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SOCESP EM DESTAQUE 1 PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANO 1 – N o 3 – DEZEMBRO/2006 SOCESP ESTRÉIA PROGRAMA NA TV ENTREVISTA COM O CARDIOLOGISTA PROTÁSIO LEMOS DA LUZ EXCLUSIVO CONGRESSO GANHA LOGOMARCA OFICIAL CAMPANHA DE FILIAÇÃO OFERECE VANTAGENS PARA NOVOS E ANTIGOS ASSOCIADOS

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S O C E S P E M D E S T A Q U E 1

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – ANO 1 – No 3 – DEZEMBRO/2006

SOCESP ESTRÉIAPROGRAMA NA TV

ENTREVISTA COM O CARDIOLOGISTA PROTÁSIO LEMOS DA LUZ

EXCLUSIVO

CONGRESSO GANHA LOGOMARCA OFICIAL

CAMPANHA DE FILIAÇÃO

OFERECE VANTAGENS

PARA NOVOS E ANTIGOS

ASSOCIADOS

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S O C E S P E M D E S T A Q U E2

Estamos a dias do fi m de 2006. Foi um ano intenso para o Brasil, para os brasileiros, os médicos e para os cardiologistas. Carnaval, Copa do Mundo, eleições: o calendário es-teve tomado. Nem vimos os meses passando.

Na SOCESP a agenda também se manteve sempre repleta. O XXVII Congresso exigiu investimento e energia, mas deu resultados mara-vilhosos. As ações para os leigos, intensifi cadas pela atual Diretoria, viraram rotina e também renderam retorno excelente. O projeto Na Paulista, nós cuidamos do seu coração bateu recorde de público e virou notícia nos principais meios de comunicação, como Globo, Record, SBT, Bandeirantes, CBN, Jovem Pan, Eldorado, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo...

Outras iniciativas voltadas ao esclarecimento da comunidade

GRANDES PERSPECTIVASEXPEDIENTE EDITORIAL

DIRETORIA DA SOCESPBIÊNIO 2006/2007

PRESIDENTE Bráulio Luna Filho

VICE-PRESIDENTEAri Timerman

1O SECRETÁRIOIbraim Masciarelli Pinto

2a SECRETÁRIAIeda Biscegli Jatene

1O TESOUREIROJoão Nelson Rodrigues Branco

2O TESOUREIROMiguel Antonio Moretti

DIRETOR CIENTÍFICO Fernando Nobre

DIRETOR DE PUBLICAÇÕESEdson Stefanini

DIRETOR DE REGIONAISMárcio Jansen de O. Figueiredo

ASSESSOR DEINFRA-ESTRUTURACarlos Vicente Serrano Jr.

ASSESSOR DE INFORMÁTICAMoacir Fernandes Godoy

ASSESSOR DE QUALIDADE PROFISSIONALJosé Henrique A. Vila

EDITORES Edson StefaniniLuiz Francisco CardosoMaria Teresa N. BombigPedro Silvio Farsky

SOCESP em destaque é editado bimestralmente pela Diretoria de Publicações da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Avenida Paulista, 2073 – Horsa I, 15

o andar, cj. 1503, CEP 01311-300, São Paulo, SP. Telefone (11) 3179.0044

PRODUÇÃO GRÁFICA Patricia Lia Ferreira

IMPRESSÃOAquaPrint Gráfi ca & Editora

SOCESP na internet www.socesp.org.br

E-mail [email protected]

alcançaram sucesso semelhante: exemplos são a 4ª Feira da Saúde e Cidadania e a cruzada SOCESP/Sociedade Paulista de Pneumologia contra o tabaco.

Vale destacar ainda o grande esforço empreendido para demo-cratizar e difundir o conhecimento de excelência. Só no interior do Estado tivemos mais de 100 eventos de educação continuada, levando aos cardiologistas da região o que há de melhor e mais efi caz na especialida-de. Nesta mesma área, apostamos na criação de cursos on-line, o que garante à SOCESP mais efi ciência e modernidade.

Agora, neste fim de ano, tra-balhamos numa grande campanha de fi liação que objetiva aumentar em no mínimo 20% o número de associados. Chegaremos lá, com certeza, fortalecendo a Sociedade, a cardiologia e o trabalho e a imagem dos cardiologistas.

Portanto, são muito boas as pers-pectivas para 2007. Estou convicto de que iremos aproveitá-las bem para o benefício de todos. Muito obrigado a você, por estar conosco em todas essas ações. Feliz Natal e um ano novo de grandes conquistas e realizações.

Bráulio Luna Filho, Presidente da SOCESP

2 S O C E S P E M D E S

O Cremesp está tomando providências duras e necessárias para acabar de vez com a atuação dos chamados “falsos médicos” no Estado de São Paulo. Já encaminhou uma série de medidas para dificultar a ação de charlatões, como o recadastramento geral dos médicos em atividade, uma sugestão ao CFM de confecção de nova carteira médica com tecnologia digital e a inclusão de fotos dos profi ssionais no Guia Médico do site do

Conselho. A atuação decidida e enérgica em defesa da medicina e dos médicos tem explicação no absurdo aumento de falsos profi ssionais. Até 2004, eram de 8 a 10 de-núncias ao ano. Em 2006, só no primeiro semestre, foram descobertos 19 casos. Para esclarecimentos de dúvidas ou mais informações sobre o recadastramento, acesse o site www.cremesp.org.br ou os telefones (11) 5908-5615/ 5616/5633/ 5640, das 9h às 21h.

CREMESP RECADASTRA MÉDICOS

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RÁPIDASÚLTIMASNOTÍCIASSOCESP

SOCESP ESTRÉIA PROGRAMA NA TV

Estreou em outubro Cuidando do Coração, programa da SO-CESP em parceria com a TV Unifesp. Apresenta dicas de

prevenção, novidades e notícias sobre saúde cardiovascular, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população.

“É o primeiro programa de uma Sociedade de especialidade voltado ao público em geral”, lembra dr. Bráulio Luna Filho, presidente da SOCESP. Ele explica que todos os temas relevantes relacionados às doenças cardiovasculares serão abor-dados, visto que tais enfermidades são as principais causas de mortali-

dade e morbidade no mundo.

“Trata-se de um excelente meio de levar aos cidadãos conhecimentos sobre fatores de risco, possi-bilidades terapêuticas e controle das doen-ças cardiovasculares”, reforça o dr. Ari Ti-merman, vice-presi-dente da SOCESP e

CURTAS

Tornar-se referência para a mídia é um dos objetivos perseguidos pela SOCESP para oferecer aos cidadãos informações confi áveis so-bre a saúde do coração. Os resul-tados dessa empreitada, felizmente, são positivos: bons espaços estão surgindo, como as entrevistas do dr. Agnaldo Pispico, no programa Charme, de Adriane Galisteu, e a do dr. Bráulio Luna para o Bom Dia São Paulo, da Globo.

A SOCESP investe na utilização da internet como ferramenta para facilitar o acesso ao conhecimento científi co, com a implantação de iné-ditos cursos on-line, válidos para a revalidação do título de especialista. “A Sociedade trabalha com tecnologia atual em benefício de seus associa-dos”, enfatiza o dr. Fernando Nobre, Diretor Científi co. “Até o fi m de 2006, serão disponibilizadas, no site www.socesp.org.br, atualizações em Doença

Arterial Coronariana, Insufi ciência Cardíaca, Dislipidemias e Hiper-tensão Arterial”. Para participar, é necessário ser sócio da SOCESP: o curso é gratuito.

O ano de 2007 nem começou, mas já reserva boas novidades aos cardiologistas do interior. De acor-do com o diretor de Regionais, dr. Márcio Jansen, a SOCESP prepara um pacote de cursos de atuali-zação científi ca de qualidade. O objetivo é facilitar a vida dos car-diologistas da região, que poderão resolver a questão da educação continuada em suas próprias cida-des, sem deslocamentos e custos adicionais. Estarão em pauta temas importantes como hipertensão arterial, insufi ciência cardíaca e arritmia, entre outros.

O âncora e entrevistador da atração é o dr. Nabil Ghorayeb

um dos coordenadores da atração. Cuidando do Coração tem como

âncora o dr. Nabil Ghorayeb e vai ao ar no Canal Universitário, transmiti-

do pela NET, canal 11, e TVA, 71. É quinzenal, sempre às segundas-feiras, às 18h30, com reprises às quartas, às 11h, e aos domingos, às 19h30.

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S O C E S P E M D E S T A Q U E4

FILIAÇÃO

CAMPANHA FORTALECESOCESP E TRAZ BENEFÍCIOS A ASSOCIADOS

A SOCESP deu início a mais uma etapa de sua estratégia de perma-nente valorização da especialidade e dos

médicos. Até 1º de março de 2007, patrocinará uma campanha de fi liação, cujo objetivo é ampliar, no mínimo, em 20% o número de associados.

Uma novidade interessante é que a partir de agora qualquer pessoa interessada em assuntos cardíacos ou em cultivar a boa saúde do coração pode se associar, mesmo não sendo da área de saúde. Aliás, aqueles que se fi liarem até o fi m do ano não pagarão anuidade em 2007.

Dr. Bráulio Luna Filho, presidente da SOCESP, explica que a meta é es-timular o crescimento da Sociedade, fortalecendo-a e também a categoria. E, o mais importante, difundir conhe-cimento científi co de excelência, o que é essencial para a melhoria do atendimento de saúde no Brasil.

DESCONTOS E FACILIDADES A ação abrange todo o Brasil,

oferecendo benefícios econômicos, associativos e científi cos aos cardio-logistas, aos médicos de outras espe-cialidades, aos demais profi ssionais de saúde e a quaisquer cidadãos. Uma das vantagens é que os novos associados terão direito, já no início do próximo ano, ao Cartão de Fidelidade SOCESP, que garantirá descontos especiais em

livrarias, lojas, restaurantes, locadoras de automóveis, empresas aéreas e em atividades culturais, como tea-tro e shows, além de academias de ginástica.

Com o Cartão de Fidelidade, tam-bém receberá créditos ao participar das ações de educação continuada da SOCESP, o que possibilitará descontos progressivos no Congresso, no curso de reciclagem, entre outros. Depois de dois anos, conforme a pontuação acumulada, o associado alcançará um nível diferenciado de relacionamento, obtendo novos benefícios ainda mais atraentes.

De acordo com o diretor de Regionais, dr. Márcio Jansen de Oli-veira Figueiredo, a vida associativa é fundamental, especialmente para os profi ssionais liberais, e a consciência dos cardiologistas certamente trará retorno à altura para a campanha: “Ao defl agrar uma ação dessa im-portância, a SOCESP abre as portas para que novos especialistas entrem e tornem a cardiologia mais forte tanto no interior quanto na capital”.

CRESCIMENTO CONTÍNUO DA CARDIOLOGIA

BENEFÍCIOS CIENTÍFICOS No quesito científi co, além do

atrativo natural de ser membro de uma entidade de altíssimo nível, que é indiscutivelmente uma referência na difusão do conhecimento de excelência, os fi liados terão aces-so irrestrito ao site www.socesp.org.br, aos inéditos cursos on-line de desenvolvimento profissional, receberão gratuitamente a Revista SOCESP, uma das mais importantes publicações de atualização, ao jor-nal SOCESP em destaque e poderão acessar as melhores publicações científi cas do Brasil e do mundo.

“A SOCESP, com sua tradição de excelência científi ca, representa para seus sócios a interface que os coloca em contato com todo esse material científi co relevante, atual e de boa qualidade. Essa estratégia garante a educação continuada efi -ciente, isto é, acessível, com pouco investimento de tempo e dinheiro”, analisa a dra. Beatriz Matsubara, da Regional Botucatu.

Vale ressaltar que o filiado à

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SOCIALPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AOS CIDADÃOS

Uma das prioridades da SOCESP em 2006 tem sido estreitar sua relação com a comunidade. Os resultados, até agora, são extrema-mente positivos. Ações como o Na Paulista, nós cuidamos do seu Coração e a participação na 4ª Feira da Saúde e Cidadania envolveram diversos departamentos da Sociedade e levaram importantes informações sobre a boa saúde do coração a milhares de cidadãos.

Na Feira, por exemplo, os nu-tricionistas ministraram palestras, destacando o papel da alimentação saudável na prevenção de doenças cardiovasculares, os psicólogos falaram sobre estresse, tabagismo, drogas e alcoolismo. Simultaneamen-te, assistentes sociais identifi caram e encaminharam os que precisavam de tratamento médico e a equipe de en-fermagem alertou para os perigos da

CADA VEZ MAIS PRÓXIMA DA COMUNIDADE

hipertensão. Já os médicos tiraram dúvidas sobre doenças do coração e houve demonstrações de res-suscitação cardiopulmonar, usando bonecos especiais e Desfribrilador Externo Automático (DEA).

“O trabalho da SOCESP junto à comunidade tem sido muito consistente e efi caz. Uma vez que, a cada ano, a entidade dispõe de maior atenção a ações do gênero, esta prestação de serviços contri-bui bastante para uma orientação reconhecidamente concreta aos cidadãos”, analisa a dra. Ieda Jatene, 2ª Secretária.

REFERÊNCIATransmitir conhecimentos preci-

sos à comunidade sobre prevenção de doenças, visando a melhoria da qualidade de vida e a redução do número de mortes por doença cardiovascular, também foi o foco da Sociedade em outras iniciativas, como a ocorrida em 29 de agosto, Dia Nacional do Combate ao Tabagismo, no Conjunto Nacional em São Paulo. Especialistas e estudantes de medi-cina alertaram as pessoas sobre os malefícios do cigarro, além de medir a taxa de monóxido de carbono.

Na avaliação do dr. Miguel Moretti, 2º Tesoureiro, a prática de atividades junto à comunidade leiga faz com que o cidadão tenha referência na cardiologia de forma isenta, sem ligação com essa ou aquela instituição ou serviço. “As-sim, cumprimos nosso papel social, como ponto de suporte e de segurança aos leigos, que também encontram na SOCESP uma fonte de informações confi áveis”.

Na 4ª Feira da Saúde e Cidadania, houve o envolvimento de vários Departamentos que levaram esclarecimentos e dicas sobre saúde do coração ao público

SOCESP pode ainda utilizar o recém-inaugurado Centro de Treinamento de Emergências, o mais moderno e completo da América Latina, usufruir da Sala dos Sócios, com internet, vi-deoteca, literatura e outros serviços, entre outras surpresas que estão sendo preparadas para 2007, quando a Socie-dade completará 30 anos.

DESCONTOS DE 20%, 50% E ATÉ 100%

O prestígio científi co, político e social da SOCESP, seu trabalho per-manente por valorização da cardiolo-gia e dos cardiologistas e também por melhoria da assistência em saúde são atrativos que não têm preço. São um plus da campanha. Como se tudo isso não bastasse, haverá descontos de 20%, 50% e até 100%, dependendo da categoria, inclusive para profi ssionais não-médicos. Informações adicionais pelo telefone (11) 3179-0044 ou no site www.socesp.org.br

Dr. Luiz Antônio Gubolino, da Regional São José do Rio Preto, con-sidera toda essa iniciativa um motivo de orgulho para o cardiologista e, principalmente, um grande compro-misso de responsabilidade com a busca contínua da atualização profi ssional.

OUTRAS IMPRESSÕES Ser sócio da SOCESP dá maior sta-

tus ao profi ssional médico, segundo o dr. Carlos Pimentel, da Regional Marília, que também considera a ampliação do conhecimento e a atualização essen-ciais para o crescimento intelectual e o êxito na prática da medicina. Já o dr. Alexander Braun, de Campinas, des-taca a necessidade de união da classe médica nesse processo:

“Só com coesão e melhoria dos conhecimentos em medicina pode-remos atingir nossos objetivos. As-sociar-se à SOCESP é fundamental; nos dará capacidade para reciclagem e luta de classe”.

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ATUALIZAÇÃO

XXVIII CONGRESSO DE CARDIOLOGIA

Nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2007, a SOCESP pro-moverá o XXVIII Con-gresso de Cardiologia,

que terá como sede a capital de São Paulo. Os congressistas poderão aliar ciência às atrações gastronômicas, turísticas e à intensa vida cultural que a cidade oferece.

“O retorno à capital paulista apre-senta muitas vantagens. Possibilitará, por exemplo, maior disponibilidade de recursos para investimento em boas novidades aos congressistas. Faremos um evento histórico, pois também coin-cidirá com os 30 anos da Sociedade. Sem dúvidas, terá repercussão nacional”, afi rma dr. Bráulio Luna Filho, presidente da SOCESP.

Com o objetivo de oferecer con-forto e comodidade aos profi ssionais, residentes e graduandos foi escolhido

como palco central do evento o ITM Expo, espaço rico em infra-estrutura. Porém, o maior atrativo é a programação científi ca: renomados especialistas do Brasil e de importantes centros interna-cionais estão escalados para difundir o conhecimento de excelência, transmitir aos congressistas suas experiências e o que há de mais relevante atualmente para prevenção, diagnóstico e tratamen-to das doenças do coração, enfi m, tudo para a boa prática da cardiologia.

As formas de abordagens também serão inovadoras. Segundo dr. Leopoldo Soares Piegas, presidente do XXVIII Congresso, a primeira parte da manhã de cada um dos três dias será destinada ao Estado da Arte, sessão na qual será feita uma completa atualização sobre temas diversos. Serão 13 sessões diárias, das 8h às 10h, abordando ICO aguda, arritmias, emergências, idosos, cardiopatias con-

O QUE VEM

POR AÍ

6 S O C E S P E M D E S

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RETRATOATRAÇÕES DA CAPITAL PAULISTA

UM UNIVERSO CHAMADO SÃO PAULOA cidade de São Paulo é uma

das poucas, no mundo, com tanta diversidade. Nas áreas de lazer, gastronomia, cultura ou entretenimento, é sempre difícil escolher o que fazer primeiro. São cerca de 10 mil restaurantes de mais de 50 tipos diferentes de cozinha; 15 mil bares; quase 80 shoppings center e mais de 200 mil lojas, dentro e fora deles. Em cultura não é diferente: mais de 100 teatros e 70 museus. Veja a seguir uma pequena mostra do que o espera na capital.

Planetário do IbirapueraDepois de sete anos, o Planetá-

rio do Ibirapuera voltou a funcio-nar. Um novo projetor tem capa-cidade de mostrar qualquer ponto conhecido do universo como, por exemplo, Marte. Um sistema de projeção de fi bra óptica reproduz cor e brilho reais das estrelas.

Edifício Altino Arantes (ou Prédio do Banespa)

Com arquitetura inspirada no Empire State Building, de Nova Iorque, oferece um raio de 360º de visão do alto de seus mais

de 161 metros de altura. De lá é possível ver a Serra do Mar, o Pico do Jaraguá, os prédios da Avenida Paulista e as principais construções do centro.

Museu da Língua PortuguesaPara mostrar a história e a di-

nâmica do nosso idioma, o mais novo museu da cidade oferece um passeio totalmente hightech. Jogos, mostras temporárias, palavras cruzadas e galerias são algumas das atrações.

ZoológicoCom área de 900 mil metros

quadrados, abriga 3.200 animais, sendo 200 espécies de aves, 100 de mamíferos, 98 de répteis, além dos anfíbios e dos invertebrados. O Zôo oferece visitas monitoradas e passeios noturnos.

Pinacoteca do EstadoProjetada pelo arquiteto Ramos

de Azevedo, em 1895, conta com acervo de mais de 100 mil obras. O espaço oferece um delicioso e simpático café do lado de fora, pro-porcionando almoços ao ar livre com vista para o Parque da Luz.

gênitas, ICC, ICO crônica, valvopatias, ergometria, aterosclerose/dislipidemia, HAS e intervenção. Diariamente, haverá também uma sessão conjunta com os Departamentos da SOCESP.

A Comissão Científi ca do Congresso estima que em breve a programação estará pronta e em janeiro será dispo-nibilizada na internet. Uma inovação importante será que os participantes inscritos receberão o programa com an-tecedência mínima de um mês, diferen-temente das edições passadas, quando a distribuição costumava acontecer apenas no início dos trabalhos.

A edição de 2007 inaugurará outro marco: o logotipo ofi cial permanente do Congresso. Segundo dr. Ibraim Mascia-relli Pinto, 1o secretário, é um trabalho que busca consolidar ainda mais essa marca já vitoriosa e representativa da excelência cardiológica: “Como signi-fi cante absoluto de fonte confi ável da cardiologia, como meio dinâmico de envolvimento de profi ssionais a partir do conhecimento e por ser tão singular, nosso congresso necessitava de um sím-bolo próprio que fi xasse e representasse todas essas atribuições”.

Esforços não estão sendo medidos para que seja realmente o maior e mais completo congresso da cardio-logia paulista. Reuniões periódicas da Comissão Organizadora e Científi ca têm ocorrido para viabilizar uma grade de alto nível e estrelas internacionais já começam a confi rmar presença, a exemplo do canadense dr. Salim Yusuf, professor da McMaster University, líder de alguns dos mais importantes estudos clínicos da área.

Simpósios, debates, temas livres e palestras colocarão em foco assuntos abrangentes e fundamentais à especiali-dade. “O objetivo é munir o profi ssional que participar de todos os conhecimen-tos disponíveis no momento na área da cardiologia, trabalhando para aperfeiçoa-mento e avanço deste profi ssional e da especialidade”, ressalta dr. Piegas.

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8 S O C E S P E M D E S T A Q U E

ESCLARECIMENTOQUALIDADE

PROFISSIONALEM FOCO

O PAPEL DO CARDIOLOGISTA NA DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER

O dr. José Henrique Andrade Vila, diretor de Qualidade Profi ssional da SOCESP, fala da importância

de ser um aliado constante do paciente tam-bém no enfrentamento dos tumores como os de próstata, de mama, entre outros.

O cardiologista tem obrigação de acompanhar essa questão?

Obrigação não. Afi nal, não somos especia-listas. Porém, temos de pensar cada vez mais como médicos de família, ver o atendimento à saúde como realmente integral. Percebemos no exercício diário da profi ssão que grande parte da população, especialmente a de meia idade em diante, escolhe o cardiologista como seu principal médico. É nossa tarefa atender priorizando o aspecto humanístico e assistir a esses pacientes em todas as suas necessidades de saúde, sem, é lógico, ultrapassar os limites da especialidade.

A que atribuiu essa opção de parte dos pacientes por ter o cardiologista como seu médico principal?

Certamente tem relação com a alta inci-dência das doenças cardiovasculares, incluindo a hipertensão, entre outras. Essas complicações são responsáveis por grande porcentagem de mortes em homens com mais 35 anos e em mulheres com idades superiores.

E o cardiologista, o que deve fazer?É necessário ter consciência desse

quadro e responsabilidade social para transcender, em algumas situações, os próprios cuidados cardiovasculares. É fundamental, por exemplo, alertar os pa-cientes sobre os aspectos preventivos em relação aos tumores malignos dos diversos órgãos e sistemas.

É só uma questão de orientação? Podemos fazer mais. Muitos homens

ainda resistem às consultas periódicas com o urologista; grande número de grupos de risco que possuem há-bitos e traços inadequados. Além de trabalhar para conscientizá-los, podemos solicitar, junto com a bateria de exames habitual, o PSA livre, o PSA total. Já com esses exames, é importante reforçar o encaminhamen-to ao especialista, que terá facilitada sua propedêutica.

Dr. José Henrique Andrade Vila,

diretor de Qualidade Profi ssional

Há outros pontos que se deve atentar?

Pacientes com lesões cutâneas suspeitas em áreas expostas ao sol me-recem encaminhamento ao especialista. Fumantes com qualquer alteração significativa da voz, ex-pectoração sanguinolenta antes inexistente ou per-da sanguínea pela urina indicam a possibilidade de tumores malignos dos

Aconteceu em 21 de novembro a pri-meira reunião científi ca do ciclo SOCESP em linha direta com os residentes em Cardiologia, transmitida simultaneamente para diversas cidades do interior do Estado de São Paulo, via internet. Profi ssionais R3 de diversas instituições participaram ati-vamente das discussões de casos clínicos sobre insufi ciência cardíaca congestiva e arritmia, apresentados por médicos resi-dentes do Instituto do Coração - InCor. Os professores assistentes convidados foram os drs. Ângelo de Paola e Dirceu Rodrigues de Almeida, da Escola Paulista de Medicina, e Martino Martinelli Filho e Fernando Bacal, do InCor.

URGENTE

LINHA DIRETA COM OS RESIDENTES

Poderá, assim, avançar no processo de diag-nóstico, realizando o toque, por exemplo.

Como fi ca o caso das mulheres?Da mesma maneira, em mulheres, é

importante pedir o exame de mama perio-dicamente, pois poderá detectar nódulos precocemente e salvar vidas com o encami-nhamento oportuno ao especialista.

brônquios. Temos, portanto, de orientá-los a buscar o médico adequado. Essa postura vale para muitos outros casos de suspeita de câncer. Desta maneira o cardiologista auxiliará na solução de problemas que podem vir a ser fatais se não enfrentados precocemente. Enfi m, isso faz parte de nosso papel de aliado incondicional do paciente.

Esse novo proje to SOCESP visa criar uma interface permanente entre os residentes dos diversos serviços e abrir para eles novas portas na Sociedade de Cardiologia. “Queremos integrar os resi-dentes e viabilizar espaços diferenciados para que possam interagir com os centros formadores de cardiologistas”, comenta o dr. Miguel Moretti, 2º Tesoureiro.

Novas rodadas estão previstas para breve com residentes de outros serviços, como a Unifesp e a Benefi cência Portuguesa. As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados podem colher informações adicionais no site www.socesp.org.br ou pelo e-mail [email protected]

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S O C E S P E M D E S T A Q U E 9

NOTÍCIAS E MEMÓRIA DAS REGIONAIS

A Regional Ribeirão Preto da SO-CESP foi fundada em 13 de abril de 1977 por iniciativa de um jovem

cardiologista, o dr. Fernando Nobre. Ele tinha apenas três anos de profi ssão e a meta de consolidar uma entidade que congregasse especialistas em tor-no dos objetivos científi cos e sociais da cardiologia.

“Reuni as principais lideranças da especialidade na região, elaboramos o estatuto social e criamos uma en-tidade, antes mesmo da criação da SOCESP. Mais tarde, a Sociedade de Cardiologia de Ribeirão Preto tornou-se a Regional da SOCESP”.

A posse da primeira diretoria ocorreu na sede do Centro Médico de Ribeirão Preto com a presença dos drs. Antonio Casella Filho, Leandro Carlos Grandini, Adib Domingos Jatene, Humberto Jorge Isaac, Galdós Ângulo (primeiro presiden-te), Sérgio da Costa Pereira, Oswaldo Teno Castilho, Natan V. Soubihe, Sérgio Botelho Morais e Olavo de Carvalho Freitas. Na ocasião, o dr. Adib Jatene mi-nistrou palestra que contou com outros especialistas de expressão.

A princípio, a idéia era promover um encontro periódico entre os médicos. Neste contexto, no ano seguinte, 1978, a Regional realizou sua 1ª Jornada de Cardiologia de Ribeirão Preto, presidida

INTERIOR

9

À esquerda, Theatro Pedro II nos dias atuais. À direita, Antonio Casella Filho, Fernando Nobre, Leandro Carlos Grandini, Adib Domingos Jatene, Humberto Jorge Isaac, Galdós Ângulo - então presidente - Sérgio da Costa Pereira, Oswaldo Teno Castilho, Natan V. Soubihe, Sérgio Botelho Morais e Olavo de Carvalho Freitas durante a posse da primeira Diretoria

DIRETORIA ATUALPresidente: Brasil Salim MelisVice-presidente: Paulo José Freitas RibeiroSecretária: Rosana G. MendesTesoureiro: Renato Barroso Pereira de Castro

A CONTRIBUIÇÃO DE RIBEIRÃO PRETOÀ CARDIOLOGIA

pelo dr. Fernando Nobre. Desde então, anualmente, o evento acontece com objetivo de promover atualização de conhecimentos na cardiologia e em suas subespecialidades.

Atualmente, a SOCESP de Ribeirão Preto leva ações de qualifi cação profi s-sional contínua para toda a região. Uma delas, a Jornada Internacional de Cardio-logia Pediátrica, já se tornou tradicional por promover a integração entre espe-

cialistas estrangeiros e nacionais. Sua área de abrangência atinge os municípios de Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodósqui, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Rosa do Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana, Sertãozinho e Taquaral.

“A Regional sempre procurou in-crementar suas atividades por meio de eventos que abordam temas atuais e rele-vantes aos cardiologistas e universitários, uma vez que a reciclagem é fundamental a estes profi ssionais”, afi rma dr. Brasil Salim Mélis, atual presidente.

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S O C E S P E M D E S T A Q U E10

ENTREVISTA EXCLUSIVA

UMA HISTÓRIA DE AMOR À CARDIOLOGIA

Permaneceu de 1971 a 1976 em Los Angeles

e também se envolveu com investigação em

isquemia miocárdica, especifi camente em infarto

do miocárdio. Durante três anos, deixou a parte

clínica para se dedicar à experimentação animal.

Foi um aprendizado extremamente rico e, ao

voltar ao Brasil, encontrou o Instituto do Cora-

ção em seu início. Na recém-criada Divisão de

Experimentação montou sua equipe com jovens

cardiologistas, que confi rmaram seu brilhantismo

com o passar dos anos, como os drs. Francisco

Laurindo e Antônio Carlos Palandri Chagas.

Mais tarde, passou a dirigir a Unidade de Ate-

rosclerose do InCor, incentivando as pesquisas, as

investigações na área clínica e criando também o

laboratório de endotélio humano. Destacam-se

seus trabalhos sobre vinho tinto e suco de uva

que mostraram o papel protetor de ambos con-

tra aterosclerose. Nos últimos anos, além de seu

inabalável compromisso com a pesquisa, também

trabalhou muito para a Comissão Científi ca, no

Conselho Diretor e na Fundação Zerbini e em

toda a área administrativa do Instituto. Aliás, o

que não lhe falta é ânimo para abraçar tarefas e

realizá-las sempre efi cientemente.

Nesta entrevista, dr. Protásio fala um pouco

sobre os avanços da cardiologia e outras experi-

ências que marcaram sua vida profi ssional.

Sua experiência com a terapia intensiva aconteceu num momento de grandes transformações para a especialidade. O que pode destacar?Nos anos 70, com a incorporação do cateter de

Swan-Ganz, passamos a ter medidas objetivas

da função cardíaca em doentes graves, como

resistência débito cardíaco, periférica, pressões

da artéria pulmonar. Isso é a hemodinâmica

à beira do leito. Outro importante avanço

do período foi o correto entendimento do

miocárdio isquêmico e do infarto. Nesses

anos se compreendeu que o trombo de uma

artéria coronária é o responsável pelo infarto,

pois havia uma corrente que defendia que o

PROTÁSIO LEMOS DA LUZ

Natural de Vacaria, Rio Grande do Sul, ele

conserva algumas das características român-

ticas do brasileiro do interior. Gremista roxo,

adora uma boa conversa, é apaixonado por

montaria, por uma roda de amigos e valoriza

intensamente a vida. Provavelmente são he-

ranças dos tempos de fazenda, onde passou

parte da infância entre animais, muito verde,

pisando na terra e correndo livremente.

Pode não parecer, mas estamos falando

de um dos mais importantes cardiologistas

do Brasil, Protásio Lemos da Luz, professor

associado da USP, diretor da Unidade de

Aterosclerose do Incor e membro titular

da Academia Brasileira de Ciências. Casado

com dona Rosália, pai de Salvador e Rafael, fez

colégio e o curso de medicina no Paraná. Foi,

aliás, no Paraná que debutou na política es-

tudantil, chegando até a presidente da União

Paranaense de Estudantes Secundaristas.

Após se formar, em 1965, ainda cumpriu

residência médica no Hospital de Clínicas

de Curitiba. Em seguida, desembarcou em

São Paulo em busca de novos conheci-

mentos e fez o curso de especialização em

cardiologia.

À época ocorria o primeiro transplante

de coração no Hospital das Clínicas com a

equipe do dr. Zerbini, enquanto o sonho do

Instituto do Coração começava a se delinear.

E dr. Protásio era escolhido entre um grupo

de jovens cardiologistas para ir aos Estados

Unidos aperfeiçoar-se em terapia intensiva.

trombo na artéria coronária era conseqüência

de infartos graves. Foi ainda nessa época que

estudos experimentais determinaram que o

infarto é um fenômeno dinâmico, evolutivo.

Quer dizer, começa com a obstrução do fl uxo

sanguíneo para determinada área levando as

células miocárdias a morrer com o passar do

tempo. Daí surgiu a defi nição de janela tera-

pêutica. Em resumo, diria que os conceitos de

monitorização à beira do leito e da redução

do tamanho do infarto foram revoluções de

então, pois criaram as bases fi siopatológicas

para o que fazemos hoje.

De lá para cá, quais as transformações mais relevantes?Mais tarde houve o desenvolvimento da

angioplastia. Hoje destaco a aplicação da

biologia molecular. Atualmente, através de

ferramentas diversas, olhamos mecanismos

subcelulares, os fenômenos que ocorrem

dentro da célula. E que a biologia molecular

consegue identifi car talvez até modular e

modifi car. Avalio que a medicina está sendo

reescrita com base na biologia molecular. A

identifi cação do genoma humano é de extra-

ordinária importância. Anos atrás, achávamos

que o homem tinha 100 mil genes. Hoje sabe-

mos que tem apenas 30 mil, ou talvez seja só

25 mil. Foi preciso decodifi car e entender o

genoma humano. Agora vem a fase mais com-

plicada que é identifi car quais os genes que

estão envolvidos com cada uma das doenças.

É necessário compreender que determinadas

doenças são alteradas por um gene, outras

doenças, como a arteriosclerose, são pro-

duzidas por múltiplos genes. A compreensão

permitirá que se mapeie as origens genéticas

das doenças. Já fi cou claro que não é só o

gene que determina se uma pessoa terá uma

determinada doença, é preciso considerar a

ação do ambiente, os hábitos. Agora temos a

questão das células-tronco que ainda necessita

de mais pesquisas.

Nos EUA com o dr. Ganz

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S O C E S P E M D E S T A Q U E 11

OS BETA-BLOQUEADORES PERDERAM ESPAÇO NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL?

PONTO DE VISTAESTÍMULOAO DEBATE DE IDÉIAS

• Dr. Juliano de Lara Fernandes, cardiologista asso-

ciado à Regional Campinas da SOCESP e membro

da Diretoria, foi premiado no quesito Saúde do

Coração com o Prêmio Saúde é Vital, promovido

pela revista Saúde, da Editora Abril. A iniciativa

visa divulgar e incentivar trabalhos realizados por

cientistas dedicados à melhoria da saúde.

• Os cardiologistas Daniel Lages Dias, vice-presi-

CURTAS

Sim. Atualmente o uso dos beta-bloqueadores

para o tratamento da hipertensão arterial sem

indicações específi cas, como taquicardia, angina

do peito, infarto do miocárdio ou insufi ciência

cardíaca, entre outras, tem sido questionado.

Apesar de haver ainda uma ampla prescrição dessa

classe de medicamentos, ela vem gradativamente

sendo reduzida. Isso se deve principalmente aos

seguintes aspectos:

1. Alguns estudos sugerem que não haja efeitos

cardioprotetores dos beta-bloqueadores (princi-

palmente o atenolol) quando comparados a outros

medicamentos anti-hipertensivos;

2. O uso dessa classe poderá resultar em maior

probabilidade de diabete melito e alterações na

sensibilidade periférica à ação da insulina;

3. Recente metanálise (Lancet 2004;364:1684),

analisando cinco grandes estudos (17.671 pa-

cientes), concluiu que atenolol esteve associado

ao signifi cante aumento de todas as causas de

mortalidade e AVE. Esses achados poderiam ser

aplicados a todos os demais representantes dessa

classe? Essa é uma questão que ainda carece de

apropriada resposta;

4. Outra metanálise envolvendo 105.951 pacien-

tes (com o uso de vários beta-bloqueadores)

mostrou que houve aumento do risco de AVE

comparado com outros medicamentos (Lancet

2005;366:1545);

5. Entretanto, esses achados de aumento do risco

de AVE parecem estar afeitos aos pacientes

com idade superior a 60 anos. Assim, não

recomendamos o uso dos beta-bloqueadores

para os indivíduos idosos, a menos que haja

uma formal indicação para eles;

6. No MRC Trial, envolvendo 8.700 pacientes, o

uso de propranolol x hidroclortiazida ou placebo

resultou em maior risco de AVE no grupo pro-

pranolol que, por sua vez, teve taxa mais baixa do

que a observada no grupo que fez uso de placebo

(Br Med J [Clin Res Ed] 1985;291:97). É, portanto,

necessário considerar que em estudos comparando

beta-bloqueadores a placebo houve redução de

AVE muito superior ao observado com placebo

para o tratamento ativo;

7. No estudo LIFE (Lancet 2002;359:995), que

comparou losartan com atenolol, o grupo que fez

uso do beta-bloqueador teve signifi cativamente

maior chance de AVE fatal e não fatal.

8. Por fi m, no recente estudo ASCOT (Lancet

2005,366:895 e Lancet 2005;366:907) observou-se

mais baixa taxa de mortalidade com o regime anti-

hipertensivo baseado em amlodipino comparado

com aquele que envolveu o uso de atenolol, fazen-

do com que o estudo tenha sido prematuramente

interrompido pela sensível maior ocorrência de

eventos no grupo dos beta-bloqueadores.

Enfi m, os beta-bloqueadores perderam espaço no

tratamento da hipertensão arterial? Sim, perderam

espaço no tratamento da hipertensão arterial

principalmente naqueles pacientes sem indicações

formais para o seu uso, como taquicardia, angina do

peito, infarto do miocárdio ou insufi ciência cardíaca,

entre outras. Fora dessas condições peculiares é

preciso que se avalie criteriosamente a relação cus-

to-efetividade de sua prescrição, sobretudo como

primeira escolha no tratamento da hipertensão

arterial sistêmica

dente da Regional Campinas, e Otávio Rizzi Coelho,

ex-presidente da SOCESP (biênio 2004-2005),

receberam, em 31 de outubro, o Diploma do Mérito

Médico “Doutor Roberto Maia Rocha Brito”. A

homenagem da Câmara Municipal de Campinas

foi indicação do vereador Paulo Oya (PDT), que

destacou os especialistas entre as personalidades

que se destacaram na medicina em 2006.

E a farmacogenética, qual sua im-portância?No futuro, conhecendo o genoma de cada

pessoa, cada um de nós terá um chip iden-

tifi cando a composição gênica. Poderemos

saber em termos de terapêutica a forma como

determinado cidadão responde a esta ou àquela

droga. Conseguiremos fazer uma medicina

personalizada, uma terapêutica com doses mais

precisa e individualizadas e sem efeitos colate-

rais indesejáveis. Isso já está acontecendo, resta

saber quando terá aplicabilidade prática.

Enfim, são muitos os marcos que transformaram a cardiologia recen-temente...Diversos; há também os diagnósticos por

imagem. Hoje temos ressonância magnética,

tomografi as, ultra-som, radioisótopos, eco-

cardiograma. São métodos que permitem

visualizar, por exemplo, os vasos do pescoço,

as artérias coronárias de maneira não invasiva,

sem introduzir cateter. Outra grande evolução

é o desenvolvimento dos remédios. As esta-

tinas, para citar um caso, são extremamente

efi cientes, podem mudar o curso da doença.

Veja bem, mudar o curso das doenças pelo

conhecimento dos fatores de risco. Isso

também é um desenvolvimento importante,

porque o conhecimento da terapêutica e dos

mecanismos da evolução da arteriosclerose

levou a uma enorme alteração nas maneiras

de, por exemplo, a hipertensão, a aterosclerose

e a insufi ciência cardíaca serem tratadas. E aí

temos de destacar ainda as intervenções com

cateter, como a angioplastia, e a própria cirurgia

cardíaca que tiveram avanço espetacular.

O que ressalta de seus tempos de pre-sidente da SOCESP? Foi uma época muito boa. Muitos ajudaram.

Começamos a trazer o pessoal de ciências

básicas para participar do congresso, o que

hoje é comum. Criamos os primeiros de-

partamentos: enfermagem, psicologia... Isso

depois se desenvolveu extraordinariamente

agregando bastante. Foi nessa época a aqui-

sição da primeira sede na Avenida Paulista. E

demos os primeiros passos no processo de

educação continuada.

Por Fernando Nobre, coordenador da Unidade Clínica de Hipertensão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto; Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da USP;Fellow da European Society of Cardiology

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S O C E S P E M D E S T A Q U E12

PERGUNTAS E RESPOSTAS TIRE SUAS

DÚVIDAS CIENTÍFICAS

Quando falamos em caloria, sabemos que as gorduras são altamente energéticas, mas, hoje em dia, a principal atenção a ser dada a este nutriente não é somente à sua densidade calórica. O conhecimento científi co a respeito da composição e do metabolismo de óleos e gorduras no organismo avançou muito nos últimos anos.

As gorduras de um modo geral apresentam ácidos graxos saturados e de cadeia longa, o que confi gura sua característica mais sólida. A diferença entre o óleo e a gordura reside no fato de apresentar-se em estado líquido ou sólido à temperatura ambiente (20 graus).

Na natureza, os ácidos graxos geralmente são encontrados na confi guração cis. Nesta confi guração os hidrogênios ligados ao carbono da dupla ligação se encon-tram do mesmo lado. No caso dos ácidos graxos trans, os hidrogênios ligados aos carbonos de uma insaturação estão em lados opostos (Andreo & Jorge, 2006).

Os ácidos graxos trans possuem propriedades físicas semelhantes às dos ácidos graxos saturados. E sempre estiveram presentes na alimentação humana, através do consumo de alimentos provenientes de animais ruminantes, sendo encontradas em alguns alimentos de origem animal como carne, leite e manteiga (Martin e cols, 2004).

A produção de gordura vegetal hidrogenada no Brasil começou por volta de 1960.

Nos alimentos industrializados a gordura trans é resultado da hidrogenação parcial, no qual a gordura vegetal (líquida na temperatura ambiente) é aquecida e submetida ao processo de hidrogenação, com a adição de catalisadores metálicos e hidrogênio, fazendo com que os átomos de carbono se unam em confi guração linear e permaneçam em estado sólido à temperatura ambiente. Os ácidos graxos insaturados (gordura vegetal) possuem átomos de carbono que se alinham de forma não linear,

O CONTROLE CALÓRICO DOS ALIMENTOS E AS GORDURAS TRANS

resultando em estado líquido à temperatura ambiente. Daí a razão do processo de hidrogenação para endurecimento desta gordura vegetal.

Em 1990, Mensink & Katan, demonstraram que a ingestão elevada de AGT (ácidos graxos trans) aumentava os níveis da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) de maneira similar aos ácidos graxos saturados. Entretanto, foi observado que os AGT reduziam os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Estudos recentes demonstraram que, quando se comparou o consumo de valor calórico proveniente de gorduras saturadas ou insaturadas cis, o consumo de gorduras trans elevou os níveis de LDL-c, reduziu os níveis de HDL-c, e aumentou a proporção de colesterol total para HDL-c, considerado atualmente um importante preditor de risco para doença cardíaca coronariana. Outros estudos têm sido realizados, demonstrando efeitos adversos; Ascherio et al, 1999, sugeriram que a elevação em 2% na ingestão de ácidos graxos trans pode estar relacionada a um aumento de 0,1 na relação LDL-c/HDL-c, e que o aumento de uma unidade (1,0) nesta relação está associada à elevação em cerca de 53% do risco de doenças cardiovasculares.

Vários trabalhos relatam a relação entre consumo de gordura trans e aumento de LDL-c e triglicérides (Hu et al, 2001), bem como a infl uência da ingestão elevada de AGT sobre os níveis de lipoproteína(a) Lp(a), levando a um aumento signifi cativo dessa lipoproteína, quando diferentes teores de ácidos graxos saturados foram substituídos por AGT.

Segundo Mozaffarian et al, independentemente da elevação dos níveis de lipoproteína lp(a), a gordura trans também aumenta os níveis de triglicérides quando compa-rada com a ingestão de outras gorduras, o que caracteriza um aumento em diferentes fatores de risco para a doença cardíaca coronariana (Mozaffarian et al, 2006).

Recentes evidências indicaram que as gorduras trans promovem infl amação, o que correlaciona este tipo de gordura com aterosclerose, morte súbita por meio

Por Liliana Bricarello, Roberta Soares Lara Cassani e Rosana Raele

de causas cardíacas e diabetes. Associação positiva foi encontrada entre proteína C reativa (PCR) e risco para doença cardiovascular, sendo que diferenças nos níveis de PCR foram observadas por meio da ingestão média de gorduras trans em torno de 2,1%, quando comparada com 0,9% do total da ingestão energética, o que correspondeu a aumento no risco cardiovascular de aproximadamente 30% (Vasan et al, 2003).

O grande interesse em utilizar gordura hidrogenada na produção de alimentos é com o objetivo de melhorar as características físicas e sensoriais dos alimentos como estabilidade na fritura, aumenta de tempo de prateleira, e diminuição do custo.

Há dez anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão moderada desse tipo de gordura reconhecendo o impacto negativo sobre a saúde que a gordura trans acarreta. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou uma portaria obrigando as indústrias alimentícias a declararem o teor específi co de GT no rótulo dos alimentos. Até julho de 2006, as indústrias de alimentos já deveriam estar com seus rótulos adequados.

O consumo recomendado de GT ainda não foi totalmente estabelecido, mas o FDA (Food and Drug Administration), em 2003 publicou uma recomendação em que a ingestão diária máxima de gordura saturada + trans deve ser de 20g sem fator de risco e 15g com fator de risco. Já a OMS estabelece a ingestão diária máxima de GT de até 1% das calorias diárias ingeridas, ou seja, em uma dieta de 2000 calorias, isso equivale a 2,2g de GT.

Quantidade de GT em alguns al imentos (FDA,2003):

- margarina tablete (100g) = 3.5g- batatas fritas (1 pacote grande) = 6.0g- biscoitos tipo cookies (2 unidades) = 2.5g- biscoitos recheados (1 unidade) = 1.7g- pipoca de microondas (1 pacote) = 2.5gA realização de mais estudos para determinar o

conteúdo nos alimentos e estimar a quantidade a ser ingerida com seguridade, e de ações governamentais para incentivar a tecnologia para a redução dessas gorduras sem elevar o conteúdo de ácidos graxos saturados devem ser incentivadas, além de uma ampla divulgação pelos meios de comunicação para esclareci-mento à população.

Mais uma vez vale a pena ressaltar que trabalhar um plano alimentar adequado não constitui apenas em adequar calorias, mas especialmente em quantifi car e qualifi car a fonte destas calorias, para que assim a seguridade alimentar seja garantida e a prevenção às doenças cardiovasculares seja efetiva.

Referências:

Andreo D, Jorge N. Gordura Trans e as implicações na saúde humana. Rev Nutrição em Pauta, São Paulo, p. 11-15, set./out., 2006 Ascherio A, Katan MB, Zock PL, Stampfer MJ, Willet WC. Trans fatty acids and coronary heart disease. N Engl J Med 340(25):1994-8, 1999 Hu FB, Manson JE, Willet WC. Types of dietary fat and risk of coronary health disease: a critical review. Journal of American College Nutrition v.20:p.5-19, 2001 Martin CA, Matsushita M, Souza NE. Ácidos graxos trans: implicações nutricionais e fontes na dieta. Rev Nutr Campinas 17(3):361-368, jul./set., 2004 Mensink RP, Katan MB. Effect of dietary trans fatty acids on high-density and low-density lipoprotein cholesterol levels in healthy subjects. N Engl J Med

323(7):439-45, 1990 Mozzaffarian, D.; katan, M.B.; Ascherio, A.; Stampfer, M.J.; Willett, W.C. Trans fatty acids and cardiovascular disease. N Engl J Med 15 (1): 1601-1613, april, 2006 Vasan, R.S.; Sullivan, L.M. Roubenoff, R.Infl ammatory markers and risk of heart failure in elderly subjects without prior myocardial infarction: the Framingham Heart Study. Circulation 107: 1486-1491, 2003.