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SustentabilidadeRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
MARÇO | 2016
Fontes: 11 fatos que você precisa saber sobre a crise hídrica no Brasil. Revista Ecológico. 2014. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos. Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento. 2014. Cadu Caldas. O Brasil conta gotas: entenda as causas e desafios da falta de água que se espalha
pelo país. Zero Hora. 2015. Rodolfo Alves Pena. Escassez de água no Brasil. Brasil Escola. 2016.
Lava-jato sustentável
Desde 2014 o Brasil passou a enfrentar sérias consequências de uma crise hídrica que, apesar de causar
maior impacto no Sudeste, atraiu a atenção pela proporção, duração e intensidade. A crise começou com a
escassez de chuva e a falta de gestão de recursos naturais, levando os reservatórios mais importantes do país
a apresentarem níveis baixos de água por um longo período. Entretanto, a crise hídrica não é só uma questão
demográfica – na qual populações se concentram em uma região e isso influencia diretamente na falta de
água -, mas consequência da má utilização e gestão dos recursos hídricos no país.
Os setores que dependem da água em suas atividades precisam rever a utilização e o gerenciamento desse
recurso. Entre esses negócios essão os lava-rápidos, cujos modelos sustentáveis serão apresentados neste
relatório.
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Em uma economia com escassez de água, a agricultura, a indústria e
os serviços são diretamente afetados. Além disso, a geração de energia
brasileira ainda é muito dependente do sistema hidrelétrico. Dessa forma,
uma crise hídrica afeta diretamente o potencial de geração de energia,
provocando graves consequências para a economia do país.
O desperdício de água no Brasil foi
de 37% em 2014, mais que o dobro aceito pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
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O consumo de água nos lava-rápidose a regulamentação no setor
PRINCIPAIS REGULAMENTAÇÕES DE LAVA-RÁPIDOS
Uma pesquisa realizada em Pernambuco apontou que 90% dos lava-rápidos utilizam água de poços, carros-pipa
ou da companhia de distribuição do local. Apenas 2,5% deles afirmam reutilizar a água da chuva.
Os lava-rápidos geralmente utilizam água potável, porém, ao fim do processo ela está contaminada por
produtos de limpeza que, se não forem descartados corretamente, podem poluir o meio ambiente e causar
danos a lençóis de água presentes no solo. É necessário que a água utilizada nos lava-rápidos seja tratada,
para que esses resíduos de limpeza não causem impactos ao ambiente.
Lei nº 9.439/2010: “obriga postos de combustíveis, lava-jatos, transportadoras, empresas de ônibus
e locadoras no Estado do Espírito Santo a instalarem sistemas de tratamento e reutilização da água
usada na lavagem dos veículos, equipamentos e instalações.”
Lei nº 6034/2011: “dispõe sobre a obrigatoriedade dos postos de combustíveis, lava-rápidos, trans-
portadoras e empresas de ônibus urbanos intermunicipais e interestaduais, localizados no Estado do
Rio de Janeiro, a instalarem equipamentos de tratamento e reutilização da água usada na lavagem
de veículos.”
Projeto de Lei nº PL./0142.3/2015: “obriga os postos de serviço e lava-rápidos no Estado de Santa
Catarina a instalarem sistema para reúso da água utilizada em suas atividades, bem como sistema de
captação de água da chuva.”
Resolução CONAMA Nº 430/2011: “dispõe sobre condições e padrões de lançamento de efluentes”.
Lei nº 16.160/2015: “cria o programa de reúso de água em postos de serviço e abastecimento de
veículos e lava-rápidos no Município de São Paulo, e dá outras providências.”
Fontes: Impactos ambientais dos lava-jatos. Associação dos Fiscais Ambientais e Urbanísticos de Natal. 2012. Lava Jato.
Consumo consciente de água no lava-rápido. NBJ Systems. 2016. Centro Sebrae de Sustentabilidade.
Cerca de 150 litros de água são utilizados por dia
para lavar um carro popular.
Ponto de atenção: empresário, fique atento às leis do município e do estado em que você atua.
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Sistemas de lavagem sustentávele seus benefícios
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Como o nome sugere, esse sistema não utiliza água para lavar os veículos. Ao invés disso, utiliza uma
cera diluída que pode lavar um carro inteiro, removendo barro e areia com apenas 250ml do produto.
A cera é muito eficiente na remoção da sujeira, sem a necessidade de esfregar o veículo. Isso protege
a pintura de possíveis riscos que os lava-rápidos tradicionais fazem na lataria.
Em sistemas de lavagem que captam água da chuva, o gasto com o recurso pode baixar em até 75%.
Nesses casos, a água é captada por meio de calhas, passando por canos e sendo armazenada em reser-
vatórios como caixas d´água.
Além dos benefícios ambientais que o lava-rápido a seco oferece, os custos de licenciamento e ins-
talação são reduzidos – poço, encanamento, mangueira e sistema de tratamento da água utilizada na
lavagem não são necessários. O custo da cera também não é significativo, o que torna esse modelo
de negócio competitivo perante as lavagens tradicionais. Além disso, a crise hídrica tem feito a popu-
lação procurar serviços de modelo sustentável.
Trata-se de um sistema muito adequado a estados com altos índices de chuva durante o ano.
Existem vários sistemas
no mercado que ofe-
recem o tratamento da
água para reuso. Nes-
ses sistemas, a água é
filtrada e passa por um
processo que absorve
óleo, graxa e outros
resíduos.
Alguns sistemas reu-
tilizam a água até seis
vezes e podem reapro-
veitar mais de 80% do
recurso. Com esses sis-
temas, os lava-rápidos
podem utilizar apenas
36 litros de água por
lavagem.
Para entender como
funciona um sistema
de reaproveitamento
de água, acesse o ví-
deo de um lava-rápido
que mostra os passos
do processo.
Lava-rápido a seco
Lavagem com reutilização da água
Utilização de sistema pluvial
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Fontes: Lava-jato sustentável reaproveita mais de 80% de água. Vereador Paulo Câmara. 2013. Lava-rápido encontra maneira de reaproveitar água
usada na lavagem dos carros. Globo. 2014. Dono de lava-rápido usa água da chuva e economiza 50% na conta. G1. 2014. Beatriz Moreira. Dono de
estacionamento desenvolve lava-rápido sustentável. Catraca Livre. 2015. “Lava-jato ecológico” reaproveita água da chuva e faz sucesso em BH. R7
Notícias. 2015. Como montar um lava-jato a seco. Sebrae. 2016. Vinícius Gonçalves. Como montar um lava-rápido a seco. Novo Negócio. 2016. Nil-
son de Brito Feitosa e Carlos Fernandes M. Filho. Abastecimento de água no meio Rural - Capítulo III – Tratamento. UFPB/CCT/DEC/AESA. Lava-Jato.
Centro Sebrae de Sustentabilidade.
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Dicas sustentáveisAlém de investir em sistemas sustentáveis para o lava-rápido, o empresário deve pensar em outros aspectos
sustentáveis, como:
Utilizar produtos biodegradáveis: os
detergentes geralmente
utilizados em lavagens
são corrosivos à pele e
prejudicam a natureza.
Quando o lava-rápido
opta por produtos bio-
degradáveis, as substân-
cias são decompostas
no meio ambiente.
Destino das embalagens de detergentes: é ne-
cessário fazer o descarte
correto das embalagens,
que ainda podem conter
substâncias químicas.
Outra opção é fazer
parceria com empresas
de coleta ou fabricantes,
para realizar a devolução
das embalagens.
Filtrar a água antes do descarte: a água
utilizada nas lavagens
possui óleos e graxa,
portanto, não pode ser
descartada no esgoto
sem um processo de
filtragem.
Para fazer uso da água dos rios no seu negócio, é necessária a aprovação da Secretaria de Meio
Ambiente da localidade de atuação e a obtenção a outorga emitida pela Agência Nacional de Águas
(ANA).
É importante que o negócio esteja localizado próximo a um rio, do contrário, o custo de instalação
pode tornar o empreendimento inviável.
Utilização de água dos rios
Atenção: em qualquer dos
sistemas sustentáveis de lava-rápido que
utilizam água, é necessário o acompanhamento diário
do consumo para evitar desperdícios ou detectar
falhas no processo.
Nesse caso, é necessário avaliar o grau de poluição da água do rio. A água presente nas superfícies
(rios, lagos) sofre alteração de qualidade de acordo com a quantidade de chuva e a poluição. Assim,
dependendo do tipo de substâncias que estiverem presentes na água, pode ser necessário um trata-
mento para evitar que haja danos na pintura dos veículos.
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Casos de SucessoLava-rápidos sustentáveis
O posto Mime Metris decidiu implantar um sistema para diminuir o con-
sumo de água. Para alcançar esse objetivo, importou máquinas da marca
alemã Kärcher, que economiza até 90% de água e utiliza apenas 10 litros
por lavagem.
Com o tempo cada vez mais escasso para todos, ter um sistema completo e moderno, que agilize os serviços de lavagem para nossos clientes, é essencial. Além disso, há um custo-benefício muito interessante com essas novas soluções, já que consegui-mos priorizar a economia de água e atender uma média de 100
veículos por dia.
Paulo Chiodini, proprietário do posto Mime Metris, em entrevista para o site
Garagem 360.
POSTO MIME METRIS – JARAGUÁ DO SUL/SC
Franks Lopes, proprietário de um lava-rápido, investiu cerca de R$ 6 mil
para instalar um sistema de reutilização de água que economiza até 380
litros por lavagem. A água utilizada em uma lavagem vai diretamente
para um reservatório, passando por um filtro que elimina sujeira e produ-
tos utilizados, podendo ser utilizada novamente.
Franks Lopes, em entrevista à Globo Espírito Santo.
Hoje gasto cerca de 20 a 25 litros de água. A água reutilizada é para tirar o grosso, aquela sujeira mais bruta, lavar por baixo,
lavar o motor.
LAVA-RÁPIDO – LINHARES/ES
A mesma quantidade de água utilizada para lavar um veículo pode lavar até 50.
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Elton Rodrigues possui o lava-rápido há mais de dois anos e conseguiu
reduzir em até 70% o valor da fatura de água com a utilização da água da
chuva. O próprio empresário construiu o sistema e investiu R$ 6 mil reais,
armazenando 10 mil litros de água.
Ademim Tonon adquiriu um lava-rápido na cidade de São Paulo em meio
à crise hídrica. Ele quis inovar em processos para poder surpreender o
cliente e atuar de forma sustentável.
Elton Rodrigues, em entrevista ao G1.
Eu quis fazer bem feito. Soube de outros lava-rápidos que fize-ram, mas não compraram filtro, por exemplo. Da forma como fiz, acho que sou pioneiro na cidade e fico feliz com o retorno que recebo. É gratificante ver a água entrando no filtro e passan-do pelo sistema. Já valeu a pena, mesmo que o retorno finan-ceiro demore um pouco a vir. Algumas pessoas, até de outras cidades, já me procuraram para receber dicas de como montar
um sistema em casa ou no estabelecimento.
LAVA-RÁPIDO – LEME/SP
LAVA-RÁPIDO - SÃO PAULO/SP
As calhas foram feitas com PVC e direcionam a água para um filtro que retira resíduos como folhas, areia, entre ou-tros. Após ser filtrada, a água é encaminhada para dois re-servatórios e abastece o sistema de alta pressão para lavar os carros.
O empresário lava e encera carros sem utilizar água. Para implantar essa mudança, ele optou-se por cera de carnaú-ba diluída em solvente. Para lavar um carro inteiro é ne-cessário apenas 250ml.
Fontes: Maria Beatriz Vaccari. Lava-rápido sustentável usa apenas 10 litros de água por carro. Garagem 360. 2015. Dono de lava-jato do ES reusa água
e economiza 380 litros por lavagem. Globo/ES. 2015. Lava-rápido em Leme usa sistema que reduz em até 70% as contas de água. G1. 2015. Dono de
estacionamento desenvolve lava-rápido sustentável. Open City. 2015.
Casos de SucessoLava-rápidos sustentáveis
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SustentabilidadeRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA
MARÇO | 2016
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O Sebrae possui um guia completo de como montar um lava-jato com foco na sustentabilidade.
Acesse o guia para mais informações e detalhes;
Para decidir qual o melhor sistema sustentável de lava-rápido para você, tenha em mente a localiza-
ção, os recursos disponíveis e o mercado local. Os lava-rápidos a seco geralmente têm um investi-
mento mais alto e preços superiores aos lava-rápidos tradicionais;
Confira dicas sustentáveis do Cento Sebrae de Sustentabilidade para melhorar o desempenho do
seu negócio;
O atendimento é um fator crucial em qualquer empresa, por isso, possibilite o agendamento de
horários para o lava-rápido e disponibilize várias formas de pagamento. Ofereça local agradável para
o cliente esperar o fim da lavagem e aproveite para divulgar as iniciativas sustentáveis adotadas pelo
empreendimento;
A instalação elétrica utilizada em lava-rápidos necessita de um planejamento seguro, que proteja
tomadas do contato com a água e, ao mesmo tempo, assegure a facilidade no movimento dos
aparelhos.
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