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A escolha de quem pensa! 1 Aula 1 Formação Territorial e Geopolítica Brasileira 01. A figura a seguir, a despeito de apresentar a delimitação territorial atual do Brasil, representa a formação espacial colonial-escravista brasileira na passagem do século XVIII para o século XIX, momento fundamental para a compreensão da formação territorial do Brasil. A figura delimita as diversas atividades econômico- demográficas, do que resulta um dado arranjo espacial. a) Relacione as áreas de pecuária, no final do século XVIII, aos biomas existentes no Brasil. b) A expansão da atividade pecuária pelo território esteve vinculada também ao tropeirismo. Descreva o papel da atividade pecuária e do tropeirismo na constituição do território brasileiro. 02. Uma divisão regional é fruto de teorias e métodos utilizados para a regionalização. Ela apresenta uma espécie de fotografia do estágio da organização do espaço geográfico nacional feita a partir das lentes dessas teorias e desses métodos. Com base nesse fragmento e nos mapas a seguir, apresente as diferenças entre as regionalizações estabelecidas para o Brasil por Milton Santos (1999), IBGE (1988) e Pinchas Geiger (1964), identificando os critérios (naturais, econômicos e/ou sociais) utilizados pelos autores. Geografia 1 03. A ação lusitana, nos primeiros séculos de colonização, foi decisiva para a formação de um país de grande extensão territorial que foi, gradativamente, absorvendo o espaço conquistado, mediante tratados sucessivos – Tordesilhas, Madri e Santo Ildefonso – para efetivar esta territorialização à proporção que a população crescia e que os meios de comunicação e de transporte permitiam. (ANDRADE, M. C. A questão do território no Brasil. Ipesp/Huci- tec: São Paulo/Recife, 1995.) Essa citação destaca a expansão do território do Brasil, que inicialmente compreendia apenas o território situado a leste da linha de Tordesilhas. Explique os principais processos que proporcionaram tal expansão. 04. Leia a seguir o trecho da música Tropicália, de Caetano Veloso (1968). A seguir responda às questões: “Sobre a cabeça os aviões Sob os meus pés os caminhões Aponta contra os chapadões Meu nariz. Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento no planalto central do país.” a) O movimento tropicalista, do qual Caetano Veloso foi um representante, traça um retrato “cantado” do Brasil. Segundo algumas interpretações, na música Tropicália o autor contesta a ideologia que dominava o pensamento político do Brasil, principalmente entre as décadas de 1930 e 1960, mostrando as contradições da modernização subdesenvolvida do Brasil. A que fatos se referem os versos segundo e sétimo do trecho da música Tropicália acima reproduzida?

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A escolha de quem pensa! 1

Aula 1

Formação Territorial e Geopolítica Brasileira

01. A figura a seguir, a despeito de apresentar a delimitação territorial atual do Brasil, representa a formação espacial colonial-escravista brasileira na passagem do século XVIII para o século XIX, momento fundamental para a compreensão da formação territorial do Brasil. A figura delimita as diversas atividades econômico-demográficas, do que resulta um dado arranjo espacial.

a) Relacione as áreas de pecuária, no final do século XVIII, aos biomas existentes no Brasil.

b) A expansão da atividade pecuária pelo território esteve vinculada também ao tropeirismo. Descreva o papel da atividade pecuária e do tropeirismo na constituição do território brasileiro.

02. Uma divisão regional é fruto de teorias e métodos utilizados para a regionalização. Ela apresenta uma espécie de fotografia do estágio da organização do espaço geográfico nacional feita a partir das lentes dessas teorias e desses métodos. Com base nesse fragmento e nos mapas a seguir, apresente as diferenças entre as regionalizações estabelecidas para o Brasil por Milton Santos (1999), IBGE (1988) e Pinchas Geiger (1964), identificando os critérios (naturais, econômicos e/ou sociais) utilizados pelos autores.

Geografia 1

03. A ação lusitana, nos primeiros séculos de colonização, foi decisiva para a formação de um país de grande extensão territorial que foi, gradativamente, absorvendo o espaço conquistado, mediante tratados sucessivos – Tordesilhas, Madri e Santo Ildefonso – para efetivar esta territorialização à proporção que a população crescia e que os meios de comunicação e de transporte permitiam.

(ANDRADE, M. C. A questão do território no Brasil. Ipesp/Huci-tec: São Paulo/Recife, 1995.)

Essa citação destaca a expansão do território do Brasil, que inicialmente compreendia apenas o território situado a leste da linha de Tordesilhas. Explique os principais processos que proporcionaram tal expansão.

04. Leia a seguir o trecho da música Tropicália, de Caetano Veloso (1968). A seguir responda às questões:

“Sobre a cabeça os aviõesSob os meus pés os caminhõesAponta contra os chapadõesMeu nariz.Eu organizo o movimentoEu oriento o carnavalEu inauguro o monumento no planalto central do país.”

a) O movimento tropicalista, do qual Caetano Veloso foi um representante, traça um retrato “cantado” do Brasil. Segundo algumas interpretações, na música Tropicália o autor contesta a ideologia que dominava o pensamento político do Brasil, principalmente entre as décadas de 1930 e 1960, mostrando as contradições da modernização subdesenvolvida do Brasil. A que fatos se referem os versos segundo e sétimo do trecho da música Tropicália acima reproduzida?

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A escolha de quem pensa!2

b) Brasília, inaugurada em 1960, completa 50 anos em 2010. A sua construção no Planalto Central era um velho sonho do Estado brasileiro desde o Império. Aponte duas justificativas para a construção de Brasília.

05. Leia o trecho a seguir e responda às questões:

O Brasil faz fronteira com dez países da Amé-rica do Sul, entre os doze existentes, o que reforça o caráter estratégico dessa área para a competitividade do país e para a integração do continente. Mas, grande parte das regiões de fronteira está isolada dos centros nacionais, quer pela ausência de redes de transportes e de comunicação, quer pelo peso político e econômico menor que possui. Na escala local-regional, o meio geográfico que melhor caracteriza a zona de fronteira é aquele formado pelas cidades gêmeas nos limites entre os países. Essas cidades gêmeas apresentam fluxos transfronteiriços com elementos comuns, que geram interações.

(Adaptado de Lia Osório Machado, Estado, territorialidade, redes: cidades gêmeas na zona de fronteira sul-americana em Maria Laura Silveira (org.), Continente em chamas: globalização e ter ritório na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p. 258; e do Programa de Desenvolvimento de Faixa de

Fronteira. Brasília: Ministério da Integração Nacional em: www.mi.gov.br/programasregionais/fronteira.asp?area=spr_

fronteira. Acesso em: 12 out. 2009.)

a) Comente, sucintamente, dois elementos incentiva-dores de fluxos transfronteiriços entre cidades gêmeas.

b) Aponte dois projetos nacionais elaborados entre as décadas de 1980 e 1990 que podem ser considerados como estratégicos para a manutenção das fronteiras brasileiras.

06. O Centro-Oeste foi a região brasileira que mais sofreu alterações em seus limites territoriais com a criação de novas unidades da Federação na segunda metade do século XX, tais como a instalação do Distrito Federal (1960), a criação dos estados de Mato Grosso do Sul (1979) e do Tocantins (1988).

Considerando o fato mencionado,

a) exponha uma razão que justifique a escolha da Região Centro-Oeste para sediar a capital federal;

b) qual o bioma que foi recortado em razão da divisão do estado do Mato Grosso?

07. Com base no mapa e em seus conhecimentos:

a) Analise os principais fluxos de turistas pelo mun-do, relacionando-os com aspectos da Divisão Internacional do Trabalho.

b) Faça uma análise sobre a posição do Brasil na distribuição dos fluxos internacionais de turistas.

08. O estado do Rio de Janeiro atual é o resultado de uma engenharia geopolítica que marcou a vida político-administrativa do Brasil nos últimos 50 anos e, mais especificamente, a dos habitantes do Rio de Janeiro.

A partir da afirmação acima,

a) identifique DUAS novas configurações político-territoriais no espaço brasileiro relacionadas com a transferência da capital do Brasil para Brasília em 1960.

b) descreva sucintamente a transformação político-territorial ocorrida no Sudeste brasileiro com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 1975.

09. Desde o fim dos governos militares, a América do Sul tem tido um dos mais baixos gastos militares no mundo. Mas o fim das crises econômicas que assolaram o subcontinente entre os anos 1997 e 2000 propiciou condições financeiras para a reemergência de projetos das Forças Armadas e o crescimento dos orçamentos militares para a segurança e defesa em diversos países da região.

(Adaptado de Rafael Duarte Villa, “Corrida armamentista ou modernização de armamentos na América do Sul: estudo comparativo dos gastos militares”. Estudos e Cenários, dez. 2008, p. 48-49. Disponível em http://observatorio.iuperj.br e

http://necon.iuperj.br. Acesso em 25/10/2010.)

a) De quais assuntos se ocupa a agenda de segurança e defesa dos governos nacionais?

b) Quais as principais motivações para a modernização das Forças Armadas por parte dos países sul-americanos?

10. A inserção atual do Brasil no sistema mundo coloca-o diante da instabilidade da economia mundial e provoca conflitos entre as unidades federativas. Essa condição dificulta a gestão em escala nacional e local. Tendo em vista essa situação,

a) apresente um fator da economia mundial que gera a instabilidade na escala nacional;

b) explique nesse contexto o que é “guerra fiscal”.

11. A maior integração da Amazônia Legal à economia brasileira está baseada na estruturação de um sistema de circulação, envolvendo, principalmente, hidrovias e rodovias, conforme esquema abaixo.

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A escolha de quem pensa!2 A escolha de quem pensa! 3

Com base nesse esquema e em seus conhecimentos, identifique o eixo

a) hidroviário A e analise sua relação com os mercados interno e externo.

b) rodoviário B e analise a polêmica em torno da pavimentação dessa rodovia, considerando um impacto ambiental e um social.

12. Durante o Estado Novo (1937-1945), foi criado o Conselho Nacional de Geografia, que deu origem ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Uma das atribuições do IBGE era produzir estatísticas básicas sobre a população brasileira, por meio de Censos. Também caberia ao Instituto produzir informações cartográficas, bem como propor e instituir uma regionalização do território brasileiro. As figuras a seguir dizem respeito a dois momentos históricos da regionalização do território brasileiro. Pergunta-se:

a) Qual o principal critério utilizado para instituir a regionalização do território brasileiro em 1940? Qual a principal finalidade do Estado brasileiro ao regionalizar o seu território?

b) Em 1988 o Estado de Tocantins foi criado. Tocantins foi desmembrado de qual Estado? Por que ele foi inserido na região Norte do Brasil?

13. Analise os mapas a seguir.

Com base nos mapas A e B, explique os critérios de regionalização adotados para o Brasil.

14. A história da ocupação do território brasileiro carac-terizou-se pela existência de um conjunto de atividades produtivas primário-exportadoras distribuídas em regiões distintas. Com o avanço da industrialização, após 1930, ocorreu gradativa integração do território nacional. Com relação a essas considerações,

a) explique um fator econômico-político que dificultava a integração do mercado nacional na Primeira República;

b) apresente e analise uma das medidas políticas implementadas pelo governo de Juscelino Kubitschek com o intuito de promover a integração territorial.

15. APESAR DA FALTA DE VERBAS, CALHA NORTE É AMPLIADO

BRASÍLIA. O governo decidiu ampliar a presen-ça militar na Região Norte do país. O Presidente Lula, atendendo a pedido do Ministro da Defesa aumentou a área de atuação do Programa Calha Norte, criado em 1985. O número de municípios atingidos pelo programa saltará de 74 para 151. A linha de fronteira incluída no Calha Norte aumentará de 7.400 quilômetros para cerca de 11 mil quilômetros. A área total do Calha Norte será de 2,5 milhões de quilômetros quadrados, que repre-sentam 25,6% do território nacional.

(Adaptado de “O Globo”, 10/01/2003)

Com base na reportagem acima, cite:

a) dois objetivos do governo brasileiro ao ampliar o Programa Calha Norte;

b) dois fatores, ligados à organização espacial da região, que dificultam a eficácia do Programa.

Gabarito

1. a) São destacadas áreas de criação pecuária, a Campanha Gaúcha, nos Pampas, Triângulo Mineiro em área de Cerrado, Mato Grosso, Ilha de Marajó e em áreas alagáveis e Sertão Nordestino.

b) A demanda por animais de tração e para a alimentação associada ao vazio populacional do Brasil foram aspectos que facilitaram a criação nessas inúmeras áreas. Na época, os deslocamentos das áreas de criação para as áreas de emprego ou consumo eram feitos a toque com boiadeiros e tropeiros que rasgavam o território tocando os animais.

3. A Divisão Regional proposta por Pedro Pinchas Geiger considera aspectos naturais e socioeconômicos, podendo ser caracterizada como a mais dinâmica. Nela temos a Amazônia, o Nordeste e o Centro Sul, caracterizada como a principal concentração econômica, financeira, social, cultural,

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A escolha de quem pensa!4

populacional, infraestrtural brasileira. A Divisão Regional do IBGE coloca o país em 5 regiões geoeconômicas com características peculiares. O sistema considera os estados existentes, seus limites correspondem às divisas estaduais. É formada pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A Divisão Regional proposta por Milton Santos destaca uma região concentrada caracterizada pela concentração de ciência, tecnologia e informação, determinantes no processo de ocupação do espaço, sendo formada pela Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e Concentrada.

4. a) O segundo verso da canção faz referência à opção pelo transporte rodoviário(após a chegada das montadoras de automóveis) como forma de integração do território. No sétimo verso, à inauguração de Brasília, ocorrida em 1960.

b) Justificativas simbólicas: promover o progresso e a modernidade da sociedade brasileira, legitimar a centralização e a segurança nacional.

Justificativas políticas: deslocar o centro de decisões políticas para longe dos centros econômicos; diminuir os riscos de conturbações socioeconômicas.

Justificativas econômicas: promover a integração territorial nacional, facilitar a ligação e o deslocamento entre o litoral e o interior, diminuir os desequilíbrios socioeconômicos regionais, abertura de novas possibilidades econômicas através de projetos para a captação de recursos e desenvolvimento tecnológico e favorecer as migrações.

5. a) São elementos incentivadores dos fluxos transfronteiriços entre cidades gêmeas:

- a busca por colocação profissional (oferta diferenciada de postos de trabalhos para funções principalmente de baixa qualificação);

- a circulação de capitais (oportunidades mais rentáveis de remuneração, lavagem de dinheiro);

- terra e outros recursos naturais (preço diferenciado desses recursos);

- busca por melhores condições de vida, ou seja, por serviços coletivos (saúde e educação, por exemplo).

b) Projeto Calha Norte (1982), de caráter defensivo, que previa a ocupação militar na faixa de fronteira com países do Norte da América do Sul tendo por base o eixo rodoviário da Perimetral Norte e o projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) ao longo dos anos 1990.

6. a) As razões que justificam a escolha da Região Centro-Oeste para sediar a capital federal são:

• posição geográfica da região situada no centro do país, facilitando a interligação da capital com as demais regiões e expansão das atividades econômicas modernas no interior do Brasil;

• interiorização da Capital Federal para integrar o sertão e o litoral;

• interiorização da Capital Federal por motivos de segurança nacional contra inimigos externos e internos;

• incremento da economia do interior do país e do povoamento da Região Centro Oeste;

• disponibilidade de áreas planas com abundância de recursos hídricos para atender à demanda da população;

• preocupação estratégica visando à ocupação da Amazônia; • preocupação estratégica contra invasões casadas por

conflitos internacionais. b) O bioma que foi recortado com a divisão do Estado de

Mato Grosso foi o Pantanal.7. a) No vácuo deixado pelo fim do emprego industrial, o

turismo constitui-se em um dos setores mais importantes com potencial de geração de emprego e atividades capazes de produzir oportunidades de ganho. No Brasil, apesar do crescimento visto nos últimos anos, a atividade ainda é subutilizada em todo seu potencial. Vantagens como taxas de câmbio favoráveis, clima, beleza cênica e hospitalidade, são contrapostas por problemas complexos cuja solução depende muito de vontade política. Infraestrutura de transporte e principalmente aeroportuária saturada, país

monoglota, falta de segurança, cidades excessivamente congestionadas, são alguns aspectos negativos. Os maiores fluxos de turismo estão no hemisfério norte entre os EUA, a Europa Ocidental e o Japão (82%) e podem ser associados ao fato de se constituírem nos países mais ricos do mundo. A França é o país que mais recebe turistas no mundo, vindos principalmente dos EUA e do Japão.

b) O Brasil ocupa posição secundária no turismo recebendo principalmente contingentes de europeus que dão destaque para a Amazônia e centros históricos. Com o aumento da classe média, melhor acesso ao crédito e o Real apreciado, existe um aumento das viagens de brasileiros para o exterior.

8. a) Com a construção de Brasília, foi definido (1) um novo Distrito Federal no Planalto Central brasileiro, e o antigo Distrito Federal, (2) a cidade do Rio de Janeiro e o seu município, foram elevados à categoria de unidade da federação, tornando-se o estado da Guanabara (1960-1975).

b) Com a fusão dos antigos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 1975, a cidade/município do Rio de Janeiro perdeu a sua condição de unidade federativa (não era mais um estado da federação) e passou a ter uma nova posição político-administrativa: ser a capital do atual estado do Rio de Janeiro.

9. a) Estados nacionais, em geral possuem forças armadas para tratar de assuntos relacionados à segurança nacional, seja com projeção interna ou externa, soberania, defesa civil, integração nacional e segurança institucional. A vigilância de fronteiras é parte importante do processo.

b) A complexidade crescente das relações internacionais impõe necessidades de ordem estratégicas que podem ser expressas por acordos diplomáticos e por posições militares. Uma vez que as forças armadas são subordinadas ao chefe do executivo, cabe ao Estado determinar o tamanho de seu Exército e dotá-lo de equipamentos e treinamento bem como seu papel na estabilidade e segurança interna e em relação aos países vizinhos e posturas internacionais de campo mais amplo. A modernidade tecnológica acaba se tornando estratégica e ao mesmo tempo fator limitante para países da América Latina, com economias subdesenvolvidas ou em desenvolvimento.

10. a) Apresentar um fator mundial que gera instabilidade do Brasil diante da inserção no sistema mundo, entre os indicados:

- Oscilação cambial com valorização do Real; - As bolsas de valores e mercantis ficam mais vulneráveis; - Impacto de produtos importados mais baratos na economia

interna. b) “Guerra fiscal” pode ser entendida, entre vários aspectos,

como: - competição fiscal entre unidades federativas para atrair

investimentos industriais, comerciais etc; - ofertas de melhores subsídios governamentais a empresas

situadas em outros estados para que atuem em seus territórios;

- garantia de investimentos públicos em infraestrutura nos estados para atrair empresas de outros estados.

- pressões políticas no Congresso onde bancadas parlamentares tentam obter vantagens fiscais para seus estados.

11. Apesar dos desequilíbrios notáveis na matriz de transporte com o predomínio do modal rodoviário, nos últimos 16 anos tem ocorrido investimentos e expansão de outras modalidades como a ferrovia e o aeroviário. Um dos setores que mais cresceu no período, mesmo com dificuldades inerentes como relevo, distâncias e investimentos irregulares, foi a hidrovia fluvial.

a) O eixo A é a hidrovia do rio Madeira, que se destaca pelo escoamento da soja plantada no noroeste do Brasil via rio Amazonas com destino aos portos da Europa e América do Norte.

b) O eixo B é a rodovia BR-163, Cuiabá-Santarém, obra projetada no período dos governos militares como um dos

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A escolha de quem pensa!4 A escolha de quem pensa! 5

eixos de penetração e integração do território brasileiro, ligando a Amazônia ao restante do país. Exerce influência sobre o ganho de competitividade do agronegócio do Brasil Central escoando a produção até Belém, via Santarém.

12. a) A regionalização do espaço brasileiro, a partir de 1940, veio da necessidade de identificar os diferentes espaços existentes no país com seus respectivos potenciais de recursos e aspectos socioeconômicos, para promover uma melhor inserção no mercado nacional emergente.

b) O estado do Tocantins, criado em 1988, desmembrou-se a partir do norte de Goiás. Passou a fazer parte da região Norte em função de interesses de ordem econômica que possibilitaram acesso aos incentivos fiscais da Sudam.

13. Mapa A - Divisão para fins estatísticos e de planejamento, segundo regiões homogêneas (física, econômica e humana), coincidindo com os limites dos estados.

Mapa B - Não se atém aos limites estaduais, baseando-se principalmente em critérios socioeconômicos

14. a) Um fator econômico-político entre os indicados abaixo, além de outros:

- a política econômica baseada na produção de bens primários, voltada para a exportação, dava pouca ênfase à atividade industrial e à formação de um mercado consumidor interno, que era obrigado a importar produtos e bens manufaturados;

- a malha viária era insuficiente para a integração efetiva das diversas regiões, dificultando o transporte de bens e produtos e a consolidação de um mercado unificado;

- as barreiras tarifárias interestaduais eram empecilhos à circulação de mercadorias e integração do mercado nacional;

- o domínio político-econômico das oligarquias fundiárias dificultava o desenvolvimento de outras atividades produtivas que possibilitasse a integração regional.

b) Uma das medidas políticas indicadas abaixo, além de outras:

- a construção de Brasília, capital federal, consumiu grandes investimentos públicos, proporcionou o crescimento do processo migratório e retirou do isolamento regiões, outrora distantes do centro do poder político;

- a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi uma das medidas adotadas pelo governo com a finalidade de promover o desenvolvimento e integração regional;

- a construção de rodovias federais, iniciada ainda na fase de construção de Brasília, ligou a capital a várias regiões do país e estreitou as relações entre o centro dinâmico do país, São Paulo, às mais diversas áreas do território nacional;

- o Plano de Metas, baseado nos estudos realizados pela Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), visava ao desenvolvimento dos setores: de energia, de transporte, de alimentação, da indústria de base e da educação;

- a implantação da indústria automobilística promoveu a expansão da malha viária que possibilitou maior integração territorial. Amparado na Instrução 113 da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), o governo, direcionou os investimentos estatais do setor de bens de capital para o de bens de consumo duráveis, particularmente para esse tipo de indústria.

15. a) Dois dentre os objetivos: - evitar a ação de contrabandistas - combater a ação do narcotráfico - preservar a soberania nacional na exploração dos recursos

naturais da região - evitar a atuação de grupos guerrilheiros dos países vizinhos,

em particular da Colômbia b) Dois dentre os fatores: - rede urbana incompleta - redes de transporte precárias - baixa densidade demográfica - redes de comunicação insuficientes - floresta pluvial que dificulta a locomoção

Aula 2

Relevo Brasileiro

01. Observe a figura a seguir:

Em maio de 2008, um terremoto, de 7,8 graus na escala Richter, atingiu severamente a Província de Sichuan (China), matando milhares de pessoas. Em janeiro de 2009, um tremor de terra, de 6,2 graus, atingiu a Costa Rica, causando prejuízos materiais, além de ceifar vidas.

Em setembro de 2009, tremores de terra, de 7,6 graus, atingiram a Indonésia, provocando mortes e danos materiais.

Considerando o mapa, os fatos acima citados e seus conhecimentos, responda:

a) Quais os principais fatores que geram atividades sísmicas no planeta?

b) Por que, no Brasil, as atividades sísmicas são, predominantemente, de baixa intensidade?

02. O relevo do Planalto Central brasileiro, por sua cons-tituição geológica e geomorfológica, possibilita o aproveitamento dos seus recursos naturais e facilita o desenvolvimento de atividades econômicas. Com base nesta afirmação,

a) apresente duas características das formas desse relevo;

b) explique um tipo de atividade econômica favorecida por essa forma de relevo.

03. Deslizamento sobre o túnel Rebouças

A liberação do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, interditado desde a noite desta terça-feira (23), pode demorar uma semana. Grandes volumes de terra - num total de cerca de 6000 toneladas - deslizaram no local, segundo a Secretaria Municipal de Obras.

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A escolha de quem pensa!6

Com base na notícia acima, apresente duas causas para a ocorrência de deslizamentos de encostas e duas medidas preventivas para impedir ou atenuar as consequências desse fenômeno.

04. O solo é um componente da paisagem formado por processos naturais contínuos, resultante da ação de diversos elementos, constituindo-se em importante recurso para várias atividades humanas. O uso inadequado de técnicas agrícolas e o desmatamento, em localidades com predominância de climas tropicais, contribuem para modificar as características dos solos.

Considerando esse processo,

a) diferencie o conceito de lixiviação do de laterização;b) explique a importância do plantio em curva de nível

como uma técnica para a conservação dos solos.

05. Uma das definições de desenvolvimento sustentável é: o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

(Adaptado de http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_am-bientais/desenvolvimento_sustentave /)

a) O solo é um recurso fundamental para a subsistência da população mundial. Que práticas de conservação do solo podem garantir sua preservação para as gerações futuras?

b) Segundo o INPE, nos últimos meses de novembro, dezembro e janeiro, foram registrados, na Amazônia Legal, 754 km² de desmatamentos por corte raso ou degradação progressiva. Indique o principal objetivo desse desmatamento e as consequências ambientais dessa ação.

06. O relevo do Planalto Central brasileiro, por sua cons-tituição geológica e geomorfológica, possibilita o aproveitamento dos seus recursos naturais e facilita o desenvolvimento de atividades econômicas. Com base nesta afirmação,

a) apresente duas características das formas desse relevo;

b) explique um tipo de atividade econômica favorecida por essa forma de relevo.

07. Observe a figura a seguir e responda às questões:

a) No perfil geológico-geomorfológico do Estado de São Paulo aparece representado o relevo de cuestas. O que é um relevo de cuestas e quais as suas principais características?

b) O Rio Tietê tem suas nascentes no município de Salesópolis, no reverso da Serra do Mar, a aproximadamente 50 km do litoral, e tem a sua foz no rio Paraná. Quando adentra a Bacia Sedimentar do Paraná, o Rio Tietê corre concordante ao mergulho das rochas desta bacia. Por que, apesar de nascer próximo ao litoral, o Rio Tietê é afluente do Rio Paraná? Como são denominados os rios que têm o mesmo comportamento que o Rio Tietê no trecho da Bacia Sedimentar do Paraná?

08. Analise os dois perfis de solo a seguir.

Identifique qual dos dois perfis é típico do semiárido nordestino brasileiro. Justifique sua resposta com base na noção de intemperismo.

09. Leia o texto a seguir:

OS SERTÕES

A Serra do Mar tem um notável perfil em nossa história. A prumo sobre o Atlântico desdobra-se como a cortina de baluarte desmedido. De encontro às suas escarpas embatia, fragílima, a ânsia guerreira dos Ca-

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A escolha de quem pensa!6 A escolha de quem pensa! 7

vendish e dos Fenton. No alto, volvendo o olhar em cheio para os chapadões, o forasteiro sentia-se em segurança. Estava sobre ameias intransponíveis que o punham do mesmo passo a cavaleiro do invasor e da metrópole. Transposta a montanha - arqueada como a precinta de pedra de um continente - era um isolador étnico e um isolador histórico. Anulava o apego irreprimível ao litoral, que se exercia ao norte; reduzia-o a estreita faixa de mangues e restingas, ante a qual se amorteciam todas as cobiças, e alteava, sobranceira às frotas, intangível no recesso das matas, a atração misteriosa das minas...

Ainda mais - o seu relevo especial torna-a um condensador de primeira ordem, no precipitar a evapo-ração oceânica.

Os rios que se derivam pelas suas vertentes nascem de algum modo no mar. Rolam as águas num sentido oposto à costa. Entranham-se no interior, cor-rendo em cheio para os sertões. Dão ao forasteiro a sugestão irresistível das entradas.

A terra atrai o homem; chama-o para o seio fe-cundo; encanta-o pelo aspecto formosíssimo; arrebata--o, afinal, irresistivelmente, na correnteza dos rios.

Daí o traçado eloquentíssimo do Tietê, diretriz preponderante nesse domínio do solo. Enquanto no S. Francisco, no Parnaíba, no Amazonas, e em todos os cursos d’água da borda oriental, o acesso para o interior seguia ao arrepio das correntes, ou embatia nas cacho-eiras que tombam dos socalcos dos planaltos, ele levava os sertanistas, sem uma remada, para o rio Grande e daí ao Paraná e ao Paranaíba. Era a penetração em Minas, em Goiás, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso, no Brasil inteiro. Segundo estas linhas de menor resistência, que definem os lineamentos mais claros da expansão colonial, não se opunham, como ao norte, renteando o passo às bandeiras, a esterilidade da terra, a barreira intangível dos descampados brutos.

Assim é fácil mostrar como esta distinção de ordem física esclarece as anomalias e contrastes entre os sucessos nos dous pontos do país, sobretudo no período agudo da crise colonial, no século XVII.

Enquanto o domínio holandês, centralizando--se em Pernambuco, reagia por toda a costa oriental, da Bahia ao Maranhão, e se travavam recontros me-moráveis em que, solidárias, enterreiravam o inimigo comum as nossas três raças formadoras, o sulista, absolutamente alheio àquela agitação, revelava, na rebeldia aos decretos da metrópole, completo divórcio com aqueles lutadores. Era quase um inimigo tão peri-goso quanto o batavo. Um povo estranho de mestiços levantadiços, expandindo outras tendências, norteado por outros destinos, pisando, resoluto, em demanda de outros rumos, bulas e alvarás entibiadores. Volvia-se em luta aberta com a corte portuguesa, numa reação tenaz contra os jesuítas. Estes, olvidando o holandês e dirigindo-se, com Ruiz de Montoya a Madri e Díaz Taño a Roma, apontavam-no como inimigo mais sério.

De feito, enquanto em Pernambuco as tropas de van Schkoppe preparavam o governo de Nassau, em São Paulo se arquitetava o drama sombrio de Guaíra. E quando a restauração em Portugal veio alentar em toda a linha a repulsa ao invasor, congregando de novo os combatentes exaustos, os sulistas frisaram ainda mais esta separação de destinos, aproveitando-se do mesmo fato para estadearem a autonomia franca, no reinado de um minuto de Amador Bueno.

Não temos contraste maior na nossa história. Está nele a sua feição verdadeiramente nacional. Fora disto mal a vislumbramos nas cortes espetaculosas dos governadores, na Bahia, onde imperava a Companhia de Jesus com o privilégio da conquista das almas, eu-femismo casuístico disfarçando o monopólio do braço indígena.

(EUCLIDES DA CUNHA. Os sertões. Edição crítica de Walnice Nogueira Galvão. 2 ed. São Paulo: Editora Ática, 2001, p. 81-82.)

No texto, Euclides da Cunha refere-se à Serra do Mar. Observe o mapa.

Identifique a unidade geomorfológica onde se insere a Serra do Mar, justificando as palavras do autor - “era um isolador étnico e um isolador histórico”.

10. Rochas são agregadas naturais de grãos de um ou mais minerais. São formadas por diferentes processos, podendo ser classificadas como sendimentares, metamórficas e magmáticas. A partir dessas afirmações, responda:

a) Quais são as principais diferenças entre as rochas sedimentares e as magmáticas?

b) Como se forma uma rocha metamórfica?c) No Brasil, entre o Jurássico e o Cretáceo, houve o

surgimento de vários diques de diabásio com direção NW, além de campos de derrames basálticos. A que podemos relacionar o aparecimento de tais diques e derrames basálticos?

11. Sobre os estudos dos solos, responda aos itens a seguir.

a) O desenvolvimento de um solo resulta do equilíbrio entre vários fatores. Indique quatro fatores que detêm um papel importante para a formação do solo.

b) Um perfil esquemático de solo completo e bem desenvolvido possui os horizontes denominados de horizontes principais, que são sequenciados da superfície para a profundidade e identificados simbolicamente pelas letras maiúsculas O, A, E, B, C. Pontue as principais características dos horizontes que correspondem às letras O, A e C.

c) No Estado do Ceará, a grande maioria dos so-los encontra-se sob a predominância do clima semiárido, embora ocorram exceções. Aponte as principais características dos solos nos tabuleiros costeiros cearenses.

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A escolha de quem pensa!8

12. Observe a figura a seguir e faça o que se pede:

Unidades do Relevo Brasileiro

Fonte: Adaptado de ROSS, J.L.S (org). “Geografia do Brasil”. São Paulo: Edusp, 1995, p. 53

a) Quais as unidades de relevo representadas na figura pelos números 3 e 26?

b) Cite duas características físicas de cada uma delas.

13. Analise os perfis 1, 2 e 3. Observe o mapa.

a) Relacione cada perfil aos traçados identificados, no mapa, com as letras a, b e c.

b) Considerando a altitude, destaque a principal diferença entre eles.

14. “O entendimento do relevo é fundamental para solu-cionar os problemas relativos à expansão dos sítios urbanos.”

(Jurandyr L. S. Ross, “Geomorfologia, ambiente e planejamen-to”, São Paulo, Contexto, 1990, p. 18.)

Considerando a afirmação e a figura anterior, responda:

a) Quais são as três diferentes formas de relevo apresentadas na figura?

b) Que unidades de relevo não são propícias à urbanização? Justifique sua resposta.

c) Por que muitos assentamentos humanos foram historicamente desenvolvidos nas várzeas dos rios?

15. RIQUEZA SUBTERRÂNEA

O Aquífero Guarani é o maior reservatório de água doce da América do Sul, com 45 quatrilhões de litros.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente.(Adaptado de “Jornal do Brasil”, 06/08/2000.)

A figura acima representa o maior reservatório de água doce da América do Sul.

A sua formação ocorreu em determinado tipo de terre-no e, mais tarde, através de derrames, foi criado uma espécie de tampão que cobriu o aquífero, contribuindo para a boa qualidade de suas águas.

Identifique o tipo de rocha que cobriu o aquífero e a estrutura geológica da sua formação.

Gabarito

1. a) As ocorrências de atividades sísmicas relacionam-se aos deslocamentos de placas tectônicas. As placas tectônicas podem se deslocar basicamente de três formas: convergência, divergência e/ou transcorrência formando correntes magmáticas, resultantes de forças endógenas. São movimentos lentos e que acabam acumulando enormes quantidades de energia que periodicamente eclodem em ondas de choque resultando em terremotos ou, quando no leito marinho, em tsunamis (ondas gigantescas), para depois se acomodarem e reiniciarem o processo.

b) Qualquer área da crosta terrestre está sujeita a atividades sísmicas. A diferença está em sua intensidade. O território brasileiro encontra-se sobre a placa tectônica Sul-Americana na porção centro-leste em área de terrenos muito antigos, Pré-Cambrianos ou Arqueo-Proterozoico, consolidados sobre escudos cristalinos espessos que absorvem a pressão interna mais intensa, deixando surgir à superfície apenas os eventos de baixa magnitude. O Brasil fica distante da região de contato entre a placa Sul-Americana e a placa de Nazca com frequentes sismos de grande intensidade (Círculo do Fogo).

2. a) O relevo regional é caracterizado pela presença de formações residuais como as chapadas com pequena variação altimétrica e alinhamentos serranos.

b) A forma de relevo residual:

- Não oferece muitos obstáculos às atividades agropecuárias, principalmente quanto à mecanização

- Atividades de lazer, turismo e ecoturismo em terrenos montanhosos e serranos.

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A escolha de quem pensa!8 A escolha de quem pensa! 9

3. Duas das causas:

• solos com baixa infiltração.

• retirada da cobertura vegetal.

• acúmulo de lixo nas encostas.

• ocupação irregular de encostas.

• elevada inclinação das encostas.

• chuvas intensas e/ou de grande duração/altura.

Duas das medidas: • educação ambiental.

• recolhimento de lixo.

• uso de sistemas de alerta.

• reflorestamento de encostas.

• fiscalização da ocupação de encostas.

• implantação de programas de habitação popular.

• remoção da população de áreas com risco de deslizamento.

• realização de obras de contenção tecnicamente mais adequadas.

4. a) A lixiviação pode ser descrita como um processo de “lavagem” horizontal e vertical dos solos pelas águas correntes (chuvas) onde as camadas de solo são carreadas e depositadas em corpos hídricos. A laterização é a formação de crosta ferruginosa ou canga laterítica a partir de hidratação e oxidação de elementos minerais com formação de hidróxido de ferro, resultando uma camada endurecida na superfície do solo.

b) O plantio em curvas de nível altimétrico é uma técnica de conservação de solos, dificultando a erosão a partir da diminuição da velocidade de escoamento da água ajudando na retenção do solo.

5. a) Atualmente a sustentabilidade na agricultura aparece cada vez mais nos processos de agricultura orgânica com uso de sementes especiais, não uso de agrotóxicos, adubos orgânicos obtidos na propriedade a partir de biodigestores, além de práticas consagradas como: rotação de culturas, plantio em curvas de nível, terraceamento, implementos agrícolas mais leves, redução de queimadas.

b) O principal objetivo do desmatamento em corte raso é a abertura de clareiras para a agropecuária, extração de madeira, áreas de produção mineral, infraestrutura de transporte e hidroeletricidade. As principais consequências são: redução de biodiversidade com extinção de espécies em casos extremos, degradação do solo, erosão, assoreamento dos rios,alteração microclimática e do ciclo hidrológico, emissão de gás carbônico, aquecimento global.

6. a) O relevo regional é caracterizado pela presença de formações residuais como as chapadas com pequena variação altimétrica e alinhamentos serranos.

b) A forma de relevo residual:

- Não oferece muitos obstáculos às atividades agropecuárias, principalmente quanto à mecanização

- Atividades de lazer, turismo e ecoturismo em terrenos montanhosos e serranos.

7. a) Trata-se de uma forma de relevo resultante de sucessão alternada de camadas rochosas que se inclinam numa determinada direção, formando uma linha frontal (front) com declividade acentuada e reverso com declive suave.

b) O rio Tietê nasce em reverso de relevo soerguido na Serra do Mar com inclinação para o interior do território, com suas águas escoando em direção à calha do rio Paraná, seu nível de base referencial. São chamados rios consequentes pois atravessam as cuestas na direção do mergulho das camadas.

8. O perfil “A” é típico do semiárido nordestino. Devido à escassez de chuvas, a ação do intemperismo químico é limitada, o que faz com que o intemperismo físico seja o principal agente de formação do solo. Em consequência, o horizonte A (solo arável) é pouco profundo e se apoia diretamente sobre a rocha-mãe.

9. Trata-se do Planalto Oriental ou Atlântico, caracterizado por rochas cristalinas. A frase “era um isolador étnico e um isolador histórico”, presente no texto, refere-se às dificuldades de transposição da Serra do Mar, uma escarpa de declividade acentuada, variando de 800 a 1000 m de altitude, que isolava étnica e historicamente o planalto da baixada santista.

10. a) As principais diferenças estão em seus processos de formação. As rochas sedimentares resultam da ação de desgaste e deposição de grãos de rochas pré-existentes, sendo também mais friáveis. As magmáticas, com maior grau de dureza, surgem a partir da consolidação de material piroclástico, ígneo, do início da formação da Terra.

b) A rocha metamórfica é o produto da transformação de rochas pré-existentes a partir de alterações químicas de suas estruturas, resultantes da pressão do edifício geológico e do grau geotérmico, que provocam metamorfismo na rocha.

c) O surgimento dos diques de basalto e diabásio está relacionado ao deslocamento da placa tectônica sul-americana que, ao se descolar afastando-se da placa africana, derivou para oeste, resultando na fragmentação do embasamento cristalino. O fendilhamento resultante do processo favoreceu a emergência de rocha liquefeita do interior da Terra, originando os derrames de basalto que solidificados passaram pelo processo de erosão, transformando-se no solo terra-roxa nas bordas da Bacia Sedimentar do Paraná.

11. a) estão corretas as respostas: rocha mãe, matéria orgânica, clima, relevo e tempo.

b) O = horizonte orgânico; A = horizonte mineral com acúmulo de húmus; C = material inconsolidado de rocha alterada em processo de intemperismo.

c) nos tabuleiros costeiros ocorrem solos derivados de sedimentos da Formação Barreiras, que caracterizam-se como: profundos e muito profundos; argilo-arenosos e arenosos; de baixa fertilidade natural.

12. a) Unidade 3: Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Paraná.

Unidade 26: Planície do Pantanal (Mato-Grossense)

b) Unidade 3: Planaltos sedimentares, rochas vulcânicas.

Unidade 26: Planície fluvial, cheias de verão

13. a) 1 - c / 2 - b / 3 - a

b) Perfil 1 - predomínio de planaltos de faixa dos 900 m de altitude.

Perfil 2 - depressões relativas.

Perfil 3 - planícies e terras baixas, baixos platôs.

14. a) São elas:

- planície.

- planaltos.

- montanhas.

b) Os planaltos: topo relativamente plano, difícil inundação, poucas possibilidades de deslizamentos.

c) Áreas de maior risco, desvalorizadas do ponto de vista dos imóveis.

15. Rocha vulcânica - bacia sedimentar.

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A escolha de quem pensa!10

Aula 3

Clima Brasileiro

01. Desertificação, segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, é “a degradação generalizada da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”. Sobre esse tema, responda o que se pede a seguir.

a) Mencione uma atividade humana responsável pela desertificação.

b) Cite uma consequência do processo de desertificação para o meio natural.

c) Cite um problema social resultante da desertificação.d) Identifique o segmento do território cearense que

apresenta maior susceptibilidade à desertificação.

02. Cidades disputam Copa de extremos

O mundial de futebol de 2014 deve ser o mais difícil em termos climáticos e de logística da história do campeonato. Observe o esquema a seguir, com um possível itinerário de uma seleção de futebol participante da Copa do Mundo no Brasil.

Tendo em vista as características naturais do território brasileiro, explique as diferenças de temperatura verifi-cadas entre Manaus e Porto Alegre e as diferenças de pluviosidade entre Brasília e Rio de Janeiro.

03. Analise esta carta sinótica da América do Sul, em que está indicado, por uma seta, um sistema atmosférico:

A partir dessa análise e considerando outros conheci-mentos sobre o assunto,

a) IDENTIFIQUE o sistema atmosférico indicado, nessa carta, pela seta.

b) EXPLIQUE de que modo se forma esse tipo de sistema atmosférico.

c) IDENTIFIQUE dois fenômenos meteorológicos possivelmente resultantes da passagem desse sistema atmosférico sobre o sul do Estado de Minas Gerais.

04. Leia o fragmento e observe o gráfico que segue.

O tempo refere-se ao estado momentâneo da atmosfera em dado instante e lugar, enquanto o clima diz respeito à série dos estados atmosféricos acima de um lugar em sua sucessão habitual, durante um longo período.

MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. “Climatologia: noções básicas e climas do Brasil”. São Paulo:

Oficina de Textos, 2007. [Adaptado].

Com base na leitura do texto e na interpretação do gráfico,

a) apresente e explique um dos fatores geográficos responsáveis pela determinação desse tipo climático;

b) explique a relação existente entre a temperatura e a pluviosidade durante o verão.

05. As figuras a seguir apresentam os mapas com a atuação das massas de ar no inverno e no verão brasileiros e o climograma da cidade de Cuiabá.

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A escolha de quem pensa!10 A escolha de quem pensa! 11

De acordo com a atuação das massas de ar equatorial continental, tropical atlântica e polar atlântica, justifique as variações da temperatura e da pluviosidade do clima de Cuiabá.

06. O “El Niño” é um fenômeno decorrente de um processo natural, envolvendo os sistemas atmosférico e oceânico. A sua ocorrência implica em diferentes tipos e níveis de impactos em diversas regiões do planeta. Tendo o “El Niño” como referência, apresente uma consequência socioambiental decorrente da influência desse fenô-meno para a população na região Sul do território brasileiro e explique por que esse fenômeno causa a consequência apresentada.

07. Compare os gráficos apresentados e, a seguir, faça o que se pede.

a) Identifique e nomeie os climas apresentados nos gráficos.

b) Caracterize os dois tipos climáticos apresentados.

08. Não raro, a temperatura no Rio de Janeiro cai bruscamente em função da chegada de “frentes” frias.

a) O que são “frentes”?b) Dê o nome das massas responsáveis pela formação

das frentes frias que atingem o Rio de Janeiro e apresente suas principais características.

09. Os mapas adiante representam o comportamento das massas de ar no verão e inverno brasileiros:

(SENE, E. de; MOREIRA, J. C. “Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização”. São Paulo: Scipione, 1998.)

Com base na leitura dos mapas e em seus conhecimen-tos, responda:

a) Qual é a massa de ar responsável pela queda de temperaturas observada durante o inverno nas regiões Sul e Sudeste do Brasil?

b) Qual é a massa de ar que mais atua no território brasileiro no verão?

c) Compare a atuação da Massa de Ar Equatorial Continental (mEc) no verão e no inverno brasileiros.

10. Nas épocas de estiagem, a dispersão de poluentes é dificultada e a qualidade do ar piora muito na cidade de São Paulo, afetando, consideravelmente, a saúde das pessoas.

Analise o gráfico sobre o número acumulado de inver-sões térmicas, de 1985 a 2003, e

a) defina o fenômeno meteorológico denominado inversão térmica.

b) explique a tendência de ocorrência desse fenômeno na cidade de São Paulo, no período analisado.

11. Leia o texto a seguir e responda.

A poluição do ar provoca doenças respiratórias no ser humano, deteriora prédios e monumentos histó-ricos, afeta a vida das plantas, animais e até mesmo os cinturões verdes de abastecimento dos grandes centros urbanos.

Adap. ALMEIDA, L. M. A. de; RIGOLIN, T. B. “Geografia”. São Paulo: Ática, 2002. p.174.

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A escolha de quem pensa!12

Aponte dois exemplos de problemas que agravam a poluição do ar em escalas locais ou regionais, princi-palmente nas cidades.

12. Os mapas a seguir representam a situação das massas de ar que atuam no Brasil no solstício de verão e no solstício de inverno.

Observe e faça o que se pede:

Adaptado de Marcos de Amorim Coelho e Nilce Bueno Soncin. “Geografia do Brasil”. São Paulo: Editora Moderna, 1985, p.48 e 50.

a) Durante o inverno, por que a massa polar consegue atingir mais facilmente a região amazônica?

b) Por que a massa tropical continental é atuante no Brasil apenas no verão?

c) Na Zona da Mata nordestina, por que as chuvas concentram-se no solstício de inverno?

13. Rio Claro, cidade de porte médio do interior do estado de São Paulo, apresenta alguns problemas relacionados à poluição urbana. A partir dessas informações e dos gráficos a seguir, responda:

Gráfico 1: Variação Semestral das Temperaturas médias e dos óbitos na cidade de Rio Claro-SP

(Outubro/Inverno 1994 - Outubro/Inverno 1997)

Gráfico 2: Variação Semestral das Temperaturas médias e inalações na cidade de Rio Claro-SP

(Outono/Inverno 1995 - Outono/Inverno 1997)

(Adaptado de Agnelo W. S. Castro, Clima urbano e saúde: as patologias do aparelho respiratório associadas aos tipos de tempo de inverno, em Rio Claro-SP. Rio Claro: UNESP/IGCE,

“Tese de Doutoramento”, 2000).

a) Qual a massa de ar cuja atuação é intensificada nas estações de outono/inverno no sudeste brasileiro?

b) Por que razão há uma tendência para o aumento do número de óbitos nas estações de outono/inverno na cidade de Rio Claro?

c) Quais os tipos de tempo que a massa de ar mencionada acima proporciona? Como eles podem contribuir para o aumento do número de óbitos?

14. O gráfico a seguir retrata a distribuição das temperaturas e precipitações médias mensais de Barra (BA).

(Fonte: E. Nimer. “Climatologia da Região Nordeste do Brasil: introdução à climatologia dinâmica”. REVISTA BRASILEIRA DE

GEOGRAFIA. Rio de Janeiro, IBGE, 34(2), 1972, p. 46.)

a) Qual é o tipo climático representado e sua principal área de ocorrência?

b) Descreva os principais aspectos térmicos e pluviométricos do tipo climático representado.

c) Qual é a formação vegetal que aparece associada a este tipo climático?

15. Boletim do Tempo para o Brasil

Válido para 07 de abril de 2003 - segunda

A semana começa com chuva em quase todo o país. A frente fria que há alguns dias está no Sudeste, hoje, deixa o tempo instável e com chuva, chuviscos e trovoadas em SP, RJ, MG, ES, DF, GO, MS e MT. No Norte e Nordeste, devido ao calor e à umidade, há um aumento da nebulosidade e, à tarde, ocorrem pancadas de chuva e trovoadas isoladas. No Sul, uma massa de ar frio de origem polar deixa o tempo ensolarado e com temperaturas baixas. O Sol aparece com poucas nuvens na BA, SE e AL. A temperatura mínima fica em torno de 6°C nas serras gaúchas e catarinenses, e a máxima atinge 37°C no norte da BA e de RR.

(www.infotempo/uol.com.br)

A partir das informações sobre o tempo,

a) indique quatro elementos do clima;b) explique como a latitude interfere no clima.

Gabarito

1. a) A exploração tradicional e de baixo nível tecnológico dos recursos em áreas secas e pobres, as mais suscetíveis à desertificação, tem levado ao virtual esgotamento da biodiversidade. A pecuária extensiva exerce grande pressão

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A escolha de quem pensa!12 A escolha de quem pensa! 13

sobre a vegetação nativa, tanto pela eliminação das plantas como pela compactação do solo devido ao pisoteio, mudando a composição florística da vegetação nativa e permitindo a difusão de espécies invasoras sem valor ecológico. Por outro lado, a agricultura tradicional de sequeiro com as culturas de milho, feijão e arroz são bastante exigentes em solo e água, promovendo o esgotamento rápido dos solos, a agricultura itinerante e a rotação de terras. Além disso, muitas áreas são deixadas em pousio já em estado de degradação avançada, agravando os problemas de perda de solo e de fertilidade natural em virtude da proliferação de pragas invasoras. A queimada é também uma prática corrente que degrada a microfauna do solo. O desmatamento para uso da madeira para fins energéticos também é um fator de degradação. A superexploração do extrativismo também leva à perda da biodiversidade.

b) A desertificação acarreta diminuição da umidade no ambiente e ampliação das condições de aridez, provocando alterações do comportamento do ciclo hidrológico nas áreas em que o processo está em curso, com diminuição das precipitações e da recarga de reservatórios de águas superficiais e subterrâneas. Há diminuição da biodiversidade, tanto animal quanto vegetal. Os solos tornam-se improdutivos. Esse conjunto de situações gera áreas desertificadas em zonas climáticas nas quais naturalmente situações análogas a desertos não ocorreriam.

c) A desertificação tem grande impacto social, pois tem como resultado a diminuição da produtividade, implicando aumento da fome, aumento da pobreza, deterioração dos meios de subsistência das populações tradicionais e desagregação de hábitos de vida rural. Está na raiz do êxodo rural em diversas áreas do mundo, aumentando o problema da fome e da pobreza também nas áreas urbanas.

d) Grande parcela do sertão cearense encontra-se sujeita a processos de desertificação, pois sofre intensa pressão exercida pelas atividades sociais tradicionais sobre o ecossistema frágil do semiárido, cuja capacidade de regeneração é baixa. A região de Irauçuba vem sendo indicada pelos pesquisadores como a área mais problemática no tocante a essa situação.

2. Temperatura: A baixa latitude de Manaus resulta em temperaturas elevadas na cidade em qualquer época do ano; a alta latitude de Porto Alegre resulta em temperaturas mais baixas em junho, período de inverno.

Pluviosidade: A desigualdade verificada pode ser explicada pela atuação da Massa Tropical Atlântica (MTA) sobre as duas cidades na época do ano em que ocorrem os jogos. Quente e úmida, essa massa de ar provoca chuvas na faixa litorânea, onde está localizada a cidade do Rio de Janeiro; em Brasília, essa massa não provoca o mesmo efeito, uma vez que ela perde grande parte de sua umidade antes de chegar à capital federal.

3. a) Trata-se de um sistema frontal caracterizado por uma frente fria.

b) Os sistemas frontais formam-se a partir do deslocamento de ar por diferenças de pressão atmosférica. O ar circula na atmosfera das zonas de alta para as zonas de baixa pressão.

c) A entrada de um sistema frontal de frente fria no sul de Minas pode resultar em chuvas frontais, seguidas pela massa de ar frio, que provoca queda de temperatura e, em casos de frentes mais fortes, a formação de geadas.

4. a) Um dos fatores geográficos e sua explicação, entre os apresentados a seguir:

- maritimidade/continentalidade: as áreas costeiras geralmente possuem umidade maior que as localizadas no interior do continente. Goiânia situa-se afastada da superfície marítima, por isso sofre inexpressiva influência da maritimidade;

- altitude: em decorrência da temperatura ser consequência da irradiação do calor existente na superfície terrestre, à medida que aumenta a altitude diminui-se a temperatura. Em Goiânia, tem-se altitudes do relevo, expressas em cotas altimétricas medianas;

- situação latitudinal: a proximidade ou não em relação à Linha do Equador determina maiores ou menores temperaturas médias. Em virtude de Goiânia localizar-se na área intertropical, sua temperatura média é de, aproximadamente, 23 °C;

- formas do relevo: a distribuição dos grandes compartimentos (serras, planaltos e planícies) formam corredores naturais para o desenvolvimento dos sistemas atmosféricos em grandes extensões, ou seja, a configuração do relevo pode facilitar ou dificultar a circulação das massas de ar. No caso de Goiânia, tem significativa expressão os alinhamentos N/S do território sul-americano e o relevo suave-ondulado de Goiânia;

- dinâmica das massas de ar e frentes: são responsáveis pelas características de temperatura e umidade. As massas de ar que mais interferem nas características do clima de Goiânia são a equatorial continental, tropical continental, tropical atlântica e a polar atlântica;

- vegetação/atividades humanas: as intervenções na paisagem, decorrentes da economia moderna, ocasionam transformações na dinâmica natural. Essas intervenções, no caso de Goiânia, são mais evidentes pelo processo do desmatamento para a realização de obras de engenharia.

b) Relação existente entre a temperatura e a pluviosidade durante o verão:

Essa área apresenta temperaturas elevadas na maior parte do ano, sendo nos meses de setembro e outubro o período em que se observa temperaturas mais elevadas. No período do verão (de dezembro a março), verifica-se que as temperaturas continuam elevadas, apresentando médias que oscilam entre 22 °C e 24 °C. A incidência dos totais pluviométricos concentra-se entre os meses de outubro a abril, com destaque para os meses de dezembro a março (verão), com índices pluviométricos médios entre 200 e 275 mm. Observa-se, mediante a leitura e interpretação das médias térmicas mensais e dos índices pluviométricos, que o verão caracteriza-se por ser uma estação quente e chuvosa.

5. A temperatura mantém-se elevada o ano todo, pois as duas massas de ar que afetam a região são quentes. No inverno ocorre também o fenômeno da friagem, causada pelo avanço da Massa Polar Atlântica, resultando na queda de temperatura.

A pluviosidade é elevada no verão, período de influência da Massa Equatorial Continental, que é úmida. Durante o inverno, a Massa Tropical Atlântica não consegue levar a umidade, causando uma redução na quantidade de chuva.

6. Uma consequência decorrente desse fenômeno, dos apresentados a seguir, entre outros:

- enchentes, alagamentos ou inundações; - deslizamentos; - perda da produção agrícola; - proliferação de doenças. Esses impactos, na região Sul do Brasil são originados

ou intensificados pelo “El Niño”, visto que este fenômeno é responsável pelo aumento da temperatura média e por precipitações abundantes principalmente na primavera, provocando chuvas ao longo de praticamente todo o dia.

7. a) Clima I: equatorial Clima II: subtropical b) I: quente e úmido, com pequena amplitude térmica, alta

pluviosidade, chuvoso o ano todo. II: grande amplitude térmica, invernos rigorosos, sem estação

seca definida.8. a) As “frentes” são áreas limítrofes entre massas de ar de

propriedades diferentes. b) A massa tropical atlântica (mTa), que se origina no

Atlântico Sul, quente e úmida, e a massa polar atlântica do hemisfério sul (mPa), fria e úmida.

9. a) Atuação da massa Polar atlântica (mPa). b) Massa Equatorial continental (mEa) e também a massa

Tropical atlântica (mTa).

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A escolha de quem pensa!14

c) No verão a massa Equatorial continental não encontra obstáculos e se expande por boa parte do território brasileiro.

No inverno o avanço da massa Polar atlântica inibe a presença da massa Equatorial continental que fica restrita ao noroeste amazônico.

10. a) As inversões térmicas resultam do rápido esfriamento do ar próximo à superfície, sob uma camada de ar quente. O fenômeno deixa o ar estagnado e dificulta a dispersão de poluentes, provocando graves problemas de saúde, principalmente respiratórios.

b) A ocorrência de inversões térmicas, está associada aos meses de inverno, junho, julho e agosto, período de baixas temperaturas e pouca pluviosidade.

11. Inversão térmica; ilhas de calor; chuva ácida.12. a) Inverno: a diminuição da influência do centro de baixa

do Chaco permite que o anticiclone do Atlântico Sul e da Argentina avance sobre o continente. Entram nas calhas de relevo e favorecem a ocorrência das friagens na Amazônia.

b) Verão: Ciclone formado na depressão barométrica do Chaco com baixas pressões (alta temperatura) facilitando a convergência das massas de ar equatorial e atlântica.

c) A influência da massa Polar atlântica se faz sentir no litoral nordestino, provocando chuvas de inverno.

13. a) A região sofre influência da massa de ar Polar atlântica. b) Diminui a pluviosidade, o ar fica mais seco, dificultando a

dispersão de poluentes, atingindo populações de crianças e idosos, aumentando o número de óbitos.

c) Tempo seco com baixa pluviosidade.14. a) O tipo climático representado no gráfico é o Tropical

semiárido, cuja principal área de ocorrência é o Sertão Nordestino.

b) Elevadas médias térmicas anuais (em torno de 28°C) e por chuvas escassas (menos de 750 milímetros por ano) e de irregular distribuição ao longo dos meses.

c) A caatinga. 15. a) Elementos do clima: temperatura, umidade, pressão

atmosférica (massas de ar) e precipitações (chuvas, chuviscos).

b) À medida que aumenta a latitude, diminui a temperatura e aumenta a amplitude térmica.

Aula 4

Vegetação Brasileira

01. Analise este mapa, em que estão representados os resultados obtidos por um grupo de pesquisa internacional, ao estimar a taxa de perda do habitat natural em parte do Continente Sul-americano:

a) A partir dessa análise e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, explique por que a perda mais significativa de habitat, até 2050, está prevista para ocorrer no espaço nacional que apresenta, no mapa, a forma de um arco, que se estende do Maranhão até Rondônia.

Leia esta afirmativa:

As razões que justificam o menor impacto de perdas, tanto na fachada oriental do território nacional quanto no noroeste da Amazônia Legal Brasileira, são equivalentes e integram o mesmo grupo causal. Você concorda com essa afirmativa? Justifique sua resposta

02. Cerca de 95% do mercado nacional de gesso é abastecido pelos depósitos de gipsita existentes na Bacia do Araripe, no Sertão Nordestino. No Brasil, o processo de produção de gesso consome grande quantidade de energia proveniente da queima da lenha e do carvão vegetal, extraído do bioma Caatinga.

a) Apresente uma característica da Caatinga que a diferencia das demais formações vegetais brasileiras.

b) Aponte uma consequência ambiental do desma-tamento da Caatinga.

03. O tipo e a distribuição da cobertura vegetal está asso-ciada a fatores como clima, solo e recursos hídricos. Explique por que isso ocorre e cite o exemplo de um tipo específico de vegetação e suas características em função dos fatores citados.

04. O mapa a seguir representa a área abrangida pelo projeto de transposição do rio São Francisco.

a) Qual o principal bioma a ser atingido pela transposição do São Francisco? Dê duas características desse bioma.

b) Indique um impacto positivo e outro negativo esperados no projeto de transposição do São Francisco.

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A escolha de quem pensa!14 A escolha de quem pensa! 15

05. A ONU escolheu 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade. A indicação é uma clara intenção de despertar o mundo para os limites que a natureza impõe ao consumismo a qualquer custo.

Diante do exposto,

a) explique o significado do conceito de “desenvolvimento sustentável”, segundo a ONU;

b) apresente dois fatores que impactam a biodiversidade do Cerrado.

06. O extrativismo da madeira no Brasil representa cerca de 4% do PIB nacional, concentrado principalmente no sul da Bahia, no Paraná e na Amazônia. De acordo com o Código Florestal Brasileiro, as florestas da Amazônia só podem ser exploradas através de planos de manejo, um conjunto de técnicas que permite colher as árvores de grande porte protegendo as árvores menores que serão extraídas futuramente.

O cartograma a seguir representa o fluxo de comercia-lização das madeiras amazônicas.

a) A partir das informações apresentadas no carto-grama, indique e justifique o destino principal da madeira amazônica.

b) Apresente uma vantagem do uso de madeira proveniente de manejo florestal para a atividade industrial.

07. OS CORREDORES ECOLÓGICOS AMAZÔNICOS E A SOCIOBIODIVERSIDADE

Nas últimas décadas, vêm sendo criadas no Brasil unidades de conservação ambiental ao mesmo tempo que vêm sendo delimitados territórios indígenas, especialmente na Amazônia. Recentemente, foi pro-posto o Programa Piloto para a Proteção de Florestas Tropicais no Brasil, chamado de PPG-7. A originalidade desse programa consiste em criar vastos conjuntos pro-tegidos, interligando unidades de conservação distintas juridicamente, como áreas de uso sustentável, áreas de proteção integral, reservas extrativistas e reservas indí-genas. O programa definiu cinco corredores ecológicos na Amazônia (ver mapa), cuja riqueza biológica está associada também a uma grande diversidade sociocul-tural, representada por comunidades tradicionais que há muito tempo habitam a região amazônica, detentoras de conhecimentos de manejo e preservação do meio em que vivem.

Com base no texto e na leitura do mapa:

a) cite um corredor ecológico amazônico especialmente vulnerável à degradação ambiental, apontando o fator responsável por tal vulnerabilidade;

b) identifique duas comunidades tradicionais existentes nesses corredores amazônicos e descreva seus respectivos modos de utilização dos recursos naturais.

08. Leia os textos jornalísticos a seguir.

Texto 1: “O respeito às unidades de conservação e às terras indígenas já demarcadas – que juntas correspon-dem a cerca de 37% da Amazônia Legal – garantiria a permanência da floresta e impediria a transformação da mata em savana.”

O Estado de S. Paulo, 16/06/2009. Adaptado.

Texto 2: “O atual modo de desenvolvimento da Amazô-nia está muito longe do desejável. É preciso incentivar as populações florestais a conduzirem atividades de de-senvolvimento sustentável, remunerando, por exemplo, os serviços voltados ao ecossistema prestados pelos habitantes da floresta.”

Le Monde, 16/06/2009. Adaptado.

a) Indique duas diferenças entre as estratégias propostas nesses textos para a solução dos atuais problemas socioambientais da região amazônica.

b) Considerando que a Amazônia Legal abrange cerca de 60% do território brasileiro, calcule a porcentagem ocupada em nosso país pelas unidades de conservação e terras indígenas já demarcadas.

c) Por que a preservação da Amazônia Legal não é suficiente para garantir a manutenção da biodiversidade no Brasil?

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A escolha de quem pensa!16

09. Observe a figura.

A vegetação predominante do Brasil Meridional era a Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais, um tipo de conífera que outrora forneceu produtos muito utilizados na Região Sul e em outras áreas do país. Com base nesta afirmação,

a) indique uma característica da vegetação de araucárias e uma característica do clima subtropical;

b) cite dois produtos do extrativismo vegetal dessa região.

10. “Estamos voando rumo ao sul do território brasileiro, na direção da cidade do Rio de Janeiro. É de manhã cedo. Lá embaixo, a sombra do avião desliza sobre a névoa. Quando esta se abre, revela pequenas faixas verdes de floresta em meio ao mar de morros de Minas Gerais. Não se avistam fileiras bem ordenadas de reflorestamento, porém manchas irregulares de floresta. Nos perguntamos como elas escaparam ao machado civilizador. De um avião que tivesse voltado no tempo, avistaríamos um interminável ‘tapete’ verde.”Adaptado de Warren Dean. “A Ferro e Fogo”. São Paulo, 1996.

Considere o fragmento de texto acima e observe o mapa que o acompanha. Depois, responda às questões propostas a seguir.

a) Se compararmos as faixas contínuas de floresta e as pequenas manchas verdes que restam em locais antes ocupados pela Mata Atlântica, podemos dizer que essas manchas oferecem menos chances de sobrevivência e de reprodução para as espécies que lá habitam. Você concorda com essa afirmação? Justifique a sua resposta.

b) Cite dois fatores que levaram à devastação da Mata Atlântica ao longo do processo de ocupação do

espaço brasileiro e indique alguma medida realizada pelo Estado, no sentido da proteção à cobertura vegetal.

c) Comumente ouvimos falar em ‘impactos ambientais’. Ainda com base no texto, quais seriam os impactos decorrentes da retirada da vegetação em um ambiente de clima tropical chuvoso?

11. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

“A maior biodiversidade brasileira é encontrada nesse ecossistema. No entanto, esse ecossistema já foi muito devastado pelas diversas formas de ocupação a que foi submetido. Desde a extração do pau-brasil até o vertiginoso crescimento urbano-industrial.”

(Adap. ALMEIDA, L. M. A. de e RIGOLIN, T. B. “Geografia”. São Paulo: Ática, 2005. p.442.)

a) Identifique a que tipo de ecossistema o texto se refere.

b) Cite duas (2) características desse ecossistema.

12. Observe a figura a seguir:

a) Identifique a formação vegetal representada e sua área de ocorrência original.

b) Considerando ao menos um fator de ordem física, explique por que essa formação tem ocorrências fora de sua área nuclear.

c) Identifique três das principais atividades econômicas que promoveram a substituição de tal formação vegetal.

13. Os manguezais são ecossistemas de alta produtividade biológica, sendo responsáveis por parte considerável dos recursos marinhos. Ocupam grande extensão dos litorais tropicais e subtropicais, porém, apesar de sua grande relevância para a vida dos oceanos, estão entre os ecossistemas mais devastados do planeta.

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A escolha de quem pensa!16 A escolha de quem pensa! 17

Com base nessas informações e na análise da ilustra-ção, indique as características ambientais dos mangues, quanto ao solo e à vegetação, e cite duas ações preda-tórias provocadas pelo homem.

14. Na figura a seguir, são mostrados pontos de queimadas, no Brasil, monitorados por satélites.

Identifique, de acordo com o que é mostrado no mapa, duas formações vegetais originais que vêm sendo afeta-das pelas queimadas e descreva um impacto ambiental ocasionado por essas queimadas.

15. Originalmente estendia-se por toda a faixa costeira: do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Hoje, segundo as estatísticas mais alarmantes, recobre apenas 7% do território brasileiro. A área original dessa floresta corresponde ao espaço natural que foi mais devastado pela intensa urbanização e industrialização que ocorreram no Brasil.

Adap. ALMEIDA, L. M. A. de e RIGOLIN, T. B. “Geografia”. São Paulo: Ática, 2002. p. 374.

A propósito do fragmento acima:

a) Identifique o tipo de formação vegetal a que o texto se refere.

b) Cite três (03) características desse tipo de floresta.

Gabarito

1. a. A perda de biodiversidade na região indicada no mapa (arco de desmatamento que se localiza entre o Maranhão e Rondônia) ocorrerá devido à expansão da ocupação humana. O desmatamento e a poluição ambiental que acompanham as invasões humanas vão determinar a extinção local de diversas espécies, principalmente as mais sensíveis; tais como, árvores de grande porte, aves, anfíbios répteis e mamíferos. A pescaria extensiva e a predatória também reduzirá as populações de peixes que ocupam as águas.

b. O menor impacto de perdas, tanto na fachada oriental do território nacional quanto no noroeste da Amazônia Legal Brasileira, não são equivalentes e não integram o mesmo grupo causal. A ocupação territorial no nordeste foi facilitada pela destruição da Mata Atlântica. A ocupação da Amazônia é dificultada pela densidade da mata, regiões alagadas periodicamente, doenças tropicais como a malária, presença de reservas indígenas e legislação específica que procura preservar a integridade desse ecossistema único no planeta.

2. a) O domínio morfoclimático da Caatinga é caracterizado pela presença de espécies xerófitas, cactáceas, resistentes à baixa umidade devido a sistema de raízes extensas.

b) Como consequências ambientais resultantes do

desmatamento da Caatinga, podemos destacar: a perda da biodiversidade, o processo de desertificação e o aumento da erosão (aumento do risco de enchentes no período chuvoso).

3. A vegetação é um reflexo do conjunto de fatores apresentados. Dependendo da forma como interagem o clima, o solo e a água numa dada região e das características de cada um desses elementos haverá um certo tipo de vegetação. Como exemplos a vegetação amazônica, o cerrado ou a caatinga.

4. a) O rio São Francisco desloca-se em boa parte de seu percurso e nas áreas da transposição planejada, em áreas de bioma de Caatinga. Trata-se de um bioma caracterizado pelo clima semiárido com baixa pluviosidade e vegetação de arbustos de porte médio e espécies xerófitas. Os solos são rasos e existe hidrografia intermitente nas áreas apontadas.

b) Impactos positivos: aumento da oferta de água para irrigação e dessedentação animal; mais água para o abastecimento urbano.

Impactos negativos: eventual alteração de flora e fauna da região atingida; possível aumento da concentração fundiária; possibilidade de salinização dos solos; diminuição da vazão do São Francisco a jusante da área de captação.

5. a) O significado de desenvolvimento sustentável, segundo a ONU, é “garantir o desenvolvimento econômico atual sem prejudicar as gerações futuras”;

Ou “O equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação

ambiental”. b) Os fatores que impactam a biodiversidade do Cerrado,

dentre outros, são: • o desmatamento descontrolado; • a produção de monocultura em grandes latifúndios; • o uso de agrotóxico; • uso descontrolado/incorreto de água para a irrigação; • captura de animais silvestres; • a prática da pecuária extensiva. 6. a) A extração de madeira em toras da Amazônia é destinada

basicamente ao mercado interno, notadamente para o Sul e Sudeste onde se concentram o mercado consumidor com maior poder aquisitivo e as principais industrias moveleiras, em São Paulo e no Paraná.

b) O manejo florestal a partir do corte seletivo de espécies de valor comercial revela-se uma prática sustentável garantindo o ciclo de reprodução natural das espécies.

7. a) Os corredores Ocidental, Leste e dos Ecótonos Sul-Amazônicos estão entre os mais vulneráveis, devido a sua proximidade com o chamado “arco do povoamento consolidado”, com base na produção de soja e criação pecuária. São áreas agropecuárias bem estabelecidas em áreas de cerrado no Centro-Oeste e Nordeste e seguem principalmente em direção ao Norte, à Amazônia sobre os corredores indicados.

b) Na região encontramos os chamados povos da floresta. Comunidades formadas por seringueiros, catadores de castanha do Pará, ribeirinhos além de povos indígenas de diversas nações. São populações que vivem principalmente de atividades sustentáveis. Com o fortalecimento de suas identidades culturais e políticas esses grupos passam a desenvolver novas atividades como ecoturismo e artesanato.

8. A região Norte é a mais extensa do país e na proporção em que foi sendo estudada e pesquisada revelou-se muito rica em recursos naturais. Essa riqueza acaba despertando a cobiça de segmentos privados como mineradoras, madeireiras, laboratórios farmacêuticos entre outros, interessados na exploração comercial da biodiversidade amazônica.

a) Podemos indicar como diferenças entre as estratégias possíveis de ser adotadas para solucionar problemas socioambientais da Amazônia, propostas nos textos jornalísticos:

Texto 1 – proposta de uma política preservacionista que pretende a intocabilidade dos recursos com isolamento do

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A escolha de quem pensa!18

espaço geográfico em relação aos interesses do capital. Essa proposta tem o pressuposto da forte participação do Estado nacional no manejo, fiscalização e manutenção das áreas, bem como uma estrutura de propriedade comunal da terra.

Texto 2 – propõe uma política conservacionista, pois aborda o tema da sustentabilidade com base em atividades extrativistas que protege os interesses do trabalho, e defende a sobrevivência dos povos da floresta enfatizando a propriedade privada como forma de acesso a terra.

b) A Amazônia Legal corresponde a 60% do território brasileiro e as unidades de conservação e terras indígenas já demarcadas correspondem juntas a 37% da Amazônia Legal, totalizando 22,2% do território brasileiro.

c) O Brasil é um país de grande extensão territorial e possui variada biodiversidade. A Amazônia Legal é uma de suas expressões. Seria necessária uma política estratégica que contemplasse a manutenção do Cerrado, da Caatinga, das Pradarias, Complexos como o Pantanal e os mangues, a Floresta Tropical e de Araucária, além de áreas de transição como a Mata dos Cocais, por exemplo.

9. a) Características da vegetação de araucárias: • adaptação ao clima de temperaturas baixas no inverno; • ocorrência em altitudes superiores a 1.000 m; • ambientes com alta umidade (chuvas e/ou vales onde

formam florestas-galerias); • formato de guarda-chuva invertido (retenção de umidade

e sustentação de precipitação nival); • principais ocorrências em solos férteis (terra roxa); • aciculifoliada (folhas duras e pontiagudas em formato de

agulhas/espinhos); • árvores separadas por sexo (machos e fêmeas); • pinhões que alimentam os animais de pequeno porte. Características do clima subtropical: • estações do ano bem marcadas; • grandes amplitudes térmicas anuais; • chuvas bem distribuídas durante todo o ano; • índices pluviométricos acima de 1250 mm anuais; • temperatura média anual em torno de 18 ºC. b) Produtos do extrativismo vegetal da região: • a erva-mate (folhas)/chimarrão; • a madeira (da imbuia, do ipê, do cedro ou do pinheiro-do-

paraná); • pinhão; • canela; • xaxim. 10. a) Sim. A diminuição do território acarreta menor

disponibilidade de alimentos, o que compromete o tamanho das populações. O menor número de indivíduos numa determinada população favorece os cruzamentos entre membros de uma mesma família, aumentando a chance de nascimento de crias portadoras de defeitos genéticos, o que pode dificultar a sua sobrevivência.

b) Ocupação histórica: exploração madeireira; plantation; agroindústria; práticas agrícolas inadequadas; queimada; desmatamento

Crescimento urbano e industrialização Indústria extrativa madeireira Iniciativa do Estado: medidas legais; leis de proteção

ambiental; criação de Parques Nacionais e APAs Dificuldades de fiscalização no cumprimento das leis;

extensão territorial e falta de pessoal suficiente para implementar a fiscalização das áreas

c) Impactos ambientais sobre os solos: perda de fertilidade, erosão, degradação do solo, intemperização

Ravinamento Voçorocas Assoreamento dos rios, com a retirada da mata ciliar Contaminação dos solos e das águas subterrâneas por

inseticidas Lixiviação

11. a) Floresta ou Mata Atlântica. b) É perene - permanentemente verde, não perde as folhas;

é heterogênea - constituída de várias espécies; é densa - fechada; é higrófila - várias espécies vivem em ambientes úmidos; predomina sobre terra firme; localiza-se em um relevo escarpado; tem a maior biodiversidade do mundo.

12. a) Trata-se da Floresta Aciculifoliada ou Mata das Araucárias, típica das áreas elevadas das regiões sul e sudeste do Brasil.

b) A altitude é uma das características físicas mais marcantes para explicar sua ocorrência fora da área nuclear, em lugares como a Serra da Mantiqueira (região sudeste).

c) A produção de papel e celulose, mobília e construção civil, além de atividades agropastoris, estão entre as principais atividades capazes de destruir esse ecossistema.

13. Os manguezais se desenvolvem em áreas de águas pouco movimentadas ou alagadas nas reentrâncias dos litorais (baías, enseadas, estuários e deltas)com solos ricos em matéria orgânica. Vegetação com grande capacidade de adaptação a duas condições adversas: a salinidade do solo e a deficiência de oxigênio, em virtude do alagamento pelas oscilações das marés. Por essa razão, são espécies arbustivas e arbóreas com raízes aéreas (pneumatóforas) para absorver oxigênio. O intenso processo de urbanização das áreas litorâneas tem levado à degradação desse ecossistema, como o desmatamento, os aterros para expansão imobiliária e a contaminação por resíduos sólidos, esgotos, vazamentos de navios (petroleiros e outros), efluentes e/ou vazamentos industriais.

14. Os dados de satélite indicam que as formações vegetais mais afetadas são os Cerrados e a Floresta Amazônica.

Os principais impactos ambientais são: - a redução da cobertura vegetal, importante para a

estabilização do solo ao protegê-lo do impacto direto das chuvas e do escoamento acelerado das águas superficiais;

- lixiviação dos solos, provocando redução da fertilidade; - redução da biodiversidade tanto de origem animal como

vegetal. 15. a) Floresta ou Mata Atlântica. b) - É perene: permanentemente, verde e não perde as

folhas; - é heterogênea: constituída de várias espécies; - é densa: fechada; - é higrófila: várias espécies vivem em ambientes úmidos; - predomina sobre terra firme; - localiza-se em um relevo montanhoso; - apresenta maior biodiversidade do mundo.

Aula 5

Hidrografia Brasileira

01. As discussões sobre a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte iniciaram-se no começo da década de 1970, definindo os primeiros diagnósticos sobre o inventário hidrelétrico da bacia hidrográfica na qual a usina será instalada. Em fevereiro de 2010, foi concedida a licença ambiental para a construção da usina, considerada a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.

a) Em qual bacia hidrográfica será construída a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, e em qual unidade federativa será localizada?

b) Aponte um impacto ambiental e um impacto socioeconômico decorrentes da instalação e do funcionamento de uma usina hidrelétrica de grande porte no bioma em que será instalada a usina de Belo Monte.

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02. Observe o segmento de reta traçado no mapa. A sua extensão é de 1.425 km e percorre o rumo Noroeste-Sudeste.

Mencione as principais bacias hidrográficas e as princi-pais unidades de relevo atravessadas pelo segmento .

03. Estima-se que o Brasil concentre entre 12 e 16% do volume total de recursos hídricos do planeta Terra. Embora essa seja uma participação expressiva, os recursos não são distribuídos de forma homogênea e encontram-se ameaçados por fatores socioeconômicos diversos.

(CLARKE, R & KING, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005.)

Defina o que são recursos hídricos e justifique a afirma-ção de que tais recursos não são distribuídos de forma homogênea, especificando três fatores socioeconômi-cos que os ameaçam.

04. Os rios são cursos de água que escoam sobre os continentes. A maior parte deles nasce em fontes naturais originadas de lençóis subterrâneos, alimentados pela infiltração da água das chuvas. Sobre esse tema, responda o que se pede a seguir.

a) Identifique a unidade espacial formada por um rio principal e seus afluentes.

b) Identifique a bacia hidrográfica de maior potencial de águas superficiais do mundo.

c) Indique o principal elemento responsável pela intermitência dos rios no semiárido brasileiro.

05. Observe os gráficos a seguir:

Explique a diferença entre o padrão brasileiro de uso dos recursos hídricos e o dos países membros da OCDE, considerando a relação entre o consumo urbano e a captação de água bruta.

06. Historicamente, os rios tiveram um papel importante na formação de centros urbanos, tanto pelo abastecimento de água como por ser um meio de transporte que favorecia as trocas de mercadorias, sobretudo de produtos agrícolas.

Entretanto, ao longo do tempo, os rios passaram a ser utilizados como rede de esgoto. Discorra sobre dois pro-blemas socioambientais decorrentes do uso inadequado dos recursos hídricos em áreas urbanas no Brasil.

07. O Brasil é dotado de uma vasta rede hidrográfica. Muitos de seus rios destacam-se pela extensão, largura, profundidade e volume de água escoado, tornando o país detentor de uma das maiores reservas de água doce do mundo. Apesar desta realidade, o país já enfrenta problemas no que concerne ao abastecimento urbano de água potável (como no caso de São Paulo), além de conflitos no campo pela distribuição de água para as atividades da agricultura e pecuária. Com base nestas informações, responda ao que se pede.

a) Caracterize o potencial das bacias hidrográficas do Paraná e do Amazonas para o abastecimento de água potável nos centros urbanos, considerando a atual distribuição geográfica da população sobre o território nacional.

b) Cite e explique dois impactos negativos decorrentes da utilização dos recursos hídricos da Bacia do Paraná.

08. Os rios são correntes naturais de água doce, com canais definidos e fluxos perenes ou intermitentes que desembocam nos oceanos, lagos ou em outros rios. Nessa condição, os rios realizam ações de transformação das paisagens e têm grande importância social.

a) Cite os processos associados aos rios a partir dos quais ocorre a transformação das paisagens naturais.

b) Aponte três situações de uso dos rios pela sociedade.

09. Além do conceito de Plataforma Continental, do ponto de vista geomorfológico, temos também o conceito de Plataforma Continental “Jurídica”. O desenho a seguir mostra um dos critérios possíveis para a delimitação da Plataforma Continental “Jurídica”, no Brasil.

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A escolha de quem pensa!20

a) Caracterize a Plataforma Continental, do ponto de vista geomorfológico. Justifique sua importância econômica para o Brasil.

b) Discorra sobre a importância da Plataforma Con-tinental “Jurídica”, considerando a exploração do subsolo marinho.

10. O gráfico apresenta o regime de um rio brasileiro.

a) Identifique o tipo climático que determina o regime expresso no gráfico e indique as possíveis áreas de sua ocorrência.

b) Relacione os dados do gráfico com as características do respectivo tipo climático.

11. Leia o texto e faça o que se pede:

CHUVA DEIXA DESABRIGADOS, CAUSA EN-CHENTES EM SP E CORTA ENERGIA NO RIO

Fortes pancadas de chuva causaram desliza-mentos, enchentes e trânsito, na tarde desta terça-feira, nos municípios localizados na região metropolitana de São Paulo. Cerca de 50 pessoas ficaram desabrigadas, em Santo André, mas não há registros de feridos. No Rio de Janeiro, regiões ficaram sem energia. Bairros de Niterói e de São Gonçalo permaneciam SEM LUZ, por volta das 20h.

(Fonte: “Folha Online” 11/01/2005.)

As tragédias relacionadas às chuvas se repetem a cada verão na região metropolitana de São Paulo.

Relacione a urbanização da região com clima úmido na recorrência do fenômeno das enchentes.

12. “11 de junho de 2026 - Foi lançado ao mar, no Rio de Janeiro, o gigantesco porta-contêiner Amazônia Azul. A embarcação incorpora a mais avançada tecnologia de construção naval e de controle ambiental (...). Quando o navio entrar em operação no final do ano, a participação da bandeira brasileira no nosso comércio exterior terá atingido o percentual de 40%, o que representa um avanço considerável já que, em 2006 esse percentual não chegava a 3%. Em termos de transporte nacional de mercadorias, as últimas estatísticas são auspiciosas: o modal aquaviário (cabotagem, navegação fluvial e lacustre) igualou-se ao modal rodoviário, ficando a matriz de transportes nacional mais equilibrada e eficiente.”

[VIDIGAL, A.A. F. et alii. “Amazônia Azul - o mar que nos pertence”. Rio de Janeiro / São Paulo: Editora Record, cap.4, p. 103-127, 2006

(usos do mar)].

O trecho da reportagem fictícia e o cartograma apresen-tado indicam uma condição territorial brasileira ainda pouco estudada e explorada pelos gestores públicos e privados do país. Reconhecendo a importância da “Amazônia Azul” subexplorada, responda às questões a seguir.

a) Relacione o atraso do modal aquaviário brasileiro às políticas de integração regional adotadas no país, ao longo do século XX.

b) Cite uma consequência desse atraso para o país frente às atuais dinâmicas de investimentos internacionais produtivos na era da globalização.

c) Identifique dois usos do mar (além do transporte) que podem ser vitais para o impulsionamento da economia brasileira perante os desafios a serem enfrentados pelo planeta, neste século.

13. O estudo do regime de um rio ou de uma bacia hidrográfica constitui um elo de um sistema complexo em que a alteração de um dos seus elementos implica a alteração do conjunto. É o ponto de partida para se avaliar a possibilidade ou não de seu aproveitamento quanto à produção de energia elétrica, fornecimento de água para irrigação de terras, abastecimento de água para as cidades, navegação e desenvolvimento da piscicultura.

ADAS; ADAS, 1998, p. 308.

Considerando o gráfico e as informações do texto, caracterize os rios Paraná e Paraguai, estabelecendo, respectivamente, suas relações com o relevo e indican-do suas possibilidades de aproveitamento econômico.

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A escolha de quem pensa!20 A escolha de quem pensa! 21

14. Observe o esquema e responda.

a) Considerando o início e o final do escoamento das águas, qual a denominação dada, respectivamente, às áreas localizadas próximas das letras A e B? Em qual margem do rio principal a densidade de drenagem é maior?

b) Pelas características gerais deste esquema, onde seria mais viável a implantação de um núcleo urbano, na situação 1 ou 2? Justifique sua resposta.

15. Três grandes eldorados podem ser reconhecidos contemporaneamente: os fundos oceânicos ainda não regulamentados; a Antártida, partilhada entre as potências; e a Amazônia, única a pertencer, em sua maior parte, a um só Estado nacional.

(Adaptado de Bertha Becker, “Amazônia: Geopolítica na virada do III Milênio”. Rio de Janeiro: Garamond, 2005, p.35.)

a) Quais os principais recursos associados ao oceano Atlântico?

b) Quais os principais problemas apresentados pela exploração desse oceano?

c) De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (de 1982, em vigor internacionalmente a partir de 1994), o que é Mar Territorial?

Gabarito

1. a) A Usina de Belo Monte será construída na bacia do rio Xingu no estado do Pará.

b) Como impacto ambiental decorrente da instalação e do funcionamento de uma usina hidroelétrica de grande porte podemos destacar alterações na vegetação nativa, afogamento de espécies de plantas e animais nas áreas do entorno do lago formado pela barragem. Em termos socioambientais, é provável, num primeiro momento, que ocorram deslocamentos populacionais de habitantes ribeirinhos em direção a cidades grandes das proximidades como Belém ou mesmo para outros estados.

2. As principais bacias hidrográficas atravessadas pelo segmento AB são: Paraguai e Paraná.

O perfil atravessa as unidades de relevo: Planície do Pantanal Mato-Grossense, Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná (Planalto Ocidental Paulista), Depressão da Borda Leste da Bacia do Paraná (Depressão Periférica), Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste (Planalto Oriental).

3. Recursos hídricos são águas disponíveis para uso e que a distribuição dessas águas ocorre de forma bastante diferenciada entre as várias regiões brasileiras, podendo citar exemplos como o Norte, onde há abundância desses recursos e o Nordeste, onde eles são escassos. Os fatores que os ameaçam podem ser citados o uso inadequado da água em áreas urbanas, como o desperdício e a

ausência de saneamento básico, ou comprometimento da água pelo uso agrícola, turístico e pela criação de gado, além do desmatamento que interfere na disponibilidade e conservação desse recurso.

4. a) A bacia hidrográfica é a unidade espacial formada por um rio principal e seus afluentes.

b) O Brasil é dotado de uma densa rede hidrográfica, com elevado potencial de águas superficiais. A maior bacia hidrográfica do mundo encontra-se quase totalmente em território brasileiro: é a bacia hidrográfica do rio Amazonas, que também apresenta o maior potencial de águas superficiais. Ela nasce nos Andes peruanos e deságua no oceano Atlântico.

c) A maioria dos rios brasileiros apresenta caráter perene, dadas as características climáticas predominantes. Somente no sertão nordestino, os rios são intermitentes, devido ao clima semiárido que se caracteriza por baixos totais pluviométricos e distribuição irregular da chuva no decorrer do ano. Assim, os rios contêm água somente no período chuvoso, secando completamente no período seco.

5. A diferença nos padrões de uso dos recursos hídricos retratados nos gráficos, considerando o consumo urbano e a captação da água bruta, reside no fato de que nos países da OCDE há uma maior eficiência na distribuição, o que significa menor desperdício de água. Além disso, a água é, em grande parte, reutilizada nesses países.

6. Recurso natural imprescindível para a sobrevivência é escasso e mal distribuído. O crescimento das atividades econômicas, das cidades e populações e principalmente da produção agrícola, são responsáveis pelo aumento significativo do consumo de água em todo o planeta. Dentre os inúmeros problemas socioambientais que afetam a qualidade e o consumo de água podemos citar:

- A poluição das águas a partir do baixo nível de investimento em saneamento básico com contaminação por esgoto;

- Ocupação irregular e mal planejada das várzeas, provocando enchentes que afetam populações ribeirinhas com perda de vidas, transtornos materiais, incidência de doenças como a leptospirose.

7. a) - Bacia do Paraná: Potencial elevado que atualmente possui elevado aproveitamento, considerando o número de cidades banhadas por esta bacia.

- Bacia do Amazonas: Potencial elevado que atualmente possui baixo grau de aproveitamento, considerando que a área possui baixa densidade demográfica.

b) - Poluição: Altos índices de poluição decorrentes da descarga direta de esgotos urbanos;

- Poluição decorrente da atividade de agropecuária (agrotóxicos, irrigação);

- Elevado índice de represamento para a construção de usinas hidrelétricas: desconfiguração das características naturais.

- Alteração do equilíbrio ecológico dos rios pela construção de hidrovias.

8. a) erosão,assoreamento. b) Água potável abastecimento de populações, dessedentação

animal e de cidades, pesca, produção de energia, transporte, recreação.

9. a) A plataforma continental é um prolongamento da faixa costeira a partir da deposição sedimentar resultante do processo erosivo do relevo costeiro e do desague dos rios que carreiam sedimentos resultantes da ação de desgate no interior do território. A plataforma estende-se desde a elevação continental até o talude, encosta abrupta que desaba o relevo na direção da zona abissal ou leito marinho, passando pelo subsolo marinho continental. A importância econômica da plataforma continental brasileira está nas atividades como a pesca e a exploração de petróleo e gás natural. A pesca é favorecida pelas condições de piscosidade das águas, rasas, com luminosidade, temperatura e

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A escolha de quem pensa!22

salinidade favoráveis ao processo de formação de cadeias alimentícias e reprodutivas. O petróleo, recurso energético resultante da decomposição do fitoplâncton, de animais marinhos e vegetais em bacias sedimentares em mares rasos, é potencial em plataformas continentais. O Brasil tem sua maior produção petrolífera (em torno de 80%) na Bacia de Campos, plataforma continental do litoral fluminense, hoje, principalmente em águas profundas. Essa exploração é possível graças à adoção da zona econômica exclusiva do mar territorial em 200 milhas a partir da linha costeira.

b) O manual técnico da convenção das Nações Unidas para a legislação sobre o mar, de 1982, prevê a determinação da plataforma continental jurídica (PCJ) para além das 200 milhas do mar territorial, “unindo, mediante linhas retas, que não excedam 60 milhas marítimas, pontos fixos definidos por coordenadas de latitude e longitude”. (CNUM, art. 76, pág. 7). A importância da exploração do subsolo marinho para o Brasil está na definição de zona econômica exclusiva (ZEE) como situada além do mar territorial e que não exceda as 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial. Trata-se de faixa potencial em exploração de nódulos minerais, petróleo e gás natural.

10. a) O tipo climático que determina o regime de um rio brasileiro expresso no gráfico é o clima tropical, marcado por cheias de verão e vasantes de inverno, com possíveis áreas de ocorrência na Região Sudeste e na Região Centro-Oeste.

b) O gráfico mostra uma maior vazão (cheia) nas estações de primavera (4) e verão (1). Já a menor vazão (vazante) ocorre no outono (2) e no inverno (3).

11. A urbanização crescente aumenta as áreas de solo impermeabilizado inclusive nas várzeas dos rios, impedindo a absorção da água. Além disso, muitos rios foram retificados, diminuindo a área da vazante. Num local de clima úmido, onde as chuvas de verão são muito intensas, a água não é absorvida nem escoada de imediato, causando assim, a enchente.

12. a) A opção pelo Rodoviarismo como política pública no Brasil, desde os anos de 1930, desviou a atenção dos investidores públicos e privados para os demais meios de transporte. As ferrovias foram gradualmente substituídas e o transporte marítimo manteve o seu perfil colonial: estar voltado, quase que exclusivamente, para o comércio internacional. A partir da década de 1950, os investimentos no setor de transportes foram transplantados, quase que totalmente, para as rodovias, única e exclusivamente, para atender às exigências do setor industrial automobilístico, que era dominado por empresas estrangeiras. Assim, as rodovias se tornaram mais modernas, os carros mais baratos, e os trens, lentos e ineficientes, além do grande litoral brasileiro ter sido esquecido como alternativa de transporte inter-regional no país.

b) Dentre as consequências, destacam-se: - A redução dos investimentos internacionais no país frente

ao “custo - Brasil” relacionado aos altos custos do transporte rodoviário, o mais elevado depois do transporte aeroviário.

- A redução no recolhimento de impostos pelo Estado, como impacto direto da diminuição da circulação de bens, mercadorias e serviços, no país.

- A diminuição das exportações brasileiras frente ao alto valor do frete gerado por um sistema portuário ineficiente e centralizado.

- O sucateamento da infraestrutura portuária que não poderá mais suportar o transporte mercante de navios de grande calagem, reduzindo o afluxo de bens e mercadorias circulantes a grandes distâncias no país.

- A redução da frota mercante do país devido à obsolescência do parque industrial instalado destinado à construção naval, afetando milhares de empregos diretos e indiretos.

c) Dos usos do mar mais importantes a serem citados que podem compor forças para a ampliação a importância do Brasil frente a si mesmo e ao mundo, deve ser destacado(a):

- A exploração de petróleo na plataforma continental e de outros recursos naturais.

- A pesca e a produção alimentar, a partir dos recursos da fauna e flora marinha.

- A pesquisa científica voltada para os mais diversos setores da sociedade.

- A produção de energia. - O turismo. - O esporte. 13. Em função de sua relação com o relevo, os rios são

classificados como de planície (rio Paraguai) e de planalto (rio Paraná). O perfil longitudinal do rio Paraná revela a grande declividade (rio de planalto) que ele apresenta em território brasileiro (alto e médio curso) e, consequentemente, o seu grande potencial energético, o que justifica a existência de grandes hidrelétricas em sua bacia, apesar de trecho navegável na hidrovia Tietê-Paraná, através de eclusas. O perfil longitudinal do rio Paraguai caracteriza-se como rio de planície. Em consequência, tem grande importância para a navegação.

14. a) A - Nascente - alto curso B - Foz - baixo curso Na margem direita há uma maior densidade de drenagem

(maior número de afluentes). b) A área 2 mostra-se mais viável pois apresenta um relevo

mais baixo, aplainado, o que favorece a implantação de sistemas de transportes, possibilidade de construir uma área portuária e, portanto, maior facilidade de abastecimento. A área 1 está localizada próxima da nascente, ou seja, o relevo é mais elevado onde há captação de água, o que dificultaria a presença de uma cidade.

15. a) O petróleo, o gás natural, a pesca, as algas, o sal marinho e outros minérios.

b) - intenso tráfego marítimo, que gera vazamentos de óleo e migração de espécies de diferentes ambientes, resultando na alteração da cadeia trófica;

- comprometimento de ecossistemas, devido à pesca predatória;

- proximidade de grandes cidades em embocaduras de rios com rejeitos urbanos industriais e domésticos.

c) Área contígua à costa litorânea de um país, que pode atingir 12 milhas náuticas de extensão, onde o país tem direito de explorar economicamente os recursos oceânicos da plataforma continental, desde que demonstre capacidade tecnológica para tal.

Aula 6

Fontes de energia no Brasil

01. “O consumo de energia elétrica deve subir 9,4% em 2010 (...) e as projeções para o período 2010-2018 indicam crescimento médio da demanda de 5,2% ao ano.”

Extraído e adaptado da Folha de S. Paulo, 09/07/2010, p.B5.

Este contexto exige incremento da infraestrutura e diver-sificação da matriz energética, na qual a bioeletricidade deve assumir um papel cada vez maior.

a) Caracterize e exemplifique um processo de geração de bioeletricidade.

b) Aponte duas vantagens (socioeconômicas e/ou ambientais) e duas desvantagens que esse tipo de geração energética pode implicar.

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A escolha de quem pensa!22 A escolha de quem pensa! 23

02. Grande parte da produção de petróleo, no Brasil, provém de bacias localizadas na plataforma continental (off shore). Todavia, a produção de petróleo, em área terrestre (on shore), tem significativa importância econômica.

a) Identifique duas áreas produtoras de petróleo on shore no Brasil e explique as causas da existência de petróleo nessas áreas.

b) No Brasil, nos últimos anos, a exportação de petróleo tem superado, em volume, a importação. Apesar disso, persiste um deficit comercial relativo a esse produto. Explique o porquê desse deficit.

03. Aponte as vantagens e as desvantagens para o Brasil de um eventual aumento da produção de energia nuclear.

04. Governo já tem data para tirar Angra 3 do papel: 10. de setembro

O Brasil está muito próximo de tirar do papel a retomada do programa nuclear. O governo debateu por anos se deveria ou não reiniciar as obras de Angra 3. Por fim, em junho do ano passado, o Conselho Nacio-nal de Política energética (CNPe) decidiu autorizar a eletronuclear a construir a terceira usina em Angra dos Reis.

Pelos planos que o governo vem anunciando recentemente, Angra 3 será apenas a primeira de uma série de novas usinas nucleares que deverão ser cons-truídas no Brasil.

LEONARDO GOY. Adaptado de “O Estado de São Paulo”, 08/07/2008

A retomada do programa nuclear brasileiro traz à tona a polêmica que envolve essa forma de gerar energia não apenas no país, mas no mundo.

Aponte dois argumentos favoráveis e dois argumentos contrários à opção de ampliar a geração de energia elétrica em centrais termonucleares no Brasil.

05. Recentemente, a relação entre a expansão da produção de agrocombustíveis e a produção de alimentos entrou na agenda política internacional. Considerando esse fato, responda às questões:

a) No Brasil, a produção de agrocombustíveis tem forte base na cultura da cana-de-açúcar. Aponte o principal impacto socioeconômico advindo do crescimento da produção de cana-de-açúcar e identifique os principais Estados brasileiros em que essa expansão vem ocorrendo mais fortemente.

b) A implementação de uma política de soberania ou segurança alimentar tem sido indicada como alternativa à crise de alimentos. Quais os principais objetivos das políticas de segurança alimentar?

06. O Brasil tem, cada vez mais, buscado investir em novas fontes de energia, o que tem exigido da sociedade mudanças de hábitos e reflexões sobre maneiras de utilizá-las. Sobre essa problemática, atenda ao que se solicita nos itens a seguir.

a) Nomeie duas das principais fontes de energia do país.

b) Aponte três áreas onde estão localizadas importantes fontes de energia do país.

c) Cite dois tipos de energia alternativa em expansão no Brasil.

d) Cite três exemplos de atitudes e mudanças de hábitos cotidianos que podem contribuir para uma melhor maneira de utilizar os recursos energéticos.

07. A construção do gasoduto Brasil-Bolívia, inaugurado em 1999, consumiu US$ 2 bilhões de investimentos e foi muito importante para o setor energético brasileiro, pois gerou um considerável aumento na oferta de gás natural no país. O gasoduto foi projetado para transportar - a partir de 2007, quando deve ser atingida sua capacidade máxima - 30 milhões de metros cúbicos de gás, correspondentes à metade das necessidades nacionais.

(Adaptado de MORAES, P. R. “Geografia do Brasil”. 2a. ed. São Paulo: Harbra, 2003, p. 510.)

Com base nos dados fornecidos pelo texto e nos conhe-cimentos sobre fontes de energia, analise a vantagem do uso do gás natural do ponto de vista do meio am-biente e a vantagem específica dessa fonte de energia em relação à matriz energética brasileira.

08. O biodiesel é um combustível biodegradável, derivado basicamente de diversas fontes vegetais, e que pode substituir total ou parcialmente o diesel de petróleo em vários tipos de motores.

a) Dê exemplo de duas fontes utilizadas na produção do biodiesel.

b) Explique por que o biodiesel tem sido considerado uma alternativa econômica e ambientalmente viável para o Brasil.

09. Observe o gráfico.

Utilizando as informações acima faça o que se pede.

a) Compare o consumo das principais fontes de energia do Brasil com as fontes consumidas mundialmente.

b) Considerando as questões ambientais e o uso energético sustentável, explique o consumo brasileiro de energia segundo as fontes renováveis e não renováveis.

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A escolha de quem pensa!24

10. DEU NO NEW YORK TIMES!

05 de agosto de 2005

Precisamos de uma nova estratégia energética.(...)

À época da crise do petróleo de 1973, o Brasil importava quase 80% de sua demanda de petróleo.

Após três décadas, essa dependência diminuiu bastante. Hoje a metade dos novos carros vendidos no Brasil roda com qualquer combinação de gasolina e álcool.(...)

Nos Estados Unidos, o máximo de economia conseguido pelos automóveis de Detroit foi 10,6 km por litro de gasolina em 1986 e desde então essa média só vem piorando.(...)

Nós preferimos importar petróleo da Arábia Saudita, mas não álcool do Brasil.

Essas frases foram extraídas de um artigo de jornal de grande circulação nos Estados Unidos. Nele, o jorna-lista faz duras críticas à estratégia norte-americana em relação à sua política energética. Ao mesmo tempo, enaltece as soluções adotadas pelo Brasil.

a) Qual tem sido a estratégia norte-americana para enfrentar a crise energética mundial?

b) Quais as alternativas seguidas pelo Brasil para enfrentar essa questão?

11. Observe o mapa, onde estão hachurados os estados brasileiros que possuem jazidas de um minério fundamental para o abastecimento de um tipo específico de usina, localizada no Sudeste brasileiro.

a) Identifique o minério e o tipo de usina que ele abastece.

b) Em qual região brasileira há maior ocorrência das jazidas deste minério? Quais são e em que estado brasileiro estão localizadas as usinas que se utilizam dele?

12. A Plataforma Continental Brasileira tem uma superfície de 4,3 milhões de km2, cuja exploração econômica é responsável por 90% da produção nacional de petróleo, extraída de poços que estão, em muitos casos, sob uma lâmina de água a mais de 1000 m de profundidade.

Com relação aos municípios costeiros adjacentes às áreas marítimas de exploração petrolífera apresente:

a) uma vantagem decorrente da proximidade;b) uma desvantagem dessa mesma proximidade.

13. No Brasil, as empresas estatais assumiram crescente parcela da formação de capital, com a constituição de grandes empresas setoriais de atuação em todo o território nacional. Uma dessas empresas é a Petrobrás, que completa 50 anos no ápice de seu vigor financeiro. A Petrobrás está envolta, até os dias atuais, em um debate entre “liberais” e “nacionalistas” que marcou sua criação, em 1953, por Getúlio Vargas, sob o lema “o petróleo é nosso”.

(Adaptado de Sérgio Prado, Aspectos Federativos do Inves-timento Estatal, em Rui de B.A. Affonso e Pedro L. B. Silva (orgs.),

Empresas Estatais e Federação. São Paulo: FUNDAP, 1996, p. 11 e “Folha de S. Paulo”, Caderno Especial Petrobrás 1953-2003,

03/10/2003).

a) Desde que foi criada até meados de 1990, a Petrobrás operou como monopólio estatal de exploração, produção e de refino. O que mudou na indústria petrolífera no Brasil com a quebra do monopólio estatal do petróleo?

b) Como a Petrobrás vem reagindo à quebra do monopólio estatal de petróleo?

c) Em qual estado brasileiro há a maior concentração das atividades de produção petrolífera e em qual estado há a maior concentração das atividades de refino?

14. Na década de 1920, a geração hidráulica de energia (turbinas e rodas d’águas) já era majoritária nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina e Espírito Santo. Nos demais Estados, a eletricidade era produzida, na sua maior parte, por geradores térmicos (máquinas a vapor e combustão interna).

(Adaptado de Milton Santos e Maria Laura Silveira, “O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI”. Rio de Janeiro,

Record, 2001, p. 71.)

a) No início do século XX, a difusão da energia elétrica no território brasileiro era feita por sistemas técnicos independentes. A partir da década de 1960, passa a ocorrer uma unificação e interligação dos sistemas hidrelétricos isolados. Por quê?

b) Cite um dos grandes subsistemas energéticos brasileiros.

c) O complexo binacional de Itaipu ainda é considerado a maior hidrelétrica do mundo. Dê duas justificativas para a sua construção.

15. Em vários países, as pesquisas relacionadas ao uso de fontes energéticas alternativas já se vêm desenvolvendo há bastante tempo. No Brasil é grande o potencial natural para sua produção, apesar de seu baixo nível de aproveitamento atual.

Apresente duas características do quadro natural brasileiro, relacionando-as ao seu potencial para o desenvolvimento de fontes alternativas de geração de energia.

Gabarito

1. a) A geração de bioeletricidade a partir da indústria sucroalcooleira. A energia é obtida por cogeração em usinas de produção de açúcar e etanol.

b) Vantagens: o período de cogeração corresponde à baixa hidrológica nas bacias do Sudeste e Centro-Oeste, em

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A escolha de quem pensa!24 A escolha de quem pensa! 25

período de seca (inverno tropical continental com baixa pluviosidade); trata-se de fonte de energia limpa com balanço ambiental positivo. Desvantagens: processo sujeito a entre safras; baixo nível de acesso ao sistema de transmissão elétrica para exportar o excedente de cogeração.

2. a) O petróleo em áreas terrestres (on-shore) no Brasil está associado principalmente a regiões costeiras e as maiores reservas estão na Bacia Potiguar no Rio Grande do Norte, próximo a Mossoró e no Recôncavo Baiano, próximo a Salvador, Bahia, a primeira área de produção petrolífera no Brasil. Ao longo da costa existem inúmeras outras áreas como Carmópolis em Sergipe e Coqueiro Seco e Atalaia em Alagoas. Existe uma pequena produção de petróleo e gás natural na Bacia do Urucu no vale médio do Amazonas. São áreas caracterizadas como bacias sedimentares, antigos leitos marinhos onde no período Cretáceo da Era Mesozoica, grande volume de matéria orgânica (plâncton marinho), por decomposição anaeróbica, resultou na formação de petróleo.

b) Como o Brasil privilegiou a matriz de transporte rodoviário, a demanda por óleo diesel e gasolina fez o país importar o produto e mais adiante construir refinarias mais voltadas ao craqueamento de petróleo “leve”, com mais hidrocarbonetos e de melhor qualidade na produção de combustíveis como a gasolina, o querosene e o óleo diesel e com maior valor de mercado. A descoberta de petróleo na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, na plataforma continental, promoveu mudanças no planejamento estratégico do país para o setor energético. A maioria do petróleo de Campos era do tipo “pesado” com muito betume e elementos graxos e menor valor de mercado. A Petrobras estabeleceu uma política de exportar o petróleo pesado, com menor valor, e importar o petróleo leve, de maior valor, gerando deficit, pelo valor do petróleo leve e seu alto consumo. As atuais descobertas na camada do pré-sal são caracterizadas por grande quantidade de petróleo leve, o que pode inverter a tendência deficitária ao longo do tempo.

3. As vantagens estão na autonomia de localização geográfica das unidades de geração, no aumerto de oferta de energia. As desvantagens ficam por conta da geração de lixo atômico, potencial de acidentes e altos custos na obtenção de energia.

4. Fatores favoráveis: autonomia geográfica na localização de unidades geradoras; aumento na oferta de energia.

Fatores desfavoráveis: Altos custos, geração de lixo atômico. 5. a) A partir da implantação do projeto Pró-álcool houve

grande expansão do cultivo de cana de açúcar que acabou promovendo expansão latifundiária, desemprego, migrações internas desordenadas, aumento de trabalhadores temporários, boias-frias, queda de áreas cultivadas com lavouras alimentícias. As áreas onde vem ocorrendo maior expansão recente são os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins.

b) São políticas que tem por finalidade garantir a produção familiar, hoje ameaçada pela expansão do agronegócio. Com produção para exportação ou consumo industrial.

6. a) Petróleo (produção de derivados); energia elétrica de origem hidráulica; álcool combustível.

b) Bacia de Campos, litoral fluminense, maior reserva e produção nacional de petróleo. Bacia do Paraná, maior potencial hidroenergético instalado - Hidrelétricas de Itaipu (Brasil/Paraguai). Bacia Amazônica, maior potencial energético disponível . São Paulo/Pernambuco e Alagoas - Produção de Cana-de-açúcar.

c) Energia eólica ( ventos).Energia solar. Biodiesel - a partir de produtos vegetais, como a cana-de-açúcar e a mamona.

d) 1. Desligar os aparelhos elétricos das tomadas após o uso. 2. Optar por lâmpadas e aparelhos elétricos econômicos 3. evitar desperdício de água (banhos prolongados, torneira vazando etc). 4. não jogar lixo nas ruas ou nos rios. 5. preferir o uso de biocombustíveis.

7. Ambientalmente trata-se de uma fonte mais limpa e de múltiplos usos. Para o Brasil, a vantagem é diversificar a sua matriz energética para não depender de menos fontes de energia.

8. a) A produção de biodiesel pode utilizar fontes vegetais, como a mamona, o dendê, a palma, a soja e o pinhão bravo.

b) Aspectos como o fato da estrutura de produção do agronegócio já estar bem organizada e implantada, não necessitando praticamente de incorporação de novas áreas com impactos ambientais decorrentes, possuir matérias-primas nacionais e constituir-se em fonte alternativa, renovável e pouco poluente e ecologicamente sustentável, fazem do biodiesel uma alternativa ambiental viável.

9. a) O Brasil segue a tendência mundial com alto consumo de petróleo, porém tem uma matriz energética mais limpa devido à grande presença da energia elétrica de origem hidráulica.

b) Observa-se no gráfico que 57% da energia brasileira é considerada renovável, com 40% de energia elétrica primária e 17% de biomassa.

Os restantes 43% são formados por energia não renovável, com 34% de petróleo, 5% de carvão mineral e 4% de gás natural.

Em termos ambientais, pode, com esses dados, ser considerada uma matriz energética limpa.

Obs.: Dados mais recentes (2006) colocam um declínio de energia elétrica primária para um aumento de termoelétricas a carvão e a gás natural.

10. a) Manutenção do petróleo como principal fonte de energia e dependência do abastecimento externo, principalmente dos países do Oriente Médio e da América Latina. Essa dependência leva o governo americano a realizar políticas de alianças ou pressão militar.

b) O Brasil diversificou suas fontes de energia e buscou soluções domésticas, tais como: investimentos no Proálcool; aumento da produção interna de petróleo e gás natural; incentivos à produção de biodiesel; aumento da capacidade geradora das usinas hidrelétricas.

11. a) Trata-se do urânio, utilizado como combustível em usinas termonucleares.

b) Na região Nordeste. No Ceará (Itataia), na Bahia (Lagoa Real-Caetité) e na Paraíba (Espinhares), estão as reservas mais conhecidas. No Rio de Janeiro, município de Angra dos Reis, estão as usinas nucleares de Angra I e II.

12. a) Possibilidades de ganho de capital a partir da cobrança de ‘royalties’ pelo uso do recurso, geração de empregos.

b) Crescimento urbano desordenado, poluição.13. a) A quebra do monopólio da Petrobrás, fez com que outras

empresas petrolíferas entrassem no Brasil e disputassem o mercado interno em atividades como prospecção, refino, transporte, sendo as atividades ligadas ao setor, controladas pela ANP, que é um órgão regulador.

b) A Petrobrás precisou mudar sua postura internamente, investindo no aumento da produção e externamente consolidando-se técnica e financeiramente, para fazer frente à concorrência internacional no setor.

c) Produção: Bacia de Campos, RJ (82% da produção nacional).

Refina: São Paulo, único estado que possui 4 refinarias. 14. a) Na década de 1960, passou a ocorrer uma unificação

dos sistemas hidrelétricos isolados existentes no Brasil, porque a expansão da produção de energia elétrica passou a ser encarada pelo governo federal como um assunto de interesse estratégico, de caráter desenvolvimentista e de âmbito nacional.

b) Entre os subsistemas energéticos brasileiros, existentes no campo da produção hidroelétrica, pode-se citar como exemplo: a CESP e a CEMIG.

c) Condições naturais favoráveis na área, proximidade de um grande mercado consumidor, com forte perspectiva de carência energética. Quadro geopolítico daquele momento histórico, marcado pelo militarismo e pelo acirramento da disputa pela Bacia do Prata com a Argentina.

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A escolha de quem pensa!26

15. Relacionando a potencialidade do quadro natural brasileiro com o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, cita-se como, por exemplo:

- predomínio do clima tropical favorecendo a exploração de energia solar;

- extensão territorial e o clima propiciando a exploração da biomassa como fonte energética;

- extenso litoral com intensidades de ventos, permitindo o aproveitamento da energia eólica;

- relevo acidentado e grande quantidade de rios, possibilitando a construção de pequenas centrais hidrelétricas como soluções locais e alternativas aos grandes complexos hidrelétricos.

Aula 7

Agropecuária Brasileira

01. No Brasil, é comum a defesa da agricultura familiar, mas privilegia-se, pela concessão de créditos e de investimentos em infraestrutura, o agronegócio.

A este último, porém, não só cabem méritos no equilí-brio da balança comercial e composição do superavit primário que favorecem a economia nacional, mas também pesam alguns “pecados” como a perda de biodiversidade e grande parcela de responsabilidade na escassez de água, que ameaça a humanidade nas últimas décadas.

Por outro lado, a agricultura familiar é, em geral, menos produtiva por hectare que ocupa. Tendo-se em vista, porém, outras atividades da economia como a indús-tria e o comércio, por exemplo e, essa modalidade de agricultura é, muitas vezes, mais capaz de promover o estímulo ao crescimento econômico nacional.

Considerando essas informações e outros conhecimen-tos sobre o assunto,

a) Cite e explique duas estratégias adotadas pelo agronegócio que comprometem a biodiversidade e os recursos hídricos no Brasil.

b) Cite dois fatores que, no Brasil, fazem da agricultura familiar um estímulo para a economia nacional ou para o comércio e a indústria.

02. PESSOAL OCUPADO NOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS - 2006

LocalidadeTotal de pessoal ocupado

Mão de obra familiar

Empregados contratados

Brasil 16.367.63312.810.591

(78,3%)

3.557.042

(21,7%)

Estado de São

Paulo828.492

416.111

(50,2%)

412.381

(49,8%)

Estado do Rio

Grande do Sul1.219.511

1.071.709

(87,9%)

147.802

(12,1%)

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006. Adaptado.

Com base na tabela e em seus conhecimentos:

a) Analise a presença de mão de obra familiar nos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, relacionando-a com as atividades agropecuárias predominantes em cada um deles.

b) Tendo em vista o fato de que a mão de obra familiar é majoritária no Brasil, analise os dados de pessoal ocupado nos estabelecimentos rurais no Estado de São Paulo, considerando as transformações agrárias ocorridas, nesse estado, a partir dos anos 1950.

03. A luta pela terra no Brasil ganhou dimensão nacional com a emergência de movimentos sociais e políticas de distribuição de terras pelo governo. Apesar disso, persistem os conflitos no campo brasileiro.

a) Por que ocorrem conflitos na fronteira agrícola do país?

b) Qual foi a principal mudança ocorrida nos conflitos no campo brasileiro nos últimos anos? Explique.

04. “O campesinato neste continente [América Latina] sempre precisou se movimentar para procurar terras de trabalho. Locomove-se movido pelo interesse de trabalhar com terras e ao mesmo tempo à procura delas. Ora consegue-as por ocupações e as perde por despejo judicial ou por grilagem; ora perde-as economicamente em função da política de preços que leva à perda de prazos de vencimento da hipoteca consumada para obter crédito para a lavoura. Perde-as ainda em função de determinações mais estruturais do processo de acumulação capitalista no campo em cada conjuntura – proletarização, subordinação à agroindústria ou transformação do segmento de produtores familiares numa determinada área em bolsão de reserva para o capital enquanto mão de obra disponível para exploração eventual ou intermitente. Ou, como pequeno produtor, se proprietário permanentemente endividado, acaba amarrado a contratos draconianos de parceria com os ‘tubarões’ da agricultura de exportação.”

(Ana Maria Motta Ribeiro, Sociologia do narcotráfico na América Latina e a questão camponesa, em Ana Maria Motta Ribeiro; Jorge Atílio S. Iulianelli (Orgs.), Narcotráfico e violência no cam-

po. Rio de Janeiro: DP&A, 2000, p.24.)

a) O que significa grilagem de terras? Como surge o termo “grilagem”?

b) Como a estrutura agrária contribui para o processo migratório de camponeses, em vários sentidos e direções, pelo interior do Brasil?

05. Herdeiro do pampa pobreMas que pampa é essa que eu recebo agoraCom a missão de cultivar raízesSe dessa pampa que me fala a históriaNão me deixaram nem sequer matizes?

Passam às mãos da minha geraçãoHeranças feitas de fortunas rotasCampos desertos que não geram pãoOnde a ganância anda de rédeas soltas

Herdei um campo onde o patrão é reiTendo poderes sobre o pão e as águasOnde esquecido vive o peão sem leisDe pés descalços cabresteando mágoas

Se for preciso, eu volto a ser caudilhoPor essa pampa que ficou pra trásPorque eu não quero deixar pro meu filhoA pampa pobre que herdei de meu pai

Gaúcho da Fronteira e Vaine Duartehttp://letras.terra.com.br

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A escolha de quem pensa!26 A escolha de quem pensa! 27

A região do pampa, no Rio Grande do Sul, reflete a realidade rural brasileira e suas mazelas.

Identifique o processo socioespacial que originou a estrutura agrária descrita no texto. Aponte também uma de suas causas e uma de suas consequências socioeconômicas.

06. OBSERVE AS FIGURAS A SEGUIR

a) Indique uma função desempenhada pela pecuária na economia colonial.

b) Apresente as condições que permitiram que a atividade pecuária ocupasse áreas florestais, no Brasil, a partir do século XX.

07. A questão agrária no Brasil resulta de um conjunto de problemas gerados pelo processo de acumulação capitalista e pelo desenvolvimento da agricultura e da pecuária, em particular. Sobre essa questão, responda o que se pede a seguir.

a) Apresente duas características dominantes da estrutura fundiária brasileira.

b) Cite duas diferentes formas de trabalho presentes no campo brasileiro.

c) Complete o quadro apresentando, para cada grupo de produção, a região produtora e dois produtos agropecuários expressivos cultivados em cada uma delas.

Região Grupos de produção Produtos agropecuários

Complexos agroindustriais______________________

______________________

Unidades familiares de

produção

______________________

______________________

d) Cite duas consequências socioeconômicas decor-rentes da não realização da reforma agrária pelo governo brasileiro.

08. Agronegócio (também chamado de agrobusiness) é o conjunto de negócios relacionados a toda cadeia produtiva da agricultura e da pecuária. O aprimoramento do agronegócio barateou o custo dos alimentos e deu à população um maior poder de consumo e de escolha, mas também trouxe vários problemas, principalmente ligados às questões ambientais e sociais.

a) Cite três importantes produtos do agronegócio brasileiro.

b) Mencione dois problemas ambientais e dois problemas sociais gerados por essa atividade econômica.

09. A figura a seguir, a despeito de apresentar a delimitação territorial atual do Brasil, representa a formação espacial colonial-escravista brasileira na passagem do século XVIII para o século XIX, momento fundamental para a compreensão da formação territorial do Brasil. A figura delimita as diversas atividades econômico-demográficas, do que resulta um dado arranjo espacial.

a) Relacione as áreas de pecuária, no final do século XVIII, aos biomas existentes no Brasil.

b) A expansão da atividade pecuária pelo território esteve vinculada também ao tropeirismo. Descreva o papel da atividade pecuária e do tropeirismo na constituição do território brasileiro.

10. Leia as informações a seguir:

PIB DA AMAZÔNIA LEGAL CRESCE MAIS QUE O DO PAÍS

O agronegócio avança e é apontado por am-bientalistas como a principal causa da devastação na Amazônia.

Setores do governo e representantes de produ-tores rurais descartam a hipótese de recuo do agronegó-cio na Amazônia Legal e afirmam que a tendência será aumentar a produção em áreas de florestas já abertas.

Adaptado de “Zero Hora”, 16/06/2008.

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A escolha de quem pensa!28

Diferentes critérios e objetivos podem orientar a divisão do espaço geográfico em regiões. Na Amazônia, uma variedade de parâmetros tem sido empregada para essa divisão, o que pode gerar dúvidas quanto ao recorte territorial de suas regionalizações.

Diferencie o recorte territorial da Região Norte do re-corte da Amazônia Legal. Em seguida, aponte os dois principais produtos do agronegócio cuja expansão da produção representa um sério risco para o desmata-mento na Amazônia.

11. Observe a figura a seguir:

a) O que é o Protocolo de Cartagena? Por que alguns países se recusam a assiná-lo?

b) Qual é o principal produto transgênico cultivado na Argentina? Quais implicações trouxe ao Brasil?

12. A agropecuária é uma atividade produtiva integrante do setor primário da economia, caracterizada pela produção de bens alimentícios e matérias-primas decorrentes do cultivo de plantas e de criação de animais. No Brasil, a partir da década de 1950, essa atividade se modernizou atingindo atualmente elevados índices de produção.

Considerando estes dados, responda ao que se pede.

a) Diferencie agropecuária extensiva e intensiva.b) Identifique e explique dois aspectos positivos da

agricultura moderna para a economia brasileira.c) Identifique e explique dois impactos negativos,

resultantes da modernização da agricultura, para os trabalhadores rurais.

13. Leia o poema a seguir:

Tem fazenda e fazendaque é grande perfeitamentesobe serra desce serrasalta muita água correntesem lavoura e sem ninguémo dono mora ausenteLá só tem um caçambeiro*tira onda de valenteIsso é uma grande barreiraque está em nossa frentetem muita gente sem terrae tem muita terra sem gente. *caçambeiro = adulador, bajulador.

(“Espelho da Realidade”, em: CONTO DOS LAVRADORES DE

GOIÁS)

Analise a estrutura fundiária brasileira e a forma de ocupação da terra, com base em elementos presentes no poema anterior.

14. “O posseiro operou como desbravador do território, como amansador da terra (...). É frequentemente utilizado para deslocar os grupos indígenas, para avançar sobre a terra deles, desalojado pelo capital (...). O capital, amplamente estimulado pelo Estado, já avança sobre as terras dos posseiros e terras indígenas.”

(José de Souza Martins, em: AMAZÔNIA: MONOPÓLIO, EX-PROPRIAÇÃO E CONFLITO)

O texto refere-se às relações entre posseiros, índios e empresas capitalistas, no processo de ocupação terri-torial que ocorre na Amazônia. Com base nesse texto, responda:

a) O que é fronteira agrícola?b) Como ocorre a sua expansão?c) Quais são as consequências dessa expansão?

15. A busca do aumento da produtividade agrícola vem incentivando no Brasil, um consumo crescente de máquinas, defensivos e fertilizantes.

Quais os tipos de críticas que vêm sendo feitas à utili-zação desse tipo de tecnologia, do ponto de vista das consequências de seu uso na natureza?

Gabarito

1. a) A opção por monoculturas, com destaque para as de maior valor de mercado, como soja, cana-de-açúcar e café e o plantio de espécies geneticamente modificadas, capazes de render mais de uma safra por ano, implicando no uso de irrigação com elevado consumo de água.

b) A policultura é responsável por um maior dinamismo econômico, maior empregabilidade no cuidado das variadas lavouras e expansão da base de produtos de consumo urbano nos setores comercial e industrial, como verduras, legumes e frutas

2. A análise da tabela permite comparações entre a mão de obra familiar e a mão de obra contratada e suas variações em áreas específicas do Brasil. Ao compararmos os estados do Rio Grande do Sul com São Paulo, existem diferenças significativas. A herança colonial do Rio Grande do Sul favoreceu uma concentração de propriedades familiares enquanto em São Paulo, a produção voltada para uma escala maior, tende a ter mais mão de obra contratada.

a) A predominância de mão de obra familiar no Rio Grande do Sul é uma herança colonial europeia, baseada na pequena propriedade com produtos variados (policultura) para consumo e comercialização como forma de obtenção de excedente. A videira, a macieira, a pereira, a cevada, a criação confinada para abate de frango e leitão, seu uso em frigoríficos, o gado leiteiro com uso nos laticínios, são alguns exemplos. Em São Paulo, o equilíbrio nos números aponta para um processo de maior concentração de terras com cultivos comerciais como cana de açúcar e café.

b) Pode-se inferir um gradual deslocamento da mão de obra do campo para a cidade devido a mudanças a partir da década de 1950 em: tipos de safra – diminuição da cafeicultura e expansão da cana e da laranja; mecanização – processo crescente que desloca mão de obra para outras atividades. Enquanto um cortador de cana produz 6 toneladas por dia, uma máquina cortadora produz 22 toneladas por hora.

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A escolha de quem pensa!28 A escolha de quem pensa! 29

3. a) São as áreas mais recém incorporadas à economia agropecuária, onde ainda ocorrem problemas fundiários em relação a posse de terra em termos de titulação.

b) A organização dos movimentos em torno do MST que possibilitou a criação de grupos melhor estruturados, politicamente conscientizados e com mais instrumentos de luta.

4. a) A grilagem de terra é uma espécie de estelionato na tentativa de tomar posse de terras alheias ou públicas mediante falsas escrituras de propriedade. O termo tem origem antiga associada ao uso de grilos (insetos) para dar a aparência de envelhecimento ao papel dos documentos por conta dos dejetos dos insetos. Acabou se tornando uma expressão consagrada.

b) O Brasil herdou do período colonial um sistema de distribuição e registro de terras que favoreceu a existência de uma estrutura fundiária baseada no latifúndio. A presença de pequenas propriedades foi por muito tempo ligada apenas à subsistência com sua institucionalização e incorporação produtiva mais dinâmica apenas a partir do século XIX com a presença dos imigrantes europeus radicados mais na região sul. O resultado é um processo fundiário desequilibrado onde a concentração de terras é o principal problema seja do ponto de vista social seja economicamente falando. O resultado é que existe muita gente para pouca terra e muita terra nas mãos de poucos proprietários. Os desequilíbrios decorrentes acabam favorecendo sucessivos movimentos migratórios em busca de oportunidades ou terras baratas. O Brasil é ainda uma das poucas nações que não concluiu seu processo reforma agrária.

5. Concentração fundiária ou concentração de terras Uma das causas: • modernização da agricultura. • o sistema de sesmarias adotado na época colonial. • legislação fundiária que restringe o acesso à terra ao

pequeno agricultor. Uma das consequências: • êxodo rural. • redução dos cultivos de subsistência. • empobrecimento do morador do campo. • aumento das desigualdades de renda no país. 6. a) A economia colonial brasileira é fundamentada no ciclo

canavieiro e na pecuária, que lhe dava suporte, em grandes latifúndios. As lavouras de cana localizavam-se no litoral e a internação socioeconômica era controlada pela coroa portuguesa. No período colonial, a pecuária desempenhou vários papéis como: I) facilitar o surgimento de núcleos urbanos; II) favorecer a interiorização da população desdobrando-se na ocupação do território; III) atender as demandas por animais de tração e consumo de carne para a população majoritariamente concentrada na faixa litorânea.

b) Ao longo do século XX, o território brasileiro passou a ser explorado intensivamente a partir de movimentos migratórios atraídos pelo baixo preço da terra e programas governamentais de investimentos à agropecuária modernizada. No início dos anos 1970, as áreas florestadas constituíam-se na última fronteira pioneira do país, que passou a ser conquistada por atividades primárias como garimpo e agricultura, aspectos que permitiram que a pecuária ocupasse essas áreas florestais a partir do século XX. Podemos destacar aspectos como: I) crescimento urbano-industrial com aumento da demanda por carne no mercado interno; II) a expansão capitalista do campo com investimentos em zootecnia que levou a uma maior rentabilidade da atividade pecuária (inseminação artificial, plantel melhorado, rações balanceadas pastagens artificiais, melhoria do plantel etc.); III) aumento das exportações pela origem predominantemente verde de nosso rebanho bovino; IV) a ausência de regularização e fiscalização insuficiente nas novas áreas de ocupação.

7. a) Entre as características dominantes da estrutura fundiária brasileira, podemos citar o fato de ser uma das mais concentradas do mundo e o fato de possuir grandes disparidades regionais na relação entre trabalho tecnológico e trabalho manual na produção, apesar de ter se destacado pelo desenvolvimento dos megalatifúndios no mesmo processo em que se observa o crescimento dos minifúndios. Isso tem permitido a configuração de uma estrutura fundiária, repleta de conflitos pela terra.

b) Entre as diferentes formas de trabalho presentes no campo brasileiro, podemos lembrar as formas de trabalho não capitalistas, que podem ser o trabalho familiar, a parceria, a prática de ajuda mútua, o trabalho coletivo e o uso comum da terra, e as formas de trabalho capitalista, que podem ser o trabalho assalariado, o contrato temporário, o trabalho diarista, e, algumas vezes, o arrendamento.

c) Com relação à região produtora, aos grupos de produção e aos produtos agropecuários que ocupam lugar de destaque nela, podemos salientar alguns fatos. O Sudeste se destaca pelos mais eficientes complexos agroindustriais do país, pela produção da cana-de-açúcar, da laranja, do milho e pela pecuária intensiva para o mercado externo. No caso das unidades familiares presentes nessa região, podemos citar a produção de frutas típicas, como a uva, o figo, a goiaba, a pera, o morango, e a produção de flores. O Centro-Oeste também tem destaque com os complexos agroindustriais produtores de milho, soja, e a pecuária intensiva. Nas unidades familiares, o destaque vai para o cultivo do feijão, milho e mandioca e das frutas do cerrado, como o piqui. No Nordeste os complexos agroindustriais estão desenvolvendo a cana-de-açúcar, a uva de mesa e a soja. De fato, o destaque nessa região está nas unidades familiares, com o arroz, o feijão, a mandioca, o milho e o algodão. A região Sul destaca-se com a agroindústria de avicultura, suinocultura, produção de soja e celulose. As unidades familiares muitas vezes atreladas aos complexos agroindustriais produzem suínos, uva, fumo e trigo. O Norte destaca-se pelo crescimento das pastagens extensivas, feitas pelos grandes proprietários de terra que avançam do Centro-Oeste para o Norte, e pela coleta de produtos da floresta, como a castanha-do-pará, a malva, o urucum, o guaraná, o açaí, o cupuaçu e o bacuri, feita pelos produtores que, também, são pescadores.

d) Entre as consequências socioeconômicas decorrentes da não realização da reforma agrária pelo governo brasileiro, podemos citar alguns fatos. A luta pela reforma agrária e por condições dignas de vida no campo tem destaque especial, porque em nosso país a migração campo-cidade tem fortalecido nas cidades a concentração da renda e aumento da desigualdade social através do aumento do desemprego, da favelização, da pobreza, da miséria e da fome. Outra consequência bastante importante é a alta no preço dos alimentos.

8. a) Como exemplos de produtos importantes do agronegócio brasileiro, podemos destacar: soja, cana de açúcar, algodão, café.

b) Do ponto de vista ambiental, a expansão do agronegócio no Centro-Oeste e no Norte do Brasil vem destruindo os ecossistemas do Cerrado e da Floresta Amazônica; as queimadas para plantio provocam poluição e aumento da carga de gás carbônico (estufa) para a atmosfera, fazendo do Brasil um dos maiores lançadores de gases estufa para a atmosfera. Em termos sociais, a expansão do agronegócio aumentou muito a concentração de terras; os baixos salários pagos à mão de obra rural, como no caso dos cortadores de cana que em algumas regiões da fronteira agropecuária trabalham em condições precárias.

9. a) São destacadas áreas de criação pecuária, a Campanha Gaúcha, nos Pampas, Triângulo Mineiro em área de Cerrado, Mato Grosso, Ilha de Marajó e em áreas alagáveis e Sertão Nordestino.

b) A demanda por animais de tração e para a alimentação associada ao vazio populacional do Brasil foram aspectos que facilitaram a criação nessas inúmeras áreas. Na época,

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A escolha de quem pensa!30

os deslocamentos das áreas de criação para as áreas de emprego ou consumo eram feitos a toque com boiadeiros e tropeiros que rasgavam o território tocando os animais.

10. A Região Norte é uma área geoeconômica denominada pelo IBGE, composta pelos estados do Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Amapá e Tocantins. A Amazônia Legal é um domínio natural caracterizado pela presença da floresta amazônica ocupando toda a região Norte, mais oeste do Maranhão e norte do Mato Grosso. Os dois produtos são a soja e a criação pecuária bovina.

11. a) O Protocolo de Cartagena trata da Biossegurança (assinado por 132 países) sendo o primeiro acordo firmado no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica (com 188 países). Pretende assegurar um nível compatível de proteção no campo da transferência, manipulação e uso seguro dos organismos vivos modificados (OVMs), resultantes da biotecnologia moderna (transgênicos). A recusa de vários países em assiná-lo está relacionada ao temor que os transgênicos possam ter efeitos nocivos sobre a saúde humana e prejudicar a conservação e o uso sustentável da diversidade biológica.

b) O produto transgênico mais cultivado na Argentina é a soja. O aumento da produção de soja transgênica na Argentina, trouxe, entre outras, diversas consequências para o Brasil, como: o aumento da concorrência no mercado internacional e a entrada ilegal de sementes transgênicas em seu território.

12. a) - Agropecuária extensiva: Grandes áreas ocupadas, baixo emprego de mão de obra, baixo grau de mecanização, baixa produtividade.

- Agropecuária intensiva: Alto grau de mecanização, utilização de pouca mão de obra, alta produtividade, monocultura agroexportadora.

b) - Alta produtividade: Geração de renda; - Maior oferta de produtos a preços mais acessíveis; - Geração de excedentes para exportação e consequente

geração de divisas - Maior capacidade de produção de produtos agropecuários. c) - Utilização de pouca mão de obra e consequente expulsão

do homem do campo; concentração fundiária, degradação das condições de trabalho.

13. Excessiva concentração fundiária dificultando o acesso à terra.

14. a) Área natural que começa a ser utilizada pela primeira vez. b) A partir de áreas já conhecidas, em direção às novas. c) Ocupação, expansão agropecuária e extrativista, migra-

ções. 15. Excesso de defensivos e pesticidas. Contaminação dos

alimentos e dos trabalhadores. Poluição dos rios.

Aula 8

Demografia Brasileira

01. Analise o gráfico demográfico do Brasil entre os anos de 1920 e 2000. Considerando que o crescimento vegetativo de uma população resulta das taxas de natalidade e mortalidade, responda:

a) O que pode explicar o aumento do crescimento vegetativo do país entre 1940 e 1960? E o que pode explicar a queda desse índice após 1960? Justifique.

b) Como se explica o crescimento absoluto da população brasileira, a partir de 1960, concomitantemente à queda no crescimento vegetativo?

02. O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é adotado pela Organização das Nações Unidas - ONU para a classificação de países de acordo com indicadores sociais e econômicos.

Aponte dois indicadores demográficos que compõem o IDH. Em seguida, a partir da análise do gráfico, justifique a variação desse índice no Brasil nas últimas décadas.

03. Observe os mapas a seguir:

a) Correlacione as informações contidas nos mapas.b) Identifique e explique dois fatores responsáveis por

mudanças no padrão espacial de distribuição da população brasileira, ocorridas entre 1991 e 2000.

04. Os dados dos últimos censos demográficos do Brasil indicam aumento da migração urbano-urbano e da pendular. Com base nesta afirmação,

a) apresente dois fatores que explicam a relevância atual da migração urbano-urbano;

b) explique uma causa para o aumento atual da migração pendular.

05. O impacto sobre São Paulo dos migrantes nordestinos, que chegaram à cidade no meio do século XX, foi tão grande quanto os efeitos produzidos pelos imigrantes que vieram da Europa, do Oriente Médio e da Ásia em décadas anteriores. Nos dois casos, os que dominavam a cidade incentivaram a vinda desses trabalhadores e suas famílias (...). Entretanto, os efeitos sociais e políticos foram sempre mais difíceis de digerir como demonstram os casos recentes de uma prefeita da cidade e de um presidente da República, nascidos no Nordeste, e objetos em São Paulo de preconceitos nada sutis.

(Adaptado de Paulo Fontes, Um Nordeste em São Paulo – Trabalhadores migrantes em São Miguel Paulista (1945-66). Rio

de Janeiro: FGV, 2008. p.13.)

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A escolha de quem pensa!30 A escolha de quem pensa! 31

a) Qual a maior cidade nordestina fora do Nordeste brasileiro? Por que houve o incentivo ao processo imigratório de nordestinos para São Paulo?

b) Quais as principais determinantes sociais e econômicas do processo migratório de nordestinos para São Paulo em meados do século XX?

06. A velocidade do declínio dos níveis de fecundidade brasileiros em um curto espaço de tempo teve importantes repercussões em termos de uma drástica redução da taxa de crescimento populacional brasileira e de uma profunda mudança na distribuição etária da população nacional, que resultou em um amplo declínio da participação relativa do grupo etário jovem (menores de 15 anos) e uma mais do que duplicação do peso da população idosa (acima de 65 anos) entre 1950 e 2000.

Inicia-se, dessa forma, o persistente processo de enve-lhecimento da população brasileira.

(MOREIRA, M. de M. Envelhecimento da população brasileira: aspectos gerais. Disponível em http://www.fundaj.gov.br/geral/

textos. Acesso em 22/10/2009.)

Como é denominado o processo pelo qual o Brasil está passando e quais são suas razões e consequências?

07. Observe o gráfico a seguir e responda às questões:

a) Indique a(s) região(ões) do globo com taxa de esperança de vida ao nascer inferior à média mundial, nos intervalos 1965-1970 e 1995-2000. Indique a região representada no gráfico com o melhor desempenho no aumento de expectativa de vida ao nascer entre os períodos 1965/1970 e 1995/2000.

b) Por que, entre os períodos 1965/1970 e 1995/2000, houve aumento da esperança de vida ao nascer em todas as regiões indicadas no gráfico?

08. Pare de tomar a pílula Dia desses, podem lançar uma campanha para as

mulheres brasileiras voltarem a ter mais filhos, como já acontece em alguns países mundo afora.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios revelam que, se dependesse apenas do nascimento de bebês, nossa população já teria encolhido: em 1982, eram 6,7 milhões de brasileiros com menos de um ano; em 2008, eram 5,2 milhões, ou seja, 1,5 milhão de brasileirinhos a menos no país. Adaptado de O Globo, 20/09/2009

Indique um país que promove campanha de incentivo à natalidade, apresentando uma justificativa para isso.

Em seguida, identifique um motivo pelo qual a população do Brasil não diminuiu entre 1982 e 2008, apesar dos dados acima apresentados.

09. Os fluxos migratórios são fenômenos antigos e bastante complexos que envolvem pessoas de países, regiões e cidades de diferentes culturas e classes sociais. Os motivos que levam as pessoas a se deslocarem são diversos e têm gerado consequências positivas e negativas no campo e na cidade. Na perspectiva de entender os fluxos migratórios, a Geografia trabalha com alguns conceitos e relaciona alguns fatores que explicam tal fenômeno. Sobre estes conceitos e fatores, faça o que se pede a seguir.

a) Defina: I. êxodo rural: II. migração pendular:

b) I. dois fatores de repulsão populacional. II. dois fatores de atração populacional.

c) Apresente: I. uma consequência positiva ocasionada pelo deslocamento das pessoas no Nordeste brasileiro. II. uma consequência negativa ocasionada pelo deslocamento das pessoas no Nordeste brasileiro.

10. Observe o gráfico a seguir:

Considerando-se o crescimento urbano no Brasil no século XX:

a) identifique duas causas socioespaciais, entre 1930 e 1990, para a diminuição do número de óbitos causados por “infecções parasitárias”;

b) cite um motivo para o aumento significativo das mortes geradas por “causas externas” e um motivo para a ampliação das mortes na categoria “aparelho circulatório”.

11. Observe a diferença da forma da pirâmide etária brasileira de 1980 e de 2000, e explique as causas e as consequências desta modificação.

A estrutura etária da população é, de modo geral, re-tratada por meio de gráficos em forma de pirâmides. Na ordenada, são colocados os grupos de idade; na abscissa, o contingente populacional (em números absolutos ou percentuais) é enquadrado em cada um dos grupos de idade.

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A escolha de quem pensa!32

12. Os dados recentes sobre analfabetismo no Brasil e nos países da América Latina e Caribe, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), revelam importante aspecto das diferenças regionais.

a) Em termos regionais qual a situação da distribuição das taxas de analfabetismo no Brasil? De que maneira isso influencia a manutenção das desigualdades regionais?

b) Entre os países citados, qual apresenta a maior taxa de analfabetismo? De que maneira a situação política desse país contribui para explicar tal fato?

13. Observe o gráfico.

a) Compare a base e o topo nos anos de 1992 e 2002.b) Comente a situação das mulheres e dos homens nas

faixas etárias de 20 a 24 anos e de 30 a 34 anos.

14. A análise de uma pirâmide etária permite identificar numerosas características socioeconômicas de uma população, o que pode contribuir para o direcionamento adequado das ações governamentais. Observe as pirâmides etárias do Brasil:

Identifique duas mudanças do perfil demográfico do país, no período considerado, indicando também uma política pública adequada a cada uma dessas mudan-ças.

15. O conceito de analfabetismo sofreu mudanças desde a Antiguidade até os dias atuais. No Brasil, os valores da taxa de analfabetismo decresceram de 54,5% em 1940 para 13,3% em 1999. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) permitem comparar a situação de homens e mulheres no aspecto educacional e no nível de ocupação, no período 1992 a 2004. Observe os gráficos.

Descreva o comportamento das curvas relativas ao sexo feminino nos dois indicadores considerados.

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A escolha de quem pensa!32 A escolha de quem pensa! 33

Gabarito

1. a) No período considerado, melhorias sanitárias e vacinação repercutiram em queda nas taxas de mortalidade (principalmente a mortalidade infantil). Dentro de um ambiente de população rural predominante, as taxas de natalidade mantiveram-se altas provocando alta taxa de crescimento vegetativo.

b) A urbanização crescente a partir dos anos 1960 diminuiu a natalidade, mas a base de cálculo nos valores absolutos também ficou modificada devido ao período entre 1940 e 1960 com alto crescimento vegetativo. O resultado foi uma queda do crescimento vegetativo com aumento inercial da população absoluta.

2. O IDH pode ser indicado por expressões como PIB per capta; acesso à renda caracterizada pelo poder aquisitivo real; índice de analfabetismo; expectativa de vida ao nascer.

O Brasil apresentou indicadores de melhoria na educação e na expectativa de vida garantindo a elevação de seu IDH.

3. O Brasil segue uma tendência mundial de controle espontâneo de natalidade a partir da consolidação do processo de urbanização. Mas sua distribuição no território apresenta algumas disparidades.

a) Basicamente os mapas mostram a distribuição irregular da população no território brasileiro. A expansão industrial atuou como uma mola impulsionando a urbanização que acabou se concentrando na faixa litorânea por questões históricas, culturais e locacionais. O efeito da urbanização também pode ser notada nas taxas de crescimento populacional mais significativas em regiões mais afastada ainda com perfil rural em relação às maiores concentrações urbano-industriais com menores taxas de crescimento populacional, devido a fatores como maior urbanização, altos custos de criação, casamentos tardios entre outros.

b) O período entre 1991 e 2000 foi marcado pelo avanço da fronteira pioneira agropecuária que incorporou novas áreas de produção conduzindo contingentes populacionais em direção ao interior. Além disso, os grandes centros metropolitanos começaram a mostrar sinais de deteriorização de suas instalações, queda na qualidade de vida e altos custos operacionais que acabaram favorecendo o surgimento de políticas de descentralização favorecendo o crescimento de cidades médias.

4. a) Fatores que explicam a migração urbano-urbano: • pouco dinamismo das cidades pequenas que geram fluxos

dessas para as cidades médias; • fuga dos problemas urbanos das metrópoles; • deslocamento das indústrias para as cidades médias

atraindo trabalhadores; • deslocamento de parte da população jovem das peque-

nas cidades para as médias ou grandes em busca de oportunidades de emprego;

• busca de emprego e educação; • demanda por mão de obra qualificada; • inchaço das metrópoles. b) Causas do aumento da migração pendular: • crescimento das metrópoles e/ou das regiões metropolitanas; • desenvolvimento de atividades terciárias e quaternárias

nos espaços urbanos; • distância espacial entre os locais de moradia, estudo e

trabalho; • aumento no tempo de deslocamento entre os pontos de

circulação; • deslocamento diário de trabalhadores do espaço urbano

para o rural; • menor custo de vida nas cidades pequenas próximo às

cidades médias e grandes; 5. a) São Paulo é considerada a maior cidade nordestina

fora do Nordeste. O baixo preço da mão de obra em ciclos econômicos que demandaram participação do processo de crescimento econômico da capital e de sua Região Metropolitana foram os principais incentivos à migração nordestina.

b) De um lado as más condições de vida a partir da má distribuição de terras e de renda e por outro lado o crescimento econômico e a demanda por mão de obra para atividades na indústria, construção civil e serviços podem ser considerados determinantes no processo migratório de nordestinos para São Paulo.

6. Brasil passa por um processo de transição demográfica, cujas razões são a baixa taxa da natalidade, que contribui para a diminuição da população jovem associada à queda da mortalidade com o aumento da perspectiva de vida. Tais processos têm paulatinamente aumentado a percentagem da população idosa em relação à jovem, o que traz como consequências alterações no mercado de trabalho, maior demanda por políticas públicas específicas, como saúde e assistência social voltadas aos idosos, bem como maior pressão sobre o sistema de seguridade social.

7. a) Entre 1965 e 1970, são regiões africanas e asiáticas que se encontram abaixo da média mundial; entre 1995 e 2000, apenas a África está nessa situação. Entre os períodos de 1995 a 1970 e de 1995 a 2000, o melhor desempenho pode ser observado na Ásia.

b) Entre os períodos de 1965 a 1970 e 1995 a 2000, ocorreu uma melhoria significativa nas condições de saneamento básico, maior acesso à educação, melhores condições de alimentação, maior disseminação das vacinas, maior acesso à saúde, urbanização e relativo aumento da renda em escala global, apesar de estar ocorrendo em condições desiguais.

8. Um dos países: • Japão • Itália • Alemanha • Suécia Uma das justificativas: • reposição de mão de obra. • aumento da arrecadação de impostos. • diminuição dos deficits previdenciários. • diminuição da necessidade de importação de mão de obra

estrangeira. Um dos motivos: • aumento da expectativa de vida. • redução da taxa de mortalidade geral. 9. a) I. – O êxodo rural é a migração das pessoas que moram

no campo para a cidade. Vários são os motivos que levam a população rural a migrar para a cidade, dentre estes se destacam as oportunidades de melhoria de vida, como a oferta de empregos, o acesso aos serviços de educação, assistência médica, saneamento, eletricidade. Contribuem também para o êxodo rural as secas periódicas, as geadas e a questão agrária, como a concentração fundiária, a mecanização da agricultura.

II. – A migração pendular é o deslocamento diário de uma população entre municípios. Esse fluxo de pessoas ocorre nas regiões metropolitanas, onde há uma forte integração socioeconômica entre os municípios. Trata-se de um movimento diário de pessoas entre o local de moradia e o local de trabalho. Nesse movimento há o uso intenso dos meios de transporte coletivo.

b) I. – Podemos destacar, como fatores de repulsão populacional, a estagnação econômica das áreas de repulsão, a concentração fundiária, que gera conflitos nestas áreas, as catástrofes naturais, como as secas periódicas e as geadas, a ausência de serviços educacionais de boa qualidade. A ampliação das relações capitalistas no campo, que desestrutura as antigas relações tradicionais de trabalho (a parceria, o arrendamento etc.), a mecanização da

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agricultura, a substituição da lavoura por pastos e a grande especulação imobiliária são também as causas da fuga da população do campo para a cidade.

II. – Já os fatores de atração populacional dizem respeito à oferta de emprego gerada por algumas atividades na construção civil e na indústria presente nos grandes centros urbanos; à oferta de serviços, mesmo que temporários, na construção de rodovias, ferrovias, usinas hidrelétricas, tanto no campo como na cidade. No que se refere à região Norte do Brasil, destaca-se o fluxo de pessoas atraídas pelo garimpo, pela extração de madeiras e borracha e pelas indústrias de mineração. Nessa região, nas últimas décadas do século XX, assiste-se à ampliação da fronteira agrícola ao sul de seus limites territoriais, o que tem atraído grandes empresas agrícolas de outras regiões. Os atrativos das cidades, veiculados pela mídia sobre uma população que cada vez mais perde suas raízes com a terra, também contribuem para o êxodo rural. Ao mesmo tempo em que o campo expulsa, a cidade atrai.

c) I. – Podemos considerar, como consequências positivas ocasionadas pelo deslocamento das pessoas, a oportunidade de trocar suas experiências favorecendo assim o enriquecimento cultural por meio da troca de valores através dos contatos, a possibilidade de sucesso na vida profissional favorecido pela oportunidade de estudos nos diversos níveis de ensino (fundamental, médio e superior) e melhores condições de moradia em função da acessibilidade aos serviços como água, energia e saneamento básico.

II. – São várias as consequências negativas ocasionadas pelo deslocamento das pessoas de seu lugar de origem para outro. Quanto ao Nordeste brasileiro, podemos citar a perda da identidade do indivíduo causada pela ruptura com seu lugar de origem, ou seja, o distanciamento físico nas relações familiares e de amizades, assim como pelo abandono das imagens dos lugares que marcam o cotidiano das pessoas: bairros, ruas, povoados etc. Outra consequência diz respeito à condição de forasteiro, de estranho, e à necessidade de integração com o novo espaço físico e social. A população nordestina, em alguns casos, sofre preconceito regional. Mais uma consequência é a discriminação decorrente dos modos de falar e de vestir, do gosto musical etc. As condições de moradia dessa população que migra para as grandes cidades são precárias, pois poucos são os que conseguem moradia digna. Muitos moram nas periferias dos grandes centros urbanos, onde faltam serviços básicos, como assistência à saúde, coleta de lixo, esgotamento sanitário, pavimentação das ruas, entre outros.

10. a) As causas selecionadas são: 1. a implantação dos serviços de saneamento básico em

grande número de bairros das cidades brasileiras; 2. a instalação de centrais de tratamento de água nas

principais regiões metropolitanas do país; 3. a realização permanente de campanhas nacionais e locais

sobre regras básicas de higiene pessoal, popularizadas através dos meios de comunicação de massa;

4. a drástica redução do analfabetismo, através da disseminação das escolas de ensino básico por todo o território nacional;

5. a ampliação das redes de hospitais e postos de saúde pelo território nacional;

6. a criação de institutos de pesquisa dedicados à saúde pública aprimorando técnicas de prevenção e controle de algumas doenças infecto-parasitárias (Fundação Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Butantã).

b) Dentre os motivos gerados por “causas externas”, destacam-se:

1. o aumento significativo dos acidentes de trânsito; 2. o crescente número de vítimas da violência urbana,

principalmente nas periferias dos grandes centros brasileiros. Dentre as causas geradas pela categoria “aparelho

circulatório”, destacam-se:

1. as mudanças nos padrões alimentares da população brasileira, com o aumento do consumo de gorduras poli-saturadas, fast food e comidas industrializadas diversas, típicas do ambiente urbano;

2. a sedentarização do homem urbano que, pelo próprio ritmo de vida das cidades contemporâneas, reduz as chances de movimentos corporais;

3. a reduzida oferta, nas cidades, de espaços de lazer e para atividades físicas ao ar livre, diminuindo as possibilidades dos seus habitantes desenvolverem exercícios e atividades lúdicas e esportivas com mais frequência;

o estresse urbano e a sua associação com as diversas formas de poluição (do ar, sonora...) que afeta a qualidade de vida e amplia as chances de infartos e outras doenças do aparelho circulatório.

11. O Brasil encontra-se na fase de transição demográfica onde o processo de urbanização incrementado a partir do censo de 1970, provoca estreitamento da base da pirâmide com declínio da natalidade, diminuição da mortralidade e das taxas de fecundidade com aumento no número de adultos e melhoria da expectativa de vida com número crescente de idosos.

12. a) O gráfico segue as disparidades socioeconômicas regionais. As regiões Sul e Sudeste apresentam melhores condições em relação ao Nordeste enquanto as regiões Norte e Centro-Oeste têm posições intermediárias.

b) O Haiti é o país com o pior desempenho com a maior taxa de analfabetismo. Ajuda a entender essa situação a grande instabilidade política por que passa o país nas últimas décadas, sendo necessária a intervenção da ONU, processo que conta com a participação de uma missão de paz do Brasil.

13. a) Brasil vem passando por uma forte evolução na longevidade de sua população. A urbanização e o melhor acesso a medicamentos, entre outros aspectos, aumentam a longevidade, fato evidenciado no topo da pirâmide etária com aumento de idosos entre 1992 e 2002.

b) O gráfico mostra um ligeiro predomínio de população feminina e uma diminuição nos números absolutos indicando um amadurecimento da população.

14. Duas das mudanças e respectiva política pública: - O estreitamento da base da pirâmide indica a redução do

número de jovens./ Reduzir alguns tipos de investimentos em educação, como a expansão da rede de escolas para o Ensino Fundamental.

- O alargamento do corpo da pirâmide indica o aumento da população em idade ativa e o esperado aumento correspondente da PEA./ Gerar trabalho e renda.

- O alargamento do topo da pirâmide indica o aumento da população idosa./ Para essa mudança, pode ser indicada uma das seguintes políticas públicas:

- aumentar os investimentos no sistema público de saúde para capacitá-lo a absorver a maior demanda por esses serviços

- elevar a eficiência do sistema previdenciário em função do maior número de aposentados em relação ao de trabalhadores ativos

- desenvolver ações que aumentem o percentual de trabalhadores formais de modo a aumentar o número de contribuintes em relação ao de beneficiários

- implementar programas e planos de assistência social voltados para a terceira idade.

15. Observa-se uma participação crescente da mulher no mercado de trabalho a partir de dados como percentual maior de mulheres com mais tempo de estudo, e participação declinante do homem na PEA com aumento da participação feminina. Além disso, os salários pagos às mulheres são menores aos pagos aos homens. No processo de globalização da economia, onde a busca por menores custos de produção é relevante, isso faz com que as mulheres tenham seu potencial de emprego aumentado.

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A escolha de quem pensa!34 A escolha de quem pensa! 35

Aula 9

Urbanização Brasileira

01. “Em 1985, viviam na Região Metropolitana de São Paulo mais de 14 milhões de pessoas. A maioria mora em habitações precárias - favelas, cortiços e casas autoconstruídas em terrenos destituídos de serviços públicos - e ganham poucos salários mínimos por mês, revelando um acentuado grau de pauperismo e precárias condições urbanas de existência. A Região configura-se enquanto Metrópole não só pela sua extensão territorial, mas também porque é a partir dela que se organiza a dinâmica do capitalismo no Brasil, pois aí se concentra a engrenagem produtiva essencial à economia do País (...).”

(Lúcio Kowarick, Escritos urbanos. São Paulo: Ed. 34, 2000, p.19.)

a) O que define uma metrópole?b) Identifique dois fatores econômicos determinantes

na metropolização de São Paulo.

02. A política urbana permanece setorializada: não há integração entre políticas habitacionais, programas de infraestrutura e serviços urbanos. O modelo socioterritorial de segregação contribuiu, durante anos, para a produção de cidades cada vez mais excludentes e insustentáveis dos pontos de vista social, ambiental e econômico. Atualmente, para atender a demanda por moradia, bairros são construídos cada vez mais distantes das áreas centrais e zonas industriais, levando a população a enfrentar diariamente, horas no deslocamento entre moradia-trabalho-moradia.

Com base nas informações acima, responda as ques-tões a seguir.

a) Explique a relação existente entre a construção de moradias cada vez mais distantes das áreas centrais e o alto valor das tarifas do transporte público.

b) Apresente três motivos que levam a população a preferir o uso de transporte particular em detrimento do transporte público.

c) Explique, no mínimo, dois problemas socioambientais produzidos pelo uso excessivo de transporte particular que comprometem a qualidade de vida na cidade.

03. “As cidades clamam por transporte público.” Jornal do Brasil

“Vende-se uma laje na favela.”

As favelas do Rio de Janeiro estão sendo verticalizadas por falta de espaço para aumentar a área habitada. A venda da laje está custando até 30 mil reais pelo direito de construir e usar a parte superior da casa.

Blog “as novidades”, acessado em 05/10/2010

Relacione as duas manchetes.

04. O Brasil, principalmente a partir da década de 1990, tem apresentado um significativo crescimento econô-mico que, nas grandes aglomerações urbanas, repercute diretamente no consumo de bens duráveis e não duráveis. Como consequência desse consumo, mesmo com o aumento da reciclagem e de campanhas educativas, nota-se vertiginosa ampliação na geração de resíduos sólidos urbanos que nem sempre são depositados em locais adequados.

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A escolha de quem pensa!36

Nas grandes cidades, vem ocorrendo o aumento da produção de resíduos sólidos. Somente na cidade de São Paulo são mais de 15 mil toneladas, das quais mais de 90% vão para os aterros sanitários e lixões a céu aberto, estando sua maioria no limite da sua capacidade útil. Muitos aterros não têm tratamento adequado para o chorume derramado, gerando inúmeros impactos ambientais. Além disso, as áreas destinadas aos resí-duos sólidos estão também no limite da sua capacidade operacional e nem toda a coleta está sob o controle das autoridades públicas. Os depósitos clandestinos representam um problema sério nas metrópoles. No caso da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), é um problema real já que uma parte significativa do lixo coletado nas 38 cidades é destinada aos lixões, e cerca de 25 cidades têm nos lixões a única alternativa para eliminarem seu lixo.

(JACOBI, Pedro. “Impactos socioambientais urbanos: do risco à busca de sustentabilidade”. In: MENDONÇA, F. Impactos

socioambientais urbanos. Curitiba: UFRS, 2004).

Com base no gráfico e no texto acima, responda as questões a seguir.

a) Explique a relação existente entre crescimento econômico e produção de resíduos sólidos urbanos.

b) Qual é a diferença entre Vazadouro a Céu Aberto (Lixão) e Aterro Sanitário?

c) Apresente 3 consequências ambientais produzidas pela destinação do lixo em locais inadequados.

05. Observe os dados na tabela abaixo.

Distribuição demográfica por tamanho de municí-pios – Estado de São Paulo (1970 e 2000)

Clase de

tamanho dos

municípios (mil

habitantes)

Ano de 1970 Ano de 2000

Nº de municípios População Nº de

municípios População

Total % Total % Total % Total %

Até 20 429 75,1 3.452.155 19,4 411 63,7 3.023.821 8,2

Entre 20 e 50 96 16,8 2.884.036 16,2 118 18,3 3.659.903 9,9

Entre 50 e 100 24 4,2 4.603.459 9,0 54 8,4 3.826.839 10,3

Entre 100 e 250 17 3,0 2.483.320 14,0 40 6,2 6.233.211 16,8

Entre 250 e 500 4 0,7 1.423.393 8,0 14 2,2 4.762.928 12,9

Entre 500 e 2 mil 0 0,0 0 0,0 7 1,1 5.091.450 13,7

Mais de 2 mil 1 0,2 5.924.612 33,3 1 0,2 10.434.252 28,2

Total do estado 571 100 17.770.975 100 645 100 37.032.403 100

(Adaptado de C. A. Brandão e F. C. de Macedo, Demografia e urbanização. Em: W. Cano; C. A. Brandão; C. S. Maciel e F. C. Macedo, Economia Paulista: Dinâmica socioeconômica entre

1980 e 2005. Campinas: Alínea, 2007, p.23.)

a) Na tabela consta um município com mais de 2 milhões de habitantes (São Paulo). Analise sucintamente a sua evolução demográfica, comparando o ano de 1970 com 2000.

b) Na tabela, levando em conta as classes de tamanho, observa-se significativo crescimento do número de municípios entre 100 mil e 500 mil habitantes (duas classes de tamanho) entre 1970 e 2000. Quais os principais fatores causadores do crescimento expressivo do número dessas cidades?

06. O processo de formação de cidades brasileiras esteve associado, entre outras situações, à existência de aldeamento indígena, estação de saúde, arraial de mineração, capela, forte, assentamento de imigrantes, rota de tropeiros ou, ainda, à construção de cidades planejadas.

Com base no mapa e em seus conhecimentos:

a) Preencha a legenda correta para o mapa acima.b) Identifique e explique duas razões para a construção

de Brasília, capital do país, que é uma cidade planejada.

07. O direito de todos de morar em um lugar adequado, com condições dignas e com qualidade de vida é garantido pela Constituição Brasileira. Entretanto, o padrão de crescimento das cidades no Brasil tem se caracterizado pelo desrespeito desse direito, especialmente para a população de baixa renda. A periferia brasileira que sempre foi o reduto desse grupo e das moradias populares − representadas pelos conjuntos habitacionais, pelas casas autoconstruídas e, também, pelas favelas − hoje, tem um cenário diferente, pois uma nova classe social e uma nova forma de moradia têm ocupado esse espaço: a população de alto poder aquisitivo e seus condomínios horizontais fechados.

Page 37: Super2 geografia1 (2)  fontes de pesquisa

A escolha de quem pensa!36 A escolha de quem pensa! 37

a) Com base no texto introdutório e na charge, explique o processo de segregação socioespacial presente no espaço urbano brasileiro.

b) A partir da análise do gráfico, aponte e explique dois fatores que contribuem para o crescimento das favelas nas grandes cidades brasileiras.

08. “Em 1985, viviam na Região Metropolitana de São Paulo mais de 14 milhões de pessoas. A maioria mora em habitações precárias - favelas, cortiços e casas autoconstruídas em terrenos destituídos de serviços públicos - e ganham poucos salários mínimos por mês, revelando um acentuado grau de pauperismo e precárias condições urbanas de existência. A Região configura-se enquanto Metrópole não só pela sua extensão territorial, mas também porque é a partir dela que se organiza a dinâmica do capitalismo no Brasil, pois aí se concentra a engrenagem produtiva essencial à economia do País (...).”

(Lúcio Kowarick, Escritos urbanos. São Paulo: Ed. 34, 2000, p.19.)

a) O que define uma metrópole?b) Identifique dois fatores econômicos determinantes

na metropolização de São Paulo.

09. Considere a tabela a seguir.

Distribuição relativa da população urbana (%), se-gundo o tamanho das cidades no Brasil.

Tamanho das

cidades < 20.000

1970

26,92

1980

21,35

1991

19,34

2000

18,81

20.000 - 50.000 12,04 11,4 12,44 11,49

50.000 - 100.000 7,8 10,5 10,23 10,57

100.000 - 500.000 19,59 21,92 24,43 26,12

500.000 e mais 33,65 34,83 33,56 33,01

Fonte: IBGE, censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000.

a) Tendo em vista as cidades com mais de 50 mil habitantes, aponte a tendência predominante que o processo de urbanização do país seguia nas décadas de 1970 e 1980.

b) Acerca da urbanização brasileira, o geógrafo Milton Santos aponta o processo de involução metropolitana ou desmetropolização, no qual ocorre o crescimento diferenciado entre metrópoles. Justifique a conclusão do autor com base nos dados da tabela.

10. Na década de 1970, o governo brasileiro instituiu nove regiões metropolitanas com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico de grandes aglomerações urbanas.

Apresente duas características das regiões metropolitanas.

11. Existe no Brasil, próximo ao Trópico de Capricórnio, uma espécie de “trópico da exclusão social”, a partir do qual podemos distinguir claramente as regiões que concentram e abrigam os municípios com maior problema de exclusão social, ou seja, onde a “selva” da exclusão mostra-se intensa e generalizada. Atualmente, existem 2290 municípios com Índice de Exclusão Social na faixa de 0,0 a 0,4, portanto, em situação de maior exclusão.

A partir da análise do mapa e do texto:

a) identifique as macrorregiões que concentram municípios com maior exclusão social;

b) apresente dois fatores que expliquem essa precária situação social.

12. As charges constituem ricos instrumentos de leitura do mundo e resumem uma situação, pois falam por si só.

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A escolha de quem pensa!38

Identifique a temática evidenciada nas duas charges e explique três causas principais de sua ocorrência.

13. Um dos problemas enfrentados por muitos brasileiros são os escorregamentos de grandes volumes de solo e rocha, cujas consequências podem incluir, não raras vezes, perda de vidas humanas.

a) Cite dois fatores físico-naturais envolvidos em processos de escorregamento como o apresentado na foto acima. Explique-os.

b) Analise, criticamente, dois tipos de ação humana, que, em geral, colaboram para a ocorrência de episódios dessa natureza.

14. “Os projetos de recuperação e preservação de centros históricos, associados a processos de reestruturação urbana, têm sido uma constante no Brasil, principalmente a partir do final da década de 1980 e início de 1990. Pelourinho em Salvador, Bairro do Recife na capital pernambucana e o corredor cultural no Rio de Janeiro são alguns exemplos nacionais de locais que vêm sofrendo esse tipo de intervenção. Barcelona, Nova Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires estão entre os exemplos internacionais que marcam o fenômeno mundial de revitalização ou remodelação urbana.”

(Disponível em: www.comciencia.br/reportagens/cidades/cid02.htm, 05/11/07.)

a) Por que ocorre a chamada “decadência” dos centros tradicionais das cidades?

b) Quais são as principais estratégias utilizadas nas cidades brasileiras para “revitalizar” as áreas consideradas decadentes?

15. O fenômeno da urbanização ocorre em escala mundial, tanto nos países ricos quanto nos países pobres e em diferentes hierarquias. Considerando que as megacidades são aquelas que apresentam mais de 10 milhões de habitantes e que as cidades globais são os centros da economia mundial, observe o quadro a seguir e responda:

Quadro. As megacidades no novo milênio - 1975/2015 - áreas urbanas com mais de 10 milhões de habitantes

(Adaptado de www.fnuap.org.br/ESTRUT/SERV/arquivos/TAB_Indicadores8.xls).

a) Quais são as três megacidades que no período 1975-2000 apresentaram as maiores taxas de crescimento? Aponte as principais razões desse significativo crescimento.

b) Dentre as megacidades, Nova Iorque e Tóquio são os principais exemplos de cidades globais. Identifique duas características das cidades globais.

c) Explique uma consequência sócio-econômica do crescimento acelerado das megacidades nos países pobres. Justifique sua resposta.

Gabarito

1. a) Uma metrópole pode ser definida por vários fatores dentre eles: tamanho expressivo da população; a diversidade e concentração de atividades econômicas; a gestão centralizada (concentração de sedes de empresas e bancos); redes técnicas nodais; a concentração de serviços de ordem superior; localização privilegiada da inovação; densidade de emissão e recepção de informação, comunicação e capitais.

b) O processo de metropolização de São Paulo pode ser associado a industrialização do estado de São Paulo, com concentração de capitais e crescimento do setor terciário.

2. a) O atual modelo de expansão urbana mostra que a população de baixa renda fica localizada cada vez mais longe dos centros, ou em áreas de risco, como várzeas fluviais, e áreas de encostas acentuadas e deslocadas pela especulação imobiliária. O resultado recai sobre a política de transportes, que prioriza o veículo de uso privado em detrimento do transporte público, encarecendo-o e aumentando os congestionamentos de trânsito.

b) O alto custo das tarifas, o longo tempo de deslocamento, o desconforto das conduções sempre lotadas nos horários de pico.

c) Grandes engarrafamentos de trânsito, aumento da poluição atmosférica e sonora, altas despesas com queima de combustíveis, mais acidentes com prejuízos materiais e perda de vidas, entre outros.

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A escolha de quem pensa!38 A escolha de quem pensa! 39

3. Com as localidades periféricas cada vez mais distantes dos centros econômicos e dada a relativa centralidade de algumas das principais áreas faveladas do Rio de Janeiro como a Rocinha e o Morro da Mangueira, a valorização e adensamento dessas áreas ficam ressaltadas. Um dos desdobramentos desse processo é o aumento de passageiros em linhas já existentes demandando maior oferta de transporte público.

4. a) O crescimento econômico amplia o poder aquisitivo de uma população, levando-a um maior consumo de produtos. A geração de resíduos, normalmente acompanha o mesmo ritmo, pois as indústrias lançam no mercado a cada dia produtos com formas, cores, tamanhos e funções das mais diferenciadas. O setor terciário, por sua vez, ao comercializar estes produtos, faz uso de embalagens plásticas, papéis, vidros e metais que são rapidamente descartados, tendo, em grande parte como destino final, o lixo. O lixo orgânico também é cada vez mais produzido, necessitando de projetos de coleta seletiva para uma maior eficiência em seu trato.

b) Vazadouro a céu aberto: sistema simples de destinação do resíduo sólido, não possui tratamento prévio, ou seja, o resíduo é lançado a céu aberto e não necessita de técnicas de engenharia para conter gases e líquidos gerados pelos resíduos sólidos urbanos. Aterro Sanitário: é um sistema que apresenta maior controle de poluição ambiental. Inclui drenagem pluvial, drenagem e tratamento do chorume, drenagem e tratamento dos gases e constante processo de controle e monitoramento.

c) Contaminação do solo e recursos hídricos pelo chorume; metais pesados e outros elementos químicos; poluição atmosférica pela emanação de partículas odoríficas produzidas no processo de decomposição do lixo; escorregamento de encostas, principalmente no período chuvoso, devido à deposição de lixo em áreas íngremes; proliferação de insetos e roedores de forma descontrolada, que encontram no lixo alimento e abrigo, sendo alguns, capazes de transmitir diversas doenças ao homem e outros animais.

5. a) A cidade de São Paulo, em 1970, encontrava-se em plena expansão urbana, recebendo grandes contingentes de migrantes de outras regiões do país em busca de melhores condições de vida com perspectivas de trabalho na construção civil e na indústria. Como o crescimento se deu de forma desordenada, a cidade acabou passando por um inchaço urbano. Em 2000, os indicadores mostram novos aspectos. A cidade de São Paulo começou a mostrar fortes indicadores de saturação e em conjunto com a alta do custo observou-se uma reorientação das migrações em direção às cidades de médio porte.

b) A saturação da cidade de São Paulo, os altos custos empresariais, a presença de um sindicalismo forte, a adoção de políticas públicas governamentais para a descentralização industrial ajudam a entender o crescimento expressivo do número dessas cidades.

6. As cidades brasileiras são formadas inicialmente por padrões básicos. Cidades litorâneas para atender demandas metropolitanas e iniciar contatos de interiorização; cidades na “boca da mata”, locais de fronteira agropecuária pioneira e cidades “ponta de trilho” em terminais ferroviários no interior. Posteriormente, a expansão industrial e a modernização da produção rural, expandiram a rede urbana que se constituiu em cidades com variadas funções e serviços.

a) Ouro Preto, Diamantina e Cuiabá: áreas de mineração (arraiais, aldeamentos)

Blumenau, Três Tilhas e Nova Friburgo: colônias de imigrantes.

Natal, Belém e Manaus: fortes militares. Passo Fundo Ponta Grossa e Sorocaba: parada de tropas. b) O deslocamento da capital federal para Brasília levou

em consideração o potencial de interiorizar a população e a economia do país na última fronteira do território a ser

conquistada. Foi uma medida para diminuir os desequilíbrios socioeconômicos regionais. A cidade planejada foi uma solução inovadora num período marcado por emergência de desenvolver um espírito nacional e pela ausência de suporte material pré-existente. A localização no interior também resultou no afastamento do centro de decisões políticas em relação ao centro econômico e financeiro, numa tentativa de manter o sistema político afastado das pressões socioeconômicas.

7. a) Em função de aspectos históricos e socioeconômicos, a terra e a renda no Brasil estão muito concentradas. Nas grandes, o processo da terra é inacessível à maior parte da população. Ou seja, o surgimento, a expansão e a construção da cidade seguem o sabor do capital imobiliário especulativo, criando áreas bem localizadas e com infraestrutura completa, acessíveis à população de alta e média classe, separada de áreas de várzeas fluviais sujeitas aos alagamentos e encostas de alta declividade sujeitas a deslizamentos. Ou ainda áreas periféricas, distantes e mal conectadas com o restante da cidade. Estas são as áreas das populações de baixa renda, segregadas das áreas de melhor qualidade e localização ou mesmo isoladas por muros, como na charge.

b) A especulação imobiliária: expulsa a população de baixa renda das áreas mais valorizadas e mais bem providas de infraestrutura para as periferias ou áreas de risco; trata-se de um grupo que não pode pagar por essas benfeitorias, restando-lhes as favelas;

O rápido e desordenado crescimento das cidades: o inchaço urbano, devido ao êxodo rural, que dificultou ao Poder Público o planejamento, desenvolvimento e a implantação de infraestruturas e serviços suficientes para atender todas as necessidades básicas da população, ou seja, uma política nacional que priorizasse as necessidades básicas da população, especialmente aquelas de baixo poder aquisitivo.

8. a) Uma metrópole pode ser definida por vários fatores dentre eles: tamanho expressivo da população; a diversidade e concentração de atividades econômicas; a gestão centralizada (concentração de sedes de empresas e bancos); redes técnicas nodais; a concentração de serviços de ordem superior; localização privilegiada da inovação; densidade de emissão e recepção de informação, comunicação e capitais.

b) O processo de metropolização de São Paulo pode ser associado a industrialização do estado de São Paulo, com concentração de capitais e crescimento do setor terciário.

9. a) De acordo com a tabela as décadas de 1970 e 1980 mostram uma tendência de urbanização com base no crescimento das cidades de porte médio, pois os valores são acentuados nas cidades com população acima de 50.000 habitantes.

b) Da estagnação ou ligeiro declínio na participação das cidades com 500.000 ou mais habitantes, entre 1980 a 2001, pode-se concluir que as grandes metrópoles estão em grande declínio em seus ritmos de crescimento. O grupo de cidades entre 100.000 e 500.000 habitantes nos permite projetar uma população concentrada em novos centros metropolitanos.

10. Áreas metropolitanas constituem-se em grandes complexos urbanos caracterizados entre outros aspectos: I) pela integração de uma cidade principal com os municípios a ela contíguos, que também se articulam entre si; II) a formação de áreas conurbadas; III) demandas por serviços e infraestrutura comuns e implantados pela administração municipal, estadual e federal, em conjunto; IV) fluxos contínuos de pessoas e bens entre os municípios componentes da região metropolitana.

11. a) As macrorregiões com exclusão social intensa e generalizada são: Norte e Nordeste.

b) A situação social de vulnerabilidade pode ser expressa por aspectos como: analfabetismo crônico ainda em alto valor percentual incluindo o funcional com difícil acesso à educação com baixo nível de formação e capacitação; insegurança alimentar indo desde fome até subnutrição;

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A escolha de quem pensa!40

difícil acesso ao mercado de trabalho, em relação direta ao baixo nível educacional; economia formal pouco estruturada ou vivendo de atividades de baixa remuneração; ambiente educacional e institucional favorável ao desemprego, subemprego e informalidade; desigualdade de acesso à renda; estrutura de produção agrícola arcaica com latifúndios de baixa produtividade e difícil acesso à terra e moradia; exclusão digital, por falta de equipamentos e investimento; difícil acesso aos instrumentos de cidadania como atestados, certidões, títulos; limitação de acesso a serviços de saúde, tratamento dentário, medicina diagnóstica.

12. As charges tratam de um dos problemas mais marcantes da sociedade brasileira relacionado a dificuldades de acesso à moradia. As favelas ilustradas estão entre os exemplos mais marcantes. Ocupam extensas áreas com alta densidade de moradias em cada área. Chegando a subir o Corcovado e o Cristo Redentor, numa alusão a ocupação de todo espaço disponível não ocupado ou difícil de ser ocupar, mesmo que em áreas de grande risco.

Causas: - Concentração de terra e de renda. - Inchaço urbano, resultado do crescimento rápido e

desordenado das grandes cidades brasileiras. - Investimentos públicos em infraestrutura, saneamento

básico e moradias aquém das necessidades. - Especulação imobiliária, bloqueando o acesso de áreas

consideradas nobres à população de baixa renda. - Desemprego e subemprego, com baixa renda, limitando

as opções de moradia de grande parte da população. 13. a) Os fatores envolvidos são a falta de cobertura vegetal e a

alta declividade do terreno, em áreas sujeitas a altos índices pluviométricos. São aspectos que dificultam a absorção de água e favorecem os deslizamentos de encostas.

b) Os escorregamentos de encostas dos morros em áreas urbanas ocorrem devido ao crescimento desordenado das cidades e à ocupação irregular de áreas de risco pela população de baixa renda, com a consequente retirada da cobertura vegetal. As construções precárias também contribuem para o aumento dos incidentes em encostas.

14. a) A decadência dos centros tradicionais das cidades associa-se à saturação dessas áreas ao longo do tempo. A excessiva concentração de serviços (comerciais e financeiros) e infraestrutura (terminais de transportes públicos) fazem com que os centros tradicionais se tornem áreas repulsivas para residências, que se estabelecem em novas porções do espaço urbano e acabam atraindo a parcela mais refinada do comércio. Também saem os serviços mais qualificados (financeiros e empresariais), que se aglomeram em novos locais, formando subcentros, a exemplo da avenida Paulista, na metrópole paulistana.

Esse processo desvaloriza os centros tradicionais em termos de especulação imobiliária e estes acabam sendo sucateados. Contrastando com sua antiga função centralizadora das dinâmicas socioeconômicas das cidades, hoje os centros são marcados pela expansão do setor informal.

b) As edificações mais antigas dos centros tradicionais, que perderam suas funções originais ao longo do tempo, vão sendo novamente incorporadas à dinâmica urbana quando adquirem novas funções, desenvolvidas com o objetivo de revitalizá-las e reintegrá-las. Esse processo é notável, na metrópole paulistana, pela criação de um “shopping” no antigo prédio da Light, localizado no centro da cidade, assim como pela revitalização da estação da Luz, onde foi instalado um centro cultural. A participação do poder público nessas obras, geralmente, visa beneficiar a sociedade e, ao mesmo tempo, resgatar importantes patrimônios histórico-culturais do país.

15. a) Delli, Karachi, Jacarta. São cidades recentemente incorporadas ao processo de mundialização econômica, passando por rápido e desordenado ritmo de crescimento urbano e populacional.

b) Sedes de empresas transnacionais e bancos, centros financeiros e comerciais, diversidade e densidade de redes de infraestrutura.

c) Exclusão social. Na medida em que as cidades se desenvolvem aumenta a necessidade de maior qualificação da mão de obra. A falta ou a má qualificação da população ativa exclui os trabalhadores do mercado de trabalho.

Aula 10

Industrialização Brasileira

01. Comparando-se dois momentos do processo de industrialização brasileira, a década de 1930 e a década de 1950, responda:

a) Quais são as diferenças, com relação ao mercado externo, entre esses dois momentos?

b) Quais transformações a industrialização trouxe para a organização espacial brasileira?

02. Na década de 1990, verificou-se uma desconcentração industrial no Brasil.

a) Quais as consequências para o Estado de São Paulo?

b) Quais estados ganharam maior destaque industrial nesse processo? Explique.

03. Estabeleça uma análise comparativa entre o contexto do processo da industrialização brasileira da década de 50 e final da década de 90, abordando dois aspectos: o papel do estado e o mercado consumidor.

04. A Embraer é uma das principais empresas exportadoras do Brasil. É também uma das maiores importadoras de bens e serviços da economia nacional. O exemplo da Embraer indica uma mudança em curso no comércio mundial, o que afetou o modelo de desenvolvimento dominante no Brasil após a Segunda Guerra Mundial.

a) Apresente uma característica do modelo de substituição de importações vigente no Brasil até o final da década de 1970.

b) Explique por que as grandes empresas passaram a ter um peso significativo nas trocas internacionais.

05. O processo de desconcentração industrial no Brasil vem sendo apontado como um dos responsáveis pelos altos índices de desemprego verificados em algumas áreas metropolitanas. Ao mesmo tempo, o setor terciário tem sido, reconhecidamente, o grande empregador no atual estágio de desenvolvimento da economia brasileira. Com base nessas informações e em seus conhecimentos,

a) cite e analise duas causas possíveis dessa desconcentração industrial;

b) explique por que o setor terciário tornou-se o maior empregador do país.

06. “A indústria moderna estabeleceu o mercado mundial. A necessidade de um mercado em constante expansão para os produtos industriais deu caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Em lugar

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A escolha de quem pensa!40 A escolha de quem pensa! 41

da auto-suficiência e fechamento nacional e local temos interações em todas as direções, uma interdependência universal das nações.”

(Adaptado de Marx & Engels, 1848).

Seguindo a lógica do sistema capitalista, os investimen-tos de empresas brasileiras no exterior aumentaram nos últimos anos.

Apresente duas razões para o aumento da presença das empresas brasileiras no exterior nos últimos anos.

07. O Estado de São Paulo detinha 57% do valor da produção industrial do Brasil em 1970. Em 2005, essa percentagem tinha caído para cerca de 49%. Isso é o que se chama desconcentração industrial.

a) Mencione um fator próprio de São Paulo, que explique essa desconcentração.

b) Mencione dois fatores próprios de outros Estados, que expliquem a ida de indústrias para essas áreas.

08. Informações da Pesquisa Industrial Anual Empresa 2002, do IBGE, mostram que houve um processo bastante amplo de desconcentração da indústria brasileira no período de 1996-2000. Enquanto o conjunto das microrregiões geográficas onde se localizam as capitais dos estados perdeu participação relativa na produção industrial do país, houve um aumento da participação percentual das cidades médias do “interior” na produção industrial.

Aponte alguns fatores que influenciam a localização das atividades industriais e cite ao menos três exemplos para ilustrar a ação desses fatores.

09. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

“A localização das indústrias no Brasil seguiu os padrões comuns a essa atividade em todo o mundo. Em um primeiro momento, houve marcante concentração das indústrias em uma determinada região para mais tarde acontecer exatamente o oposto: as empresas estão se deslocando para áreas menos industrializadas.

No que diz respeito ao processo de industriali-zação brasileira, observam-se nitidamente essas duas características: no início, na primeira fase, um processo de concentração industrial e, um outro momento a partir dos anos 1980, o processo de dispersão industrial.”

a) Relacione dois quesitos para o desenvolvimento da industrialização no Brasil na primeira fase chamada de concentração.

b) Relacione dois quesitos para a fase da dispersão industrial.

10. Segundo pesquisa do IBGE, apenas 9% das indústrias brasileiras se enquadram na categoria de alta intensidade tecnológica e, no período de 2000 a 2004, esse segmento reduziu de 31,7% para 30% sua participação no PIB industrial do País.

Ainda de acordo com a mesma pesquisa, essa queda percentual reflete o dinamismo das exportações de outras categorias industriais, que expandiram, também, sua participação percentual no PIB. Por outro lado, a despeito dessa redução percentual, as indústrias com alta intensividade tecnológica são responsáveis por quase um terço desse mesmo PIB.

a) APRESENTE uma razão que justifica o baixo percentual de indústrias brasileiras que incorporam alta tecnologia.

b) EXPLIQUE por que o dinamismo das exportações incide, no Brasil, sobre as categorias industriais com menor investimento em tecnologia.

c) APRESENTE uma razão que justifica o fato de 9% de as indústrias de alta intensidade tecnológica serem responsáveis por quase um terço do PIB industrial do País.

11. A raiz da concentração industrial na região Sudeste, inicialmente no interior do estado e depois, na capital, é a economia cafeeira no estado de São Paulo.

Muitos fatores representavam atrativos para as novas indústrias, que formaram na região o maior parque industrial da América Latina.

Adap. MOREIRA, I. “O espaço geográfico: geografia geral e do Brasil”. São Paulo: Ática, 1998.

a) Indique quatro desses fatores atrativos.b) Nas últimas décadas, a indústria paulista sofreu

uma “descentralização” industrial. Apresente 2 (dois) fatores responsáveis por esse fato.

12. Nos últimos anos, tem-se constatado, no Brasil, um processo de desconcentração industrial por regiões, uma vez que, em 1970, 70% das 5 mil maiores empresas do País estavam concentradas na região Sudeste. Já no ano 2000, esse percentual diminuiu para 55%, tendo em vista o deslocamento das indústrias para outras regiões brasileiras, especialmente Nordeste e Sul. Identifique e explique dois fatores que proporcionam a ocorrência desse processo.

13. A charge abaixo ilustra bem o difícil caminho para o emprego formal na nossa sociedade.

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A escolha de quem pensa!42

A partir dessa situação, apresente dois motivos que vêm contribuindo para o alto desemprego do setor secundário da economia brasileira.

14. Em um dos vários desdobramentos da disputa política entre o governo de Minas Gerais e o governo federal, o governador Itamar Franco afirmou que não aceitaria a “privatização dos rios de Minas”, numa reação contrária à proposta de privatização da hidroelétrica de Furnas. Como se sabe, a hidroelétrica de Furnas se insere no contexto do complexo hidroelétrico da Bacia do Rio Paraná, onde estão instalados 70% do potencial de geração do país.

Estabeleça uma correlação entre a concentração espa-cial da produção de energia hidroelétrica e o processo de desenvolvimento industrial brasileiro, nos últimos 40 anos.

15. Observe o mapa a seguir:

Com base no mapa acima e em seus conhecimentos,

a) identifique o tipo de indústria predominante na região Nordeste, considerando sua capacidade geradora de emprego.

b) caracterize o parque industrial da região Sudeste.

Considere, na sua análise, a presença da indústria de ponta de alta tecnologia nessa região e sua capacidade geradora de emprego.

Gabarito

1. a) Até 1930 o Brasil era praticamente um exportador de produtos primários agrícolas como café, cana de açúcar e algodão. Após 1950, com a expansão industrial, o Brasil começa a participar no mercado externo com exportações de semimanufaturados e industrializados.

b) A industrialização começa a se desenvolver de modo mais regular a partir da década de 1930 e se torna mais presente a partir dos anos 1950. Nesse período, a produção industrial concentra-se na cidade de São Paulo. O forte ritmo de crescimento atinge a década de 1970 com forte concentração e se inicia o processo de saturação com problemas de trânsito, custos tributários, sindicalismo forte, poluição. O Estado lança programas de descentralização industrial que

se inicia com o deslocamento das indústrias para o ABC e Cubatão, anos 1950 e 1960 e ao longo dos eixos rodoviários do estado de São Paulo em direção à Campinas, Sorocaba, São José dos Campos- Taubaté e Santos nos anos 1970. No Rio de Janeiro, com o deslocamento do Distrito Federal para o Brasil Central, a indústria se espalha pela região metropolitana (Duque de Caxias) e ao longo da via Dutra (Volta Redonda). Belo Horizonte e sua região metropolitana também se desenvolvem ao longo dos anos 1970 e na década de 1980 o governo estadual lança um programa de industrialização no sul do estado (Itajubá, Pouso Alegre). No período dos governos militares, a descentralização industrial seguiu para novos polos como Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Manaus.

2. a) O Estado de São Paulo perdeu espaço na produção industrial para outras unidades da federação, embora ainda concentre alguns setores de maior valor agregado como a indústria aeroespacial.

b) Alguns dos principais destaques são: o sul de Minas Gerais, a região metropolitana de Curitiba, o Vale do Paraíba no Estado do Rio de Janeiro e partes do Recôncavo Baiano, próximo a Salvador. São localidades que se propiciaram da legislação aprovada na Constituição de 1988 que previa liberdade fiscal e tributária para os Estados desde que não ferissem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse instrumento favoreceu o uso de isenções ou incentivos fiscais propostos para atrair indústrias. Com a queda de impostos ou valendo-se desses incentivos, muitas indústrias deixaram o Estado de São Paulo em direção a outros estados.

3. Nos anos 1950 o Estado tinha um papel relevante na industrialização com fomentos ao setor. No final da década, período JK, o capital privado internacional começa a entrar no país e ocorre a expansão dos setores de bens de consumo. O mercado consumidor é restrito aos grandes centros urbanos e às camadas mais abastadas. No final da década de 1990, a economia está flexibilizada ao sabor da globalização econômica de modelo neoliberal com uma produção industrial diversificada e com um mercado consumidor maior e com mais acesso ao crédito.

4. a) O modelo de substituição de importações vigente até o final da década de 1970 no Brasil tinha como características: uma política de desenvolvimento econômico baseada no tripé: investimentos estatais, capital nacional e capital externo; a substituição de bens industriais importados pela produção nacional; o papel fundamental do Estado como financiador e avalista das atividades produtivas; o fortalecimento do mercado interno; a concentração espacial da produção.

b) Porque a organização espacial da produção passou de uma lógica multinacional para uma lógica transnacional. A multinacional operava em mercados nacionais relativamente fechados, já as empresas transnacionais operam em escala global, dispersando as etapas de suas cadeiras produtivas em diversos lugares do mundo. Com isso as trocas internacionais ocorrem de forma crescente no interior das cadeias produtivas das empresas globais.

5. a) O processo de desconcentração do parque industrial brasileiro ocorrido com maior intensidade nas últimas décadas decorre do aumento do custo dos insumos de produção, nos velhos centros industriais, principalmente na metrópole paulistana e no ABC paulista, como: mão de obra, em razão de maior organização dos trabalhadores, na sua maioria sindicalizados no setor secundário; energia, em face de perspectiva de ocorrência de um colapso no fornecimento (apagão ou black-out); transporte, por causa da saturação da infraestrutura; terrenos, cujos preços foram majorados pelo processo de especulação imobiliária, inúmeros tributos, problemas ambientais, que impõem restrições legais relacionadas ao uso do solo, emissão de poluentes, geração de resíduos e lixo etc. Soma-se a esses fatores a ação do poder público interessada em minorar as desigualdades regionais, em incorporar novas áreas ao espaço econômico nacional, além da ação de Estados e Municípios reduzindo a carga tributária (Guerra Fiscal) oferecendo incentivos creditícios e facilidades para a apropriação de recursos

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A escolha de quem pensa!42 A escolha de quem pensa! 43

naturais na contratação de mão de obra. b) O setor terciário apresenta uma maior diversificação de

atividades do que o secundário e o primário, os quais se tornaram mais automatizados nas últimas décadas. Como o setor de serviços absorve tanto a mão de obra de alta qualificação profissional quanto a de baixa qualificação, inclusive um maior contingente de trabalhadores informais, ocorre no País uma hipertrofia do setor terciário – comércio, serviços e profissões liberais.

6. Entre as razões para a expansão da atuação das grandes empresas brasileiras no exterior temos: a expansão dos mercados consumidores e fornecedores, a diversificação das fontes de fornecimento de matéria-prima; a ocupação de uma melhor posição em um mercado internacional altamente competitivo; o aumento da escala geográfica de controle da produção; a participação na formação dos preços das “commodities”; a busca de maiores margens de lucro.

7. a) A descentralização industrial foi influenciada, entre outros aspectos, pela valorização imobiliária dos terrenos para ocupação industrial e pelo alto custo da mão de obra em relação a outros estados.

b) O processo de desconcentração industrial para outros estados foi incentivado, entre outros aspectos:

- pela abertura a reformas tributárias estaduais, que possibilitaram a criação de legislações tributárias mais vantajosas que as do estado de São Paulo, o que causou uma guerra fiscal entre os estados;

- pelos terrenos para implantação industrial a preços baixos e pela mão de obra abundante e barata.

8. São cidades com custos mais baixos e infraestrutura ainda pouco saturada.

Exemplos: Sumaré e Americana em SP, Volta Redonda no RJ, Feira de Santana na BA.

9. a) Concentração industrial: ferrovias, mercado consumidor, mão de obra assalariada imigrante, dinheiro oriundo do café;

b) Dispersão industrial: guerra fiscal, isenções e custos de produção mais baixos.

10. a) Baixo nível de investimentos em pesquisa tecnológica e qualificação de mão de obra.

b) São setores industriais tradicionais de tecnologia assimilada como siderurgia, petroquímica e agroindústria, cujo custo de implantação está amortizado pelo tempo de atuação.

c) Por serem setores de ponta, produzem artigos com alto valor agregado com maior participação na formação do PIB.

11. a) Maior concentração demográfica; maior concentração de capital; existência de densa rede ferroviária; densa rede rodoviária; grande mercado consumidor; grande disponibilidade de mão de obra; aproveitamento energético dos cursos de água; proximidade dos dois principais portos; presença da capital federal (Rio de Janeiro).

b) Os altos custos dos impostos e o intenso fluxo de transportes e comunicações, acarretando “congestionamentos” e prejudicando a produção.

12. - Políticas públicas com viés descentralizador no âmbito federal possibilitando melhorias de infraestrutura que acabam favorecendo o deslocamento de grupos ou segmentos industriais para outras regiões fora do Sudeste.

- Expansão de redes de comunicação e de transportes, oferecendo vantagens locacionais.

- Elaboração de políticas de incentivos fiscais implementadas por estados e municípios para atrair investimentos empresariais.

- Disponibilidade de mão de obra a custos mais baixos em áreas mais afastadas ou de implementação recente de atividades nos setores secundário e terciário.

13. Tecnologia, modernização, abertura econômica, desqualificação profissional, competitividade, corte de custos, lucratividade.

14. O acúmulo de capitais, a presença de imigrantes e outros fatores, promoveram uma enorme concentração do parque

industrial na região Sudeste. A energia necessária para permitir a expansão industrial da região provém da Bacia do Paraná, tipicamente de planalto, com grande potencial e que drena justamente aquela região.

15. a) A região Nordeste passou por um processo de industrialização mais recente comparativamente ao Sudeste. Devido a suas condições locacionais, infraestruturais, dos investimentos e da qualificação de sua mão de obra, a região Nordeste desenvolveu mais o setor de bens de consumo não duráveis como os setores alimentício, calçadista, têxtil e construção civil. São setores relativamente mais simples e suas cadeias produtivas tem maior capacidade de contratar mão de obra, com vantagens comparativas para uma região carente de atividades.

b) A concentração histórica de capital na região Sudeste, foi geradora de novas necessidades de consumo e diversificação.Isso acaba transformando a região na maior concentração industrial do Brasil, caracterizado por setores os mais variados, com unidades de produção que vão desde as mais simples, bens de consumo não duráveis, como alimentícia e construção civil, até as mais complexas e desenvolvidas como informática e aviação, passando pela indústria pesada como siderúrgicas. A evolução tecnológica e comercial criou novas demandas e mudanças locacionais, favorecendo a descentralização da produção e o surgimento de tecnopolos que concentram áreas de formação de mão de obra, pesquisa e produção e com níveis cada vez maiores de automação que modificam a estrutura funcional, demandando cada vez menos trabalhadores. São fatos que exigem novas política públicas de qualificação e localização da mão de obra com ênfase a novas possibilidades como serviços e terceiro setor.

Aula 11

Comércio Externo Brasileiro

01. Observe os gráficos abaixo sobre as exportações brasileiras.

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A escolha de quem pensa!44

a) Com base no gráfico A e em seus conhecimentos, analise e explique as exportações brasileiras entre 2001 e 2010.

b) Compare as exportações brasileiras para a América Latina/Caribe e para a União Europeia (gráfico B). Explique as diferenças encontradas.

02. O mapa a seguir ilustra o movimento de exportação e importação dos principais portos brasileiros.

a) Apresente a razão do predomínio quase absoluto de movimento de exportação nos portos de Itaqui e Tubarão.

b) Explique por que, no porto de Santos, o volume exportado não difere muito do volume importado.

03. Observe o gráfico e responda.

a) Qual entre os três países teve maior crescimento das importações em relação ao PIB? Justifique.

b) Compare a situação desses países em 2003.

04. A partir da Conferência Ministerial de Doha (Qatar) em 2001, a Organização Mundial do Comércio tem discutido questões relativas ao comércio de produtos agrícolas. Este tema é de profundo interesse para o Brasil, considerando que a exportação de produtos brasileiros sofre restrições em função da imposição de práticas protecionistas por parte de países importadores.

a) Cite um parceiro comercial do mundo desenvolvido e um produto da agropecuária brasileira envolvido em questões protecionistas com esse parceiro comercial, que prejudicam as exportações brasileiras.

b) Cite e explique duas práticas de protecionismo adotadas por países ditos desenvolvidos contra países ditos subdesenvolvidos, no âmbito do comércio internacional de produtos agrícolas.

05. O comércio Brasil-China vem se fortalecendo desde a segunda metade da década de noventa, sendo o Brasil o 17° fornecedor de produtos para a China e o 24° destino dos produtos chineses. Observe o gráfico com as importações e exportações do Brasil com a China.

a) Compare a curva de exportação e de importação entre o Brasil e a China no período 1997-2003.

b) Mencione dois produtos que mais se destacaram na exportação brasileira para a China: um relacionado à agricultura, e outro, aos recursos naturais.

06. “Por razões climáticas, o trigo só pode ser cultivado nos estados do sul do Brasil.”

De acordo com seus conhecimentos geográficos sobre a localização das áreas cultivadas e as quantidades de trigo produzidas no Brasil, responda.

a) Na atualidade, a afirmação apresentada é verdadeira ou falsa? Justifique.

b) Qual é o significado do trigo na balança comercial brasileira?

07. A redução das barreiras alfandegárias na área do MERCOSUL provocou mudanças na economia bra-sileira.

Analise uma vantagem e uma desvantagem dessas mudanças.

08. Observe atentamente o cartograma a seguir, que mostra o Comércio Exterior e locais de embarque e desembarque de mercadorias

a) Em que cidades estão localizados os portos indicados no cartograma com as letras A, B e C?

b) Em quê o comércio do porto B se diferencia do comércio realizado nos portos A e C?

c) Explique por que existe essa diferença.

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A escolha de quem pensa!44 A escolha de quem pensa! 45

09. O comércio exterior brasileiro tem passado por profundas alterações, nas últimas décadas. Apesar de os Estados Unidos da América permanecerem como um dos principais parceiros comerciais do Brasil, outras áreas do mundo ganharam importância:

a) Explique a importância do Mercosul para a economia brasileira.

b) Explique por que o governo brasileiro não quer antecipar a data de implantação da Área de Livre Comércio das Américas - a ALCA - como pretende o governo dos Estados Unidos.

10. Explique que interesses levaram à ampliação das áreas do cultivo da soja.

11. Qual a importância dos portos no comércio exterior brasileiro?

12. Por que a conformação natural do litoral favoreceu, desde o início, a ocupação do território brasileiro?

13. Analise o gráfico a seguir, associando-o à problemática da dívida externa brasileira, no período considerado.

14. A anunciada crise da economia norte-americana é vista com preocupação por vários países capitalistas. Uma das medidas a serem tomadas naquele país será a redução de importações.

Quais as consequências dessa medida para o Brasil?

15. A segunda metade do século XX caracterizou-se pela emergência e consolidação de blocos regionais como a União Europeia, a ALENA, a APEC etc. Em março de 1991 foi assinado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai o Tratado de Assunção, criando o Mercado Comum do Sul - Mercosul. O acordo tem como objetivo fortalecer a economia desses países e torná-los mais competitivos no cenário de um mundo cada vez mais globalizado.

No entanto, o processo de integração almejado pelo Mercosul tem enfrentado alguns problemas. Explique dois destes problemas.

Gabarito

1. O Brasil é um país que cada vez mais participa do comércio mundial. Seus avanços em setores industriais nos últimos anos são significativos. As exportações de aeronaves, veículos, telefonia celular são alguns destaques. Por outro lado, a base primária de economia brasileira ainda exerce um peso muito grande na pauta de exportações. Minérios como ferro e bauxita, produtos agrícolas como soja, algodão e café e primários industrializados como suco de laranja, são alguns exemplos.

O gráfico mostra uma pauta marcada por produtos primários em crescimento de exportações por razões variadas como qualidade e tradição das exportações primárias brasileiras; cenário internacional favorável a exportações primárias por aumento da demanda. É o caso das exportações de soja e minério de ferro para a China.

São significativas as exportações brasileiras para a América Latina e Caribe (21%) com destaque para os produtos industrializados, apontando a evolução da indústria nacional em termos de qualidade e competitividade. Os custos também ficam mais baixos pela proximidade, diminuindo gastos com transporte. Mercados como a União Europeia, terceiro maior parceiro, consomem produtos primários, apontando uma presença da Divisão Internacional do Trabalho.

2. a) Itaqui e Tubarão são portos caracterizados pela exportação de minério de ferro, a partir da Serra dos Carajás, no estado do Pará, e do Quadrilátero Ferrífero, no estado de Minas Gerais, respectivamente.

b) O porto de Santos é responsável pelo escoamento de uma produção diversificada (agrícola e industrial) do Centro-sul do Brasil. Por Santos também entram grande número de produtos diversificados destinados ao mercado interno de bens de consumo assim como de equipamentos para o parque industrial brasileiro.

3. a) O Brasil foi o país que teve o maior crescimento das importações em relação ao PIB. O país passou de um patamar de 8% para 14%. A evolução e expansão do agronegócio, a melhoria e deversificação da produção industrial, a busca de novos parceiros comerciais podem se destacar como justificativa.

b) Na comparação, a África do Sul tem maior participação nas importações em relação ao Brasil e à Índia. Esses últimos estão em estágio mais avançado em seus programs de substituição de importações.

4. a) Estados Unidos - açúcar b) Políticas de subsídios aos produtores para que se

estabeleça o controle do volume de produção para flutuação dos preços; barreiras sanitárias contra a entrada de produtos agrícolas e carne.

5. a) A partir de 2000, a balança comercial entre Brasil e China apresenta superavit para o Brasil, ou seja, as exportações brasileiras aumentaram muito. Entre 1997 e 2000, o comércio apresentava pequeno deficit.

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A escolha de quem pensa!46

b) Os maiores destaques nas exportações são soja e minério de ferro.

6. a) Atualmente a frase não é verdadeira. Os avanços nas pesquisas e produção de sementes geneticamente modificadas possibilitam o cultivo de trigo em outras regiões brasileiras. é o caso da região Centro-Oeste.

b) Apesar dos esforços para melhorar e ampliar o plantio de trigo, a agricultura brasileira não consegue promover a auto-suficiência da produção e necessita importar o produto, o que afeta negativamente a balança comercial brasileira.

7. A regionalização econômica pode ser uma experiência de autonomia comercial em relação às potências. Por outro lado alguns setores podem ser prejudicados diante da concorrência com produtos importados.

8. a) Tubarão - Vitória ES Rio de Janeiro - Rio de Janeiro RJ Santos - São Paulo b) No Rio de Janeiro, predominam as importações enquanto

os demais são portos exportadores. c) A e C são exportadores pois fazem parte de grandes

complexos de infraestrutura denominados corredores de exportação.

9. a) Na atualidade, a importância das trocas entre países pertencentes a blocos econômicos é cada vez maior. Em tempos de globalização, os blocos representam a possibilidade de garantir mercados e expandir o comércio. Foi o que ocorreu com os países do Mercosul que, desde 1990, tiveram um extraordinário crescimento do comércio entre si. Além disso, o Mercosul foi uma das estratégias de abertura da economia brasileira à concorrência externa e de atração de investimentos internacionais. E mais: dentro do Mercosul o Brasil tem uma posição vantajosa, na medida em que se constitui na mais forte economia industrial do bloco.

b) A antecipação do funcionamento da ALCA pode significar, não só para o Brasil mas para todos os países do Mercosul, quiçá da América Latina, a invasão desses mercados por produtos provenientes dos Estados Unidos, que têm uma economia muito mais forte, com indústrias mais competitivas, tecnologia mais avançada e custos de produção inferiores, o que certamente virá distorcer os padrões comerciais predominantes entre os países do Mercosul. O México, por exemplo, que participa do Nafta, concentra mais de 70% de seu comércio externo com os Estados Unidos.

Além disso, é estratégico para o Brasil, e para o Mercosul, diversificar seu comércio exterior do ponto de vista geográfico. e ampliar suas relações políticas e econômicas, sobretudo com a União Europeia. A integração regional do Mercosul com outras áreas impede a relação comercial restrita ao continente americano, o que significaria o domínio comercial norte-americano, reforçando ainda mais a dependência em relação à superpotência. Além disso, os países integrantes do Mercosul acreditam que o fortalecimento do bloco formará os alicerces para as negociações futuras da zona hemisférica proposta pelos Estados Unidos. Ao alinhar-se à Alca sem negociar, o Brasil poderá perder oportunidades e até sofrer o prejuízo de perder parceiros importantes, como os países da Europa, da Ásia e de outros continentes.

10. Aumento de produção, em grande parte destinada à exportação.

11. Fundamentais pois o país baseia sua política econômica em fortes exportações importando muito petróleo.

12. Apesar de poucas baías naturais, elas estão geograficamente bem distribuídas, facilitando a ocupação.

13. Na década de 80, esforço do governo em manter superavit para pagar a dívida externa e as importações de petróleo.

14. Queda nas exportações para EUA, parceiros econômicos. 15. As economias desses países são mais concorrentes do

que complementares. Por exemplo, o setor automotivo, um dos mais dinâmicos, é bastante desenvolvido tanto na Argentina quanto no Brasil. Há também concorrência

de alguns produtos agropecuários como: carne, couros, soja, frutas etc.; Persistência de políticas protecionistas para alguns setores produtivos de cada país do bloco segundo as contingências da política externa e em função de necessidades das políticas internas;

Políticas cambiais divergentes que afetam profundamente a estabilidade dos fluxos de comércio entre os países membros;

Os Estados Nacionais tendem a privilegiar seus interesses internos em detrimento da consolidação da integração;

A atual configuração das redes logísticas, voltadas para os territórios nacionais, dificulta a integração física dos países membros;

O elevado grau de dependência de investimentos externos nesses países, que negociam individualmente com os agentes financeiros internacionais, limita a autonomia destes países para as decisões conjuntas em matéria de política econômica;

Pressões dos EUA que priorizam a criação do mercado continental - ALCA - , em detrimento dos blocos regionais, entre eles o Mercosul.

Aula 12

Recursos Econômicos

01. Leia este trecho:

“O peixe está acabando, a água também, e sem ela não há vida. Desde os anos 1960, o Vale do Jequi-tinhonha, a mais pobre das regiões de Minas Gerais, é um lugar isolado e esquecido. As estradas estão em péssimo estado, quase não há indústrias [...] E o pior: provocam desmatamento, erosão e poluição hídrica. A paisagem é uma sucessão monótona de eucaliptos simétricos e fornos de carvão. Os eucaliptos roubam a água do solo, a agricultura se torna impossível. O jeito é migrar - mesmo que seja para ganhar uma miséria nas plantações paulistas de cana-de-açúcar. Outra estratégia de sobrevivência é abandonar a zona rural para as periferias das pequenas cidades, gerando novas ondas de pobreza”.

ALCÂNTARA, Araquém. Valei-me. “Revista V”, ano 2, n.11, p.66-67, 2004.

A partir da leitura desse trecho e com base em outros conhecimentos sobre o assunto,

a) JUSTIFIQUE a ocorrência da paisagem do espaço regional descrito, a qual se caracteriza por “uma sucessão monótona de eucaliptos simétricos e fornos de carvão”.

b) EXPLIQUE esta afirmativa:“Os eucaliptos roubam a água do solo, a agricultura se torna impossível”.

c) AVALIE o impacto que a migração, a que se faz referência nesse trecho, ocasiona para a região.

02. A exploração dos recursos naturais ocupa posição de destaque na Região Norte do país. Aponte e explique uma característica da mineração de ferro relacionada

a) à atividade econômica.b) aos impactos ambientais que acarreta.

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A escolha de quem pensa!46 A escolha de quem pensa! 47

03. No mapa a seguir destacam-se dois eixos de transporte de granéis pesados, nos quais predomina o de minério de ferro.

Compare os dois fluxos destacados no mapa, conside-rando o destino do minério e a finalidade da extração do minério de ferro:

a) no eixo localizado no Norte;b) no eixo localizado no Sudeste.

04. Por volta de 1928 Henry Ford queria o império da borracha sob o domínio americano. Como sabia do malogro das experiências de seu amigo Thomas Edison no sentido de plantar seringueiras nos Estados Unidos, decidiu plantá-las no Amazônia, sua região de origem. Organizar seringais homogêneos, distribuídos simetricamente no solo original era a tarefa. Plantadas, floresceram com exuberância durante um certo tempo. Entretanto, o milhão de pés de seringueiras começou a definhar sob o sol. Na Amazônia triunfava o desordenado da selva contra a disciplina do exército de seringal. Em 1946, Ford retira-se da Amazônia.

(adaptado de Vianna Moog, “BANDEIRANTES e PIONEIROS - paralelos entre duas culturas”, Rio de Janeiro, Delta, 1966)

a) Qual foi o período áureo da produção da borracha na região norte do Brasil e quais as razões do declínio dessa produção?

b) Explique, do ponto de vista das condições naturais, o fracasso das plantações dos seringais homogêneos de Mr. Ford na Amazônia.

05. No que consiste o extrativismo e como é classificada essa atividade?

06. Quais são as principais regiões produtoras de petróleo no Brasil?

07. “Tudo murcha, pois a indústria extrativa (e não transformadora) de minerais não costuma deixar senão um rastro de pó e tristeza...”

Carlos Drummond de Andrade em “O horizonte, a exaustão”

a) Caracterize duas áreas nas regiões Sul e Sudeste, quanto à natureza econômica da exploração e ao destino da produção mineral.

b) Explique duas consequências da atividade mine-radora para o ambiente e a sociedade dessas áreas.

08. Quais os principais produtos do extrativismo vegetal da região Norte?

09. O Brasil já foi chamado de TERRA DAS PALMEIRAS, PINDORAMA, por ter, em suas regiões, várias espécies de palmáceas. Muitas delas estão incorporadas à vida cotidiana das populações ou têm papel significativo na economia, na cultura e até mesmo na literatura brasileira.

O babaçu, a carnaúba e o buriti são três das mais im-portantes palmáceas encontradas no Brasil.

a) Mencione sua principal área de ocorrência e uma razão que justifique sua importância.

a.1- Babaçu a.2- Carnaúba a.3- Buriti

10. A poesia a seguir refere-se à industrialização de dois minérios existentes no interior do Brasil. Esses minérios são utilizados na indústria brasileira e são mercadorias presentes na nossa pauta de exportações.

indústria: o malho a manha.outra vez a mina da trama.a mina de (ferro) Minas/ os poços de caudaspau e chita: bauxita exploradaindústria...

(Mario Chamie)

a) Como é chamada a indústria que explora esses minérios?

b) Dê a localização geográfica das principais reservas desses minérios no país.

11. O artigo 231 da Constituição Brasileira reconhece aos índios “...os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam”. Os índios, porém, não são proprietários da terra, são usufrutuários. As terras indígenas são patrimônio da União, a quem compete demarca-las e protegê-las. Alguns setores da sociedade alegam que “é muita terra para pouco índio”. Tais terras são constantemente invadidas e índios são exterminados.

Considerando as informações e o cartograma anterior, responda:

a) Quais os principais setores da sociedade que ficaram contra a demarcação da área da reserva lanomâmi?

b) Quais os argumentos utilizados por esses setores?

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12. No mapa a seguir, identifique o projeto polêmico representado por uma faixa de aproximadamente 150km de largura. Relacione-o com as características geográficas da área abrangida.

13. O território brasileiro possui grandes jazidas de minério de ferro. Relacione áreas de ocorrência e sistemas de transporte para os mercados interno e externo.

14. O mapa a seguir destaca as áreas mais atingidas por desmatamentos, ressaltando a ocorrência do fenômeno nas áreas periféricas da Amazônia Legal.

Explique por que o desmatamento ocorre nestas áreas, destacando o tipo de vegetação dominante e o processo de ocupação econômica.

15. OPORTUNIDADE

Pequena empresa de mineração pretende dedicar-se à exploração de minérios siderúrgicos em São Paulo, com vistas à exportação anual de 10.000t para o Japão. Ótima oportunidade para pequenos in-vestidores.

Analise a viabilidade da empresa que colocou o anúncio acima, tendo em vista:

a) a organização da produção e comercialização em escala mundial.

b) as condições geológicas para a extração dos minérios.

Gabarito

1. a) As formações de eucaliptos ocupam áreas anteriormente devastadas de suas formações vegetais originais, primeira natureza, como expressão de segunda natureza em forma

de reflorestamentos para atender a demanda por carvão para fornos de olarias e siderurgias regionais.

b) As formações de eucalíptos drenam, através de suas raízes, grandes quantidades de água do lençol freático para se desenvolver.

c) Torna a região esvaziada dificultando sua estruturação e manutenção.

2. a) A exploração do minério de ferro é processada principalmente na Serra do Carajás, e está voltada para a exportação. O minério é transportado por estrada de ferro até o porto de Itaqui (MA). Sua renda é um dos elementos da pauta de exportações do Brasil.

b) A extração de minérios acarreta uma série de impactos ambientais. No caso de Carajás, temos:

- retirada da cobertura vegetal, com diminuição da biodiversidade;

- aumento da erosão causada pela remoção da vegetação nativa;

- destino dos rejeitos de extração; - poluição de rios e córregos com a deposição de resíduos

da exploração. 3. a) O fluxo do eixo Norte corresponde ao escoamento do ferro

da Província Mineralógica de Carajás através da estrada de ferro até o porto de Itaquí no Maranhão. A exploração mineral é mais recente e destinada aos mercados externos.

b) O fluxo do eixo Sudeste corresponde à produção do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais e dirige-se aos mercados externo e interno. O ferro destinado ao mercado externo é exportado pelos portos de Tubarão no Espírito Santo e de Sepetiba no Rio de Janeiro; no mercado interno, o ferro abastece o cordão de indústrias siderometalúrgicas de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

4. a) 1870 - 1910 - extrativismo a partir de espécies nativas com baixa produtividade

b) Desconhecimentos das características naturais: clima super úmido, solos pobres, etc.

5. Extrair certos produtos da natureza sem alterar suas características; São divididas em extrativismo vegetal e mineral.

6. No Rio de Janeiro, Bacia de Campos e na Bahia no Recôncavo Baiano.

7 a) Vale do Tubarão SC - carvão mineral para consumo interno; Quadrilátero Ferrífero MG - Fe, Mn exportação consumo interno.

b) SC - poluição do Vale do Rio Tubarão 8. Madeira, Castanha-do-pará, Látex (borracha) e Piaçava. 9. a) Babaçu - MA - óleo vegetal, pasta industrial; Carnaúba - CE - cera, óleo, comestível; Buriti - CE - óleo, tecelagem. 10. a) Indústria extrativista mineral. b) Ferro: Quadrilátero Ferrífero (MG), Serra dos Carajás

(PA), Maciço do Urucum (MS). Bauxita: Oriximiná, Vale do rio Trombetas (PA), Poço de

Caldas (MG). 11. a) Garimpeiros, mineradoras, empresas agropecuárias. b) Interferências no processo de expansão econômico. 12. Projeto calha-norte. Através da rodovia perimetral norte

pretende-se a integração regional e vigilância da fronteira/selva.

13. - Quadrilátero Ferrífero - MG, consumo interno, exportação EF Vitória-Minas para porto de Tubarão - ES.

- Serrados Carajás PA, exportação EF Ponta da Madeira - Carajás para porto de Itaqui - MA.

14. Fronteira pioneira - floresta equatorial - extrativismo, expansão agropecuária.

15. a) Pouca produção. b) Ausência de minerais metálicos em São Paulo.

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Aula 13

Política Econômica, Transportes e Meio Ambiente no Brasil

01. Os problemas com a infraestrutura de transportes são apontados como um dos principais responsáveis pelo elevado custo das mercadorias fabricadas no Brasil, com participação diferenciada de acordo com o meio de transporte utilizado (quadro a seguir).

Custo do transporte (tonelada/km)Hidrovia Ferrovia Rodovia

US$ 1 US$ 4 US$ 8Ministério dos Transportes, 2008.

Para a Agência Nacional de Transporte Terrestre, a utilização do transporte multimodal de cargas (duas ou mais modalidades de transporte, do recebimento da carga na origem até seu destino final) é uma solução para esses problemas.

a) Com base na composição da matriz de transportes no Brasil, explique uma razão política para a elevada participação dos transportes no custo final dos produtos.

b) Apresente uma vantagem do transporte rodoviário sobre o ferroviário que justificaria a opção pela multimodalidade.

02. Observe o gráfico a seguir.

a) Analise a matriz brasileira dos transportes, em 2005, considerando aspectos históricos e políticos.

b) Explique a previsão da matriz brasileira dos transportes, para o ano de 2025, considerando aspectos ambientais implícitos.

03. Observe o mapa a seguir:

A partir do mapa,

a) explique a disparidade da participação dos estados do Nordeste e do Sudeste no PIB do Brasil.

b) compare e explique o PIB de São Paulo com o de Minas Gerais.

04. A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas europeias (‘Apis mellifera mellifera’, ‘Apis mellifera ligustica’, ‘Apis mellifera caucasica’ e ‘Apis mellifera carnica’) com a abelha africana (‘Apis mellifera scutellata’). Essa abelha, africanizada, possui um comportamento muito semelhante ao da ‘Apis mellifera scutellata’, em razão da maior adaptabilidade desta raça às condições climáticas do País. Muito agressiva, porém menos que a africana, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade e tolerância a doenças.

(Embrapa Meio-Norte, http://sistemasdeproducao.cnptia.embra pa.br/FontesHTML/Mel/SPMel/racas.htm, acessado em

05/09/2008.)

Goudie, A. “The Human Impact on the Natural Environment”. 6a ed., Malden: Blackwell Publishing, 2006, p. 69.

a) Calcule a distância, em quilômetros, de propagação da abelha africana entre o ponto de origem e a cidade de Fortaleza. Por que a propagação da abelha africana não avançou para a Patagônia Argentina e a Cordilheira dos Andes?

b) A apicultura é uma atividade capaz de causar impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos, além de contribuir para a manutenção e preservação de ecossistemas existentes. Aponte dois aspectos econômicos positivos trazidos pela apicultura, em especial para a agricultura familiar.

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05. Observe a figura a seguir:

LEGENDA: $ X/t = quantidade de dólares gastos por tonelagem

transportada;

X km = distância entre o porto de Sepetiba e outros lugares.

NOTA= Os custos do esquema acima se referem ao transporte de minério de ferro para o porto de Sepetiba e a sua exportação.

Estudos feitos por agências diversas sobre a construção do porto de Sepetiba, no estado do Rio de Janeiro, indi-cam alguns problemas em termos da economia nacional e internacional que colocam em xeque os vultosos investimentos feitos no porto, há mais de uma década. Considerando esses problemas:

a) explique a diferença entre a distância física e a distância econômica indicada no esquema acima, com relação ao transporte interno brasileiro e ao transporte internacional de mercadorias, a partir do porto de Sepetiba;

b) indique dois (2) problemas da logística do transporte brasileiro que aumentam ainda mais a diferença identificada no item anterior.

06. Observe o mapa a seguir.

A desigualdade regional do Brasil tem sua origem em um conjunto de fatores socioeconômicos. Com base nessa compreensão e na leitura e interpretação do mapa,

a) explique a relação existente entre os índices de desigualdades digitais da região Norte e a sua situação econômica;

b) apresente dois fatores que determinam as desigual-dades digitais entre os estados de Tocantins e São Paulo.

07. Observe a tabela sobre o percentual de transporte de cargas no Brasil e responda às questões a seguir.

BRASIL: deslocamento de carga segundo o tipo de transporte - 2008

Ferrovia Rodovia Hidrovia Outros

21,01% 63,11% 11,72% 4,16%

a) Justifique a opção pelo transporte rodoviário.b) Cite e explique duas vantagens do transporte

ferroviário em relação aos demais.

08. A tabela a seguir diz respeito à distribuição absoluta e percentual das principais Unidades de Conservação do Brasil, por região. A partir desses dados responda:

a) Por que a categoria RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) predomina em termos percentuais nas regiões Sul e Sudeste, enquanto na região norte há um predomínio da categoria Floresta Nacional?

b) O que diferencia uma reserva biológica de uma reserva extrativista?

09. O Brasil vai se tornar a Arábia Saudita verde?

O Brasil é novamente o país do futuro. Depois de rodar pelo país e se encantar com o processo de produção do álcool a partir da cana-de-açúcar, Tho-mas Friedman, colunista do New York Times e um dos maiores especialistas em Oriente Médio, voltou para os Estados Unidos convencido de que o Brasil pode se tornar a Arábia Saudita do álcool. A comparação com o maior exportador mundial de petróleo não é deliran-te. O Brasil é o país mais avançado em produção de combustíveis de origem vegetal, também chamados biocombustíveis.

(“Época”, 12/02/2007)

Após vislumbrar a auto-suficiência na produção de petróleo, o Brasil desponta como possível destaque na utilização da biomassa como fonte de energia. Cite duas características do espaço físico brasileiro que favorecem a produção de biomassa no país. Cite também dois riscos, um socioeconômico e outro ambiental, caso se confirme o prognóstico apresentado no texto.

10. Atualmente, 20% da área da Amazônia brasileira estão oficialmente protegidos por Unidades de Conservação (parques nacionais, florestas nacionais,

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A escolha de quem pensa!50 A escolha de quem pensa! 51

reservas biológicas, reservas extrativistas etc.), o que corresponde a cerca de um milhão de km2. Mesmo com o monitoramento por imagens de satélite da região (SIVAM), a proteção efetiva dessas áreas ainda enfrenta inúmeros desafios.

a) Indique dois elementos, associados à ocupação da região amazônica, que ameaçam as unidades de conservação.

b) Explique por que a fiscalização das unidades de conservação é mais difícil na Amazônia do que em outras regiões do país.

11. Uma nova dinâmica de transportes no território brasileiro, com a integração de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos, vem possibilitando a expansão do cultivo de soja em direção à Amazônia Legal. Essa dinâmica contribui para a presença, nessa região, de empresas multinacionais que industrializam e comercializam grãos.

Indique dois corredores de transportes que viabilizam a expansão do cultivo de soja e dois aspectos dessas redes de circulação de mercadorias que oneram as exportações do setor.

12. Os gráficos 1, 2, 3 e 4 refletem a situação contemporânea das regiões brasileiras quanto aos índices demográficos e socioeconômicos.

Compare os dados, destacando o processo geográfico que explica os resultados econômicos atuais apresen-tados pelas regiões Norte e Centro-Oeste.

13. Observe as informações.

SOBRE QUATRO RODAS200 milhões De litros de combustível são

desperdiçados por ano devido aos congestionamentos.

33.707.640 Veículos circulam no país, dos quais mais de 23 milhões são carros e 427 mil são onibus.

14% Foi a porcentagem de passageiros que o ônibus perderam nos últimos cinco anos.

6% Do PIB é o preço pago pelos desperdícios dos longos engarrafamentos nas metrópoles brasileiras.

240 milhões É quanto tempo (em horas) todos os brasileiros juntos perdem presos em congestionamentos.

a) Quais problemas no sistema de transporte, sobretudo

das grandes metrópoles, explicam a ocorrência de tantos congestionamentos?

b) Indique dois problemas ambientais agravados pela adoção do modelo de transporte evidenciado pelos dados da tabela.

14. Observe os gráficos a seguir.

Com base nas informações anteriores, explique a im-portância dos custos de deslocamentos para os tipos de transportes utilizados no Brasil.

15. “A ordem econômica neoliberal tem sido alardeada, nos últimos 25 anos, como a porta de entrada para uma nova era de prosperidade sem precedentes. O Consenso de Washington (1989) forneceu o resumo mais conhecido das estratégias desse projeto.”

Relatório da CEPAL, “Globalização e Desenvolvimento”, 2002.

A partir do texto,

a) indique duas estratégias do projeto neoliberal, aplicadas no Brasil, capazes de estimular o crescimento econômico;

b) apresente duas críticas à sua aplicação.

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Gabarito

1. a) O emprego majoritário do transporte rodoviário no Brasil, com maiores custos comparativos acaba incidindo em maiores valores finais nos produtos.

b) O transporte rodoviário tem grande mobilidade, podendo atingir localidades relativamente próximas com rapidez e segurança. Em articulação com as ferrovias, que possuem maior capacidade, maior autonomia e custos menores, seriam ideais pois os trens são limitados por acidentes geográficos como relevo, melhor superados pelo caminhão.de carga.

2. A matriz de transportes é a forma como o governo expressa sua política estratégica para o setor. Sua elaboração leva em conta alguns aspectos como, quadro natural do país, demandas socioeconômicas e custos de planejamento, implantação e manutenção do sistema.

a) Em 2005, a matriz de transportes é predominantemente assentada na base rodoviária. É o resultado de políticas incrementadas a partir da década de 1950 caracterizada por aspectos como sucateamento do sistema ferroviário, tentativa de expansão industrial, pressão de setores da indústria automobilística no sentido de priorizar o setor rodoviário em detrimento das demais modalidades de transporte e o processo de urbanização. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek priorizava os setores de base e bens de consumo com a presença de multinacionais do setor automobilístico. Nos anos 1970 no período dos militares no poder e a partir da implantação dos Programas de Integração Nacional temos um ciclo de grandes obras em infraestrutura destacando-se a expansão da malha rodoviária na tentativa. Nos anos 1970 e 1980 ocorre intenso processo de urbanização com novas demandas no setor de transportes.

b) No decorrer da década de 1990, o governo federal passou a investir na malha de transportes devido à premente demanda gerada pelo crescimento econômico, destacadamente nos setores agropecuário, extrativista mineral e industrial. Embora o transporte rodoviário ainda prevaleça, foram dadas novas prioridades ao setor com a retomada da expansão ferroviária, dutoviária, aeroviária e aquaviária destacando o desenvolvimento do setor fluvial, modalidades com maior capacidade de carga e exceto no setor aeroviário, com custos operacionais mais baixos. A projeção da matriz de transportes também está inserida numa política de preservação ambiental, de acordo com a legislação nacional e cumprindo acordos internacionais firmados.

3. a) As regiões Nordeste e Sudeste apresentam perfis econômicos e sociais bastante díspares. O Sudeste possui uma economia mais multifacetada com altos níveis de industrialização, serviços variados e sofisticados, agronegócio, num ambiente financeiro dinâmico, enquanto o Nordeste ainda possui um perfil econômico primário apesar do surgimento de polos industriais em Salvador, Recife e Fortaleza.

b) Apesar da expansão industrial de Minas Gerais observada ao longo da década de 1990 e depois, São Paulo ainda é a maior economia brasileira por seu dinamismo e diversidade de atividades.

4. a) 1 - 150.000.000 16 - x x = 16 . 150.000.000 : 1 x = 2.400 Km As abelhas não atingem a Patagônia e a Cordilheira dos

Andes devido a baixas temperaturas e pouca umidade. b) Dentre os vários aspectos positivos, podemos destacar:

pode ser feita em pequenas áreas; ajuda na complementação da renda familiar; tem baixos custos, possibilita o cooperativismo.

5. a) A questão trata das diferenças de custos operacionais

no transporte de carga dentro do território nacional e em direção a áreas internacionais. A distância econômica no Brasil é ditada por políticas de privilégio ao transporte majoritariamente rodoviário com maiores custos em comparação com o transporte marítimo para as rotas internacionais mostradas na ilustração. O resultado é que a distância econômica encarece o transporte em distâncias mais curtas na comparação com o uso dos navios, veículos de menor custo, nas grandes distâncias.

b) Dentre os problemas logísticos que ampliam as discrepâncias vistas na questão anterior (e que ultrapassam o tradicional barateamento dos custos do transporte marítimo devido à quantidade de tonelagem transportada em uma única viagem), pode-se destacar:

- Os altos custos do transporte rodoviário, já que a malha de circulação do país é fundamentada nesse meio de transporte (tradicionalmente um dos que mais encarece o preço das mercadorias);

- A privatização das rodovias brasileiras, o que aumenta o número de pedágios nas estradas do país;

- Sistema de transporte desarticulado; - Os elevados impostos (ICMS e IPI) devido à desconexão

entre as políticas fiscais, nas mais variadas escalas de ação do poder público nacional.

- A precariedade de transporte ferroviário. - A falta de políticas públicas para o sistema hidroviário. - Saturação/gargalo do sistema portuário brasileiro. 6. a) Alguns dos aspectos que explicam a relação entre os

índices de desigualdade digital: - o alto índice de desigualdade digital da região Norte deve-

se à sua baixa inclusão social, que resulta da situação econômica historicamente produzida;

- o favorecimento de políticas públicas, implementadas pelo Estado nacional, direcionadas prioritariamente às regiões Sul e Sudeste, fez configurar altos índices de desigualdade na região Norte;

- o alto índice da desigualdade digital da região Norte decorre das desigualdades econômicas iniciadas no período colonial e consolidadas durante o processo de industrialização;

- a baixa densidade econômica e a precária infraestrutura da região Norte produzem isolamento e baixo índice educacional, proporcionando pouco acesso às novas tecnologias.

b) Dentre os vários fatores que determinam as desigualdades digitais entre os estados de Tocantins e São Paulo, podem ser destacados os seguintes:

- organização espacial no Tocantins, caracterizada pela dispersão e, em São Paulo, pela concentração;

- diferenciação econômica, que define as atividades e o uso do território: o Tocantins é agrário, enquanto São Paulo é industrial;

- índice de escolaridade em São Paulo superior ao do estado do Tocantins;

- melhor distribuição de renda no estado de São Paulo do que no estado do Tocantins.

7. a) - A opção foi decorrente de políticas governamentais voltadas para a expansão da indústria automotiva no Brasil;

b) - Baixo custo: capacidade de transporte de grande volume de carga por longas distâncias a preços baixos em relação ao transporte aéreo e rodoviário;

- Baixo grau de poluição: Menor consumo de combustíveis e consequente redução na emissão de CO2;

- Menor custo de manutenção: A conservação das ferrovias exige menor aplicação de recursos.

8. a) Segundo o Ibama, a categoria RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) refere-se às Unidades de Conservação situadas em áreas de posse e domínio privado, onde se permite uma exploração sustentável, por meio de atividades como ecoturismo, pesquisa, recreação e educação. As regiões Sul (76,6%) e Sudeste (65,0%) são as que apresentam maior participação percentual de terras sob

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o controle do capital privado no país. A categoria Floresta Nacional refere-se às Unidades de Conservação localizadas em áreas de posse e domínio público, onde são permitidas atividades de pesquisa, educação, recreação e turismo. Esse tipo predomina no Norte (27,5%) porque essa região é a que apresenta a menor participação de terras sob o controle do capital privado, no país.

b) Reservas Biológicas são Unidades de Conservação de Proteção Integral, de Posse e Domínio Público, onde o acesso e o uso só são permitidos para atividades de pesquisa e educação ambiental. Uma Reserva Extrativista é uma Unidade de Conservação, de Posse e Domínio Público, com o uso concedido aos extrativistas sob rígido controle, permitindo-se uma exploração sustentável.

9. Duas das características: - grande disponibilidade de terras para o plantio, sem

necessariamente diminuir a área destinada à produção de alimentos

- temperaturas que permitem mais de uma safra de um grande número de produtos

- fotoperíodos longos durante quase todo o ano, favorecendo o crescimento dos vegetais utilizados para produção de biocombustíveis

- pluviosidade adequada à produção agrícola na maior parte do país

- condições adequadas ao cultivo da cana-de-açúcar, cujo álcool é mais barato do que obtido a partir de plantas cultivadas em áreas temperadas, como o milho e a beterraba

Um dos riscos socioeconômicos: - redução da área plantada destinada a alimentos - aprofundamento da concentração fundiária Um dos riscos ambientais: - ampliação do desmatamento do cerrado e da Amazônia

para realizar o plantio de espécies passíveis de gerar biocombustíveis

- possibilidade de aumentar a poluição hídrica causada por agrotóxicos em virtude da intensividade dos cultivos realizados pela agroindústria

- expansão de monoculturas, comprometendo a biodiversidade de ecossistemas regionais

10. a) Entre os elementos associados à ocupação da Região Amazônica que ameaçam as Unidades de Conservação temos: frentes madeireiras, frentes de pecuária, frentes agrícolas, urbanização e assentamentos (frentes de povoamento), estradas e atividades mineradoras.

b) A fiscalização das Unidades de Conservação é mais difícil na Amazônia que em outras regiões do país em função da extensão territorial da região e da dificuldade de circulação.

11. Dois dentre os corredores: - BR 163 e BR-364 e ferrovia Ferronorte - BR 364 e hidrovia dos rios Madeira e Amazonas - BR 174, que liga Roraima a Manaus e a Itacoatiara - BR 163 e suas conexões para os portos de Paranaguá e

Santos - Estradas para escoar a produção do leste do Pará (região

de Paragominas) pelo porto de Belém - E. F. Carajás, que escoa a produção do sudeste do Pará

e sul do Maranhão através do porto de Itaqui - hidrovias dos rios Paranaíba, Paraná e Tietê, ferrovia

Ferroban e principais rodovias estaduais paulistas Dois dentre os aspectos: - estradas mal conservadas - subaproveitamento das hidrovias - falta de manutenção e de dragagem dos portos - carência de ferrovias para transportar a produção - diferença de bitolas entre as ferrovias existentes - alto custo dos pedágios nas rodovias privatizadas 12. As regiões Norte e Centro-Oeste evoluem geograficamente

a partir de um quadro físico de grande potencial e condições

humanas e econômicas favoráveis. Constituem-se em fronteiras agropecuárias atraindo contingentes populacionais que dão dinamismo à economia, principalmente a partir da crescente participação do capital através do agronegócio em lavouras como soja, algodão e arroz, entre outras. Destaque também para a implantação de polos industriais e investimentos em infraestrutura de silagem e escoamento de produção através de hidrovias e portos secos, que facilitam as transações comerciais.

13. a) Os grandes adensamentos populacionais das áreas metropolitanas, a precariedade dos transportes públicos (insuficiente para suprir a demanda) e o imenso número de veículos particulares em circulação, de uso individual, estão entre os fatores principais dos congestionamentos.

b) O agravamento da poluição atmosférica, devido à queima de combustíveis fósseis, e a intensificação das enchentes, pelo aumento de vias de circulação impermeabilizadas pelas camadas asfálticas, estão entre os principais problemas ambientais decorrentes desse modelo de sistema de transporte.

14. O gráfico mostra uma simetria entre os custos e a extensão das redes de transporte no Brasil. Apesar de mostrar custos mais baixos por quilômetro rodado, o caminhão é um veículo com baixa capacidade de transporte e pequena autonomia se comparado aos demais sistemas, o que o torna mais caro em função da maior extensão de rodovias em comparação aos demais meios de transporte cuja capacidade de carga é maior.

15. a) Entre outras estratégias encontram-se: a disciplina fiscal, para equilibrar as contas públicas; a abertura comercial e a desregulamentação do setor financeiro; investimentos externos diretos; privatizações para diminuir os gastos públicos e aumentar a eficiência do setor produtivo; a flexibilização da legislação trabalhista; a reforma previdenciária, diminuindo a participação do Estado.

b) Entre outras críticas, podem ser citadas: a necessidade de equilibrar os gastos públicos diminuiu os investimentos em infraestrutura; as mudanças na legislação trabalhista não foram suficientes para diminuir o desemprego; a abertura da economia não foi suficiente para atrair os investimentos externos que acelerariam o crescimento da economia; baixas taxas de crescimento no nível internacional; a diminuição do papel do Estado agravando as condições sociais da população.