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Vertebrados Os animais vertebrados, pertencentes ao reino animal e ao filo chordata, são animais que possuem vértebras, ou seja, os ossos que compõem a coluna vertebral. Importante salientar que nem todos os animais vertebrados a possuem, por exemplo, os ágnatos ou ciclostomados, são peixes primitivos desprovidos de mandíbulas e maxilas (as mixinas, as lampreias e os ostracodermes). Classe dos Peixes Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes (do grego khondros: 'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon: 'osso'), ou peixes ósseos. Os peixes ósseos são os mais abundantes em número de espécies conhecidas, representando cerca de 95% do total dessas espécies. Circulação dos peixes: O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal. Condrictes Peixes Cartilaginosos Os condrictes são os peixes que não possuem ossos, seu esqueleto é feito de cartilagem. Entre seus representantes encontramos os tubarões, arraias e quimeras. São animais que vivem principalmente em água salgada; mas algumas espécies de raia vivem em água doce. Nadam através de contrações musculares e com auxílio de nadadeiras. Todos os peixes cartilaginosos são predadores, embora os filtradores também ingerem fitoplâncton. Neste caso existem projeções rígidas dos arcos branquiais, que funcionam como filtros. Grande parte da sua dieta é composta por presas vivas, embora consumam igualmente cadáveres, quando disponíveis.

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Vertebrados Os animais vertebrados, pertencentes ao reino animal e ao filo chordata, são animais que possuem vértebras, ou seja, os ossos que compõem a coluna vertebral. Importante salientar que nem todos os animais vertebrados a possuem, por exemplo, os ágnatos ou ciclostomados, são peixes primitivos desprovidos de mandíbulas e maxilas (as mixinas, as lampreias e os ostracodermes).

Classe dos Peixes

Existem duas classes de peixes: a classe dos condrictes (do grego khondros: 'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon: 'osso'), ou peixes ósseos. Os peixes ósseos são os mais abundantes em número de espécies conhecidas, representando cerca de 95% do total dessas espécies. Circulação dos peixes: O coração dos peixes tem duas cavidades um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não oxigenado. Depois de passar pelo coração, o sangue não oxigenado vai para uma artéria e dai para as brânquias, onde recebe gás oxigênio. A seguir, esse sangue, agora oxigenado, é distribuído para todos os órgãos do corpo do animal. Condrictes – Peixes Cartilaginosos

Os condrictes são os peixes que não possuem ossos, seu esqueleto é feito de cartilagem. Entre seus representantes encontramos os tubarões, arraias e quimeras. São animais que vivem principalmente em água salgada; mas algumas espécies de raia vivem em água doce. Nadam através de contrações musculares e com auxílio de nadadeiras. Todos os peixes cartilaginosos são predadores, embora os filtradores também ingerem fitoplâncton. Neste caso existem projeções rígidas dos arcos branquiais, que funcionam como filtros. Grande parte da sua dieta é composta por presas vivas, embora consumam igualmente cadáveres, quando disponíveis.

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Apresentam dentes de substituição, que se desenvolvem continuamente em fileiras atrás dos dentes funcionais e movem-se para frente substituindo aqueles que foram perdidos. Não possuem bexiga natatória (órgão presente nos peixes ósseos que permite a flutuação), por isso a maioria das espécies fica em constante movimento para não afundar; enquanto as espécies que não nadam ficam apoiadas no fundo do mar. Para a respiração, possuem cinco pares de fendas branquiais e um orifício chamado espiráculo, por onde entra a água e banha as brânquias. Sua boca é localizada ventralmente e intestino finaliza em uma espécie de bolsa chamada cloaca - nela, convergem os dutos finais do sistema digestório, urinário e genital. Possuem sexos separados, assim como os ciclóstomos, porém a fecundação é interna, sendo que há espécies ovíparas e ovovivíparas. Não possuem estágio larval, sendo assim seu desenvolvimento é direto. A maioria dos condrictes é marinha. Apresentam órgãos sensoriais muito desenvolvidos, que lhes permitem localizar presas mesmo quando muito distantes ou enterradas no lodo do fundo. Estes órgãos incluem: Narinas: localizadas ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, capazes de detectar moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas; Ouvidos: com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores); Olhos: laterais e sem pálpebras, cuja retina geralmente apenas contém bastonetes (fornecendo uma visão a preto-e-branco mas bem adaptada á baixa luminosidade); Linha lateral: um fino sulco ao longo dos flancos contendo muitas pequenas aberturas, contém células nervosas sensíveis á pressão (algo como um sentido do tacto á distância); Ampolas de Lorenzini: especialmente ao redor do focinho, possui pequenos poros, denominados ampolas de Lorenzini. Estes receptores são sensíveis à temperatura, salinidade e pressão da água, com uma especial capacidade para detectar campos eléctricos muito sutis, gerados por outros animais. Podem, deste modo, detectar o batimento cardíaco de um peixe que esteja enterrado na areia, a alguns metros de distância. A capacidade de se aperceberem destas ligeiras mudanças na corrente

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eléctrica do ambiente, além de facilitar a caça às suas presas, possibilita-lhes a navegação em mar aberto durante as grandes migrações, guiando-se através do campo electromagnético da Terra.

É importante saber que os tubarões são perseguidos, por pura ignorância ou para a obtenção das suas barbatanas (para sopa e utilização em poções "afrodisíacas" asiáticas) ou mortos por acidente em redes de arrasto. Atualmente, grande número de espécies corre sério perigo de extinção. Com o aumento da população humana e a redução dos cardumes de peixes ósseos, os peixes cartilagíneos têm sido pescados em grande número. Todos os anos se matam cerca de 100 milhões de tubarões e afins, dos quais cerca de 6 milhões são tubarões azuis, mortos apenas pelas suas barbatanas. Sendo estes animais fundamentais ao correto "funcionamento" do ecossistema marinho, esta matança deve, em curo prazo, provocar desequilíbrios muito graves. Osteíctes – Peixes Ósseos

Os peixes ósseos são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeiras, etc.).

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Seu tamanho pode variar de alguns milímetros até alguns metros. Apresentam esqueleto predominantemente ósseo e, a maioria, possui escamas de origem dérmica. Para a respiração, possuem quatro pares de fendas branquiais e ausência de espiráculo, suas brânquias são protegidas por uma estrutura denominada opérculo. O sistema digestório dos peixes ósseos tem bastante semelhança ao dos tubarões e arraias, por exemplo, porém no lugar da cloaca há o ânus. Apresentam, em muitas espécies, uma vesícula armazenadora de gases chamada bexiga natatória ou vesícula gasosa - que pode aumentar e diminuir de volume de acordo com a profundidade em que o peixe se encontra - favorecendo a flutuação e, com isso, permitindo ao animal economizar energia, já que ele pode permanecer mais ou menos estável numa determinada profundidade sem que para isso necessite de grande esforço muscular para a natação. Assim como os peixes cartilaginosos, possuem órgãos dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente: Olhos: grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos próximos, mas que percebem facilmente movimentos distantes, incluindo acima da superfície da água. A retina contém cones e bastonetes, o que permite visão a cores na maioria dos casos; Ouvidos: com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores), permitem uma audição apurada, até porque o som se propaga bastante bem dentro de água. Muitos peixes comunicam entre si produzindo sons, seja esfregando partes do corpo entre si, seja com a bexiga natatória; Narinas: localizadas na parte dorsal do focinho, comunicam com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água; Linha lateral: localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram mecanorreceptores. A eficácia deste sistema para detectar movimentos e vibrações por ele causadas na água permite a formação de cardumes, fundamental como estratégia de defesa destes animais. Os sexos são separados, apresentando cada indivíduo gônadas geralmente pares. A grande maioria é ovípara com fecundação externa, embora existam espécies com

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fecundação interna e hermafroditas. Algumas espécies passam por mudanças de sexo, com machos que passam a fêmeas aumentando de tamanho e as fêmeas que se tornam dominantes nos cardumes, ao passarem a machos. Várias espécies migram grandes distâncias (tanto de água salgada para doce, como algumas espécies de salmões, ou o inverso, como as enguias) para desovar. Os peixes ósseos são os únicos que formam cardumes, por vezes com dezenas de milhar de indivíduos. Nos cardumes os peixes deslocam-se sincronizadamente, como se fossem um só. Num cardume os peixes estão mais seguros pois há mais sentidos atentos a um potencial predador e torna-se mais difícil escolher a presa no meio de tantos corpos em movimento. A vida em grupo também ajuda a encontrar alimento e parceiros sexuais. Exercícios: 1- Os peixes ósseos, como o nome sugere, possuem seu esqueleto formado por ossos. Entre os peixes abaixo, marque o único que não pode receber essa denominação. a) Sardinha. b) Cavalo-marinho. c) Salmão. d) Tubarão. e) Peixe-palhaço. 2- Algumas características são fundamentais para ajudar na diferenciação de um peixe ósseo de um cartilaginoso. Entre as alternativas a seguir, marque aquela que indica corretamente uma característica presente em um peixe ósseo. a) Brânquias expostas. b) Escamas de origem dérmica e epidérmica. c) Boca ventral. d) Fecundação interna. e) Bexiga natatória. 3- (Uni-Rio-RJ) Um grupo de estudantes, ao excursionar pela Amazônia, deparou com um peixe (piramboia) praticamente imobilizado numa área lamacenta. Curiosos, aproximaram-se e perceberam que, embora as condições fossem bastante adversas, o animal, mesmo que muito lentamente, continuava a respirar. Tal possibilidade, eles investigaram posteriormente, deve-se nesses animais (dipnoicos) à presença de: a) Linha lateral. b) Urópode. c) Bexiga natatória. d) Telso. e) Válvula espiral. 4- Uma professora resolveu aplicar uma prova prática sobre o conteúdo de peixes. Ela colocou em cada mesa um exemplar e pediu para que os alunos escrevessem em suas folhas de resposta se era um peixe ósseo ou cartilaginoso. Os alunos concluíram que se tratava de um peixe ósseo após observarem: a) as brânquias desprotegidas, sem presença de opérculo. b) a boca localizada na região ventral. c) a presença de cloaca. d) a boca localizada na região anterior. 5- (FUVEST) Com relação à bexiga natatória, responda:

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a) Que tipo de peixe tem bexiga natatória? b) Qual a principal função desse órgão? c) Quando o peixe se encontra junto à superfície da água, o volume da bexiga natatória aumenta ou diminui? d) Qual a função da bexiga natatória nos peixes dipnóicos, como a piramboia? 6- (FUVEST) Dê quatro caracteres que distinguem os peixes cartilaginosos dos ósseos. 7- (UNICAMP) Muitas espécies são introduzidas em um ambiente sem que haja uma avaliação de riscos associados a essa prática. Isso tem acontecido em larga escala com peixes em todo o mundo. A truta arco-íris já foi introduzida em 82 países, uma espécie de tilápia em 66 países e a carpa comum em 59 países".

(Ciência hoje, 21 (124) 36-44, 1996)

Caracterize os peixes quanto à anatomia do coração, quanto ao tipo de sistema respiratório e quanto ao tipo de sistema circulatório. GABARITO: 1- d; 2- e; 3- c; 4- d; 5- a) Peixes ósseos. b) Funciona como órgão hidrostático. c) Aumenta. d) Nos peixes dipnóicos, a bexiga natatória tem função respiratória.; 6- Peixes cartilaginosos têm esqueleto de cartilagem, boca ventral, nadadeiras caudal heterocerca e não têm bexiga natatória. Peixes ósseos têm esqueleto ósseo, boca anterior ou terminal, nadadeira caudal homocerca e possuem bexiga natatória.; 7- O coração dos peixes possui duas cavidades: um átrio e um ventrículo. O sistema circulatório é fechado, simples e completo. É fechado porque o sangue circula apenas dentro de vasos. É simples porque o sangue passa apenas uma vez pelo coração. No coração dos peixes passa apenas sangue venoso. É completo porque não há mistura de sangue venoso com o arterial. A maioria dos peixes tem respiração branquial, mas há aqueles que têm respiração pulmonar (peixes dipnóicos como a piramboia) através da bexiga natatória modificada.

Classe dos Anfíbios

A palavra anfíbio, de origem grega, significa "vida dupla", porque esses animais são

capazes de viver no ambiente terrestre na fase adulta, mas dependem da água para a

reprodução.

Na evolução da vida no nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a

ocupar o ambiente terrestre, embora não efetivamente. Além de possuírem uma

pele muito fina que não protege da desidratação, eles colocam ovos sem casca, que

ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes úmidos. Assim,

esse grupo de animais, não é independente da água, já que pelo menos uma fase da

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vida, da maioria dos anfíbios, acontece na água e eles precisam dela para a

reprodução.

São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo, por isso são chamados animais ectotérmicos.

No estágio da vida aquática, quando são larvas, os anfíbios respiram por brânquias, como os peixes. Quando adultos, vivem em ambiente terrestre e realizam a respiração pulmonar. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele.

A pele deve, necessariamente, estar úmida, pois os gases não se difundem em superfícies secas. As paredes finas das células superficiais da pele permitem a passagem do oxigênio para o sangue. A pele dos anfíbios é bem vascularizada, isto é, com muitos vasos sanguíneos.

A pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas, através da respiração, permite-lhes, a absorção de água, que funciona como defesa orgânica. Quando estão com "sede", os anfíbios encostam a região ventral de seu corpo na água e a absorvem pela pele.

As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem veneno. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas. Existem espécies mais e menos tóxicas e os acidentes com humanos somente acontecerão se essas substâncias entrarem em contato com as mucosas ou sangue.

Possuem estômago bem desenvolvido, intestino que termina em uma cloaca, glândulas como fígado e pâncreas. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a "casca" de insetos.

Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins, e sua urina é abundante e bem diluída, isto é, há bastante água na urina, em relação às outras substâncias que a formam.

Os anfíbios têm circulação fechada (o sangue circula dentro dos vasos). Como ocorre mistura de sangue venoso (rico em gás carbônico) e arterial (rico em oxigênio) a circulação neste grupo de animais é do tipo incompleta.

O coração apresenta três cavidades: dois átrios (um direito e um esquerdo) e um ventrículo. O sangue venoso, pobre em O2, vindo dos pulmões, penetra no átrio esquerdo. Os dois tipos de sangue passam para o único ventrículo onde se misturam, ainda que parcialmente. Do ventrículo, o sangue é bombeado para um tronco arterial (conjunto de vasos) que distribui sangue para a cabeça, tronco e pulmões. A circulação é dupla e incompleta: dupla, porque o sangue passa duas vezes pelo coração a cada ciclo de circulação, incompleta, porque o ventrículo é único e nele o sangue arterial e venoso se misturam.

O sapo, a rã e a perereca realizam fecundação externa. A salamandra e a cobra-cega realizam fecundação interna. Nos numerosos ovos protegidos por uma grossa camada

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de substâncias gelatinosa, que geralmente se prendem às plantas aquáticas, as células vão se dividindo e formando embriões. Os ovos fecundados eclodem e as larvas denominadas girinos, vivem e crescem na água até realizarem a metamorfose para a vida adulta.

Ordens dos anfíbios:

Anuros: Eles têm quatro patas e não possuem cauda. Além disso, passam por um processo chamado metamorfose. Neste grupo encontra-se os sapos, rãs e pererecas.

Ápodes: Têm corpo cilíndrico e não possuem patas. Como o corpo delas é liso, sem escamas, não podem ser confundidas com as serpentes nem com as cobras-de-duas-cabeças. Um exemplo desse grupo é a cobra-cega.

Urodela: Possuem corpo alongado, patas laterais e uma longa cauda. No entanto, não podem ser confundidas com as lagartixas, já que não possuem escamas, nem unhas. Neste grupo estão as salamandras e os tritões. Lembrando que no Brasil, existe somente uma espécie de salamandra.

Exercícios: 1- Sabemos que o nome anfíbio é derivado do grego e significa duas vidas. Marque a alternativa que indica corretamente o motivo pelo qual receberam esse nome. a) Os anfíbios apresentam esse nome em virtude da presença de uma fase larval e uma fase adulta. b) Os anfíbios apresentam esse nome porque apresentam uma fase larval aquática e uma forma adulta terrestre. c) Os anfíbios possuem esse nome pelo fato de serem capazes de se reproduzirem apenas duas vezes. d) Os anfíbios recebem esse nome em razão da capacidade de alguns mudarem de sexo quando não há o sexo oposto para a reprodução.

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2- Os anfíbios adultos, apesar de viverem no ambiente terrestre, devem sempre se manter próximos a locais úmidos. Isso se deve ao fato de: a) Possuírem exclusivamente respiração branquial. b) Possuírem pele sensível sem estruturas que evitam a perda de água. c) Alimentarem-se exclusivamente de animais aquáticos. d) Possuírem pulmões pouco eficientes e ainda necessitarem, em alguns momentos, da realização da respiração branquial. 3- Nos anfíbios, a respiração cutânea compensa a: a) falta de hemoglobina no sangue; b) falta de irrigação sanguínea na pele; c) falta de respiração pulmonar; d) pequena superfície dos pulmões; e) mistura de sangue arterial e venoso nos átrios. 4- No coração dos anfíbios adultos: a) circula apenas sangue venoso; b) circula apenas sangue arterial; c) circulam, separadamente, sangue venoso e arterial; d) misturam-se no ventrículo sangue arterial; e) misturam-se no átrio os sangues arterial e venoso. 5- Os anfíbios podem apresentar respiração: a) só pulmonar; b) cutânea, traqueal e pulmonar; c) traqueal, branquial e pulmonar; d) cutânea, branquial e pulmonar; e) cutânea, branquial e pulmonar. 6- (UNESP) Dê duas características de anfíbios que justifiquem porque a maioria desses animais tem vida restrita a ambientes úmidos. Explique sua resposta. GABARITO: 1- b; 2- b; 3- d; 4- d; 5- d; 6- A maioria dos Anfíbios está restrita a ambientes úmidos porque necessitam respirar pela pele. Em ambiente seco sofreriam intensa desidratação, pois não possuem camada córnea impermeável. Apresentam fecundação externa, ovos sem casca ou anexos embrionários e desenvolvimento indireto com larva aquática.

Classe dos Répteis

Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') abrangem cerca de 7 mil espécies conhecidas. Eles surgiram há cerca de 300 milhões de anos, tendo provavelmente evoluído de

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certos anfíbios. Foram os primeiros vertebrados efetivamente adaptados à vida em lugares secos, embora alguns animais deste grupo, como as tartarugas, sejam

aquáticos. A Terra já abrigou formas gigantescas de répteis, como os dinossauros. Hoje esse grupo é representado por animais de porte relativamente menor, como os jacarés, tartarugas, cobras e lagartos. Répteis costumam ser encontrados em ambientes terrestres. Alguns também podem ser vistos nos troncos ou copas de árvores, dentro da água, ou mesmo caminhando em nossas paredes, como é o caso das lagartixas. Estes animais tem o corpo recoberto por uma pele seca e praticamente impermeável. As células mais superficiais da epiderme são ricas em queratina, o que protege o

animal contra a desidratação e representa uma adaptação à vida em ambientes terrestres. A pele pode apresentar escamas (cobras), placas (jacarés, crocodilos) ou carapaças (tartarugas, jabutis). São animais pecilotérmicos, o que significa que sua temperatura muda de acordo com a temperatura ambiente. Os répteis possuem corpo dividido em cabeça, pescoço, tronco, membros e cauda, contendo ossos por todo seu esqueleto. Suas patas são pequenas e possuem garras para ajudar na sua locomoção. No caso das tartarugas marinhas as patas são nadadeiras e não possuem garras. Já as cobras não possuem membro algum, apenas cabeça, tronco e cauda. Nos crocodilos e jacarés, a boca possui dentes grandes e afiados que servem para segurar a presa e rasgar sua carne. Já em tartarugas e cágados, por exemplo, os dentes são curtos e cerrados, que servem para mastigar o alimento. No caso das cobras, estas não possuem dentes como os outros répteis e por isso engolem inteiras suas presas. A respiração dos répteis é pulmonar; seus pulmões são mais desenvolvidos que os dos anfíbios, apresentando dobras internas que aumentam a sua capacidade respiratória, o que torna "dispensável" a respiração por meio da pele, observada nos anfíbios. O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos (crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração. Sendo assim, a circulação sanguínea é completa nos crocodilianos e incompleta nos outros répteis e, mesmo nos crocodilianos que possuem os ventrículos separados, o sangue oxigenado se mistura ao sangue venoso no corpo dos répteis. Os répteis têm reprodução sexuada e fecundação interna, com desenvolvimento dos filhotes em ovos externamente ao corpo das fêmeas. A maioria é ovípara, sendo alguns vivíparos ou ovovivíparos. Formam ovos com casca grossa que impedem sua

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desidratação e seus filhotes têm desenvolvimento direto, isto é, já nascem com a forma que terão na fase adulta. Classificação dos Répteis:

Quelônios: São as tartarugas, os jabutis e os cágados. Têm o corpo

recoberto por duas carapaças: a carapaça dorsal, na parte superior do corpo, e o plastrão, na parte inferior. Essas duas carapaças são soldadas uma à outra. Há aberturas apenas para a saída do pescoço, dos membros anteriores e posteriores e da cauda. As tartarugas são aquáticas e podem viver em água doce ou salgada; suas pernas têm a forma de nadadeiras, o que facilita a locomoção na água. Os jabutis são terrestres e seus dedos são grossos. Os cágados vivem em água doce e seus dedos são ligados por uma membrana que auxilia na natação.

Crocodilianos: São os crocodilos e os jacarés. Grandes répteis aquáticos, os crocodilianos têm corpo alongado e recoberto por placas córneas. Possuem quatro membros, que são usados para a locomoção terrestre e aquática.

O jacaré tem a cabeça mais larga e arredondada do que a dos crocodilianos, e, quando fecha a boca, seus dentes não aparecem. Já o crocodilo tem a cabeça mais estreita e, mesmo com a boca fechada, alguns dentes são visíveis.

Escamados: São os lagartos e as serpentes (estas mais comumente

chamadas de cobras). Esses animais têm a pele recoberta por escamas e dividem-se em dois grupos menores: lacertílios e ofídeos.

o Lacertílios: Compreendem os lagartos, os camaleões e as lagartixas,

répteis de corpo alongado, com a cabeça curta e unida ao corpo por um pequeno pescoço. Possuem quatro membros, sendo os anteriores mais curtos que os posteriores.

o Ofídeos: Compreendem as serpentes ou cobras, répteis que não têm pernas. A grande maioria desses animais possuem glândulas que fabricam veneno. Uma serpente é peçonhenta quando seus dentes são capazes de inocular veneno nos animais que ataca. Os dentes têm um canal ou sulco que se comunica com as glândulas produtoras de veneno. No momento da picada, o veneno escoa por esse canal e é inoculado no corpo da presa. As serpentes áglifas, também chamadas de aglifodontes, possuem todos os dentes iguais e maciços, sem nenhum canal ou sulco para a passagem da peçonha. Essas serpentes costumam prender suas presas, enrolando-se nelas e matando-as por asfixia e constrição, sendo que sua mordida pode provocar sérios ferimentos. Exemplos: jiboia e sucuri. As serpentes opistóglifas, também chamadas de opistoglifodontes, são dotadas de um ou mais pares de presas na região posterior dos maxilares superiores, com canais por onde passa a peçonha. A localização de suas presas dificulta a inoculação do veneno; e, por esse motivo, suas picadas, na maioria das vezes, não causam acidentes sérios. Exemplos: muçurana, cobra-cipó e falsa-coral.

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As serpentes proteróglifas, também chamadas de proteroglifodontes, possuem

presas, localizadas na parte anterior do maxilar superior, dotadas de canais para a passagem da peçonha. São serpentes que possuem a boca pequena, o que dificulta a inoculação do veneno, entretanto sua mordida pode ser letal. Representam grande perigo para o homem. Exemplos: coral-verdadeira e naja. As serpentes solenóglifas, também chamadas

de solenoglifodontes, são dotadas de grandes dentes inoculadores (de venenos ocos), que se localizam na região anterior do maxilar superior e que se projetam quando a serpente abre a boca. Em virtude da localização das presas, a inoculação de veneno dessas serpentes é extremamente eficiente. Representam grande perigo para o homem. Exemplos: cascavel, jararaca e surucucu. Exercícios: 1- (UEMS) Considerando os aspectos evolutivos de répteis e as principais características apresentadas pelos mesmos, que possibilitaram uma melhor adaptação ao ambiente terrestre, pode-se afirmar que apresentam: a) Endotermia e circulação sanguínea fechada. b) Fecundação interna com ovos pequenos sem vitelo e endotermia. c) Respiração por pulmões, estrutura óssea porosa, com ossos menos densos que outros vertebrados. d) Ovos com casca adaptados para o ambiente terrestre, pele corneificada mais resistente à abrasão e à perda de água. e) Ectotermia e respiração cutânea. 2- O sistema circulatório dos répteis apresenta diferenças entre o grupo dos não crocodilianos e dos crocodilianos. Essa diferença pode ser observada analisando-se a anatomia do coração, que, nos crocodilianos, apresenta-se: a) com três cavidades: dois átrios e um ventrículo. b) com quatro câmaras, chamadas de: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. c) com três cavidades, sendo uma dividida por um septo muscular incompleto. d) com duas cavidades, sendo um átrio e um ventrículo. e) sem divisão em compartimentos. 3- (Ufam) O sistema digestivo dos vertebrados é completo com boca, faringe, esôfago, estômago e ânus. Nos répteis e aves, o intestino termina em uma câmara onde desemboca o sistema excretor e o reprodutor e que se comunica com o exterior por meio do ânus. Como é denominada essa câmara? a) pança. b) moela. c) barrete. d) cloaca. e) coagulador.

4-(PUC) Assinale a afirmação correta em relação aos répteis: a) são os primeiros animais amniotas na escala animal; b) algumas ordens apresentam fecundação externa; c) apresentam sempre o coração incompletamente dividido em 4 câmaras: 2 átrios

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distintos e 2 parcialmente separados; d) não fazem parte do ecossistema marinho; e) são animais agressivos, mas só entre os ofídios encontramos indivíduos peçonhentos. 5-(MED. TAUBATÉ) Por apresentar um sulco anterior nos dentes inoculadores de veneno, que se localizam na região anterior da boca, a coral verdadeira classifica-se como: a) proteroglifodonte b) solenoglifodonte c) opistoglifodonte d) aglifodonte e) n.d.a.

6-(MED. ABC) As cobras áglifas são: a) possuidoras de dentes de veneno sulcados na parte anterior da boca; b) destituídas de dentes de veneno; c) possuidoras de dentes de veneno sulcados na parte posterior da boca; d) possuidoras de dentes de veneno canaliculados na parte anterior da boca; e) possuidoras de dentes de veneno canaliculados na parte posterior da boca. 7-(PUC) Dos caracteres abaixo, o que melhor permite determinar um animal como réptil? a) são as escamas; b) são os poros femurais do macho; c) é a ausência de glândulas na pele; d) é a capacidade de autonomia e regeneração; e) é a presença da cauda. 8- (FUVEST) - Cite três características importantes dos vertebrados que permitiram a sua adaptação ao meio terrestre. 9- (UDESC) Os répteis, assim como as aves e os mamíferos (exceto os aquáticos), são vertebrados que habitam o ambiente terrestre e nele se reproduzem, diferenciando-se dos anfíbios que, apesar de passarem parte da vida no ambiente terrestre, dependem do meio aquático para a reprodução. Em relação aos répteis: a) CITE e COMENTE uma característica que eles possuem, que lhes permite realizar a reprodução fora da água. b) Qual seu sistema de respiração típico? 10- (UNESP) São muitas as lojas que vendem animais exóticos para serem criados em casa como animais de estimação. Em uma dessas lojas, lagartos eram expostos em caixas de vidro, nas quais havia uma lâmpada acesa. a) Qual a razão da lâmpada na caixa em que está colocado o animal? Este procedimento tem alguma relação com algo que o animal experimenta em seu ambiente natural? b) Se esta caixa fosse deixada na vitrine, diretamente sob luz solar intensa, durante todo o dia, haveria prejuízo ao lagarto? GABARITO: 1- d; 2- b; 3- d; 4- a; 5- a; 6- b; 7- b; 8- Epiderme queratinizada e impermeável, respiração pulmonar, fecundação interna, presença de ovos com casca e excreção de ácido úrico.; 9- a) Répteis podem se reproduzir fora da água porque apresentam

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fecundação interna, desenvolvimento direto e um ovo com casca protetora. Esses animais se desenvolvem associados a anexos embrionários como o âmnio (proteção contra choques e hidratação), alantóide (excreção e respiração) e saco vitelínico (nutrição). b) Respiração pulmonar.; 10- a) A lâmpada aumenta a temperatura ambiental. O aumento da temperatura eleva a taxa metabólica do animal, aumentando a sua atividade, uma vez que ele é pecilotermo. No ambiente natural, o animal expõe-se periodicamente à luz solar para aumentar a temperatura corpórea. b) Sim. O lagarto teria um aumento excessivo da temperatura corpórea, o que poderia levar à desnaturação de suas enzimas (hipertermia), podendo, inclusive, ocorrer a morte do animal.

Classe das Aves

As aves constituem animais caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. São bípedes (se movimentam na posição vertical, usando as extremidades inferiores para assentar no solo). Já são reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células. Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos outros vertebrados. As aves variam muito em seu tamanho, dos minúsculos beija-flores a espécies de grande porte como o avestruz e a ema. Note que todos os pássaros são aves, mas nem todas as aves são pássaros. Os pássaros estão incluídos na ordem Passeriformes, constituindo a ordem mais rica, ou seja, com maior número de espécies dentro do grupo das aves. Enquanto a maioria das aves são caracterizadas pelo vôo, as ratitas não podem voar ou apresentam vôo limitado, uma característica considerada secundária, ou seja, adquirida por espécies "novas" a partir de ancestrais que conseguiam voar. Muitas outras espécies, particularmente as insulares, também perderam essa habilidade. As espécies não-voadoras incluem o pinguim, avestruz, quivi, e o extinto dodo. A pele é delgada, flexível e frouxamente presa à musculatura subjacente. Não possuem glândulas, com exceção da glândula uropigiana, que fica próxima à base da cauda, onde a ave passa o bico, recolhendo a secreção e passa nas penas para impermeabilizar e também evitar que o bico fique quebradiço.

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As penas são leves e flexíveis. Crescem a partir dos folículos que estão na pele, formam uma isolação térmica e protegem a pele, além de terem uma enorme importância no vôo. Existem vários tipos de pena como: penas de contorno, plumas, filoplumas, cerdas e plumas pulverulentas. Durante o crescimento da ave, os pigmentos são depositados nas penas, resultando na coloração destas. O conjunto de todas as penas é chamado plumagem. O processo de troca das penas é chamado de muda. Seu coração é totalmente dividido em quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Não ocorre mistura de sangues. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com sangue pobre em oxigênio, encaminhando-o aos pulmões para oxigenação. A metade esquerda trabalha apenas com sangue rico em oxigênio. O ventrículo esquerdo, de parede musculosa, bombeia o sangue para a artéria aorta. Assim, a todo o momento, os tecidos recebem sangue ricamente oxigenado, o que garante a manutenção constante de altas taxas metabólicas. Esse fato, associado aos mecanismos de regulação térmica, favorece a sobrevivência em qualquer tipo de ambiente. A circulação é dupla e completa.

Embora seus pulmões sejam pequenos, existem sacos aéreos, ramificações pulmonares membranosas que penetram por entre algumas vísceras e mesmo no interior de cavidades de ossos longos. A movimentação constante de ar dos pulmões para os sacos aéreos e destes para os pulmões permite um suprimento renovado de oxigênio para os tecidos, o que contribui para a manutenção de elevadas taxas metabólicas.

Estes animais possuem um sistema digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e órgãos anexos (fígado e pâncreas). Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, pelo esôfago e vão para o papo, cuja função é

armazenar e amolecer os alimentos. Daí eles vão para o proventrículo, que é o estômago químico das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a ser digeridos. Passam então para a moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os restos não aproveitados transformam-se em fezes. As aves possuem uma bolsa única, a cloaca,

onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, urinário e reprodutor e que se abre

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para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e também põem os ovos. Todas as espécies de aves põem ovos. Apesar dos ovos parecerem bastante frágeis, seu formato oval oferece grande resistência e eles podem suportar grandes pressões sem quebrar. Como os ovos são pesados e incômodos de carregar, as fêmeas colocam os ovos assim que são fertilizadas, quase sempre em um ninho construído para proteger o ovo contra predadores e para mantê-lo aquecido durante o desenvolvimento do embrião. As aves são dióicas, com fecundação interna, ovíparas e com desenvolvimento direto.

Adaptações ao vôo

No seu caminho evolutivo, as aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Entre estas podemos citar:

Endotermia; Ausência de bexiga

urinária; Postura de ovos; Aquisição de um

sistema de sacos aéreos. [4] (bolsas que saem dos pulmões), com a função de diminuir a densidade do animal, facilitando o voo e a natação (no caso de aves que mergulham);

Presença de quilha [5], expansão do osso esterno, na qual se prendem os músculos que movimentam as asas;

Aquisição de ossos pneumáticos [6] (ossos finos, leves e ocos, possibilitando a redução do peso);

Desenvolvimento das penas [8] (responsáveis por proteger contra choques mecânicos, impermeabilizar a pele e manter a temperatura corporal do animal constante, servindo de isolante térmico).

Exercícios:

1- (UEMS) Qual das alternativas abaixo apresenta corretamente características atribuídas às aves? a) Estrutura óssea na parte anterior da caixa torácica chamada quilha; ovo sem vitelo. b) Corpo coberto com penas; temperatura do corpo oscilante (ectotermia). c) Membros posteriores adaptados para andar, nadar e empoleirar–se; ureia como principal produto de excreção nitrogenada. d) Fecundação interna; circulação sanguínea aberta. e) Temperatura do corpo essencialmente constante (endotermia); fecundação interna.

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2- Os sacos aéreos são umas das importantes estruturas relacionadas com o voo das aves, pois deixam o corpo desses animais mais leve. Entre as alternativas abaixo, marque aquela que não pode ser considerada como uma adaptação ao voo. a) penas. b) ossos pneumáticos. c) quilha. d) ausência de dentes. e) glândula uropigiana. 3- (UFPEL RS) É comum vermos aves de ambientes aquáticos como patos, marrecões, marrecos, biguás e cisnes ficarem algum tempo pressionando com o bico a região caudal do uropígio. Assim, com a extremidade do bico extraem e distribuem sobre as penas uma substância oleosa produzida por um par de glândulas denominadas uropigianas. A secreção proveniente dessas glândulas exerce diversas funções no mecanismo de vida das aves. Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar que são funções dos óleos produzidos pelas glândulas uropigianas a) impermeabilizar as penas, dificultar o acesso de ectoparasitos e propiciar melhor deslocamento durante o voo. b) evitar o encharcamento das penas, aumentar a perda de calor quando em atividade de voo e facilitar a transpiração. c) estabelecer maior união entre as penas evitando a passagem de ar, facilitar a flutuação durante o nado e impedir a penetração de ectoparasitos. d) fornecer flexibilidade e impermeabilidade às penas, por armazenar ar entre elas e diminuir o peso corpóreo. e) facilitar a flutuação, impermeabilizar as penas e diminuir as perdas de calor corpóreo. 4- Nas aves aparece uma característica, que também é presente em mamíferos, chamada de endotermia ou homeotermia. Essa característica está relacionada com: a) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do calor do ambiente. b) a necessidade de se manter em locais quentes para se aquecer. c) a necessidade de se manter em ambientes frios para refrescar o corpo. d) a capacidade de manter a temperatura do corpo constante através do seu metabolismo. 5- As aves são animais que não possuem dentes e, portanto, não conseguem triturar o alimento antes de engoli-lo. A digestão mecânica nesses animais ocorre em uma porção do sistema digestório chamada de: a) proventrículo. b) papo. c) moela. d) siringe. e) estômago. 6- (VUNESP) Quais são as características das aves que as tornam mais aptas para o vôo? 7- (UNICAMP) Nas aves, a aquisição evolutiva de penas foi um passo importante para o vôo. Além do vôo, dê outra função das penas. 8- (UFF-RJ) Cite, em ordem, os segmentos anatômicos do aparelho digestivo das aves e dê as suas respectivas funções.

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GABARITO:

1- e; 2- e; 3- e; 4- d; 5- c; 6- Presença de asas e penas, esqueleto com ossos pneumáticos, ausência de bexiga urinária e dentes, sacos aéreos nos pulmões e oviparidade.; 7- As penas realizam o isolamento térmico, retendo calor e assim contribuindo para a manutenção da temperatura corpórea constante, pois as aves são animais homeotérmicos.; 8- Bico, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino e cloaca. O bico capta os alimentos. O esôfago faz a condução do alimento. O papo (dilatação do esôfago) armazena os alimentos. O proventrículo é o estômago químico, onde ocorre a digestão enzimática. A moela é o estômago mecânico onde ocorre a trituração dos alimentos. No intestino acontece a absorção dos alimentos. Cloaca é parte final do tubo digestivo, por onde elimina as fezes e a urina semi-sólida.

Classe dos Mamíferos

Os mamíferos formam o grupo mais evoluído e mais conhecido dos cordados. Nesta classe incluem-se as toupeiras, morcegos, roedores, gatos, macacos, baleias, cavalos, veados e muitos outros, o próprio homem entre eles. As principais características que diferenciam este grupo de cordados de qualquer outro é o corpo coberto de pelos e presença de glândulas mamárias, capazes de produzir de leite para alimentar os filhotes.

A pele é formada por duas camadas principais: epiderme e derme. As glândulas localizadas na derme (sebáceas – lubrificam e impermeabilizam o pêlo e produzem substâncias odoríferas usadas na comunicação entre os animais, sudoríparas – auxiliam a regulação da temperatura e a excreção de sais, e mamárias – geralmente mais numerosas que o número médio de crias por ninhada) são um dos aspectos mais marcantes do revestimento dos mamíferos.

O cão, o gato e o rato não possuem glândulas sudoríparas. A respiração ofegante do cão e as lambidas que o gato dá em si mesmo ajudam a resfriar o corpo.

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O conjunto de pêlos designa-se pelagem, onde cada um cresce a partir de um folículo, tal como as penas das aves ou as escamas dos répteis. O pêlo é uma sucessão de células fortalecidas com queratina. A pelagem é sempre composta por dois tipos de pêlos: um interno, macio e isolante, e outro externo, mais espesso e que protege o corpo e dá cor, permitindo a camuflagem. Algumas espécies têm a cobertura de pêlos reduzida, mas estes são sempre mudados periodicamente (cada pêlo é mudado individualmente, formando-se um novo a partir do mesmo folículo). São produzidas pela epiderme outras estruturas como as garras, unhas e cascos (que crescem permanentemente a partir da base para

compensar o desgaste), bem como chifres e cornos (com centro ósseo e permanentes) e armações (caem anualmente). Os mamíferos apresentam tipicamente quatro patas (exceto cetáceos, onde não existem membros posteriores) com 5 dedos (ou menos) com garras, unhas, cascos ou almofadas carnudas e adaptadas variadamente a andar, correr, trepar, cavar, nadar ou voar. A marcha quadrúpede é a mais comum, mas existem muitas espécies bípedes, como os cangurus ou o homem.

Todos os mamíferos são seres pulmonados, isto é, o ar entra pelas vias respiratórias até os pulmões, que absorvem o oxigênio. Até mesmo os mamíferos aquáticos têm pulmões, eles precisam vir à superfície para respirar. Apresentam músculos localizados entre as costelas, que atuam nos movimentos respiratórios, e outro denominado diafragma.

O sistema digestório dos mamíferos é completo, formado por um longo tubo que vai da boca ao ânus. Possuem as mais variadas dietas e estratégias de captura de alimento. O cérebro dos mamíferos é proporcionalmente maior que dos outros animais, possibilitando uma inteligência e uma agilidade maior.

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Assim como o coração das aves, o coração dos mamíferos apresenta quatro cavidades. A circulação dos mamíferos é fechada, dupla e completa, sem que haja mistura de sangue venoso com arterial. A eficiência na circulação do sangue favorece a homeotermia corporal. Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Este fato justifica a sua larga distribuição em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualquer outro animal (exceto as aves). Os mamíferos são dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A grande maioria das espécies é vivípara, existindo espécies ovíparas (ornitorrinco) e ovovivíparas (canguru). Embora a viviparidade limite o número de filhotes por gestação, é um fator que se revelou vantajoso evolutivamente, aumentando as chances de sobrevivência e o sucesso reprodutivo. Classificação dos Mamíferos:

Os mamíferos dividem-se em três grandes grupos em relação à reprodução, embora todos apresentem sexos separados, a fecundação seja interna e as crias sejam alimentadas com leite secretado pelas glândulas mamárias da fêmea:

Monotremados: neste grupo incluem-se o ornitorrinco e o equidna, animais

que põem ovos semelhantes aos dos répteis, de onde nasce um minúsculo embrião que se desloca para uma bolsa, onde termina o seu desenvolvimento lambendo leite produzido pela mãe, pois não existem mamilos (ao contrário dos restantes dois grupos);

Marsupiais: neste grupo, onde se incluem os cangurus, coalas, entre outros,

não existe placenta para nutrir o embrião durante o seu desenvolvimento no útero. Assim, ao nascer, os marsupiais não se encontram totalmente desenvolvidos. A maioria das espécies termina o seu desenvolvimento no interior de uma bolsa externa no corpo da fêmea - marsúpio. Em muitas espécies as fêmeas acasalam novamente durante a gravidez, mas o embrião apenas se desenvolverá após a cria anterior abandonar o marsúpio - diapausa embrionária;

Placentários: este é o maior grupo de mamíferos, dominando totalmente a

classe e os habitats terrestres atuais. Os ovos amnióticos são geralmente minúsculos e retidos no útero da fêmea para o desenvolvimento, com a ajuda de uma placenta que fornece fixação e nutrientes (oxigênio e alimentos). Em sentido contrário passam as excreções do embrião. Ao nascer, os placentários encontram-se num estado de desenvolvimento superior ao dos marsupiais.

Exercícios: 1- (UFMG) Todas as afirmativas sobre os mamíferos citados estão corretas, exceto: a) Os cangurus e os gambás têm em comum o fato de seu desenvolvimento fetal terminar fora do útero, no marsúpio. b) Os mamíferos marinhos, como as baleias e os golfinhos, e os de água doce, como o boto, têm respiração branquial.

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c) Os mamíferos monotremados reproduzem-se através de ovos. d) Os micos e outros macacos são exemplos de primatas que ocorrem no Brasil. e) Os morcegos são, em sua maioria, insetívoros ou frugívoros, sendo úteis na polinização de certas plantas. 2- Existem características que permitem classificar um animal como pertencente à classe Mammalia. Todas as características abaixo são exclusivas dessa classe, exceto: a) Glândulas mamárias. b) Presença de pelos. c) Dentes diferenciados. d) Diafragma. e) Pulmões. 3- (UFMG) O coração está completamente dividido em dois ventrículos e dois átrios: a) apenas nas aves e nos mamíferos; b) só nos mamíferos; c) em anfíbios, répteis, aves e mamíferos; d) em anfíbios e répteis; e) em répteis crocodilianos, aves e mamíferos. 4- Sobre os mamíferos, marque a alternativa incorreta: a) Todos os mamíferos apresentam dentes adaptados aos mais diversos hábitos alimentares. Animais carnívoros apresentam caninos bem desenvolvidos, permitindo que eles perfurem e rasguem a carne da presa. b) Os mamíferos possuem respiração pulmonar, com exceção dos mamíferos aquáticos, tais como baleias e golfinhos, que respiram por brânquias. c) Alguns mamíferos botam ovos, assim como aves e répteis. d) Os pelos dos mamíferos são extremamente importantes, pois atuam como isolantes térmicos. 5- (UNICAMP) O ornitorrinco vive perto da água e nela se locomove utilizando as membranas existentes entre seus dedos. Seus filhotes se desenvolvem em ovos que são chocados fora do corpo materno, e se alimentam lambendo uma secreção láctea que escorrem nos pêlos do ventre da mãe. A boca do ornitorrinco é dotada de um bico achatado com o qual ele pega o alimento no lodo do fundo do rio. a) A que classe pertence o ornitorrinco? b) Cite duas características mencionadas no texto que justifiquem essa classificação. c) Uma das características citadas no texto ocorre tanto no ornitorrinco quanto nos indivíduos da classe que lhe deu origem. Que classe é essa e qual a característica comum? GABARITO: 1- b; 2- e; 3- e; 4- b; 5- a) Mamíferos.; b) Presença de pêlos e secreção láctea; c) O ornitorrinco apresenta oviparidade e bico córneo, características herdadas da classe dos Répteis que deram origem aos mamíferos.