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N.35 EDIÇÃO GRATUITA . 06.2018 Sustentabilidade e Confiança! Quadriénio 2018-2021

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N.35 E D I Ç Ã O G R AT U I TA . 06.2018

Sustentabilidade e Confiança!Quadriénio 2018-2021

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Editorial

só pelo preço do leite, mas também pela comparticipação nos programas Bovicontrol, qualidade do leite, contraste leiteiro, e ainda através das Empresas do Grupo, como instrumentos de regulação de mercado para que haja uma redução dos gastos nas Explorações.Neste mercado maduro em que estamos inseridos, o modelo de gestão das explorações, deve ser orientado para a qualidade, para a eficiência produtiva e para um maneio produtivo assente em boas práticas de bem-estar animal e de preocupação ambiental, de forma a assegurarmos uma produção equilibrada e sustentada, em harmonia com a procura do mercado.

Fortalecer o alinhamento estratégico da AGROS e das Empresas do Grupo com as Cooperativas, no sentido de criar valor para o setorA compra de 50% da Cevargado está assente na estratégia de centralizarmos as compras de todo o setor, para que com aprovisionamentos em maior escala, através do envolvimento total das Cooperativas e da criação de sinergias com a Ucanorte XXI, o Produtor possa beneficiar de um menor custo com a alimentação animal.

Continuar a promover o consumo de Leite, evidenciando as suas propriedades e benefícios numa alimentação saudávelApesar do incontestável valor do Leite, como alimento fundamental e de excelência numa alimentação e estilo de vida saudável e equilibrado, temos que ser cada vez mais assertivos na promoção e sensibilização ao consumo de Leite e de produtos lácteos para que nesta era da informação, a desinformação não ocupe um lugar ainda mais privilegiado do que já tem. Nesta luta, todos somos chamados a defender o Leite autêntico produzido nas explorações dos Produtores AGROS, contra os mitos e campanhas difamatórias propositadas

Novo Mandato (2018-2021):Sustentabilidade e Confiança!

A confiança não se impõe, conquista-se. Após mais um mandato com provas dadas na defesa da AGROS de todos nós, como entidade de referência na defesa do setor leiteiro e dos Produtores de Leite, e no trabalho desenvolvido na nossa União e nas Empresas do Grupo para que sejam autossustentáveis e estejam assentes num modelo de gestão responsável, rigoroso e transparente, consideramos que esta renovação do voto de confiança evidencia a coerência entre o que sempre defendemos que seria o caminho a desbravar e, o que efetivamente realizamos nestes últimos 6 anos.A equipa que me acompanha foi parcial-mente renovada e a vontade, o compro-misso e o desejo de fazer cada vez mais pelos nossos Produtores e pela Produção de Leite continua latente e não vamos de-fraudar as expectativas de quem acredita no nosso projeto e no nosso trabalho.Este quadriénio reserva-nos outros desafios e a capacidade de resiliência da AGROS e do setor leiteiro continuará em força para vencermos, juntos, novas batalhas. Assim, uma das missões fundamentais para este novo Conselho de Administração é salvaguardar a solidez conquistada, para zelar pelas Origens e continuar a lutar arduamente pelo Futuro do setor, e para isso, necessitamos de estabilidade e, de continuar a enraizar o crescimento e o desenvolvimento sustentável, não só da AGROS e das Empresas do Grupo, mas do próprio setor.Este ímpeto que sempre defendemos de forma intransigente, mas numa postura de diálogo franco, espelha a nossa palavra em assumir a missão da AGROS como a nossa principal missão, pensando e agindo no “nós” em lugar do “eu”. É sob este alinhamento estratégico, que o nosso compromisso assenta nas seguintes diretrizes:

Garantir a melhor valorização da Produção de LeiteA valorização feita pela AGROS não é

que tentam descredibilizar o leite, a sua qualidade e retrair o seu consumo.

Consolidar as competências tecnológicas e prosseguir a inovação, visando maximizar a eficiência e a eficácia nos processos internos e na gestão de recursosA reorganização do Espaço AGROS para receber as Empresas do Grupo, de forma faseada, e tornar-se o centro empresarial do Grupo AGROS é para avançar. Está delineado readaptar o projeto inicial, tendo por base, um investimento menos dispendioso que o previsto inicialmente.

Promover um maior desempenho organizacional em prol da responsabilização, do controlo e da melhoria contínuaA melhoria aos sistemas de gestão implementados irá continuar, e a criação de valor à Produção/ Produtor é hoje a regra basilar no desempenho das atividades de todos os colaboradores.

Exponenciar a AgroSemana, como a Feira Agrícola do Norte, e de referência no panorama nacional em prol da defesa do setor agropecuárioA AGROS como líder na qualidade, rastreabilidade e recolha de Leite, continuará a assumir um papel ativo no desenvolvimento de um conjunto de iniciativas e ações de comunicação e divulgação dos atributos do leite e do maneio produtivo que demonstrem as boas práticas desempenhadas pelos nossos Produtores. O momento com maior destaque é, sem dúvida, a AgroSemana.

Deveras, há 69 anos que somos a “Força da União”! Temos que prosseguir esta jornada de “mangas arregaçadas” e com a mesma ousadia no acreditar, na coragem e na dedicação que nos uniu, toda ela necessária à defesa e à sustentabilidade dos nossos Produtores e da Produção de Leite.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA AGROS U.C.R.L.

REVISTA AGROS Nº35 . 3

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ÍndiceEditorialSustentabilidade e Confiança!

DestaqueOs 10 Benefícios do Leite para a Saúde (segundo uma Nutricionista)

Artigo AGROSAssembleia Geral da AGROS U.C.R.L.Eleição dos Órgãos Sociais para o Quadriénio 2018/2021

OpiniãoPara acabar de vez com o mito do Leite de vaca ser prejudicial à saúde

Artigo TécnicoManual de Boas Práticas - Bem-Estar em Bovinos - parte III

Ucanorte XXI - Grupo AGROSAlimentação e Produtividade em Vacas Leiteiras na Região Norte

Segalab - Grupo AGROSÉ possível secar vacas sem antibiótico?

Artigo TécnicoBem-estar animal: Especial Verão

Artigo LeiteConsumo de Leite: desconstruir mitos à luz da ciência… e também da história

Agros Comercial - Grupo AGROSRamiro & Marília Barreira

Artigo TécnicoFactos Chave Globais do Setor Leiteiro

ABLN - Grupo AGROSO que é o Contraste Leiteiro?

Artigo AGROSAgroSemana 2018

Acontecimentos

Espaço LúdicoAgenda Cultural AgrícolaSabores da Nossa TerraPalavras Cruzadas

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Ficha TécnicaPROPRIEDADE E EDITORAAGROS - União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, U.C.R.L.

SEDELugar de Cassapos, 4490-258 Póvoa de VarzimTel. 252 241 000Fax. 252 241 009E-mail: [email protected] | Url: www.agros.pt

DIRETORJosé Fernando Martins Capela

PRODUÇÃO E COORDENAÇÃOServiço de Marketing

SEDE DE REDAÇÃOLugar de Cassapos, 4490-258 Póvoa de Varzim

N.º DE CONTRIBUINTE500291950

DEPÓSITO LEGAL295758/09

ISSN1647-3264

REGISTO NA ERC125612

ESTATUTO EDITORIALwww.agros.pt/revista-agros-estatuto-editorial

DESIGN E COMPOSIÇÃO GRÁFICAServiço de Eventos

IMPRESSÃO GRÁFICASersilito - Empresa Gráfica, Lda.

TIRAGEM2400 exemplares

PERIODICIDADEN.35 -Trimestral

FOTOSAGROS, U.C.R.L.; iStockPhoto;Shutterstock; Freepik

Consulte a Revista em PDF

Os textos publicados nesta edição são da responsabilidade dos respetivos autores.

N.35

Sustentabilidade e Confiança!Quadriénio 2018-2021

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Destaque

TEXTO: NUNO DE NORONHA

FONTE:SAPOLIFESTYLE

1 Fortalece os ossosO Leite e os produtos lácteos fornecem cálcio,

fósforo, magnésio e proteínas essenciais para a formação e reparação óssea. Um consumo adequado destes produtos ao longo da vida permite manter a densidade óssea em níveis adequados protegendo contra doenças como osteoporose.

2 Favorece a saúde dos dentesA concentração de cálcio e fósforo presente

no Leite e derivados é benéfica para o desenvolvimento e manutenção da saúde dos dentes. A proteína mais abundante do Leite, a caseína, ajuda a prevenir as perdas de cálcio e fósforo do esmalte quando os dentes são expostos a alimentos muito ácidos.

3 Melhora a tensão arterialUm número crescente de estudos sugere que

consumir 2 a 3 porções de Leite e derivados integrados numa alimentação saudável, pode ajudar a reduzir a pressão arterial, tanto em adultos como em crianças.

4 Ajuda a manter uma boa saúde cardiovascular

Diversos estudos apontam para a ligação entre o consumo de Leite e o risco reduzido de doenças cardiovasculares. Esta ligação pode dever-se a vários componentes presentes no Leite mas está sobretudo associada ao cálcio. O consumo diário de cálcio pode reduzir os níveis de colesterol LDL no sangue bem como evitar a sua oxidação, o que ajuda a prevenir a incidência de doenças cardiovasculares.Além disso, alguns cientistas acreditam que o consumo de cálcio regular ajuda a evitar a absorção de gorduras saturadas no intestino prevenindo a sua acumulação no sangue.

5 Previne a obesidadeO consumo de Leite e derivados como parte

de uma dieta completa, variada e equilibrada está associado à manutenção de um peso corporal saudável e à diminuição da acumulação de gordura visceral.

6 Previne a diabetes tipo 2Num estudo realizado em mais de 37 000

mulheres de meia-idade descobriu-se que aquelas que consumiam Leite e derivados com baixo teor de gordu-ra mais frequentemente, apresentavam um risco redu-zido de desenvolverem diabetes tipo 2. Em 2005, outro estudo veio dar ênfase ao primeiro referindo mesmo

Os 10 benefícios do Leite para a saúde (segundo uma Nutricionista)Conheça as recomendações da nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida da Clínica Dra. Ana Silva Guerra.

que por cada porção extra de Leite ou derivados com baixo teor de gordura consumidos, o risco de incidência de diabetes tipo dois era reduzido. Acredita-se que esta associação poderá estar relacionada com o baixo índice glicémico do Leite e derivados, para além da sua riqueza em cálcio e magnésio.

7 Previne o cancroUm estudo realizado em 45 000 homens suecos

demonstrou que os homens que bebiam 1 copo e meio ou mais de Leite por dia, tinham 35% menos risco de desenvolver cancro do que aqueles que consumiam menos de 2 copos por semana. Outro estudo realizado em cerca de 40 000 mulheres norueguesas, concluiu que as mulheres que bebiam Leite durante a infância e que continuavam a consumir durante a idade adulta tinham um risco reduzido de desenvolver cancro da mama. O cálcio e o ácido linoleico conjugado, naturalmente presentes no Leite, são apontados como razões para esta proteção.

8 HidrataO Leite é uma escolha excelente para hidratação

corporal por ser muito rico não só em água como em minerais.

9 Favorece a saúde ocularO Leite é rico em vitaminas B2 e A, que

constituem dois componentes essenciais para a manutenção da saúde ocular.

10 Fornece aminoácidos essenciaisOs aminoácidos essenciais são aqueles

que o corpo humano precisa de procurar em fontes externas. Em comparação com a carne ou o peixe, as proteínas do Leite são cerca de 20% mais ricas em aminoácidos essenciais. O Leite é muito rico em proteínas e aminoácidos essenciais (que o nosso corpo não produz). Desde que a alimentação respeite as proporções da roda dos alimentos, as necessidades diárias de proteínas nos adultos ficam satisfeitas apenas com meio litro de Leite, um ovo e cerca de 100 a 150g de carne ou peixe. Se eliminássemos o Leite teríamos de aumentar para cerca de 220 a 330g de carne ou peixe, o que ficaria muito mais caro. Na Noruega, o reconhecimento dos benefícios do Leite tanto a nível nutricional como económico levou os governantes a popularizarem o preço do Leite e a subsidiarem a sua produção durante anos.

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Artigo AGROS

No passado dia 6 de abril de 2018, decorreu mais um ato eleitoral para os Órgãos Sociais da AGROS, U.C.R.L. referente ao quadriénio 2018/2021.

Desta Assembleia Geral Eleitoral, realizada no Espaço AGROS, saiu renovada a confiança na equipa com provas dadas na estratégia e gestão da empresa líder da recolha, rastreabilidade e qualidade de leite a nível nacional – a empresa mãe do Grupo AGROS.Esta Assembleia teve a seguinte ordem de trabalhos:1. Eleição dos titulares dos órgãos sociais da AGROS U.C.R.L. para o quadriénio 2018/2021;2. Eleição dos delegados à FENALAC – Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios, F.C.R.L.;3. Eleição dos delegados à ABLN – Associação para o Apoio à Bovinicultura Leiteira do Norte.Assim, passados 3 anos de uma gestão empresarial incontestável, liderada pelo Sr. José Fernando Martins Capela, assente na definição clara de objetivos estratégicos e respetivas metas a atingir, a AGROS

U.C.R.L. orgulha-se do novo rumo, do novo “norte” que conseguiu implementar. Foi realizado um árduo trabalho na estabilização da AGROS e das Empresas do Grupo, visando elevar o reconhecimento desta Organização, assumindo uma posição credível, firme e reivindicativa em defesa dos seus Produtores e das suas Cooperativas Associadas.Foram apresentadas duas listas candidatas ao Conselho Fiscal e uma única lista candidata aos Órgãos Sociais do Conselho de Administração e da Assembleia Geral. A Lista A, liderada pelo Sr. José Fernando Martins Capela, foi eleita para o novo mandato dos Órgãos Sociais da AGROS. A equipa foi parcialmente renovada com a responsabilidade acrescida de continuar a “arregaçar as mangas” e de consolidar a estabilidade já conseguida, pois este Conselho de Administração tem como principal foco zelar pelas Origens e lutar arduamente pelo Futuro do setor.

TEXTO AGROS

FOTOAssembleia Geral da

AGROS U.C.R.L.

Assembleia Geral da AGROS U.C.R.L.Eleição dos Órgãos Sociais para o quadriénio 2018/2021

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A este nível, registe-se que este ato eleitoral teve uma adesão massiva dos Delegados que representam as 44 Cooperativas Associadas à AGROS U.C.R.L. e, por sua vez, os 1225 Produtores que entregam o leite das suas explorações à AGROS. A estratégia desenhada para o próximo quadriénio foi validada pela participação que se segue: a Lista A, única lista candidata aos Órgãos Sociais do Conselho de Administração e da Assembleia Geral, obteve 76%, de votos favoráveis, 23% abstiveram-se, e 1% do total foram contabilizados como nulos. Para o Conselho Fiscal, a Lista A obteve 50% de votos favoráveis, a Lista B contabilizou 32%, a abstenção foi de 14%, e 4% do total foram considerados nulos.Esta nova fase da vida da AGROS U.C.R.L. aponta para a prossecução dos trilhos já definidos em

termos de consolidação económico-financeira, potenciando ainda mais a gestão rigorosa e a respetiva autossustentabilidade de todas as Empresas do Grupo AGROS. Portanto, o caminho traçado é o de continuar a redirecionar a atividade empresarial das mesmas, nomeadamente, a Agros Comercial, a Segalab, a Ucanorte XXI e a PEC Nordeste, para a real criação de valor ao Produtor de leite e carne, mantendo o foco e a atitude na melhoria das relações com os Produtores, Cooperativas Agrícolas e parceiros, visto serem as Empresas que trabalham diretamente para este universo e por estarem sob o controlo e gestão empresarial da Empresa Mãe, a AGROS U.C.R.L.A identidade em termos do Grupo AGROS sairá deveras reforçada, em plena sintonia com o seu posicionamento estratégico: “Cultivar a Sustentabilidade”.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOASSEMBLEIA

GERALCONSELHO

FISCAL

VICE-PRESIDENTEAmérico Gonçalves Cunha

VOGALVítor Manuel Azevedo Moreira Maia

SUPLENTESFernando Norberto Batista Gonçalves;Custódio José Marques da Costa;José Luís Ribeiro Dias;José de Azevedo Costa;Jaime Mesquita Pereira.

VOGALJosé Moreira Campos

VOGALAmérico Silva Soares

MEMBRO EFETIVOLuis Neves Alves

SUPLENTESJosé António Martins Giesteira;Luis Maria Barbosa Pereira;José Jorge Rodrigues Paulo

MEMBRO EFETIVOMaria Irene Herdeiro Ermida

Órgãos Sociais 2018/2021

VICE-PRESIDENTEFrancisco Vitor Ruas da Presa

SECRETÁRIOJosé Fernando da Silva Hora Santos

SECRETÁRIOMaria Manuela Pereira Marinho

PRESIDENTEIdalino José da Silva Leão

PRESIDENTEJosé Fernando Martins Capela PRESIDENTE

António Rodrigues Balazeiro

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Opinião

De entre os componentes mais prevalentes da dieta, tem sido o Leite (de vaca) alvo de uma série de comentários negativos, que surpreendem até pela sua violência. Mas que evidência científica de boa qualidade e com impacto clínico existe que confirme (ou não) estas convicções?

Como temos afirmado inúmeras vezes, a saúde é um dos campos onde provavelmente os mitos e as crenças mais se encontram enraizados.Dentro desta, é a nutrição a área onde as invenções e os erros mais se acumulam. E é uma pena, porque existe excelente evidência científica sobre os aspetos de segurança e risco dos componentes da dieta normal, assim como dos padrões de alimentos para doentes com patologias específicas (diabetes, hipertensão, etc.).De entre os componentes mais prevalentes da dieta, tem sido o Leite (de vaca) alvo de uma série de comentários negativos, que surpreendem até pela sua

violência - quase parecendo uma cruzada - claramente desajustada ao problema específico. Aumento do risco de cancro, de diabetes, de fraturas osteoporóticas, de esclerose múltipla e de problemas cardiovasculares são apenas exemplos dos malefícios atribuídos a este componente da dieta.

Mas que evidência científica de boa qualidade e com impacto clínico existe que confirme (ou não) estas convicções?

Em primeiro lugar, é importante reconhecer que, para se poder estabelecer um nexo de causalidade entre um fator de risco (neste caso a ingestão de Leite) e um problema de saúde (seja uma doença, um sintoma, um sinal, etc.) temos de possuir um estudo experimental, em que selecionamos ao acaso um conjunto de pessoas, dividimo-las aleatoriamente em dois grupos (um bebe Leite regularmente e o outro não) e analisamos no tempo os indicadores clínicos que achamos importantes (aumento do cancro, de eventos cardiovasculares, etc.). Estudos que apenas comparam pessoas que

ANTÓNIO VAZ CARNEIROProfessor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) Diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da FMULDiretor da Cochrane Portugal.

TEXTO ANTÓNIO VAZ CARNEIRO

FONTE VISÃO

Para acabar de vez com o mito do Leite de vaca ser prejudicial à saúde

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ingestão de laticínios são contraditórios quer se trate de adultos, em que a taxa de obesidade pode aumentar ligeiramente (Ann Epidemiol 2016;26:870-882), quer em crianças, onde parece diminuir (Eur J Clin Nutr 2016;70:414-23).Portanto, baseados nestes estudos selecionados pela sua alta qualidade metodológica, não parece justificar-se o receio da ingestão de Leite e o risco destas doenças. É ainda importante lembrar que os riscos que temos estado a mencionar são de muito modestas dimensões: no caso do aumento do cancro da próstata por exemplo, o que estamos a falar é centenas de homens beberem Leite diariamente para se verificar um cancro a mais durante anos a fio.Finalmente, e à guisa de lembrança, há que reconhecer que a eliminação de componentes da dieta pode ter consequências negativas, já que podem fazer falta ao desenvolvimento harmonioso nos jovens ou à manutenção de uma boa qualidade de vida nos adultos.

bebem Leite com as que não o bebem na sua vida normal (chamados estudos observacionais) são válidos, mas não permitem concluir com a mesma certeza a relação eventualmente encontrada entre o Leite e potenciais doenças. Isto porque podem haver outras causas para essas doenças, sintomas, etc. que nada tenham a ver com a ingestão de Leite. É importante reconhecer que todos estes estudos – independentemente do tipo - procuram representar, em grupos limitados de doentes (as chamadas amostras), uma realidade potencialmente existente em toda a população de onde aqueles foram selecionados, já que não é possível estudar toda a gente.Um dos mitos levantados contra o Leite é o da sua potencial relação com o cancro.

Que provas existem de esta relação ser verdadeira?

Numa revisão sistemática da literatura recentemente publicada (Nutrition Journal 206;15:91) foram analisados 11 estudos incluindo um total de 778.929 doentes procurando determinar se havia alguma relação entre o consumo de produtos lácteos e a mortalidade

por causas oncológicas. As conclusões destes investigadores foi que, quer com a ingestão de Leite de vaca, quer de iogurte, de queijo ou de manteiga não se verificou qualquer aumento da mortalidade de cancro em ambos os sexos. A única exceção foi um muito ligeiro aumento de cancro da próstata, mas apenas com Leite gordo. Os resultados destes estudos permitem, portanto, afirmar que a ingestão de Leite de vaca não influencia em nada o risco de mortalidade global por cancro.

A segunda área da saúde em que o Leite tem sido questionado é o da obesidade e risco cardiovascular.

Também aqui não se confirmam estas crenças: numa revisão sistemática canadiana incluindo um conjunto de 21 outras revisões – uma espécie de síntese de sínteses (Advances in Nutrition 2016;7:1026-40) - não se detetou qualquer aumento de risco cardiovascular, concluindo os autores que o consumo regular de vários tipos de laticínios é neutro ou mesmo favorável na saúde do coração. Curiosamente, uma revisão sistemática da Cochrane (considerada universalmente como a melhor prova científica disponível sobre benefícios e riscos de uma qualquer intervenção) indica uma melhoria marcada no risco cardiovascular com a ingestão da dieta mediterrânica que, como é sabido, é composta por um rácio alto de gorduras monoinsaturadas versus saturadas, ingestão regular de vinho, elevada de legumes, gramíneas, cereais e fruta/vegetais, baixa de carne e significativa de peixe, e consumo moderado de Leite e de produtos lácteos (Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 8. Art. No.: CD009825).Quanto à obesidade, os resultados da

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Artigo Técnico

TEXTOJOAQUIM LIMA CERQUEIRA (ESA-IPVC)

JOSÉ PEDRO ARAÚJO (ESA-IPVC)MARIA JORGE CORREIA (DGAV)

ANTÓNIO GUERREIRO DA PALMA (DGAV)JESUS CANTALAPIEDRA (IBADER)

ANTÓNIO FERREIRA (UCADESA)

FONTEMANUAL DE BOAS PRÁTICAS BEM-ESTAR EM BOVINOS

(ISBN: 978-989-20-7801-4)

PARTE III

4. MANEIO ANIMAL

4.1 Contenção

A contenção consiste num procedimento realizado com animais, com distintos fins, que vão desde a necessida-de de um simples exame, administração de fármacos, de complementos, inseminação artificial, e outros.A contenção de bovinos tem como objetivos principais restringir momentaneamente a atividade física do animal, protegendo-o para facilitar a realização de intervenções, prevenir acidentes e preservar o operador como interveniente. Como cuidados devem evitar-se marradas e coices, assustar e voltar as costas ao animal.As vacas leiteiras devem ser contidas o menos possível, visto que estão habituadas a um maneio diário, não deixando de ser animais nervosos que revelam receio do desconhecido.Por isso ficarão perturbadas com contenções severas, às quais oporão resistência, submetendo-se com tranquilidade a maneio simples. Nunca devem ser puxadas pelas caudas pois são muito frágeis, fraturando-se com facilidade.Existem várias formas de contenção, as quais

utilizam cabeção, cordas, arganéis, mangas e troncos de contenção. Cada método deve ser utilizado corretamente, visando apenas a tarefa a ser realizada, por forma que não ocorram acidentes para o animal e operador.De modo geral, os bovinos leiteiros são mais dóceis e calmos, não se devendo, contudo, confiar nos touros. Um bovino considerado de índole pacífica, deve ser contido com firmeza. Inclusive animais habituados à contenção, quando manuseados, ficam assustados ou com medo, podendo tornar-se inquietos e por vezes agressivos.O detentor ou tratador deve informar-se sobre os métodos mais indicados às suas necessidades e em caso de necessidade recorrer a técnicos com experiência para o efeito.A aprendizagem sem orientação é contraproducente, podendo ocasionar prejuízos ou danos, mesmo na própria pessoa.

4.2 Alimentação e abeberamento

Os animais necessitam de alimento e água para manter as suas funções vitais e para dar resposta aos níveis de produção esperados, através daquilo que

10 . REVISTA AGROS Nº35

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uma dieta equilibrada deve suportar.Para uma alimentação equilibrada é muito importante salvaguardar as necessidades nutricionais dos animais em função do seu nível produtivo, garantindo as porções de energia, proteínas e aminoácidos, minerais e vitaminas adequados ao seu nível produtivo, idade e tipo de animal. A alimentação fornecida deve garantir as necessidades diárias de manutenção dos animais, que incluem o metabolismo basal, a termorregulação e os gastos de deslocação do animal. E ainda as necessidades diárias de produção, nomeadamente crescimento, engorda, reprodução, gestação e produção de leite.A disponibilização de água em quantidade e qualidade adequada é um aspeto crucial na produção de bovinos. A água disponibilizada aos animais deve ser controlada periodicamente, livre de metais pesados (mercúrio, chumbo, etc.), pesticidas e microrganismos patogénicos.Os animais regulam o balanço hídrico por forma às perdas de água serem compensadas pela sua ingestão. O consumo de água aumenta com a ingestão de alimentos ricos em sais minerais, com o acréscimo da produção de leite e com o registo de temperatura ambiente mais elevada, normalmente acima de 25oC.

5. SAÚDE

A garantia de um adequado nível de BEA, está dependente da manutenção de níveis elevados de saúde dos animais. Por outro lado, o cumprimento de regras de BEA, nomeadamente no que se refere aos alojamentos, maneio e cuidados a prestar aos animais promovem uma melhoria da saúde dos animais.Estando a saúde e BEA intimamente relacionados, importa garantir uma adequada implementação de programas de saúde animal, bem como de regras de biossegurança destinadas a manter os níveis de saúde dos animais e prevenir a entrada ou disseminação de agentes infeciosos.

5.1 Prevenção e tratamento de doenças

O maneio da saúde dos animais, inclui a tomada de medidas de prevenção, tratamento e controlo de doenças e condições que possam afetar os animais (ex: mastites, claudicações, doenças metabólicas e reprodutivas).Assim deve ser estabelecido um programa para a prevenção e tratamento de doenças, por parte

do veterinário assistente da exploração. Neste programa devem ser tidos em consideração os dados da produção, mortalidade, morbilidade, refugos e tratamentos médicos.Os registos da mortalidade e dos tratamentos médicos são obrigatórios e devem ser mantidos na exploração durante pelo menos 3 anos.Só é possível a utilização de medicamentos autorizados e mediante prescrição de um médico veterinário.O detentor/tratador deve ser capaz de identificar os sinais específicos iniciais da doença (Ex: tosse, descargas oculares, alterações na locomoção, etc.) e inespecíficos (diminuição do consumo de alimento e água, diminuição da produção, alteração da composição corporal, etc.).Os animais suspeitos de doença ou lesionados devem receber cuidados adequados e, quando necessário, serem tratados por um médico veterinário.Sempre que se justifique, os animais doentes ou lesionados devem ser isolados em instalações adequadas, com água e comida e equipadas, se for caso disso, com uma cama seca e confortável. Estes animais devem ser sujeitos a inspeções mais frequentes.Devem ser implementadas medidas de biossegurança a nível das explorações, as quais considerem as fontes de contaminação e disseminação dos agentes patogénicos, nomeadamente os seguintes aspetos:

∙ Introdução dos animais na exploração∙ Outros animais domésticos, animais selvagens e

pragas∙ Entrada de pessoas∙ Equipamento, ferramentas e instalações∙ Veículos∙ Água, alimentação e cama∙ Estrume, lixo e animais mortos∙ Sémen e embriões

5.2 Desparasitações

O programa para a prevenção e tratamento de doenças, elaborado pelo médico veterinário da exploração, deve contemplar a monitorização, controlo e tratamento adequado das doenças provocadas por parasitas internos e/ou externos.É muito importante seguir o programa de prevenção e tratamento existente, de modo a que a atuação face a este tipo de doenças, seja eficaz, atendendo ao ciclo de vida dos parasitas presentes, ao tipo de profilaxia médica e sanitária a seguir, ao tipo de produção, entre outros fatores que devem estar presentes aquando da elaboração do programa.

REVISTA AGROS Nº35 . 11

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Figura 6Sala de ordenha

5.3 Claudicação

A claudicação pode ser um problema nos bovinos de leite, sendo um sinal de debilidade e desconforto, com implicações diretas no BEA.Os tratadores devem monitorizar o estado das unhas e tomar as medidas preconizadas no programa para a prevenção e tratamento de doenças da exploração, de modo a prevenir o aparecimento de claudicações e promover a manutenção da saúde das úngulas.

6. INTERVENÇÕES EM ANIMAIS

As intervenções em animais, tais como a descorna, podem ser realizadas desde que devidamente justificadas, por razões de BEA, maneio e segurança das pessoas.Estas práticas devem ser realizadas de forma a minimizar a dor e o sofrimento dos animais.Tendo em conta o potencial que este tipo de intervenções tem em provocar dor aos animais, deverá ser realizado o mais precocemente possível na vida do animal, aconselhando-se a utilização de anestesia e analgesia.Este tipo de intervenção deverá ser realizada por pessoal com competência e experiência para o efeito, utilizando equipamento apropriado e mediante a supervisão de um médico veterinário, que também deve ter um papel importante na escolha do método mais apropriado ao tipo e idade dos animais a intervencionar.O corte de caudas em bovinos não é permitido.

7. ORDENHA

A ordenha mecânica desempenha um papel muito importante na quantidade do leite ordenhado e da sua qualidade, sendo uma área fulcral quando se consideram os custos de investimento, o conforto da vaca e do operador de ordenha. O dimensionamento das salas de ordenha é um fator muito importante por afetar a eficiência global da sala de ordenha e a rentabilidade da exploração. Investigação diversa tem sido realizada sobre os custos e eficiência de diferentes sistemas de ordenha, em que o tamanho do efetivo, a força de trabalho, o tempo disponível para a ordenha e os custos de investimento têm influência na escolha da sala de ordenha mais apropriada para cada exploração.A sala de ordenha é o local onde se alojam as vacas para a ordenha, por isso a sua arquitetura e higiene são muito importantes (FIGURA 6). Este espaço deve

cumprir alguns requisitos básicos, entre os quais:∙ Paredes e pisos de fácil limpeza e desinfeção;∙ Pisos que favoreçam a drenagem dos líquidos;∙ Sistema adequado de iluminação e ventilação;∙ Abastecimento de água potável em quantidade

suficiente para a higienização da máquina de ordenha e espaço adjacente;

∙ Separação adequada dos outros espaços da exploração para evitar fontes de contaminação;

∙ Utilizar equipamentos e acessórios fáceis de limpar e desinfetar.

Vários estudos demonstram que a sala de ordenha com melhor custo/benefício para efetivos de grande dimensão é o sistema em paralelo. A arquitetura da sala de ordenha e a sua distância ao estábulo pode influenciar o número de vacas ordenhadas por hora, vacas por operador/hora e o leite ordenhado por ponto de ordenha.A máquina de ordenha é um equipamento de primordial importância numa exploração leiteira, devendo dar-se a devida relevância ao seu dimensionamento, manutenção dos equipamentos

Artigo Técnico

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Figura 6Sala de ordenha

de desgaste, regulação dos componentes de vácuo e higienização. Por consistir numa rotina diária, realizada normalmente duas vezes ao dia o seu desadequado funcionamento poderá repreasentar elevados prejuízos sobre a saúde do úbere e BEA.Os operadores de ordenha devem possuir formação adequada para este tipo de operação.Devem ser adotadas as boas práticas no maneio da ordenha visando a prevenção do aparecimento de doenças, nomeadamente a mastite e lesões do úbere e tetos (FIGURA 7).Recomenda-se a revisão periódica dos equipamentos de ordenha por técnicos especializados de acordo com as boas práticas de conservação e funcionamento.A ordenha convencional não deve ser prolongada por mais que uma hora e trinta minutos, pois uma duração excessiva fatiga o operador e acarreta riscos de menores cuidados, diminuindo também a sua performance e afeta o BEA.

Continua na próxima edição

Figura 7Ordenha

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Ucanorte XXI - Grupo AGROS

As vacas leiteiras de alta produção converteram-se em animais muito sensíveis a qualquer alteração ambiental, em consequência do melhoramento genético de que foram alvo, exigindo alojamentos cada vez mais sofisticados para prevenir o stresse que levaria a perdas produtivas e económicas. As instalações e equipamentos da exploração leiteira devem ser concebidos por forma a reduzir a competição pelo alimento, água e locais de descanso. A competição é muito influenciada pelas instalações, pela densidade animal num determinado espaço, pela área disponível para distribuição de alimento e pela disposição dos bebedouros.

A chave do êxito ou do fracasso de uma exploração leiteira está muito focada no maneio alimentar, pois a alimentação da vaca leiteira representa 50% a 60% do custo total da produção de leite e em alguns casos pode atingir os 68%, quando o regime alimentar inclui elevados níveis de concentrado.

Os produtores têm como objetivo fornecer aos animais uma dieta alimentar equilibrada, ao mínimo custo de acordo com as suas necessidades produtivas e reprodutivas (Alqaisi et al., 2011).

FIGURA 1

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Alimentação e Produtividade em Vacas Leiteiras na Região NorteJOAQUIM LIMA CERQUEIRA, ESA - IPVC, CECAV - UTADRUI BELCHIOR CRUZ, ESA - IPVCMANUEL DIOGO SALGUEIRO, UCANORTE XXIJOSÉ PEDRO ARAÚJO, CIMO (ESA-IPVC)

A melhor forma de administração de alimento às vacas leiteiras é através das misturas completas designadas por TMR (Figura 1). A utilização do Unifeed para misturar concentrados, silagens, fenos, palhas, minerais e vitaminas é um sistema que permite controlar e estabilizar o pH ruminal, aumenta a capacidade de ingestão de matéria seca, não permite que os animais segreguem os diferentes componentes da dieta misturada e diminui o risco de alterações digestivas.A necessidade crescente de níveis de energia mais elevados, levou à elaboração de dietas com uma proporção de alimentos concentrados relativamente alta, no entanto as vacas continuam a necessitar de uma quantidade adequada de fibra fisicamente efetivana dieta para manter uma função ruminal saudável. O separador de partículas de Penn State fornece uma medida objetiva do tamanho da partícula e pode ser uma ferramenta útil para melhorar a nutrição global da vaca leiteira (Kononoff et al., 2003).Este estudo foi realizado em 38 explorações leiteiras, distribuídas por 9 concelhos da região Norte (Figura 2), no período de março a setembro de 2017. O trabalho teve duas fases distintas, uma que consistiu na realização de 38 inquéritos às explorações leiteiras e outra que resultou da recolha de amostras da dieta das vacas (TMR). FIGURA 2

REVISTA AGROS Nº35 . 15

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Produção de leite Grupo N Média±DP Mín Máx CV (%)

DiáriaAP 19 33,2±2,9 25,7 40,1 8,7

BP 19 25,4±3,2 19,3 30,6 12,6

Sig. P<0,05

Total 38 29,3±3,1 19,3 40,1 10,5

Aos 305 diasAP 19 11.554,1±531,1 11.032,0 13.269,0 4,6

BP 19 8.803,4±611,8 7.316,0 9.324,0 6,9

Sig. P<0,05

Total 38 10.178,76±571,5 7.316,0 13.269,0 5,6

AP - vacas de alta produção; BP - vacas de baixa produção

QUADRO 2. Efeito do lote na produção diária e produção de leite aos 305 dias (kg).

Os resultados globais deste trabalho são descriminados por indicadores estruturais, efetivo animal, alimentação e produção de leite (Quadro 1).A SAU cifrou-se em 24,7±10,9ha, com um número médio de 97,6 vacas por exploração e com um encabeçamento de 7,3±2,2CN/hectare por exploração. Relativamente às instalações, obteve-se um comprimento dos cubículos de 230,1±18,3cm, contudo com valores mínimos muito reduzidos (160cm). O comprimento médio do bebedouro por vaca foi de 6,9 cm e nalgumas explorações o número de guilhotinas foi inferior ao número de vacas no estábulo (0,9±0,2 guilhotinas/vaca). No que se refere à alimentação, cada produtor administrava 46,3±4,1Kg de alimento por vaca. A produção de leite aos 305 dias nas explorações em estudo foi de 10.178,8±1.504,0Kg.

Encontraram-se diferenças significativas (P<0,05) entre grupos de produção para a produção de leite diária e aos 305 dias. No grupo de alta produção verificou-se que as vacas produziram 33,2±2,9kg/dia, enquanto no grupo de baixa produção foi de 25,4±3,2kg/dia. A produção aos 305 dias, no grupo de baixa produção cifrou-se em 8.803,42±611,8kg e no grupo de alta produção foi de 11.554,1±531,1kg (Quadro 2).

O total de alimento fornecido oscilou entre 42 a 54kg por vaca nas explorações de alta produção. A quantidade média de palha fornecida foi de 1,5kg e de concentrado na ordem de 10kg por vaca. A maioria das explorações fornecia em média 3kg de silagem de erva, com exceção de uma exploração que estava a administrar 15kg/vaca. A silagem de milho registou um valor médio de aproximadamente 35kg/vaca, constituindo a principal forragem da dieta das vacas leiteiras (Gráfico 1).

Observou-se efeito (P<0,05) da quantidade de concentrado fornecido aos animais na produção de leite aos 305 dias, entre a classe mais baixa (≤8kg), com valor inferior de produção (8.960,4±1.017,5kg) comparativamente às classes superiores, cuja produção oscilou entre 10.420,4±1.504,2kg e 10.993,6±1.224,5Kg (Quadro 3).

Parâmetros Média±DP Mín Máx CV (%)

SAU (ha) 24,7±10,9 9,0 60,0 44,1

Vacas/exploração 97,6±30,2 57,0 179 30,9

Encabeçamento 7,3±2,2 4,0 12,2 30,1

Comprimento dos cubículos (cm) 230,1±18,3 160,0 270,0 7,9

Comprimento do bebedouro/vaca (cm) 6,9±2,7 2,3 13,1 39,1

Número de guilhotinas/vaca 0,9 ±0,2 0,4 1,4 22,2

Ingestão de alimento (Kg) 46,3±4,1 36,0 56,5 8,9

Produção de leite aos 305 dias (Kg) 10178,8 ± 1504,0 7316,0 13269,0 14,8

QUADRO 1. Indicadores gerais de estatística descritiva das explorações alvo de estudo.

GRÁFICO 1. Quantidade de alimento fornecido aos animais no grupo de alta produção.

0

60

191

10

20

30

40

50

18171615141312111098765432

_ Silagem do Milho _

Silagem de Erva _ Palha _

Concentrado _ Total de Alimento

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Não se observaram diferenças significativas (P>0,05) entre explorações para o tamanho da partícula da dieta completa. E verificou-se que no crivo superior, os valores observados encontram-se bastante acima do intervalo considerado ideal (2-8%), com valores na ordem de 15,5 a 17,5%. No crivo inferior observou-se exatamente o contrário, ou seja, valores com frequências de metade (14,3 a 15,1%) daquilo que é referenciado como ideal (30 a 50%). Na base os valores foram um pouco superiores ao considerado ideal e apenas no crivo intermédio se observaram valores no intervalo considerado ideal, tendo revelado frequências médias de 36,8% e 38,9% para os grupos de alta e baixa produção respetivamente (Quadro 4).

Não se observaram diferenças entre grupos de produção na densidade animal (área/vaca no pavilhão), comprimento e largura das camas e de guilhotinas por vaca, tendo-se constatado que o espaço por vaca à manjedoura é insuficiente. O tamanho das partículas é importante na dieta das vacas de leite porque a partícula influencia de certa forma, o seu desempenho produtivo. Constatou-se que o crivo intermédio correspondeu ao intervalo ideal (30 a 50%). Os restantes crivos (superior e inferior) e a base mostraram valores bastante desajustados dos intervalos de valores considerados ideais. Considera-se por isso que apesar de grandes melhorias no maneio alimentar, existem ainda alguns pontos críticos que interessa considerar, por forma a obter o melhor desempenho dos animais.

Concentrado (kg) N Média±DP Mín Máx CV (%)

≤8 11 8.960,4a±1.017,5 7.316,0 11.355,0 11,4

]8;10] 15 10.420,4b±1.504,2 7.517,0 13.269,0 14,4

>10 12 10.993,6b±1.224,5 8.856,0 12.035,0 11,1

Sig. P<0,05

Total 38 10.178,8±1.504,0 7.316,0 13.269,0 14,8

Sig.: Nível de significância P<0,05 para a≠b

QUADRO 3. Efeito da quantidade de concentrado fornecido aos animais na produção de leite aos 305 dias.

Variáveis Grupo Média±DP Mínimo Máximo CV (%) Intervalo ideal

Crivo SuperiorAP 15,5±3,95 10,4 20,9 25

2-8%BP 17,5±13,2 4,1 37,6 75

Crivo IntermédioAP 36,8±7,4 23,1 46,9 20

30-50%BP 38,9±9,2 25,4 49,3 24

Crivo InferiorAP 15,1±3,7 10,1 20,4 25

30-50%BP 14,3±2,3 11,5 19,1 16

BaseAP 32,5±6,5 20,5 40,6 20

<20%BP 29,3±7,5 20,1 39,6 26

AP - vacas de alta produção; BP - vacas de baixa produção

QUADRO 4. Tamanho de partícula da dieta completa (em percentagem) em quatro explorações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAlqaisi, O, Steglich, J, Hemme, T, 2011. Feed intake and nutrient use efficiency in dairy farming systems. In: IFCN Dairy Report, Torsten Hemme editor. Published by IFCN Dairy Research Center, Schauenburgerstrate, Germany.Kononoff, PJ, Heinrichs, AJ e Buckmaster, DR, 2003. Modification of the Penn State Forage and Total Mixed Ration Particle Separator and the Effects of Moisture Content on its Measurements. Journal of Dairy Science, 86: 1858-1863.

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O período seco reveste-se de especial importância permitindo que haja uma regeneração da glândula mamária antes de se iniciar a lactação seguinte. A duração do período seco não deve ser inferior a 40 dias, pois isso reflete-se na produção de leite na lactação seguinte (1), no entanto alguns autores defendem períodos de 30 dias. Relativamente à saúde do úbere, o período seco constitui uma oportunidade de cura de infeções existentes, mas ao mesmo tempo é um período de elevado risco de estabelecimento de novas infeções intramamárias. Estima-se que 50% das mastites clínicas de origem ambiental nos primeiros 100 dias de lactação tenham origem no período seco (2).

Estudo PaísNúmero

explorações/vacas

Efeito curativo

Efeito preventivo Conclusões

Bratlie, 1973 Reino Unido 48/746 + Melhor taxa de cura do que ausência de tratamento.

Osteras et al., 1994 Noruega 288/684 + Importante tratar infeções à secagem.

Williamson et al., 1995 Nova Zelândia 4/378 + Protege mais frente a S. uberis

Hassan et al., 1999 Austrália 3/150 + Protege melhor do que ausência de tratamento.

Berry et al., 2002 Reino Unido 4/290 + Protege melhor do que ausência de tratamento.

Whist et al., 2009 Noruega 178 + Melhor taxa de cura do que ausência de tratamento.

Halasa et al., 2009 Holanda --/-- + Tratar à secagem para aumentar taxa de cura.

O período seco

As fases do período seco de maior risco de desenvolvimento de mastite são a fase de involução ativa e a fase de colostrogénese: durante a involução ativa da glândula mamária, o volume de leite no úbere é ainda elevado mas a concentração de componentes antibacterianos – leucócitos, imunoglobulinas e lactoferrina – está ainda a aumentar e só atinge o valor máximo durante a fase estacionária; durante a colostrogénese, a maior suscetibilidade a mastites – especialmente as causadas por coliformes – deve-se, essencialmente, à diminuição dos níveis de lactoferrina e à diminuição da função de neutrófilos e macrófagos (3).Diversos fatores foram já identificados no que respeita à taxa de cura de infeções e ao estabelecimento de novas infeções durante a secagem. A taxa de cura no período seco depende, entre outros:

(1) da utilização de tratamento de secagem com antibiótico,

(2) da utilização de selante interno e (3) da duração do período seco.

Como fatores de risco de novas infeções incluem-se o número de lactações, a duração do período seco, a duração da lactação terminada, o histórico de casos clínicos, a presença de mastite no dia de secagem e a contagem de células somáticas no dia de secagem (4).Já não é recente a recomendação de tratar com antibiótico todas as vacas à secagem. Uma das primeiras aplicações dos antibióticos administrados à secagem era reduzir a incidência de mastites durante o período seco e data dos anos 1950 (5). Desde então, surgiram novas formulações de antibióticos cuja eficácia se mantém por várias semanas. Atualmente, a antibioterapia aplicada no final da lactação é a forma mais efetiva de eliminar infeções existentes e prevenir o estabelecimento de novas (3), como o demostram diversos estudos levados a cabo ao longo dos anos (Tabela 1).

TABELA 1Estudos acerca do efeito

preventivo ou curativo da antibioterapia à

secagem (adaptado de Scherpenzeel, 2017).

Segalab - Grupo AGROS

TEXTO JOÃO PACHECO,

SERVIÇO TÉCNICO DE APOIO À PRODUÇÃO

SEGALAB

É possível secar vacas sem antibiótico??

??

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Porquê reduzir a utilização de antibióticos?

Atualmente, entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estão a trabalhar no sentido da redução do uso de antibióticos. Desde 2005 que a OMS mantém atualizada uma lista de todos os antibióticos utilizados em medicina humana agrupados em 3 categorias que se baseiam na sua importância no tratamento de infeções no Homem. Esta lista tem como objetivo auxiliar no maneio das antibiorresistências, assegurando que todos os antibióticos, especialmente os classificados como “de importância crítica” são usados com prudência, quer na medicina humana, quer na medicina veterinária. A União Europeia e, em Portugal, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, têm também planos e recomendações no sentido do uso racional de antibióticos (Comunicação CE 299/04 de 2015 e Plano de Ação Nacional para a Redução do Uso de Antibióticos nos Animais, respetivamente). Neste âmbito, o tratamento de todos os animais à secagem tem sido considerado uso indiscriminado e foi apontado como uma das causas do desenvolvimento de antibiorresistências nos animais e em produtos de origem animal (6).

Objetivo

A terapia seletiva de secagem consiste em tratar com antibiótico apenas alguns animais e surge como alternativa à terapia geral. A seleção dos animais a tratar baseia-se em dados de saúde do úbere,

com destaque para as análises de leite individual e de tanque (Imagem 1). Esta abordagem é já uma realidade em países como a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia e a Holanda.

IMAGEM 1A seleção dos animais a tratar baseia-se em dados de saúde do úbere, nomeadamente os que se obtêm a partir do teste californiano de mastites e da colheita de leite para identificação bacteriológica e antibiograma.

Todas as vacas que não recebam antibiótico à secagem devem usar um selante interno, de forma a minimizar o risco de infeção intramamária (7). De acordo com Williamson et al., até 50% dos tetos continuam abertos 7 dias após a secagem, pelo que o risco de entrada de bactérias através do canal do teto é extremamente elevado nesta fase (8). O problema agrava-se no caso de vacas de alta produção – Dingwell et al. determinaram que 47% dos quartos de vacas que foram secas com mais de 21 kg de leite continuam abertos 6 semanas após a secagem. Assim, o uso de selante interno, especialmente em vacas não tratadas com antibiótico, é capaz de reduzir o risco de uma nova infeção em 73% relativamente aos animais nos quais este não é utilizado (9).

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Não são todas as explorações que estão em condições de implementar a terapia seletiva de secagem. Dados, como a contagem média de células somáticas do efetivo, a percentagem de animais com mais de 200.000 células somáticas por mililitro e a presença de animais infetados com Streptococcus uberis, Staphylococcus aureus ou Streptococcus agalactiae têm que ser tidos em conta antes de qualquer tomada de decisão. São ainda muito importantes a existência de registos de casos clínicos de mastites e de contagens de células somáticas individuais – contraste leiteiro (7).

Materiais e métodos

O estudo realizou-se numa exploração leiteira onde foi implementada a terapia seletiva de secagem e consistiu na análise do período seco dos animais da exploração entre Janeiro e Dezembro de 2017. A exploração tem um efetivo de 65 animais em ordenha, faz 2 ordenhas diárias e produz, em média, 36 litros de leite por vaca e por dia. As vacas estão estabuladas todo o ano e existem, para o efetivo em produção, camas com colchão coberto com serrim. As vacas secas permanecem num parque de cama quente de palha. A higiene geral da exploração é boa e o maneio cuidado, existindo também um forte comprometimento do produtor com todas as medidas implementadas. Na exploração existe um programa de controlo da qualidade do leite implementado pela Segalab, S. A. desde 2010. A contagem de células somáticas média mensal é de 220.000 células/mililitro. Não existem animais infetados com agentes

contagiosos de mastite, comprovado por análises microbiológicas sistemáticas do leite dos animais. A exploração tem contraste leiteiro e mantém atualizado um registo detalhado dos casos clínicos de mastite.A mudança no protocolo de secagem – de geral para seletiva – ocorreu em Janeiro de 2017. A escolha dos animais a tratar com antibiótico baseou-se em 3 critérios – história de casos clínicos do animal na lactação, resultados de identificações bacteriológicas realizadas ao longo da lactação e contagens de células somáticas individuais dos 3 contrastes anteriores à secagem. Aos animais sem história de mastite clínica, com contagens de células somáticas inferiores a 200.000 células/mililitro nos 3 últimos contrastes antes da secagem e aos quais não foi detetada a presença, no leite, de agentes major de mastite foi administrado à secagem um selante interno comercial à base de subnitrato de bismuto. Aos animais que não cumpriam estes 3 critérios foi administrado (para além do selante interno) um antibiótico intramamário à base de cloxacilina.Foram secas 38 vacas entre Janeiro e Dezembro de 2017, tendo sido possível fazer a análise do período seco de 29 animais – uma vaca foi refugada antes do primeiro contraste e 7 vacas não apresentavam dados de contraste disponíveis. Foram tratadas com antibiótico 13 vacas; às restantes 16 vacas foi administrado apenas o selante interno. De referir que um dos animais foi tratado erradamente sem antibiótico. Foi considerado como critério de infeção intramamária um valor de contagem de células somáticas superior a 200.000 células/mililitro e foi feita a análise do período seco, tendo sido determinadas as percentagens de vacas novas infetadas, curadas e crónicas, para cada um dos 2 grupos – vacas tratadas e não tratadas com antibiótico.

Resultados e discussão

No grupo de animais tratados apenas com selante, obtiveram-se 6,3% (n=1) de vacas curadas, 18,8% (n=3) de vacas novas infetadas e 75,0% (n=12) de vacas saudáveis. No grupo de animais tratados com selante e antibiótico, obtiveram-se se 7,7% (n=1) de vacas curadas, 7,7% (n=1) de vacas crónicas, 15,4% (n=2) de vacas novas infetadas e 69,2% (n=9) de vacas saudáveis. Os resultados obtidos estão expressos no Gráfico 1. A análise dos resultados permite concluir que há um número superior de novas infeções no grupo de vacas tratadas apenas com selante, quando comparado com o grupo de vacas tratadas com selante e antibiótico (18,8% contra 15,4%). O animal ao qual, erradamente, foi administrado apenas selante, acabou por curar durante a secagem, o que demonstra o importante papel do sistema imunitário.

IMAGEM 2Metodologia correta

de aplicação de selante interno de tetos,

segurando o teto pela base.

Segalab - Grupo AGROS

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80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%Vacas

curadas(A-B)

Vacas crónicas

(A-A)

Vacas infetadas

no período seco (B-A)

Vacas saudáveis ao parto

(B-B)

● Apenas Selante ● Selante + Antibiótico

Gráfico 1 Resultados da análise do período seco em cada um dos dois grupos – animais tratados com antibiótico e selante e animais tratados apenas com selante.

Estes resultados estão de acordo com os obtidos em estudos onde se avaliou o efeito preventivo e/ou curativo da terapia seletiva de secagem, em comparação com a terapia geral. Segundo alguns destes estudos, a terapia seletiva não só não melhora a saúde do úbere como até pode aumentar o número de mastites no pós-parto, refletida na tabela 2 (10, 11).

Por outro lado, aspetos como a redução de custos com tratamentos desnecessários, a melhoria da saúde pública, o impacto positivo (da redução de tratamentos) junto da opinião pública e a redução do descarte de leite devido a questões relacionadas com o intervalo de segurança são importantes vantagens da terapia seletiva (12).

TABELA 2Estudos acerca do efeito preventivo ou curativo da terapia seletiva de secagem.

Diagrama 1Exemplo de uma abordagem para implementação de terapia seletiva de secagem numa exploração (adaptado de Universidade do Minnesota).

Período seco e lactação subsequente: monitorizar e manter registos de casos clínicos.

À secagem: antibióticoe selante À secagem: apenas selante

Antes da secagem: avaliar saúde do úbere(CCS e/ou bacteriologia).

Lactação anterior: monitorizar e manter registos de casos clínicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Watters R, Guenther J, Brickner A, Rastani R, Crump P, Clark P, Grummer R (2008), “Effects Of Dry Period Length On Milk Production And Health Of Dairy Cattle” Journal of Dairy Science, 91, 2595-2603.

2. Bradley A, Green M (2000) “A Study Of The Incidence And Significance Of Intramammary Enterobacterial Infections Acquired During The Dry Period” Journal of Dairy Science, 83(9), 1957-1965.

3. Schukken Y, Gurjar A, Moroni P (2011) “Physiology And Pathophysiology Of The Udder During The Dry Period” Large Animal Review, 17(6), 253-259.

4. Kromker V, Hagenah C, Seeth M, Leimbach S (2017) “Manejo De La Salud De La Ubre En El Período Seco – Tratamiento Selectivo De La Vaca Seca Secado Selectivo En La Vaca De Leche” in XXII Congreso Internacional ANEMBE de Medicina Bovina 2017, 28-30 Junio, Pamplona, Espanha, 76-78.

5. Pearson J (1950) “The Use Of Penicillin In The Prevention of C. pyogenes Infection Of The Non-lactating Udder” Veterinary Record, 62, 166-168.

6. Berry E, Hillerton J (2002) “The Effect of Selective Dry Cow Treatment On New Intramammary Infections” Journal of Dairy Science, 85, 112-121.

7. Edmondson P (2015) “Selective Dry Cow Therapy” Veterinary Practice, 48-50.

8. Williamson J, Wollford M, Day A (1995) “The Prophylactic Effect Of a Dry-Cow Antibiotic Against Streptococcus uberis” New Zealand Veterinary Journal, 43(6), 228-234.

9. Rabiee A, Lean I (2013) “The Effect of Internal Teat Sealant Products (Teatseal and Orbeseal) on Intramammary Infection, Clinical Mastitis, and Somatic Cell Counts in Lactating Dairy Cows: a Meta-analysis” Journal of Dairy Science, 96, 6915-6931.

10. Rindsig R, Rodewald R, Smith A, Spahr S (1978) “Complete Versus Selective Dry Cow Therapy for Mastitis Control” Journal of Dairy Science, 61(10), 1483-1497.

11. Rajala-Schultz P, Torres A, Degraves F (2011) “Milk Yield and Somatic Cell Count During the Following Lactation After Selective Treatment of Cows at Dry-off” Journal of Dairy Research, 78(4), 489-499.

12. Scherpenzeel C, Tijs S, Uijl I, Santman-Berends, Velthuis A, Lam T (2016) “Farmers’ Attitude Toward the Introduction of Selective Dry Cow Therapy” Journal of Dairy Science, 99, 8259-8266.

A terapia seletiva de secagem não é de aplicabilidade direta em todas as explorações, ou seja, é necessário identificar características das explorações – instalações, maneio e tipo de agentes causadores de mastites presentes – onde o tratamento de todos os animais à secagem é a abordagem mais adequada ou onde, pelo contrário, o tratamento somente de alguns animais é preferível para obter os melhores resultados (11)

O médico veterinário da exploração desempenha um papel essencial na implementação desta abordagem, cabendo-lhe desenvolver os critérios de escolha dos animais a tratar e manter uma monitorização constante dos parâmetros de saúde do úbere e de qualidade de leite da exploração.

Conc

lusõ

esEstudo País

Número explorações/

vacasEfeito

curativoEfeito

preventivo Conclusões

Rindsig et al., 1978 E.U.A. 1/232 + TS não melhora a saúde do úbere.

Robinson et al., 1988 Reino Unido 6/1800 + TS origina mais mastites no pós-parto.

Browning et al., 1994 Austrália 12/1044 + Sem diferença na taxa de cura entre TG e TS.

Rajala-Schultz et al., 2011 E.U.A. 4/1937 + TG protege melhor do que TS.

REVISTA AGROS Nº35 . 21

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Perfil Mastites PCR

Staphylococcus aureus

Staphylococcus spp (inclui coagulase negativos)

Streptococcus agalactiae

Streptococcus dysgalactiae

Streptococcus uberis

Escherichia coli

Enterococcus spp

Klebsiella oxytoca e/ou K. pyogenes

Serratia marcescens

Corynebacterium pyogenes

Trueperella pyogenes e/ou Peptoniphilus indolicus

Staphylococcus ß lactamase

Mycoplasma bovis

Mycoplasma spp

Leveduras

Prototheca spp

Real Time PCRDiagnóstico de Mastites

Lugar de Cassapos4490 - 258 Argivai, PVZ

Email [email protected] 252241500www.segalab.pt

SEG

ALA

B S.

A._

05.2

018

Testar o leite de tanque pode ser uma forma muito eficiente de simultaneamente avaliar todos os animais de uma exploração para agentes causadores de mastite como Strepto-coccus agalactiae e Mycoplasma bovis.

Vantagens do RT PCR

• Testes desenhados para identificação dos agen-tes mais importantes ao nível das mastites em leite individual ou de tanque;

• Elevada sensibilidade - deteta microrganismos com inibição de crescimento e elimina o pro-blema das amostras com resultado “Culturas negativas” em microbiologia;

• Permite detetar simultaneamente 16 agentes causadores de mastites eliminando o problema “Amostras contaminadas” em bacteriologia;

• Pode ser usado em amostras de leite preserva-das ou congeladas;

• Permite testar agentes contagiosos e ambientais.

27€+IVA

16agentes

Leite tanque ouLeite Individual

Envio de Amostras para:

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Bem-estar animal: Especial VerãoCom o aumento da temperatura ambiente, as práticas existentes devem ser adaptadas, dentro do contexto da especificidade de cada exploração.A ligação entre o Bem Estar Animal (BEA) e o bem estar do produtor é intrínseca e promotora de novas relações com o consumidor final. Estas práticas asseguram que o leite e os

seus derivados são seguros e adequados para o uso a que se destinam e que a exploração é viável do ponto de vista económico, social e ambiental.Nas épocas mais quentes, a atenção dada à alimentação, ao abeberamento e às condições da exploração deve ser reforçada com práticas adequadas à época, tais como:

Administrar alimento nas horas mais frescas do dia e se possível mais vezes.

O porquê da importância da água na produção leiteira?

O fornecimento inadequado de água é o principal fator numa quebra de produção de leite rápida e brusca.O excesso de calor no animal faz com que a produção de leite diminua mais de 10%.

Equacionar a administração de aditivos na dieta para diminuição do stress térmico, melhoria da IMS, reforço da capacidade do sistema imunitário, etc.

Disponibilizar água limpa e fresca sem restrições, de fácil acesso e de preferência em local sem incidência direta da luz solar.

Reduzir tempos de espera dos animais para a ordenha, para a alimentação, para o abeberamento e para o repouso.

Proporcionar ventilação natural, ou se necessário artificial, das instalações, protegendo os animais de correntes de ar.

Proporcionar sombra aos animais, de preferência sólida, até 4,4 m2 por vaca.

Artigo Técnico

70% a 80% da vaca é constituída

por água

10-15ºC é a temperatura

ideal para a vaca, e a humidade relativa é de

70-80%.

do leite é constituído por água.

87%

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Consumo de leite: desconstruir mitos à luz da ciência… e também da história

N enhum alimento tem suscitado tanta controvérsia como o leite. Perante a esgrima de argumentos pró e contra o seu consumo, o melhor é mesmo

focarmo-nos nos factos e no conhecimento científico, ainda que fiquem muitas questões por responder.

O consumo de leite no mundoO leite e os seus derivados fazem parte dos padrões alimentares de muitas populações mundiais com ampla distribuição geográfica, facto que se explica por razões históricas, socioculturais, biológicas, evolutivas, ambientais e nutricionais. Em relação a esta última dimensão, quando se analisa a composição nutricional do leite de vários mamíferos, sobressai a complexidade da matriz química observada. A diversidade de macro e micronutrientes é notável, destacando-se a vitamina A e minerais como o cálcio, potássio e fósforo, pelo seu conteúdo. O perfil de ácidos gordos e de compostos bioativos presentes no leite tem sido foco de particular interesse, não só devido a aspetos nutricionais, mas também a potenciais benefícios para a saúde. Acresce que é um alimento importante para a satisfação das necessidades nutricionais de muitas pessoas, está disponível a preços acessíveis, e

integra o conjunto de símbolos histórico-culturais associados à identidade de várias nações, como Portugal. Por tudo isto, os laticínios fazem parte das recomendações dietéticas oficiais de muitos países, permanecendo nas versões atualizadas de instrumentos de educação alimentar como a Nova Roda dos Alimentos (Portugal), a Pirámide de la Dieta Mediterránea (Espanha), ou o The Healthy Eating Plate criado por peritos da Escola de Saúde Pública de Harvard (U.S.A).No entanto, independentemente da importância que se possa atribuir ao leite, enquanto alimento básico, alguns dados estatísticos revelam uma tendência de diminuição no seu consumo. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na última década, houve uma redução de 16% na ingestão de leite, tendência igualmente observada em crianças e adolescentes. Em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, verificou-se um declínio no consumo de leite, iniciado em 2005, e que continuou até 2015 a uma taxa média anual negativa de 2,4%. A análise das causas subjacentes a esta tendência é complexa, mas há fatores que podem ser equacionados: a preocupação crescente com a intolerância à lactose; os movimentos contra o consumo de alimentos de origem animal (por razões éticas, ambientais e de saúde); os interesses da indústria alimentar; a publicação de alguns estudos que sugeriram riscos para a saúde associados ao consumo de leite; e ainda a propagação de certas ideias/mitos nas redes sociais digitais. Apresentam-se, abaixo, quatro destas ideias, seguidas de uma reflexão crítica muito sucinta, baseada no conhecimento científico e na observação de alguns factos.

TEXTO: RAQUEL LEITÃO, PH.D. NUTRICIONISTA DOCENTE

1Nenhuma espécie animal

consome leite de outra espécie.

Se considerarmos o leite como uma secreção glandular, é possível encontrar animais (para além dos humanos) que cuidam de animais de outras espécies com o objetivo

específico de se alimentarem das suas secreções. Um exemplo deste facto é a

relação simbiótica entre formigas e afídios. 2O leite de

vaca é para o bezerro e não

para os humanos. Pela lógica, então também não deveríamos comer ovos, uma vez que a sua composição nutricional é a apropriada para o desenvolvimento

de um embrião que não é de nossa espécie.

3O consumo de leite é

um produto da cultura ocidental.O consumo de leite e derivados é típico de povos como os Masai,

os Quirguizes ou os Beduínos.

4Beber leite não é natural.

Pode-se considerar que beber leite não é natural para indivíduos intolerantes à lactose, na realidade, a maioria da população mundial (dois terços). Porém, o que dizer sobre aqueles que mantêm a produção da enzima lactase

durante a vida adulta e, portanto, podem beneficiar do leite como fonte de

nutrientes?

4 mitos

Artigo de Leite

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A enzima lactaseComo é que se explica a presença da enzima lactase num terço da população? A resposta a esta pergunta é a mutação −13910*T, originada na Europa há aproximadamente 7500 anos. Nos Europeus, esta única mutação é responsável pelo fenótipo conhecido como Lactase Persistance (LP), que possibilita a digestão da lactose na idade adulta. Esta mesma característica, determinada geneticamente, pode ser observada em indivíduos de África e do Médio Oriente devido a outras mutações. Acredita-se que a seleção natural possa ter desempenhado um papel importante na manutenção deste fenótipo, o que representará uma adaptação dos seres humanos à domesticação de animais (e.g. gado leiteiro) e ao subsequente consumo do seu leite. De facto, a idade estimada para os alelos associados ao fenótipo LP coincide com a atribuída às origens da domesticação de animais e da produção de laticínios, práticas culturais que foram sendo transmitidas de geração em geração. Em 2012, foi publicada na prestigiada revista Nature uma das mais importantes descobertas arqueológicas neste âmbito – a prova de que os nossos ancestrais do norte da Europa produziam queijo há pelo menos 7000 anos.

O leite e a saúdeE no que diz respeito à vertente mais polémica “beber leite promove a saúde ou, pelo contrário, aumenta o risco de doenças”, o que dizem os estudos? Num trabalho de revisão publicado em 2016 na revista Food & Nutrition Research, que incluiu sobretudo meta-análises de estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados, a totalidade das evidências científicas disponíveis indica que a ingestão de leite e derivados contribui para a satisfação das necessidades nutricionais, bem como protege contra as doenças crónicas mais prevalentes, sendo escassos os efeitos adversos reportados. Outra meta-análise recentemente publicada na European Journal of Epidemiology, com base na combinação de dados de 29 estudos de coorte prospetivos, mostrou associações neutras entre o consumo de laticínios e mortalidade por todas as causas e ainda, especificamente, por doenças cardiovasculares. Em relação à obesidade, vários estudos realizados em países distintos enfatizam os benefícios do leite. Resultados preliminares de um estudo desenvolvido com adolescentes portugueses de Viana do Castelo sugerem que a combinação “beber leite + atividade física” diminui a probabilidade de adiposidade central excessiva.

Diminui o risco de obesidadeContrariamente a uma ideia generalizada, num estudo que envolveu crianças de origem latina a viver nos Estados Unidos, os investigadores verificaram que o consumo mais elevado de gordura láctea estava associado a menor probabilidade de desenvolvimento de obesidade grave. Estes resultados aparentam estar em linha com os de um estudo longitudinal que seguiu, ao longo de 12 anos, 1782 indivíduos adultos do sexo masculino, habitantes das zonas rurais da Suécia: o menor risco de obesidade central foi encontrado para os que tinham o maior consumo de gordura láctea. Veja-se, ainda, que a ingestão diária de 500ml de leite inteiro ao longo de 3 semanas não teve efeitos negativos sobre a lipemia, glicemia e insulinemia quando comparada com a ingestão de leite magro, tal como revelado numa publicação muito recente, de 2018, na revista European Journal of Clinical Nutrition.

Ajuda a prevenir o cancroQuanto ao cancro, a literatura disponível permite concluir que o “peso” das evidências que revelam efeitos positivos do consumo de laticínios na prevenção de vários tipos de cancro é muito superior ao que representa impactos prejudiciais. Vários Investigadores na área do cancro consideram a possibilidade da existência de riscos, mas apenas em situações de consumo excessivo, ao invés de uma ingestão moderada, como recomendado por nutricionistas, ou no caso do leite/derivados apresentarem resíduos e contaminantes, como antibióticos ou poluentes ambientais. Pelo exposto, a conclusão mais prudente a ser tirada é a de que, até à data, não há evidências científicas que justifiquem que indivíduos saudáveis, sem intolerância à lactose, e que gostem de leite, deixem de o beber, na expectativa que isso lhes traga benefícios para a saúde a longo prazo. Por outro lado, uma vez que ainda persistem muitos aspetos por esclarecer na relação complexa entre o consumo de leite e a saúde/doença, em particular no que diz respeito a possíveis problemas decorrentes do processamento, presença de xenobióticos, condições de criação dos bovinos, entre outros, este assunto não deve ser dado como “caso encerrado”.

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Agros Comercial - Grupo AGROS

EmpresaRamiro & Marília BarreiraChaves, Vila Real

Ano da Fundação1994 (em nome individual)

Nº de Animais86 dos quais 40 vacas lactantes

Cliente Agros Comercial1994 (em nome individual)

Quantidade Contratualizada381 694 Lts

Cliente Empresas Grupo AGROSAgros Comercial, PEC e Segalab.

Tendo em consideração o investimento realizado com a aquisição de um Trator Arion 530 c/ Carregador Frontal, quais foram as principais razões que o levaram a optar pelas soluções disponibilizadas pela Agros Comercial?Por uma questão de preferência e gosto pela marca, para além da qualidade que na minha opinião eles têm, optei por este trator. A partir do momento em que a Agros começa a comercializar este trator eu fui ao encontro da empresa para tentar negociar a compra e encontrar o modelo que pretendia.

Está satisfeito com os resultados obtidos pelo equipamento na sua Exploração? Aconselharia este equipamento a outros Pro-dutores? Pela relação qualidade vs. preço? Ou outro fator?Sim, sim. Está a corresponder às expectativas. Estou satisfeito. O trator tem poucas horas, foi entregue recentemente. Por isso ainda nos estamos a descobrir um ao outro, também é verdade. Aconselharia este equipamento a outros Produtores porque tem capacidade para fazer bastante área, até pela sua dimensão.

Quais as principais as principais diferenças em relação a equi-pamentos anteriores?É assim, eu posso dizer que por ter tratores já com alguns anos

e até antigos, que estes (novos) já dão melhores condições em termos de trabalho. Daí eu também gostar, são tratores com caixas invertidas – desses até tenho 2 – e que já dão algum conforto no trabalho.

Considera positivo todo o apoio e acompanhamento técnico e comercial prestado pela Agros Comercial? Quais foram os as-pectos que mais valoriza na sua relação com a empresa.Sim, considero positivo. Quando há qualquer situação de dúvida tentam resolver a tempo e horas o problema. Têm correspondido ao nível de prontidão e de tudo o resto. Até ao momento não temos nada a apontar.

Têm trabalhado com a Agros Comercial em mais alguma gama de produtos? Quais os motivos?Na ordenha trabalhamos sempre com os produtos de limpeza e higiene dos equipamentos. Há quem tente vender outros produ-tos, mas mantemos uma relação com a Agros Comercial, sempre gastamos os seus produtos e queremos continuar a gastar.

Pretendem manter a Agros Comercial como parceira da sua Ex-ploração?Sim, claro.

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Rua 5 de Outubro, 1690 . 4480-647 VILA DO CONDE . TEL 252 241 240 . [email protected]ência Técnica à

Produção de Leite, Lda

EQUIPAMENTOS EPRODUTOS DE HIGIENE

MANUTENÇÃO EASSISTÊNCIA TÉCNICA

TRATORES EMÁQUINAS AGRÍCOLAS

EQUIPAMENTO DEORDENHA E REFRIGERAÇÃO

MATERIAL PARAESTÁBULOS

Representação

TEMOS SOLUÇÕES PARAAS SUAS NECESSIDADES

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“A 1 de janeiro de 2016 entrou em vigor a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável - 17 objetivos “para transformar o nosso mundo”, adotada pelos líderes mundiais, em setembro de 2015, numa cimeira histórica da ONU.”FONTE: Centro Regional de Informação das Nações Unidas (UNRIC)

Factos Chave Globais do Setor LeiteiroA produção, processamento e consumo sustentáveis de leite e laticínios, beneficiam as pessoas e o planeta, além de contribuírem para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Os produtos lácteos são fundamentais para a nutrição e a saúde. O leite e produtos lácteos são alimentos extremamente nutritivos que fornecem energia e quantidades significativas de proteínas e micronutrientes, incluindo cálcio, magnésio, selénio, riboflavina, vitaminas B5 e B12, essenciais para reduzir a fome e combater a desnutrição, particularmente entre os grupos mais vulneráveis (por exemplo, mulheres grávidas e crianças). A maioria dos países com diretrizes dietéticas recomenda os laticínios

Os animais de produção leiteira são um bem popular nas áreas rurais.

Mais de um entre quatro dos 570 milhões de explorações agrícolas em todo o mundo (ou seja, mais de 150 milhões de agricultores) mantêm, pelo menos, um animal de produção leiteira, incluindo vacas, búfalos, cabras e ovelhas. Existem cerca de 133 milhões de explorações que possuem bovinos de leite. As vacas são, de longe, o animal leiteiro mais comum.

O leite é uma commodity global. O leite e os produtos lácteos representam cerca de 14% do comércio agrícola global. Em particular, o leite em pó e leite em pó desnatado, são as commodities agrícolas mais negociados globalmente, enquanto os produtos lácteos frescos, com menos de 1% da produção comercializada, são os produtos agrícolas menos comercializados.

Animais produtores de leite

O leite é uma commodity local, produzido e consumido basicamente em todos os países do mundo e, na maioria deles, está entre as cinco principais commodities agrícolas em termos de quantidade e valor. O leite gordo de vaca representa 82,7% da produção global de leite, seguido pelo leite de búfala (13,3%), de caprinos (2,3%), de ovinos (1,3%) e de camelos (0,4%).

como componentes de uma dieta equilibrada. A nível global, o leite contribui, em média, com 134 kcal de energia/ habitante por dia, 8,3 g de proteína/ per capita por dia e 7,6 g de gordura/ per capita, ou preenche 5%, 10% e 9% da necessidade global de energia, proteína e gordura, respetivamente. É o quinto maior fornecedor de energia e o terceiro maior fornecedor de proteína e gordura para o ser humano. Os produtos lácteos são uma fonte de nutrição acessível para corresponder aos níveis recomendados.

O leite contribui para a necessidade global de nutrientes em média com:

Média de animais por agricultor nos países desenvolvidos.

14% do comércio global agrícola

Energia Proteína Gordura

2 ou 3 vacas

Explorações com mais de 100 vacas a nível global

0,3%

Artigo Técnico

28 . REVISTA AGROS Nº35

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Valorização do setorO leite é uma das commodities agrícolas mais produzidos e valorizadas em todo o mundo, contribuindo com 27% para o valor agregado global da pecuária e 10% para o da agricultura.

27% Pecuária

10% Agricultura

A produção leiteira apoia o empoderamento das mulheres. A atividade pecuária é, possivelmente, o ativo mais popular entre as mulheres rurais nos países em desenvolvimento, uma vez que os animais são mais facilmente adquiridos - por exemplo, através de herança - do que terrenos e outros ativos físicos e financeiros. Os bovinos de leite são diretamente detidos por mulheres em 25% das explorações, o que se traduz em mais de 37 milhões de explorações leiteiras lideradas por mulheres. As mulheres, no entanto, independentemente de possuírem ou não animais, desempenham um papel importante nos sistemas de produção de leite: são elas que frequentemente alimentam os animais, os ordenham, limpam, e são responsáveis pela criação e venda do leite. Cerca de 80 milhões de mulheres estão de alguma forma envolvidas na produção leiteira.

A indústria leiteira gera empregos. Os produtores de leite estão geralmente organizados em cooperativas ou em contato direto com outros intervenientes da cadeia de valor para processar e vender leite e produtos lácteos ao consumidor final. A nível mundial, o leite desnatado (75%), o queijo (12%) e a manteiga (3%) representam mais de 90% de todo o leite processado. As atividades de processamento, da pasteurização à fabricação de iogurte, não apenas agregam valor ao leite cru, mas também criam empregos. No geral,

As ligações entre o setor leiteiro, a população e o planeta, são múltiplas e abrangentes: investimentos que promovam o desenvolvimento sustentável da indústria pecuária podem, portanto, contribuir para alcançar vários ODS, incluindo:

Erradicação da PobrezaErradicação da Pobreza (ODS1): o setor do leite apoia de forma direta e indireta a subsistência de 150 milhões de agricultores, incluindo aqueles com menos recursos financeiros. Também gera oportunidades de emprego ao longo da cadeia de valor, que não representam apenas um caminho importante para sair da pobreza, mas também contribuem para um emprego pleno e produtivo, trabalho decente para todos (ODS8), e para reduzir a desigualdade (ODS10).

Vida mais saudávelAcabar com a fome e atingir a segurança alimentar (ODS2) e contribuir para uma vida saudável (ODS3), devido ao papel fundamental do leite no fornecimento de energia, proteínas e micronutrientes e através de investimentos que reduzem o impacto negativo da indústria de laticínios na saúde pública.

Igualdade de gêneroAlcançar a igualdade de gênero (ODS5), devido ao papel fulcral que as mulheres desempenham no setor de lácteos.

SustentabilidadePromover padrões sustentáveis de consumo e produção (ODS 12), combater as mudanças climáticas (ODS13), proteger e restaurar ecossistemas terrestres, incluindo a biodiversidade (ODS 15) e gestão sustentável de água e saneamento (ODS 6) através da adoção de melhores práticas, muitas das quais provaram ser eficazes em diferentes contextos.

As ligações entre a indústria de laticínios, as pessoas e o planeta são complexas e multifacetadas. Ações coletivas e combinadas através de processos com múltiplos atores e abordagens integradas são, portanto, necessárias para formular e implementar políticas e investimentos sustentáveis, consistentemente com o ODS 17: Parcerias para os Objetivos.

cerca de 240 milhões de pessoas podem estar, direta ou indiretamente, empregadas no setor.

Com uma estimativa de 150 milhões de explorações leiteiras em todo o mundo, é provável que o setor de laticínios apoie a subsistência de até um bilhão de pessoas em todo o mundo.

37 milhões de explorações lideradas por mulheres

milhões de mulheres envolvidas na produção leiteira.

80

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ABLN - Grupo AGROS

O que é o Contraste Leiteiro?O Contraste Leiteiro (controlo de performances produtivas) consiste na avaliação da quantidade e qualidade do leite, produzido por cada uma das fêmeas de uma exploração no decurso das sucessivas lactações, permitindo estimar a produção total de leite, gordura e proteína e fornecendo ainda informações sobre a presença de células somáticas, ureia e corpos cetónicos no leite.

Recorrendo a métodos e meios aprovados, a nível nacional pelo Ministério da Agricultura e a nível internacional pelo Comité Internacional para o

Controlo da Produtividade Leiteira (ICAR), o serviço de Contraste Leiteiro constitui uma ferramenta essencial na gestão económica das explorações. Os resultados obtidos contribuem ainda, no âmbito da seleção e melhoramento animal, para a avaliação genética de reprodutores a nível nacional.

PARÂMETRO NÍVEL BAIXO

NÍVEL ACONSELHADO

NÍVEL ALTO

Teor de Gordura1 <2,5 2,5 - 5,5 > 5,5

Teor de Proteico1 3,0

Teor de Ureia2 <150 150 - 300 >300

ß-Hidroxibutirato3 <0,1 >0,2

CCS4 <200.000

1 g/100g; 2 mg N/L; 3 mmol/L; 4 células/ml;

Teor de Gordura: Teor Baixo, pode estar associado à ocorrência de acidose. Teor alto, pode indicar que a fêmea está em balanço energético negativo;

Teor Proteico: Teor inferior ao nível aconselhado pode alertar que o animal está em balanço energático negativo;Teor de Ureia: Teor superior ao nível aconselhado pode estar fortemente associado a uma elevada quantidade de proteína solúvel degradável e uma baixa quantidade de hidratos de carbono fermentáveis no rúmen;ß-Hidroxibutirato: Teor elevado pode alertar para a ocorrência de cetosa;CCS: Teor superior ao aconselhado indica que a fêmea tem mastite clínica ou subclínica.

Porquê Fazer Contraste Leiteiro?

Simplesmente porque se não puder medir, não poderá comparar nem fazer uma boa gestão do seu efetivo leiteiro. O negócio do leite passou a ter uma escala global e com o fim das quotas leiteiras e com a introdução dos contratos com a indústria, entramos numa era de grande volatilidade de preços do leite. O Contraste Leiteiro dá-lhe a capacidade de poder analisar e fazer pequenos ajustamentos na estrutura do seu efetivo e/

TEXTO:ABLN

30 . REVISTA AGROS Nº35

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ou no seu sistema de gestão da produção. Com base nas informações imparciais do Contraste Leiteiro, esta é uma das melhores abordagens para poder melhorar a rentabilidade e a eficiência da sua exploração. Se tem um rebanho de vacas leiteiras, mas não faz um registo certificado do leite e dos dados que o contraste lhe disponibiliza, vaca a vaca, pode dizer que tem os melhores animais mas não é capaz de confirmar isso nem poderá perceber geneticamente quais os animais que estão a contribuir positiva ou negativamente para o seu resultado final.

A ABLN através do seu sistema de Contraste Leiteiro e com o suporte informativo do Bovinfor, ajuda-o a compreender melhor em que ponto se encontra e que objetivos quer atingir, através da comparação que faz entre todas as explorações que se encontram na mesma base e no mesmo sistema.

Como funciona o serviço de Contraste Leiteiro?

A execução do serviço de campo do Contraste Leiteiro está protocolado entre a ABLN e as Cooperativas, enquanto o serviço de análise laboratorial está protocolado com o ALIP – Laboratório Interprofissional do Leite e Laticínios. Todo o trabalho de edição e processamento dos dados está sob responsabilidade da equipa informática do Bovinfor, suportada pela consultoria técnico-científica da Universidade do Porto e da UTAD. A supervisão e fiscalização de todo o processo é da responsabilidade da DGAV.O Técnico Contrastador é uma peça-chave no serviço de Contraste Leiteiro. Ele tem a formação específica para prestar este serviço com rigor e qualidade e precisa da colaboração do produtor para que o seu trabalho seja realizado com o tempo, as condições e o espaço necessário. A confiança, o rigor e a independência que o contrastador precisa ter na relação que estabelece com o criador são fundamentais para o sucesso deste serviço e para o sucesso da exploração de leite. Estes técnicos estão ao serviço da informação e do trabalho de qualidade que

REVISTA AGROS Nº35 . 31

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o Contraste Leiteiro necessita para elevar o nome das explorações portuguesas pelo excelente trabalho que fazem diariamente na exploração.Ajude o contrastador a ter boas condições durante a execução do seu trabalho, no final os resultados compensarão esse esforço, colaborativo e resiliente.

Que informação suporta o Contraste Leiteiro?

• Através do Bovinfor pode ter uma imagem mais rigorosa e aprofundada da sua exploração e compará-la com as outras explorações, acedendo a muita informação:

• Produção e qualidade do leite vaca a vaca; • Contagem das células somáticas vaca a vaca (CCS) e análise do

período seco;• Gestão reprodutiva e Balanço do seu efetivo;• Listagem de animais em produção, secos, a inseminar, a diagnosticar

e a verificar o cio;• Alertas, ocorrências e ações a tomar diariamente na exploração; • Animais identificados, inscritos no Livro Genealógico e Classificações

Morfológicas; • Avaliação genética do seu efetivo; • Situação do estado de saúde e tratamentos do seu rebanho;• Gestão de medicamentos e em particular de antibióticos;• Análise do indicador IOFC, indicador de ureia, indicador de BHB;

Internacionalmente a validação dos métodos, processos e dados está a cargo do ICAR e do Interbull, para a avaliação genética. Qualquer criador que pretenda iniciar ou retomar este serviço pode contactar a sua Cooperativa ou a ABLN. Serão analisadas as condições da exploração nomeadamente no que respeita às regras de identificação animal e ao seu sistema de ordenha, discutidos os objetivos do criador e expetativas face aos vários domínios que o contraste leiteiro pode oferecer e quais as regras e os custos associados ao serviço. Seguidamente dar-se-á início ao serviço com a disponibilização de um técnico de Contraste Leiteiro que agendará a 1ª visita mensal, ficando depois o criador sujeito às regras e metodologia do serviço, com todos os direitos e obrigações subjacentes ao regulamento oficial do Contraste Leiteiro.

Como pode o criador aceder aos resultados do Contraste Leiteiro?

Os relatórios do Contraste Leiteiro estão disponíveis online no sítio do Bovinfor, em média, 3 dias uteis após o serviço ser realizado na exploração. Podem ainda ser enviados em papel ou em correio azul. Por outro lado, todos os criadores recebem uma SMS no seu telemóvel com a informação das vacas-problema no que diz respeito à contagem das células somáticas (CCS) e uma notificação da data de encerramento do contraste mensal indicando que já pode ser visualizado na plataforma Bovinfor. Para aceder à plataforma BovInfor precisa de solicitar diretamente

no sitio em. www.bovinfor.pt, uma senha de acesso inserindo como login de identificação, o seu endereço de correio electrónico. A senha de acesso será remetida automaticamente para o seu email, a partir do servidor do Bovinfor.

Que informação pode visualizar através do Bovinfor:

Na entrada do Bovinfor, acede ao painel geral onde poderá obter informação importante relativa à identificação da exploração e aos alertas e eventos a executar com mais urgência: partos, mortes, entradas a integrar, etc. Depois terá secções de informação gráfica sobre a produção, a reprodução, a saúde e indicadores reprodutivos de comparação local, regional e nacional.Dentro da área do contraste leiteiro tem acesso a tabelas e gráficos dinâmicos sobre o efetivo da exploração e ainda acesso aos relatórios de grupo e individuais sobre todo o efetivo. Além desta informação sobre a produtividade de

ABLN - Grupo AGROS

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todos os animais da exploração, ainda consegue obter inúmeros mapas, gráficos e relatórios que o ajudarão a melhorar o conhecimento do seu efetivo também numa perspetiva de seleção e melhoramento genético. Assim pode confirmar a genealogia e inscrição de cada animal no Livro Genealógico da raça Holstein Frísia.Pode, ainda, analisar a classificação morfológica e a avaliação genética de cada fêmea, ajudando-o a definir quais os animais que melhor se adaptam ao seu sistema de produção, que tem maior longevidade produtiva, que não lhe dão problemas de saúde e dos quais pretende obter descendência para a próxima geração, pois serão os mais rentáveis e que lhe trarão lucro. Novas informações e indicadores têm vindo a ser adicionados ao Contraste leiteiro. Por exemplo o índice IOFC = preço de venda do leite produzido por vaca (€)/ custo da alimentação da mesma vaca (€). O IOFC obtém-se pela divisão da receita em euros proveniente da venda do leite produzido diariamente por uma vaca, pelo custo da alimentação diária em euros da mesma vaca. Este último valor é influenciado pelos preços das matérias-primas e das forragens que o produtor compra ou produz na própria exploração.Ao nível da informação sobre a saúde e bem-estar do seu efetivo, encontra também um conjunto de informação muito útil sobre a forma como está a evoluir o seu efetivo e permitindo ajustar o seu trabalho às exigências legais e às boas práticas de maneio dos seus animais.No que concerne à gestão e balanço reprodutivos, permite fazer uma análise exaustiva dos indicadores

reprodutivos, dos indicadores de fertilidade, da estatística de partos e da recria, dados fundamentais para o sucesso da exploração e cuja boa gestão permite poupar/ganhar muito dinheiro anualmente.Do ponto de vista alimentar, é muito importante perceber o que se passa dentro do efetivo monitorizando alguns sinais que indiciem transtornos metabólicos que poderão vir a ter consequências enormes na perda de produção, na relação proteína/gordura e noutros parâmetros que o Contraste Leiteiro consegue sinalizar, como as acidoses e as cetoses, através dos níveis de ureia e o beta-hidroxibutirato (BHB), no leite.Em resumo, pode obter muita informação útil a partir do Contraste Leiteiro. Se partilhar esta informação com os seus técnicos assistentes, zootécnicos, veterinários e outros técnicos que acompanham a sua exploração, irá verificar como todos em conjunto conseguem ajudá-lo a melhorar os indicadores que tem e a torná-lo mais eficiente, obtendo maior rentabilidade para sua exploração.

Como evoluiu o serviço do contraste leiteiro?

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20176439 6537 6540 6751 6915 7202 7381 7736 7899 8091 8395 8590 8630 8846 8872 9124 9166 9384 9281 9367 9501 9581 9538

6.000

6.500

7.000

7.500

8.000

8.500

9.000

9.500

10.000

Produção de leite

PRODUÇÃO DE LEITE EM 305 DIAS

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 201728.223 30.501 32.253 34.358 37.800 42.939 44.457 47.541 46.092 46.122 46.268 43.574 41.155 41.775 40.170 39.280 38.847 39.561 37.129 37.680 38.089 36.445 34.477

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

Número de Lactações

EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE MÉDIA POR ANIMAL

EVOLUÇÃO DO Nº DE LACTAÇÕES VÁLIDAS CONCLUÍDAS (>210 DIAS)

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017Explorações 1102 1063 1076 1128 1207 1266 1301 1304 1273 1253 1213 1196 1148 1100 1043 960 911 876 831 807 788 758 722

500

700

900

1.100

1.300

1.500

EVOLUÇÃO DAS EXPLORAÇÕES ADERENTES AO SERVIÇO DE CONTRASTE LEITEIRO

REVISTA AGROS Nº35 . 33

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Categoria

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D e 30 de agosto a 2 de setembro de 2018, o Espaço AGROS abre as portas para a 6.ª edição da AgroSemana – Feira Agrícola do Norte.

Com uma aposta cada vez mais vincada em áreas de negócio de cariz agrícola, e em afirmar-se como um dos eventos de referência do setor a nível nacional, a AgroSemana posiciona-se de modo a criar uma plataforma privilegiada de negócios, contactos e de troca de conhecimentos e experiências. A sua exposição mediática, a visita de ilustres individualidades políticas e o crescente número de visitantes, que em 2017 ultrapassou as 60.000 pessoas, proporcionam às empresas do setor uma visibilidade ímpar para a promoção da sua atividade e dos seus produtos.O Espaço AGROS, que se distingue pela sua beleza natural, confere à AgroSemana um cariz familiar que prima pelo convívio e contacto direto com a Natureza em estado puro, reforçado pela presença de diversas espécies de animais de quinta e de raças autóctones, que despertam sempre a curiosidade de miúdos e graúdos.No certame, o visitante poderá encontrar as mais reputadas marcas do mercado no Espaço de Máquinas Agrícolas, deliciar-se com a variedade de ofertas gastronómicas da Praça da Alimentação, conhecer e experimentar alguns dos mais genuínos produtos regionais, fruto do trabalho dos Produtores das Cooperativas associadas da AGROS, contactar com variadas empresas do tecido empresarial agrícola português no Espaço de Expositores Privados e, sem esquecer, o Espaço de Diversão Infantil, que garantirá que os mais pequenos chegam a casa com a satisfação de um dia bem passado.Ao longo dos quatros dias da Feira Agrícola do Norte, são diversas a atividades em destaque, nomeadamente o Concurso

Raça Holstein Frísia e Concurso Open, com Animais Jovens e Animais Adultos, que em 2017 contou com mais de 135 bovinos m competição. Para além das atividades de responsabilidade social que despertam sempre o espírito de diversão e solidário nos participantes, é já obrigatório referir a componente lúdica do certame que tem atraído figuras de renome do panorama musical português e que muito animam as noites de Verão do público que se desloca ao Espaço AGROS.Um grande destaque da edição deste ano será a realização do Agrolympics Europeu que, pela primeira vez em Portugal, reunirá mais de 100 estudantes agrícolas de vários países europeus, num espírito de competição saudável, testando a sua perícia e capacidades em diversas provas de cariz agrícola. Portugal também estará representado com os vencedores do Agrolympics Portugal, realizado na AgroSemana 2017: Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa – Covilhã. Em paralelo com esta notável competição, realizar-se-á o 3.º Agrolympics Portugal. Um evento singular a não perder.Muitas outras novidades prometem ser reveladas nos meses que antecedem a edição de 2018 da AgroSemana – Feira Agrícola do Norte, que pretende aproximar o público urbano do mundo rural.

30 Agosto a 2 Setembro2018

Artigo AGROS

REVISTA AGROS Nº35 . 35

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Acontecimentos

Fórum “Leite - Produto Nacional de Excelência”…não só na alimentação, mas também na economia nacional!

Decorreu, no dia 3 de abril, na Sede da CONFAGRI (Palácio Benagazil em Lisboa) um Fórum exclusivamente dedicado ao Leite: “Leite

- Produto Nacional de Excelência”, organizado pela CONFAGRI e a FENALAC, com o objetivo de divulgar e promover a imagem do leite e dos produtos lácteos nacionais.Considerado por muitos como o superalimento, o leite é, de facto, uma importante fonte de nutrientes indispensáveis numa dieta alimentar saudável. Conscientes desta realidade e da importância da desmistificação de alguns mitos associados ao seu consumo, surgiu esta iniciativa que contou com a presença do Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Dr. Capoulas Santos e do Secretário de Estado e da Agricultura e Alimentação, Dr. Luís Vieira.A abertura dos trabalhos esteve a cargo do Eng.º Francisco Silva, Secretário-Geral da CONFAGRI, e do Dr. Luís Vieira. O Eng.º Francisco Silva destacou a iniciativa em questão, sendo uma ação conjunta da CONFAGRI e FENALAC, com o objetivo principal de promover e valorizar a produção nacional do leite, “um produto de origem animal essencial para a alimentação humana”. Salientou, ainda, a questão da etiquetagem do leite e dos produtos lácteos, uma reivindicação do setor que obriga a “colocação de uma menção obrigatória nas embalagens, explicitando qual o País

de origem ou o País de transformação dos produtos lácteos em causa”. Agradeceu ao governo o empenho manifestado no tratamento desta questão, que possibilitou que, a partir de 1 de janeiro de 2018, os consumidores pudessem ficar devidamente elucidados sobre a origem dos produtos lácteos que consomem através da menção “Origem Portugal”. Seguiu-se a intervenção do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação que, considerou a temática do Fórum de grande relevância e atualidade, e referiu que “o setor do Leite foi, no quadro da adesão à CEE, provavelmente aquele em que se registou uma mudança estrutural mais profunda, a vários níveis” mas “soube adaptar-se e crescer em profissionalismo, redução custos produção, exigências de qualidade, bem-estar animal, permitindo que Portugal tenha um grau de autoaprovisionamento setorial na ordem de 97%”. Realçou, ainda, que “o setor do leite tem hoje à sua frente um conjunto de desafios que irá seguramente ganhar”, e começou por sublinhar “a necessidade de reforço da posição da produção na cadeia de valor agroalimentar, enquanto fator crucial para se promover o equilíbrio e a equidade na distribuição do rendimento”, a necessidade de “continuar a apostar na inovação e no conhecimento, ao nível dos processos, produtos, formas de comercialização, num ambiente de gestão profissionalizada - a única via para reforçar o posicionamento no mercado global” e, por fim, o desafio de promover o aumento do consumo de leite.

TEXTO:Adaptado por AGROS

FONTE:FENALAC; CONFAGRI

FOTO:Marcelo Rebelo de Sousa,

Presidente da República Portuguesa

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A FENALAC é a entidade que representa o setor lácteo cooperativo nacional, assumindo-se como um parceiro institucional e uma presença interventiva na sociedade, empenhada no desenvolvimento de projetos de responsabilidade social. A Federação é formada por quatro grandes organizações cooperativas – AGROS, Proleite, Lacticoop e Serraleite, que juntas abarcam entre si mais outras 70 cooperativas de base, representando 70% do setor lácteo do território continental, o equivalente a 2.000 produtores de leite.A FENALAC tem uma função importante na dinamização de zonas rurais no território nacional e na promoção do emprego, sendo uma organização com presença relevante no mercado lácteo, pois agrega marcas reconhecidas do setor cooperativo e visa a melhoria dos índices de bem-estar e saúde, promovendo a informação dos consumidores. Como entidade presente em toda a fileira do leite - desde a produção e recolha, à transformação, consumo e valorização - presta assessoria técnica junto dos produtores e apoia a modernização tecnológica das explorações de leite, com repercussões na melhoria de condições de produção e na criação de emprego nas zonas rurais. O acompanhamento de todo o processo e a interação com os vários intervenientes permite-lhe garantir a segurança alimentar do leite, através do control direto da matéria-prima e da assistência nas diversas áreas envolvidas. Os seus objetivos passam por representar nacional e internacionalmente o setor, defender os seus direitos e interesses, promover a informação, a assistência e o estudo sobre o leite e participar ativamente na formulação e aplicação da legislação sectorial.A FENALAC é um das Federações fundadoras da CONFAGRI.

O peso do setor do leite na economia nacionalO 1º Painel do fórum foi subordinado ao tema “O Setor Leiteiro Português – a importância económica e social”, com o Secretário-Geral da FENALAC, Fernando Cardoso. Destaque-se que a produção de leite em Portugal representava 707 milhões de euros em 2015, o equivalente a 24% da produção animal e a 10% da produção agrícola.

A indústria do leite e laticínios apresenta um volume de vendas de 1,3 mil milhões de euros, sendo o segmento mais importante (15%) da Indústria Alimentar.

A criação de emprego direto e indireto do sector lácteo deverá atingir os 50 mil postos, sendo de realçar que a maior parte estão em zonas rurais altamente carenciadas do ponto de vista económico e social, reforçando assim a importância dos mesmos na fixação das populações.

A importância do Leite na alimentação - mitos e verdadesO Nutricionista Pedro Carvalho foi o convidado do evento para o 2º Painel sobre “A importância do leite na alimentação – mitos e realidades”. Pedro Carvalho afirma que “muito poucos alimentos foram alvo de uma campanha tão negativa como o leite tem sido nos últimos anos”. Neste fórum foram abordados os vários mitos que existem em torno do consumo de leite e a falta de fundamento científico de que padecem.

A nova rotulagem da origem do leite como forma de valorizar o que é nacionalNo Painel 3 foi apresentado “O novo regime de etiquetagem da origem do leite”, pelo Diretor-Geral da DGAV - Direção Geral de Alimentação e Veterinária, Professor Doutor Fernando D’Almeida Bernardo.Recorde-se que, desde o dia 1 de Janeiro de 2018, entrou em vigor uma nova legislação nacional que obriga à indicação da origem do leite nas embalagens de produtos lácteos, permitindo facilmente ao consumidor a preferência pela produção nacional. Durante o encerramento, o Comendador Manuel dos Santos Gomes, Presidente da CONFAGRI e da FENALAC, afirmou: “Esta legislação vai permitir a valorização da produção nacional, tanto mais que o consumidor reconhece a qualidade do leite produzido em Portugal. Para além dos benefícios para a saúde, o consumo de leite português contribui de forma relevante para a animação da economia nacional, a criação de emprego e a coesão social e o ambiente, uma vez que esta atividade se desenvolve no meio rural ”. Também o Presidente da República interviu no final do evento.

O Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu o papel da CONFAGRI ao serviço da agricultura portuguesa, na defesa daqueles que produzem ligados à terra. Reforçou a importância de eventos desta génese e do trabalho no terreno, junto das famílias e nas escolas, pois é necessária uma luta de mentalidade e cultural, na divulgação dos benefícios do leite para a saúde.No final das intervenções, decorreram provas de produtos lácteos e uma atuação de um grupo de crianças da Escola Básica Alice Vieira com uma música que começava com a frase “o iogurte é o que a gente curte”.

Sobre a FENALAC

FOTO:Aspeto geral da assistência com a presença do Sr. José Capela - Presidente da Administração do Grupo AGROS, Sr. Joaquim Cardoso - Presidente da Administração Lacticoop, Sr. Casimiro Almeida Presidente da Lactogal entre outros.

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da categoria Vaca Grande Campeã (GC), pertencente à Exploração Encanto Natural - Agro-Pecuária, Lda (Poiares, Ponte de Lima), assim como o vencedor da Grande Campeã Jovem (J). A inauguração do certame contou com a presença, entre outras entidades, do Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural – Dr. Luís Capoulas Santos, do Presidente da Câmara Municipal de Braga - Dr. Ricardo Rio, e do Presidente da InvestBraga – Eng.º Carlos Oliveira. Aquando a visita destas entidades à AGRO, na sua passagem pelo Stand da AGROS, realizou-se o tradicional brinde em honra do consumo de leite – o Milk Drink.

No que se refere à vertente expositiva da AGROS, esta fez-se representar de forma institucional, com foco na promoção e sensibilização para o consumo e benefícios da nossa matéria-prima de excelência – o leite, sempre com referência ao seu posicionamento na cadeia de valor, como líder na qualidade, rastreabilidade e recolha do leite. Também as empresas do Grupo marcaram presença na Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, nomeadamente, a Agros Comercial, PEC Nordeste, Lusogenes e Ucanorte XXI.Com mais de 250 expositores em 2018, infraestruturas renovadas e rebatizado “Fórum Braga”, as expectativas são grandes para a próxima edição da AGRO, pelo seu passado e contribuição para a dinamização do setor primário no panorama nacional.

A 51.ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação decorreu entre 10 a 13 de maio de 2018.

O evento inaugurou as novas instalações do Parque de Exposições de Braga (PEB), depois da revitalização de todo o espaço, com um intuito de fornecer melhores condições a todos os intervenientes nas futuras edições da AGRO.Com organização da InvestBraga, a Feira Internacional de Agricultura é a única, ao nível nacional, que faz parte da EURASCO (European Federation of Agricultural Exhibitions and Show Organizers).A 51ª edição da AGRO teve uma programação especial, ao longo dos quatro dias do evento, onde decorreram conferências, seminários e espetáculos, entre muitas outras atividades, que pretenderam ir ao encontro dos interesses e necessidades dos visitantes.A componente reforçada de conferências e “workshops” teve como intuito a criação de um espaço de partilha de conhecimento e de estratégias para impulsionar o setor primário de Portugal. Das diversas iniciativas levadas a cabo, destaca-se o seminário “A PAC pós 2020 e a Agricultura da Região Norte” com organização da CONFAGRI, temática que esteve em debate depois do controverso anúncio de corte de 5% nas verbas da PAC. Ajudas diretas, apoio ao desenvolvimento rural e políticas de coesão foram algumas das questões abordadas. A cargo da CONFAGRI esteve também a realização de um seminário de “Prevenção de Acidentes com Tratores e Máquinas Agrícolas”.Incluídos no programa estiveram ainda os habituais concursos pecuários, nomeadamente, o XIII Concurso Nacional de Galinhas de Raças Autóctones, o Concurso Pecuário da Raça Arouquesa, Maronesa e Minhota, o 8.º Concurso Pecuário Nacional da Raça Cachena, o 30.º Concurso Pecuário Nacional da Raça Barrosã, e o 6.º Concurso Pecuário da Raça Holstein Frísia (Animais Jovens e Animais Adultos). No que concerne a este último, exalta-se o animal vencedor

TEXTOAGROS

FOTOInauguração da Feira -

Milk drink.

CRIADORES COM ANIMAIS A CONCURSO - RAÇA HOLSTEIN FRÍSIA

CRIADOR LOCALIDADE

Encanto Natural - Agro-Pecuária, Lda (GC) (J) Ponte de Lima

Escola Prof. de Agricultura e Desenv. Rural de Ponte de Lima Ponte de Lima

Escola Profissional de Fermil, Celorico de Basto Celorico de Basto

Sociedade Agrícola Balazeiro do Sobrado, Lda Vila do Conde

Sociedade Agro-Pecuária Vilas Boas & Pereira, Lda Ponte de Lima

ANIMAIS A CONCURSO

20 VACAS A CONCURSO

2 248 LITROS DE LEITE RECOLHIDO

Acontecimentos

AGRO Braga 2018

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R ealizou-se, no passado dia 1 de junho de 2018 – Dia Internacional do Leite, no Auditório da Sede da Proleite - Cooperativa Agrícola de

Produtores de Leite C.R.L. em Ul, a VIII Cerimónia de Entronização da Confraria Nacional do Leite. Numa conjuntura marcada pelo abrupto decréscimo do consumo de leite e produtos lácteos, foram entronizados 21 Confrades (Mérito, Honra e Irmãos), representantes de diversas Instituições e Organizações ligadas, em especial, ao Setor Agrícola Leiteiro, oriundos de várias regiões do país, que se comprometeram a prestigiar, defender e divulgar o produto e o setor.

Das diversas individualidades entronizadas, destaca-se a atribuição do título de Confrade de Honra ao Eng.º Ilídio Costa Leite Pinho e ao Professor António Leite Pinheiro de Magalhães.

Foram ainda atribuídos os títulos de Confrade de Mérito (a título póstumo), pela importante contribuição para o setor do Leite e Laticínios, à Eng.ª Maria Antónia Figueiredo – Secretária-Geral Adjunta da CONFAGRI, e à Eng.ª Dina Mota Alves

– Responsável pelo Departamento da Qualidade, Segurança e Ambiente na AGROS U.C.R.L. De relevar, ainda, a entronização do Eng.º António Ferreira – Secretário-Geral da ABLN - Associação para apoio à Bovinicultura Leiteira do Norte.Todos os novos Confrades (17 Confrades Irmãos e 2 Confrades de Honra) prestaram juramento de defesa do produto de excelência que é o Leite. Seguiu-se a esta cerimónia a Missa de Ação de Graças na Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis e um almoço de Confraternização.

TEXTOAGROS

FOTOS1. Cerimónia de Entronização dos novos Confrades.2. Grupo dos presentes na cerimónia.

VIII Cerimónia de Entronizaçãoda Confraria Nacional do Leite

Acontecimentos

1.

2.

REVISTA AGROS Nº35 . 41

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N o Dia Mundial da Criança os protagonistas são os mais pequenos. Desde o ano 2001 que esta comemoração coincide com o Dia Mundial do Leite,

criado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, com o intuito de reconhecer a importância do leite como alimento global desde os primórdios da humanidade.A Festa da Criança e do Leite, promovida pela AGROS, realizou-se no dia 1 de junho de 2018, entre as 10h00 e as 16h30, no Espaço AGROS em Argivai – Póvoa de Varzim, e fez a delícia dos mais novos que tiveram a oportunidade de experienciar momentos únicos de lazer e diversão, num dia repleto de atividades ao ar livre.Nesta que foi a 3.ª edição do evento, participaram cerca de 700 crianças finalistas do ensino básico – 4.º ano de escolaridade – pertencentes a escolas dos Agrupamentos Escolares dos Concelhos de Matosinhos, Maia, Trofa, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.Uma vez que, de acordo com a Comissão Europeia, Portugal está entre os países da Europa com maior número de crianças afetadas pela obesidade, é de crescente importância alertar e sensibilizar a população para os benefícios de uma alimentação equilibrada e estilo de vida saudável,

Festa da Criança e do Leite 2018

valorizando o leite e os seus produtos derivados como alimentos preciosos a nível nutricional, sobretudo na idade infantil. É sob este mote que se realizaram diversas dinâmicas didáticas e recreativas, num ambiente de companheirismo e partilha entre os participantes.Paralelamente, pretendeu-se que os mais novos interagissem num espaço que prima pelo contacto direto com a natureza e passado rural, procurando incutir uma forma de reflexão lúdica sobre a redução dos resíduos e proteção dos recursos naturais ao demonstrar que os materiais recicláveis e descartáveis podem ser reaproveitados de diversas formas, com criatividade, inclusive para a criação de brinquedos.Honrou-nos com a sua presença a Senhora Vice-Presidente e Vereadora do Pelouro da Educação da Câmara Municipal de Vila do Conde, a Dr.ª Maria de Lurdes Castro Alves, e em representação da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, o Dr. Marco Afonso da Cunha Martins Barbosa, Vereador do Pelouro da Juventude.O dia terminou com uma aula de zumba infantil, que muito divertiu os mais pequenos.É nossa convicção que é fundamental o investimento na formação infantil, uma vez que as crianças devem ser os principais intervenientes num futuro saudável e sustentável.

Acontecimentos

TEXTOAGROS

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Factos sobre a alimentação em Portugal

Comer mal é o principal responsável pela perda de anos de vida saudável dos portugueses.

A obesidade (peso a mais) é o maior problema de saúde pública.Os bolos, doces, bolachas, snacks salgados, pizzas, refrigerantes, néctares e bebidas alcoólicas (alimentos não incluídos na Roda dos Alimentos) representam cerca de 21% do consumo total

57% da população nacional tem excesso de peso.

FONTE:Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável

Crianças com menos de 10 anos

Obesos

7,7%

17,3%

Pré-Obesos

Adolescentes (10-17 anos)

Obesos

8,7%

23,6%

Pré-Obesos

53% dos Portugueses consome menos de 400 g de

hortofrutícolas.

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Organizado pelo EuroDairy, e resultante de uma colaboração entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o Centro de

Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) e a AGROS, surge o Workshop “Uso Eficiente da Água na Produção Leiteira”, que se realizou nos dias 18 e 19 de Junho no Espaço AGROS – Póvoa de Varzim.A EuroDairy é uma rede internacional com o intuito de aumentar a sustentabilidade económica, social e ambiental da produção leiteira na Europa. Através desta missão e, tendo em consideração que água é um recurso escasso em muitas regiões do mundo, a produção de leite necessita fornecer água em quantidade e qualidade para os processos fisiológicos da vaca, para produção de forragens e pastagens, e para uso em instalações pecuárias. Assim, o principal objetivo desta iniciativa, consistiu em apresentar abordagens e técnicas atualizadas, de alta eficiência, de utilização da água na produção leiteira.O Workshop decorreu durante dois dias, sendo que o dia 18 de junho foi dedicado a técnicos do setor com palestras exclusivamente em inglês, e o dia 19 de junho teve como público-alvo os Produtores de Leite, com sessões em português.No que concerne ao dia 18 de junho, o primeiro dia do evento, marcaram presença cerca de 70 técnicos especializados. Depois da Sessão de Abertura, teve a palavra Ricardo Serralheiro em representação da

Universidade de Évora, que apresentou a temática relativa à situação atual e prospeções sobre as políticas Europeias no que toca à água utilizada para a agricultura e produção animal. Seguiu-se Chenyao Yang (UTAD) que efetuou projeções sobre as alterações climáticas em Portugal, especificamente em relação à precipitação, e potencial impacto nos sistemas de pastagem e forragens. A utilização efetiva da água em explorações leiteiras esteve a cargo de Martina Dorigo, da Agriculture and Horticulture Development Board (AHDB) - Reino Unido, e a importância da água na alimentação da vaca leiteira foi referida por Anne Boudon (INRA - News for scientists and students, França). Já Arnelle Gac, da IDELE – França, pronunciou-se relativamente ao consumo de água nos sistemas leiteiros e a última palestra da manhã foi proferida por José Gonçalves, Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) sobre o uso eficiente de água na produção de forragem. Durante a tarde realizaram-se visitas a Explorações Leiteiras. No último dia do evento, 19 de junho, as sessões realizaram-se apenas durante a tarde e contaram com a presença de, aproximadamente, 300 Produtores de Leite. Mónica Santos, da UTAD, foi a primeira a abrir o painel com a temática “ Como podem as alterações climáticas afetar as pastagens e a produção de forragens em Portugal?”, seguida de Maria José Gomes, também da UTAD, com o tema “ Importância da quantidade e qualidade da água na alimentação da vaca leiteira”. Joaquim Cerqueira - Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (ESA – IPVC) recaiu sobre os “Indicadores de stress térmico em vacas leiteiras, seu impacto na produtividade e na utilização de água” e seguiu-se José Luís Pereira (Escola Superior Agrária de Viseu) com o tema “Uso eficiente da água em instalações para vacas leiteiras” e, por último, José Gonçalves apresentou a mesma temática do dia anterior.Este Workshop garantiu a todos os participantes um melhor e mais completo conhecimento acerca da utilização eficiente da água, para melhores resultados na sua atividade.

WORKSHOP “Uso Eficiente da água na Produção Leiteira” Project EuroDairy

TEXTOAGROS

FOTOS1. Aspeto geral da

assistência do Workshop.2. Intervenção de Anne Boudon, INRA, França.

Acontecimentos

2.

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Medalhas de Ouro 2018 – Carne Barrosã

Decorreu, no dia 7 de fevereiro de 2018, em Santarém, nas instalações do CNEMA - Centro Nacional de Exposições de Santarém, a sétima

edição do Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados.Este concurso, com organização conjunta da QUALIFICA, Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses e pelo CNEMA, contou com a participação de diversas carnes qualificadas, de várias espécies, nomeadamente, carnes de bovino, ovino, caprino e suíno, as quais foram submetidas à degustação e rigorosa avaliação de um exigente júri composto por alguns elementos ligados ao setor das carnes.Mais uma vez, a excelência da Carne Barrosã foi posta à prova e mereceu a máxima distinção, tendo conquistado as Medalhas de Ouro na categoria de carne de vitela, bem como nos hambúrgueres.A Organização de Produtores, sedeada na Cooperativa Agrícola de Boticas – CAPOLIB, afirmou o forte orgulho na renovação desta distinção, assim como considera ser um estimulante incentivo para os Produtores que labutam diariamente, 365 dias ao ano, muitas vezes em condições extremas, para a obtenção de tão nobre e distinta carne que faz as delícias dos palatos mais exigentes.

TEXTOAdaptado por AGROS

TEXTOAGROS

Acontecimentos

AGROS e PEC Nordeste distinguidas por Mérito Agrícola

A AGROS e a PEC Nordeste receberam a distinção por Mérito Agrícola aquando a realização da Expovez – Feira do Alto Minho, que decorreu

entre 4 a 6 de maio, no Centro de Exposições de Arcos de Valdevez. Esta iniciativa, que tem como objetivo agraciar todos os sócios dirigentes, quadros e parceiros com quem a Cooperativa mantém relações estreitas ao longo do decurso da sua existência, resulta de uma parceria conjunta da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, o Município de Arcos de Valdevez e a Associação Comercial e Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca (ACIAB).No momento da distinção, marcaram presença, entre outras individualidades, o Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez - Dr.º João Manuel Esteves, o Presidente da Câmara Municipal

da Ponte da Barca - Dr.º Augusto Marinho, o Eng.º Francisco Araújo em representação da ACIAB, o Dr.º Idalino Leão - Administrador Delegado da PEC NORDESTE e Presidente da Assembleia-Geral da AGROS, Dr.º Francisco Araújo - Diretor da Incubo: Centro de incubação de empresas de Arcos de Valdevez, a Direção da Cooperativa da Arcos de Valdevez, nomeadamente, o Eng.º Amândio Lago, Sr. Joaquim Marques e o Presidente da Assembleia da Cooperativa, o Professor Salvador Pinto Mor.É com enorme orgulho e satisfação que a AGROS e a PEC Nordeste recebem este prémio, em representação de todos os intervenientes no setor agropecuário, com a promessa de que continuaremos o compromisso traçado de valorizar, de forma sustentada, a produção agrícola e a pecuária do leite.

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PEC - NORDESTEIndústria de Produtos Pecuários do Norte, S.A.Zona Indústrial N.º 2 - Apartado 202 4564-909 Penafiel PORTUGAL

GPS41.222317, -8.284766 GR

UPOAGROS

TEL+351 255 718 [email protected]

ABATE DE BOVINOS, SUÍNOS, OVINOS E CAPRINOS

DESMANCHA, FATIAGEM E ACONDICIONAMENTODE CARNE

DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOSCOMERCIALIZADOS

COMPRA DIRETA DE ANIMAIS (Vacas Refugo)

ABATE DE ANIMAIS PARA CONSUMO PRÓPRIO(Mais informações na sua Cooperativa)

FABRICO DE PREPARADOS DE CARNE

COMERCIALIZAÇÃO DE CARNES

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Espaço Lúdico

AGENDACulturalAgrícola

AgroSemana – Feira Agrícola do Norte30 de agosto a 2 de setembro de 2018, Póvoa de Varzim

A 6.ª edição da AgroSemana – Feira Agrícola do Norte irá ter lugar entre os dias de 30 de agosto e 2 de setembro de 2018.Na última edição, A AgroSemana contou com mais de 60 mil visitantes e mais de 150 expositores de diversas áreas de negócio, prometendo continuar a evoluir qualitativamente, alicerçada na ideia clara de proporcionar uma oferta técnica e profissional de cariz vincadamente agrícola e de aproximar o público geral ao melhor que o mundo rural tem para oferecer.Os momentos de partilha de conhecimento, de experiências e de novas práticas, que contribuem para que se criem novas parcerias para todos os profissionais do setor agropecuário, fazem deste um dos principais eventos a nível nacional.Para esta edição, além de um número crescente de novas áreas de negócio em exposição, os visitantes da AgroSemana poderão contar com uma maior diversidade de atividades, tanto de cariz agrícola, como para o público geral, e encontrar espaços de excelência com todas as comodidades para partilhar momentos memoráveis com toda a família.Esperamos por si no Espaço AGROS, de 30 de agosto a 2 de setembro, com entrada gratuita!www.agrosemana.pt

Espaço AGROS Lugar de Cassapos 4490-258, Argivai Póvoa de Varzim

Portugal Rural7, 8 e 9 de setembro de 2018, Vila do Conde

“Portugal Rural, Feira de Atividades Agrícolas de Vila do Conde”, regressa aos Jardins da Avenida Júlio Graça de 7 a 9 de setembro, trazendo até à cidade as tradições da vida rural num certame que, este ano, irá destacar a temática da atividade turística e de lazer em torno das explorações agrícolas.Para além da exposição de animais, bastante apreciada pelos mais novos, o certame contará com a presença de casas agrícolas, empresas agrícolas, instituições e organismos ligados ao setor rural concelhio e nacional.www.cm-viladoconde.pt

Jardim da AV. Júlio GraçaVila do Conde

AgroGlobal5, 6 e 7 de setembro de 2018, Valada do Ribatejo

A AgroGlobal procurou desde a sua primeira edição em 2009, através da organização de eventos que realcem a verdadeira natureza do setor agrícola, alterar a perceção popular do “rudimentarismo” desta atividade e elucidar a comunidade quanto à importância do setor agrícola no desenvolvimento económico, social e ambiental do país. Crescendo em todas as edições, a missão AgroGlobal 2018, que decorre durante os dias 5, 6 e 7 de setembro em Valada do Ribatejo, passa por acolher a participação das grandes empresas da cadeia de produção agrícola de forma cada vez mais empenhada e dinâmica. Procuram o reforço da participação e empenho de empresas de áreas de negócio de suporte ao setor agrícola: bancos, seguradoras, empresas de energia, telecomunicações, entre outros. Serão produzidas diversas culturas na vasta área agrícola preparada para o evento, e procuraram organizar colóquios e debates ainda mais dinâmicos.www.agroglobal.pt

Mouchão do Esfola Vacas, Porto de Muge 2070-503, ValadaCartaxo

30 Agosto a 2 Setembro2018

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Sabores da Nossa Terra

Ingredientes:• 500 ml. Natas Agros UHT;• 500 gr. de abóbora;• 1 Cebola;• 1 Colher de sobremesa de Manteiga Agros c/ Sal;• Sal q.b.;• Pimenta q.b.;• Noz-moscada q.b.

Ingredientes:• 1 embalagem de Natas Agros UHT (200 ml.);• 400 gr. Massa Pene• 350 gr. Frango Grelhado Desfiado• 2 Colheres de Sopa de Pesto• ½ Chávena de Manjericão• 2 Colheres de Sopa de Cebolinho picado• Azeitonas q.b.• 1 Embalagem de Rúcula• 150 gr. de tomate cereja cortado em metades• Sal q.b.• Pimenta q.b.

Preparação da Receita:Pique a cebola e refogue numa panela com Manteiga Agros c/ Sal. De seguida, limpe a abóbora e corte em pedaços. Coloque a abóbora na panela, cubra com água e deixe cozer até ficar tenra.Assim que estiver no ponto, adicione sal, pimenta e noz-moscada a gosto. Triture tudo com a varinha mágica até obter a consistência de puré.Adicione as Natas Agros UHT e sirva quente.

Preparação da Receita:Em primeiro lugar, cozinhe e escorra a massa. Coloque a massa numa saladeira, juntamente com o frango, a rúcula, azeitonas a gosto, e o tomate a metades. Tempere com sal e pimenta q.b.Numa taça, misture as Natas Agros UHT com o pesto, o manjericão e o cebolinho picado. Mistura até todos os ingredientes até o preparado se encontrar homogéneo.Deite o preparado por cima da salada e sirva frio ou quente, de acordo com o que preferir.

Sopa de Abóbora

Salada de Frango

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Espaço Lúdico

Palavras Cruzadas

2. 3.

1. 31.

26.

5. 24. 25.

4.

7. 23. 30.

6.

18. 29.

17.

8. 27. 33.

9. 32.

10.

15.

16. 28.

11.

14. 22.

12. 19. 21.

20.

13.

Horizontais:1. Espaço na AgroSemana onde é possível fazer o Batismo a Cavalo; 4. Este mineral desempenha um papel importante na função nervosa, contração muscular e coagulação do sangue; 5. Marca que comercializa Unifeeds representada pela Agros Comercial; 6. Atividade que contribui para a Responsabilidade Social durante a AgroSemana; 8. Atividade equestre da AgroSemana; 10. Município representado na Festa da Criança e do Leite 2018; 11. Necessário para a atividade e contração muscular; 12. Gramínea forrageira; 13. Província Portuguesa; 16. Produto lácteo; 17. Gramíneas e leguminosas; 20. Competição entre Escolas Profissionais Agrícolas; 21. Atividade canina incluída no programa da AgroSemana; 22. Responsável pela plantação, cultivo e colheita da uva; 25. Sede da Ucanorte XXI; 28. Valor pelo qual se rege a AGROS; 29. Valor pelo qual se pauta a Ucanorte XXI; 32. Fator de relevo nas boas práticas de produção.

Verticais:2. Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação; 3. Atividade Infantil na AgroSemana; 7. Empresa do Grupo AGROS que lançou recentemente um novo website; 9. Inflamação da glândula mamária; 14. Atividade da AGROS; 15. Contribui para o normal desenvolvimento cognitivo; 18. Entidade que representa o setor lácteo cooperativo nacional; 19. Campo de trigo; 23. A AGROS é líder; 24. Presença no leite; alro valor biológico; 26. Gera energia nas células do organismo; 27. Atividade na génese da AgroSemana; 30. Confederação; 31. Cultivo; 33. Sachola.

SOLUÇÕES

1. Picadeiro; 2. AGRO; 3. Insufláveis; 4. Cálcio; 5. Storti; 6. Slide; 7. Segalab; 8. Charrete; 9. Mastites; 10. Maia; 11. Potássio; 12. Azevém; 13. Minho; 14. Recolha; 15. Iodo; 16. Nata; 17. Forrageiras; 18. FENALAC; 19. Seara;

20. AGROlympics; 21. Cãominhada; 22. Viticultor; 23. Qualidade; 24. Proteína; 25. Folgosa; 26. Fósforo; 27. AgroVisitas; 28. Deontologia; 29. Cooperação; 30.

CONFAGRI; 31. Lavoura; 32. Ambiente; 33. Enxada;

Escolha a segurança

Comescolha a nova geração de película de silagem:

Conservação perfeita da silagemGarantia de resistência e durabilidade

Fácil de desdobrarFiável, impedindo a transmissão de oxigénio

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Escolha a segurança

Comescolha a nova geração de película de silagem:

Conservação perfeita da silagemGarantia de resistência e durabilidade

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