tania cristina soares - cobertura vacinal da bcg no municipio de icaraima - pr

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DIRETORIA DO INSTITUTO DE CINCIAS BIOLGICAS, MDICAS E DA SADE CURSO DE GRADUAO EM ENFERMAGEM

TANIA CRISTINA SOARES

COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA - PR

UMUARAMA - PARAN 2009

TANIA CRISTINA SOARES

COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA - PR

Trabalho de concluso de curso apresentado banca examinadora do curso de Enfermagem da Universidade Paranaense UNIPAR, como exigncia parcial para obteno do grau de Bacharel em Enfermagem, sob orientao da Prof. Daniele Garcia de Almeida Silva.

UMUARAMA - PARAN 2009 2

COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA - PR

Tania Cristina Soares1 Daniele Garcia de Almeida Silva 2

Endereo para correspondncia:

TANIA CRISTINA SOARES. Rua Amanbai, n 3661, CEP: 87501-070, Centro, Umuarama, Paran , Brasil. Telefone: (44) 3622-8212. E-mail: [email protected]

Acadmica do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Paranaense - UNIPAR, Campus Sede. Enfermeira, graduada na Universidade Paranaense - UNIPAR, Especialista em Vigilncia Sanitria e Epidemiologia em Sade pela Universidade Paranaense UNIPAR; Mestranda em Sade Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Docente do Curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Paranaense - UNIPAR, Campus Sede.2

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TANIA CRISTINA SOARES

COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA - PR

Trabalho de concluso de curso aprovado como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Enfermagem da Universidade Paranaense UNIPAR, pela seguinte banca examinadora:

_______________________________________________ Prof. Daniele Garcia de Almeida Silva Universidade Paranaense UNIPAR

______________________________________________ Professor: Universidade Paranaense UNIPAR

______________________________________________ Professor: Universidade Paranaense UNIPAR

Umuarama, ______de ________,2009 4

DEDICATRIA

Dedico este trabalho, com muito carinho, em especial a Deus, pela minha existncia, pelo o dom da sabedoria, pacincia, a meus pais, irms, sobrinhos, professores e a todos que de uma forma ou outra me incentivaram e me ajudaram para que fosse possvel a realizao desse sonho to desejado. A eles, expresso meu amor e toda minha gratido por fazerem parte da minha vida! Da minha realizao. 5

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeo a Deus por conduzir meus passos e iluminar o meu caminho durante essa Jornada.

Aos meus pais: Maia e Alice, que com amor e muito carinho, contriburam com apoio necessrio.

A minhas irms: Mrcia, Danielle e Anglica por serem minhas confidentes, parceiras, principalmente, nas horas mais difceis da minha caminhada.

Aos meus sobrinhos: Leonardo, Andr, Brbara e Cau, por serem eles os responsveis de me trazer de volta, a Paz e Alegria quando eu mais precisava, pois com seus gestos inocentes me ajudavam a vencer o Stress e o negativismo.

A minha orientadora, Professora Daniele Garcia de Almeida Silva, por ter aceitado o desafio dessa orientao,

A todos os demais professores do curso de Enfermagem pela dedicao, carinho e a formula em transmitir e em embutir seus conhecimentos na minha vida acadmica.

A todos os amigos, que ao longo dessa jornada, estiveram presentes nos momentos de alegria e dificuldades.

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LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS

AIDS - Sndrome da Imunodeficincia Adquirida BCG - Bacilo de Calmette e Gurin C Celsius cm- Centmetros CV - crianas vacinadas / imunizadas DATASUS - Banco de dados do Sistema nico de Sade IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ID- intradrmica IDH - ndice de Desenvolvimento Humano INH - Isoniazida M. - Mycobacteriun ml mililitros mm - milmetros OMS - Organizao Mundial de Sade PPD - Purified Protein Derivative PNDU - Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNI - Programa Nacional de Imunizaes PR - Paran RCHT - Diminuio da Resposta Cutnea de Hipersensibilidade Tardia RT - Teste Tuberculneo SUS - Sistema nico de Sade UT Unidades Tuberculnicas

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LISTA DE SMBOLOS

% - Porcento - Graus 1 - Primeira 2 - Segunda 3 - Terceira = - Igual x - Vezes < - Menor

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A Normas da Revista Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR...................................21 Anexo B Carta de Submisso do Artigo a Revista Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR..25

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COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA - PRRESUMO

A tuberculose pulmonar uma doena infectocontagiosa de transmisso area causada por microorganismos do gnero Mycobacterium. uma das doenas mais importantes para sade pblica por existir em todo o mundo e ser altamente contagiosa, de tratamento difcil e com alta mortalidade, apesar dos esforos das instituies de sade. A vacinao contra tuberculose o mtodo de controle mais eficaz e feita, no Brasil, por meio da aplicao da vacina BCG intradrmica (BCG-ID). A cobertura vacinal pode ser definida pelo nmero de vacinas aplicadas dividido pela populao alvo, sendo ento multiplicado por 100 para obteno de um valor percentual. O municpio de Icarama, Estado do Paran (PR) no ano de 2008 possua uma estimativa de 94 crianas na populao alvo para vacinao com BCG, sendo que foram realizadas 104 vacinas, obtendo-se uma cobertura vacinal de 110,6%. Levando-se em considerao os nascidos registrados no municpio se obtm uma populao alvo de 105 crianas, gerando uma cobertura vacinal de 99,04%. Ambos os clculos esto prximos das diretrizes do Ministrio da Sade e da Organizao Mundial de Sade (OMS) que preconizam vacinao de 100% dos nascidos. Esta anlise de dados pode estar super ou subestimada, considerando-se a ausncia de dados precisos, sendo necessrios mais estudos para estabelecimento de uma avaliao precisa da situao vacinal no municpio de Icarama-PR. Palavras chave: Tuberculose; vacina; cobertura vacinal; BCG

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COVERAGE OF BCG VACCINE IN THE CITY OF ICARAIMA- PR

ABSTRACT

The Pulmonary tuberculosis is one infecto-contagious disease, of aerial transmission caused by microorganisms in Mycobacterium gender. It is one of the most important diseases for public health matters because it is world spread and for being highly contagious, of hard treatment and with high mortality, despite the efforts of health institutions. Vaccination against tuberculosis is made, in Brazil, through intra-dermal BCG vaccine (ID-BCG). Vaccine covering can be defined by the number of inoculated vaccines divided by the target population and then multiplied by 100, obtaining a percent number. Icarama, Parana State (PR) in 2008 had an estimation of 94 children in the target population for BCG vaccine, once it has been inoculated 104 doses of vaccine, it was obtained a vaccine covering of 110,6%. Considering the children registered as born in the city there are 105 born children, generating a vaccine cover of 99,04%. Both calculations are close to the directions of World Health Organization (WHO) and health ministry, that instruct the vaccination of 100% of the children born. This assessment may be super or underestimated, considering the lack of accurate data, thus being necessary further studies for the establishment of a precise assessment of vaccine situation in Icaraima-PR. Key words: Tuberculosis; vaccine; vaccine covering; BCG

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SUMRIO

LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS LISTA DE ANEXOS

RESUMO ABSTRACT

1 INTRODUO.............................................................................................................................13 2 MATERIAIS E MTODOS..........................................................................................................15 3 RESULTADOS E DISCUSSO .................................................................................................16 4 CONCLUSO...............................................................................................................................18 REFERNCIAS.................................................................................................................................18 ANEXOS............................................................................................................................................20

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1 INTRODUO

A tuberculose pulmonar uma doena infectocontagiosa, cuja transmisso se d atravs das vias areas. Possui evoluo crnica e causada no homem pelo Mycobacteriun tuberculosis, M. bovis, M. africanum e M. microti (CUNHA; SOARES; DE GASPARI, 2007). A forma mais comum de contgio da tuberculose a inalao de bacilos que so expelidos por aerssis contaminados, tais como a tosse, fala ou espirro de portadores da doena em sua forma ativa (CAMPINAS et al., 2002). Os mtodos disponveis para diagnstico da tuberculose so os exames radiolgico, imunolgico e bacteriolgico, que podem ser aplicados de acordo com a forma e estgio da doena (BRASIL, 2000; SANTANNA et al., 2002). O teste tuberculneo utilizado no Brasil o PPD RT 23 (purified protein derivative), que aplicado por via intradrmica no tero mdio da face anterior do antebrao esquerdo na dose de 0,1 ml (equivalentes a 2 unidades tuberculnicas - UT). A leitura do exame feito aps de 72 a 96 horas aps a aplicao, com uma rgua milimetrada mede-se o maior dimetro transverso da rea de indurao palpvel (FARHAT et al., 2000). A tuberculose uma das doenas transmissveis mais antigas do mundo, afetando o homem desde a pr-histria, agravando-se a partir do momento em que a populao comeou a se aglomerar em vilas e cidades (ROSEN, 1994). No Brasil, com os avanos da urbanizao, a epidemia se tornou muito comum nas maiores cidades do pas. Estimativas apontam que a mortalidade por tuberculose no Brasil, em 1855, era do alarmante ndice de 1/150 habitantes (LEITE; TELAROLLI JNIOR 1997). Brunner; Studdarth (2005) declara a tuberculose como um problema mundial de sade pblica informando que as taxas de mortalidade e morbidade, continuam a subir. No Brasil, em 2005 a doena foi avaliada como tendo cerca de 85 mil casos novos e 5 a 6 mil mortes anuais (BRASIL, 2002). O tratamento da tuberculose com agentes quimioterpicos tem durao de 6 a 12 meses. Na atual terapia medicamentosa so cinco medicamentos ofertados pelo Sistema nico de Sade (SUS); Isoniazida (INH), rifampina (Rifadin) pirazinamida, etambutol (Myambutol), estrettomicina (BRUNNER; STUDDARTH, 2005). Em se tratando de tratamento, a outra medida a profiltica, utilizando-se a vacina BCG. Segundo Farhat et al. (2000) O principio bsico para impedir o contato entre indivduos baciliferos e suscetveis a quimioprofilaxia com isoniazida e a vacinao com a vacina BCG. Segundo Brasil (2001) o Programa Nacional de Imunizaes (PNI), foi institudo em 1973 como uma forma de coordenar aes que se caracterizavam, que at o momento eram feitas em 13

descontinuidade, reduzindo os ndices de cobertura. O Plano Nacional de Controle da Tuberculose, lanado pelo Ministrio da Sade, em 1999, define a tuberculose como prioridade entre as polticas governamentais de sade, estabelece diretrizes para as aes e fixa metas para o alcance de seus objetivos (FARHAT et al. 2000). A vacinao de rotina, em especial a BCG recomendada pelo calendrio nacional que deve ser aplicado ao individuo a partir de seu nascimento. Para efeitos de controle e vigilncia epidemiolgica, uma vez havendo um caso suspeito, so feitas aes com o objetivo interromper a cadeia de transmisso. A vacinao precoce da BCG, aps o nascimento de recomendao Organizao Mundial de Sade (BRASIL, 2001) Segundo Farhat et al. (2000) a vacina composta, por bacilo de Calmette e Gurin (BCG), nica vacina contra tuberculose utilizada atualmente na imunizao humana, uma vacina viva, preparada a partir de cepas atenuadas do Mycobacterium bovis, o qual promove uma imunidade cruzada ao M. tuberculosis e ao M. leprai. Segundo Farhat et al. (2000) a durao da imunidade pela vacina da BCG no pode ser aferida por mtodos sorolgicos e nem mtodos imunolgicos diretos. De acordo com o autor acima pode-se admitir que a imunidade proposta pela vacina bacteriana menos duradoura que a antiviral. A dose da vacina de 0,1 ml, sendo esse valor nico para todas as idades. O local padronizado para a insero na pele na regio abaixo do msculo deltide direito. A vacina deve ser mantida temperatura entre 2C e 8C, nessas condies a vacina mantm sua eficcia por at um ano, em temperatura ambiente tem um prazo de 20 60 dias. Antes da aplicao, ela reconstituda com soluo de cloreto de sdio, evitando sempre agitao intensa, at obter a homogenizao do produto, aps reconstituda a BCG torna-se perecvel e deve ser aplicada at no mximo 8 horas aps ser hidratada (FARHAT et al. 2000). Segundo Reis (1982) quando a vacina administrada mais de 8 horas aps a preparao, ocorre diminuio da resposta cutnea de hipersensibilidade tardia (RCHT) e formao de cicatrizes menores do que quando a vacina preparada e utilizada em menos de 8 horas, denotando menor reao do organismo e provvel deficincia na induo de resistncia. A BCG-ID causa uma reao local de evoluo prolongada (10 semanas). Durante o perodo de cicatrizao, pode haver presena de secreo no local de aplicao da vacina; o enfartamento ganglionar na axila direita ocorre em 1 a 10%, e complicaes supurativas em 0,1%. Mais de 95% dos vacinados com a vacina BCG-ID apresentam cicatriz de 4 a 7 mm de dimetro (BRICKS, 2004). Os eventos adversos associados vacina BCG so pouco freqentes, mas podem ocorrer complicaes locais e regionais bem como sistmicas. Alguns dos efeitos adversos locais so causados pela irradiao por luz solar no local da aplicao antes de sua completa cicatrizao. lcera maior de 1 cm, abscesso subcutneo e linfadenite regional supurada ocorrem em 0,4 por 14

1.000 vacinados e surgem nos primeiros 6 meses aps a vacinao. Cicatriz hipertrfica e quelide ocorrem em 4 por milho de vacinados. Complicaes sistmicas e disseminao fatal so raras (< 1,5 por milho) (LOTTE et al., 1988). Aproximadamente 0,74% das crianas vacinas no apresentam RCTH. No Brasil, o Ministrio da Sade recomenda a revacinao com a BCG baseado em dados epidemiolgicos (BRASIL, 2001). O protocolo ideal para a revacinao ainda discutido, mas uma aplicao de segunda dose em idade escolar pode reforar a imunidade e manter adequada no perodo de adolescncia e idade adulta (FARHAT et al. 2000). Profissionais da sade com alto contato com pacientes com tuberculose ou Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (AIDS) devem ser revacinados. Revacinao deve ser independente da presena cicatriz vacinal e sem teste tuberculnico prvio (FARHAT et al. 2000). A cobertura vacinal pode ser entendida como a proporo de crianas menores de um ano que receberam o esquema completo de vacinao em relao aos menores de um ano existentes na populao, entendendo-se por esquema completo a aplicao de todas as vacinas preconizadas pelo PNI, cujas doses foram aplicadas nas idades corretas. Para saber realmente como feita a cobertura deve-se considerar cobertura calculada por criana e a cobertura por vacina, devendo-se calcular a cobertura tanto pelos dias nacionais de imunizao, quanto pelas atividades de rotina garantindo a correta aferio da populao (BRASIL 2001). A frmula de clculo da cobertura vacinal, para toda vacina, determinada pelo nmero de doses aplicadas da dose indicada (1, 2, 3 dose ou dose nica, conforme a vacina) dividida pela populao alvo, multiplicado por 100. No caso da BCG, que dose nica, dividido o nmero de imunizaes pela populao alvo, e multiplicado por 100, obtendo-se um valor percentual de cobertura vacinal, podendo ser definido pela frmula: CV = (crianas imunizadas com BCG/crianas nascidas) x 100 (BRASIL 2001). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a cobertura vacinal da BCG, no municpio de Icarama-PR no ano de 2008. A escolha pelo tema partiu da curiosidade em relao ao ndice da cobertura vacinal da BCG no municpio de Icarama-PR, pelo fato de saber que existe um nmero elevado de tuberculose no Brasil, sendo que existe a preveno e profilaxia da vacinao BCG sendo ofertada nas maternidades gratuitamente.

2 MATERIAIS E MTODOS

Este estudo trata-se de uma pesquisa quantitativa com abordagem exploratria, realizada atravs da coleta de dados do Banco de dados do Sistema nico de Sade (DATASUS), e da 15

Secretaria Municipal de Sade do Municpio de Icarama-PR, alm da realizao de uma reviso da literatura cientfica sobre o tema abordado, tuberculose, vacina BCG e cobertura vacinal. A pesquisa foi realizada no Municpio de Icarama-PR, por ser o local de minha moradia. O Municpio possui uma populao de 10.048,00 de habitantes, de acordo com o Censo Demogrfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) seu ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,74 segundo o atlas de desenvolvimento humano do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) do ano de 2000. O sistema de sade do municpio no possui hospital prprio, ficando o atendimento restrito ao pronto atendimento municipal, centro municipal de sade e os dois mini-postos de sade, alem das clinicas de fisioterapia e odontologia. O quadro de pessoal possui 62 funcionrios, dentre os quais 18 so de nvel universitrio, 37 de nvel mdio e 07 de nvel fundamental. Quanto a recursos de transporte a Secretaria de Sade de Icarama-PR servida por 05 ambulncias e mais 03 outros veculos. Por meio de entrevista com funcionrios do sistema de sade soube-se que as vacinaes com BCG so realizadas todas s sextas-feiras devido ao fato da vacina ser perecvel sendo, ento, necessrio acumular o mximo de vacinas em um mesmo dia para melhor aproveitamento das doses recebidas.

3 RESULTADOS E DISCUSSO

A cobertura vacinal um importante indicador de sade das populaes e da qualidade dos servios. O estudo desse indicador, alm de apontar aspectos da sade infantil e da atuao dos servios, serve de base para o planejamento e, especialmente, a reestruturao das aes (MIRANDA et al., 1995). Com o objetivo de obter um panorama da cobertura vacinal obtida no municpio de Icarama-PR, o presente trabalho contou com dados obtidos a partir de relatrio da Secretaria Municipal de Sade de Icarama-PR. A partir destes dados podemos encontrar uma meta de 94 indivduos vacinados, meta esta excedida em 10 crianas vacinadas. Esta meta, estabelecida a partir da populao do Municpio, considerava a dificuldade de acesso de diversas crianas residentes no municpio, o que dificultaria a sua imunizao. Segundo informaes verbais obtidas na Secretaria Municipal de Sade, mediante entrevista com funcionrios, esta meta era estabelecida com uma baixa expectativa de crianas vacinadas provenientes de assentamento e acampamento de Trabalhadores Sem Terra estabelecidos no Municpio, foi realizada, entretanto, uma ao de divulgao nestes ncleos populacionais, que favoreceram o aumento do nmero de crianas vacinadas. 16

Se levarmos em considerao a populao estimada do Municpio temos uma populao alvo de 94 indivduos, contando com 104 vacinados, fornecendo uma cobertura vacinal de 110,6%. Este valor reflete a dificuldade de estabelecer-se a cobertura vacinal precisamente. No caso deste estudo, ao considerarmos a populao estimada e as doses aplicadas, temos uma cobertura vacinal superestimada, uma vez que no ano de 2008 houve mais nascidos que o previsvel para a populao do municpio. Estas dificuldades so apontadas por Moraes; Ribeiro (2008) que afirmam que os dados de vacinao e de populao estimada no so precisos ao determinar a cobertura vacinal. A partir do mesmo relatrio obtivemos um total de 105 crianas nascidas no Municpio, das quais 104 foram vacinadas com a vacina BCG. De acordo com a frmula proposta por Brasil (2001) podemos considerar a populao alvo como sendo as crianas nascidas (105 indivduos) desta forma aferindo uma cobertura vacinal para tuberculose de 99,04% das crianas nascidas. Estes valores so semelhantes aos obtidos por Moraes et al. (2003) em 4 municpios da grande So Paulo. Sendo bastante superiores cobertura obtida em Teresina Piau em 1983, que era inferior a 70% (SZWARCWALD; VALENTE, 1985). Miranda et al. (1995) obtiveram, em Porto Alegre RS uma cobertura vacinal com BCG de aproximadamente 79%. Apesar da alta cobertura vacinal encontrada no presente estudo, Silva et al. (1997) afirma que o clculo da cobertura vacinal a partir dos dados de rotina pode incorrer em erros, principalmente devido s dificuldades existentes para a realizao de estimativas populacionais precisas nos anos subseqentes aos censos. A no utilizao dos servios de sade pela populao moradora na rea de abrangncia da unidade sanitria ou a utilizao por parte de pessoas residentes em outras reas geogrficas tambm podem interferir com o clculo da cobertura real (SILVA et al., 1997). As estimativas realizadas a partir do nmero total de doses aferidas nas campanhas, por sua vez, podem no corresponder cobertura real, tendo em vista que no h informao sobre cada criana individualmente. Em ambas as situaes, tanto uma subestimao como uma superestimao dos parmetros da cobertura "verdadeira" podem ocorrer. Estas dificuldades podem ser observadas no presente estudo, em municpio no qual crianas nascidas em maternidades vizinhas recebem vacina em Icarama-PR, assim como crianas residentes no municpio terminam por receber as vacinas em outras localidades, interferindo na confiabilidade dos resultados obtidos a partir dos dados emitidos oficialmente baseado nas doses fornecidas (SILVA et al., 1997). Moraes et al. (2003), afirmam que h erros na avaliao da cobertura vacinal completa quando feita com base em dados de produo, isto , aqueles derivados do registro rotineiro de informaes, tal qual realizado no presente estudo. Entretanto, estes erros ocorrem quando se faz avaliao de vacinas de doses mltiplas, ou quando se pretende avaliar a cobertura do esquema completo de vacinas, mas quando se pretende avaliar somente uma nica vacina de dose simples, 17

que o caso da BCG, anlise de dados obtidos a partir das doses aplicadas fornecem informaes suficientes para a correta avaliao desta cobertura. Ainda que a obteno de informaes a partir de inquritos domiciliares seja de grande valia para uma aferio mais precisa da cobertura vacinal, para a BCG podemos considerar os dados do presente estudo suficientes para afirmarmos que o Municpio de Icarama-PR conta com uma boa cobertura vacinal. A cobertura vacinal atingida de 100% das crianas nascidas est de acordo com as diretrizes da Organizao Mundial de Sade (OMS) e do Ministrio da Sade, que desde 1973 tm meta de imunizao de 100% das crianas nascidas (MIRANDA et al., 1995).

4 CONCLUSO

Podemos concluir que a vacinao por meio da vacina BCG tem sido realizada de forma eficiente em Icarama-PR, obtendo-se uma cobertura vacinal prxima das metas estabelecidas. Entretanto h uma carncia de informaes para se obter maior preciso na anlise da real situao de imunizao no Municpio. Atravs do presente estudo fica clara a necessidade de pesquisas mais aprofundadas para se obter um panorama mais abrangente, preciso e rico de informaes para a atual situao de cobertura vacinal no Municpio de Icarama-PR. Alm disso, com a realizao do presente estudo foi possvel observar de forma prtica e objetiva os desafios encontrados na imunizao de crianas no Municpio de Icarama-PR, que reflete a realidade de diversos outros Municpios. Com a pesquisa direta e anlise de dados, foi possvel confrontar a teoria dos programas e metas governamentais com as dificuldades reais encontradas na avaliao da eficcia destas medidas de controle epidemiolgico. Por fim a pesquisa em literatura permitiu uma ampliao dos conhecimentos sobre a tuberculose, a vacina BCG e sobre cobertura vacinal, permitindo uma maior compreenso de um sistema que conta de forma imprescindvel com o trabalho do Profissional de Enfermagem.

REFERNCIAS

BRASIL. Ministrio da Sade. Fundao Nacional de Sade. Plano Nacional de Controle da Tuberculose: Manual de Normas. 5. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2000. 211p. BRASIL. Ministrio da Sade. Fundao Nacional de Sade. Manual de Procedimentos para Vacinao. 4. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2001. 279p. 18

BRASIL, Ministrio da Sade. Fundao Nacional de Sade. Tuberculose guia de vigilncia epidemiolgica/elaborado pelo Comit Tcnico Cientfico de Assessoramento Tuberculose e Comit Assessor para Co-infeco HIV-Tuberculose. Braslia: Ministrio da Sade, 2002. 102p. BRICKS, L. F. Vacina BCG: via percutnea ou intradrmica?. Jornal de Pediatria, v.80, n.2, p.:93-98, 2004. BRUNNER L. S.; STUDDARTH, R. S. Tratamento de Enfermagem medico-cirurgico; 10. Ed. v.1. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2005. 2348p. CAMPINAS, L.L.S.L. et al. Manual de orientao para coleta de amostras de escarro, e outros materiais para baciloscopia e cultura para diagnstico e controle da tuberculose. So Paulo: Centro de Vigilncia Epidemiolgica Prof. Alexandre Vranjac, 2002. 16 p. CUNHA, T. N.; SOARES, I. C.; DE GASPARI, E. N. Em busca de lipossomas inteligentes para a administrao de drogas para a tuberculose. Boletim Epidemiolgico Paulista, v. 4, n. 39, 2007. Disponvel em: .Acesso em: 18 nov. 2009. FARHAT C. K. et al. Imunizaes Fundamentos e Praticas. 4. ed. So Paulo: Atheneu, 2000. 243p. LEITE, C. Q. F.; TELAROLLI JNIOR, R. Aspectos epidemiolgicos e clnicos da tuberculose. Revista de Cincias Farmacuticas, v.18, n.1, p. 17-28, 1997. LOTTE, A.; WASZ-HOCKERT, W.; POISSON, N. Second IUATLD study on complications induced by intradermal BCG vaccination. Bull. Int. Union. Tuberc. Lung. Dis., v.63, n2, p.47-59, 1988. MIRANDA, A. S. Avaliao da cobertura vacinal do esquema bsico para o primeiro ano de vida. Revista de Sade Pblica, v.29, n.3, p. 208-214, 1995. MORAES, J. C. et al. Qual a cobertura vacinal real? Epidemiol. Serv. Sade, v.12, n.3, p. 147 153, 2003. MORAES, J. C.; RIBEIRO, M. C. S. A. Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquritos domiciliares. Rev. bras. epidemiol. v.11, n.1, 113-124, 2008. REIS, F. J. Alergia tuberculnica e cicatriz vacinal em lactentes que tomaram a vacina BCG injetvel quando recm-nascidos. Jornal de Pediatria, v.52, n.1, p. 23-8, 1982. ROSEN, G. Uma histria da sade pblica. Rio de Janeiro: ABRASCO, 1994. 423p. SANTANNA, C. C. et al. Diagnstico e teraputica da tuberculose infantil uma viso atualizada de um antigo problema. Jornal de Pediatria, v. 78, n. 2, p. S205- S214, 2002. SILVA, L. M. V. et al. Coberturas vacinais superestimadas? Novas evidncias a partir do inqurito de Pau da Lima. Revista Panamericana de Salud Pblica, v.1, n.6, p. 444-450, 1997. SZWARCWALD, C. L.; VALENTE, J. G. Avaliao da cobertura de vacinao em Teresina Piau (Brasil - 1983). Cadernos de Sade Pblica, v.1, n. 9, p.41-49, 1985. 19

ANEXOS

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ANEXO A Normas da Revista Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR

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ANEXO B Carta de Submisso do Artigo a Revista Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR

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Ao Editor da Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR (ISSN: 1415-076X)

O(s) autor(es) abaixo citado(s) compromete(m)-se ao encaminhar o presente trabalho Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR, que no ir(o) submet-lo simultaneamente avaliao em outro peridico. O(s) autor(es) que assina(m) abaixo, afirma(m) que participou(aram) suficientemente do trabalho para tornar pblica sua responsabilidade pelo contedo, aceitando qualquer tipo de ao legal decorrente da impreciso da afirmao anterior. O(s) autor(es) concorda(m) que, em caso de aceite do artigo, os direitos autorais a ele referentes, se tornaro propriedade exclusiva da Arquivos de Cincias da Sade da UNIPAR, vedada qualquer reproduo, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgao, impressa ou eletrnica, sem que a prvia e necessria autorizao seja solicitada. Em caso de mais de dois autores, esses concordam com a ordem de aparecimento dos nomes como apresentada abaixo.

Ttulo do artigo:

COBERTURA VACINAL DA BCG NO MUNICPIO DE ICARAMA PR___Autor(es): nome por extenso, assinatura e data (na ordem apresentada) ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________

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