suplemento do jornal causa operária nº 39

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SUPLEMENTO dO SEMaNáriO NaciONaL OPEráriO E SOciaLiSTa CAUSA OPERÁRIA WWW.PCO.ORG.BR/CAUSAOPERARIA • ANO XXXIV • SUPlEmENtO Nº dA EdIçãO Nº 746 • dE 10 A 14 dE jUNhO dE 2013 • dIStRIBUIçãO GRAtUItA Não à privatização Pela estatização de todo o transPorte Público a luta contra o aumento da passagem coloca em pau- ta uma necessidade sentida por toda a população, acabar com a mamata dos empresá- rios que sobrevivem às cus- tas do dinheiro público Todos os anos, milhões de reais são gastos pela Pre- feitura para sustentar as em- presas de ônibus, que são deficitárias e não sobrevive- riam sem o dinheiro público. Só no ano passado, foram mais de R$821 milhões nes- sa operação de entrega do dinheiro da população a em- presas privadas. Em nível estadual, o go- verno do PSdB gastou mais de R$ 2 bilhões para cons- truir a linha 4/Amarela do Metrô e entregá-la de bande- ja a um consórcio privado. as Parcerias Público-Pri- vadas (PPPs) das quais tanto PSdB quanto PT se orgu- lham de ter feito são apenas uma cobertura para o assalto aos cofres públicos promovi- do por empresas privadas que só querem saber do lucro. Nesse sentido, reivindi- camos a completa estatiza- ção dos transportes, a rever- são da privatização daqueles que tenham sido entregues aos abutres capitalistas e o controle da população sobre os serviços públicos. - Fim do monopólio capi- talista sobre os transportes públicos urbanos - Estatização das grandes companhias de transporte - Completa liberdade para a operação dos pequenos transportistas (perueiros) não à manobra da “susPensão” do aumento! redução da Passagem já! Passe livre nos transPortes! Fim da rePressão às maniFestações de rua! liberdade Para os Presos Políticos! O Ministério Público de São Paulo prometeu apresen- tar à prefeitura de Fernando haddad, do Pt e ao gover- no de Geraldo alckmin, do PSdB, uma proposta para a suspensão, por 45 dias, do aumento das tarifas de ôni- bus, trens e metrô. isso mostra a força do movimento, que está fazendo os governos e companhias de transporte recuar. Mas é preciso atenção: a proposta do Ministério Pú- blico é também uma mano- bra para acabar com a luta. O Ministério Público exige, como contrapartida, o fim das manifestações de rua. Mas, nem o Ministério Público, nem a Prefeitura, nem o governo do Estado, se comprometeram a revo- gar o aumento. Vão apenas “suspendê-lo temporaria- mente” em uma tentativa de “esfriar” o movimento e tirar as pessoas da rua. Querem acabar com as manifestações de rua, con- fundindo e dividindo o mo- vimento de luta com uma proposta que não atende às reivindicações levantadas nos últimos três atos. Por quê? PSdB e PT estão encur- ralados. alckmin prometeu au- mentar a repressão no ato desta quinta-feira. Na imprensa burguesa, afirmam que usarão a tropa de choque para “aumentar a vigilância”. Um eufemismo para “descer o cacete”. Querem amedrontar os manifestantes, mas não po- dem realizar um “banho de sangue”: seria a completa desmoralização dos gover- nos “democráticos”, de di- reita e de esquerda. correm o risco de ver os protestos aumentarem ainda mais diante da escalada da truculência policial. Não podem também sim- plesmente fazer vista grossa diante do crescimento da mobilização. Se desmorali- zariam, diante da burguesia que conta com seus serviços para manter o povo traba- lhando como escravos e pa- gando as contas da crise. como, então, a direita burguesa, e a esquerda bur- guesa, podem acabar com a luta? Por dentro. Querem acabar com o movimento de qualquer ma- neira. Seja pressionando as alas mais propensas à cola- boração, seja infiltrando po- liciais nas fileiras da mani- festação e criando confusão a ponto de dispersar a luta, ou tudo isso e algo mais. O fato é que a proposta de “suspensão” do aumento, por um lado, e a promessa de “aumento da repressão”, por outro, se completam. Preci- samos encará-las de frente com nossas bandeiras e cabe- ças erguidas e não abrir mão de nossas reivindicações: - Redução do preço das pas- sagens já! - Passe livre nos transportes! - Estatização do transporte público! - Fim da repressão às mani- festações de rua! - Liberdade para os presos políticos da luta contra o au- mento!

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SUPLEMENTO dO SEMaNáriO NaciONaL OPEráriO E SOciaLiSTa

CAUSA OPERÁRIAWWW.PCO.ORG.BR/CAUSAOPERARIA • ANO XXXIV • SUPlEmENtO Nº dA EdIçãO Nº 746 • dE 10 A 14 dE jUNhO dE 2013 • dIStRIBUIçãO GRAtUItA

Não à privatização

Pela estatização de todo o transPorte Públicoa luta contra o aumento

da passagem coloca em pau-

ta uma necessidade sentida

por toda a população, acabar

com a mamata dos empresá-

rios que sobrevivem às cus-

tas do dinheiro público

Todos os anos, milhões

de reais são gastos pela Pre-

feitura para sustentar as em-

presas de ônibus, que são

deficitárias e não sobrevive-

riam sem o dinheiro público.

Só no ano passado, foram

mais de R$821 milhões nes-

sa operação de entrega do

dinheiro da população a em-

presas privadas.

Em nível estadual, o go-

verno do PSdB gastou mais

de R$ 2 bilhões para cons-

truir a linha 4/Amarela do Metrô e entregá-la de bande-

ja a um consórcio privado.

as Parcerias Público-Pri-

vadas (PPPs) das quais tanto

PSdB quanto PT se orgu-

lham de ter feito são apenas

uma cobertura para o assalto

aos cofres públicos promovi-

do por empresas privadas que

só querem saber do lucro.

Nesse sentido, reivindi-

camos a completa estatiza-

ção dos transportes, a rever-

são da privatização daqueles

que tenham sido entregues

aos abutres capitalistas e o

controle da população sobre

os serviços públicos.

- Fim do monopólio capi-talista sobre os transportes públicos urbanos- Estatização das grandes companhias de transporte- Completa liberdade para a operação dos pequenos transportistas (perueiros)

não à manobra da “susPensão” do aumento!

redução da Passagem já!Passe livre nos transPortes!

Fim da rePressão às maniFestações de rua!

liberdade Para os Presos Políticos!O Ministério Público de

São Paulo prometeu apresen-

tar à prefeitura de Fernando

haddad, do Pt e ao gover-no de Geraldo alckmin, do

PSdB, uma proposta para a

suspensão, por 45 dias, do aumento das tarifas de ôni-

bus, trens e metrô.

isso mostra a força do

movimento, que está fazendo

os governos e companhias de

transporte recuar.

Mas é preciso atenção: a

proposta do Ministério Pú-

blico é também uma mano-

bra para acabar com a luta.

O Ministério Público

exige, como contrapartida,

o fim das manifestações de rua. Mas, nem o Ministério Público, nem a Prefeitura, nem o governo do Estado, se comprometeram a revo-gar o aumento. Vão apenas

“suspendê-lo temporaria-

mente” em uma tentativa de

“esfriar” o movimento e tirar

as pessoas da rua.

Querem acabar com as

manifestações de rua, con-

fundindo e dividindo o mo-

vimento de luta com uma

proposta que não atende às

reivindicações levantadas

nos últimos três atos.

Por quê? PSdB e PT estão encur-

ralados.

alckmin prometeu au-

mentar a repressão no ato

desta quinta-feira.

Na imprensa burguesa,

afirmam que usarão a tropa de choque para “aumentar a

vigilância”. Um eufemismo

para “descer o cacete”.

Querem amedrontar os

manifestantes, mas não po-

dem realizar um “banho de

sangue”: seria a completa

desmoralização dos gover-

nos “democráticos”, de di-

reita e de esquerda.

correm o risco de ver os

protestos aumentarem ainda

mais diante da escalada da

truculência policial.

Não podem também sim-

plesmente fazer vista grossa

diante do crescimento da

mobilização. Se desmorali-

zariam, diante da burguesia

que conta com seus serviços

para manter o povo traba-

lhando como escravos e pa-

gando as contas da crise.

como, então, a direita

burguesa, e a esquerda bur-

guesa, podem acabar com a

luta?

Por dentro.

Querem acabar com o

movimento de qualquer ma-

neira. Seja pressionando as

alas mais propensas à cola-

boração, seja infiltrando po-

liciais nas fileiras da mani-festação e criando confusão

a ponto de dispersar a luta,

ou tudo isso e algo mais.

O fato é que a proposta

de “suspensão” do aumento,

por um lado, e a promessa de

“aumento da repressão”, por

outro, se completam. Preci-

samos encará-las de frente

com nossas bandeiras e cabe-

ças erguidas e não abrir mão

de nossas reivindicações:

- Redução do preço das pas-sagens já!- Passe livre nos transportes!- Estatização do transporte público!- Fim da repressão às mani-festações de rua!- Liberdade para os presos políticos da luta contra o au-mento!

Generalizar a revolta popular contra os governos do PSDB e do PT:

Formar um conselho de representantes do povo de cada local de trabalho, estudo e bairros

Nossa luta não é só por

transporte. O aumento das

passagens foi apenas a gota

d’água que transbordou o

copo.

A revolta da população e

o crescimento das manifes-

tações a cada ato e a cada

enfrentamento com a polí-

cia, mostram o que já está aí

para todos verem: ninguém

aguenta mais tanta explora-

ção e tanta repressão contra

aqueles que nada mais fi-

zeram do que protestar por

uma vida melhor.

É preciso ligar os setores

que saíram às ruas, lutando

contra o aumento das pas-

sagens, às lutas de tantas

outras categorias de traba-

lhadores, da juventude estu-

dantil e operária.

Precisamos nos organi-

zar mais e melhor para en-

frentar o governo e suas for-

ças repressivas.

É preciso que todos os

setores em luta se unifiquem para que, juntos, possam

decidir os rumos do movi-

mento e estar ligados a cada

canto da cidade.

É preciso organizar a luta

contra os governos burgue-

ses, de direita e de esquerda.

Neste sentido, o Partido

da Causa Operária propõe

a formação de conselhos

de representantes em cada

local de trabalho e estudo,

em cada bairro operário, nas

periferias da cidade, para

dar voz e força reais à aos

trabalhadores e à juventude.

Organizar já um conse-

lho geral, com representan-

tes de cada canto da cidade,

vai permitir que nossa luta

se espalhe ainda mais, atinja

os setores aos quais ela ain-

da não chegou.

Enquanto os candidatos

dos patrões se elegem com

o voto da população para

governar para empresas,

bancos e para o imperialis-

mo, os trabalhadores e a ju-

ventude devem se levantar e

fazer valer a sua vontade.

Protesto não é vandalismo

Vândalos são o governo e a polícia

Alckmin acusa os ma-

nifestantes. Segun-

do ele, manifestantes são

“baderneiros” e terão que

“pagar pelo vandalismo”.

A imprensa burguesa, a

serviço da direita, repete a

acusação em seus editoriais

e exige do governo dar um

basta aos protestos.

A polícia, por sua vez,

acatará a ordem e já anun-

ciou que mobilizará a Tropa

de Choque para as manifes-

tações.

Mas, quem são os res-

ponsáveis pela “baderna”

senão o próprio governo an-

tipovo, a imprensa mentiro-

sa e a polícia assassina?

O governo ataca a po-

pulação, entregando aquilo

que é de direito de cada ci-

dadão a empresas privadas.

É o governo que expulsou

centenas de famílias do Pi-

nheirinho, em São José dos

Campos, em uma das maio-

res operações de “reintegra-

ção de posse” do Estado,

usando a polícia para arran-

car famílias inteiras de suas

casas e entregar a terra a um

especulador. Ele é o vânda-

lo.

A imprensa burguesa,

mentirosa por natureza, de-

turpa as declarações dos

manifestantes, ataca o mo-

vimento repetindo as acu-

sações do governo direitista

como se fossem verdades

inquestionáveis. Ela é cúm-

plice do vandalismo do go-

verno do PSDB.

A polícia assassina, usa-

da pelo governo para repri-

mir uma manifestação de-

mocrática legítima, é a fer-

ramenta de destruição usada

pelo governo de vândalos

contra a população.

Quebramos uma vidraça,

porque nos quebram os os-

sos com seus cassetetes.

Atiramos uma pedra,

porque atiram balas que po-

dem nos cegar e até matar

contra nós.

Usam as bombas de gás,

armas químicas que foram

proibidas inclusive por con-

venções internacionais de

guerra, para dispersar aque-

les que estão lutando por

seus direitos.

Não vamos abaixar a ca-

beça. Vândalo é o governo

inimigo do povo.

Abaixo a repressão ao movimento estudantil

A repressão contra os

protestos tem aumentado.

Na Universidade Federal do

Mato Grosso uma manifes-

tação por moradia foi bru-

talmente reprimida. Na Uni-

fesp, mais de 60 estudantes

estão sendo processados se

manifestarem. Na USP, a

denúncia contra os 72 que

ocuparam a reitoria foi re-

jeitada, mas dezenas de ou-

tros estudantes estão sendo

processados ou sofrendo

sindicâncias. Em todo o

país, as manifestações con-

tra o aumento das tarifas

sofreram o mesmo tipo de

repressão e temos inclusive

manifestantes presos. Na

prática, cassaram o direito

de manifestação.

É preciso lutar pelo fim dos processos e sindicâncias

internas das universidades;

contra a repressão ao mo-

vimento estudantil e pelo

direito à livre manifestação

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