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www.socesp.org.br Volume 16 — N o 2 — Jul/Ago/Set de 2006 SUPLEMENTO DA REVISTA DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO ISSN 0103-8567 SOCESP FARMACOLOGIA AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL E ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO PACIENTE HIPERTENSO ATENDIDO NO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E SOCIAL AOS SERVIDORES (SAMSS) E ACOMPANHADO PELO FARMACÊUTICO POR MEIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA SERVIÇO SOCIAL SERVIÇO SOCIAL E MEDIAÇÃO PARA A QUALIDADE DE VIDA: O NASCER DO PROJETO VIVA VIDA NA SAÚDE PÚBLICA DE FRANCA/SP EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

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Volume 16 — No 2 — Jul/Ago/Set de 2006

SUPLEMENTO DA

REVISTA DA

SOCIEDADE

DE CARDIOLOGIA

DO ESTADO DE SÃO PAULO

ISS

N 0

103-

8567

SOCESP

FARMACOLOGIAAVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO

ARTERIAL E ADESÃO AO TRATAMENTO

MEDICAMENTOSO DO PACIENTE HIPERTENSO

ATENDIDO NO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA

MÉDICA E SOCIAL AOS SERVIDORES (SAMSS)E ACOMPANHADO PELO FARMACÊUTICO POR

MEIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA

SERVIÇO SOCIALSERVIÇO SOCIAL E MEDIAÇÃO PARA A

QUALIDADE DE VIDA: O NASCER DO PROJETO

VIVA VIDA NA SAÚDE PÚBLICA DE FRANCA/SP

EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTEEFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NA

HIPERTENSÃO ARTERIAL

RSCESPSUPLEMENTO A

JUL/AGO/SET 2006

O Suplemento da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo(ISSN 0103-8567) é editado trimestralmente pela Diretoria de Publicações da SOCESP,Avenida Paulista, 2073 — Horsa I, 15º andar, cj. 1512 — Cerqueira César — CEP 01311-300São Paulo — SP — Tel.: (11) 3179-0044 / E-mail: [email protected]ção Editorial e Gráfica: CEV - Editorial Ventura / Impressão: AquaPrint Gr. e Ed. Ltda.

SUMÁRIO

Editora: Vera Lucia dos Santos AlvesRevisores: Edson Stefanini, Eugenia Velludo Veiga, Juliana Alves PereiraConselho Editorial:

Enfermagem Rita de Cássia R. de Macedo DanielRoberta Cunha R. Colombo

Psicologia Maria José Camargo de CarvalhoSandra Vieira Cardoso

Nutrição Camila Marcucci GraciaMiriam A. Topein Ghorayeb

Odontologia Alessandra Baptistella LaragnoitAna Carolina Franco Oliveira

Farmacologia Ana Lucia Rego Fleury de CamargoVanusa Barbosa Pinto

Fisioterapia Ana Paula Vieira BotelhoSolange Guizilini

Serviço Social Cláudia Regina H. de LemosMaria Barbosa da Silva

Educação Física e Esporte Crivaldo G. Cardoso JúniorKátia de Angelis

CONSELHO EDITORIAL DO SUPLEMENTO

BIÊNIO 2006/2007

i

1 Espaço dos Departamentos

4 Avaliação da variação da pressão arterial e adesão ao tratamento medicamentoso do paciente hipertensoatendido no Serviço de Assistência Médica e Social aos Servidores (SAMSS) e acompanhado pelofarmacêutico por meio da atenção farmacêuticaEvaluation of blood pressure variation and adherence to medication treatment of hypertensive patients treatedat SAMSS, followed up by a pharmacist through pharmaceutical aidLéo Marcio de Almeida Silva, Sonia Lucena Cipriano, José Luiz Nishiura, Ruth Aparecida Rocha Munhoz

10 Serviço Social e mediação para a qualidade de vida: o nascer do Projeto Vida Viva na saúde pública deFranca/SPSocial Work and the mediation to the quality of life: the rising of the Project Alive Life in the public health areaof Franca/SPEdvânia A. Souza Lourenço, Iris Fenner Bertani, Regina Maura Rezende

14 Efeito do treinamento físico na hipertensão arterialAcute and chronic effects of exercise on arterial hypertensionMateus Camaroti Laterza, Maria Urbana P. B. Rondon

RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São PauloSão Paulo - SP, Brasil. v. 1 - 1991 -Inclui suplementos e números especiais.Substitui Atualização Cardiológica, 1981 - 91.

1991, 1: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A)1992, 2: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1993, 3: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1994, 4: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1995, 5: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1996, 6: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1997, 7: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)1998, 8: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 4 (supl A), 4 (supl B),

5 (supl A), 6 (supl A)1999, 9: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2000, 10: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2001, 11: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 3 (supl B), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2002, 12: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2003, 13: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2004, 14: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A), 4 (supl A),

5 (supl A), 6 (supl A)2005, 15: 1 (supl A), 2 (supl A), 3 (supl A), 4 (supl A), 5 (supl A),

5 (supl B), 6 (supl A)2006, 16: 1 (supl A), 2 (supl A), 2 (supl B), 3 (supl A)

ISSN 0103-8567RSCESP 72594

CDD16 616.105NLM W1

WG100CDU 616.1(05)

Órgão Oficial da Sociedade de Cardiologia do Estado de São PauloPublicação Trimestral / Published QuarterlyDados de Catalogação na Publicação Internacional (CIP)

Associação Paulista de Bibliotecários / Grupo de Bibliotecários BiomédicosNormas para catalogação de publicações nas bibliotecas especializadas.

São Paulo, Ed. Polígono, 1972.

Indexada no INDEX MEDICUS Latino AmericanoImpressa no Brasil

Tiragem: 1.300 exemplares

i i

RSCESPSUPLEMENTO A

JUL/AGO/SET 2006

DIRETORIAS DOS DEPARTAMENTOS - BIÊNIO 2006/2007

Enfermagem

Diretora: Eugenia Velludo VeigaVice-Diretor: Carlos Odercio ZanquettaSecretária: Roberta Cunha R. ColomboTesoureira: Maria Keiko Asakura

Comissão Científica: Gioconda Inês UrrutiaIvany M. de Carvalho BaptistaMiyeko HayashidaElisabete Sabetta MargaridoMaria Cecília GallaniFrancine Jomara LopesTânia Maria Vargas e AzevedoEdna Aparecida Moura ArcuriRita de Cássia R. M. DanielIgarapé Maria Januncio

Nutrição

Diretora: Cyntia Carla da SilvaVice-Diretora: Liliana BricarelloSecretária: Roberta CassaniTesoureira: Miriam A. Topein Ghorayeb

Comissão Científica: Camila Marcucci GraciaAna Lucia Chediac RodriguesAndréia Cesquin AvelarCíntia Elaine Ramos TrindadeCláudia Stéfani MarcílioLuci UzelimGraciela LopesMônica Beyruti

Psicologia

Diretora: Cristiane Palotti de AlmeidaVice-Diretora: Ana Lucia Alves RibeiroSecretária: Ana Augusta Maria PereiraTesoureira: Cláudia Valéria S. Damato

Comissão Científica: Maria José Camargo de CarvalhoJuliana Alves PereiraSandra Vieira CardosoLuciana Petemusci V. GutierrezCíntia Emi WatanabeJuliana Haddad David

Odontologia

Diretora: Maria Teresa CáceresVice-Diretora: Maria Cristina M. de OliveiraSecretária: Tânia Cristina P. MontanoTesoureira: Cintia M. Alencar de Carvalho

Comissão Científica: Ana Carolina de Oliveira FrancoAlessandra B. LaragnoitLuciano N. Braga MiziaraPatrícia MonteiroRegina BrizolaraMarcela Alves dos SantosLília TimermanTeresa Márcia N. Morais

iii

RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

DIRETORIAS DOS DEPARTAMENTOS - BIÊNIO 2006/2007

Farmacologia

Diretora: Alice Akemi HaradaVice-Diretora: Ana Lucia R. F. de CamargoSecretária: Renata AranegaTesoureiro: Marcelo Fornitano Murad

Comissão Científica: Vanusa Barbosa PintoMaria Cleusa Martins Goes

Fisioterapia

Diretora: Cristiane PulzVice-Diretor: Wladimir Musetti MedeirosSecretária: Iracema Ioco K. UmedaTesoureira: Vera Lucia dos Santos Alves

Comissão Científica: Solange GuiziliniAna Paula Vieira BotelhoGizela Cecília GalachoGerson Cipriano Jr.Marisa de Moraes Regenga

Serviço Social

Diretora: Elaine Fonseca do AmaralVice-Diretora: Terezinha Auad de CarvalhoSecretária: Elaine Cristina Dalcin SevieroTesoureira: Regina Amuri Varga

Comissão Científica: Cláudia Regina H. de LemosMaria Barbosa da SilvaMaria Cecília G. M. ArrudaIsa Maria Marquete de Oliveira

Educação Física e Esporte

Diretor: Paulo Rizzo RamiresVice-Diretora: Ivani Credidio TrombettaSecretária: Theresa BartolomeuTesoureiro: Marcio Oliveira de Sousa

Comissão Científica: Kátia de AngelCrivaldo G. Cardoso JuniorCláudia Lucia de Moraes ForjazPatrícia Chakur BrumSandra Lia do AmaralLuciene Ferreira Azevedo

iv

1RSCESP

SUPLEMENTO AABR/MAI/JUN 2006

ESPAÇO DOS DEPARTAMENTOS

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

Metas para o biênio 2006/2007O Departamento de Enfermagem tem como finalidade promover cursos, conferências, simpósios e

jornadas, divulgar trabalhos e estudos de interesse na área de Enfermagem em Cardiologia por meio doSuplemento da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (em suas versõesimpressa e na Internet – www.revistasocesp. org.br), zelar pelos direitos e interesses de seus associados,colaborar com as instituições de ensino na área da Enfermagem para o desenvolvimento profissional ecientífico dos acadêmicos de Enfermagem, estimular a pesquisa, e colaborar com a difusão deconhecimentos sobre a inter-relação do Assistir em Enfermagem e a Cardiologia.

A atual Diretoria tem como metas apoiar, promover e realizar eventos na área de Enfermagem emCardiologia, direcionados aos enfermeiros que atuam na área de ensino, pesquisa, assistência e extensãoem Cardiologia, bem como promover a aproximação entre esses profissionais, com a finalidade precípuade atualizar e gerar novos conhecimentos, visando ao aprimoramento tanto intelectual como cultural eprofissional.

Ao se associar ao Departamento de Enfermagem da SOCESP, utilizando o www.socesp.org.br, oenfermeiro poderá desfrutar de vantagens como descontos em atividades científicas programadas eacesso à Internet e à Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e ao Suplemento,além de poder participar de atividades de extensão à comunidade. Dessa forma, estará diversificando seucírculo de relacionamento profissional e ampliando possibilidades de atualização do conhecimento,agregando a sua formação competência para atender de forma eficiente e eficaz a complexa demanda dotrabalho interdisciplinar que exige a prática clínica na área da Cardiologia atual.

Compõem a atual Diretoria do Departamento de Enfermagem – Biênio 2006/2007: Diretora – profa.dra. Eugenia Velludo Veiga (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo);Vice-Diretor – Carlos Odércio Zanquetta (Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo);Secretária – Roberta Cunha R. Colombo (docente da Unicamp); Tesoureira – Maria Keiko Asakura(Hospital do Coração). A Comissão Científica e o Conselho Editorial são formados por enfermeiros edocentes de diferentes Instituições de Ensino e Assistência da cidade de São Paulo e região. Para 2006estão previstos dois cursos de Atualização Multidisciplinar: “Enfoque na Cardiologia Preventiva”, a serrealizado na cidade de São Paulo, na sede da SOCESP; e “Enfoque na Cardiologia Gerontogeriátrica”,em local a ser confirmado. Seu comparecimento, sua opinião e sua avaliação são imprescindíveis. AXXIV Jornada de Enfermagem será realizada durante o XXVIII Congresso da Sociedade de Cardiologiado Estado de São Paulo, que acontecerá na cidade de São Paulo, nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2007.Programe-se, agende-se, envie resumos de trabalhos científicos. Contamos com sua participação.

Diretoria do Departamento de EnfermagemBiênio 2006/2007

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Qualidade de vidaNos dias de hoje, quando se pensa em saúde logo vem à mente qualidade de vida. A tendência atual

é de se buscar um estilo de vida mais saudável, um estilo de vida que implique o mínimo de fatores derisco para a saúde tanto física como emocional e social.

O desenvolvimento tecnológico vem diminuindo a necessidade de esforço físico nas últimas décadas,exigindo menos do organismo e levando as pessoas ao sedentarismo, à alimentação inadequada, e,conseqüentemente, ao sobrepeso e à obesidade.

A competitividade e a busca de carreira na vida empresarial, a busca por espaço no mercado detrabalho e a presença de conflitos nos relacionamentos profissionais, sociais e familiares são alguns dosfatores que podem gerar estresse, angústia e quadros patológicos no âmbito emocional, como, porexemplo, depressão.

2RSCESPSUPLEMENTO AABR/MAI/JUN 2006

ESPAÇO DOS DEPARTAMENTOS

Tabagismo, uso de álcool e falta tanto de exercícios físicos como de cuidados preventivos com a saúdefísica (como, por exemplo, os “check-ups” médicos), hábitos comuns no dia-a-dia dos indivíduos, sãofatores que contribuem para o aumento dos riscos relacionados ao coração, à hipertensão, ao diabetes eà saúde física em geral. Qualidade de vida, portanto, subentende manter o cuidado com a saúde em todosos seus aspectos (físico, social e emocional), diminuindo, assim, os fatores de risco.

Deve-se, pois, buscar um estilo de vida mais saudável, que compreenda hábitos alimentares maisadequados, cuidados médicos preventivos, atenção com a saúde emocional e atividades físicas e de lazer,cuidados importantes para se alcançar melhor qualidade de vida.

O cuidado com a saúde emocional, aliado a outros cuidados, pode, por meio da psicoterapia, ajudaro indivíduo a se compreender melhor e a conhecer tanto seus recursos e potenciais como suas dificuldadese conflitos, proporcionando a ele condições de lidar mais adequadamente com as situações geradoras deansiedade, estresse e angústia.

Dessa maneira, o profissional da área da Psicologia pode proporcionar o cuidado com osaspectos emocionais, prevenindo quadros psicopatológicos mais graves, além de ajudar esseindivíduo a desenvolver seu autoconhecimento, orientando-o a lidar melhor com as situações dodia-a-dia, contribuindo, assim, para melhor qualidade de vida.

Diretoria do Departamento de PsicologiaBiênio 2006/2007

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Carta ao leitorO XIII Simpósio de Nutrição em Cardiologia, realizado durante o XXVII Congresso da Sociedade

de Cardiologia do Estado de São Paulo, que aconteceu na cidade de Campos do Jordão nos dias 25, 26e 27 de maio de 2006, foi marcado pela qualidade das palestras e pela participação ativa dos congressistas.O Departamento de Nutrição, com seu caráter sempre inovador e dinâmico, ofereceu aos participantesconteúdo científico atual e programação diversificada, abrangendo vários temas de atuação nutricionalna área da Cardiologia. Para tanto, contou com palestrantes renomados nas áreas de Nutrição e Medicina.Nessa mesma ocasião, o público pôde participar da quarta edição do “Espaço Gourmet”, realizado noRestaurante Araucária do Grande Hotel Senac, também em Campos do Jordão, em que a nutricionistaLiliana Bricarello proferiu uma palestra técnica sobre a soja e a “chef” de cozinha Elizabeth Vieiraabordou sua utilização gastronômica. Ao final das apresentações, os participantes puderam degustar umdelicioso cardápio com preparações à base de soja. Os trabalhos apresentados como temas livres epôsteres, pela sua qualidade, contribuíram para enriquecer o conteúdo científico do Simpósio. Com ointuito de incentivar e promover a atualização na área da Cardiologia, foram sorteados livros sobre essetema ao final de cada dia de atividade.

O Departamento de Nutrição agradece a participação de todos, convida para o simpósio do próximoano e aproveita para informar que realizará, no dia 30 de setembro de 2006, o curso de “Atualização emNutrição em Cardiologia”, em que serão abordados os seguintes temas:– Hipertensão arterial: controle dietético;– Recomendações nutricionais para o tratamento das dislipidemias;– Diabetes;– Síndrome metabólica;– Avaliação nutricional e análise de exames laboratoriais em ambulatório de Cardiologia;– Níveis de assistência em nutrição em Cardiologia: atendimento a pacientes internados;– Terapia nutricional: insuficiência cardíaca e transplante.

Diretoria do Departamento de NutriçãoBiênio 2006/2007

3RSCESP

SUPLEMENTO AABR/MAI/JUN 2006

ESPAÇO DOS DEPARTAMENTOS

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

Carta ao leitorO Suplemento da Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo conta agora com

uma novidade: um espaço reservado para a publicação de informações e para a divulgação de eventosde cada Departamento da SOCESP. O espaço do Departamento de Odontologia foi especialmente criadopara você, profissional da área, com o objetivo de difundir informações e valorizar o conhecimentocientífico.

Convidamos você a participar dessa experiência com produções científicas. Poderão ser publicadosartigos em forma de revisão de literatura, artigos originais, relatos de caso clínico, apresentações de técnica,protocolos de uso e resumos de teses. A produção científica deverá ser enviada para a sede da SOCESP (Av.Paulista, 2073 – Horsa I – 15o andar – cj. 1512 – Cerqueira César – CEP 01311-300 – São Paulo – SP) ouencaminhada por e-mail ([email protected]).

Aguardamos a participação de todos. E, dentro dessa filosofia de melhor atender às necessidades denossos associados, estaremos a sua disposição, ajudando, assim, a fazer com que nossas publicaçõesproporcionem constante atualização à classe odontológica.

Diretoria do Departamento de OdontologiaBiênio 2006/2007

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

Carta ao leitorFoi lançado no dia 26 de maio de 2006, por ocasião do XII Simpósio de Fisioterapia em Cardiologia,

realizado durante o XXVII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, em Camposdo Jordão, o livro “Fisioterapia em Cardiologia: Aspectos Práticos”, publicado pela Editora Atheneu.

A obra foi idealizada pelo Departamento de Fisioterapia da SOCESP, com o propósito defornecer aos fisioterapeutas que gostam, que atuam e que pretendem atuar na área informaçõespráticas e atuais que possam ser rapidamente consultadas. Para isso, contou com a experiênciacientífica e a assistência de 46 autores do Estado de São Paulo.

O livro, composto por 27 capítulos divididos em 6 partes, aborda todos os aspectos da Fisioterapiaem Cardiologia, desde a atuação do fisioterapeuta na Unidade de Terapia Intensiva até a reabilitaçãocardiovascular em todas as suas fases. Os temas abordados são:– Avaliação do paciente cardiopata;– Fisioterapia cardiorrespiratória no paciente crítico;– Ventilação mecânica;– Pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca;– Reabilitação cardiovascular;– Diretrizes para implantação de um programa de reabilitação cardiovascular.

Com essa publicação, o Departamento de Fisioterapia espera atingir um dos mais importantes objetivosda SOCESP: o aprimoramento e a atualização constantes dos profissionais da área de Cardiologia, e,conseqüentemente, o desenvolvimento da Fisioterapia no Estado de São Paulo e no Brasil.

Diretoria do Departamento de FisioterapiaBiênio 2006/2007

Nota da EditoraMENSAGEM AOS LEITORES

Nas duas primeiras edições deste ano do Suplemento da Revista da Sociedade de Cardiologia doEstado de São Paulo, a SOCESP não havia recebido ainda a relação atualizada das Diretorias dosDepartamentos e do Conselho Editorial deste Suplemento, tendo de publicar uma relação nãoatualizada. Nesta edição, com a confirmação dos nomes, estamos publicando a relação atualizada.

4RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variaçãoda pressão arterial eadesão ao tratamentomedicamentoso dopaciente hipertensoatendido no Serviçode Assistência Médicae Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelofarmacêutico por meioda atenção farmacêutica

AVALIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL E

ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO

PACIENTE HIPERTENSO ATENDIDO NO SERVIÇO DE

ASSISTÊNCIA MÉDICA E SOCIAL AOS SERVIDORES

(SAMSS) E ACOMPANHADO PELO FARMACÊUTICO

POR MEIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA

LÉO MARCIO DE ALMEIDA SILVA

SONIA LUCENA CIPRIANO

JOSÉ LUIZ NISHIURA

RUTH APARECIDA ROCHA MUNHOZ

Divisão de Farmácia – HC-FMUSP

Endereço para correspondência:Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 255 – 8o andar – Bloco 12 – Cerqueira César – CEP05403-900 – São Paulo – SP

Foram selecionados 47 pacientes hipertensos, os quais foram divididos em dois grupos:grupo caso, com atenção farmacêutica (n = 23), e grupo controle, sem atenção farmacêutica(n = 24). O período de acompanhamento dos pacientes foi de quatro meses, com um total dequatro consultas por paciente. O grupo caso foi orientado pelo farmacêutico, que utilizouimpressos de anamnese farmacêutica, perfil farmacoterapêutico e outros instrumentos deatenção farmacêutica durante o período de acompanhamento. O grupo controle recebeuorientação por outros profissionais de saúde e seu contato com o farmacêutico foi apenas naaferição da pressão arterial e na entrega dos medicamentos. Foi solicitado ao paciente quenas consultas farmacêuticas devolvesse as embalagens dos medicamentos e osmedicamentos restantes foram contados para o cálculo da taxa de adesão ao tratamentomedicamentoso. Os pacientes dos dois grupos demonstraram características demográficasque não apresentaram diferenças significativas. A pressão arterial média do grupoacompanhado pelo farmacêutico foi de 152/94 mmHg no início do estudo e de 124/78mmHg na última consulta, com média de adesão ao tratamento medicamentoso deaproximadamente 85%. O grupo controle apresentou valor inicial de pressão arterial de 154/98 mmHg e de 146/91 mmHg na última consulta, com média de adesão ao tratamentomedicamentoso de aproximadamente 50%. A presença do farmacêutico clínico na atençãofarmacêutica é muito importante, juntamente com a equipe multiprofissional, no controle dapressão arterial.

Palavras-chave: hipertensão arterial, atenção farmacêutica, farmacêutico.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:4-9)RSCESP (72594)-1603

5RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variação

da pressão arterial eadesão ao tratamento

medicamentoso dopaciente hipertenso

atendido no Serviçode Assistência Médica

e Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelo

farmacêutico por meioda atenção farmacêutica

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial apresenta alta prevalên-cia no Brasil, sendo responsável por elevadas ta-xas de morbidade. Os hipertensos representamcerca de 22% a 44% da população geral adulta,variando conforme o estudo e a região estudada.Estatísticas estimam que 13 milhões de brasilei-ros possuem níveis tensionais acima de 160 mmHge/ou 95 mmHg e 30 milhões, níveis de 140-159mmHg e/ou 90-94 mmHg, dos quais 50% (+ 15milhões) desconhecem ser hipertensos. Vários tra-balhos têm demonstrado o importante papel dofarmacêutico no controle da hipertensão arterial.Borenstein e colaboradores1 observaram reduçõesestatisticamente significativas da pressão sistóli-ca de 98 pacientes tratados, conjuntamente, pelomédico e pelo farmacêutico, quando comparadoscom 99 pacientes tratados apenas pelo médico (re-duções de 22 mmHg e 11 mmHg, respectivamen-te). Okamoto e Nakahiro2 observaram que, após otratamento, as medidas de pressão arterial foramsignificativamente mais baixas no tratamento con-junto médico-farmacêutico que no tratamento ape-nas com o médico. A terapêutica farmacológica é,atualmente, a base da maioria das intervenções mé-dicas; assim, se a prescrição for adequada, os be-nefícios da terapêutica instituída dependerão documprimento da posologia recomendada. No en-tanto, estima-se que mais de 40% dos indivíduoscom pressão arterial elevada abandonam o trata-mento no primeiro ano, e que cerca de 40% dosrestantes não aderem adequadamente ao regimeterapêutico3. Observou-se, em muitos trabalhos,que a contagem de comprimidos apresentados pelopaciente no retorno farmacêutico é um métodofavorável na avaliação da adesão ao tratamento,mediante o acompanhamento do paciente pelo far-macêutico integrado à equipe multiprofissional4.

OBJETIVO

Este estudo teve como objetivo avaliar o con-trole da pressão arterial e a taxa de adesão ao tra-tamento medicamentoso de funcionários hiperten-sos do Serviço de Assistência Médica e Social aosServidores (SAMSS) do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da Universidade de SãoPaulo (HC-FMUSP), por meio da atenção farma-cêutica.

MÉTODOS

Foram estudados 47 funcionários do comple-xo, sendo caracterizados por sexo, idade, raça eescolaridade, com diagnóstico de hipertensão deacordo com a IV Diretriz Brasileira de Hiperten-

são Arterial5. Os pacientes foram randomizadosem dois grupos de estudo: grupo controle (n = 24)e grupo caso, com atenção farmacêutica (n = 23).No grupo controle, os pacientes tiveram contatocom o farmacêutico apenas na entrega dos medi-camentos e na aferição da pressão arterial. No gru-po caso, os pacientes foram acompanhados pelofarmacêutico clínico e orientados da forma des-crita pela atenção farmacêutica. Após a inserçãodo paciente no estudo, era realizada a primeiraconsulta, em que o farmacêutico clínico aferia apressão arterial utilizando a técnica adequada6. Noprocesso de atenção farmacêutica, após as aferi-ções da pressão arterial, era realizada anamnesefarmacêutica para caracterização do paciente e doperfil farmacoterapêutico. O paciente recebia in-formações a respeito de sua enfermidade, incluin-do complicações e tratamento. Além disso, o pa-ciente também recebia informações sobre neces-sidades de mudanças no estilo de vida, reforçan-do os fatores de dificuldade de entendimento ob-servados na anamnese farmacêutica, tais como:esclarecimentos sobre o uso correto e a função dosmedicamentos prescritos, forma de armazenamen-to, conservação, importância da continuidade dotratamento, propostas e metas a serem alcançadas.Os medicamentos foram fornecidos atendendo aposologia recomendada pelo médico, em quanti-dade suficiente para um mês, de acordo com a pres-crição. Após 30 dias, era realizada nova consulta,em que se procedia a contagem dos comprimidosdevolvidos e das embalagens vazias, para obser-var a adesão do paciente por meio do cálculo dataxa de adesão (taxa de adesão = comprimidos usa-dos pelo paciente/comprimidos prescritos na re-ceita x 100).

Considerou-se adesão ao tratamento quando opaciente fez uso de 80% a 120% dos medicamen-tos prescritos. Durante o estudo, foram realizadasquatro consultas, tendo sido calculados a média eo desvio padrão, com diferenças determinadas peloteste t de Student pareado a um nível de signifi-cância de p < 0,05.

RESULTADOS

As características demográficas dos gruposforam similares quanto ao número de participan-tes e quanto à idade. O sexo feminino predomi-nou sobre o masculino em ambos os grupos, as-sim como a raça branca sobre a negra. O nível deescolaridade fundamental predominou com rela-ção aos ensinos médio e superior. A Figura 1 de-monstra a média dos valores da pressão arterial(sistólica/diastólica) em cada uma das quatro con-sultas no grupo caso comparativamente ao grupocontrole. Os níveis pressóricos na primeira con-

6RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variaçãoda pressão arterial eadesão ao tratamentomedicamentoso dopaciente hipertensoatendido no Serviçode Assistência Médicae Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelofarmacêutico por meioda atenção farmacêutica

sulta foram similares, com média de 152/94 mmHgobservada no grupo caso e de 154/98 mmHg nogrupo controle. Observou-se redução significanteda média das pressões sistólica e diastólica na se-gunda, na terceira e na quarta consultas no grupocaso (134/83 mmHg, 126/75 mmHg, 124/78mmHg, respectivamente) com relação à primeiraconsulta (152/94mmHg). No grupo controle, ob-servou-se redução significativa da média das pres-sões sistólica e diastólica na segunda e na terceiraconsultas (143/89 mmHg e 134/87 mmHg, respec-tivamente), o mesmo não ocorrendo na quarta con-sulta, comparativamente à primeira (146/91 mmHgvs. 154/98mmHg).

Considerando a taxa de adesão ao tratamentomedicamentoso, a Figura 2 demonstra que houvede 82% a 91% de adesão a todas as classes farma-cológicas no grupo caso (22 pacientes), enquantono grupo controle (20 pacientes) a adesão foi de45% a 55%.

DISCUSSÃO

O controle da pressão arterial é de extrema im-portância, pela alta prevalência de hipertensos, eo tratamento continuado é um desafio que exigededicação e paciência, em decorrência das difi-culdades apresentadas pelos pacientes para seguiro esquema terapêutico proposto. A não-adesão aotratamento medicamentoso e a não-modificação

dos hábitos de vida contribuem para que a pressãoarterial fique acima dos valores considerados nor-mais. Apesar de os pacientes do grupo controle,em sua maioria, terem recebido orientação de ou-tros profissionais da saúde que os encaminharampara o estudo em questão, foi observado o desco-nhecimento dos conceitos de hipertensão arteriale as complicações inerentes ao não-controle. Ocontrole da pressão arterial foi evidente e cons-tante no grupo caso em relação ao grupo controle.Os valores da segunda e da terceira consultas dogrupo controle com relação à primeira consultativeram redução menor, porém de forma signifi-cativa, não apresentando redução significativa na

quarta consulta, demonstrando a instabilidade namanutenção da pressão desses pacientes. A taxade adesão ao tratamento mostrou-se baixa no gru-po controle (45% a 55%), o que corrobora os re-sultados de Urquhart3 e de Ramalhinho e Cabri-taq4, que relatam aproximadamente 50% de ade-são. O grupo caso apresentou adesão de 82% a91%. Observou-se maior conforto por parte dopaciente em relatar dificuldades no seguimentoterapêutico e sintomas ao farmacêutico, como tam-bém foi observado por Chase7, demonstrando oti-mização no tratamento com a redução dos valorespressóricos de forma constante ao longo dos me-ses. A queda significante da pressão arterial e amaior taxa de adesão ao tratamento medicamen-toso do grupo caso, com acompanhamento farma-

Figura 1. Valores pressóricos em cada uma das quatro consultas.

CASO sistólica

CASO diastólica

CONTROLE sistólica

CONTROLE diastólica

Consultas

7RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variação

da pressão arterial eadesão ao tratamento

medicamentoso dopaciente hipertenso

atendido no Serviçode Assistência Médica

e Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelo

farmacêutico por meioda atenção farmacêutica

Figura 2. Número de pacientes aderentes e não-aderentes.

cêutico, decorrem da participação do farmacêuti-co clínico, associada à consulta médica, enfatizan-do a importância do tratamento da hipertensão ar-terial. Esses resultados confirmam os relatos de Bo-renstein e colaboradores1 e de Okamoto e Nakahiro2

no que se refere à relevância do tratamento conjuntomédico-farmacêutico.

CONCLUSÃO

O presente estudo demonstrou que a partici-pação do farmacêutico clínico junto com a equipemultiprofissional, prestando atenção farmacêuti-ca ao paciente, é importante no controle da pres-são arterial e na adesão ao tratamento.

A B C

Grupo caso Grupo controle

8RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variaçãoda pressão arterial eadesão ao tratamentomedicamentoso dopaciente hipertensoatendido no Serviçode Assistência Médicae Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelofarmacêutico por meioda atenção farmacêutica

EVALUATION OF BLOOD PRESSURE VARIATION AND

ADHERENCE TO MEDICATION TREATMENT OF

HYPERTENSIVE PATIENTS TREATED AT SAMSS,FOLLOWED UP BY A PHARMACIST THROUGH

PHARMACEUTICAL AID

LÉO MARCIO DE ALMEIDA SILVA

SONIA LUCENA CIPRIANO

JOSÉ LUIZ NISHIURA

RUTH APARECIDA ROCHA MUNHOZ

Categorize hypertensive patients by age, gender, race and education level, and evaluateblood pressure control and adherence rate to medication treatment done by employees of alarge hospital, followed up by a pharmacist from pharmaceutical aid. A total of 47hypertensive patients were selected, divided into pharmaceutical group (n = 23) and controlgroup (n = 24), and categorized by age, gender, race and education level. The follow-upperiod was approximately of 4 months, with a total of 4 appointments per patient. Thepharmaceutical group was guided by the pharmacist, who applied pharmaceuticalanamnesis, pharma-therapeutical profile and other procedures which involve pharmaceuticalaid during the follow-up period. The control group received orientation from other healthprofessionals, and their contact with the pharmacist was only for checking blood pressureand medication pick-up. The medication boxes were given back by the time of theappointments, and the remaining medication was counted for the calculation of theadherence to medication treatment fee. Patients from both groups presented demographicfeatures which pose no significant differences. Blood pressure within the pharmaceuticalgroup started at 152/94 mmHg, and, at the last appointment, it was 124/78 mmHg. Theaverage rate for adherence to medication treatment was approximately 85%. The controlgroup had, as initial arterial pressure value, 154/98 mmHg, and, at the last appointment, itwas 146/91 mmHg. The average rate for adherence to medication treatment wasapproximately 50%. The presence of the pharmacist providing pharmaceutical aid is crucial,accompanied by a multiprofessional team for the control of blood pressure.

Key words: pharmaceutical care, blood pressure, pharmacist, hypertensive.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:4-9)RSCESP (72594)-1603

REFERÊNCIAS

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9RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

SILVA LMA e cols.Avaliação da variação

da pressão arterial eadesão ao tratamento

medicamentoso dopaciente hipertenso

atendido no Serviçode Assistência Médica

e Social aosServidores (SAMSS)e acompanhado pelo

farmacêutico por meioda atenção farmacêutica

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10RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LOURENÇO EASe cols.Serviço Social emediação para aqualidade de vida: onascer do Projeto VidaViva na saúde públicade Franca/SP

O DIREITO À SAÚDE E OGRUPO VIDA VIVA

A Constituição Federal de 19881 garantiu odireito à saúde, mediante o processo reivindi-catório da sociedade, em especial do movimen-to sanitário. O lema “saúde é direito de todos edever do Estado” (CF, 1988, Artigo 1961) foireafirmado na Lei Orgânica da Saúde (LOS),números 80802 e 81423, em 1990. O papel de-sempenhado pela estrutura tanto social comoeconômica e governamental passa a ser reco-nhecido no processo saúde-doença. A falta dealimentação adequada, as deficiências na edu-

SERVIÇO SOCIAL E MEDIAÇÃO PARA A QUALIDADE

DE VIDA: O NASCER DO PROJETO VIDA VIVA

NA SAÚDE PÚBLICA DE FRANCA/SP

EDVÂNIA A. SOUZA LOURENÇO

IRIS FENNER BERTANI

REGINA MAURA REZENDE

Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – UNESP – Franca – SPSMS Franca – SPIMESB – Bebedouro – SPGrupo QUAVISSS – UNESP – Franca – SP

Endereço para correspondência:Rua Aluísio Pacheco Ferreira, 4010 – Vila Santa Eugênia – CEP 14409-043 – Franca – SP

Este estudo tem como objetivo apresentar o Projeto Vida Viva, desenvolvido na UnidadeBásica de Saúde do Bairro Leporace (UBS-Leporace), em Franca, no Estado de São Paulo.Discute as atividades realizadas, os impactos na vida de seus usuários e o papel do assistentesocial como ator coadjuvante nesse processo. Na perspectiva da promoção e prevenção emsaúde foram tecidas as teias que proporcionaram a constituição desse Projeto. Trata-se deuma ação intersetorial com enfoque para a qualidade de vida da população adulta e emprocesso de envelhecimento, a qual foi foco deste estudo por meio de uma pesquisarealizada em 2003, na referida UBS. A partir de 1988, com a promulgação do SistemaÚnico de Saúde (SUS), o conceito de saúde passa a abranger as condições gerais de vida e apautar novas ações, especialmente na rede básica dos serviços públicos de saúde. Dessaforma, o Projeto Vida Viva configura-se como uma ação inovadora do jeito de se fazer saúde.

Palavras-chave: saúde pública, saúde do idoso, qualidade de vida, promoção da saúde.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:10-3)RSCESP (72594)-1604

cação, o desemprego, as condições insalubresde trabalho e a ausência de oportunidades decultura, de ensino superior etc., manifestam-secomo fatores potenciais de fragilidade da vidahumana e de sua qualidade.

Saúde deixa de ser apenas o estado físico e oestado mental e passa a abranger a dinâmica devida, e o Serviço Social assume ações de planeja-mento e execução de programas na área da saúde,antes de certa forma restrita aos saberes e à lide-rança das áreas biológicas. Carvalho4 aponta que“Saúde é Democracia e Democracia é Saúde”, oque interfere na condução da política e no atendi-mento ao usuário. A saúde aproxima-se da cida-

11RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LOURENÇO EASe cols.

Serviço Social emediação para a

qualidade de vida: onascer do Projeto VidaViva na saúde pública

de Franca/SP

dania e o usuário deve ser orientado sobre seupossível problema e quanto à forma de tratamen-to, além de ser convidado a exercer o “controlesocial” por meio dos Conselhos e Conferências.O assistente social, como profissional das Equi-pes de Saúde, processa sua prática, sobretudo, pormeio da interdisciplinaridade e da intersetoriali-dade. Em seu cotidiano, busca fazer uma leituracrítica da realidade, desmistificar os descompas-sos sociais e econômicos, e evidenciar as deter-minações estruturais e contextuais no processosaúde-doença. Minayo5 refere que doenças relaci-onadas a precárias condições de existência nemsempre são entendidas como tal, “... são social-mente desconstruídas”, despidas de seu carátersocial e transformadas em “culpa”, “descuido”,“ignorância popular”. O assistente social tem for-mação específica para realizar a mediação, que,para Pontes6, está entre a particularidade, a uni-versalidade e a singularidade expressada pela de-manda. Elabora possibilidades de construção daspolíticas que vão ao encontro das reais necessida-des da comunidade, além de oferecer a propostamobilizadora para a inversão de valores presentesnas ações de saúde, nas quais o curativo ainda sesobressai ao preventivo.

CARACTERÍSTICAS DO GRUPO EMESTUDO: PROJETO VIDA VIVA

A necessidade de oferecer trabalho de quali-dade à população adulta e prevenção de doençascomo hipertensão, diabetes e obesidade, e aindade contribuir para a qualidade de vida, foi a prin-cipal motivação, a partir de 2000, para a constru-ção do Projeto Vida Viva, desenvolvido na Unida-de Básica de Saúde do Bairro Leporace (UBS-Leporace), em Franca, no Estado de São Paulo.

As atividades são desenvolvidas por meio deabordagem tanto individual como grupal. A ativi-dade grupal coloca-se como suporte técnico parao avanço do Projeto, uma vez que estimula a par-ticipação e a troca de experiências. As reuniõeseducativas e as atividades de lazer e cultura se-guem cronograma antecipado, com temas sugeri-dos pelos membros do grupo e também pela equi-pe técnica envolvida. A abordagem individual étão relevante quanto a grupal no atendimento àsnecessidades pessoais e no acompanhamento, etambém como estratégia para trabalhar as ques-tões inerentes à promoção da saúde e à adesão aoacompanhamento a sua saúde. Buscar parceriascom os diversos recursos da comunidade (CentrosComunitários e Universidade para a Terceira Ida-de da UNESP) favoreceu a integração do usuárionão apenas com a UBS, mas também com sua pró-pria comunidade.

MÉTODOS

Foi realizada, em 2003, pesquisa exploratóriaabordando aspectos objetivos mensuráveis e as-pectos de caráter qualitativo resultantes da opiniãodos usuários. Foram entrevistados todos os parti-cipantes vinculados, há mais de um ano, ao Proje-to Vida Viva.

RESULTADOS

Foram entrevistados 41 sujeitos, dos quais65,29% tinham mais de 65 anos de idade, sendo opúblico feminino responsável por 82,92% dessesindivíduos. Em relação ao nível de adoecimento eà conseqüente procura pelo serviço de saúde, cons-tatou-se que 22 sujeitos (53,65%) buscaram o aten-dimento médico para acompanhamento e contro-le de saúde e não em razão da doença. A diminui-ção da freqüência às consultas foi observada em17 pessoas (41,46%), e apenas 2 pessoas (4,87%)procuraram pelos serviços por terem tido compli-cações em seu quadro de saúde. O Projeto VidaViva foi apontado por 35 pessoas (85,36%) comoum dos responsáveis pela melhora no quadro desaúde. Alguns dos depoimentos, transcritos a se-guir com nomes fictícios, comprovam a disposi-ção interna e a energia para realizar as atividadesdo cotidiano, e também, de forma enfática, parabuscar novas tarefas, como passeios, estudos, aten-ção e cuidados para com o corpo: “O Vida Vivamudou até minha relação sexual, a cada dia mesinto mais viva na família, na comunidade, enfim,minha história de vida mudou completamente”(Marina).

Em relação à superação da depressão: “O VidaViva para mim foi muito importante, pois melho-rou muito a minha cabeça e meu modo de pensare de valorizar a saúde” (Carolina).

E em relação à força das amizades no estadogeral de saúde: “Depois que esse projeto come-çou, estou me sentindo muito bem. É bom para anossa saúde e para a nossa mente, e principalmen-te porque fazemos novas amizades” (Vera).

DISCUSSÃO DOS DADOS

Evidenciou-se que o impacto do Projeto ex-trapola as condições objetivas (controle de doen-ças já instaladas e diminuição de consultas) e sereflete na construção de hábitos de vida mais sau-dáveis e na expressão de sentimentos como ale-gria e prazer, tão importantes no cotidiano de qual-quer pessoa. As mudanças no mundo do trabalho7

e o desemprego interferem no processo de enve-lhecimento pela perda da função social. A pessoaenvolta nesse processo acaba sendo marginaliza-

12RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LOURENÇO EASe cols.Serviço Social emediação para aqualidade de vida: onascer do Projeto VidaViva na saúde públicade Franca/SP

da e o Grupo é uma alternativa para o resgate daidentidade como sujeito histórico social e para oresgate das potencialidades da pessoa humana. Asatividades grupais favorecem espaços para que osusuários vivenciem e experimentem sensações eemoções. Há identificação entre as pessoas e a tro-ca de experiências e amizade contribui para queos usuários fiquem mais fortalecidos, compreen-dendo a valorização da própria vida e o cuidadocom o corpo e com as relações estabelecidas. OGrupo Vida Viva, um dos projetos que se desta-cam na prevenção em saúde, não prevê repasse debenefício material, o que torna possível constatara importância da informação e da própria vivên-cia em grupo na vida dos usuários. A opinião dousuário sobre o que considera bom e ruim na vi-vência grupal aponta como fator positivo a amiza-de e a convivência em grupo, destacadas por60,97% dos entrevistados. Fofocas, brigas e con-flitos foram indicados como fatores negativos por

26,82% dos entrevistados. Essas questões são ine-rentes ao convívio social, pois as vivências coleti-vas, além de favorecer as diferenças individuais,reforçam os conflitos internos e externos e facili-tam a criação de vínculos saudáveis e a superaçãodos problemas. Abrem um “território vivo”, emque os membros compartilham sentimentos, pen-samentos e angústias e encontram apoio e alterna-tivas. Trata-se da mediação entre o particular e ouniversal e vice-versa, na qual são construídos es-paços para o exercício da democracia e da cidada-nia. Finalmente, pode-se considerar que o ProjetoVida Viva tem propiciado o desenvolvimento da cons-ciência tanto crítica como participativa, na qual o usu-ário é autor e sujeito de sua própria história. O en-volvimento dos profissionais de saúde tem trilhadoum caminho permeado por melhoras qualitativas,facilitador do acesso dos usuários aos recursos dis-poníveis na rede pública, estimulando a adesão aosprojetos e subsidiando melhora da qualidade de vida.

SOCIAL WORK AND THE MEDIATION TO THE

QUALITY OF LIFE: THE RISING OF THE

PROJECT ALIVE LIFE IN THE PUBLIC HEALTH

AREA OF FRANCA/SP

EDVÂNIA A. SOUZA LOURENÇO

IRIS FENNER BERTANI

REGINA MAURA REZENDE

This study aims to present the Project Alive Life, developed in the Basic Unit of Health ofthe Leporace District (UBS-Leporace), in Franca/SP. It introduces the realized activities,their impacts in the clients’ way of life and the Social Workers role as supporting actors inthat process. In the perspective of the health promotion and prevention, the webs that havebeen provided to the constitution of that Project were woven. It deals with an inter-sectionalaction focusing on the quality of life of the adult population and in aging process, whichconstitutes the center of this study got by a research realized in 2003, in the referred UBS.From 1988 on, with the promulgation of the Unique System of Health (SUS) the concept ofhealth starts to include the general conditions of life guiding new actions, especially in thebasic net of the public health services. Therefore, the Project Alive Life configures aninnovative action of the way of doing health.

Key words: public health, aging health, quality of life, health promotion.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:10-3)RSCESP (72594)-1604

13RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LOURENÇO EASe cols.

Serviço Social emediação para a

qualidade de vida: onascer do Projeto VidaViva na saúde pública

de Franca/SP

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14RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LATERZA MCe col.Efeito dotreinamento físicona hipertensão arterial

INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é um dos principais fa-tores de risco para o desenvolvimento das doen-ças cardiovasculares1. Considerada multifatorial eassintomática, a hipertensão arterial leva, ao lon-go do tempo, ao desenvolvimento de lesões emvasos e órgãos-alvo. Lamentavelmente, estimati-vas epidemiológicas revelam que, em pessoas comidade acima de 18 anos, a hipertensão arterial che-ga a acometer 20% da população mundial2. NoBrasil, estimativas em algumas regiões específi-cas do território nacional revelam que essa preva-lência oscila entre 22%3 e 44%4.

Essas taxas têm importante repercussão soci-oeconômica ao se questionar sobre quantos indi-víduos sabem ou realmente controlam seus eleva-dos níveis pressóricos. Em amostra representativada população dos Estados Unidos da América,envolvida no “National Health and Nutrition Exa-

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO NA

HIPERTENSÃO ARTERIAL

MATEUS CAMAROTI LATERZA

MARIA URBANA P. B. RONDON

Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício – Instituto do Coração(InCor) –HC-FMUSP

Endereço para correspondência:Av. Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 44 – Cerqueira César – CEP 05403-900 – São Paulo – SP

Estudos epidemiológicos têm sugerido que a inatividade física está associada a maiorincidência de hipertensão arterial. Por outro lado, meta-análises recentes e consensos derenomadas sociedades de especialistas na área de saúde vêm desenvolvendo estudos epromovendo discussões no sentido de evidenciar que o treinamento físico pode reduzir ouaté mesmo normalizar os níveis de pressão arterial clínica em pacientes hipertensos. Dessaforma, o exercício físico regular passou a ser amplamente recomendado como meio não-farmacológico para prevenção e tratamento da hipertensão arterial.Nesta revisão, abordaremos o efeito do treinamento físico dinâmico sobre a hipertensãoarterial, assim como a orientação de exercícios preconizada para o paciente hipertenso.

Palavras-chave: exercício físico, hipertensão arterial.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:14-6)RSCESP (72594)-1605

mination Survey” (NHANES III) de 1991 a 1994,68% da população diagnosticada hipertensa tinhaconsciência de seu problema, embora somentemetade desse porcentual estava em tratamento.Ainda mais alarmante é o fato de que somente 27%dos indivíduos tratados estavam, efetivamente,com a pressão arterial controlada2.

Diante dessa realidade apresentada, fica evi-dente a necessidade de conscientização do pro-blema pelos órgãos de saúde pública e de trata-mento dos pacientes portadores de hipertensãoarterial. Portanto, cada vez mais, diferentesabordagens vêm sendo empregadas com o obje-tivo de diminuir os níveis pressóricos dessespacientes. Dentre as condutas não-farmacológi-cas, a prática regular de exercícios físicos vemsendo utilizada por profissionais da saúde porcausa das evidências clínicas e dos consensosda literatura5-7, que demonstram a eficácia dotreinamento físico em reduzir os níveis de pres-

15RSCESP

SUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LATERZA MCe col.

Efeito dotreinamento físico

na hipertensão arterial

são arterial dos pacientes hipertensos.

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICODINÂMICO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Estudos epidemiológicos têm demonstrado quea prática regular de exercícios físicos está associ-ada com a prevenção do desenvolvimento da hi-pertensão arterial8. Os benefícios do treinamentofísico também se estendem às pessoas que já apre-sentam hipertensão arterial estabelecida. Realmen-te, vários estudos e meta-análises recentes têmdemonstrado redução da pressão arterial clínicaem indivíduos hipertensos após período de treina-mento físico7, 9, em que a magnitude da reduçãopressórica atinge valores de 11 mmHg para a pres-são sistólica e de 8 mmHg para a pressão diastóli-ca9. Além de reduzir a pressão arterial em repou-so, a prática regular de exercícios físicos tambémreduz a resposta pressórica diante de estímulos fi-siológicos, como exercício físico submáximo10 esituações de estresse mental11. E mais, a quedapressórica provocada pelo treinamento físico temlevado à diminuição ou à suspensão do uso demedicamentos anti-hipertensivos por pacienteshipertensos, reduzindo ônus e efeitos colateraisprovocados pelo tratamento farmacológico12.

ORIENTAÇÃO DE EXERCÍCIOSPRECONIZADA PARA O PACIENTEHIPERTENSO

Segundo a V Diretrizes Brasileiras de Hiper-tensão Arterial5, o exercício físico deve ser rea-lizado de três a cinco vezes por semana, e cadasessão deve ser constituída por pelo menos 30minutos de exercícios aeróbios, com intensida-de de esforço prescrita por meio do seguintecálculo: FC de treinamento = (FCmax - FCrep)x % recomendada da FC + FCrep, em que FC =freqüência cardíaca; FCmax = freqüência car-díaca máxima, medida no teste de esforço;FCrep = freqüência cardíaca de repouso, medi-da após cinco minutos de repouso deitado; % =para sedentários, 50%-70% e para condiciona-dos, 60%-80%.

Quanto aos exercícios de resistência muscularlocalizada, a sobrecarga recomendada não deve ul-trapassar 50%-60% da contração voluntária má-xima2, devendo ser empregados somente comoforma complementar ao exercício aeróbio. Cabelembrar que antes de iniciar o programa de treina-mento físico o paciente hipertenso deve ser sub-metido a avaliação clínica especializada e examepré-participação.

ACUTE AND CHRONIC EFFECTS OF EXERCISE ON

ARTERIAL HYPERTENSION

MATEUS CAMAROTI LATERZA

MARIA URBANA P. B. RONDON

Epidemiological studies have suggested that sedentary life-style is associated with a higherincidence of hypertension. On the other hand, recent meta-analysis and consensus ofimportant societies of specialists have demonstrated that exercise training reduces ornormalizes the levels of clinical blood pressure in hypertensive patients. Thus, regularexercise has been widely recommended as a non-pharmacological tool in the prevention andtreatment of hypertension.In summary, this review will focus the effects of dynamic exercise training on hypertension,the exercise training prescription recommended for hypertensive patients.

Key words: exercise training, essential hypertension.

(Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006;3 Supl A:14-6)RSCESP (72594)-1605

16RSCESPSUPLEMENTO AJUL/AGO/SET 2006

LATERZA MCe col.Efeito dotreinamento físicona hipertensão arterial

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XXVIII CONGRESSO DA

SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA

DO ESTADO DE SÃO PAULO

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