cleft palate and abnormalities of

craniofacial and tooth development. Nat Genet. 1994; 6:348-56.

267. Schork NJ, Murray SS, Frazer KA, Topol EJ. Common vs. rare allele hypotheses for

complex diseases. Curr Opin Genet Dev. 2009; 19(3):212-9.

268. Park JW, McIntosh I, Hetmanski JB, Jabs EW, Vander Kolk CA, Wu-Chou YH et al.

Association between IRF6 and nonsyndromic cleft lip with or without cleft palate in

four populations. Genet Med. 2007; 9:219-27.

269. Letra A, Fakhouri W, Fonseca RF, Menezes R, Kempa I, Prasad JL et al. Interaction

between IRF6 and TGFA genes contribute to the risk of nonsyndromic cleft

lip/palate. PLoS One. 2012; 7: e45441.

Page 155: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

119

270. Li MJ, Zhu WL, Wang Y, Guo JZ, Li SQ, Li Y. Association between polymorphism

of IRF6 rs2235371 locus and nonsyndromic cleft lip with or without cleft

palate. Zhonghua Yi Xue Yi Chuan Xue Za Zhi 2012; 29:149-54.

271. Brito LA, Bassi CFS, Masotti C, Malcher C, Rocha KM, Schlesinger D et al. 2012.

IRF6 is a risk factor for nonsyndromic cleft lip in the Brazilian population. Am J Med

Genet Part A. 158A:2170-5.

Page 156: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

120

Page 157: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

121

APÊNDICES

APÊNDICE I. Genes e SNPs selecionados para serem genotipados na amostra.

Genes Localização nº de SNPs Identificação

LHX8 1p31.1 9

rs11162567

rs1526505 rs729833

rs12041465 rs1852348 rs12138223 rs12723906 rs12409145 rs941032

IRF6 1q32.3-q41 8

rs2073485 rs674433

rs2013196 rs7552506 rs2236908 rs2073486 rs2073487 rs3753518

TCEB3 1p36.1 5

rs550850 rs2235541 rs2076345 rs2076346 rs2294495

WNT3A 1q42 11

rs697761 rs708113 rs708121

rs3094912 rs708122

rs10916258 rs3121309 rs3121310 rs13374948 rs766972 rs752107

SUMO 1 2q33 6

rs6717044 rs3769817 rs7599810 rs13000658 rs6709162 rs3754931

Page 158: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

122

WNT5A 3p21-p14 8

rs590386 rs10865994 rs1829556 rs7622120 rs11918967 rs472631 rs815541 rs566926

MSX1 4p16.2 2 rs3775261

rs12532

SPRY1 4q28.1 3

rs300566

rs300572 rs300574

WNT8A 5q31 4

rs10041787 rs10036244 rs2040862 rs6596422

MSX2 5q35,2 4

rs4868442 rs4868443 rs4242182 rs2381939

TFAP2A 6p24 7

rs537112 rs533558 rs303048 rs303050

rs3798694 rs1675414 rs654351

PRSS35 6q14.2 10

rs592911 rs1884951 rs579599

rs1171114 rs6903293 rs4706180 rs512140 rs535787 rs504593 rs548692

HOXA2 7p15.2

2

rs706017 rs2428431

SHH 7q36 1 rs1233556

SOX7 8p23.1 7

rs11250064 rs13261103 rs1139843 rs4841432 rs10100209

Page 159: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

123

rs7009920 rs6995692

FOXE1 9q22 2 rs1443435 rs10984009

PTCH1 9q22.3 9

rs357563 rs16909859 rs16909865 rs357564

rs2066836 rs574688

rs2297087 rs473902

rs10512249

VAX1 10q26.1 3

rs7086344 rs10787760 rs6585429

TBX10 11q13.2 6

rs3765088 rs11227871 rs2514022 rs3758938 rs2514027 rs1993839

WNT11 11q13.5 11

rs598143 rs12277860 rs17749202 rs7936750 rs10899175 rs1533763 rs882151

rs3781730 rs4944092 rs689095 rs608747

SPRY2 13q31.1 5

rs1928573 rs4728

rs7329343 rs504122 rs563692

PAX9 14q13.3 13

rs2236007 rs2295218 rs12893199 rs17104914 rs1955734 rs17104923 rs8004560 rs17104928 rs17176643 rs11156926

Page 160: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

124

rs10131337 rs7144276 rs11847165

TGFB3 14q24 13

rs7156293 rs3917210 rs2284791 rs4252340 rs3917187 rs3917180 rs4252328 rs2268625 rs2284792 rs3917158 rs2268626 rs3917148 rs11466414

BMP4 14q22-q23 3

rs17563 rs2071047 rs762642

JAG2 14q32 6

rs2272591 rs9972231 rs2293806 rs3784240 rs2072673 rs11621316

GREM1 15q13.3 12

rs1528734 rs7497354 rs9920024 rs10519738 rs16973303 rs11854391 rs12915554 rs7162202 rs3743103

rs10318 rs1129456 rs7176378

KIF7 15q26.1 5

rs1054435 rs12914042 rs4932238 rs9672286 rs4932240

DVL2 17p13.1 6

rs2074222 rs222837 rs222836

rs2074216 rs222835 rs222850

Page 161: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

125

RARA 17q21 9

rs7217852 rs9904270 rs12946680 rs2715554 rs2715553 rs482284

rs9894845 rs4890109 rs2229773

ERBB2 17q12

8

rs2517955 rs2517956 rs1565923 rs2952155 rs4252612 rs4252632 rs2952156 rs4252665

WNT9B 17q21 9

rs4968280 rs12150651 rs1443311 rs12601196 rs2165846 rs12952746 rs6504591 rs11079740 rs1530364

AXIN2 17q23-q24 11

rs11868547 rs7591

rs7224837 rs7210356 rs11655966 rs4128941 rs4791171 rs11079571 rs3923087 rs3923086 rs2240308

FGF22 19p13.3 2 rs7246140 rs3787002

TGFB1 19q13.1 7

rs8179181 rs8110090 rs11466334 rs1800472 rs4803455 rs2241715 rs1800469

APOC2 19q13.2 3 rs5120 rs5127

rs10421404

Page 162: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

126

CLPTM1 19q13.3 11

rs2239375 rs204905 rs760114

rs11668758 rs16979595 rs204478

rs2075620 rs7257916 rs8111069 rs204468 rs875255

BCL3 19q13.1-q13.2 2 rs8100239 rs8103315

TBX1 22q11.21 8

rs8137465 rs1978060 rs2301558 rs2238777 rs2238778 rs737869

rs2073762 rs4819522

TBX22 Xq21.1 2 rs1429591

rs195293

Page 163: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

127

APÊNDICE II. Estimativa dos valores de desequilíbrio de ligação entre os SNPs em termos

de r2 para os genes (I-BCL3, II-FGF22, III-HOXA2, IV-MSX1, V-APOC2, VI-BMP4, VII-

SPRY1, VIII-VAX1, IX-MSX2, X-WNT8A, XI-KIF7, XII-SPRY2, XIII-TCEB3, XIV-JAG2,

XV-SUMO1, XVI-TBX10, XVII-SOX7, XVIII-TFAP2A, XIX-TGFB1, XX-TBX1, XXI-

ERBB2, XXII-IRF6, XXIII-LHX8, XXIV-PTCH1, XXV-WNT5A, XXVI-RARA, XXVII-

WNT9B, XXVIII-PRSS35, XXIX-AXIN2, XXX-CLPTM1, XXXI- GREM1, XXXII-PAX9,

XXXIII-TGFB3, XXXIV-WNT3A, XXXV-WNT3A, XXXVI-DVL2, XXXVII-TBX22).

Page 164: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

128

Page 165: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

129

Page 166: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

130

Page 167: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

131

Page 168: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

132

Page 169: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

133

Page 170: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

134

Page 171: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

135

Page 172: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

136

Page 173: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

137

Page 174: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

138

Page 175: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

139

Page 176: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

140

Page 177: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

141

ANEXOS

ANEXO I. Nomenclatura e definições clínicas adotadas pela International Clearinghouse

for Birth Defects and Surveillance and Research para a descrição e classificação das fendas

orofaciais (ICBDSR 2007).

Distúrbio congênito: compreende qualquer anormalidade da estrutura e/ou função do

corpo, incluindo o metabolismo, que se faz presente a partir do nascimento. Pode,

portanto, ser óbvio no recém-nascido, manifestar-se na infância ou em idades mais

avançadas.

Defeito major (grave): qualquer defeito morfológico e/ou funcional com impacto

relevante sobre a saúde, podendo levar à morte ou incapacidade permanente.

Defeito isolado: qualquer caso com apenas um defeito grave ou Seqüência. Exemplo:

fenda labial bilateral + deformidades nasais.

Sequência: qualquer caso com dois ou mais defeitos que tem um defeito primário

(grave) em comum. Esses defeitos devem fazer parte de uma cascata de eventos

embriológicos ou estar patogenicamente relacionados. De acordo com essa definição,

uma seqüência é um defeito isolado. Exemplo: Sequência de Pierre Robin, dois ou mais

defeitos cardíacos.

Defeitos não relacionados: aqueles que ocorrem em diferentes órgãos, sistemas ou

locais do corpo e não fazem parte de uma cascata de eventos embriológicos, não são

patogenicamente relacionados ou não têm um defeito primário grave em comum.

Exemplo: fenda labiopalatal bilateral + anoftalmia. O quadro clínico pode ser

Page 178: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

142

reconhecido como uma “síndrome” quando um único fator etiológico é demonstrado ou

considerado muito suspeito pela comunidade científica.

Síndrome: qualquer combinação de dois ou mais defeitos graves devida a um fator

etiológico único já demonstrado (ex.: anomalia cromossômica) ou fortemente suspeito

com base em sua recorrência em determinado número de casos (ex.: Síndrome de Catel-

Manzke).

Síndrome conhecida: situação em que uma denominação específica pode ser atribuída

ao quadro clínico e este pode ser codificado usando a CID 10 e/ou OMIM. Quando uma

anormalidade cromossômica é identificada, a fórmula do cariótipo deve ser usada como

código.

Defeitos múltiplos: Qualquer combinação de dois ou mais defeitos graves para os quais

nenhum fator etiológico foi demonstrado ou suspeito.

Defeitos aditivos randômicos: Qualquer combinação de dois ou mais defeitos graves

com clara evidência de fatores etiológicos distintos.

CID 10: Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão; OMIM: On-line Mendelian

Inheritance In Man.

Page 179: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

143

ANEXO II. Parecer do Comitê de Ética

Page 180: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

144

Page 181: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

145

Page 182: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

146

ANEXO III. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Responsáveis: Milena Simioni, Vera Lúcia Gil da Silva Lopes

Eu entendo que eu ou meu filho(a) fui(foi) convidado(a) a participar do projeto

de pesquisa intitulado “Uso da técnica de SNP array para detecção de variações no número

de cópias do DNA (copy number variation, CNV) em defeitos congênitos de herança

complexa: as fendas orais como modelo”, envolvendo pessoas com fenda labial com ou sem

fenda palatal e pessoas com fenda palatal isolada. O objetivo geral deste estudo é de

contribuir para o entendimento e caracterização de como funcionam os genes envolvidos na

determinação das fendas labiopalatais. Assim, neste estudo pretende-se investigar alterações

no material genético em regiões já descritas como modificadas (mutações já conhecidas) em

pessoas com fendas labiopalatais e também identificar outras regiões alteradas. Para isso,

técnicas de biologia molecular como Denaturing High Performace Liquid

Chrormatography, (DHPLC), sequenciamento automático direto e SNP array, serão

utilizadas.

Caso aceite participar desse estudo, será coletado sangue venoso meu e (ou) do

meu filho (a) para posterior extração de DNA. Os riscos associados a esse procedimento são

mínimos, podendo ocorrer dor e manchas roxas (equimoses) no local da coleta. O

desconforto será mínimo, pois se trata de uma coleta de sangue geralmente da veia do braço,

que será realizada por profissional treinado e devidamente habilitado para efetuar tal

procedimento. Em alguns casos, será coletada saliva. Neste procedimento, não há nenhum

tipo de risco associado ou desconforto aparente. Dependendo dos resultados iniciais,

poderemos precisar de outra amostra de sangue para confirmação de dados, realizando

cultura de células e verificação dos cromossomos (exames de citogenética).

Page 183: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

147

Entendi que não terei nenhuma vantagem direta com os resultados desta pesquisa

e que estes podem demorar alguns anos para serem concluídos. Entretanto, se for de meu

interesse e (ou) de minha família e caso eu queira tomar conhecimento, terei acesso a

qualquer informação da pesquisa realizada com o meu material genético e (ou) do meu

filho(a). Além disso, entendo que todas as conseqüências dos resultados serão devidamente

explicadas a mim em consultada agendada no Ambulatório Dismorfologia Craniofacial do

HC/UNICAMP ou pelo médico responsável. Dependendo da informação, sei que poderei

solicitar consultas adicionais para maiores esclarecimentos ou realizar aconselhamento

genético direcionado sem nenhum custo.

Em caso de dúvida ou para informação adicional, poderei contatar os

pesquisadores do Departamento de Genética Médica, no telefone (19) 3521.8907, na pessoa

da Dra. Vera L. Gil da Silva Lopes ou na pessoa de Milena Simioni. A fim de facilitar a

comunicação, comprometo-me a manter atualizado meu endereço e telefone de contato.

Eu entendo que toda informação médica, assim como os resultados dos testes

genéticos decorrentes desse projeto de pesquisa, serão sigilosos. O sigilo será mantido em

todo o estudo, a partir da utilização de um número de código para a identificação dos

indivíduos participantes. Os resultados de exames e testes, bem como do prontuário serão

acessíveis apenas aos pesquisadores envolvidos. Se os resultados ou informações fornecidas

forem utilizados para fins de publicação científica, nenhum nome será utilizado.

Eu estou ciente que a minha participação neste projeto de pesquisa não me

acarretará nenhuma despesa, já que a coleta de material será realizada em minhas consultas

regulares à Unicamp ou com meu médico assistente. Entendo, ainda, que o meu

Page 184: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

148

acompanhamento médico ou de meu filho(a) não se modificará ou será diferenciado com a

minha (nossa) participação ou não neste estudo.

Eu entendo que a minha participação é voluntária e que eu posso me recusar a

participar ou retirar meu consentimento e interromper a minha participação ou de minha

família no estudo a qualquer momento (incluindo a retirada da amostra de sangue do

laboratório) sem comprometer os cuidados médicos que minha família recebe atualmente ou

venha a receber no HC-Unicamp. No caso de investigações familiares, entendo que o TCLE

será obtido de cada indivíduo ou responsável estudado.

Eu confirmo que a Dra. Vera L. Gil da Silva Lopes (ou médico responsável)

explicou-me o objetivo do estudo, os procedimentos aos quais serei submetido e os riscos

ou desconfortos advindos desse projeto de pesquisa. Eu li e/ou me foi explicado, assim como

compreendi esse formulário de consentimento e estou de pleno acordo em participar desse

estudo.

______________________________________________________________

Nome e RG do sujeito da pesquisa

_______________________________________________________________

Nome e RG do responsável legal

____________________________________________ ______________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal Data

Page 185: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

149

Fui informado que poderei autorizar que esse material genético seja guardado no

Banco de Material Biológico do Laboratório de Genética Molecular/FCM/Unicamp. Caso

este material venha a ser útil para outros estudos aprovados pelo Comitê de Ética, estou

ciente que serei informado para que autorize ou não o uso da (s) amostra (s).

__________________________________________________________________

Nome e RG do sujeito da pesquisa

__________________________________________________________________

Nome e RG do responsável legal

_____________________________________________ ______________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal Data

RESPONSABILIDADE DO PESQUISADOR

Eu expliquei a ______________________________________________ o objetivo

do estudo, os procedimentos requeridos e os possíveis riscos que poderão advir do estudo,

usando o melhor do meu conhecimento. Eu me comprometo a fornecer uma cópia desse

formulário de consentimento ao responsável pelo participante.

__________________________________________________________________

Nome e RG do pesquisador

________________________________________ ______________

Assinatura do pesquisador Data

Page 186: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

150

PARTICIPAÇÃO DE INDIVÍDUOS CONTROLES

Eu estou ciente de que a minha participação no estudo intitulado “Uso da técnica

de SNP array para detecção de variações no número de cópias do DNA (copy number

variation, CNV) em defeitos congênitos de herança complexa: as fendas orais como modelo”

será como um indivíduo controle em testes de biologia molecular.

Entendi que todas as informações constadas neste termo quanto a

procedimentos, sigilo, resultados e contatos para resultados (se eu desejar saber), serão

iguais aos demais indivíduos não-controle deste estudo. Fui informado também que poderei

autorizar que o meu material genético seja guardado no Banco de Material Biológico do

Laboratório de Genética Molecular/FCM/Unicamp. Caso este material venha a ser útil para

outros estudos aprovados pelo Comitê de Ética, estou ciente que serei informado para que

autorize ou não o uso da (s) amostra (s).

__________________________________________________________________

Nome e RG do indivíduo controle

_____________________________________________ ______________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal Data

Page 187: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

151

ANEXO IV. Protocolo de extração de DNA por Kit (Quiagen)

1 – Descartar o plasma (parte superior). Cuidado para não descartar a parte intermediária

(leucócitos);

2 – Transferir 2ml ou 1ml do sangue (se utilizar 1ml, adicionar 1ml de PBS) (parte

intermediária e inferior) para um tubo falcon de 15 ml;

3 – Adicionar 200µl de protease (previamente diluída em H2Od)

4 – Adicionar 2,5ml de tampão AL

5 – Inverter os tubos por 10 minutos.

6 – Agitar no vortex por 10 segundos.

7 – Deixar em banho Maria a 70ºC por 10 min.

8 – Adicionar 2ml de Etanol 100% (Merck)

9 – Inverter os tubos por 10 minutos

10– Agitar no vortex por 10 segundos.

11 – Transferir toda a solução para o tubo da coluna

12 – Centrifugar a 4.000 rpm por 4 min.

13 – Tirar a coluna e descartar o filtrado. Limpar a barda próxima a coluna para retirar

respingos presentes no tubo.

14 – Adicionar 2ml do tampão AW1 (previamente diluído em etanol 100%)

15 - Centrifugar a 4.000 rpm por 4 min (NÃO DESCARTAR SOBRENADANTE)

16 – Adicionar 2ml do tampão AW2 (previamente diluído em etanol 100%)

17 – Centrifugar a 4.000 rpm por 15 min.

18 – Limpar respingos que possam existir na coluna. Colocar a coluna em um tubo Falcon

novo.

Page 188: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

152

19 – Adicionar 150µl do tampão AE, espalhando por toda a membrana. Deixar a temperatura

ambiente por 7 min.

20 – Centrifugar a 4.000 rpm por 3 min.

21 – Pegar o filtrado e colocar novamente na coluna

22 - Deixar à temperatura ambiente por 7 min.

23 – Centrifugar a 4.000 rpm por 3 min.

24 – Deixar entrar em solução overnight e depois colocar no tubo criogênico e guardar no

freezer.

Page 189: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

153

ANEXO V. Protocolo de extração de DNA pelo método Fenol-Clorofórmio

Extração de DNA – 1ª fase

1. Coletar o sangue em EDTA ou ACD, em tubos de vacunteiner em 2 alíquotas de 7-10mL.

2. Centrifugar o sangue por 10min a 2500rpm e descartar o plasma.

3. Transferir os leucócitos (+- 4mL) para um tubo falcon. Adicionar tampão RSB 1x até

completar o volume final de 11mL no tubo. Homogeneizar por 10min.

4. Adicionar 6 gotas de nonidet P40. Homogeneizar por 10min.

5. Centrifugar por 10min a 2500rpm e desprezar o sobrenadante.

6. Ressuspender o pellet em 500μL de tampão RSB 1x.

7. Lisar os núcleos com 3mL de SDS e misturar por inversão repetidamente.

8. Adicionar 80μL de proteinase K. A concentração final deve ser de 100μg/mL. Encubar

por 2-3h ou overnight a 37ºC.

9. Esperar 1 semana para a 2ª fase.

Extração de DNA – 2ª fase

1. Adicionar 3mL de fenol saturado. Misturar, invertendo o tubo gentilmente, e

homogeneizar por 10min. Centrifugar por 10min a 2500rpm.

2. Remover a porção superior do tubo (transparente) com uma pipeta pasteur para outro tubo

falcon. Tomar cuidado para não agitar a porção inferior, a qual será descartada.

3. Adicionar 1,5mL de clorofórmio álcool isoamílico e 1,5mL de fenol saturado.

Homogeneizar por 10min e centrifugar por 10min, 2500rpm. Remover a porção inferior do

tubo (fenol) com pipeta Pasteur e descartar.

Page 190: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

154

4. Adicionar 3mL de clorofórmio álcool isoamílico, misturar a solução e homogeneizar por

10min. Centrifugar a 2500rpm por 10min. Remover completamente a porção inferior do

tubo e descartar.

5. Adicionar 6mL de etanol 100% gelado e misturar levemente, até observar a precipitação

do DNA.

6. Levar o frasco para a geladeira overnight.

7. “Pescar” o DNA precipitado com pipeta Pasteur de vidro e ressuspendê-lo em 200-250μL

de TE 1x.

Page 191: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

155

ANEXO VI. Protocolo de purificação do kit MilliUni.

1. Aplicar 500µl do DNA na coluna com o tubo coletor (caso não tenha este volume de

DNA completar com H2O deionizada)

2. Centrifugar a 14.000 G ou 14.000 RFC (temperatura ambiente) por 12 minutos.

3. Colocar a coluna em um novo tubo coletor de ponta cabeça e centrifugar por 2

minutos a 1000 G ou 1000 RCF.

4. No tubo coletor ficará a amostra concentrada e limpa.

Page 192: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

156

ANEXO VII. Protocolo para realização do ensaio de Open Array.

1. Escolha das sequências:

A. Made to order: São os ensaios que já foram validados pela Applied e estão no banco

de dados deles.

No site da Applied BioSystems, clicar na aba[Protudos]

Para genotipagem, clicar em [TaqMan SNP Genotyping Assay]

Clicar na aba [Assay Search]

Procurar o SNP pelo rs, ou pelo ID.

B. Customizados – Ensaios ainda não validados pela Applied, tendo que ser

“montado” do zero.

Sabendo o SNP que deseja, entrar no dbSNP ou outro banco de dados que

forneça as sequências próximas do SNP.

Selecionar aproximadamente 250-300pb, sendo que o SNP deve ter no mínimo

100pbs a sua esquerda e 100pbs a sua direita (onde serão desenhados os primers

e as sondas).

Entrar no site [RepeatMasker] – www.repeatmasker.org

Clicar em [Repeating Masking]

Colar a sequência desejada para o ensaio contendo o nucleotídeo correto, sem

o SNP e o sinal [X/Y] coletada conforme informações acima.

Verificar a presença de regiões repetitivas no genoma através da letra “N”.

Onde aparecer a letra N após o mascaramento, a Applied não desenhará nem

primer, nem sonda alguma, para não ter problema de inespecificidade.

Page 193: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

157

Copiar a sequência que o RepeatMasker gera, contendo os “N” e adicionar a

sequência, junto com os demais ensaios já verificados para a placa (podem ser

tanto o ID, quanto as sequências), pelo software [FileBuilder].

2. Escolha do layout:

2.1. Escolher o layout da placa de OpenArray.

2.2.Inserir os dados do layout e dos ensaios contendo as mutações a serem analisadas no

software File Builder, da Applied BioSystems.

3. Preparo das amostras:

3.1.Avaliar o grau de pureza utilizando o NanoDrop ou NanoVue: Valor de A260/230 e

A230/280 entre 1,8 e 2,0

3.2. Quantificar utilizando o Qubit.

3.3.Carregar as amostras na placa de 384 well

3.4. Utilizar, para cada ensaio, concentração inicial de 50 ng/μL (são necessárias 250

cópias do genoma haploide)

Volume em µL

Layout de 16

ensaios

Layout de 32

ensaios

Demais Layouts

Amostra de DNA

(concentração: 50ng/µL)

1,5 2,0 2,5

TaqMan OpenArray

Genotyping Master Mix

1,5 2,0 2,5

VOLUME FINAL 3,0 4,0 5,0

3.5. Selar a placa para evitar evaporação de amostras, pois o volume é pequeno

3.6. Após selar a placa de 384, dar um spin a 1000rpm por 1 minuto.

3.7.Carregar o mix na placa de OpenArray em até 30 minutos.

4. Carregamento da placa OpenArray com o AccuFill

Page 194: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

158

4.1. Ligar o computador por primeiro

4.2. Ligar o AccuFill em seguida

4.3. Verificar a limpeza interna do AccuFill

4.4.Posicionar a caixa de ponteiras (Tips) no local específico, sem a tampa!

4.5.Posicionar a placa de 384 poços contendo a amostra e o mix. Não esquecer de retirar

o selante do quadrante que for utilizar.

4.6.Posicionar a lâmina de OpenArray no local indicado. O Código de barras fica no lado

esquerdo (“Left to Load”)

4.7. Fechar o AccuFill

4.8.Abrir o software AccuFill

4.9.Fazer o Self-Test

4.10. Clicar em <Setup and Load>

4.11. Nomear o experimento

4.12. Escolher qual posição a lâmina de OpenArray ocupará

4.13. Fazer a leitura do código de barras da lâmina

4.14. No campo <Samples per subarray>, escolher quantas amostras terá por subarray.

No caso de uma placa de 32 ensaios/ 96 amostras, a quantidade de amostras por

subarray é de 2.

4.15. Escolher <Plate Holder>, onde estará a lâmina de OpenArray, selecioná-lo e, com

o scan, ler o código de barras do chip.

4.16. Clicar em <Next>.

4.17. No mapa da caixa das ponteiras (Tip Box), selecionar os quadrantes das ponteiras

que serão utilizadas.

Page 195: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

159

4.18. Preparar a case com o líquido de imersão antes de posicionar a lâmina de

OpenArray. (A lâmina carregada dura apenas 1’30” fora do fluído)

4.19. Clicar em <Load> e aguardar o termino do carregamento.

5. Estabilizando a lâmina de OpenArray

5.1.Após colocar a lâmina de OpenArray dentro da case com líquido de imersão,

certificar que o mesmo está cobrindo toda a placa do OpenArray, sem ter nenhuma

bolha!

5.2.Selar a case com a goma, adicionando de forma que não fique nenhuma bolha

também. OBS: A goma é fotosensível, então não se deve demorar muito para aplicá-

la, muito menos esquece-la em local iluminado, pois corre o risco de endurecer.

5.3.Posicionar a case completa na estação de selagem, de tal forma que a borda preta da

case esteja voltada para frente e o código de barras para cima.

5.4.Ligar a estação por, no mínimo, 2 minutos, no caso de placa para genotipagem, ou 3

minutos de cada lado, para placa de expressão gênica.

6. Termociclador

6.1. Posicionar as bordas pretas das cases para cima, juntamente com a “espuma” para

pressionar a placa na chapa do termociclador.

6.2. Correr o programa <OPENARRAY>. Duração de aproximadamente 4h.

6.3. Retirar a case com cuidado, pois a espuma pode ficar grudada, aumentando o risco

da placa de OpenArray cair.

7. Leitura da Lâmina no Biotrove

7.1. Ligar o computador do Biotrove

Page 196: TÂNIA KAWASAKI DE ARAUJO - repositorio.unicamp.brrepositorio.unicamp.br/.../313118/1/Araujo_TaniaKawasakide_D.pdf · Monica Barbosa de Melo Claudia Vianna Maurer Morelli Data de

160

7.2. Fazer uma cópia do CD inteiro que veio com os ensaios na pasta [C://Programs

Files/Biotrove/PlateFiles]

7.3. Ligar o Biotrove

7.4. Abrir o software OpenArray SNP Genotyping Analysis

7.5. Para acender ou apagar a luz no interior do Biotrove, entrar no software, clicar em

<Actions> e clicar em <Light On> ou <Light Off>.

7.6. Ao abrir o Biotrove, haverá local para posicionar 3 cases para a leitura, respeitando

sempre as posições 01, 02 e 03. A case que ficar no fundo do aparelho é a 01, a do

meio 02 e a mais próxima da porta é a 03.

7.7. Colocar a case no Biotrove. A borda preta da case deve estar para cima, e o código

de barras da placa de OpenArray deve estar voltado para cima e para a direita (“Right

to Read”)

7.8. No software, clicar em <Image>

7.9. Na janela que se abrirá, clicar em <Locate Files> e escolher o arquivo contendo as

informações da lâmina, presente na pasta PlateFiles correspondente.

7.10. Colocar as informações das amostras no campo <Sample ID>: é obrigatório e podem

ser importados a partir do Excel.

7.11. Para nomear cada ensaio, ainda na janela <Image>, após o carregamento do

arquivo.spf correspondente ao ensaio, clicar em <Edit>.

7.12. Editar e clicar em <OK>.

7.13. A leitura tem duração de aproximadamente 40’ por lâmina

7.14. Após a leitura, utilizar um CD para copiar o arquivo .spf para ser lido no

Genotyper software.