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sumário editorial .................................................................................... ................. 02 Virgilia Luna Castor de Lima Maria Esther de Carvalho ponto de vista.......................................................................................... 03 INOVAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Maria Lúcia Gross Siqueira Cunha SOBRE COMO PEDRAS POLIDAS NOS AMPLIARAM O ESCOPO DA VISÃO Cláudio Santos Ferreira painel.................................................................................................................. 07 CONHECIMENTOS TÉCNICOS RESULTANTES DE PESQUISA DESENVOLVIDAS NA SUCEN, INCORPORADAS AO PROGRAMA DE CONTROLE Dalva Marli Valério Wanderley FEBRE DE CHIKUNGUNYA “AQUELES QUE SE DOBRAM” Sirle Abdo Salloum Scandar NÚCLEO DE ESTUDOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS - SUCEN NÚCLEO DE ESTUDOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA - SUCEN GRUPO DE FEBRE AMARELA - SUCEN publicações científicas.................................................................................... 16 fatos e fotos....................................................................................................... 22 O MEDO DAS EPIDEMIAS George Duby seção cult............................................................................................................. 26 POEMA DE BEI DAO: RESPOSTA Tradução: Yao Feng carta do leitor.................................................................................................... 27 GERAÇÕES E GERAÇÕES Horacio Manuel Santana Teles março/2012 número 11 SES - SP Informativo SUCEN Superintendente Virgília Luna Castor de Lima Editora Maria Esther de Carvalho Conselho Editorial Eduardo Fonseca Neto l Lúcia de Fátima Henriques Ferreira l Maria Lucia Gross Siqueira Cunha Consultor Científico Cláudio Santos Ferreira Projeto gráfico e editoração Liana Cardoso Soares Revisão Liana Cardoso Soares l Maria Esther de Carvalho e-mail [email protected]

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sumário editorial..................................................................................................... 02 Virgilia Luna Castor de Lima Maria Esther de Carvalho ponto de vista.......................................................................................... 03 INOVAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Maria Lúcia Gross Siqueira Cunha SOBRE COMO PEDRAS POLIDAS NOS AMPLIARAM O ESCOPO DA VISÃO Cláudio Santos Ferreira

painel.................................................................................................................. 07 CONHECIMENTOS TÉCNICOS RESULTANTES DE PESQUISA DESENVOLVIDAS NA SUCEN, INCORPORADAS AO PROGRAMA DE CONTROLE Dalva Marli Valério Wanderley FEBRE DE CHIKUNGUNYA “AQUELES QUE SE DOBRAM” Sirle Abdo Salloum Scandar NÚCLEO DE ESTUDOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS - SUCEN NÚCLEO DE ESTUDOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA - SUCEN GRUPO DE FEBRE AMARELA - SUCEN

puubblliiccaaççõõeess cciieennttííffiiccaass....................................................................................... 16

ffaattooss ee ffoottooss.......................................................................................................... 22 O MEDO DAS EPIDEMIAS George Duby sseeççããoo ccuulltt................................................................................................................ 26 POEMA DE BEI DAO: RESPOSTA Tradução: Yao Feng

caarrttaa ddoo lleeiittoorr........................................................................................................................................................................................................ 27 GERAÇÕES E GERAÇÕES Horacio Manuel Santana Teles

março/ 2012 número 11

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Superintendente Virgília Luna Castor de Lima Editora Maria Esther de Carvalho Conselho Editorial Eduardo Fonseca Neto l Lúcia de Fátima Henriques Ferreira l Maria Lucia Gross Siqueira Cunha Consultor Científico Cláudio Santos Ferreira Projeto gráfico e editoração Liana Cardoso Soares Revisão Liana Cardoso Soares l Maria Esther de Carvalho e-mail [email protected]

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Virgília Luna Castor de Lima Pesquisador Científico - SUCEN

Aproveitando o convite feito pelo grupo do Vector para escrever o editorial deste número, queria agradecer aos colegas da SUCEN pela colaboração dada no último ano no qual desempenhei a função de dirigente da instituição: experiência muito rica para mim, tanto profissional como pessoal. Apesar do trabalho intenso e da grande quantidade de problemas e carências, o exercício do cargo foi um desafio estimulante e, em ocasiões, gratificante. Não tenho dúvidas de que o corpo de funcionários da autarquia detém conhecimentos e experiência para atingir os objetivos relativos à sua missão e de que o potencial de desenvolvimento destas capacidades é, também, muito grande. Há necessidade, porém, de uma visão mais clara e homogênea de onde se quer chegar e qual a melhor maneira de conseguir, para que todos possam remar na mesma direção. As relações com as instituições externas também precisam ser mais bem definidas para a obtenção da necessária integração. Retorno, agora, para o que mais gosto que é dedicar a maior parte do tempo ao estudo e à pesquisa, fazendo parte do corpo de profissionais que compõem a SUCEN e, assim, contribuindo para a melhoria da saúde da população do estado de São Paulo.

Maria Esther de Carvalho Pesquisador Científico – SUCEN

Mais uma vez nos encontramos em ocasião de mudanças. Como é típico desses momentos, aflige-nos o desafio de novas situações. Discute-se a importância dos papéis do controle de endemias e da pesquisa a ele vinculada, no âmbito da instituição. Harmonizar nossas propostas com as metas estabelecidas pelo governo põe à prova nossa maturidade e capacidade de trabalho, características que nos propomos a preservar. Ao longo do tempo temos perdido, sem reposição, recursos humanos de todos os níveis. Isto não só prejudica a formação e a manutenção de equipes, mas também o necessário aperfeiçoamento do pessoal existente. A marcante e progressiva escassez de recursos financeiros tem limitado nossos investimentos em geral. Não obstante, persiste a nossa contribuição nas áreas de controle de vetores, epidemiologia e de pesquisas laboratoriais, representada pelos Departamento de Assistência aos Municípios - DATEM, Departamento de Orientação Técnica - DEOT e Departamento de Laboratórios Especializados - DELAB. Problemas práticos solucionados pelas referidas áreas e indicações de pesquisa estão mostrados nas matérias escritas por Dalva Wanderley e pelos que responderam pelos Núcleos de Estudo de Febre Maculosa Brasileira, Febre Amarela e Leishmaniose Visceral Americana. Nossa produção científica, na forma de projetos concluídos nos últimos quatro anos, atesta a competência dos grupos que, além das atividades mencionadas, dedicam-se a estudos sobre malária, dengue e esquistossomose. Ressaltamos que esses projetos foram apresentados no XIII Encontro Científico da SUCEN, espaço de apresentação e discussão de temas relevantes para a SUCEN. Textos de Maria Lúcia Gross, Cláudio S. Ferreira, Sirle A. S. Scandar e George Duby, introduzido por Liana C. Soares, enriquecem a leitura com os temas abordados sobre “inovação”, “lentes e ampliação óptica”, “nova ameaça transmitida por Aedes, o vírus da Febre Chikungunya” e “paralelo entre epidemias abordadas na Idade Média e nos dias atuais”. Primeira carta do leitor, de Horacio M. S. Teles, comentando matéria escrita por Karin Kirchgatter incentiva todos a colaborar com a crítica construtiva das matérias apresentadas no Vector. Esperamos, ainda, que este informativo não se perca em meio às novas transformações que estão por vir.

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INOVACÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Maria Lúcia Gross Siqueira Cunha Procuradora de Autarquia Chefe - SUCEN

Pensar em inovação na administração pública é quase uma ousadia. As atividades administrativas são, de tal forma, imobilizadas, imobilizadoras e estáticas, não só por exigência legal, mas motivadas por rotinas estabelecidas e nunca revistas, que fica difícil se falar em inovação. No momento em que se inicia um novo ano, nada melhor do que rever procedimentos e rotinas para começar o ano de forma diferente. Estamos no tempo das inovações. Inovação é agora a palavra da moda. É ela que aparece em todo lugar, usada com diferentes conceitos, algumas vezes como mera novidade, outras como nova tecnologia, aperfeiçoamento ou invenção. Será possível se falar em inovação na administração pública? É esta a pergunta que nos vem. Em outras épocas, as palavras que mais apareciam na mídia eram, entre outras: globalização, desenvolvimento sustentável, preservação do meio ambiente, efeito estufa. Era só abrir o jornal ou ligar o rádio ou a televisão que estes assuntos logo apareciam. Ainda estão em foco, mas agora a palavra inovação é a moda. Inovação, conforme o Dicionário Aurélio, "é o ato ou efeito de inovar. Inovar é tornar novo, renovar, introduzir novidade em". A inovação pode ser alguma coisa radicalmente nova, que ainda não existia, ou uma coisa já existente que foi substancialmente melhorada. Com efeito, os atos praticados pela administração pública são, em sua maioria, vinculados, isto é, são os atos praticados pela administração conforme descrito na lei. O administrador público tem muito pouca liberdade ao praticar os atos administrativos vinculados. Sua liberdade é maior ao praticar os atos conceituados como atos discricionários, quando cabe ao administrador praticá-los, após a verificação da oportunidade e da conveniência da realização do ato para a administração pública. No campo da administração a grande diferença entre o administrador privado e o público é que o administrador privado pode fazer tudo o que não estiver proibido em lei, enquanto o administrador público tem que fazer tudo o que estiver estabelecido em lei. Sendo assim, sobra ao administrador público muito pouco espaço para a introdução de inovações. Mas, o mundo mudou e a introdução de equipamentos de informática, por exemplo, alterou várias rotinas de trabalho. Todos os dias são noticiados inventos, criações ou inovações que modificam paulatinamente a vida de todas as pessoas. Para que a inovação se torne tema de importância e realidade também na administração pública é necessário que todos estejam empenhados em fazer propostas de inovações no âmbito de sua atuação; todos devem estar sensibilizados para a introdução da inovação, desde a alta administração até os servidores mais distantes. Os que têm maior possibilidade de sugerir inovações nos métodos de trabalho são aqueles que estão em contato mais direto com suas atividades e que têm o saber, que podem ver melhor quais alterações poderiam ser introduzidas para facilitar as tarefas, quais controles poderiam ser incorporados à sua rotina de trabalho para evitar incorreções, o que poderia ser

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feito para auxiliar e tornar mais ágeis as rotinas, não só as referentes às suas atribuições, mas, também, as atribuições daqueles de quem depende seu trabalho, como às dos que dão continuidade aos mesmos. Assim, conclamo todos os servidores da SUCEN a pensar nas inovações possíveis de serem incorporadas ao dia a dia de seu trabalho e de suas atribuições para que este seja um ano de maiores e melhores realizações.

SOBRE COMO PEDRAS POLIDAS NOS AMPLIARAM O ESCOPO DA VISÃO

Cláudio Santos Ferreira

Professor Associado Aposentado Departamento de Parasitologia

Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo - USP

O poder resolutivo do olho humano “normal” é situado em torno de 0,07 mm para objetos situados à distância de 25 cm. Durante séculos não possuíamos meios de observar uma infinidade de objetos cujas dimensões os tornavam invisíveis para nós. Por exemplo, só após surgirem os primeiros microscópios foi possível observar os componentes dos olhos compostos de certos insetos (Figuras 1 e 2). Alguns fenômenos despertaram a curiosidade humana; por exemplo, a

“fratura” de um galho de árvore quando introduzido na água e o comportamento da luz que atravessava um cristal. Exposto ao sol, um cristal de forma aproximadamente esférica podia iniciar uma fogueira. Um pequeno objeto olhado através de um desses cristais podia adquirir formas estranhas e parecer maior do que realmente era. Deve ter surgido uma dúvida: os cristais já encontrados “em forma de bola” possuem a propriedade “incendiária”, ou o poder de iniciar uma fogueira está associado à forma de bola? Após certo número de tentativas, a forma foi associada ao poder de gerar fogo, “mantidas invariantes as outras condições”. É possível que lentes esféricas e hemisféricas de cristais, vidro, ou mesmo de água (contida em recipientes esféricos) tenham já sido usadas em épocas mais remotas do que cremos (Figura 3).

Pesquisas arqueológicas realizadas na Mesopotâmia, no Egito, na Grécia e em Roma revelaram o encontro de cristais com superfícies convexas, usados para acender fogos e, possivelmente, também ampliar imagens de objetos com os quais entravam em contato. Dentre os gregos e romanos antigos, os idosos com “vista cansada” (presbiopia) usavam, para ler,

recipientes de vidro com bulbo esférico, cheios de água que funcionavam como lentes convergentes. Não por acaso, óptica (optikos, relativo à visão) é palavra grega.

Figura 1 Olho composto de um

"barbeiro".

Figura 2 Olho

composto de uma mosca.

Figura 3 “Lente” formada por água contida em um recipiente

aproximadamente esférico. Observar a deformação da

imagem.

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No século XIII o franciscano Erazm Golek Vitello (1220 – 1280) traduziu do árabe para o latim o livro Thesaurus Opticus de Ibn al Haitam (Al Hazen, 965 – 1039). Seguindo as prescrições desse livro, os frades fabricaram “pedras de leitura” (Figura 4), lentes semiesféricas de cristal de rocha ou berilo polido, que devolviam aos idosos a capacidade de ler livros e observar suas ilustrações. A palavra Brille em alemão se traduz em português por “óculos”. O uso das pedras de leitura, que deslizavam sobre as folhas dos livros, foi abandonado quando surgiram as lentes convergentes biconvexas (lupas), peças delgadas, cuja forma foi comparada à das lentilhas (Figura 5). Colocadas diante dos olhos, elas ofereciam um campo de visão bem mais amplo do que as “pedras

de leitura”. Em várias línguas européias a palavra que significa lente é a mesma que significa lentilha ou dela deriva. A produção de lentes divergentes bicôncavas, então indicadas para corrigir a “vista curta” (miopia), só foi iniciada nos fins do século XV.

As lupas eram úteis para ampliar as mais diversas imagens, de seres vivos pequenos, por exemplo. Na maior parte dos casos eram produzidos aumentos modestos (dois a cinco diâmetros). Lupas com aumentos maiores não eram de uso fácil porque o objeto a examinar e o olho do observador deveriam ficar a distâncias muito pequenas da lente. Em 1590 os holandeses Hans e Zacharias Janssen, fabricantes de óculos (considerados também como inventores do telescópio), fizeram observações sobre os aumentos obtidos com associações de lentes em um mesmo tubo.

Galileu, em 1609, ciente desses experimentos estudou suas bases científicas e projetou um óculo análogo ao seu telescópio, também com duas lentes: uma dirigida para o objeto (objetiva) e outra (ocular), dirigida para o olho do observador. O novo instrumento óptico foi projetado para ampliar imagens, tornando visíveis objetos pequenos. Para este óculo, até então conhecido como “occhialino di Galilei”, o nome microscópio foi proposto por Giovanni Faber, amigo de Galileo e, como ele, membro da Accademia dei Lincei (“Academia dos Linces”), por analogia com o telescópio. Possuindo apenas um sistema de

lentes, as lupas passaram a ser denominadas microscópios simples.

Tipicamente, a objetiva do microscópio composto projeta uma imagem real e ampliada do objeto. A ocular funciona como lupa e aumenta a imagem formada pela objetiva. O aumento total do microscópio composto é o produto dos dois aumentos: da objetiva e da ocular.

O microscópio composto do século XVII não diferia fundamentalmente dos modelos básicos dos dias de hoje (Figura 6). Sua introdução representou um progresso extraordinário e permitiu descobertas importantes no campo das ciências naturais. O livro “Micrographia”, de Robert Hooke, publicado em 1665 com ilustrações que reproduziam imagens microscópicas, chamou a atenção para a microscopia. Na prática, entretanto, o desempenho do microscópio composto não correspondia às expectativas. Esperava-se que este microscópio

produzisse aumentos bem superiores aos das lupas, o que era verdade em teoria, porém na prática, imagens com ampliações superiores a 30 diâmetros tinham contornos indefinidos:

Figura 4 “Pedra de leitura”

(versão moderna, para decoração).

Figuta 5 Lente biconvexa para ser

usada como lupa. Observar as deformações das imagens e aberração da esfericidade.

Figura 6 Microscópio composto (1935).

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resultavam de aumentos vazios, sem ganhos no poder de resolução. As causas deste problema eram principalmente as aberrações cromática e da esfericidade, inerentes às lentes, para a correção dos quais não havia ainda solução.

A aberração cromática se deve à dispersão: os materiais transparentes não possuem o mesmo índice de refração para todos os comprimentos de onda do espectro visível. Uma lente convergente produz imagens superpostas, de diferentes cores (Figura 7). Esta aberração será tanto mais visível quanto maior o índice de dispersão do vidro. Hoje a dispersão é atenuada com o uso de sistemas de lentes com correção cromática e da esfericidade, também tratadas com camadas de substâncias anti-refletoras, para melhorar a qualidade das imagens. A lupa da figura 8 (aumento: 22 X) tem a inscrição “achromat & coated”. A aberração da esfericidade resulta da curvatura esférica das superfícies das lentes. A luz que incide sobre o

centro de uma lente esférica não converge para o mesmo ponto para onde converge a que incide sobre a periferia, disto resultando imagens com contornos difusos. Esta aberração é atenuada com o uso de lentes asféricas, de diafragmas que impeçam a passagem de luz pela região periférica da lente ou de sistemas de lentes que corrijam a aberração da esfericidade, o que é possível ao mesmo tempo em que se corrige a aberração cromática.

Antoni van Leeuwenhoek (Delft, Holanda, 24 de outubro de 1632 – 26 de agosto de 1723) merece um capítulo à parte na história da microscopia. Leeuwenhoek pesquisou grande variedade de seres vivos (“animalcula”) em vários ambientes: água de lagos, água estagnada, placas de dentes, sangue, fezes, líquido seminal, solo, tecidos de

animais e plantas, por exemplo. Seus achados foram comunicados por meio de cartas à Royal Society de Londres (escritas em holandês), acompanhadas de minuciosas descrições, desenhos feitos por um profissional e amostras dos materiais examinados. Em quase todos os casos as descrições foram suficientemente claras e minuciosas para ulterior identificação dos organismos encontrados.

Os instrumentos usados por Leeuwenhoek obedeciam a um esquema simples: possuíam uma placa de latão com pouco mais de dez centímetros de comprimento na qual havia o furo onde estava fixada a lente. No lado oposto ao do observador havia um sistema de parafusos usados para centrar e por em foco a amostra a examinar (Figura 9). Não devia ser fácil lidar com este aparelho, já que era necessário segurá-lo com uma das mãos e mantê-lo a pequena distância do olho. Naquela época, o limite do aumento útil dos microscópios compostos usados em pesquisa biológica no século XVII não ultrapassava vinte ou trinta diâmetros, enquanto que o microscópio simples de Leeuwenhoek produzia aumentos de até 270 diâmetros.

Dentre muitas outras, são de Leeuwenhoek a primeira descrição do protozoário Giardia lamblia, de bactérias e, em 1677, a presença de animalcula (espermatozóides) em líquido seminal. Esta última descoberta permitiu a redução ao absurdo da idéia de geração espontânea. A lista de microorganismos descritos, pela primeira vez, por Leeuwenhoek é extremamente longa.

Leeuwenhoek não tinha educação superior ou diploma universitário e não conhecia o latim ou qualquer outra língua além do holandês. Tais condições seriam suficientes para excluí-lo do meio científico da época. Essas “deficiências” o mantiveram fora da influência dos dogmas

Figura 8 Lupa acromática, com camadas

anti-reflexo (22 X).

Figura 9 Microscópio simples de

Antoni van Leeuwenhoek. Fonte: Wikipedia

Figura 7 Detalhe de imagem de filamento de lâmpada obtida por lupa: observar

aberração cromática.

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então vigentes. Sua investigação se desenvolveu de modo livre e racional. Curiosamente, ele chegou a ser criticado “por ser evidente a falta de um plano em suas pesquisas”. Para alguém que trabalhava em um campo praticamente inexplorado, tal planejamento não teria sentido. Ter sido aceito como membro da Royal Society de Londres em 1680, ao lado de outros pesquisadores já famosos e como membro correspondente da Académie des Sciences de Paris foi algo extraordinário para este notável pesquisador sem formação universitária e monoglota. Seus trabalhos tiveram imensa repercussão e desencadearam um interesse sem precedentes pelos “animálculos” e pelo microscópio, além de prepararem o ambiente científico para receber Luis Pasteur, Robert Koch e todos os que revolucionaram a pesquisa relacionada com os seres microscópicos. O que mudou na microscopia? O advento dos computadores causou um impacto notável na microscopia. Os projetos de sistemas de lentes e das partes mecânicas são feitos com a ajuda de computadores (CAD – “Computer Aided Design”). Aumento da precisão dos cálculos e redução de custos foram os resultados imediatos. Vidros ópticos com características bem controladas, produção de lentes asféricas de vidro ou de material plástico já não representam novidades. A digitização de imagens produzidas pelo microscópio permite seu imediato transporte para telas de grandes dimensões em uma sala de aula, por exemplo. Arquivos fotográficos com acesso rápido e o uso de programas que podem acentuar a nitidez de pormenores e comparação automática de imagens são apenas algumas das inovações introduzidas pela fotografia digital.

ppaaiinneell CONHECIMENTOS TÉCNICOS RESULTANTES

DE PESQUISAS DESENVOLVIDAS NA SUCEN, INCORPORADAS AO PROGRAMA DE CONTROLE

Dalva Marli Valério Wanderley

Assistente Técnico de Direção - SUCEN

Por ocasião da comemoração dos 30 anos da SUCEN, em 2006, um suplemento especial do Boletim Epidemiológico Paulista - BEPA divulgou as diretrizes, normas e aspectos técnicos do controle de endemias; os resultados alcançados; a contribuição dos técnicos da instituição para o estabelecimento e ampliação do conhecimento indispensável para o desenvolvimento de atividades de vigilância e controle das doenças veiculadas por vetores e hospedeiros intermediários. A análise da produção científica da SUCEN, traduzida em trabalhos publicados, mostrou que no período de 1976 a 1984 o tema doença de Chagas correspondeu a 68% das publicações; entre 1986 e 1994, malária, esquistossomose e doença de Chagas somaram 79% e de 1995 a 2006, dos artigos publicados, 26% abordaram a dengue e seus vetores. O cotejo desses resultados com a situação epidemiológica das endemias sob responsabilidade da SUCEN mostrou, para o primeiro período, o marco da interrupção da transmissão vetorial da doença de Chagas pela análise de indicadores entomológicos e sorológicos, além da produção de conhecimentos sobre a biologia e o comportamento das espécies secundárias na transmissão da doença. Para o segundo período, as publicações em esquistossomose resultaram da análise e divulgação da carta malacológica paulista; em malária, da análise do perfil do doente de malária atendido no estado, associado ao intenso fluxo migratório de indivíduos da Região Amazônica em direção ao Sudeste, assim como a vigilância epidemiológica, investigação e controle de focos de transmissão, suscetibilidade de plasmódios a antimaláricos, diagnóstico e tratamento de casos; além daqueles que se propuseram a estabelecer as estratégias para a vigilância entomológica da doença de Chagas. Finalmente as publicações sobre dengue no último período são marcadas por trabalhos que analisaram (1) a dispersão e expansão de Aedes aegypti no estado, suas relações com fatores

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climáticos; (2) resultados do monitoramento da suscetibilidade de Aedes aegypti ao larvicida organofosforado Temefós; (3) padronização de metodologias de bioensaios para avaliação de aplicações espaciais de inseticidas e monitoramento de resistência; (4) genética de populações de Aedes; (5) estudos sobre recipientes artificiais e naturais (bromélias) e (6) produtividade de diferentes tipos de criadouros na manutenção da infestação. Marcam, também, publicações sobre educação e participação comunitária, conhecimentos da população e adoção de práticas educativas.

Destaque-se que a reinfestação do estado de São Paulo por Aedes aegypti teve início em 1985 e que desde o início da década de 1990, a transmissão de dengue vem sendo constatada todos os anos no estado, com tendência de agravamento: aumento do número de casos e de municípios com transmissão e circulação de vários sorotipos (apenas DEN-1 até 1995, DEN - 1 e DEN - 2 de 1996 a 2001 e DEN - 1, DEN - 2 e DEN - 3 de 2002 até março de 2011, e a partir de abril de 2011 os 4 sorotipos).

Para o enfrentamento de doenças emergentes e reemergentes, especialmente a dengue, a leishmaniose visceral americana - LVA e a febre maculosa brasileira – FMB, priorizadas no "Plano Estadual de Saúde", o caminho a ser trilhado deve passar, necessariamente, pela integração eficiente das atividades de pesquisa e das ações operacionais.

Desta forma, a abordagem a seguir terá como foco a contribuição dos conhecimentos adquiridos em estudos destas doenças para a normatização técnica desses programas.

DENGUE

A fundamentação técnica da estratégia de controle do vetor considera que a doença

encontra-se em expansão e com tendência de agravamento. As metodologias de vigilância entomológica visando detectar a dispersão do vetor

(rede de armadilhas e de Pontos Estratégicos – PE) consideram a dispersão passiva e ativa por meio de atividades econômicas e fluxo populacional. O monitoramento dos níveis de infestação em municípios infestados mediante estimativa por amostragem permitiu acompanhar a sazonalidade, detectar flutuações do vetor e determinar o impacto das medidas de controle. A estratificação do território urbano em áreas relativamente homogêneas, que representam unidades de avaliação, possibilitou reorientar permanentemente as atividades de controle, não apenas em função dos valores dos índices, mas de outras informações procedentes desses levantamentos, como criadouros predominantes em determinadas áreas e avaliação do resultado obtido após o desenvolvimento de atividades específicas.

Quanto ao controle do vetor, do universo de imóveis para atividades de operação de campo foram excluídos, das visitas rotineiras, apartamentos acima do 1º andar, devido ao fato de os estudos terem mostrado que os indicadores de infestação nesses imóveis são inferiores quando comparados aos localizados em andar térreo. Medidas de controle que pudessem ser facilmente reproduzidas pelos responsáveis pelos imóveis passaram a ser utilizadas e constituem hoje o foco da abordagem em relação à população. A utilização do controle químico para larvas e alados ficou restrita a situações de transmissão ou quando constatado risco iminente, como na confirmação de caso importado com circulação em área infestada, durante o período de transmissibilidade. Estas estratégias visaram conferir sustentabilidade ao programa.

Na intervenção sobre a forma adulta do vetor, a recomendação técnica de nebulização de inseticida de casa em casa, com equipamento portátil após o controle de criadouros num único ciclo, para o bloqueio da transmissão, foi respaldada em estudos que demonstraram que a maioria das fêmeas do vetor se encontra no intradomicílio.

Quanto aos conhecimentos obtidos com o programa e com as publicações dos técnicos da Instituição, referentes à bioecologia de Aedes aegypti podem ser destacados: influência do clima e da densidade demográfica no processo de dispersão geográfica de populações do vetor; sazonalidade com base na infestação larvária; criadouros predominantes, tipos de imóvel e ambiente domiciliar com maior abundância de focos larvários e de alados,

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locais de oviposição; produtividade de criadouros. Estes achados foram importantes na diferenciação das atividades segundo épocas do ano e áreas geográficas.

No que respeita à vigilância e controle do vetor, destaca-se como inovadora a padronização de métodos de vigilância para formas imaturas e alados e a determinação dos níveis de suscetibilidade de larvas e alados aos inseticidas e mecanismos envolvidos, achados estes imediatamente incorporados ao programa. No primeiro caso na seleção de áreas e imóveis facilitadores da manutenção da infestação para os quais devem ser definidas ações de intensificação e, no segundo, na forma de manejo dos produtos químicos utilizados, inicialmente a substituição do larvicida organofosforado, por formulação, Bti (Bacillus thuringiensis var. israelensis) na região da Baixada Santista e mais recentemente, pelo regulador de crescimento de larvas Diflubenzuron nas regiões da Grande São Paulo, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente e do adulticida piretróide pelo organofosforado em todo o estado. Além disso, a padronização de técnicas de nebulização e a determinação da eficácia do controle de alados com diferentes tipos de equipamentos confirmaram a importância da nebulização com equipamento portátil para a interrupção da transmissão e ratificaram a possibilidade de utilização do equipamento acoplado a veículos para a cobertura de grandes áreas com transmissão estabelecida. Para conferir a eficácia da operacionalização de medidas de controle mecânico, buscando maior sustentabilidade das ações, com envolvimento da população, foi possível preconizar o uso de produtos alternativos ao inseticida, como o cloreto de sódio, uma vez demonstrado que a salinidade da água caracterizava-se como fator limitante à oviposição em fêmeas de Aedes aegypti, a utilização de água sanitária e detergente.

A última revisão da norma técnica de vigilância e controle vetorial incorporou grande parte deste conhecimento. Os técnicos da Instituição continuam a investigar em diferentes regiões do Estado: a positividade e produtividade de determinados tipos de recipientes (caixas d’água e ralos com diferentes características); suscetibilidade de larvas e alados aos inseticidas (incluindo produtos novos, os que se encontram em uso e aqueles que foram utilizados no passado) e mecanismos envolvidos na resistência; níveis de infestação de diferentes tipos de imóveis; avaliação de efetividade e padronização de técnicas de aplicação de inseticida (procedimentos, dosagens) para diferentes equipamentos e/ou inseticidas; medidas de controle para determinados recipientes; metodologia de avaliação da dispersão de fêmeas do vetor, definição de indicadores entomológicos (alados) de risco de transmissão; avaliação de diferentes protótipos de armadilhas (para ovos, para ovos e fêmeas); avaliação do impacto do uso de armadilhas na dispersão e nos níveis de infestação do vetor; avaliação da eficácia e operacionalização do uso de medidas de controle físico não tradicionais nos programas; avaliação de efetividade e padronização de técnicas de aplicação de novos produtos, incluindo estudo de custo; estudos sobre competitividade de Ae. aegypti com outros mosquitos; estudos sobre capacidade vetorial de Ae. aegypti e Ae. albopictus.

LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA - LVA

A situação da leishmaniose visceral americana (LVA), no estado de São Paulo, vem se

destacando, com a situação epidemiológica ganhando contornos cada vez mais preocupantes, ano após ano, desde a detecção no final da década de 1990.

Até 2007 a ocorrência do vetor em área urbana e a notificação de casos humanos e caninos autóctones de LVA, estavam restritas às regiões de Araçatuba, Bauru, Marília e Presidente Prudente, além da confirmação de casos caninos autóctones na região de São João da Boa Vista (Espírito Santo do Pinhal) e na região metropolitana de São Paulo (Embu e Cotia). Dos 645 municípios paulistas, 69 registravam transmissão de LVA, sendo que 45 destes com ocorrência de casos humanos e caninos autóctones (municípios com transmissão canina e humana - TCH); 21 com detecção autóctone de reservatórios domésticos infectados (municípios com transmissão canina - TC) e 3 municípios com casos humanos autóctones sem registro de transmissão canina (municípios com transmissão humana – TH). Com relação ao vetor, em 83 municípios havia sido constatada a presença de Lutzomyia longipalpis, no final de 2011 este número subiu para 125.

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Os estudos iniciais realizados, traduzidos pelos trabalhos do período de 1995 a 2006, que representaram 14% das publicações, forneceram subsídios para a estruturação e implantação do “Programa de Leishmaniose Visceral Americana – LVA” no início da década de 2000. Conhecimentos sobre a biologia da espécie Lutzomyia longipalpis como: velocidade de expansão geográfica de populações do vetor; sazonalidade dos níveis de infestação de casas por alados; avaliação do ambiente domiciliar com maior abundância de alados; comportamento alimentar em ambiente urbano foram considerados na elaboração da norma técnica do Programa. No que diz respeito à vigilância e controle do vetor, estes estudos permitiram padronizar os métodos de vigilância de alados; avaliar a eficácia das medidas de controle químico e do manejo ambiental; padronizar os métodos de vigilância entomológica por meio de capturas manuais e armadilhas elétricas em área urbana; verificar a correlação espacial da densidade de L. longipalpis e a doença, e demonstrar a eficácia e operacionalização das medidas de saneamento ambiental.

Por ser um problema recente, o direcionamento dos recursos para pesquisas neste programa tomou vulto nos últimos dois anos quando foi instituído no âmbito da SUCEN o Núcleo de Estudos de LVA, cujos participantes se dedicaram a avaliar as informações técnicas disponíveis. Em conjunto com as demais áreas da Coordenadoria de Controle de Doenças - CCD, o Instituto Adolfo Lutz - IAL, o Instituto Pasteur - IP e o Centro de Vigilância Epidemiológica - CVE foi estruturado o projeto “Inovação nos estudos epidemiológicos para o controle da leishmaniose visceral americana no estado de São Paulo“, onde a SUCEN é responsável pelas áreas de Entomologia e Educação em Saúde. Iniciado em janeiro de 2011 nos dez municípios pertencentes ao Colegiado de Gestão Regional (CGR) de Adamantina, o mesmo prevê aplicação de forma isolada ou combinada de novas estratégias para o controle da leishmaniose visceral americana: identificação individual da população canina (implantação de “microchip”), controle da reprodução canina por meio da esterilização cirúrgica apenas no município de Adamantina, utilização de coleira impregnada com inseticida (deltametrina 4%) nos cães existentes; além de avaliar as ações preconizadas no Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana, com ampla divulgação, conscientização e estímulo à participação comunitária. Com relação às questões relativas ao vetor Lutzomyia longipalpis, a SUCEN está desenvolvendo estudos nos municípios de Adamantina e Oswaldo Cruz, visando analisar o hábito alimentar das fêmeas de flebotomíneos e verificar a taxa de infecção natural pelo parasito Leishmania chagasi nas fêmeas capturadas, além de monitorar a flutuação desta população vetora na região, por meio de capturas entomológicas no município de Flórida Paulista. A expectativa é que os resultados possam referendar as atividades previstas no Programa e escaloná-las segundo importância e combinação de ações. Pela complexidade da epidemiologia da doença e o papel do reservatório canino na transmissão, a abordagem de controle deve, necessariamente, passar pela integração das ações e respectiva avaliação, como retroalimentação do processo.

FEBRE MACULOSA BRASILEIRA - FMB

Restrita à região de Campinas e Piracicaba na década de 80 (séc. XX), a doença foi se

expandindo para municípios da Grande São Paulo no final da década de 90 (séc. XX) e atualmente está dispersa em várias regiões, exceto Araçatuba e Presidente Prudente. A organização do Manual de Vigilância Acarológica, iniciado em 2002 permitiu que as ações voltadas à vigilância de vetores da Febre Maculosa Brasileira - FMB no estado fossem estruturadas em consonância com a formação de pessoal para coleta e identificação desses vetores. A atividade de pesquisa expressa pelos trabalhos publicados no período de 1995 a 2006 representou 4% das publicações que descreveram a ocorrência da doença em municípios da região de Campinas e sua associação com o parasitismo humano por carrapatos.

A partir de 2006, com o lançamento pela SUCEN de edital de indução de pesquisa visando implementar o desenvolvimento de estudos voltados para doenças nas quais o reservatório silvestre tem papel importante, foram iniciados projetos de investigação cujos resultados trouxeram contribuição importante para estruturação do Programa, que, atualmente, encontra-se em fase de finalização. Foi possível identificar o papel das capivaras

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como amplificadoras da infecção por Rickettsia e, portanto, avaliar a importância na classificação das áreas geográficas e definição das ações a serem desenvolvidas. Desta forma, regiões com presença de capivaras, pesquisa acarológica positiva para o gênero Amblyomma e alta freqüência humana são identificadas como áreas de risco para ocorrência de caso humano de FMB. Ao mesmo tempo, a sorologia de outros animais que fazem parte da cadeia epidemiológica da FMB em diferentes regiões, como cães e eqüinos, quando positiva, pode identificar o risco de transmissão da doença ao homem. A estratificação da positividade, segundo título e prevalência, pode demonstrar que a Rickettsia está circulando na área.

As informações aqui apresentadas confirmam a complexidade que permeia a condução técnica dos programas da SUCEN, ao mesmo tempo em que corrobora a dedicação e compromisso social de seus técnicos, com a aproximação entre os tempos da ciência e da aplicação do conhecimento. Fontes: 1. Boletim Epidemiológico Paulista – BEPA. Revista SUCEN. Sup. 1, vol. 3, 2006. 2. Carvalho ME, Paula MSAP, Ferreira ITRM. SUCEN - Produção Técnico-Científica do período de 1975 a 2006. SUCEN - SES - SP, 2006. 141p. (Doc. Interno).

FEBRE DE CHIKUNGUNYA "AQUELES QUE SE DOBRAM"

Sirle Abdo Salloum Scandar

Diretor Técnico de Saúde Serviço Regional 8 - SUCEN

A febre pelo vírus Chikungunya é uma doença emergente e está se espalhando. Chikungunya (CHIKV) é um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes (www.idmed.uol.com.br). Até recentemente havia sido detectado somente na África, onde estava restrito a um ciclo silvestre (Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999) e, na Ásia e na Índia, onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus. A febre foi descrita inicialmente num surto ocorrido no sul da Tanzânia, em 1952. O nome Chikungunya é curioso e significa "aqueles que se dobram", tem origem em um dos idiomas da Tanzânia. Em 1953, foi documentada a primeira epidemia da doença na Tanzânia, e refere-se à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, a ponto de a pessoa se contorcer e não achar uma posição confortável para ficar (www.wikipedia.org). A transmissão do vírus Chikungunya (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes, principalmente pelo Aedes aegypti (Figura 1). O Aedes albopictus, à parte a sua predileção pelo ambiente silvestre, também é considerado vetor da doença (www.wikipedia.org). Os sintomas da Febre Chikungunya são característicos de uma virose, como febre acima de 39 ºC, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos,

tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares, manchas vermelhas na pele (Figura 2) e podendo apresentar agravamento de dores em pacientes com traumas anteriores. O período de incubação do vírus é de 3 a 7 dias, e o de viremia não maior do que 6 dias, a doença, na maioria dos casos, é auto-limitante. A doença registra baixos índices de

Figura 1- Aedes aegypti. Fonte: boavontade.com

Figura 2 - Manchas vermelhas na pele.

Fonte: boavontade.com

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letalidade (menos de 1%), podendo ser mais elevada em indivíduos com patologias associadas (www.sissaude.com.br). O diagnóstico diferencial com a Febre Hemorrágica da Dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas, é fundamental buscar socorro médico. É interessante ressaltar que, diferentemente da Dengue, por exemplo, doença viral transmitida pelos mesmos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 2 anos (Congresso Brasileiro Medicina Tropical, 2011). Relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) salientam que, a Febre Chikungunya tem sido relatada em vários países, incluindo a Tailândia (em 1953), Indonésia, Taiwan, Cingapura, Malásia, Sri Lanka, Ilhas Maldivas, Quênia (em 2004), Comores (em 2005), Mayotte, Ilhas Seychelles, Maurícias, Reunião (2005-2006) e Índia (2006), e, em menor intensidade, na Itália, Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa, Estados Unidos e Brasil (em 2010). Os casos confirmados pela primeira vez no Brasil, em agosto de 2010, referem-se a dois pacientes do sexo masculino, de 41 e 55 anos, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro, respectivamente, que apresentaram os sintomas depois de uma viagem para a Indonésia. A terceira paciente de 25 anos, moradora do municipio de Tanabi –SP, região de São José do Rio Preto, relatou viagem à Índia. Neste último caso, sob a responsabilidade do Serviço Regional de São José do Rio Preto - SR08 da SUCEN, foram realizados os procedimentos protocolares descritos no NORTE (Normas Técnicas para o Controle de Vetores) com a realização do Bloqueio Controle de Criadouros e Bloqueio de Nebulização, sendo a primeira ação eficaz na eliminação de recipientes onde o Aedes pode se reproduzir e a segunda, em eliminar adultos alados que poderiam se infectar e transmitir a doença. As mesmas ações foram executadas pela SUCEN Regional da Grande São Paulo, nos locais onde os pacientes circularam na cidade de São Paulo. Não houve identificação de outros casos até o momento. A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam sobremaneira a disseminação do vírus, com o risco da introdução e disseminação da doença no Brasil. Fontes: Jupp PG, Kemp A, 1996. What is the potential for future outbreaks of chikungunya, dengue and yellow fever in Southern Africa? S Afr Med J, 86:35-37. Diallo M, Thonnon J, Traoré-Lamizana M, Fontenille D, 1999. Vectors of chikungunya virus in Senegal: current data and transmission cycles. Am J Trop Med Hyg, 60:281-286.

NÚCLEO DE ESTUDOS DE DOENÇAS

TRANSMITIDAS POR CARRAPATOS - SUCEN

Núcleo de Estudos de Doenças Transmitidas por Carrapatos

Principal atuação: Programa de Vigilância e Controle da Febre Maculosa Brasileira (FMB) no Estado de São Paulo.

Ações relevantes da SUCEN no programa em 2011:

• Elaboração das estratégias de vigilância e controle da FMB no estado de São Paulo - classificação de áreas (ofício circular DCV nº 21/2011);

• Promoção do II Simpósio Estadual de Doenças Transmitidas por Carrapatos: o De 21 a 23 de setembro de 2011 na cidade de Campinas - SP.

Fonte: dedetizacaoinsetan.com.br

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o Público Alvo: técnicos; pesquisadores; profissionais das equipes municipais de saúde; estudantes e professores universitários; especialistas na área de doenças transmitidas por carrapatos de importância médica.

o Convidados: Universidade de Uberlândia; Universidade Rural do Rio de Janeiro, Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Saúde Pública e Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”); Universidade de Campinas; Ministério da Saúde através da Secretaria de Vigilância a Saúde.

o Profissionais de outros Estados presentes: Minas Gerais; Rio de Janeiro Espírito Santo; Tocantins e o Distrito Federal.

o Total de participantes: 225 profissionais. • Emissão de parecer técnico e assessoria para municípios objetivando a vigilância

acarológica no controle do carrapato e o manejo/translocação de capivaras instaladas em regiões urbanas;

• Participação na discussão e testes do Sistema de Informação e respectivos Boletins de investigação de foco e de notificação de parasitismo humano;

• Implantação do Laboratório de Sorologia Animal na regional da Grande São Paulo a fim de atender a rotina de vigilância soroepidemiológica do programa (*);

• Elaboração de documento em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo sobre atuação conjunta de ações de vigilância e controle da FMB no Estado de São Paulo em áreas com presença de capivaras.

• Participação na confecção do Informe Técnico do CVE, setembro 2011 com orientações sobre a vigilância acarológica para FMB no Estado.

(*) Vigilância soroepidemiológica, a nova proposta para o Programa de Vigilância e Controle da Febre Maculosa Brasileira tem como principal inovação o uso de animais sentinelas para a detecção da ocorrência de carrapatos infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii. Para tanto, a SUCEN irá produzir lâminas de vidro para microscopia impregnadas com o antígeno da bactéria que serão utilizadas na reação de imunofluorescência indireta. A produção destas lâminas se tornou possível após a instalação de um laboratório na Divisão de Programas Especiais da SUCEN (São Paulo - SP) que proporcionou um nível de biossegurança compatível com o necessário para o cultivo da bactéria R. rickettsii que é extremamente letal para seres humanos, embora seja passível de tratamento por antibioticoterapia. O laboratório conta com cabine de fluxo laminar classe A2, que tem a capacidade de filtrar partículas maiores que 0,3 micrometros. A cabine está contida em uma sala hermeticamente fechada e com sistema de exaustão com filtro HEPA que proporciona ao laboratório pressão negativa quando comparada ao ambiente externo e é capaz de trocar todo o volume de ar do laboratório em intervalos de 15 minutos. Aliado a estas características está o uso de EPI – como avental, luvas e máscara – que proporciona um ambiente extremamente seguro para o cultivo e manipulação da bactéria R. rickettsii em laboratório.

NÚCLEO DE ESTUDOS DE LEISHMANIOSE

VISCERAL AMERICANA - SUCEN

Núcleo de LVA - SUCEN No segundo semestre de 2011, os integrantes do Núcleo de Estudos de Leishmaniose Visceral Americana da Superintendência de Controle de Endemias - SUCEN (Núcleo-LVA - SUCEN) reuniram-se em seis ocasiões, nas quais foram aprofundados assuntos que vem desafiando os esforços para Fonte: leishmanioses.blogspot.com

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melhor entender a problemática da LVA: avaliação do impacto de atividades de manejo ambiental; avaliação do impacto de medidas educativas; análise e avaliação das informações entomológicas disponíveis nos registros de dados; avaliação do controle químico, suscetibilidade e efetividade; investigação quanto ao hábito alimentar do vetor e infectividade, entre outros. Todos os seus dez membros participaram da “Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e Leishmanioses”, realizada em Uberaba - MG, de 26 a 28 de outubro de 2011, promovida pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde em conjunto com a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, enquanto autores e co-autores de dez pôsteres apresentados no evento, nove dos quais sobre temas discutidos no Núcleo de LVA. Estiveram presentes no evento cinco de seus componentes, referendados pela Comissão Científica da SUCEN, que discutiram amplamente as questões que refletem a inquietação da comunidade científica com o panorama epidemiológico da LVA, o qual não deixa dúvidas sobre sua gravidade e franca expansão, além de terem apresentado os trabalhos que estão divulgados nos Anais da Reunião listados abaixo:

Representações sociais da população de região endêmica de leishmaniose visceral americana do Estado de São Paulo.

Estudo sobre as medidas de proteção para leishmaniose visceral americana realizadas pela população da cidade de Adamantina- São Paulo.

Inovação nos estudos epidemiológicos para o controle da leishmaniose visceral americana no estado de São Paulo - Brasil: experiência de construção e implantação de uma nova estratégia de controle.

Fauna flebotomínica em municípios da região Oeste do estado de São Paulo; Razão de prevalência para infecção por leishmaniose visceral americana (LVA)

no município de São Pedro - São Paulo. Distribuição de casos humanos de leishmaniose visceral americana nos

municípios do estado de São Paulo e suas implicações para o planejamento das ações de controle da doença.

Avaliação do sulfato de cobre como fungicida na produtividade de colônia de Lutzomyia longipalpis.

Descrição da positividade sorológica canina para leishmaniose visceral americana em municípios da região Oeste do estado de São Paulo de 2007 a 2010.

Análise comparativa entre o exame parasitológico positivo e técnicas sorológicas no diagnóstico de leishmaniose canina no município de Adamantina - SP.

Merece ainda destacar importante atuação, também no segundo semestre de 2011, de integrantes do Núcleo de LVA - SUCEN na elaboração de artigo referente à atualização da classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de Vigilância e Controle da LVA no Estado de São Paulo, publicado pelo “Comitê de LVA da Secretaria de Estado da Saúde - SP”, no “Boletim Epidemiológico Paulista da Coordenadoria de Controle de Doenças - SES - SP” (volume 8, número 96, dezembro de 2011). O artigo aponta a transmissão de LVA em 100 municípios: 66 municípios apresentam casos humanos e caninos autóctones; 5 registram casos humanos autóctones, embora sem detecção de autoctonia canina (Álvaro de Carvalho, Jaú, Marília, Parapuã e Quintana) e 29 municípios apresentam somente transmissão canina. Relata ainda a presença do vetor Lutzomyia longipalpis assinalada em 125 municípios. Destes, 92 apresentam transmissão canina e/ou humana de LVA, porém, os outros 33 não registram casos caninos e/ou humanos da doença, sendo, portanto, classificados como silenciosos receptivos vulneráveis. Finalmente, destaca também que oito municípios apresentaram registros de casos autóctones, porém sem a confirmação da espécie vetora (Cotia, Embu, Rubinéia, Santa Albertina e Nova Castilho com transmissão canina e Jaú, Quintana e Álvaro de Carvalho com transmissão humana). A introdução e manutenção da LVA em áreas urbanas configuram realidades que requerem cada vez mais estudos de efetividade das ações de controle, sendo que o Núcleo-

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LVA/SUCEN continuará se debruçando em investigações que focalizam táticas integradas de intervenção.

GRUPO DE FEBRE AMARELA - SUCEN

Grupo de Febre Amarela Em 2011, o grupo de febre amarela participou do XII Encontro Técnico-Científico e apresentou o histórico que levou à proposição do monitoramento entomológico e das linhas gerais do monitoramento/levantamento entomológico. Viabilizaram-se neste encontro as seguintes apresentações referentes aos aspectos descritivos da transmissão recente (2008-2009) e estudos referentes à vacina:

a) Situação epidemiológica da febre amarela no país, histórico e tendências (Grupo Técnico de Vigilância das Arboviroses). b) Febre Amarela no estado de São Paulo (Centro de Vigilância Epidemiológica). c) Monitoramento entomológico da febre amarela no estado de São Paulo (SUCEN). d) Vacina de febre amarela (Bio - Manguinhos/ FIOCRUZ).

Em novembro de 2011, o grupo apresentou à superintendência a situação atual do

levantamento e da proposta de continuidade de trabalho, buscando justificar sua atuação. Na ocasião, avaliou-se a limitação na capacidade de identificação dos exemplares, em tempo hábil para se iniciar as análises, ainda que exploratórias, da comunidade de mosquitos. A despeito da dificuldade, as pesquisadoras e aprimorandos do “Laboratório de Entomologia Médica” identificaram amostras de 111 coletas, totalizando 17.758 fêmeas de mosquitos (novembro/2011). Das 86 espécies identificadas, 15 delas pertencem à tribo Aedini e 15 espécies pertencem ao gênero Sabethes. Tais resultados decorreram da supervisão dos pesquisadores e técnicos encarregados das coletas, assim como das equipes de campo com treinamento específico para execução dessas atividades. Concomitantemente, existe o planejamento das diretorias regionais para viabilizar esse cronograma de execução. De modo geral, os participantes concluíram que havia número de amostras que viabilizaria as análises na maioria das unidades. Algumas amostragens em poucas unidades de conservação não atingiram números adequados, por dificuldades técnico-operacionais, mas em breve as coletas serão finalizadas nelas também (abril/2012).

Há grande expectativa dos participantes em buscar nas análises exploratórias padrões de distribuição das amostras de mosquitos coletados nas unidades de conservação. Há tendência no enfoque na distribuição das espécies segundo a fisionomia vegetal, já que esse fator foi considerado desde o início, mas fatores ambientais podem ser relevantes na análise, de modo que as variáveis possíveis devem ser consideradas com cuidado e testadas na busca de padrões. O significado do encontro de padrões a partir das unidades de conservação é extrapolar a ocorrência de espécies potenciais vetoras nas áreas pesquisadas para áreas similares ou modificadas, mas com a mesma origem fisionômica. Ainda os resultados de identificação permitirão que outras análises sejam realizadas em escala local, mas sempre relacionados à biologia e à ecologia dos vetores de febre amarela silvestre.

Fonte: http://www.medicinapratica.com.br

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publicações científicas

ARTIGOS PUBLICADOS Junho a dezembro de 2011

Andrighetti MTM, Galvani KC, Macoris MLG. Evaluation of premise condition index in the context of Aedes aegypti control in Marília, São Paulo, Brazil. Dengue Bulletin 2009, 33:167-75. Araujo-Coutinho CJPC, Bernadino TC, Cunha ABPV, Cavadis CFG. Investigation of biota associated and natural infection by sporulated bacteria in Culicidae larvae from São Paulo, state, Brazil. Journal of Invertebrate Pathology 2011, 107:11-5. Arduino MB, Marques GRAM, Serpa LLN. Registro de larvas e pupas de Aedes aegypti e Aedes albopictus em recipientes com água salina em condições naturais. Boletim Epidemiológico Paulista 2010, 7(83):22-28. Bourke BP, Nagaki SS, Bergo ES, Cardoso JC, Sallum MAM. Molecular phylogeny of the Myzorhynchella Section of Anopheles (Nyssorhynchus) (Diptera: Culicidae): genetic support for recently described and resurrected species. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2011, 106(6):705-15. Cunha ABPV, Medeiros JF, Bernadino TC, Araújo-Coutinho CJPC. Desenvolvimento larval de Simulium (Chirostibia) pertinax (Diptera: Simuliidae) em criadouro artificial. Neotropical Biology and Conservation 2011, 6(2):137. Dibo MR, Menezes RMT, Ghirardelli CP, Mendonça AL, Chiaravalloti Neto F. Presença de culicídeos em município de porte médio do Estado de São Paulo e risco de ocorrência de Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2011, 44(4): 496-503. Glasser CM, Arduino MB, Barbosa GL, Ciaravolo RMC, Domingos MF, Oliveira CD, Pereira M, Silva M, Trevisan AMY. Comportamento de formas imaturas de Aedes aegypti, no litoral do Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2011, 44(3):349-355. Gomes LH, Siciliano MM, Cruz LL, Tolezano JE, Hiramoto RM, Reichmann MLAB, Takaoka NY, Ciaravolo RMC, Rangel O (Comitê de Leishmaniose Visceral Americana da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, SP, Brasil). Classificação epidemiológica dos municípios segundo o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana no Estado de São Paulo, atualizado em novembro de 2011. Boletim Epidemiológico Paulista 2011, 8(96):32-36. [e 14p. anexas]. Lima GF, Levi JE, Geraldi MP, Sanchez MC, Segurado AA, Hristov AD, Inoue J, Costa-Nascimento MJ, Di Santi SM. Malaria diagnosis from pooled blood samples: comparative analysis of real-time PCR, nested PCR and immunoassay as a platform for the molecular and serological diagnosis of malaria on a large-scale. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz 2011, 106(6):691-700. Morais TR, Romoff P, Fávero OA, Reimão JQ, Lourenço WC, Tempone AG, Hristov AD, Di Santi SM, Lago JH, Sartorelli P, Ferreira MJ. Anti-malarial, anti-trypanosomal, and

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anti-leishmanial activities of jacaranone isolated from Pentacalia desiderabilis (Vell.) Cuatrec. (Asteraceae). Parasitology Research 2012, 110(1):95-101. Moreno ES, Rocco IM, Bergo ES, Brasil RA, Siciliano MM, Suzuki A, Silveira VR, Bisordi I, Souza RP. Reemergence of yellow fever: detection of transmission in the State of São Paulo, Brazil, 2008. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2011, 44(3):290-6. Pinto MC, Barbieri K, Silva MCE, Graminha MAS, Casanova C, Andrade AJ, Eiras A E. Octenol as Attractant to Nyssomyia neivai (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) in the Field. Journal of Medical Entomology 2011, 48(1):39-44. Piranda EM, Faccini JLH, Pinter A, Pacheco RC, Cançado PH, Labruna MB. Experimental infection of Rhipicephalus sanguineus ticks with the bacterium Rickettsia rickettsii, using experimentally infected dogs. Vector Borne and Zoonotic Diseases 2011, 11:29-36. Scuracchio P, Vieira SD, Dourado DA, Bueno LM, Colella R, Ramos-Sanchez EM, Lima GF, Inoue J, Sanchez MC, Di Santi SM. Transfusion-transmitted malaria: case report of asymptomatic donor harboring Plasmodium malariae. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 2011, 53(1):55-9. Serpa LLN, Arduino MB, Marques GRAM, Ramos DG. Prevenção da dengue: implicações do uso de tela no controle de Aedes aegypti em reservatórios de água para consumo humano. Boletim Epidemiológico Paulista 2010, 7(80):4-9. Souza RP, Petrella S, Coimbra TLM, Maeda A, Rocco IM, Bisordi I, Silveira VR, Pereira

LE, Suzuki A, Silva SJS, Silva FG, Salvador FS, Tubaki RM, Menezes RMT, Pereira M, Bergo ES, Hoffmann RC, Spinola RMF, Tengan CH, Siciliano MM. Isolation of yellow fever virus (YFV) from naturally infectied Haemagogus (Conopostegus) leucocelaenus (Diptera, Culicidae) in São Paulo State, Brazil, 2009. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 2011, 53(3):133-9. Wanderley DMV, Silva RA, Ciaravolo RMC, Barbosa GL, Rodrigues VLCC. Doença de Chagas e Leishmaniose Tegumentar Americana no Estado de São Paulo. Aspectos entomológicos e de controle no centenário das descobertas. Revista do Instituto Adolfo Lutz 2010, 69(Supl. 1):17-24. Yamasaki T, Duarte AM, Curado I, Summa ME, Neves DV, Wunderlich G, Malafronte RS. Detection of etiological agents of malaria in howler monkeys from Atlantic Forests, rescued in regions of São Paulo city, Brazil. Journal of Medical Primatology 2011, 40(6): 392-400. doi: 10.1111/j.1600-0684.2011.00498.x.

PUBLICAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA Junho a dezembro de 2011

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância do Culex quinquefasciatus / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, Coordenação Francisco Anilton Alves Araújo, Marcelo Santalucia. - 1ª ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 76 p. : il. – (Série A. Normas e manuais técnicos). Participantes da SUCEN na equipe de elaboração: Takaku L, Macoris MLG, Yasumaru S e em créditos por imagens fotográficas: Camargo-Neves VLF.

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Guimarães TC, Gomes AHA, Wanderley DMV, Opromolla PA. Identificação de áreas de maior vulnerabilidade para ocorrência de dengue no Estado de São Paulo no período de 2011-2012. Boletim Epidemiológico do Centro de Vigilância Epidemiológica – BECVE 16 de dezembro de 2011, 1(1):13-15.

RESUMOS EM CONGRESSO E OUTROS EVENTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

Junho a dezembro de 2011

Andrighetti MTM, Telles de Deus J, Galvani KC, Macoris MLG. Avaliação do Índice de Condição de Casa e infestação de Aedes aegypti. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Arduíno MB, Serpa LLN, Marques GRAM, Rodrigues MM. Desenvolvimento de Aedes aegypti sob diferentes concentrações de salinidade em laboratório. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Carvalho ME, Sampaio SMP, Holcman MM, Curado I, Silva CS, Sei IA, Santos LL, Feliti MJ. Avaliação preliminar de hábito alimentar de flebotomíneos em áreas receptivas para Leishmaniose Visceral Americana na região de Presidente Prudente, Estado de São Paulo, Brasil. Anais do XXII Congresso Brasileiro de Parasitologia, 2011, São Paulo/SP, 24 a 27 de agosto. Costa CS, Pelicioni MCF. Promovendo saúde no Horto Florestal. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Dibo MR, Favaro EA, Santos TC, Pagliotto MAS, Zini N, Deitz KVS, Parra MCP, Cassiano JH, Benetti DR, Chiaravalloti-Neto F. Método de amostragem por varredura para estimativa do número de formas imaturas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) em recipientes de grande porte. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Faris MAF, Carvalho ME, Silva CS, Rodrigues VLCC, Salles ARC, Barata JMS. Aspectos epidemiológicos e diagnóstico sorológico de tripanossomatídeos em canídeos selvagens do Parque Ecológico São Carlos no Estado de São Paulo – Brasil. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba - MG. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Uberaba: Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Guimarães LO, Wunderlich G, Bueno MG, Röhe F, Catão-Dias JL, Neves A, Malafronte RS, Curado I, Kirchgatter K. Polimorfismo genético da proteína de superfície do merozoíta 1 de Plasmodium malariae e Plasmodium brasilianum de hospedeiros humanos, símios e mosquito no Brasil. Anais do XXII Congresso Brasileiro de Parasitologia, 2011, São Paulo/SP, 24 a 27 de agosto. Guimarães LO, Wunderlich G, Kirchgatter K. Sequence diversity of merozoite surface protein 1 (MSP1) of Plasmodium malariae within a small focus of transmission in a Brazilian non-endemic area. In: International Meeting on Cellular Biology of Pathogens, 2011, Guarujá/SP. Proceedings of the International Meeting on Cellular Biology of Pathogens, 2011. p. 34.

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Guimarães LO, Wunderlich G, Bueno MG, Röhe F, Catão-Dias JL, Neves A, Malafronte RS, Curado I, Kirchgatter K. A diversidade genética de Plasmodium malariae e Plasmodium brasilianum de humanos, símios e mosquito no Brasil. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Henriques LF, Ciaravolo RMC, Rangel O, Viaro O, Martinosso S. Representações sociais da População de região endêmica da leishmaniose visceral americana (LVA) do Estado de São Paulo. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Henriques LF, Ciaravolo RMC, Rangel O, Viaro O, Martinosso S. Estudo sobre as medidas de proteção para Leishmaniose Visceral Americana realizadas pela população da cidade de Adamantina, São Paulo. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Hiramoto RM, Gomes LH, Rangel O, Ciaravolo RMC, Taniguchi HH, Florêncio-Henchel PF, Gomes AHS, Tolezano JE. Inovação nos estudos epidemiológicos para o controle de Leishmaniose Visceral Americana (LVA) no Estado de São Paulo, Brasil. Experiência de construção e implantação de uma nova estratégia de controle. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro Holcman, MM, Pereira M, Gomes AHA, Barbosa GL, Wanderley DMV. Fatores associados à transmissão de dengue nos municípios do Estado de São Paulo em 2007 e 2008. In: VIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia, 2011, São Paulo/SP, 12 a 16 de novembro. Holcman MM, Sampaio SM, Ciaravolo RMC. Fauna flebotomínica em municípios da Região Oeste do Estado de São Paulo. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Lima GFMC, Levi JE, Geraldi MP, Sanchez MCA, Segurado AAC, Hristov AD, Inoue J, Costa-Nascimento MJ, Santi SMF. PCR em tempo real, nested PCR e imunoensaio em amostras de sangue processadas em pool, como plataforma para o diagnóstico molecular e sorológico da malária em larga escala. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. (1)Macoris MLG, Paduan K, Telles de Deus J, Andrighetti MTM, Ribolla PEM. Estudo genético populacional por SNPs e mapeamento de QTL ligados à resistência a inseticidas no mosquito Aedes aegypti. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Marques GRAM, Chaves LSM, Serpa LLN, Arduíno MB, Chaves FJM. Qualidade da água de abastecimento público e oviposição de Aedes aegypti. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Pereira DCM, Silva VG, Chierici NF, Rodas LAC, Souza WA, Rodrigues VLCC, Pauliquévis Júnior C, Guirado MM. Infestação de Rhodnius neglectus (Hemiptera: Reduviidae) em palmeiras da área urbana do município de Araçatuba. In: 1º Simpósio Laboratorial em Saúde Pública da Região de Araçatuba – Instituto Adolfo Lutz, 2011, Araçatuba/SP, 18 de novembro.

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(2)Pereira M, Favaro EA, Dibo MR, Chierotti AP, Rodrigues-Junior AR, Chiaravalloti-Neto F. Investigação sobre indicadores entomológicos para formas imaturas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) em cidade média do noroeste do estado de São Paulo. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Pessoto U, Barbosa GL, Holcman MM, Sampaio SMP. Caracterização sócio-econômica e cultural da pessoa da família que conheça e seja responsável pela rotina dos domicílios vistoriados para avaliação da densidade larvária de Aedes aegypti executada pela SUCEN regional de Presidente Prudente. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. (3)Pratti ANA, Rangel O. Razão de Prevalência para infecção por leishmaniose visceral americana (LVA) no município de São Pedro – São Paulo. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Rangel O, Sampaio SMP, Ciaravolo RMC, Rodas LAC, Holcman MM, Uchoa F, Andrighetti MTM, Tolezano JE, Hiramoto RM, Gomes LH, Siciliano MM, Henriques LF, Casanova C, Taniguchi HH. Distribuição de casos humanos de leishmaniose visceral americana (LVA) nos municípios de estado de São Paulo e suas implicações para o planejamento das ações de controle da doença. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Rodas LC, Cabral GS, Silva LCR, Holcman MM, Guirado MM, Chierici NF, Silva VG. Avaliação do Sulfato de Cobre, como fungicida, na produtividade de colônia de Lutzomyia longipalpis. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Rodrigues VLCC, Mayo RC, Oliveira VLM, Helbel RC, Tonietti VLB. Notificações de Rhodnius pictipes, Stal, 1872, no município de Mogi Mirim, Estado de São Paulo, Brasil. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Sampaio SMP, Holcman MM, Pereira BA, Poloni M, D’Andrea LAZ. Descrição da positividade sorológica canina para Leishmaniose Visceral Americana em municípios da região Oeste do Estado de São Paulo de 2007 a 2010. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Sampaio SMP, Tubaki RM, Wanderley DMV, Oliveira MN, Franco RN, Koyanagui PH et al. Integração das ações de vigilância em saúde e atenção básica na vigilância e controle de suspeitos de encefalite viral no município de Panorama/SP, 2009. 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças, 2011, Brasília/DF, 31 de outubro a 03 de novembro. Serpa LLN, Leite MA, Marques GRAM, Brito-Arduíno M. Metodologia de manutenção de população de Aedes (Stegomyia) aegypti: efeito da densidade larval no ciclo de vida do mosquito. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. Silva RA, Barbosa GL, Rodrigues VLCC, Wanderley DMV. Situação atual da vigilância entomológica da doença de Chagas no Estado de São Paulo. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro.

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Silva RA, Mercado VTC, Wanderley DMV, Leite RM. Mortalidade por doença de Chagas no Estado de São Paulo, Brasil. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Silva VG, Rodas LAC, Chierici NF, Guirado MM, Pereira DCM. Criação e manejo de Lutzomyia longipalpis, vetor da Leishmania (Leishmania) chagasi no Laboratório de Leishmaniose do SR-09 SUCEN. In: 1º Simpósio Laboratorial em Saúde Pública da Região de Araçatuba – Instituto Adolfo Lutz, 2011, Araçatuba/SP, 18 de novembro. Silva VG, Rodas LAC, Chierici NF, Pereira DCN, Oliveira AF, Guirado MM. Investigação acarológica do primeiro caso relatado de óbito por Febre Maculosa Brasileira no município de Brejo Alegre, SP. In: II Simpósio Estadual de Doenças Transmitidas por Carrapatos, 2011, Campinas/SP, 21 a 23 de setembro. 4)Silva WM, Demiscki JM, Rangel O, Tolezano JE, Hiramoto RM. Análise comparativa entre o exame parasitológico positivo e técnicas sorológicas no diagnóstico de leishmaniose canina no município de Adamantina-SP. In: XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro. Telles de Deus J, Andrighetti MTM, Macoris MLG, Branquinho MS, Kakitani I. Hábito alimentar de Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus e sua implicação na capacidade reprodutiva. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro. (5)Tuan R. Mapeamento microgenômico de Biomphalaria tenagophila (Orbigny, 1835) nas principais bacias hidrográficas do Estado de São Paulo e Sul do Brasil. In: XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 7 e 8 de dezembro.

(1) Prêmio de melhores trabalhos apresentados no XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro.

(2) Prêmio de melhores trabalhos apresentados no XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro.

(3) Prêmio “Aluísio Prata” atribuído nas XXVII Reunião de Pesquisa Aplicada em Doença de Chagas e XV Reunião de Pesquisa Aplicada em Leishmanioses, 2011, Uberaba/MG, 26 a 28 de outubro.

(4) Prêmio de melhores trabalhos apresentados no I Congresso de Pesquisa Cientifica das Faculdades Adamantinenses Integradas, Adamantina/SP, 17 a 21 de outubro de 2011.

(5) Prêmio de melhores trabalhos apresentados no XIII Encontro Científico na SUCEN, 2011, São Paulo/SP, 07 e 08 de dezembro.

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TESES E DISSERTAÇÕES DEFENDIDAS Junho a dezembro de 2011

Trevisan AMY. Persistência da transmissão de Schistosoma mansoni em localidade na região do Vale do Ribeira, São Paulo. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Departamento de Epidemiologia. Dissertação de Mestrado. 2011, 70p..

fatos e fotos

O MEDO DAS EPIDEMIAS George Duby

Texto extraído do livro Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos – São Paulo: Editora UNESP/Imprensa Oficial do Estado, 1999.

George Duby (1919 - 1996), historiador francês,

foi um dos mais importantes medievalistas do século XX.

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seção Cult

POEMA DE BEI DAO Traduções: Yao Feng

“Poeta chinês, Bei Dao nasceu a 2 de agosto de 1949, em Pequim, com o nome de Zhao Zhenkai. O tipo de vida profissional que levou, trabalhando na construção civil entre 1960 e 1980, não o impediu de se dedicar à poesia. Os seus amigos deram-lhe a alcunha de Bei Dao, que significa ‘Ilha do Norte’ pelo fato de ser oriundo do Norte e de temperamento solitário. Em 1976 ganhou uma certa notoriedade, sobretudo nos círculos do Movimento Democrático. Em 1978 participou na fundação da revista literária independente Jintian, que reunia jovens poetas e dissidentes. A revista seria publicada até 1980, altura em que seria banida pelas autoridades chinesas. Em 1978 publicou Taiyang Cheng Zhaji, que incluía o seu poema mais conhecido Huida, em que exprimia o descontentamento pelo desvanecer do horizonte da esperança na China. Em 1980, obteve reconhecimento internacional com a publicação do poema Resposta no jornal oficial de poesia Shi Kan. Nessa altura, passou a trabalhar no Departamento de Imprensa de Línguas Estrangeiras. Em 1985 estreou na ficção, com o pequeno romance Bodon, tornando-se uma das figuras mais proeminentes na prosa modernista chinesa. Assinou, em 1989, e em conjunto com trinta e três outros intelectuais, uma petição dirigida ao Comité Central, com o intuito de liberar os prisioneiros políticos da China. Nesse mesmo ano, foi acusado de ter fomentado o movimento estudantil que resultou no massacre de Tiananmen. Embora se encontrasse em Berlim nessa altura, os seus poemas circulavam entre estudantes, tendo sido mesmo inscritos nas bandeirolas que estes brandiam. Optando por continuar no exílio, restabeleceu a revista Jintiam, que se tornou a voz dos escritores chineses expatriados. Ao fim de uma temporada em que lecionou na Alemanha, na Suécia e na Dinamarca, mudou-se para os Estados Unidos da América, onde obteve um cargo efetivo na Universidade de Michigan.”

Fonte: Infopédia

Fonte: Infopédia

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RESPOSTA Bei Dao Fonte: Sibila A degradação é o passaporte do vilão, A nobreza é epitáfio do nobre. Olhe: como o céu dourado é inundado do reflexo das sombras torcidas dos mortos. Passada a época do gelo, Por que ainda há gelo em toda a parte? Já foi descoberto O Cabo da Boa Esperança, por que mil velas ainda competem no Mar Morto? Eu vim para este mundo trazendo apenas papel, corda e sombra, para anunciar antes do julgamento a voz que tenha sido julgada: Tenho de lhe dizer, mundo, Eu-não-acredito! Mesmo que haja mil desafiantes a seus pés, conte comigo como o milésimo primeiro. Não acredito que o céu seja azul; Não acredito em ecos do trovão; Não acredito que os sonhos sejam irreais; Não acredito que a morte não seja retaliada. Se o mar é destinado a quebrar os diques deixe todas as águas amargas me encherem o coração; Se o continente é destinado a crescer deixe a humanidade optar por outro pico da existência. Novas mudanças e estrelas a brilhar estão a adornar o céu sem obstáculos; São pictogramas de cinco mil anos. São os olhos atentos das gerações futuras.

carta do leitor GERAÇÕES E GERAÇÕES

Horacio Manuel Santana Teles Coordenador da CLRDC - SUCEN

Pesquisador Científico - SUCEN A propósito das considerações assinadas pela Drª Karin K. Hildebrand, publicadas no Vector número 10, a pertinência do assunto não afasta a necessidade de uma reflexão um pouco mais aprofundada sobre as perspectivas da evolução na carreira de pesquisador científico julgando de imediato que o sucesso depende mais da vocação e menos de dificuldades delimitadas em linhas de pesquisa.

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No caso específico da SUCEN, quando se fala da evolução dos pesquisadores, seja dos mais recentemente contratados, como dos mais antigos, o pressuposto é que as distinções observadas com as progressões se deveram à questão vocacional, ou pela opção para a atuação em áreas menos identificadas com a pesquisa científica, como a administrativa. Essa foi uma escolha pessoal, não decorrente da diferença de espaços e oportunidades. Uma vez que na seqüência a evolução dos pesquisadores se dá com provas, cujos resultados superem as notas de corte estabelecidas a partir do coletivo das séries de classes do conjunto de profissionais das instituições de pesquisa do estado, fato é que a promoção é um reconhecimento de mérito estipulado por uma população, em princípio, em condições assemelhadas. Assim, se existem diferenças da progressão entre os integrantes da carreira no âmbito institucional, estas se devem a um contexto mais amplo, menos doméstico. Nesse ponto, também é digno de nota que a escolha da área de concentração dos estudos, da lotação do cargo ou função atividade e, conseqüentemente, das linhas de pesquisa, é uma prerrogativa do pretendente no ato da inscrição para concurso. Também é fundamental o entendimento que as experiências profissionais anteriores ao ingresso na carreira consistem vantagens para a evolução funcional na carreira, desde que respeitados os limites legais dos interstícios para os diferentes níveis. De pronto, fique claro que as especialidades, os conhecimentos e as experiências adquiridas anteriormente pelos candidatos, em estágios, programas de aprimoramento, capacitação e especialização, favorecem o ingresso na carreira, bem como a evolução nos níveis iniciais. Todavia, tomada a premissa que o concurso garanta a participação de profissionais especializados, não necessariamente, mestres ou doutores, a existência de limites de produção científica para a pontuação nas provas é que garante iguais oportunidades para os profissionais que de fato estão no começo do caminho da pesquisa científica e tecnológica como o estabelecimento de limites de produção científica para a pontuação das provas. Logo, o critério visa o tratamento igualitário, não discriminatório. Se disponível a possibilidade do ingresso em outros níveis da carreira que não o inicial, a história já seria outra. Dados esses detalhes, parece fundamental que a discussão não enverede por ressentimentos ou pessoalidades, evitando assim argumentos que comprometam a discussão do assunto livre de pré-juízos, atendendo tão somente às questões exclusivas da carreira, da lotação, agora no contexto institucional. Para efeito de análise, o caso da evolução dos pesquisadores na SUCEN exige a inserção de um componente adicional, que é quantidade de concursos realizados. Salvo falha de memória, desde a criação, os concursos destinados ao ingresso de pesquisadores não passam de quatro, dois de enquadramento e dois de ingresso. Essa situação talvez seja uma das principais causas da dificuldade da diversificação de linhas de estudo. A par da incorporação de novas potencialidades, a inexistência de interação entre as diferentes gerações de pesquisadores é uma importante barreira para o desenvolvimento das gerações subsequentes e, portanto, para a agregação de novos conhecimentos. O distanciamento das gerações também é um notável obstáculo à interação, bem como à criação de identidade com a missão institucional, com os programas e com os planos de trabalho, seja da rotina ou da pesquisa e das especialidades. É causa de conflitos e, paralelamente, o ingresso esporádico de pesquisadores, se não inviabiliza, dificulta muito a análise da adequação dos serviços e a produção de avaliações de resultados, condições estratégicas para o delineamento adequado de prioridades da pesquisa e da prestação de serviços.

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Na sequência, causa estranheza o postulado da existência de uma relação entre as dificuldades do desenvolvimento de linhas de pesquisa e a antiguidade de certos laboratórios da instituição, chamados de pré-existentes. Nessa linha de pensamento, a argumentação envereda pela colocação do engessamento do serviço público, como uma das causas responsáveis pelo tolhimento de pesquisadores em sítios velhos, ultrapassados, resistentes a mudanças, propostas pelos novos pesquisadores. Pressupõe o conflito de velhos e jovens, da antiguidade e novidade. O raciocínio é no mínimo preconceituoso. Desconsidera que o tempo não consiste a melhor medida do sucesso do pesquisador, do cientista, do professor, ou de qualquer profissional que não seja do campo do atletismo. Aliás, são raros os exemplos de trabalhos de jovens ou velhos pesquisadores que isoladamente resultaram em avanços do conhecimento. Laboratórios não ficam antigos por acaso. Ficam antigos porque demonstram um conjunto de resultados que contribuíram para a melhoria das condições de vida da sociedade, com a perspectiva da continuidade de contribuição para a definição de novos patamares de conforto e qualidade de vida para a população, para o país. O tempo não constitui obstáculo à formação de grupos de trabalho, desenvolvimento de novas linhas ou alianças. A perenidade é uma demonstração inequívoca da relevância; não fosse importante, não continuaria. Registre-se que a transmissão dos conhecimentos é fundamental para o desenvolvimento científico. Para tal, a expectativa é que prevaleça a vontade da absorção dos conhecimentos produzidos ao longo do tempo, sem distinção da origem ou do tempo, sem preconceitos. Ninguém faz nada sozinho no atual estágio da ciência. O avanço hoje pede a convergência de muitas especialidades. Todavia, a presença de lideranças equilibradas será sempre imprescindível, justamente porque a idade, o tempo, bem assimilados, são determinantes essenciais do sucesso e das grandes conquistas. Na forma colocada no artigo, fica a impressão do conflito irreconciliável entre o velho e o novo, da relação de causa e efeito negativo na evolução na carreira. Essa postura é um equívoco lamentável, principalmente porque os melhores exemplos são diametralmente opostos. É interessante a observação que o exemplo da autora atesta essa lógica: a maior parte de sua produção científica se deu com a participação de pesquisadores do laboratório onde trabalha, bem como com cooperação de profissionais de outras instituições. No mais concordo que a defasagem salarial promove a debandada dos pesquisadores na primeira oportunidade. Todavia não pactuo com a ideia que a liberdade dos laboratórios da academia seja outro determinante da migração. Aliás, a tolerância parece uma característica em baixa nos ambientes universitários nos últimos tempos. Bom, também creio que o valor das instituições se renova na medida em que os pesquisadores e demais profissionais participam de debates e discussões, não esquecendo que individualmente as colocações são apenas um o verso do retrato. A figura acabada é resultado do acatamento das diferentes opiniões, do debate profundo das diversas questões que envolvem o desenvolvimento científico. Por fim, vai aqui minha admiração pela disposição demonstrada pela autora para a discussão do assunto. Essa disposição abre um campo mais amplo para a reflexão sobre as bases e os rumos da pesquisa científica da SUCEN. Parabéns. Parabéns também aos responsáveis pela manutenção do Vector. Sem dúvida, a publicação caminha a passos largos para a consolidação como um veículo de discussão e de divulgação de conhecimentos cada vez mais respeitável.