suplemento do jornal causa operária nº 41

4
SUPLEMENTO dO SEMaNáriO NaciONaL OPEráriO E SOciaLiSTa CAUSA OPERÁRIA WWW.PCO.ORG.BR/CAUSAOPERARIA • ANO XXXIV • SUPlEmENtO dA EdIçãO Nº 747 • dE 15 A 21 dE jUNhO dE 2013 • dIStRIBUIçãO GRAtUItA FORA ALCKMIN ABAIXO A REPRESSÃO depois de reprimir barbara- mente a manifestação do últi- mo dia 13 usando a tropa de choque e colocando a cidade sob estado de sítio, o gover- no do PSdB decidiu, apoia- do na campanha da imprensa burguesa, “pegar leve” com a manifestação desta segunda- feira (17). a manobra do governo em crise é incapaz de reverter o estrago que já foi feito. A re- pressão às manifestações con- tra o aumento das passagens deixou centenas de feridos, alguns inclusive com sequelas graves. a tentativa de calar os pro- testos e impedir que novas manifestações avancem con- tra o governo permanece en- gatilhada com o uso de um nú- mero ainda maior de policiais à paisana, acompanhando as manifestações “por dentro”, em substituição aos homens fardados normalmente desta- cados para escoltar as passe- atas. A infiltração policial se in- tensificou na medida em que o governo Alckmin decidiu pas- sar da repressão escancarada às atividades de provocação e espionagem. Com o coro orquestrado pela imprensa burguesa, a di- reita tenta disfarçar seus pro- pósitos. Querem “suavizar” a repressão que fica escancara- da quando os protestos se ra- dicalizam e investem contra o governo. Querem fazer a população acreditar na fábula de que a polícia militar de São Pau- lo, a que mais mata em todo o mundo, seria pacífica e que os manifestantes nas ruas, re- alizando um protesto político, são os agressores. Por isso, é preciso dizer claramente que não vamos aceitar o engodo do governo. É preciso que o governo retire a polícia das ruas que não seja aberto nenhum processo con- tra os manifestantes detidos nas passeatas anteriores. a repressão desencadeada pelo governo alckmin coloca em pauta a necessidade de afas- tar do poder aqueles que repri - mem um protesto legítimo. A postura do prefeito, Fer - nando haddad (Pt), demons- trou que o Pt e o PSdB são dois pilares de sustentação do regime político brasileiro. depois de décadas de con- trole do PSdB sobre a maior cidade do País, os paulistanos conseguiram derrotar a direita nas últimas eleições mesmo com as fraudes eleitorais e a manipulação da imprensa ca- pitalista e alguns chegaram a pensar que haddad ia ser me- nos agressivo que o PSdB nos ataques à população. Não foi o que aconteceu. devemos exigir todos a re- núncia do governador do es- tado, que mandou a Pm agir ilegal e brutalmente contra o povo. É preciso repudiar o Pt, que está assumindo o papel da direita nos ataques à população. Fora Alckmin! REduçÃO IMEdIAtA dAS tARIFAS! EStAtIzAR OS tRANSPORtES! PASSE LIvRE já! A luta contra o aumento da passagem coloca em pau- ta uma necessidade sentida por toda a população: acabar com a mamata dos empresá- rios que sobrevivem às cus- tas do dinheiro público. Todos os anos, milhões de reais são gastos pela Prefei- tura para sustentar as empre- sas de ônibus, que são defi- citárias e não sobreviveriam sem o dinheiro público. Só no ano passado, foram mais de R$821 milhões nessa operação de entrega do di- nheiro da população a em- presas privadas. Em nível estadual, o go- verno do PSdB gastou mais de R$ 2 bilhões para cons- truir a linha 4/Amarela do metrô e entregá-la de bande- ja a um consórcio privado. as Parcerias Público-Pri- vadas (PPPs) das quais tanto PSdB quanto Pt se orgu- lham de ter feito são apenas uma cobertura para o assalto aos cofres públicos promo- vido por empresas privadas que só querem saber do lu- cro. Queremos a redução ime- diata da tarifa, que moti- vou os protestos realizados até agora, mas defendemos também, de maneira intran- sigente, todo o programa do movimento e o desenvolvi- mento dessa luta. Nesse sentido, reivindica- mos a completa estatização dos transportes, a reversão da privatização daqueles que tenham sido entregues aos abutres capitalistas e o con- trole da população sobre os serviços públicos. - Redução do preço das passagens já! - Fim do monopólio capitalista sobre os transportes públicos urbanos - Estatização das grandes companhias de transporte - Passe livre nos transportes!

Upload: partido-da-causa-operaria

Post on 24-Jul-2016

216 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Suplemento do jornal Causa Operária nº 41

SUPLEMENTO dO SEMaNáriO NaciONaL OPEráriO E SOciaLiSTa

CAUSA OPERÁRIAWWW.PCO.ORG.BR/CAUSAOPERARIA • ANO XXXIV • SUPlEmENtO dA EdIçãO Nº 747 • dE 15 A 21 dE jUNhO dE 2013 • dIStRIBUIçãO GRAtUItA

FORA ALCKMINABAIXO A REPRESSÃO

depois de reprimir barbara-

mente a manifestação do últi-

mo dia 13 usando a tropa de choque e colocando a cidade sob estado de sítio, o gover-

no do PSdB decidiu, apoia-

do na campanha da imprensa

burguesa, “pegar leve” com a manifestação desta segunda-feira (17).

a manobra do governo em

crise é incapaz de reverter o

estrago que já foi feito. A re-

pressão às manifestações con-

tra o aumento das passagens deixou centenas de feridos, alguns inclusive com sequelas graves.

a tentativa de calar os pro-

testos e impedir que novas manifestações avancem con-

tra o governo permanece en-

gatilhada com o uso de um nú-

mero ainda maior de policiais

à paisana, acompanhando as

manifestações “por dentro”, em substituição aos homens fardados normalmente desta-

cados para escoltar as passe-

atas.

A infiltração policial se in-

tensificou na medida em que o governo Alckmin decidiu pas-

sar da repressão escancarada

às atividades de provocação e

espionagem.

Com o coro orquestrado pela imprensa burguesa, a di-reita tenta disfarçar seus pro-

pósitos. Querem “suavizar” a repressão que fica escancara-

da quando os protestos se ra-

dicalizam e investem contra o

governo.

Querem fazer a população acreditar na fábula de que a polícia militar de São Pau-

lo, a que mais mata em todo o mundo, seria pacífica e que os manifestantes nas ruas, re-

alizando um protesto político, são os agressores.

Por isso, é preciso dizer

claramente que não vamos aceitar o engodo do governo.

É preciso que o governo retire a polícia das ruas que não seja aberto nenhum processo con-

tra os manifestantes detidos

nas passeatas anteriores.

a repressão desencadeada

pelo governo alckmin coloca

em pauta a necessidade de afas-tar do poder aqueles que repri-mem um protesto legítimo.

A postura do prefeito, Fer-nando haddad (Pt), demons-

trou que o Pt e o PSdB são dois pilares de sustentação do regime político brasileiro.

depois de décadas de con-

trole do PSdB sobre a maior

cidade do País, os paulistanos conseguiram derrotar a direita nas últimas eleições mesmo

com as fraudes eleitorais e a manipulação da imprensa ca-

pitalista e alguns chegaram a pensar que haddad ia ser me-

nos agressivo que o PSdB nos ataques à população. Não foi o que aconteceu.

devemos exigir todos a re-

núncia do governador do es-

tado, que mandou a Pm agir ilegal e brutalmente contra o povo. É preciso repudiar o Pt, que está assumindo o papel da direita nos ataques à população.

Fora Alckmin!

REduçÃO IMEdIAtA

dAS tARIFAS!

EStAtIzAR OS

tRANSPORtES!

PASSE LIvRE já!A luta contra o aumento

da passagem coloca em pau-

ta uma necessidade sentida por toda a população: acabar com a mamata dos empresá-

rios que sobrevivem às cus-

tas do dinheiro público.

Todos os anos, milhões de

reais são gastos pela Prefei-

tura para sustentar as empre-

sas de ônibus, que são defi-

citárias e não sobreviveriam sem o dinheiro público. Só

no ano passado, foram mais

de R$821 milhões nessa operação de entrega do di-

nheiro da população a em-

presas privadas.

Em nível estadual, o go-

verno do PSdB gastou mais de R$ 2 bilhões para cons-

truir a linha 4/Amarela do metrô e entregá-la de bande-

ja a um consórcio privado.as Parcerias Público-Pri-

vadas (PPPs) das quais tanto PSdB quanto Pt se orgu-

lham de ter feito são apenas

uma cobertura para o assalto aos cofres públicos promo-

vido por empresas privadas

que só querem saber do lu-

cro.

Queremos a redução ime-

diata da tarifa, que moti-vou os protestos realizados até agora, mas defendemos

também, de maneira intran-

sigente, todo o programa do

movimento e o desenvolvi-

mento dessa luta.Nesse sentido, reivindica-

mos a completa estatização

dos transportes, a reversão

da privatização daqueles que tenham sido entregues aos abutres capitalistas e o con-

trole da população sobre os serviços públicos.

- Redução do preço das passagens já!- Fim do monopólio capitalista sobre os transportes públicos urbanos- Estatização das grandes companhias de transporte- Passe livre nos transportes!

Page 2: Suplemento do jornal Causa Operária nº 41

Uma proposta para organizar a luta:

Por uma assembleia geral para discutir os rumos do movimentoPara permitir que os trabalhadores e a juventude atuem de ma-neira unificada e consciente, é preciso dar voz a todos os setores combativos em uma assembleia que possa decidir os próximos passos da luta

O movimento que se ini-ciou com a luta contra o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô em S. Paulo se ampliou e atingiu proporções inéditas.

O tamanho das últimas

manifestações, as ameaças

a que elas estão sujeitas, o perigo de a direita seques-

trar os protestos para colo-

car em pauta seu programa, coloca em pauta a necessi-dade de melhorar a organi-

zação do movimento.

até agora, os atos pú-

blicos foram convocados e

controlados (quem decide quando, onde, qual o tra-

jeto etc.) pelo movimen-

to Passe Livre, o Psol e o

PSTU.

Essas organizações

transformaram a manifes-

tação em segredo para os

próprios manifestantes,

que saem às ruas sem saber para onde segue a passeata.

Não fizeram uma aliança ampla com os setores ope-

rários, estudantis, popula-

res que estão participando da luta.

Essas “direções” fizeram acordos com o governo e a

polícia para tirar o protes-

to das zonas de conflito. A PM, a direita e o governo

sabem de tudo, enquanto a esmagadora maioria dos

manifestantes que saem às ruas descobrem na última hora para onde estão sendo

conduzidos.É preciso realizar uma

assembleia democrática, das organizações de es-

querda, populares etc., para dar um rumo à mani-festação.

Este chamado se coloca

no mesmo sentido do cha-

mado à organização de um comitê de representantes

do povo, com representan-

tes de cada fábrica, cada local de trabalho e estudo, dos bairros etc., para unifi-

car a luta e ampliar o pro-

testo popular.

Generalizar a revolta popular contra os governos do PSDB e do PT:

Formar um conselho de

representantes do povo de cada

local de trabalho, estudo e bairrosNossa luta não é só por

transporte. O aumento das passagens foi apenas a gota

d’água que transbordou o copo.

A revolta da população e o crescimento das ma-

nifestações a cada ato e a

cada enfrentamento com a

polícia, mostram o que já está aí para todos verem: ninguém aguenta mais tanta exploração e tanta

repressão contra aqueles que nada mais fizeram do que protestar por uma vida melhor.

É preciso ligar os setores

que saíram às ruas, lutando contra o aumento das pas-

sagens, às lutas de tantas outras categorias de traba-

lhadores, da juventude es-

tudantil e operária.Precisamos nos orga-

nizar mais e melhor para

enfrentar o governo e suas forças repressivas.

É preciso que todos os setores em luta se unifi-

quem para que, juntos, possam decidir os rumos do movimento e estar liga-

dos a cada canto da cidade.

É preciso organizar a

luta contra os governos burgueses, de direita e de esquerda.

Neste sentido, o Partido

da Causa Operária propõe a formação de conselhos

de representantes em cada

local de trabalho e estudo, em cada bairro operário, nas periferias da cidade,

para dar voz e força reais

à aos trabalhadores e à ju-

ventude.Organizar já um conse-

lho geral, com represen-

tantes de cada canto da

cidade, vai permitir que

nossa luta se espalhe ain-

da mais, atinja os setores aos quais ela ainda não chegou.

Enquanto os candidatos dos patrões se elegem com

o voto da população para governar para empresas,

bancos e para o imperia-

lismo, os trabalhadores e

a juventude devem se le-

vantar e fazer valer a sua vontade.

Protesto não é vandalismo

vândalos são o governo e a polícia

alckmin acusa os ma-

nifestantes. Segundo ele, manifestantes são “ba-

derneiros” e terão que “pagar pelo vandalismo”.

A imprensa burguesa, a serviço da direita, repete a

acusação em seus editoriais e exige do governo dar um bas-ta aos protestos.

A polícia, por sua vez, aca-

tará a ordem e já anunciou que mobilizará a tropa de Choque para as manifestações.

mas, quem são os respon-

sáveis pela “baderna” senão o próprio governo antipovo, a

imprensa mentirosa e a polícia

assassina?

O governo ataca a popu-

lação, entregando aquilo que é de direito de cada cidadão

a empresas privadas. É o go-

verno que expulsou centenas de famílias do Pinheirinho,

em São josé dos Campos, em uma das maiores operações de “reintegração de posse” do Estado, usando a polícia para arrancar famílias inteiras de

suas casas e entregar a terra a um especulador. Ele é o vân-

dalo.

A imprensa burguesa, mentirosa por natureza, detur-pa as declarações dos mani-

festantes, ataca o movimento

repetindo as acusações do go-

verno direitista como se fos-

sem verdades inquestionáveis. Ela é cúmplice do vandalismo

do governo do PSdB.

A polícia assassina, usada pelo governo para reprimir

uma manifestação democráti-ca legítima, é a ferramenta de

destruição usada pelo governo de vândalos contra a popula-

ção.

Quebramos uma vidraça, porque nos quebram os ossos com seus cassetetes.

Atiramos uma pedra, por-que atiram balas que podem nos cegar, e até matar, contra

nós.

Usam as bombas de gás, armas químicas que foram proibidas inclusive por con-

venções internacionais de

guerra, para dispersar aqueles que estão lutando por seus di-reitos.

Não vamos abaixar a cabe-

ça. Vândalo é o governo ini-migo do povo.

Page 3: Suplemento do jornal Causa Operária nº 41

Não deixemos que imprensa burguesa

manipule as manifestaçõesA imprensa burguesa mo-

dificou seu discurso de quin-

ta-feira passada para ontem.

Aparentemente, a mudança foi radical. A baderna, a arru-

aça, passou a ser considerada uma livre manifestação da democracia.

Até quinta-feira, a orien-

tação era chamar os mani-

festantes de baderneiros e de

ignorantes, mostrando apenas

vidros quebrados, lixo quei-mado. Procurou-se mostrar também que o movimento era despropositado e que era impossível reduzir o preço da passagem, alegando-se que, qualquer que fosse a redução, seria o próprio povo a pagar

por ela.

O discurso de ontem pas-

sou a ser o da “democracia”. O próprio governador, que vinha chamando os manifes-

tantes de criminosos, passou a elogiar a manifestação, a

democracia e a ordem com

que ocorreram as passeatas. O comentarista do jornal da Globo, Arnaldo jabor, aban-

donou sua notória arrogância para “reconhecer” a legitimi-dade do movimento.

É preciso, no entanto, res-

saltar que essa mudança de discurso, provocada pela enormidade dessa última ma-

nifestação, não foi apenas um recuo. trata-se sim de um re-

cuo, mas de um recuo plane-

jado. A ideia era aproveitar-se do movimento para caracteri-

zá-lo como um movimento ordeiro, contra a corrupção.

Lemos, nessas palavras,

um movimento contra o Pt, contra a PEC 37. Vez ou ou-

tra, mencionou-se os gastos para a Copa do mundo. A im-

prensa tenta passar a mensa-

gem de que as reivindicações populares são contra o gover-no central e contra o PT.

E, quando a manifestação dirigiu-se contra o poder le-

gislativo, com a tomada do

congresso Nacional, em Bra-

sília, e o ataque à AlERj, no Rio de janeiro, essas movi-

mentações foram tratadas

com a mesma linguagem an-

teriormente usada contra todo o movimento.

A jogada da direita, agora, é tentar manipular o movi-mento, colocando palavras

de ordem nele, como “abai-xo a corrupção”, “punição aos mensaleiros” e, com isso, atraindo grupos de direita para o movimento. No Face-

book, por exemplo, já existe um abaixo-assinado pedindo a renúncia de dilma.

Fora isso, há ainda a ideia de tentar descaracterizar o

movimento como um ato político. Algumas pessoas gritavam, na manifestação

de ontem, que não queriam partidos políticos ali. hoje, o próprio presidente do PSdB,

de Alckmin, foi aos jornais para dizer que o povo re-

jeita os partidos políticos (leia-se, partidos politicos de

ESQUErda; os de direita,

sim, esses podem participar

alegremente do movimento).Precisamos tomar cuidado

com tudo isso; precisamos repudiar e denunciar a tenta-

tiva da direita de manipular e de tomar conta do movimen-

to; e convocar todos os par-

tidos de esquerda para que participem do movimento

erguendo bem alto todas as suas bandeiras.

um programa de luta para ampliar a mobilizaçãoNacionalizar já todas as empresas privatizadas

Os governos de FhC e PSdB entregaram bilhões em

riquezas. Privatizaram a pre-

ço de banana a Vale, empre-

sas siderúrgicas, de energia,

de telefonia, nosso petróleo e

a Petrobrás, que tem 72% de suas ações nas mãos de capi-talistas.

O governo do PT não can-

celou a roubalheira e agora imita FhC entregando petró-

leo, aeroportos, portos e rodo-

vias e aprofunda as terceiriza-

ções nas empresas estatais e

órgãos públicos.

Querem privatizar a maior empresa do País, os correios,

com terceirizações e ataques aos direitos dos trabalhadores.

Vamos defender nossos salários e empregos por meio da organização independente

e da luta. Sair às ruas! • Fim da terceirização! • Fim das privatizações! • Reestatizar as empresas privatizadas!

Responder à ofensiva da direita contra as mulheres

A direita mundial, usan-

do a religião como cober-

tura, vem organizando uma ofensiva contra as mulhe-

res e homossexuais como forma indireta de atacar a

organização, a luta popular e os direitos democráticos do povo. É isso o que te-

mos visto no crescimento

da extrema-direita europeia e norte-americana. É preci-

so dar uma resposta a esta ofensiva:

• Pelo direito de aborto • Pelo estado laico

Punição para os criminosos da ditadura militar

A ditadura não é coisa do passado como muitos pen-

sam. Seus responsáveis e herdeiros continuam man-

dando no país.

O regime militar brasi-

leiro aprovou uma lei de Anistia para garantir sua im-

punidade e de todos os que torturaram e assassinaram.

Está na hora de anular esta lei vergonhosa e julgar todos os assassinos torturadores e responsáveis pelos crimes da ditadura.

Que os capitalistas paguem pela crise

a crise capitalista se apro-

funda em todo o mundo.O imperialismo, os gran-

des capitalistas e seus gover-nos têm uma única fórmula para enfrentar a crise: fazer o povo pagar, se necessário pela força.

Na américa Latina, o im-

perialismo e a direita local

atuam para impor esta fór-mula através do golpe de es-

tado. É o que estamos vendo na Venezuela, onde, até ago-

ra, o governo dos EUa não

reconheceu o governo eleito.Querem derrotar os traba-

lhadores, destruir suas orga-

nizações para fazer com que nós paguemos pela crise.

Derrotar a direita golpista

No Brasil, a direita tem

sofrido sucessivas derrotas eleitorais.

Por isso, tenta aumentar o controle sobre os órgãos

que ninguém elegeu, como o Supremo tribunal Federal, o Ministério Público e a Polí-

cia Federal.Isso ficou evidente no pro-

cesso do mensalão, em que passaram por cima das leis e

da Constituição, para tentar manipular as eleições e con-

denar sem provas o partido

mais votado nas últimas elei-

ções.

O PcO é o maior crítico

dos ataques do Pt contra os trabalhadores e contra o

povo, mas não vamos apoiar

o golpismo da direita.

Exigimos que todo o judiciá-

rio seja eleito e controlado pelo povo. Queremos uma reforma política que fortaleça o controle popular sobre todas as institui-

ções e a garantia dos principais

direitos democráticos.• Eleição do judiciário e de todos os cargos de mando• Fim do Senado, câmara única• Eleição proporcional para o Congresso• Fim das medidas provi-sórias• Liberdade de manifesta-ção e expressão• Fim de toda censura• Direito de greve

Para enfrentar esse desa-

fios é preciso que os traba-

lhadores se organizem de

maneira independente, em

um partido próprio, para lutar pelos seus próprios interes-

ses, por um governo dos tra-

balhadores, pelo Socialismo!

• Por um partido operário!• Por um governo dos tra-balhadores!• Pelo socialismo!

jovem, trabalhador, venha lutar conosco! Filie-se ao [email protected]

Page 4: Suplemento do jornal Causa Operária nº 41

vaza, reaça!É preciso dar uma respos-

ta à direita. Não aceitaremos

que o alvo principal das ma-

nifestações populares se in-

filtrem no movimento.Na manifestação do dia

17 policiais infiltrados, a mando da direita golpista,

tentaram tomar conta das

manifestações, não apenas

em São Paulo, mas em ou-

tras cidades do país. ataca-

ram os partidos de esquer-da, organizações sindicais

e populares que estão nas ruas há muito tempo, acu-

sando-as de “oportunismo”. Oportunismo é a direita ten-

tar usar a luta popular para fazer campanha contra a es-

querda e suas organizações

de luta, sejam os sindicatos, ou partidos políticos.

A burguesia quer usar o povo que já está na rua por-que não tem condições de mobilizar ninguém por suas próprias forças. coloca po-

liciais infiltrados para man-

dar abaixar bandeiras dos

partidos de esquerda porque não tem coragem de levar a

sua própria bandeira para a rua, especialmente em São Paulo, onde vem perdendo espaço, inclusive eleitoral-mente.

A luta é contra o aumento das passagens e contra a re-

pressão promovida pela di-

reita; pelo Passe Livre; por

direitos democráticos e de

organização. Pela participa-

ção popular, e não da direita disfarçada, infiltrada.

além da Globo, o Marco

Feliciano que está no Con-

gresso Nacional promoven-

do ataques aos direitos de homossexuais e mulheres tenta usar as manifestações populares. Generais e pes-

soas da hierarquia do Exér-cito brasileiro também. Não

aceitaremos.

a direita é a principal

promovedora da repressão e

dos ataques aos direitos de-

mocráticos do povo. já can-

tamos “Fora Globo”, “Fora Alckmin” agora uma das palavras de ordem deve ser: “Vaza reaça dessa marcha”.

Por que a direita

quer acabar com o

movimento do passe

livre por dentro?há mais de uma década,

as organizações de esquer-da e jovens sem partido vêm se organizando em

manifestações e passeatas

contra o aumento das tari-fas e pelo passe livre. Em

vários desses atos houve repressão policial.

Esse ano não foi diferen-

te. a imprensa capitalista e

a direita se colocaram con-

tra os manifestantes em to-

das as oportunidades. Em 2013, o mote da direita era “contra os vândalos e ba-

derneiros”.Mas diferentemente dos

atos anteriores, agora a re-

pressão policial violenta

fez com que o ato apenas fosse aumentando de tama-

nho.

Na quinta-feira, 13 de junho, o governo jogou a carta do esmagamento da

manifestação. Reprimiu com uma brutalidade não vista nem mesmo nos atos

contra a ditadura uma ma-

nifestação de quase 20 mil pessoas.

mas o tiro saiu pela culatra. longe de esmagar o movimento, a repressão,

que colocou a nu a verda-

deira ditadura em que vive-

mos; a falta de liberdades;

a proibição de manifesta-

ções que de fato vigora, e o estado de sítio em que a Pm colocou a cidade, con-

quistou o apoio geral da população ao movimento.

A repressão da quinta-feira em São Paulo, levan-

tou todo o País. A direita percebeu que era impos-

sível conter o movimen-

to pela repressão e que os “vândalos” e “badernei-

ros” tinham imenso apoio.Em apenas três dias, 230

mil pessoas confirmaram presença no ato chamado

para segunda-feira. Era a resposta à repressão da

quinta-feira, repressão com que o governo do PSdB vem tratando há anos todas as mobilizações no Estado

de São Paulo.A direita e sua impren-

sa adotaram então outra tática: destruir a mobiliza-

ção por dentro. Por dentro

conter os manifestantes,

esquecer a luta contra o aumento e procurar enfiar de contrabando reivindica-

ções que não tem nenhuma relação com a mobilização.

assim, abandonaram a

luta contra o aumento da tarifa, e querem fazer pas-

sar as reivindicações “con-

tra a corrupção”, “contra a PEC 37”, entre outras, como se fossem as moti-

vadoras da mobilização,

quando não são.A população tomou as

ruas contra a repressão, contra a censura, a ditadura etc. Ou seja, tomou as ruas contra a direita e é isso que agora essa mesma direita

está procurando habilmen-

te ocultar, com o auxílio da imprensa capitalista.

O que está colocado agora é a disputa pela orientação do movimento,

se ela vai se desenvolver

num sentido revolucioná-

rio, progressista, ou se vai ser dominada pela direita

reacionária, que sempre governou esse país e jus-

tamente contra quem a po-

pulação está se levantando nesse momento.

Frente única em defesa de nossas bandeiras e nossas organizações

unir a esquerda na luta contra a direitaNão ao golpismo, é preciso que toda a esquerda se unifique na ação e levante suas bandeiras!

A vontade da massa que se levantou em todo o país ontem é de revolucionar o país, tenhamos certeza

disso! Entretanto, a bur-guesia, o Estado, a Pm, a imprensa capitalista são

organizações entranhadas,

coordenadas, de modo a

transformar e influir con-

cretamente nos rumos dessa massa. A infiltra-

ção reacionária em nosso movimento é óbvia e será nossa próxima tarefa reco-

nhece-la, combate-la.

A base da reação: impe-

dir que a massa crie suas organizações. Um povo

organizado independente-

mente do Estado, do capi-

tal e da imprensa venal, é

o gérmen de uma real mu-

dança, uma mudança capaz de atingir os alicerces mais

importantes da sociedade

atual. R$ 0,20 centavos, é possível ceder. Sem balas

de borracha, foi preciso

ceder. Mas a organização

política da população, isso nunca poderão ceder. Nos-

sos inimigos mostram-nos

o caminho a não ser se-

guido: “fora partidos!” No silêncio da PM ecoa a dita-

dura militar de dentro das manifestações: “abaixem as bandeiras!”

Tentaram reprimir a ma-

nifestação pública. agora

tentam reprimir a manifes-

tação política! A mesma ditadura de formas diferen-

tes. O inimigo derrotado

procura misturar-se entre nós e recriar a reação. já conhecemos essa história

com o nazi-fascismo e com

o golpe militar de 64. Não podemos recuar sequer um centímetro diante isso, companheiros!

dirigentes do Partido

da Causa Operária já en-

traram em contato com as

direções de outros partidos e organizações de esquerda para tentar coordenar uma ação comum em torno a essa proposta.

Convocamos a unidade da esquerda para enfrentar esse ataque a um dos direi-tos democráticos mais fun-

damentais, o direito de se

manifestar livremente! É preciso uma frente na ação. É preciso que nos unamos ombro a ombro na luta contra o inimigo comum! diante dessa ofensiva pe-

rigosa, chamamos todas

as organizações democrá-

ticas, estudantis, torcidas, sindicatos, partidos, todos

a levantarem as suas ban-

deiras!Ou a manifestação é de-

mocrática ou é golpista! Pela unidade de toda a es-

querda na ação!Bandeira, levante a sua

também!jovem, trabalhador, venha lutar conosco! Filie-se ao PCO

www.pco.org.br [email protected]