sumÁrio zonas ecolÓgico econÔmicas do estado do …€¦ · zonas principais, acompanhadas de...

25
SUMÁRIO 1. ZONAS ECOLÓGICOECONÔMICAS DO ESTADO DO MARANHÃO..................................................2 2. PROPOSTA PRELIMINAR DE ZONAS E SUBZONAS E DE DIRETRIZES GERAIS E ESPECÍFICAS ............8 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................ 24 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 25

Upload: others

Post on 09-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

SUMÁRIO 

 

1.  ZONAS ECOLÓGICO‐ECONÔMICAS DO ESTADO DO MARANHÃO .................................................. 2 

2.  PROPOSTA PRELIMINAR DE ZONAS E SUBZONAS E DE DIRETRIZES GERAIS E ESPECÍFICAS ............ 8 

3.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 24 

4.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 25 

    

Page 2: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

1. ZONASECOLÓGICO‐ECONÔMICASDOESTADODOMARANHÃO

O Macro Zoneamento Ecológico-Econômico do estado do Maranhão (Macro ZEE-MA)

é coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento do Maranhão –

SEPLAN-MA em colaboração permanente de várias instituições governamentais que

compõem a Comissão Estadual do Zoneamento Ecológico – Econômico - CEZEE e o

Comitê Técnico – Científico – CTC, ambos criados pelo Decreto Estadual nº

29.359/2013/MA, de 11 de setembro de 2013.

Desde fevereiro de 2013, os trabalhos de subsídios para elaboração de uma proposta de

Macrozoneamento para o estado do Maranhão está sob a responsabilidade da Embrapa

Monitoramento por Satélite (Campinas - SP) e Embrapa Cocais (São Luís - MA)

contando com a parceria institucional de vários órgãos do estado. A elaboração do

Macro ZEE-MA é uma determinação legal conferida pelo Decreto Federal nº

7.378/2010, de 01 de dezembro de 2010 que instituiu a elaboração deste instrumento em

todos estados da Amazônia legal.

O Macro ZEE-MA é um instrumento técnico de informação sobre o território estadual,

para planejar a ocupação racional e o uso sustentável dos recursos naturais, construído a

partir de dados e informações integradas em uma base geográfica que classifica o

território segundo suas potencialidades e vulnerabilidades, definindo diretrizes de uso e

ordenamento das terras rurais para as unidades de território do zoneamento.

Além disso, o Macro ZEE-MA é um instrumento político de regulação do uso do

território, permitindo integrar as políticas públicas, descartando o convencional

tratamento setorizado de modo a aumentar a eficácia das decisões políticas. Representa

um instrumento de negociação entre as várias esferas de governo e entre estas, o setor

privado e a sociedade civil, isto é, é um instrumento para a construção de parcerias. É

também, um instrumento do planejamento e da gestão territorial para o

desenvolvimento regional sustentável. Significa que não deve ser entendido como um

instrumento apenas corretivo, mas também ativo, estimulador do desenvolvimento.

A construção da presente proposta do Macro ZEE-MA foi elaborada em escala

1:1.000.000 e baseada nas diretrizes metodológicas do Zoneamento Ecológico-

Econômico (ZEE) do Ministério do Meio Ambiente, publicada em 2006. Isso implica

Page 3: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

em algumas restrições na sua aplicação relacionadas ao nível de detalhes oferecidos pela

escala de trabalho dos mapas temático e do Macro ZEE ao milionésimo.

Assim, a proposta do Macro ZEE-MA apresenta as bases técnicas para a espacialização

das políticas públicas para promover o ordenamento territorial, considerando as

limitações e potencialidades ambientais e socioeconômicas consideradas pelo

Zoneamento, representando assim, os anseios de setores econômicos e segmentos

sociais e políticos e as condições físico-bióticas locais e regionais.

A construção do Macro ZEE-MA foi baseada em dados secundários e estudos

conduzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

Monitoramento por Satélite, realizados entre 2012 a 2013 no estado do Maranhão. Esta

base de dados e informação foi constituída por componentes cartográficos, descritivo-

numéricos e documentais/textuais, inseridos em três grandes áreas: meio físico-biótico,

meio socioeconômico e organização jurídico-institucional. Por fim, estas áreas foram

utilizadas para integrar os produtos-síntese temáticos construídos a partir da integração.

Deste modo, foi analisado todo o território estadual de forma integrada,

considerando as potencialidades e limitações, físico-bióticos, socioeconômicos e

jurídico-institucionais para definir unidades homogêneas de atividades ecológico-

econômicas, propondo diretrizes gerais e específicas de uso e ocupação para cada

unidade, sempre observando as limitações da escala de trabalho (milionésimo) da

presente proposta de zoneamento.

Tais diretrizes subsidiaram a elaboração de programas, projetos e ações para sua

implementação, possibilitando aos tomadores de decisão adotar uma perspectiva

convergente com as diretrizes de planejamento e desenvolvimento regional de forma

econômica e ecologicamente sustentável na região.

A elaboração da proposta de Zoneamento considerou, por um lado, os processos

naturais, que têm a lógica dos sistemas naturais sintetizada nos princípios da

ecodinâmica. De outro lado, considerou os processos sociais, que respondem à

dinâmica econômica e aos objetivos políticos. E por último, os aspetos jurídicos e

institucionais, sintetizados em terras públicas de usos especiais previstos em legislação

específica, que definem e afetam a espacialidade do uso da terra em várias áreas na

Page 4: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

região. Com isso, a metodologia tem de forma implícita o desafio de manter as

especificidades de cada eixo de análise e, ao mesmo tempo, promover a sua integração.

Assim, a classificação do Macro ZEE do estado do Maranhão destina-se a pensar o

território e gerar diretrizes compatíveis com a gestão e ordenamento no âmbito

Estadual.

Segundo MMA (2006), as diretrizes de uso e ocupação para a gestão do território são de

dois tipos: a) de abrangência geral, indicadas para o desenvolvimento sustentável de

toda a área, independentemente da divisão das zonas; b) de abrangência específica para

cada uma das zonas, de acordo com a singularidade das características que as compõem.

Tais diretrizes levam em conta critérios e princípios compatíveis com os problemas

sociais e ambientais identificados, com as potencialidades dos recursos naturais e

humanos da região, com as fragilidades ambientais e os riscos existentes de degradação.

As diretrizes gerais e específicas devem, portanto, envolver dimensões físico-

territoriais, sociais e econômicas e político-institucionais, dentro dos limites de

viabilidade de implantação direta ou de apoio às ações de outros atores públicos e

privados que convirjam para os objetivos desejados.

As diretrizes gerais serão apresentadas para o Estado e as diretrizes específicas deverão

apontar quais ações governamentais deverão ser priorizadas para cada Unidade de

Intervenção. Cabe esclarecer que, a discussão, revisão e complementação das diretrizes

gerais e especificas propostas inicialmente pela consultoria deverá ser objeto de ampla

discussão com os diferentes Atores que atuam no Estado.

A figura a seguir apresenta do fluxograma do Projeto.

Page 5: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 1: Fluxograma do Projeto do Macrozoneamento Ecológico Econômico do Maranhão

Os produtos-síntese do Zoneamento Turístico podem ser separados em:

FLUXOGRAMA DO PROJETO DO MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO MARANHÃO

POTENCIAL NATURAL

POTENCIAL SOCIAL

ZONAS ECOLÓGICO-ECONÔMICAS

Climatologia

Geologia

Geomorfologia

Pedologia

Vegetação

Uso da Terra

Estudos Populacionais

Economia e Gestão do Espaço

Infra-Estrutura

Condições de Vida

Zoneamentos regionais e locais

Aspectos Legais

Aspectos Institucionais

Programas, Planos e Projetos

Vulnerabilidade Natural a Erosão

Análise Socioeconômica (viabilidade econômica)

Gestão Territorial

SITUAÇÃO ATUAL

MACROZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DO MARANHÃO

DIRETRIZES E PROPOSTA DE PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES SOCIOAMBIENTAIS

POTENCIALIDADES E

LIMITAÇÕES

Integração com planejamento regional e local

Page 6: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

O estudo realizado na etapa do diagnóstico subsidiou a elaboração de uma síntese para

gestão do território do ponto de vista ecológico e socioeconômico. Este estudo

envolveu:

Avaliação dos Graus de Sustentabilidade das Unidades Territoriais.

Sobreposição das cartas temáticas de vulnerabilidade natural, de uso e ocupação

do território, análise das imagens de satélites utilizadas através do uso de sistema

de informações geográficas definindo os níveis de sustentabilidade de uso do

território.

Levantamento da Legislação Atual de Ordenamento do Uso do Território incluindo:

Unidades de conservação, reservas indígenas, áreas especiais e estratégicas

definidas na legislação da União;

Unidades de conservação, reservas e áreas especiais definidas pela legislação

estadual;

Unidades de conservação, reservas e áreas e especiais definidas na legislação

municipal.

A partir da visão geral da vulnerabilidade ambiental e da análise socioeconômica foi

construída a Carta de Gestão do território. A síntese da vulnerabilidade natural e da

análise social fornecerá condições de classificar as zonas, buscando expressar os graus

de restrições em preservação, conservação e manejo controlado, bem como as

possibilidades de expansão e consolidação das atividades socioeconômicas, respeitando

a legislação atual, conforme esquema proposto pela Secretaria de Assuntos Estratégicos

da Presidência da República - SAE/PR em 1996:

Vulnerabilidade Natural

Consolidação Recuperação

Conservação Expansão

Potencialidade 

Page 7: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 2: Classificação das potencialidades e fragilidades das unidades de análise

Deste modo, a síntese do grupamento de unidades territoriais pode ter a seguinte

classificação, com o objetivo da implantação do macrozoneamento ecológico-

econômico:

I. Áreas produtivas, envolvem:

Consolidação: áreas já consolidadas em termos de uso de solo e que são atualmente

utilizadas para atividades produtivas, inclusive com capacidade ambiental e

tecnológica para ampliação.

Expansão: áreas com nível de vulnerabilidade suportável, o que permite vislumbrar

a expansão de atividades para o desenvolvimento econômico de forma estratégica e

programada, com manejos territoriais adequados.

II. Áreas Sensíveis, envolvem:

Recuperação: devido à sua vulnerabilidade natural e/ou o uso indiscriminado do seu

solo requer ações de recuperação ambiental, associada à realização de grande

potencialidade socioeconômica detectada.

Conservação: áreas que devido à sua alta vulnerabilidade requerem atenção especial,

tanto para o uso, sempre em manejo especial, de seus recursos naturais quanto para

implantação das atividades econômicas, que devem priorizar a conservação de sua

condição de uso do solo e de sua biodiversidade.

III. Áreas Institucionais, envolvem:

- De preservação e conservação da natureza, como Unidades de Conservação;

- De uso restrito e controlado, como terras indígenas;

- De interesse estratégico nacional, como as áreas de fronteiras.

As zonas foram subdivididas em subzonas. A delimitação de subzonas foi

baseada nas características das unidades de análises (ambientais e socioeconômicas) de

forma a indicar condições homogêneas do ponto de vista de diretrizes para

implementação do Macro ZEE do Maranhão.

Page 8: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Por fim, vale dizer que a presente carta-síntese é uma proposta técnica que procura

sistematizar e representar o conhecimento sobre a área objeto do zoneamento.

Entretanto, a efetiva definição e implantação das Zonas Ecológico-Econômicas e

diretrizes zonais dependerão de uma ampla discussão e negociação social e de sua

regulamentação política de instrumentos legais de gestão territorial.

2. PROPOSTA PRELIMINAR DE ZONAS E SUBZONAS E DEDIRETRIZESGERAISEESPECÍFICAS

Conforme mencionado acima, a proposta preliminar do Macrozoneamento Ecológico-

Econômico (MacroZEE) do estado do Maranhão, foi preparada a partir de análises da

base de dados e de levantamentos recentemente realizados em campo na região pela

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.

As análises aqui realizadas buscaram a integração de dados temáticos de forma a

entender os processos dinâmicos que interagem naquele Estado. De um lado, os

processos naturais, cuja lógica pode ser sintetizada nos princípios da ecodinâmica. De

outro os processos sociais, que respondem à dinâmica econômica e a objetivos políticos.

Assim sendo, a metodologia adotada para elaboração desta proposta de Macro ZEE do

Maranhão enfrentou desafios de manter as especificidades destas lógicas distintas e, ao

mesmo tempo, promover sua integração.

O procedimento metodológico envolveu basicamente sínteses temáticas representando

as temáticas de vulnerabilidade natural e potencialidade social, que possibilitaram a

elaboração de uma proposta de gestão do território baseada nos níveis de

sustentabilidade e na legislação existente.

Na presente proposta de Macro ZEE para o estado do Maranhão, foram definidas quatro

zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos

d´água. Os potenciais, as limitações e restrições ao uso convencional dos recursos

naturais são apresentados para cada Zona e Subzona. De forma consistente, os usos

sustentáveis dos recursos naturais e do solo são recomendados para todas as zonas,

embora de acordo com a sensibilidade e fragilidade de cada ambiente, sejam também

recomendados a adoção de manejos especiais e sistemas alternativos para o

aproveitamento do potencial natural e uso da terra. Os limites das principais áreas

Page 9: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

urbanas e corpos d´água continentais também foram considerados, porém não foram

atribuídas diretrizes zonais nesta proposta de zoneamento, pois são áreas objeto de

instrumentos específicos de planejamento da ocupação, uso, manejo e ordenamento

territorial. A seguir é apresentada a descrição de cada Zona Ecológico-Econômica (1 a

4) e de cada Subzona, bem como suas respectivas propostas de diretrizes de uso, manejo

e aproveitamento no contexto do Zoneamento Econômico-Ecológico do estado do

Maranhão.

As zonas definidas e delimitadas em escala ao milionésimo (1:1.000.000), o que limita

as referências detalhadas em nível local e, por isso, devem ser consideradas como marco

inicial de orientação, planejamento e ordenamento territorial estratégico em nível

Estadual. É altamente recomendado que no futuro breve seja realizados novas

aproximações de Zoneamento, incluindo então o detalhamento dos estudos temáticos e

integrados em uma escala 1:250.000 ou mais detalhada, em que unidades menores de

orientação ao uso da terra, dentro de cada zona ou subzona, poderão ser criadas,

oferecendo informações detalhadas para o manejo mais apropriado do solo e dos

recursos naturais, ao encontro de propósitos do desenvolvimento socioeconômico e

ambiental. Neste caso, estas unidades poderão utilizar como referência ou ponto de

partida as macrodiretrizes das zonas e subzonas aqui definidas.

As diretrizes gerais e específicas propostas envolvem as dimensões físico-territoriais,

sociais e econômicas e político-institucionais, dentro dos limites de viabilidade de

implantação direta ou de apoio às ações de outros atores públicos e privados, de forma a

atender aos objetivos desejados. As diretrizes das zonas e subzonas aqui propostas no

MacroZEE do Maranhão deverão subsidiar o planejamento, o ordenamento, o manejo e

o uso adequado dos recursos naturais de seu território.

Tais diretrizes levam em conta critérios e princípios compatíveis com os problemas

sociais e ambientais identificados, com as potencialidades dos recursos naturais e

humanos da região, com as fragilidades ambientais e os riscos existentes de degradação.

A proposta de zoneamento deverá priorizar diretrizes e a adoção de políticas que visem

à manutenção da qualidade ambiental do Maranhão com ênfase no desenvolvimento

social e econômico, na exploração sustentável dos seus recursos naturais e na destinação

de áreas para conservação e proteção.

Page 10: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

planejamento e zoneamento ambiental visando ordenar o espaço territorial,

compatibilizando a convivência dos seres com as atividades nelas exercidas,

Diretrizes gerais podem ser propostas para o estado do Maranhão, a saber:

A manutenção, diversificação, alteração ou ampliação de atividades humanas

deverão ser planejadas e implementadas buscando o melhor ordenamento do espaço

territorial, compatibilizando a conservação dos recursos naturais e o

desenvolvimento socioeconômico, adotando atividades e técnicas compatíveis com

cada unidade territorial;

Investimento na qualidade da Educação (em todos os níveis), especialmente para

capacitação profissional;

Investimento na melhoria dos serviços públicos, com ênfase em saúde, segurança,

infraestrutura, entre outros,

Estímulo ao processo de urbanização e melhoria da infraestrutura e serviços

criando condições para o empreendedorismo com a preocupação ambiental, em

especial no entorno das cidades;

Estímulo ao desenvolvimento agrícola, com melhoria tecnológica e verticalização

para a agroindústria, incluindo produtos agrícolas e do extrativismo regional e

piscicultura , estimulando a agregação de valor aos produtos.

Implementação da infraestrutura para expansão do corredor de exportação via porto

de Itaqui, incluindo também a expansão e fortalecimento dos modais de transporte

rodoviário, ferroviário e hidroviário;

Estímulo aos Arranjos Produtivos Locais (APL´s), com a alocação de investimentos

públicos visando consolidar atividades produtivas, gerar emprego e renda e

articular redes produtivas para fomentar inclusão social produtiva;

Melhoria da capacidade de planejamento e de gestão, considerando o alto nível de

influência governamental nas atividades produtivas;

Estímulo ao turismo sustentável, inclusive utilizando o potencial natural e o

arqueológico;

Utilização de pagamento de serviços ambientais como mecanismo de conservação

de áreas frágeis;

Execução do Zoneamento Ecológico-Econômico na escala estadual de 1:250.000;

Page 11: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Criar e fortalecer uma Comissão Permanente de Implementação e Monitoramento

do ZEE;

Fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental, observando Código Florestal,

Áreas Especiais Protegidas, com desenvolvimento de serviços de apoio ao produtor

rural, como pagamento por serviços ambientais, assistência técnica;

Difundir informações que orientem o pequeno e médio produtor no acesso a

recursos financeiros e crédito para ampliar suas atividades de forma sustentável;

Dar cumprimento às recomendações, conforme legislação vigente, sobre obras

arquitetônicas, tombamento, atividades culturais e exposições;

Preservar sítios arqueológicos presentes na região. As sítios que forem objeto de

utilização pública, implementar com políticas sustentáveis de turismo ou

ecoturismo;

Fortalecer o sistema de conservação da biodiversidade realizando estudos e

implantando atividades de cunho ambiental em áreas mais sensíveis indicadas pelo

zoneamento;

Ampliar o apoio as Populações Tradicionais visando a melhoria das condições de

vida e da produção em seus territórios, baseado em sistemas alternativos de uso

sustentável dos recursos naturais.

A tabela a seguir apresenta os detalhes das diretrizes gerais propostas para cada Zona.

Tabela 1: Descrição das Zonas Ecológico-Econômicas.

ZONA DESCRIÇÃO DAS ZONAS DIRETRIZES

1

(Consolidação e Expansão dos

Sistemas Sustentáveis de Produção)

Maior potencialidade social e menor vulnerabilidade ambiental. Áreas de usos agropecuário, industrial, mineração, 

agroflorestal e florestal, com graus variáveis de ocupação e potencialidade social e de

vulnerabilidade ambiental, que caracterizam diferentes suas subzonas.  

Em geral, são áreas associadas em diferentes níveis às frentes de 

consolidação/expansão e conversão das áreas naturais para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, indústriais, 

florestais e minerárias. 

Como diretrizes gerais, devem ser estimulados o desenvolvimento das atividades primárias nas áreasdesmatadas ou convertidas para outros usos agropecuário ou agrícola, com práticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente o solo, preservando os remanescentes de vegetação natural.  

Deve‐se estimular também o manejo sustentado dos recursos naturais com recuperação de áreas degradadas, de preservação permanente (matas ciliares e de encostas) e da reserva legal, incluindo o aproveitamento alternativo da vegetação secundária.  

Recomenda‐se a adoção de políticas públicas compensatórias 

Page 12: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

visando à manutenção dos recursos vegetais remanescentes, evitando a sua conversão para sistemas agropecuários extensivos. 

O pagamento por serviços ambientais (recursos hídricos, biodiversidade, regulação climática, etc.) deve ser incentivado para manter os remanescentes de vegetação nativa.   

As obras de infraestrutura tais como estradas, ferrovias, hidrovias e portos, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso das subzonas. 

Políticas públicas e investimentos para consolidação de atividades produtivas, com fortalecimento da infraestrutura existente e melhoria dos serviços públicos e privados. 

A maior parte desta Zona deve ser objeto de projetos de consolidação, fortalecimento e ampliação da infraestrutura de transportes nos diferentes modais (rodoviário, hidroviário e ferroviário). 

Realizar uma estratégia de comunicação dirigida para as populações tradicionais, em especial, as comunidades quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, ribeirinhos com ênfase no levantamento da situação atual dessas populações, mapeamento de suas localizações, cadastramentos (quando for o caso) e implementação participativa da produção sustentável com inclusão social de atividades extrativistas, fortalecendo as iniciativas de mobilização social e capacitação gerencial junto a essas comunidades. 

2

(Uso sustentável dos Recursos Naturais)

Menor potencialidade social e maior vulnerabilidade ambiental. Áreas com alto potencial dos recursos naturais para uso 

extrativista, em muitos casos, consideradas relevantes na conservação e preservação ambiental dada a sua vulnerabilidade 

natural, beleza cênica ou especificidade de sua localização. Em geral, são áreas com 

baixo potencial social.  

 

São áreas predominantemente destinadas a usos alternativos ou especiais dos recursos naturais, sob o manejo sustentável. Em alguns casos, dado às suas características ambientais, estas áreas poderão compor novas unidades de conservação em suas diferentes modalidades. 

As Políticas públicas e investimentos devem ser controlados e direcionados levando em conta as limitações e fragilidades ambientais locais. 

Page 13: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Enfoque especial deve ser na recuperação das áreas degradadas ou modificadas pela agricultura / pecuária. 

São áreas prioritárias para estudos complementares e mais detalhados para avaliação mais criteriosa das características socioeconômicas e ecológicas, em subsídio a destinação mais adequada destas áreas. 

3

(Áreas de influência costeira)

Áreas de influência costeira, com potencial social predominantemente baixo, envolvendo a baixada litorânea, áreas de restinga, áreas de dunas e áreas tabulares costeiras do estado do Maranhão. São compostas por complexos estuarinos, restingas, manguezais, praias, baias, ilhas, enseadas, dunas fixas e móveis, sistemas deltaicos, estuarinos e bacias lacustres. 

Algumas áreas estão caracterizadas por processos centenários de ocupação e uso por populações tracionais (pescadores artesanais, quilombolas e comunidades indígenas); 

Várias áreas abrangidas por projetos e planos de desenvolvimento em andamento para o aproveitamento dos recursos naturais. 

O uso e aproveitamento desta Zona deverão ser compatíveis com as características socioambientais, potenciais e limitações naturais.  

As atividades das comunidades tradicionais e indígenas podem ser fomentadas, mas carecem de ordenamento, organização, controle e desenvolvimento.  

Do mesmo modo, os projetos de aproveitamento energético (gás, petróleo, energia eólica) e de desenvolvimento do ecoturismo, aquicultura, carcinocultura e recursos pesqueiros, devem ser planejados, monitorados e compatíveis com as características dos locais (potenciais e limitações) de influência dos projetos.

4

(Áreas Institucionais e usos especiais)

Áreas Institucionais, constituídas pelas áreas protegidas de uso restrito e 

controlado, previstas em Lei e instituídas pela União, Estado ou municípios. Uso e 

restrições definidas por legislação específica. 

Uso e restrições definidas por legislação específica. Garantir a integridade do ecossistema. 

 

Urbana Constituídas por áreas compreendidas no perímetro urbano dos municípios com as maiores densidades populacionais do 

estado do Maranhão. 

Uso definido e orientado por respectivos Planos Diretores Municipais  

Corpos d´água Constituídas por áreas compreendidas por rios, lagos e represas. 

Uso definido e orientado por legislação específica. 

A figura abaixo apresenta a distribuição espacial das propostas das zonas ecológico-

econômicas para o estado do Maranhão.

Page 14: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 3: Distribuição das Macrozonas Ecológico-Econômicas do Estado do Maranhão

De forma mais detalhada, a tabela a seguir apresenta as áreas e seus respectivos

percentuais ocupados do território do estado do Maranhão. Observa-se que a Zona 1

ocupa quase 67% de todo território estadual, seguida pelas Zonas 3, 4 e 2,

respectivamente.

Tabela 2: Distribuição espacial das áreas de cada zona ecológica-econômica proposta para o estado do Maranhão.

Zonas Área (Km2) (%) 1 219.988,0           66,3 2 20.247,9             6,1 3 50.193,9           15,1 4 39.077,8           11,8 

Áreas urbanas 1.366,1             0,4 Corpos d´água 1.063,8             0,3 

Total                 331.937,5       100,0 

A Figura abaixo apresenta o Mapa das Macrozonas Ecológico-Econômicas do Estado

do Maranhão.

66,3% 6,1% 

15,1% 

11,8% 

0,4% 0,3%  Zona 1

Zona 2

Zona 3

Zona 4

Área urbana

Corpos de água

Page 15: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 4: Mapa das Macrozonas Ecológico-Econômicas do Estado do Maranhão

Page 16: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

De mesmo modo, a Tabela abaixo apresentada as subzonas propostas e suas descrições e diretrizes propostas. Tabela 3: Descrição das Subzonas Ecológico-Econômicas.

SUBZONA DESCRICAO DA ZONA DIRETRIZES

Subzona 1.1

São áreas com alto potencial social. Estão dotadas de infraestrutura suficiente para o desenvolvimento das atividades agrícolas, agropecuárias, florestais, industriais e minerárias consolidadas, sobretudo atendidas por vias de acesso e escoamento da produção consolidada. O custo de oportunidade da preservação da vegetação nativa se tornou excessivamente elevado para garantir a conservação destas áreas fora das APP´s ou reserva legal. A aptidão agrícola predominantemente é considerada boa. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa.

Nas áreas convertidas é recomendado o estímulo ao incremento da produtividade agrícola, reflorestamento e agropecuária, baseada em técnicas modernas de manejo e conservação dos solos e recursos hídricos, com incentivos para agroindústrias, indústrias, mineração, consolidação da infraestrutura de transporte e produção, de forma a maximizar os custos de oportunidade representados pelo valor da vegetação nativa remanescente.

Consolidação e desenvolvimento de polos industriais e de reflorestamentos, implementando políticas de abastecimento de matéria prima e de destinação e tratamento de resíduos, especialmente nas regiões de grandes centros urbanos como Imperatriz, Açailândia, Estreito, Porto Franco, Codó, Caxias, Timon e Aldeias Altas.

Os programas de reforma agrária e regularização fundiária devem ser direcionados para estas áreas. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção da cobertura vegetal natural remanescente e a recuperação das áreas de preservação permanente e reservas legal desta subzona.

As áreas de vegetação secundária fora da Reserva Legal e Áreas de Proteção Permanente devem ter prioridade de aproveitamento em caso da necessidade de conversão de mais áreas de vegetação nativa.

Subzona 1.2.

São áreas com médio potencial social, com processo de ocupação instalado e em expansão, com quantidade evidente de remanescentes de vegetal natural fora das APPs e reservas legais, passível de aproveitamento e conservação. Os processos de ocupação, geralmente, ainda não estão controlados. Aptidão agrícola predominantemente boa a regular. Vulnerabilidade natural à erosão predominantemente baixa a média.

Os processos de ocupação necessitam esforços para a regularização fundiária e controle da exploração dos recursos naturais e do desmatamento. Devem ser implementadas políticas públicas para a manutenção da cobertura vegetal natural e a recuperação das áreas de preservação permanente desta subzona, com medidas compensatórias visando à preservação dos recursos florestais remanescentes. Os desmatamentos incrementais devem estar condicionados às potencialidades e fragilidades naturais e ao uso da terra pretendido, e em especial no contexto de programas de reforma agrária em processo de implementação.

Nas áreas convertidas é recomendado o estímulo ao incremento da produtividade agropecuária, baseada em técnicas agrícolas mais modernas, envolvendo insumos e práticas de manejo, observando as condições da aptidão agrícola desta subzona. Esta também é a subzona onde é prevista uma ampliação e fortalecimento da infraestrutura de transporte em seus diferentes modais (rodoviário, hidroviário e ferroviário).

Page 17: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

SUBZONA DESCRICAO DA ZONA DIRETRIZES

Subzona 1.3.

São áreas com baixo potencial social, com processo incipiente de ocupação das terras, baixo percentual de conversão da cobertura vegetal natural. Aptidão agrícola predominantemente restrita. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente de baixa a média.

O ordenamento desta subzona deve priorizar o aproveitamento dos recursos naturais remanescentes. As atividades agropecuárias e florestais existentes podem ser mantidas, mas recomenda-se evitar a sua intensiva expansão.

Os processos de ocupação necessitam de esforços para a regularização fundiária e controle da exploração dos recursos naturais e do desmatamento. Devem ser implementadas políticas públicas e incentivos para a manutenção da cobertura vegetal natural desta subzona, com medidas compensatórias visando à preservação dos recursos vegetais naturais remanescentes.

Recomenda-se que os desmatamentos incrementais sejam condicionados e compatibilizados às potencialidades e fragilidades naturais desta subzona e ao uso pretendido, com políticas públicas para o estímulo da manutenção da cobertura vegetal natural.

Nas áreas convertidas, recomenda-se a implantação de consórcios agroflorestais, reflorestamentos e cultivos permanentes de um modo geral. Inclui-se também a ampliação da infraestrutura de transporte (rodoviário, ferroviário e hidroviário) e produção, observando as limitações e fragilidades desta subzona.

São áreas prioritárias para implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) com apoio de instituições públicas buscando o melhor controle e manejo dos remanescentes naturais desta subzona.

Subzona 1.4

São áreas com baixo potencial social, com processo instalado e incipiente de ocupação da terra, com predominância de cobertura vegetal natural. Aptidão agrícola predominantemente restrita. Apresenta especificidades ambientais de maior fragilidade. Apresenta vulnerabilidade natural à erosão predominantemente de média a alta

De um modo geral, devem ser estimulados os usos alternativos do solo e de outros recursos naturais, sem a conversão da vegetação natural, além da proteção dos remanescentes florestais e outras formações vegetais nativas e a recuperação das áreas degradadas, especialmente aqueles localizadas nas reservas legais e nas áreas de preservação permanente.

Estas áreas apresentam alto potencial para aproveitamento dos recursos naturais (produtos madeireiros e não-madeireiros e recursos hídricos), que podem ser aproveitados de forma sustentável. Nas áreas desmatadas, é recomendado o desenvolvimento de atividades que contribuam com a proteção e manejo dos solos, tais como os reflorestamentos, consórcios agroflorestais e cultivos permanentes de um modo geral.

Recomenda-se que eventuais desmatamentos incrementais sejam bastante criteriosos, considerando as características naturais de cada propriedade, em especial a vulnerabilidade à erosão, às potencialidades e fragilidades naturais dos recursos naturais e ao uso pretendido.

São áreas prioritárias para implementação do

Page 18: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

SUBZONA DESCRICAO DA ZONA DIRETRIZES Cadastro Ambiental Rural (CAR) com apoio de instituições públicas.

Subzona 2.1.

Zonas onde as atividades de conversão da vegetação natural em outros usos são pouco expressivas. A manutenção dos recursos naturais apresenta-se relevante, com boas possibilidades de conservar o estado natural. O valor das terras pode ser incrementado mediante aproveitamento sustentável dos recursos naturais, com exploração seletiva de seus produtos. Algumas áreas apresentam alto potencial para o uso alternativo dos recursos naturais remanescentes, tais como os serviços ambientais do REDD, ecoturismo e pesca em suas diversas modalidades.

O ordenamento destas zonas deve priorizar o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, evitando a conversão da cobertura vegetal natural para outros usos. As atividades agropecuárias existentes podem ser mantidas e sua expansão deve ser criteriosa.. As áreas de campos naturais podem ser utilizadas, sob manejo adequado, observando as especificidades socioambientais locais, De um modo geral, devem ser fomentadas as atividades do uso dos recursos naturais, incluindo o extrativismo, especialmente pelas comunidades tradicionais, além do ecoturismo e a pesca em suas diversas modalidades.

Recomenda-se para esta subzona prioridade para projetos de pagamento por serviços ambientais, incluindo o sequestro de Carbono, produtor de águas, biodiversidade e regulação climática.

A ampliação de obras de infraestrutura tais como estradas, hidrovias e ferrovias, deverão estar condicionadas às diretrizes de uso das subzonas e estudos prévios e criteriosos deverão ser realizados para mitigar os seus potenciais impactos socioambientais. .

Zona 2.2.

Apresentam potencial socioeconômico inexpressivo. A conservação/preservação dos recursos naturais é relevante, dado as características ambientais, fragilidade e características de sua biodiversidade.

Destinadas à conservação da natureza, em especial da biodiversidade, com potencial para atividades científicas e econômicas de baixo impacto ambiental sob manejo sustentado. O aproveitamento destas áreas deve se desenvolver sem conversão da cobertura vegetal natural e, quando extremamente necessário, somente em pequenas áreas para atender à subsistência familiar. As áreas já convertidas deveriam ser direcionadas para a recuperação. É recomendado também a criação de áreas protegidas de domínio público ou privado, devido às características específicas de sua biodiversidade, de seus habitats e de sua localização em relação ao corredor ecológico regional.

Recomenda-se para esta subzona prioridade para projetos de pagamento por serviços ambientais, incluindo o sequestro de Carbono, produtor de águas, biodiversidade e regulação climática.

Recomenda-se também o planejamento e a realização de estudos adicionais para avaliar detalhadamente as características sociais e ambientais para elaboração de propostas de novas áreas de conservação, dado as características

Page 19: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

SUBZONA DESCRICAO DA ZONA DIRETRIZES ambientais e de localização espacial desta subzona

SUBZONA DESCRICAO DAS SUBZONAS DIRETRIZES ZONAIS

Subzona 3.1.

Áreas de ambientes frágeis de influência costeira, a maioria de alta produtividade natural, envolvendo o golfo e a baixada Maranhense e litoral oriental, compostas por complexos estuarinos, restingas, manguezais, praias, baias, ilhas, enseadas, dunas fixas e móveis, sistemas deltaicos, estuarinos e bacias lacustres. São áreas que apresentam ainda potencial natural de gás, petróleo, turismo (praias e dunas) e de produção via carcinocultura, aquicultura e pesca em geral.

Parte desta subzona poderão ser aproveitada por uso e atividades de populações tradicionais (pescadores artesanais, quilombolas e comunidades indígenas) para o extrativismo e aproveitamento dos recursos naturais em nível local.

Projetos de empreendimentos para a implantação de sistemas produtivos devem ser desenvolvidas de forma sustentável, mitigando e compensando seus impactos, e estarem em acordo com a vocação natural destas áreas, envolvendo o ecoturismo, a carcinocultura, aquicultura e pesca profissional.

O aproveitamento do potencial da energia eólica, gás natural e petróleo devem observar as particularidades locais e estabelecerem sistema de mitigação e compensação de seus impactos.

Subzona 3.2.

Áreas mais altas de influência costeira, com vulnerabilidade ambiental média, envolvendo predominantemente o litoral ocidental do Estado, no entorno de florestas de manguezais, com processo de ocupação e conversão dos recursos naturais moderado, caracterizado especialmente pela agropecuária. Apresenta quantidade substancial de remanescentes naturais, onde a manutenção dos recursos naturais se apresenta relevante, com boas possibilidades de conservar o estado natural.

A utilização dos recursos ambientais deverá seguir legislação, planos e diretrizes específicas das unidades instituídas. O valor das terras pode ser incrementado mediante a instituição de incentivos ao pagamento de serviços ambientais e ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais, com exploração seletiva de seus produtos. O desmatamento incremental deve ser criterioso e evitado, de forma a manter as características naturais no entorno de áreas de florestas de manguezais.

Subzona 3.3.

Áreas bastante sensíveis, a maior parte localizadas no litoral ocidental do Estado. Ocupadas predominante por populações tradicionais (pescadores artesanais, quilombolas e comunidades indígenas).

Estas áreas são recomendadas ao uso e atividades de populações tradicionais para o extrativismo e aproveitamento dos recursos naturais em nível local, com incentivo à organização, manejo e agregação de valor aos produtos locais. Trata-se também de áreas onde o pagamento por serviços ambientais devem ser intensificados favorecendo os moradores locais.

Subzona 3.4.

Corpos d´água de influência direta do Oceano Atlântico.

A utilização dos recursos naturais, como a pesca, aquicultura, etc.. deverão seguir regulamentação, planos e diretrizes específicas estabelecidas na legislação específica.

SUBZONA DESCRICAO DAS SUBZONAS DIRETRIZES ZONAIS

Page 20: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

SUBZONA DESCRICAO DA ZONA DIRETRIZES

Subzona 4.1.

Áreas constituídas por Unidades de Conservação de Uso Sustentável.

A utilização dos recursos ambientais deverá seguir legislação, planos e diretrizes específicas das unidades instituídas, tais como Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e outras categorias estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Subzona 4.2.

Áreas formadas por Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Os usos devem se limitar às finalidades das unidades instituídas, tais como Estações Ecológicas, Parques e Reservas Biológicas, Patrimônio Espeleológico, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e outras categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Subzona 4.3.

Áreas formadas pelos territórios ou Terras Indígenas.

Partes do território nacional de uso limitado por lei, onde o aproveitamento dos recursos naturais somente poderá ser efetuado mediante autorização ou concessão da União.

Subzona 4.4.

Área de uso estratégico das Forças Armadas Brasileira, constituído pela área do Forte de São Sebastião de Alcântara.

Parte do território nacional de uso estratégico, restrito e definido por lei, administrados pelas Forças Armadas Brasileiras.

A figura abaixo apresenta a distribuição espacial das propostas das subzonas ecológico-

econômicas do estado do Maranhão. Neste caso, as subzonas 1.1, 1.2, 1.3 e 3.1 são as

que predominam em todo o território estadual, o que caracteriza o Estado com áreas de

desenvolvimento de atividades comuns em zona costeira, industrial, agrícola,

agropecuária e florestal.

Page 21: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 5: Distribuição das Subzonas Ecológico-Econômicas do Estado do Maranhão

A tabela a seguir apresenta maiores detalhes da distribuição espacial das subzonas ecológico-econômica proposta para o Macro ZEE do estado do Maranhão. A Figura abaixo apresenta o Mapa Preliminar do Macro ZEE do Estado. Tabela 4: Subzonas Ecológico-Econômicas, área e percentual.

SUBZONA Área (Km2) Área (%)

Subzona 1,1 35.539,7 10,7 Subzona 1,2 94.916,2 28,6

Subzona 1,3 62.724,5 18,9

Subzona 1,4 26.807,6 8,1

Subzona 2,1 18.112,9 5,5

Subzona 2,2 2.135,1 0,6

Subzona 3,1 31.295,5 9,4

Subzona 3,2 11.510,9 3,5

Subzona 3,3 4.534,7 1,4

Subzona 3,4 3.068,8 0,9

Subzona 4,1 1.539,8 0,5

0 5 10 15 20 25 30

Subzona 1,1Subzona 1,2Subzona 1,3Subzona 1,4Subzona 2,1Subzona 2,2Subzona 3,1Subzona 3,2Subzona 3,3Subzona 3,4Subzona 4,1Subzona 4,2Subzona 4,3Subzona 4,4

Áreas urbanasCorpos d´água

Área (%)

Subzon

aÁrea ocupada por subzona (%)

Page 22: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Subzona 4,2 15.221,6 4,6

Subzona 4,3 22.100,3 6,7

Subzona 4,4 21,8 0,0

Áreas urbanas 1.344,3 0,4

Corpos d´água 1.063,8 0,3

Page 23: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

Figura 6: Mapa das Subzonas Ecológico-Econômicas do Estado do Maranhão

Page 24: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

3. CONSIDERAÇÕESFINAISSeria muito pretencioso elaborar uma proposta rígida de Macro Zoneamento Ecológico-

Econômico para um Estado de grande dimensão territorial e de alta complexidade

socioeconômica e ambiental como o Maranhão. Portanto, este documento trata de uma

síntese da integração dos dados produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária – Embrapa, com o objetivo de iniciar o processo de discussão e

construção final da proposta do Macro ZEE para o estado do Maranhão.

Vale dizer que esta proposta de Macro ZEE para o Maranhão foi construída com base

em dados produzidos em escala ao milionésimo (1:1.000.000). Por isso, este diagnóstico

também revela as limitações dos dados levantados, especialmente quando se desejar

maiores graus de detalhamento em nível local, dado a generalidade imposta pela escala

de trabalho. Porém, tal fato apoia a definição de estratégias para as próximas etapas ou

aproximações para o detalhamento do Macro ZEE estadual.

Outro fator importante diz respeito ao desafio da aplicação da proposta metodológica de

Zoneamento Ecológico-Econômico adotado pelo governo federal para o estado do

Maranhão. Portanto, entende-se que no presente documento é apresentada uma primeira

aproximação da metodologia de elaboração do Zoneamento, que deve ser discutida e

analisada por técnicos e com a sociedade Maranhense. Este processo de discussão da

metodologia e da proposta de Macro ZEE deverá ser mantido até a construção de um

consenso em torno da proposta. Uma vez concluído esta etapa, poder-se-á aplicá-la na

elaboração do Zoneamento proposto para o Estado. Isto deverá ser uma grande

contribuição com as aproximações futuras do zoneamento no Maranhão.

Vale destacar as estratégias para as próximas etapas para a discussão do Macro ZEE do

Maranhão. É necessário que a Coordenação do Programa ZEE se aproprie dos

resultados, incorporando ao documento produzido a visão de Governo, com ajustes e

complementação de diretrizes, dando assim início à discussão da presente proposta. O

presente documento trata-se, portanto, de uma Proposta Final do Macrozoneamento

Ecológico-Econômico do Maranhão. Por fim, deve-se lembrar de que o ZEE é um

processo participativo que envolve exercícios de pensar e planejar um território de

interesse. Este interesse maior é da sociedade que busca construir um futuro sustentável

ecológica e economicamente, com melhores condições de vida para toda a população.

Page 25: SUMÁRIO ZONAS ECOLÓGICO ECONÔMICAS DO ESTADO DO …€¦ · zonas principais, acompanhadas de quatorze subzonas, além das áreas urbanas e corpos d´água. Os potenciais, as limitações

4. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Políticas para o

Desenvolvimento Sustentável. Programa Zoneamento Ecológico-Econômico:

diretrizes metodológicas para o zoneamento ecológico-econômico do Brasil. 3.

ed. rev. Brasília, 2006.

EMBRAPA. Relatório do Diagnóstico do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do

Estado do Maranhão / Mateus Batistella, Édson Luis Bolfe, Luiz Eduardo

Vicente, Daniel de Castro Victoria, Luciana Spinelli Araújo (Org.). –

Campinas, SP: Embrapa, 2013. Volumes I e II.