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TAFONOMIA DE VERTEBRADOS Cristina Bertoni-Machado http://www.ufrgs.br/paleodigital/ Tafonomia.html

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Page 1: T AFONOMIA DE VERTEBRADOS Cristina Bertoni-Machado

TAFONOMIA DE VERTEBRADOSCristina Bertoni-Machadohttp://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia.html

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TAFONOMIA Ciência que estuda os processos de

preservação dos fósseis e como eles afetam as informações no registro fossilífero.

Engloba duas amplas subdivisões: Bioestratinomia Diagênese dos Fósseis (Fossildiagênse).

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RELAÇÃO ENTRE A TAFONOMIA E SUAS SUBDIVISÕES

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia.html

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TAFONOMIA DOS VERTEBRADOS Estudo dos processos pelos quais os restos

ósseos se transformam em fósseis; Importante ferramenta para a reconstrução

de ambientes do passado.

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FOSSILIZAÇÃO DE UM RESTO ORGÂNICO

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia.html

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TAFONOMIA DOS VERTEBRADOS Poucos vertebrados, além dos peixes, são

fossilizados em ambientes aquáticos; A maioria deles é preservada em sistemas

continentais, próximos a corpos d’água, especialmente nos depósitos fluviais;

Tafonomia de vertebrados está intimamente relacionada com a dinâmica dos sistemas fluviais, principalmente, com relação ao intemperismo e ao transporte.

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PRINCIPAIS AMBIENTES DE DEPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS NUM SISTEMA FLUVIAL

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia.html

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INTEMPERISMO E TRANSPORTE Em dias "normais", o principal transporte e deposição de

sedimentos ocorre nos canais e nas margens dos canais, sendo que as planícies permanecem muito tempo expostas, sem que nenhum sedimento chegue até elas.

Em eventos como as grandes enchentes (que carregam bastante sedimento, o suficiente para soterrar diversos restos orgânicos), o excesso de sedimento transportado pelo rio extravasa e acaba sendo depositado na planície.

Assim, na situação normal o transporte estará mais restrito aos animais que estiverem incorporados ao canal, enquanto que nas planícies o principal agente tafonômico será o intemperismo.

Já em épocas de enchentes, todo o sistema será alterado pela grande quantidade de sedimentos que chegarão junto com a corrente hidráulica e ocorrerá transporte tanto nos organismos que estiverem no canal, quanto nos que estiverem depositados nas planícies.

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AMBIENTE DEPOSICIONAL E CARACTERÍSTICAS TAFONÔMICAS GERAIS DAS ASSEMBLÉIAS FOSSILÍFERAS ENCONTRADAS

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia.html

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NECRÓLISE

Consiste na decomposição dos tecidos moles do corpo.

Ocorre pela ação de microorganismos (bactérias ou fungos que geram a putrefação), de pequenos organismos, como insetos, ou ainda de grandes organismos carniceiros.

Em geral, somente os ossos dos vertebrados são preservados.

Page 11: T AFONOMIA DE VERTEBRADOS Cristina Bertoni-Machado

DESARTICULAÇÃO Quando os tecidos moles se decompõem, os ossos

ficam soltos e começa o processo de desarticulação, que é a separação dos elementos de um esqueleto.

Esqueletos fósseis articulados só são preservados quando: (1) o evento que matou o animal foi o mesmo que o

soterrou; (2) quando o esqueleto ficou exposto em ambientes

onde a taxa de decomposição dos tecidos é muito baixa (devido à carência de oxigênio, ao frio ou à aridez);

(3) quando o tempo decorrido entre a morte do animal e o seu soterramento foi bastante curto, uma vez dentro do sedimento a taxa de decomposição diminui, pois a temperatura é mais baixa e inibe o desenvolvimento das bactérias, ou porque dificulta o acesso de insetos necrófagos ao organismo.

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ESQUELETO DE VACA EM ESTÁGIO INTERMEDIÁRIO DE DESARTICULAÇÃO

Os ossos do crânio e dos membros já estão desarticulados e levemente transportados para longe do resto do esqueleto, mas a coluna vertebral ainda se mantém firmemente conectada. Isso ocorre porque os ligamentos que a mantém unida são mais resistentes que os demais.

Fonte: http://www.ufrgs.br/paleodigital/Tafonomia2.html

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SEQUÊNCIA NORMAL DE DESARTICULAÇÃO, SEGUNDO TOOTS (1965)1) desconexão do crânio;2) desencaixe da mandíbula;3) desconexão das cinturas pélvica e

escapular;4) desconexão dos membros em ossos

isolados;5) desencaixe das costelas;6) desarticulação da coluna vertebral.

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TRANSPORTE É uma das análises mais fundamentais na

tafonomia, já que, muitas vezes, o local onde o fóssil foi encontrado não necessariamente reflete o tipo de local no qual o animal habitava enquanto era vivo.

É necessário analisar os fósseis a partir do ponto de vista de quão transportados eles foram, pois conhecer a vida dos animais em seus paleoambientes (ambientes antigos, guardados no registro fóssil) depende do entendimento de onde o animal viveu, e não onde foi soterrado.

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ASSEMBLEIA FÓSSIL DE ACORDO COM O TRANSPORTE Assembleia fóssil (tanatocenose) → qualquer

acumulação relativamente densa de partes duras esqueléticas, independente da composição, estado de preservação e grau de modificação pós-morte. Pode conter elementos transportados (alóctones) ou autóctones.

Assembleia autóctone/parautóctone: os fósseis se encontram preservados no mesmo ambiente onde os organismos viviam Autóctones: quando os restos estão em posição de vida Parautóctones: quando os restos não estão em posição de

vida. Assembleia alóctone: constituída por fósseis que

foram transportados de seu ambiente original.

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INTEMPERISMO Os ossos, quando expostos, se decompõem e

sua destruição faz parte do ciclo natural de reciclagem de nutrientes pelo solo.

A chance de um osso virar um fóssil depende da intensidade dos processos destrutivos e da sorte de ser soterrado antes da completa destruição.

O conjunto de processos físico-químicos pelos quais os ossos expostos passam quando estão na superfície chama-se intemperismo.

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ESTÁGIOS DE INTEMPERISMO EM OSSOS Estágio 0: Superfície do osso sem sinais de rachaduras nem de lascas.

Geralmente os ossos estão frescos, com restos de tecidos moles nas cavidades e pele ou restos de ligamentos e músculos recobrindo a superfície do osso;

Estágio 1: Ossos começam a apresentar rachaduras. Gordura, pele e outros tecidos podem não estar presentes;

Estágio 2: As camadas mais superficiais dos ossos começam a soltar lascas, associadas a rachaduras; pequenas lascas de ossos podem se soltar. Lascas mais profundas começam a se formar até a parte mais superficial dos ossos estar toda rachada. Pequenos pedaços remanescentes de ligamentos, cartilagem e pele podem estar presentes;

Estágio 3: A superfície óssea é caracterizada por pedaços ásperos de osso compacto, resultando numa superfície fibrosa; nestes fragmentos todas as camadas externas e concêntricas de osso foram removidas e, gradualmente, toda a superfície do osso assume esta característica. O intemperismo não ultrapassa os primeiros 1-1,5 mm da superfície do osso e as fibras ósseas ainda se encontram firmemente ligadas umas as outras. Tecidos moles são raros neste estágio.

Estágio 4: A superfície do osso se apresenta com uma textura fibrosa, ocorrem grandes e pequenas lascas que podem se soltar quando o osso é movido e até as cavidades mais internas já se encontram intemperizadas.

Estágio 5: O osso está se desintegrando no lugar, com grandes lascas se soltando e sendo facilmente quebrado quando movido. A forma original do osso pode ser difícil de identificar.