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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 5

1. DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942 - Lei de Introdução aoCódigo Civil Brasileiro. .......................................................................................................... 6

2. DAS PESSOAS ................................................................................................................ 8 2.1 - Das pessoas naturais ................................................................................................ 9 2.1.1 - Dos Direitos da Personalidade............................................................................11 2.1.2 - Da Ausência ........................................................................................................11 2.2 - Das Pessoas Jurídicas ............................................................................................ 12 2.2.1 - Das associações e das sociedades ................................................................... 12 2.2.2 – Das Fundações ................................................................................................. 12 2.3 - O Domicílio .............................................................................................................. 13

3. DOS BENS ..................................................................................................................... 14 3.1 - Dos bens considerados em si mesmos .................................................................... 15 3.1.1 -Dos Bens Imóveis ............................................................................................... 15 3.1.2 - Dos Bens Móveis ............................................................................................... 15 3.1.3 - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis .................................................................. 16 3.1.4 - Dos Bens Divisíveis ........................................................................................... 16 3.1.5 - Dos Bens Singulares e Coletivos ....................................................................... 16 3.2 - Dos Bens Reciprocamente Considerados ............................................................... 17 3.3 - Dos Bens Públicos ................................................................................................... 17

4. FATOS JURÍDICOS ........................................................................................................ 19 4.1 - Fatos, atos e negócios jurídicos. ............................................................................. 20 4.2 - Da Representação ................................................................................................... 21 4.3 - Da Condição, do Termo e do Encargo ..................................................................... 21 4.4 - Dos Defeitos do Negócio Jurídico ............................................................................ 23 4.4.1 - Do Erro ou Ignorância ........................................................................................ 23 4.4.2 - Do Dolo .............................................................................................................. 24 4.4.3 - Da Coação ......................................................................................................... 24 4.4.4 - Do Estado de Perigo .......................................................................................... 25 4.4.5 - Da Lesão ........................................................................................................... 25 4.4.6 - Da Fraude Contra Credores............................................................................... 25 4.5 - Da Invalidade do Negócio Jurídico .......................................................................... 25

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4.6 - Dos Atos Ilícitos ....................................................................................................... 27 4.7 - Da Prescrição e da Decadência ............................................................................... 27 4.7-1 - Da Prescrição .................................................................................................... 27 4.7.2 - Da Decadência .................................................................................................. 28

5. DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES .................................................................................. 29 5.1 - Das Modalidades das Obrigações ........................................................................... 30 5.1.1 - Das Obrigações de Dar ..................................................................................... 30 5.1.1.1 - Das Obrigações de Dar Coisa Certa ............................................................ 30 5.1.1.2 - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta.......................................................... 31 5.1.2 - Das Obrigações de Fazer .................................................................................. 32 5.1.3 - Das Obrigações de Não Fazer ........................................................................... 32 5.1.4 - Das Obrigações Alternativas .............................................................................. 33 5.1.5 - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis ............................................................ 34 5.1.6 - Das Obrigações Solidárias ................................................................................ 34 5.1.6.1 - Da Solidariedade Ativa ................................................................................. 34 5.1.6.2 - Da Solidariedade Passiva ............................................................................ 35 5.2 - Da Transmissão das Obrigações ............................................................................. 36 5.2.1 - Da Cessão de Crédito ........................................................................................ 36 5.2.2 - Da Assunção de Dívida ...................................................................................... 36 5.3 - Do Adimplemento e Extinção das Obrigações ......................................................... 37 5.3.1 - Do Pagamento ................................................................................................... 37 5.3.1.1 - De Quem Deve Pagar .................................................................................. 37 5.3.1.2 - Daqueles a Quem se Deve Pagar................................................................ 38 5.3.1.3 - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova ........................................................ 38 5.3.1.4 - Do Lugar do Pagamento .............................................................................. 39 5.3.1.5 - Do Tempo do Pagamento ............................................................................ 39 5.3.2 - Pagamento em Consignação ............................................................................. 40 5.3.3 - Do Pagamento com Sub-Rogação ..................................................................... 41 5.3.4 - Da imputação do Pagamento ............................................................................. 41 5.3.5 - Da Dação em Pagamento .................................................................................. 41 5.3.6 - Da Novação ....................................................................................................... 42 5.3.7 - Da Compensação .............................................................................................. 43 5.3.8 - Da Confusão ...................................................................................................... 43 5.3.9 - Da Remissão das Dívidas .................................................................................. 43 5.4 - Do Inadimplemento das Obrigações ........................................................................ 44 5.4.1 - Da Mora ............................................................................................................. 45 5.4.2 - Das Perdas e Danos .......................................................................................... 46

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5.4.3 - Dos Juros Legais ............................................................................................... 46 5.4.4 - Da Cláusula Penal ............................................................................................. 47 5.4.5 - Das Arras ou Sinal ............................................................................................. 47 5.5 Dos Contratos em Geral ............................................................................................ 48 5.5.1 - Da Formação dos Contratos .............................................................................. 49 5.5.2 - Da Estipulação em Favor de Terceiro ................................................................ 50 5.5.3 - Da Promessa de Fato de Terceiro ..................................................................... 51 5.5.4 - Dos Vícios Redibitórios ...................................................................................... 51 5.5.5 - Da Evicção......................................................................................................... 52 5.5.6 - Dos Contratos Aleatórios ................................................................................... 53 5.5.7 - Do Contrato Preliminar ...................................................................................... 53 5.5.8 - Do Contrato com Pessoa a Declarar ................................................................. 54 5.5.9 - Da Extinção do Contrato .................................................................................... 54 5.5.9.1 - Do Distrato ................................................................................................... 54 5.5.9.2 - Da Cláusula Resolutiva ................................................................................ 55 5.5.9.3 - Da Exceção de Contrato não Cumprido ....................................................... 55 5.5.9.4 - Da Resolução por Onerosidade Excessiva .................................................. 56 5.6 - Das Várias Espécies de Contrato ............................................................................ 56 5.6.1 - Da Compra e Venda .......................................................................................... 56 5.6.1.1 - Da Retrovenda ............................................................................................. 59 5.6.1.2 - Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova .................................................. 59 5.6.1.3 - Da Preempção ou Preferência ..................................................................... 59 5.6.1.4 - Da Venda com Reserva de Domínio ............................................................ 60 5.6.1.5 - Da Venda Sobre Documentos ...................................................................... 61 5.6.2 - Da Troca ou Permuta ......................................................................................... 61 5.6.3 -Do Contrato Estimatório ...................................................................................... 62 5.6.4 - Da Doação ......................................................................................................... 62 5.6.5 - Da Locação de Coisas ....................................................................................... 63 5.6.6 - Do Empréstimo .................................................................................................. 64 5.6.6.1 - Do Comodato ............................................................................................... 64 5.6.7.2 - Do Mútuo ..................................................................................................... 65 5.6.8 - Da Prestação de Serviço ................................................................................... 65 5.6.9 - Do Depósito ....................................................................................................... 66 5.6.9.1 - Do Depósito Voluntário ................................................................................ 66 5.6.9.2 - Do Depósito Necessário .............................................................................. 67 5.6.10 - Do Mandato .................................................................................................. 68 5.6.10.1 - Das Obrigações do Mandatário ................................................................. 69 5.6.10.2 - Das Obrigações do Mandante ................................................................... 69

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5.6.10.3 - Da Extinção do Mandato ............................................................................ 69 5.6.11 - Da Comissão ................................................................................................... 70 5.6.12- Da Corretagem ................................................................................................. 71 5.6.13 - Da Fiança ........................................................................................................ 72 5.6.14. - Da Transação ................................................................................................. 73 5.6.15 - Do Compromisso ou Arbitragem ...................................................................... 73 5.7 - Dos Atos Unilaterais ................................................................................................ 74 5.7.1 - Da Promessa de Recompensa .......................................................................... 74 5.7.2 - Do Pagamento Indevido .................................................................................... 74 5.7.3 - Do Enriquecimento Sem Causa ......................................................................... 75

6. DIREITO DAS COISAS ................................................................................................... 76 6.1 - Da posse ................................................................................................................. 77 6.1.1 - Da Posse e sua Classificação ............................................................................ 77 6.1.2 - Da Aquisição da Posse ...................................................................................... 78 6.1.3 - Dos Efeitos da Posse......................................................................................... 79 6.1.4 - Da Perda da Posse ............................................................................................ 79 6.2 - Dos Direitos Reais .................................................................................................. 80 6.3 - Da Propriedade ........................................................................................................ 80 6.3.1 - Da Aquisição da Propriedade Imóvel ................................................................. 81 6.3.1.1 - Da Usucapião .............................................................................................. 81 6.3.1.2 - Da Aquisição pelo Registro do Título ........................................................... 82 6.3.1.3 - Da Aquisição por Acessão ........................................................................... 83 6.3.1.3.1 - Das ilhas ................................................................................................... 83 6.3.1.3.2 - Da Aluvião ................................................................................................. 83 6.3.1.3.3 - Da Avulsão ................................................................................................ 84 6.3.1.3.4 - Do Álveo Abandonado .............................................................................. 84 6.3.1.3.5 - Das Construções e Plantações ................................................................. 84 6.3.2 - Da Perda da Propriedade .................................................................................. 85 6.3.3 - Dos Direitos de Vizinhança ................................................................................ 85 6.3.3.1 - Do Uso Anormal da Propriedade ................................................................. 85 6.3.3.2 - Das Árvores Limítrofes ................................................................................ 85 6.3.3.3 - Da Passagem Forçada ................................................................................ 86 6.3.3.4 - Da Passagem de Cabos e Tubulações ........................................................ 86 6.3.3.5 - Das Águas ................................................................................................... 86 6.3.3.6 - Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem .................................... 86 6.3.3.7 - Do Direito de Construir ................................................................................ 87 6.4 - Do Condomínio Geral .............................................................................................. 87

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6.4.1 - Do Condomínio Voluntário ................................................................................. 87 6.4.2 - Do Condomínio Necessário ............................................................................... 88 6.5 - Do Condomínio Edilício ........................................................................................... 88 6.6 - Da Propriedade Resolúvel ....................................................................................... 89 6.7 - Direitos Reais de Gozo ou Fruição sobre Coisas Alheias ........................................ 90 6.8 - Da Superfície ........................................................................................................... 90 6.9 - Das Servidões ......................................................................................................... 91 6.10 - Do Usufruto............................................................................................................ 91 6.11 - Do Uso ................................................................................................................... 92 6.12 - Da Habitação ......................................................................................................... 93 6.13 - Do Direito do Promitente Comprador ..................................................................... 93 6.14 - Direitos Reais de Garantia sobre Coisas Alheias ................................................... 93 6.14.1 - Disposições gerais sobre o penhor, hipoteca e a anticrese. ............................ 93 6.14.2 - Do Penhor ........................................................................................................ 95 6.14.3 - Da Hipoteca ..................................................................................................... 95 6.15 -Da Anticrese ........................................................................................................ 97

7. LEI Nº 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964 .............................................................. 98 7.1 - Do Condomínio ........................................................................................................ 99 7.2 - Das Incorporações ................................................................................................... 99 7.2.1 - Da Construção de Edificação em Condomínio ................................................. 100 7.2.1.1 - Da Construção por Empreitada .................................................................. 101 7.2.1.2 - Da Construção por Administração ............................................................. 101 7.2.2 - Das Infrações ................................................................................................... 102

8.LEI No 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979 - Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências .............................................................................. 103

9.1 LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 - Dispõe sobre a proteção do consumidor ....................................................................................................................... 109 9.1 – Definições e Conceitos ..........................................................................................110 9.2 - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço .......................................110 9.3 - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço ........................................111 9.4 - Da Decadência e da Prescrição ..............................................................................112 9.5 - Das Práticas Comerciais .........................................................................................113 9.5.1 – Da Oferta .........................................................................................................113 9.5.2 - Da Publicidade ..................................................................................................113 9.5.3 - Das Práticas Abusivas ......................................................................................114

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9.5.4 - Da Cobrança de Dívidas ...................................................................................115 9.6 - Da Proteção Contratual ..........................................................................................115 9.6.1 - Das Cláusulas Abusivas ...................................................................................116 9.6.2 - Dos Contratos de Adesão .................................................................................116

10. LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 - Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. ...................................................118 10.1 - Da locação em geral .............................................................................................119 10.2 - Da locação residencial ......................................................................................... 121 10.3 - Da locação para temporada ................................................................................. 122 10.4 - Da locação não residencial .................................................................................. 122

11. LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 - Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências ........................................... 125 11.1 – Das atribuições ................................................................................................... 126 11.2 - Da Publicidade ..................................................................................................... 126 11.3 - Do Registro Civil das Pessoas Naturais ............................................................... 127 11.4 - Do Registro Civil de Pessoas Jurídicas................................................................ 127 11.5 - Do Registro de Títulos e Documentos .................................................................. 128 11.6 - Do Registro de Imóveis ........................................................................................ 129

12. LEI Nº 6.530, DE 12 DE MAIO DE 1978 E SEU INSTRUMENTO. REGULAMENTADOR,

13. O DECRETO Nº 81.871, DE 29 DE JUNHO DE 1978. ............................................... 131RESOLUÇÃO-COFECI Nº 146/82 - Aprova o Código de Processo Disciplinar. ................ 136 13.1 - Da jurisdição ........................................................................................................ 137 13.2 - Do Processo Disciplinar ....................................................................................... 137 13.2.1 - Do Auto de Infração ....................................................................................... 138 13.2.2 - Da Representação ......................................................................................... 139 13.3 – Dos Recursos ..................................................................................................... 139Resolução-COFECI n.º 326/92 - Institui o Código de Ética Profissional .......................... 141

QUESTÕES ...................................................................................................................... 144

GABARITO ....................................................................................................................... 171

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................. 172

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APRESENTAÇÃO

Destina-se, o presente trabalho, a introduzir aquele estudante ou o Técnico em

Transações Imobiliárias nos fundamentos dos atos e fatos jurídicos relacionados

exclusivamente com o exercício da profissão de Corretor de Imóveis. Justamente pelo

modesto objetivo, aqui não se aprofundou em discussões doutrinárias e teóricas que

sobram no mundo do direito.

Alguns temas da disciplina Direito de Legislação coincidem com os de outras

disciplinas. Nesse caso procurou-se conceituar e discorrer sobre as conseqüências sob o

ponto de vista estritamente jurídico, deixando o ensino da prática a essas outras disciplinas.

Dado ao foco, procurou-se incluir os tópicos diretamente relacionados à profissão de

Corretor de Imóveis, deixando de lado temas não menos importantes. Nesse sentido, certas

disposições, direitos e obrigações não foram sequer analisadas, ou o foram superficialmente,

considerando que o objeto profissional do Corretor é o imóvel. Deve-se, claro, recomendar

a continuação dos estudos jurídicos, mesmo como forma de aperfeiçoamento pessoal.

O autor.

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1DECRETO-LEI Nº 4.657,

DE 4 DE SETEMBRO DE

1942 - Lei de Introdução ao

Código Civil Brasileiro.

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O tema central da Lei de Introdução do Código Civil é a própria lei, na medida em que versa sobre a vigência dela, sua revogação, da impossibilidade de alegar-se o seu desconhecimento, da aplicação da lei e de suas lacunas, da interpretação da lei e sua eficácia no tempo e no espaço.

A publicação no Diário Oficial é a forma de tornar a lei pública e, portanto, de conhecimento geral. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. A presunção de que todos conhecem a lei não corresponde à realidade, dada a quantidade de leis existentes e à sanha legiferante do executivo.

A lei, para ser imperativa, deve estar em vigor. A maioria delas costuma indicar a data da partir de quando entrará em vigor. Todavia, se uma lei nada dispuser a respeito, entrará ela em vigor 45 dias após a publicação oficial, no território nacional, e em 3 meses nos países estrangeiros onde se admite a legislação pátria.

O intervalo de tempo compreendido entre a data da publicação da lei e sua entrada em vigor denomina-se vacatio legis. O instituto da vacância da lei objetiva a concessão de prazo para que todos se adaptem à nova lei. O novo Código Civil passou a vigorar após um período de vacatio legis.

Via de regra a lei vigorará por tempo indeterminado, até que uma outra lei posterior a modifique ou revogue. Mas a lei nova deve ter hierarquia igual ou superior a da lei modificada ou revogada. Há casos em que a lei é de vigência temporária, principalmente para atender situações extremes, mas passageira.

A lei não é capaz de prever todas as situações jurídicas, e sendo omissa deve o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. A aplicação da lei ao caso concreto deve sempre atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

Uma vez em vigor, a lei tem efeito imediato e geral, mas deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Ato jurídico perfeito é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Direito adquirido é aquele que o seu titular pode exercer, pessoalmente ou por terceiros, ou aquele cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

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2 DAS PESSOAS

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2.1 - Das pessoas naturais

Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida civil, ou seja, tem personalidade

que a autoriza a ser titular de deveres e direitos nas relações jurídicas entre os homens. A

personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida e termina com a morte. A

respiração é considerada como sendo a prova mais eficaz do nascimento com vida.

Todavia, desde a concepção a lei põe a salvo os direitos do nascituro, ser já concebido,

mas que está por nascer. Nesse sentido, o nascituro pode herdar, receber doações e

legados, ser adotado, figurar como sujeito ativo e passivo de diretos e obrigações.

A capacidade civil é a aptidão da pessoa para ser titular, ou seja, exercer direitos e

assumir obrigações na ordem civil. Apesar de toda pessoa ser titular de diretos e deveres,

necessariamente não significa que ela possa exercê-los plenamente. Há casos em que a lei

protege determinados grupos de pessoas, considerando a idade, saúde e o desenvolvimento

intelectual, impedindo-os de exercer pessoalmente seus direitos. A esse grupo de pessoas

dá-se a denominação de incapazes.

Assim, a incapacidade pode ser entendida como a vedação imposta pela lei para a

prática pessoal de direitos e obrigações, não obstante a pessoa ser titular desses direitos e

deveres. Ela pode ser absoluta ou relativa.

São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os

menores de dezesseis anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o

necessário discernimento para a prática desses atos, e os que, mesmo por causa transitória,

não puderem exprimir sua vontade.

A determinação da capacidade da pessoa é de suma importância para a validade do

negócio jurídico, pois ele é nulo quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz. E

sendo nulo não gera nenhum efeito.

No exercício de diretos e deveres os absolutamente incapazes são representados

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pelo pai, tutor ou curador, que pratica ato jurídico em nome ou pelo absolutamente incapaz.

São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer, os maiores

de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e

os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, os excepcionais, sem

desenvolvimento mental completo, os pródigos. O negócio jurídico celebrado por pessoa

relativamente incapaz é anulável.

A lei permite aos relativamente incapazes a prática de atos jurídicos, mas condiciona

essa prática a assistência do pai, tutor ou curador, ou seja, de uma pessoa plenamente

capaz, que se posta ao lado do relativamente incapaz, auxiliando-o na prática do ato jurídico

e integrando-lhe a capacidade.

A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à

prática de todos os atos da vida civil. Todavia, cessará, para os menores, a incapacidade

pela emancipação concedida pelos pais, pelo casamento, pelo exercício de emprego público

efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, pelo estabelecimento civil ou

comercial, ou pela existência de relação de emprego no qual, o menor, com dezesseis anos

completos tenha economia própria.

Uma vez ocorrida a emancipação ela se torna irrevogável e definitiva. Quem se

emancipou pelo exercício do comércio e depois faliu, quem se casou e depois ficou viúvo

ou se divorciou não retorna à condição de incapaz.

A existência da pessoa natural termina com a morte. Pode-se presumir a assim

declará-la, sem decretação de ausência, depois de esgotadas as buscas e averiguações,

nos casos em que é extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida, se

o desaparecido em campanha ou feito prisioneiro não for encontrado até dois anos após o

término da guerra.

A morte presumida tem como conseqüência a abertura da sucessão definitiva quanto

aos bens e a dissolução da sociedade conjugal.

Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar

se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

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2.1.1 - Dos Direitos da Personalidade

Os direitos da personalidade são a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem

das pessoas, o nome e o pseudônimo. Eles são intransmissíveis e irrenunciáveis, não

podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Isto significa que o titular de direitos

de personalidade não pode, exceto em casos específicos previstos em lei, transmitir esses

diretos a outrem, não pode renunciar ou deles dispor voluntariamente.

Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar

perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. O

nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações

que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória, nem se

pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

2.1.2 - Da Ausência

A ausência ocorre quando uma pessoa desaparece do seu domicílio e dela não se tem

mais notícia ou não tenha deixado representante ou procurador. Ao ausente será nomeado

curador, que procederá a arrecadação dos bens.

Os interessados poderão requerer a declaração de ausência e a abertura as sucessão

provisória depois de decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou três anos

se ele deixou representante ou procurador. São considerados interessados na declaração

de ausência o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros presumidos, legítimos ou

testamentários, os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte,

e os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Dez anos depois da abertura da sucessão provisória poderão os interessados requerer

a sucessão definitiva. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o

ausente conta oitenta anos de idade e que as últimas notícias dele remontam a cinco anos.

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2.2 - Das Pessoas Jurídicas

Pessoa jurídica é a entidade constituída de homens ou bens com vida, direitos,

obrigações e patrimônio próprios. São de direito público, interno ou externo, e de direito

privado. A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição

do ato constitutivo no respectivo registro.

São pessoas jurídicas de direito público interno a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Territórios, os Municípios, as autarquias, e qualquer outra entidade de caráter público

criada por lei.

São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as

pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

São pessoas jurídicas de direito privado as associações, as sociedades, e as fundações.

Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

2.2.1 - Das associações e das sociedades

As associações são constituídas pela união de pessoas que se organizem para fins

não econômicos, exercendo via de regra, atividades culturais, religiosas ou beneficentes.

As sociedades são constituídas pela união de pessoas que se organizam visando fins

econômicos, ou seja, visando o lucro. São exemplos a sociedade civil, a sociedade limitada,

a sociedade anônima de economia mista.

2.2.2 – Das Fundações

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Fundação é a pessoa jurídica composta pela organização de um patrimônio, destacado

pelo seu instituidor para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. A fundação

possui apenas patrimônio gerido por curadores e não tem proprietário, nem titular, nem

sócios.

2.3 - O Domicílio

O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo

definitivo. Todavia, se a pessoa tiver diversas residências, vivendo nelas alternadamente,

qualquer delas poderá ser considerada seu domicílio.

O domicílio também pode ser o local de trabalho ou o lugar onde a pessoa mantém o

centro de suas ocupações, ou, ainda, o lugar onde for encontrada, se não tiver residência

fixa ou centro de ocupações habituais.

O domicílio das pessoas jurídicas é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias

e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles

será considerado domicílio para os atos nele praticados.

O domicílio pode ser classificado como voluntário, legal e de eleição. Voluntário

é aquele estabelecido por critério exclusivo do indivíduo, sem qualquer interferência

exceto sua manifestação de vontade. Legal ou necessário é aquele fixado por lei para

determinadas pessoas. Domicílio de eleição é aquele especificado por comum acordo das

partes contratantes.

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3 DOS BENS

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Bens são as coisas de quantidades limitadas com utilidade ao homem e que nele provoca

o desejo de possuí-las. Conforme as suas características têm diversas classificações, a

saber.

3.1 - Dos bens considerados em si mesmos

3.1.1 -Dos Bens Imóveis

São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Também são considerados imóveis, para efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as

ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta.

Não perdem o caráter de imóveis as edificações que, separadas do solo, mas

conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, e os materiais provisoriamente

separados de um prédio, para nele se reempregarem.

3.1.2 - Dos Bens Móveis

São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força

alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Também são

considerados móveis, para efeitos legais, as energias que tenham valor econômico, os

direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes, e os direitos pessoais de

caráter patrimonial e respectivas ações.

Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados,

conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da

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demolição de algum prédio.

3.1.3 - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie,

qualidade e quantidade. Infungíveis são os que não podem ser substituídos, valendo pela

sua individualidade.

São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria

substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Inconsumíveis,

são os bens móveis de natureza durável.

3.1.4 - Dos Bens Divisíveis

Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância,

diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. É exemplo a gleba

de lote rural, a barra de ouro. Indivisíveis são os bens que não admitem divisão.

3.1.5 - Dos Bens Singulares e Coletivos

São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si,

independentemente dos demais. São coletivos os bens singulares que, pertinentes à

mesma pessoa, tenham destinação unitária.

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3.2 - Dos Bens Reciprocamente Considerados

Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente. Acessório é aquele

cuja existência supõe a do principal.

São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de

modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças,

salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do

caso. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser

objeto de negócio jurídico.

As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. São voluptuárias as de

mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem

mais agradável ou sejam de elevado valor. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso

do bem. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.

Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem

a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

3.3 - Dos Bens Públicos

São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito

público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Também são bens públicos os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,

ruas e praças, os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou

estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de

suas autarquias, e os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de

direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

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Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis,

enquanto conservarem a sua qualificação. Os bens públicos dominicais podem ser alienados

desde que observadas as exigências da lei. Em qualquer hipótese os bens públicos não

estão sujeitos a usucapião.

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4 FATOS JURÍDICOS

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4.1 - Fatos, atos e negócios jurídicos.

Fato jurídico é o acontecimento que produz conseqüências jurídicas. O fato jurídico

pode decorrer da natureza, como os efeitos de uma ventania, ou de uma ação humana,

criando, transferindo, modificando, ou extinguindo direitos e obrigações.

É importante diferenciar ato jurídico de negócio jurídico. O primeiro é o acontecimento

que tem seus limites estabelecidos pela lei, tanto na forma, nos termos quanto nos efeitos.

O segundo, o negócio jurídico, é o ato lícito que faculta às partes de estabelecerem a

fixação dos termos e dos efeitos, de acordo com seus interesses particulares.

A validade do negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível, determinado

ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei.

A realização de negócio jurídico tem como pressuposto uma declaração de vontade.

Aquele que a emite deve ter capacidade, ou seja, estar consciente da declaração de vontade

e das suas conseqüências. Havendo incapacidade absoluta ou relativa, deve o agente ser

representando ou suprido.

A liceidade do objeto visa garantir a obediência dos negócios ao ordenamento

jurídico na medida em que não permite negócios jurídicos que vão encontro à lei, a moral

ou aos bons costumes. Ressalta-se que a impossibilidade inicial do objeto não invalida o

negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver

subordinado.

Por fim, na realização do negócio jurídico é imprescindível a obediência à forma, ou

seja, o meio pelo qual se ele exterioriza. A regra geral é de que a validade da declaração de

vontade dependerá de forma especial somente quando a lei expressamente a exigir, sendo

livre a forma nos demais casos. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer

sem instrumento público, a sua ausência o invalida.

A manifestação de vontade, mesmo que o autor haja feito a reserva mental de não

querer o que manifestou, têm validade, exceto de o destinatário da manifestação tinha

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conhecimento do desejo do declarante.

Quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração

de vontade expressa, o silêncio importa anuência.

Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do

que ao sentido literal da linguagem. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme

a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

4.2 - Da Representação

Os poderes de representação são conferidos pela lei ou pelo interessado. A

manifestação de vontade do representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em

relação ao representado.

O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do

representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo,

responder pelos atos que a estes excederem.

É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o

representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.

Realizado o negócio, o prazo de decadência para pleitear sua anulação é de cento e oitenta

dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade.

4.3 - Da Condição, do Termo e do Encargo

Considera-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento

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futuro e incerto. Deriva exclusivamente da vontade das partes.

São lícitas todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons

costumes. São proibidas as condições que privarem o negócio jurídico de todo efeito o

sujeitar ao puro arbítrio de uma das partes.

Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados as condições impossíveis

(quando suspensivas), as ilícitas, as de fazer coisa ilícita, e as condições incompreensíveis

ou contraditórias.

A condição impossível é aquele em que o acontecimento necessário para a eficácia

do ato jurídico é inatingível, inalcançável ou legalmente proibida.

Condições suspensivas são aquelas em que a aquisição do direito fica na dependência

de um evento futuro e incerto; enquanto este se não verificar, não se terá adquirido o direito.

Condições resolutivas são aquelas em que o direito adquirido se desfaz quando ocorrer

determinado evento; enquanto este não se realizar, vigorará o negócio jurídico.

Termo é a definição do momento, do dia em que começam ou terminam os efeitos do

negócio jurídico. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Para estabelecimento do termo, salvo disposição legal ou convencional em contrário,

computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. Se o

dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte

dia útil. Meado é considerado, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. Os prazos de

meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata

correspondência. Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

Estabelecido um negócio jurídico entre vivos sem fixação de prazo, ele é exeqüível

desde logo, exceto se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.

O encargo é cláusula acessória que impõe um a obrigação ao beneficiário do ato

jurídico. Não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente

imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.

O encargo ilícito ou impossível será considerado não escrito, liberando o ato negocial

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de qualquer restrição. Todavia, se constituir o motivo determinante da liberalidade será

invalidado o negócio jurídico.

4.4 - Dos Defeitos do Negócio Jurídico

O negócio jurídico tem como fundamento a livre e consciente manifestação de

vontade com vistas a atingir os fins pretendidos. Se ela não é consciente ou o querer não

se manifestou livremente, como nos casos de erro ou ignorância, dolo, coação, estado

de perigo e lesão, o negócio jurídico pode ser anulado porque defeituoso. Há, também,

manifestação de vontade que o agente quis e estava consciente, mas a fez em desacordo

com as disposições legais ou do boa-fé, como no caso da fraude contra credores.

4.4.1 - Do Erro ou Ignorância

Erro é a falsa noção sobre alguma coisa, enquanto a ignorância é o desconhecimento

acerca de algo. Ambos viciam o consentimento do declarante, que teria se manifestado de

outra maneira de conhecesse a realidade.

São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem

de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das

circunstâncias do negócio.

Erro substancial ou essencial é aquele que recai sobre a natureza do negócio, sobre

o objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais. Da mesma

forma, erro substancial é aquele que recai sobre a identidade ou à qualidade essencial

da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de

modo relevante. Ainda, erro substancial é aquele que ocorre quando for o motivo único ou

principal do negócio jurídico, sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei.

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O ato jurídico somente é anulado por erro substancial ou essencial. Não acarreta

nulidade o erro acidental ou secundário.

O erro de indicação da pessoa ou da coisa, denominado erro acidental, a que se

referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas

circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.

4.4.2 - Do Dolo

Dolo é o artifício ou expediente usado para enganar alguém. Os negócios jurídicos

são anuláveis quando o dolo for a sua causa. Diferencia o dolo do erro porque a vontade

neste é enganada espontaneamente, enquanto que naquele ela é provocada.

O dolo é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por

outro modo. Ele só obriga à satisfação das perdas e danos.

Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito

de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se

que sem ela o negócio não se teria celebrado. Se ambas as partes procederem com dolo,

nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

4.4.3 - Da Coação

Coação é a violência física ou moral que impede alguém de dispor livremente de sua

vontade. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente

fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus

bens. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples

temor reverencial.

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4.4.4 - Do Estado de Perigo

Ocorre o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se,

ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação

excessivamente onerosa.

4.4.5 - Da Lesão

Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência,

se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

4.4.6 - Da Fraude Contra Credores

Pratica fraude contra credores o devedor insolvente, ou na iminência de o ser, que

onera ou aliena seus bens, desfalcando seu patrimônio em detrimento dos credores. Nesse

caso, os credores poderão anular os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão

de dívida. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando

a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

4.5 - Da Invalidade do Negócio Jurídico

A desobediência quanto a forma prescrita em lei acarreta uma sanção que impede

o negócio jurídico de produzir efeitos. Essa sanção é denominada nulidade, que pode ser

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absoluta ou relativa.

A nulidade absoluta caracteriza-se pela falta de algum elemento substancial do negócio

jurídico, como, por exemplo, quando for celebrado por pessoa absolutamente incapaz, for

ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto, quando o motivo determinante das partes

for ilícito. Da mesma forma, nulo é o negócio jurídico quando não se reveste da forma

prescrita em lei, tiver por objetivo fraudar lei imperativa, e quando a lei taxativamente o

declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Também é nulo negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se

válido for na substância e na forma. A simulação ocorre nos casos de declaração, confissão,

condição ou cláusula não verdadeira, ao se antedatar ou pós-datar escritos particulares, ou,

ainda, quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às

quais realmente se conferem, ou transmitem.

A nulidade absoluta, por ser matéria de ordem pública, pode ser levantada a qualquer

tempo, por qualquer pessoa; e não admite convalidação ou ratificação e não se sujeita a

prescrição.

A nulidade relativa caracteriza-se pela incapacidade relativa do agente ou por vício

resultante de manifestação de vontade. A nulidade relativa só levantada pelo interessado

direto. Pode ser convalidada com a ocorrência da prescrição, pela correção do vício, pela

revogação da exigência legal ou pela ratificação.

O prazo decadencial para anulação do negócio jurídico decorrente e vício de vontade

é de quatro anos, contados conforme o vício. Quando a lei dispuser que determinado ato

é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a

contar da data da conclusão do ato.

Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se

achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.

A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder

provar-se por outro meio. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um

negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da

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obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da

obrigação principal.

4.6 - Dos Atos Ilícitos

A distinção entre ato ilícito e negócio ilícito observa-se, sobretudo, quanto aos efeitos.

O primeiro é punido com a ineficácia, enquanto o segundo gera a obrigação de reparar o

dano.

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito

e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Também

comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites

impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Não são considerados atos ilícitos aqueles praticados em legítima defesa ou no

exercício regular de direito ou a promoção da deterioração ou destruição da coisa alheia,

ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente, observados as circunstâncias e o

limites.

4.7 - Da Prescrição e da Decadência

O titular de direitos deve exercê-los no tempo e na forma estabelecida pela lei ou

estabelecida particularmente, sob pena de caducidade e, de conseqüência, o perecimento

do direito ou da possibilidade de cobrá-lo.

4.7-1 - Da Prescrição

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A prescrição é a extinção de uma ação ajuizável em decorrência da inércia do seu

titular, durante certo lapso de tempo. A prescrição extingue a pretensão e de conseqüência

a possibilidade de se exigir um direito.

A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Especificamente afeta ao direito imobiliário, prescrevem em três anos a pretensão relativa

a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos, a pretensão para receber prestações vencidas

de rendas temporárias ou vitalícias, a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer

prestações acessórias, a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa, a

pretensão de reparação civil, a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro

prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Prescrevem em cinco anos a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de

instrumento público ou particular, a pretensão dos profissionais liberais, contado o prazo da

conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato, a pretensão

do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

4.7.2 - Da Decadência

Decadência e extinção do direito em decorrência da inércia do seu titular, que deixa

escoar o prazo legal ou convencionado, para o seu exercício. Enquanto a prescrição

extingue a pretensão, pois o inerte perde a possibilidade de ajuizar ação para fazer valer

um direito, na decadência ele perde o próprio direito e extingue-se não só a pretensão, mas

o próprio direito pelo não exercício.

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5DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e

credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa,

devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio”

(Washington de Barros Monteiro).

A prestação ou contraprestação deve ser possível, licita, determinada ou determinável,

e traduzível em dinheiro.

5.1 - Das Modalidades das Obrigações

As obrigações dividem-se em obrigações de dar ou restituir, obrigações de fazer, ou

de não fazer.

5.1.1 - Das Obrigações de Dar

Essas obrigações relacionam-se a obrigatoriedade de entregar alguma coisa, que

poderá ser certa, determinada e específica ou incerta, indeterminada ou genérica.

Via de regra as obrigações incertas tratam sobre coisas fungíveis, e as obrigações

certas sobre coisas infungíveis.

5.1.1.1 - Das Obrigações de Dar Coisa Certa

A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela mesmo que não

mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. O credor

de coisa certa não está obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa.

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As obrigações de dar e de restituir se resolvem conforme averiguação da existência

de culpa do devedor.

Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder por culpa do devedor,

responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Se deteriorada, poderá o credor

exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar

indenização das perdas e danos.

Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes

da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as

partes. Se deteriorada a coisa, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa,

abatido de seu preço o valor que perdeu.

Apenas para ilustrar, tradição é a entrega da coisa feita pelo devedor ao credor, e

obrigação resolvida é a obrigação finda, extinta.

Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder

antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus

direitos até o dia da perda. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá, este,

pelo equivalente, mais perdas e danos.

Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual

se ache, sem direito a indenização; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá,

este, pelo equivalente e mais perdas e danos.

5.1.1.2 - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta

A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Nas coisas

determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário

não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a

prestar a melhor.

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Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda

que por força maior ou caso fortuito.

5.1.2 - Das Obrigações de Fazer

A obrigação de fazer relaciona-se com o encargo de prestar um serviço, um ato positivo,

material ou imaterial, em benefício do credor ou terceiro. Bem exemplifica a obrigação de

fazer o encargo aceito pelo pedreiro para construir um muro.

O devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível incorrerá

na obrigação de indenizar perdas e danos.

Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a

obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.

Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar as

custas do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.

Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar

ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

5.1.3 - Das Obrigações de Não Fazer

A obrigação de não fazer relaciona-se com o encargo de abster-se obrigatoriamente

de um fato que poderia praticar, de tolerar, consentir ou não impedir.

Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne

impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

Se aquele que se obrigou a abster-se de praticar o ato o fizer, o credor pode exigir seu

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desfazimento, sob pena de o próprio credor o desfazer a custa do devedor, que responderá

também por perdas e danos. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar

desfazer, sem prejuízo do ressarcimento devido.

5.1.4 - Das Obrigações Alternativas

Obrigação alternativa é aquela que tem por objeto duas ou várias prestações que são

devidas de tal maneira que o devedor se libere inteiramente executando uma “só dentre

elas” (Planiol).

Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se

estipulou, mas ele não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em

outra. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser

exercida em cada período.

Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada

inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.

Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não

competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último

se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por

culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da

outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem

inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização

por perdas e danos.

Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á

a obrigação.

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5.1.5 - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis

Obrigação divisível é aquela cuja prestação o devedor pode cumprir a obrigação

por partes. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,

esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou

devedores.

A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não

suscetíveis de divisão. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível,

cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no

direito do credor em relação aos outros coobrigados.

Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

5.1.6 - Das Obrigações Solidárias

Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais

de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. A solidariedade não se

presume, resulta da lei ou da vontade das partes.

A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-

devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

5.1.6.1 - Da Solidariedade Ativa

Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da

prestação por inteiro.

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Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a

qualquer daqueles poderá este pagar. O pagamento feito a um dos credores solidários

extingue a dívida até o montante do que foi pago.

Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a

solidariedade.

O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros

pela parte que lhes caiba.

5.1.6.2 - Da Solidariedade Passiva

O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcialmente

ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores

continuam obrigados solidariamente pelo resto.

O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não

aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.

A cláusula, condição ou obrigação adicional, qualquer que seja ela, estipulada entre

um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem

consentimento destes.

Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste

para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o

culpado.

Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido

proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os

devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos

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demais.

5.2 - Da Transmissão das Obrigações

5.2.1 - Da Cessão de Crédito

Na cessão de crédito, o credor (cedente) pode transferir a terceiro (cessionário) o

direito que possui em relação ao devedor (cedido), se a isso não se opuser à natureza da

obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor. A cláusula proibitiva da cessão não poderá

ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.

A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este

notificada.

Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor. O

cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do

que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da

cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.

O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver

conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica

exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.

5.2.2 - Da Assunção de Dívida

É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso

do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção,

era insolvente e o credor o ignorava. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor

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para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da

assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as

suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício

que inquinava a obrigação.

5.3 - Do Adimplemento e Extinção das Obrigações

O ato de cumprir a obrigação é denominado adimplemento. A obrigação pode ser

extinta com o pagamento, com a dação em pagamento, com a novação, a compensação, a

transação, confusão e a remissão de dívidas.

5.3.1 - Do Pagamento

O pagamento é o cumprimento dado a uma obrigação, em dinheiro ou coisa.

5.3.1.1 - De Quem Deve Pagar

Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se

opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Igual direito cabe ao terceiro não

interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.

Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito

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por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Se se der em pagamento coisa

fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu,

ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.

5.3.1.2 - Daqueles a Quem se Deve Pagar

O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de

só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. O pagamento

feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Não tem validade o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o

devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.

5.3.1.3 - Do Objeto do Pagamento e Sua Prova

O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que

mais valiosa. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor

ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.

As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo

valor nominal. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor

da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da

parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.

São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem

como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados

os casos previstos na legislação especial.

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O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto

não lhe seja dada. A quitação designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do

devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do

credor, ou do seu representante.

Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até

prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio

das partes, que aceitaram os do lugar da execução.

5.3.1.4 - Do Lugar do Pagamento

Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem

diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Dívida quérable é a pagável no domicílio do devedor. Dívida portable é a pagável

no domicílio do credor. Sendo o contrato omisso prevalecerá o domicílio do devedor como

lugar do pagamento.

Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a

imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.

Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado,

poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. O pagamento reiteradamente

feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.

5.3.1.5 - Do Tempo do Pagamento

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Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento,

pode o credor exigi-lo imediatamente.

As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo

ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado

no contrato ou definido no Código Civil, desde que no caso de falência do devedor, ou

de concurso de credores; se os bens hipotecados ou empenhados forem penhorados em

execução por outro credor; ou, ainda, se cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias

do débito e o devedor se negar a reforçá-las.

5.3.2 - Pagamento em Consignação

Pode o devedor efetuar o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa

devida, sendo o ato considerado pagamento, extinguindo-se a obrigação. Pode ocorrer nos

casos em que o credor não puder ou recusar, sem justa causa, receber o pagamento dar

quitação na devida forma. Da mesma forma, cabe o pagamento em consignação caso o

não for ou não mandar receber a coisa no lugar, no tempo e condição devidos; se ele for

incapaz de receber; for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou

de acesso perigoso ou difícil; se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o

objeto do pagamento ou, ainda, se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Para que a consignação tenha força de pagamento é imprescindível a observância

dos requisitos do pagamento, ou seja, feita observando a identidade do credor, a prestação

deve ser integral e efetuada na época acordada, ou se feita com atraso, acompanhada dos

encargos da mora. Por fim, deve ocorrer no lugar estipulado para o pagamento.

Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá

o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a

obrigação para todas as conseqüências de direito.

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5.3.3 - Do Pagamento com Sub-Rogação

Sub-rogar tem o significado de trocar, substituir, colocar uma coisa ou pessoa no lugar

de outra.

A sub-rogação deve ser declarada expressamente no contrato, não se presumindo.

Ocorre quando o credor recebe o pagamento de terceiro e lhe transfere todos os seus

direitos. Ela transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do

primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

Ela pode ser pessoal ou real. Na sub-rogação pessoal a dívida é paga por um co-

devedor ou terceiro interessado. Na sub-rogação real substitui-se a coisa devida. A sub-

rogação também pode ser legal ou convencional. No primeiro caso decorre de imposição

legal e se manifesta nos casos em que o credor paga a dívida do devedor comum; em que

terceiro efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel, em que terceiro

interessado paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. No

segundo caso, a sub-rogação convencional, decorre de estipulação de vontades entre o

credor e terceiro ou entre o devedor e terceiro.

5.3.4 - Da imputação do Pagamento

Imputar o pagamento significa indicar o que se está pagando. Ocorre quando a pessoa

obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, indica a qual deles

oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

São requisitos a dualidade ou pluralidade de dívidas, a identidade do credor e devedor,

débitos de natureza igual e suficiência de pagamento para qualquer das dívidas.

5.3.5 - Da Dação em Pagamento

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O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra coisa, ainda que mais

valiosa. Todavia, a coisa dada em pagamento, mesmo que diversa do estipulado, pode

extinguir a obrigação desde que o credor concorde com a substituição.

Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes

regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.

Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em

cessão.

Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação

primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvo os direitos de terceiros.

5.3.6 - Da Novação

A novação é a substituição de uma obrigação por outra. Ocorre a novação pela

substituição do sujeito ativo ou do sujeito passivo ou do objeto da obrigação, surgindo uma

nova relação jurídica, que extingue e substitui a anterior.

A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de

consentimento deste. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor direito de ação

regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.

A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver

estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca

ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na

novação.

A novação feita sem o consentimento fiador o exonera com o devedor principal.

Não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas, exceto as obrigações

simplesmente anuláveis,

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5.3.7 - Da Compensação

A compensação é uma modalidade de extinção de obrigação recíproca. Se duas

pessoas forem, ao mesmo tempo, credores e devedores uma da outra, as duas obrigações

extinguem-se, até onde se compensarem. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas,

vencidas e de coisas fungíveis.

A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto se provier de

esbulho, furto ou roubo, se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos, ou se uma

for de coisa não suscetível de penhora.

As partes podem, de comum acordo, estipular a exclusão da compensação, ou, ainda,

no caso de renúncia prévia de uma delas.

5.3.8 - Da Confusão

Se na mesma pessoa se confundir as qualidades de credor e devedor a obrigação

será extinta. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.

Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação

anterior.

5.3.9 - Da Remissão das Dívidas

A remissão é o ato pelo qual o credor dispensa graciosamente o devedor de pagar

a dívida. É um ato de liberalidade do credor, e bilateral, pois depende da concordância do

devedor. A remissão pode ser total ou parcial, e pode produzir os mesmos efeitos que a

transação.

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A remissão da dívida extingue a obrigação, mas não pode prejudicar terceiro.

5.4 - Do Inadimplemento das Obrigações

Inadimplir significa descumprir uma obrigação assumida. Essa inexecução gera

uma série de conseqüências jurídicas, conforme a obrigação. Pelo inadimplemento das

obrigações respondem todos os bens do devedor.

O inadimplemento pode ser relativo ou absoluto. Relativo, também denominado mora,

ocorre quando a obrigação não foi cumprida no tempo, lugar e formas estipuladas, mas

sua execução ainda pode ser aproveitada pelo credor. A inadimplência é considerada

absoluta quando a obrigação não foi cumprida e sua execução fora do tempo, lugar e

formas estipuladas não mais se aproveita ao credor. Nesse casso ocorre o inadimplemento.

Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e

atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários

de advogado.

Nas obrigações negativas, de não fazer, o devedor é havido por inadimplente desde o

dia em que executou o ato de que se devia abster.

Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato

aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada

uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior,

se expressamente não se houver por eles responsabilizado. O caso fortuito ou de força

maior se caracteriza pela inevitabilidade do acontecimento, do fato, e pela ausência de

culpa na produção do evento.

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5.4.1 - Da Mora

A mora consiste na inexecução total ou parcial de uma obrigação, mas sua execução,

ainda que tardia ou deficiente pode ser aproveitada pelo credor.

Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não

quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

O devedor responde pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização

dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários

de advogado. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-

la, e exigir a satisfação das perdas e danos.

Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.

No prazo estipulado, o inadimplemento da obrigação positiva e líquida, constitui

de pleno direito em mora o devedor. Não havendo prazo estipulado, a mora se constitui

mediante interpelação judicial ou extrajudicial.

Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde

que o praticou. Nas obrigações negativas, considera-se o devedor em mora a partir do

dia em que se executou o ato, se dele havia a obrigação de se abster. Nos contratos que

versam sobre imóveis a interpelação cartorária ou judicial, constitui o devedor em mora.

O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, mesmo sendo essa

impossibilidade resultante de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o

atraso, salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação

fosse oportunamente desempenhada.

A mora do credor faz cessar para o devedor a responsabilidade de conservação da

coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o

a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia

estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.

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Purga-se a mora, por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância

dos prejuízos decorrentes do dia da oferta, e por parte do credor, oferecendo-se este a

receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.

5.4.2 - Das Perdas e Danos

Aquele que causar prejuízo a alguém, pelo descumprimento culposo de um

contrato ou pela prática de ato ilícito deve reparar as perdas e danos. Salvo as exceções

expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do

que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

5.4.3 - Dos Juros Legais

No dizer de Sílvio Rodrigues, “juro é o preço do uso do capital”, ou seja, juro significa

rendimento de capital.

Distinguem-se os juros em compensatórios e moratórios, sendo este a remuneração

do capital empregado e aqueles a indenização pelo prejuízo resultante da mora culposa na

execução de uma obrigação.

Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa

estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que

estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se

contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez

que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo

entre as partes.

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5.4.4 - Da Cláusula Penal

A cláusula penal, ou multa convencional, é uma convenção estipulada pelas partes

na qual estas se obrigam a pagar uma determinada multa no caso de violação de algum

dispositivo contratual. Trata-se de uma obrigação acessória, que tem por objetivo garantir

o cumprimento da obrigação principal e também fixar previamente o valor das perdas e

danos em caso de descumprimento do pactuado. Por ser obrigação acessória, sendo nula

ou anulada a obrigação principal, também o são as disposições contidas na cláusula penal.

Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe

de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. A cláusula penal pode ser estipulada

conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior. Também pode referir-se à inexecução

completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.

O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação

principal, sendo a penalidade reduzida eqüitativamente se a obrigação principal tiver sido

cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-

se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir

indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale

como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

5.4.5 - Das Arras ou Sinal

O contrato preliminar pode ser garantido pelas arras ou sinal, que torna presumido o

acordo final e obrigatório o contrato Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte

der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de

execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da

principal.

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Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito,

retendo-as. Se inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o

contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária

segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.

A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo,

valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do

contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.

Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as

arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á

em benefício da outra parte; e quem as recebeu terá devolve-as em dobro. Em ambos os

casos não haverá direito á indenização suplementar.

5.5 Dos Contratos em Geral

Contrato é a uma convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com o objetivo

de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial.

A validade do contrato depende da capacidade jurídica das partes, do objeto lícito,

possível, determinado ou determinável, bem como de forma prescrita ou não proibida pela

lei.

São princípios básicos que informam os contratos a autonomia de vontades, a

supremacia da ordem pública, e a força vinculante do contrato.

A autonomia de vontades faculta às partes a liberdade para estipular ou não estipular

o que lhes convenha, ou de escolher com quem contratar.

A supremacia da ordem pública torna a autonomia da vontade relativa, uma vez que a

sujeita às normas legais imperativas e aos princípios da moral e dos bons costumes. Nesse

sentido, a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do

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contrato, além de que é obrigatório aos contratantes guardar, tanto na execução quanto a

conclusão do contrato, os princípios de probidade e boa-fé.

A força vinculante do contrato, também denominada pacta sunt servanda, significa

que o contrato faz lei entre as partes. Uma vez estipuladas as condições, observada a livre

e consciente manifestação de vontade e a supremacia da ordem pública, as disposições no

contrato expressas são de cumprimento obrigatório pelas partes.

As cláusulas ambíguas ou contraditórias eventualmente constante do contrato de

adesão devem ser interpretadas de modo mais favorável ao aderente. Da mesma forma,

nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do

aderente a direito resultante da natureza do negócio.

As partes podem estipular contratos atípicos, desde que observe as normas fixadas

pela lei. A lei veda a contratação de herança de pessoa viva.

5.5.1 - Da Formação dos Contratos

A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos

dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

Deixa de ser obrigatória a proposta feita para pessoa presente, sem estabelecimento

de prazo, e não aceita imediatamente. A pessoa que contrata por telefone ou por meio

de comunicação semelhante é considera presente. Também, deixa de ser obrigatória a

proposta feita para pessoa ausente, sem o estabelecimento de prazo, se tiver decorrido

tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.

Da mesma forma, deixa de ser obrigatória a proposta feita para pessoa ausente, com

estabelecimento de prazo, se não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo estipulado.

Por fim, deixa de ser obrigatória a proposta se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao

conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

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A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao

contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Pode revogar-se a

oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta

realizada.

Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do

proponente, este deverá comunicar imediatamente ao aceitante, sob pena de responder

por perdas e danos. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações,

importará nova proposta.

Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o

proponente a tiver dispensado, o contrato será considerado concluído caso não chegue

à recusa. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao

proponente a retratação do aceitante.

Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida.

Todavia, são exceções a essa regra os casos em aceitação é considera inexistente, se o

proponente se houver comprometido a esperar resposta, ou se a aceitação não chegar no

prazo convencionado.

Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

5.5.2 - Da Estipulação em Favor de Terceiro

Estipular significa, contratar, estabelecer condições, cláusulas e obrigações recíprocas.

A estipulação pode ser feita em favor de terceiro, que não participa do estipulado.

O seguro de vida é um clássico exemplo de estipulação em favor de terceiro, na

medida em que o segurado estabelece com a seguradora algum benefício em favor de do

beneficiário, que não participa diretamente do contrato.

O beneficiário pode exigir o cumprimento do estipulado, observado as condições e

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normas do contrato, mas também pode ser substituído pelo estipulante independente de

anuência.

5.5.3 - Da Promessa de Fato de Terceiro

Pode alguém firmar compromisso para que terceiro pratique determinado ato. Aquele

que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não

executar.

5.5.4 - Dos Vícios Redibitórios

Vícios redibitórios são os defeitos ocultos presente na coisa, de tal modo grave que a

tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuam o valor.

Verificado o vício redibitório, pode o adquirente optar pelo abatimento no preço ou por

rejeitar a coisa.

Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas

e danos. Se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do

contrato. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder

do alienatário, desde que o perecimento se dê por vício oculto já existente ao tempo da

tradição.

O prazo de decadência do direito de obter a redibição ou abatimento no preço é

de trinta dias para móveis, contados da entrega efetiva, e de um ano para imóveis. Na

impossibilidade de ser o defeito oculto conhecido no prazo legal, a decadência correrá

a partir do momento em que dele tiver ciência até o máximo de cento e oitenta dias se

móveis, e um ano se imóveis.

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Os prazos não correm na constância de cláusula de garantia, mas o adquirente deve

denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena

de decadência.

5.5.5 - Da Evicção

A evicção é fato que causa ao adquirente a perda total ou parcial da coisa adquirida,

por decisão judicial, em favor de terceiro, este reconhecido como verdadeiro dono.

Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia

ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Contrato oneroso é aquele em

que ambas as partes têm obrigações patrimoniais, com vantagens recíprocas.

As partes podem, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade

pela evicção. Todavia, não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se

esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não

soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

O evicto, salvo estipulação em contrário, tem direito à restituição integral do preço

ou das quantias que pagou, à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; à

indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da

evicção, e às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do

contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for

considerável, caberá somente direito a indenização.

Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou

litigiosa.

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5.5.6 - Dos Contratos Aleatórios

O contrato aleatório é aquele em há dependência direta a eventos futuros ou incertos,

sendo que as partes assumem o risco de uma contra prestação desproporcional ou mesmo

de nada receber.

Quem vendeu coisa pendente de fato futuro sem se responsabilizar pelos resultados

recebe o preço integral, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa.

Quem prometeu a entrega de coisa futura de quantidade indeterminada, sem se

responsabilizar pelos resultados recebe o preço integral ainda que a coisa venha a existir

em quantidade inferior à esperada, desde que alguma quantidade venha a existir e que de

sua parte não tiver concorrido culpa. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não

haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.

O mesmo entendimento é aplicado às coisas existentes, mas expostas a risco.

5.5.7 - Do Contrato Preliminar

O contrato preliminar é a declaração de vontade de ambas as partes, ou de uma

delas, no sentido de prometerem firmar posteriormente um contrato definitivo.

Esta modalidade de contrato, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos

essenciais ao contrato a ser celebrado. Deverá ser levado ao registro competente.

Uma vez concluído o contrato preliminar, e nele não constando cláusula de

arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo,

fixando prazo à outra para que o efetive. Esgotado o prazo ao contrato preliminar é conferido

caráter definitivo, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.

Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte

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considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos. Se a promessa de contrato for unilateral, o

credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto,

ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.

5.5.8 - Do Contrato com Pessoa a Declarar

Ao concluir um contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar

a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Essa

indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do

contrato, se outro prazo não tiver sido estipulado.

A pessoa adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir

do momento em que este foi celebrado.

5.5.9 - Da Extinção do Contrato

São modalidades de extinção do contrato o seu cumprimento e a rescisão, termo este

entendido em sentido amplo.

A rescisão pode ocorrer pelo distrato, pela denúncia unilateral, por força de cláusula

resolutiva expressa ou tácita, ou pelo inadimplemento.

5.5.9.1 - Do Distrato

O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

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A rescisão (ou em sentido estrito a resilição) unilateral pode ocorrer mediante denúncia

notificada à outra parte, desde que a lei expressa ou implicitamente o permita. Se, porém,

dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para

a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo

compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.

5.5.9.2 - Da Cláusula Resolutiva

Cláusula resolutiva é a disposição expressa ou tácita que implica na revogação do

negócio jurídico pelo inadimplemento da obrigação por uma das partes.

A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação

judicial. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não

preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas

e danos.

5.5.9.3 - Da Exceção de Contrato não Cumprido

A exceção de contrato não cumprido, ou exceptio non adimpleti contractus, ocorre

nos contratos bilaterais e consiste proibição aos contratantes, antes de cumprida a sua

obrigação, exigir o implemento da do outro.

Da mesma forma, se sobrevier a uma das partes contratantes, diminuição em seu

patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou,

pode a outra se recusar à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe

compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

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5.5.9.4 - Da Resolução por Onerosidade Excessiva

Se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema

vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,

poderá o devedor pedir a resolução do contrato de execução continuada ou diferida. A

resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições

do contrato.

Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear

que a sua prestação seja reduzida ou alterada no modo de executá-la, a fim de evitar a

onerosidade excessiva.

5.6 - Das Várias Espécies de Contrato

5.6.1 - Da Compra e Venda

É o contrato pelo qual um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa

coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

O contrato de compra e venda possui três elementos essenciais: acordo de vontades,

a coisa e o preço (consensus, res et pretium). A declaração de vontade vem a ser o

consentimento que vem a recair sobre a coisa e o preço. A coisa é o objeto da compra e

venda, podendo ser qualquer coisa comercializável. O preço deve ser em dinheiro ou em

coisas representativas de dinheiro.

A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem

efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir

contrato aleatório.

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Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que

o vendedor assegurará ter na coisa as qualidades que a elas correspondem. Prevalece a

amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela

qual se descreveu a coisa no contrato.

O preço pode ser fixado ao arbítrio de terceiro, à taxa do mercado ou bolsa, em certo

e determinado dia e lugar, ou em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis

de objetiva determinação.

Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação,

se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente

nas vendas habituais do vendedor. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço,

prevalecerá o termo médio.

A fixação do preço não pode ser deixada ao arbítrio exclusivo de uma das partes

componentes do contrato de compra e venda, sob pena de tornar-se nulo o contrato.

Exceto estipulação das partes em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro

a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.

Exceto no caso de venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa

antes de receber o preço.

Tradição é o meio pelo qual se transfere a propriedade da coisa móvel ao adquirente,

em decorrência do cumprimento a um contrato. Via de regra a transferência do bem é

efetiva ou real, mas também poderá ser simbólica ou fictícia. Até o momento da tradição,

os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.

A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde

ela se encontrava, ao tempo da venda. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento,

se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na

entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.

É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o

cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Em ambos os casos dispensa-

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se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. Os

cônjuges podem contratar a compra e venda com relação a bens excluídos da comunhão.

A lei veda em alguns casos, sob pena de nulidade, a realização do contrato de compra

e venda, mesmo que a venda se dê em hasta pública. Nesse sentido não podem ser

comprados pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados

à sua guarda ou administração; pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da

pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;

pelos juízes e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos em litigância

no juízo onde servirem ou que se estender a sua autoridade; pelos leiloeiros e seus

prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se

determinar a respectiva área, ocorrerá a venda ad mensuram. Se a extensão não corresponder

às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não

sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao

preço. Decai do direito de propor as ações em relação a venda ad mensuram o vendedor

ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.

A venda ad corpus é aquela em que o imóvel é vendido como coisa certa e discriminada,

tendo sido apenas enunciativa, a referência, às suas dimensões. Nesse caso não haverá

complemento de área, nem devolução de excesso, ainda que não conste, de modo expresso,

ter sido ter sido a venda ad corpus.

O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem

a coisa até o momento da tradição. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de

uma não autoriza a rejeição de todas.

O condômino em coisa indivisível não pode vender a sua parte a estranhos, se outro

condômino a quiser. Nesse caso, o condômino não informado da poderá haver para si a

parte vendida a estranhos, desde que deposite o preço pago e requeira a coisa vendida no

prazo máximo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.

Os Contratos de Compra e Venda podem ser gravados com cláusulas especiais,

estabelecendo direitos e deveres específicos, tais como cláusula de retrovenda, de venda

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a contento e da sujeita à prova, da preempção ou preferência, da venda com reserva de

domínio, e da venda sobre documentos.

5.6.1.1 - Da Retrovenda

Cláusula através da qual o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de

recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e

reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se

efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.

5.6.1.2 - Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova

A venda a contento é a cláusula que determina que a venda somente se aperfeiçoa após

o adquirente manifestar seu agrado. Assim, entende-se que a venda é feita sob condição

suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue. Da mesma forma, a venda sujeita

a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades

asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. Em ambos os casos,

as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada,

são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.

Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá

direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.

5.6.1.3 - Da Preempção ou Preferência

É a cláusula que impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa

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que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação

na compra. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.

O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta

dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Aquele que exerce a preferência está,

sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o

ajustado.

O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador,

quando lhe constar que este vai vender a coisa.

Salvo estipulação das partes fixando prazo diverso, o direito de preempção caducará

em três dias se não exercida em relação à coisa móvel, e em sessenta dias subseqüentes

à data em que o comprador tiver notificado o vendedor, se imóvel.

Se o comprador alienar a coisa sem ter comunicado previamente ao vendedor o preço

e as vantagens que por ela lhe oferecem responderá por perdas e danos. O adquirente se

tiver procedido de má-fé, responderá solidariamente.

5.6.1.4 - Da Venda com Reserva de Domínio

É cláusula inserta no contrato de compra e venda de coisa móvel em que o vendedor

reserva para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. A cláusula

de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do

comprador para valer contra terceiros.

Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa que não pode ser

caracterizada perfeitamente, de modo a diferenciá-la de outras congêneres. Na dúvida,

decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.

Segundo o entendimento doutrinário, é considerada cláusula suspensiva, na medida

em que suspende a transferência da propriedade da coisa alienada. A transferência de

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propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago.

O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir

o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. Verificada a

mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança

das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a

posse da coisa vendida.

5.6.1.5 - Da Venda Sobre Documentos

Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do

seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio

deste, pelos usos. Estando a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o

pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o

defeito já houver sido comprovado.

Salvo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da

entrega dos documentos.

5.6.2 - Da Troca ou Permuta

“Troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não

seja dinheiro” (Covis Beviláqua).

Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com exceção de que

cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca,

salvo se estipularem ao contrário. Da mesma forma, é anulável a troca de valores desiguais

entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do

cônjuge do alienante.

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5.6.3 -Do Contrato Estimatório

Modalidade de contrato em que o proprietário, denominado consignante, entrega bens

móveis a outrem, denominado consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando

àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa

consignada.

Se o consignatário não puder restituir a coisa em sua integridade, ou a restituição

tornar-se impossível, ainda que por fato a ele não imputável, mesmo assim não se exonera

da obrigação de pagar o preço ao consignante.

A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do

consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. O consignante não pode dispor

da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.

5.6.4 - Da Doação

A doação é uma modalidade de contrato em que uma pessoa, por liberalidade,

transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita. Aquele que

doa é denominado doador, e quem aceita donatário.

A manifestação da aceitação pelo donatário é condição indispensável ao aperfeiçoamento

do negócio. A manifestação é expressa quando efetuada de forma verbal, escrita ou com

gestos, desde que suficientes para demonstrar a vontade do donatário. Tácita quando o

donatário pratica atos incompatíveis com a recusa da doação. Presumida quando doador

de liberalidade não sujeita a encargo fixa prazo para o donatário para declarar se aceita ou

não, e este se mantém silente; ou, ainda, quando a doação é feita como contemplação a

casamento futuro com pessoas determinadas e o casamento se consuma.

A doação é pura quando traduz simples liberalidade, mero benefício movido pelo

altruísmo do doador. Remuneratória, quando objetiva retribuir serviços ou favores prestados

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por qualquer motivo não cobrados pelo donatário. Com encargo, ou modal quando se impõe

ao donatário uma contraprestação que ele deve cumprir e que resulta em vantagem ao

doador ou a outrem. Condicional, quando sua eficácia depende de acontecimento futuro e

incerto.

A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa

adiantamento do que lhes cabe por herança.

O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver

ao donatário. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro

São restrições à liberdade de doar a disposição torna nula a doação de todos os

bens do doador, sem reserva ou renda suficiente para a sua subsistência, e o excesso da

doação que atingir o quinhão da legítima dos herdeiros. A doação do cônjuge adúltero ao

seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até

dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.

Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-

se distribuída entre elas por igual. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher,

subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.

A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do

encargo. Pode, também, a revogação ser automática, no caso de doação resolúvel.

A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário

incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar

judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação

assumida.

5.6.5 - Da Locação de Coisas

Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado

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ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.

O locador é obrigado a entregar ao locatário a coisa alugada em condições de servir

ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula

expressa em contrário. Da mesma forma, garantir ao locatário, durante o tempo do contrato,

o uso pacífico da coisa.

O locatário é obrigado a servir-se da coisa alugada conforme estipulado ou presumido;

dispensar a ela o mesmo cuidado como se sua fosse; a pagar pontualmente o aluguel nos

prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar; e restituir a coisa, finda

a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular.

Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá

o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos

resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a

multa prevista no contrato. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for

ressarcido.

5.6.6 - Do Empréstimo

O empréstimo divide-se em comodato e mútuo.

5.6.6.1 - Do Comodato

O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição

do objeto.

O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada,

não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de

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responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela

responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.

O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o

uso e gozo da coisa emprestada.

5.6.7.2 - Do Mútuo

O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis em que há transferência do domínio da

coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.

O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo

gênero, qualidade e quantidade. Pode ser oneroso ou gratuito. Usualmente refere-se a

empréstimo de dinheiro.

Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, observados

que, se eles não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando

provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para

a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional, permitida a capitalização

anual.

5.6.8 - Da Prestação de Serviço

Esta modalidade de prestação de serviço refere-se exclusivamente às empresas de

serviços e aos trabalhadores autônomos, não podendo haver a caracterização de relação

sujeita às leis trabalhistas. Da mesma forma, não se aplica às categorias profissionais com

regulamentação própria, como os corretores de imóveis.

Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada

mediante retribuição. O pagamento ocorrerá depois de prestado o serviço, salvo se por

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convenção, ou costume, não houver de ser adiantada.

A obrigação de fornecer os materiais não se presume, mas resulta da lei ou da vontade

das partes. O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-

lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.

Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o

empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos,

pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo. Decairá

desse direito o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e

oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra introduzir modificações no

projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja confiada a terceiros, a não ser que, por

motivos supervenientes ou razões de ordem técnica, fique comprovada a inconveniência ou

a excessiva onerosidade de execução do projeto em sua forma originária. Essa proibição

não abrange alterações de pouca monta, ressalvada sempre a unidade estética da obra

projetada.

Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo se

ajustado em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.

5.6.9 - Do Depósito

O depósito pode ser voluntário ou necessário. Qualquer que seja a modalidade, o

depositário que não o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não

excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.

5.6.9.1 - Do Depósito Voluntário

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Contrato em que uma parte, o depositário, recebe um objeto móvel, para guardar, até

que o depositante o reclame. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção

em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.

O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

O depositário é obrigado a guardar e conservar a coisa depositada como se sua fosse,

bem como devolvê-la quando o exigir o depositante. Se o depósito se entregou fechado,

colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado se manterá.

Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar em que tiver

de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do depositante.

O depositário não poderá, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa

depositada, nem a dar em depósito a outrem, sob pena de responder por perdas e danos.

O depositante é obrigado a reembolsar as despesas feitas pelo depositário, na

guarda da coisa, a indenizar os prejuízos que do depósito provierem e pagar a gratificação

eventualmente estipulada no contrato.

5.6.9.2 - Do Depósito Necessário

Depósito necessário é aquele que independe da vontade das partes, mas por obrigação

legal ou por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou

o saque.

As bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem são

equiparadas ao depósito necessário. Nesse caso, os hospedeiros responderão como

depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas

ou admitidas nos seus estabelecimentos.

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5.6.10 - Do Mandato

Contrato por meio do qual alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome,

praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato. O

mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.

Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento

particular, que valerá desde indicado o lugar onde foi passada, a qualificação do outorgante

e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes

conferidos, bem como a assinatura do outorgante. O terceiro com quem o mandatário tratar

poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida.

Mesmo que o mandato seja outorgado através de mandato por instrumento público, o

substabelecimento pode ser feito mediante instrumento particular. Substabelecimento é o

ato pelo qual o mandatário transfere a outrem, o substabelecido, os poderes que lhe foram

conferidos pelo mandante.

Para os atos que exijam escritura pública, como a compra e venda de imóveis, o

mandato deve ser outorgado por intermédio de escritura pública. Portanto, a outorga do

mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite

mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.

A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução. O mandato

pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou geral a todos os do

mandante.

O mandato pode ser para negócios (ad negotia), ou com finalidade judicial (ad judicia).

Via de regra só confere poderes de administração. Para alienar, hipotecar, transigir, ou

praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a

procuração de poderes especiais e expressos. O poder de transigir não importa o de firmar

compromisso.

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5.6.10.1 - Das Obrigações do Mandatário

O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato,

e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substabelecer,

sem autorização, poderes que devia exercer pessoalmente.

5.6.10.2 - Das Obrigações do Mandante

O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo mandatário,

na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das despesas necessárias

à execução dele, quando o mandatário lho pedir.

É obrigado ao mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as

despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado sem culpa

do mandatário. Da mesma forma é obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as

perdas que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua

ou de excesso de poderes.

5.6.10.3 - Da Extinção do Mandato

São modalidades de extinção do mandato a revogação ou a renúncia; a morte ou

interdição de uma das partes; sobrevindo estado que inabilite o mandante a conferir os

poderes, ou o mandatário para os exercer; e pelo término do prazo ou pela conclusão do

negócio. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o revogar,

pagará perdas e danos. Se a cláusula de irrevogabilidade for condição de um negócio

bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação do

mandato será ineficaz.

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O mandato com a cláusula “em causa própria”, não poderá ser revogado e nem

se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de

prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato,

obedecidas as formalidades legais.

Para revogar o mandato deve o mandante notificar da revogação o mandatário ou

procurador e ainda comunicar o fato a todos os eventuais interessados, seja por meio de

notificações diretas ou publicação em jornal. Não tomadas essas providências continuarão

válidos os atos ajustados entre o procurador demitido e terceiros de boa-fé, que não sabiam

da revogação.

É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou confirmação de

negócios encetados, aos quais se ache vinculado.

A nomeação comunicada de um outro mandatário para o mesmo negócio revoga o

mandato anterior.

A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se for prejudicado pela

sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover à substituição do procurador,

será indenizado pelo mandatário, salvo se este provar que não podia continuar no mandato

sem prejuízo considerável, e que não lhe era dado substabelecer.

5.6.11 - Da Comissão

Modalidade de contrato em que o comissário passa a comprar ou vender bens, em

seu próprio nome, mas por conta de um comitente, e de acordo com as instruções deste.

O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem

que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o comissário

ceder seus direitos a qualquer das partes. O leiloeiro é um exemplo típico de ocorrência de

comissão, desde que ausente o proprietário da coisa leiloada.

No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado a agir com cuidado e

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diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar

o lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio, respondendo por qualquer prejuízo

que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente, salvo motivo de força maior.

O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, exceto

em caso de culpa e se ele assumir o ônus através da cláusula del credere. Nesse caso

responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome

do comitente.

Cláusula del credere é aquela em que “o comissário assume a responsabilidade pela

solvência daqueles com quem vier a contratar no interesse e por conta do comitente” (Maria

Helena Diniz).

5.6.12- Da Corretagem

Pelo contrato de corretagem, uma pessoa se obriga a obter para a segunda um ou

mais negócios, conforme as instruções recebidas. A atividade do corretor é voltada para o

público, não para pessoas determinadas.

Define-se o contrato de corretagem pelo liame obrigacional: não pode haver ligação

decorrente de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência.

O corretor é obrigado a executar a mediação com a diligência e prudência que o

negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o

andamento dos negócios. Deve, também, sob pena de responder por perdas e danos,

prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da

segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais que possa influir nos

resultados da incumbência.

A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes,

será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais.

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O contrato de corretagem tem como objetivo a disponibilização dos meios necessários

para realização do negócio. Nesse sentido, a remuneração é devida ao corretor uma vez

que tenha ele conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, mesmo que este

não se efetive em virtude de arrependimento das partes.

Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração

será devida ao corretor. Todavia, se for ajustada a corretagem com exclusividade, através

de documento escrito, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o

negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade.

Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o

negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será

devida. Da mesma forma se procederá se o negócio se realizar após a decorrência do

prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. Para resguardar seus direitos é

recomendável ao Corretor notificar o dono do negócio, discriminado as pessoas com quem

tratou com vistas à intermediação.

Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a remuneração

será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.

5.6.13 - Da Fiança

A fiança é o contrato por meio do qual uma pessoa garante satisfazer ao credor uma

obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. A fiança é uma modalidade de

contrato que só tem validade se escrito. Seu estabelecimento independe da vontade do

devedor e não vale além da obrigação afiançada

A fiança prestada pelo cônjuge sem o consentimento do outro tornará anulável o

ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de

terminada a sociedade conjugal.

O credor não pode ser obrigado a aceitar fiador indicado se este não for pessoa idônea,

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domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes

para cumprir a obrigação. Sobrevindo a insolvência ou incapacidade do fiador poderá o

credor exigir que seja substituído.

O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor,

respondendo este também por todas as perdas e danos que o fiador pagar, e pelos que

sofrer em razão da fiança.

Na fiança por tempo indeterminado pode o fiador exonerar-se da fiança que tiver

assinado, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante

sessenta dias após a notificação do credor.

5.6.14. - Da Transação

É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões

mútuas. Podem ser objeto de transação os direitos patrimoniais de caráter privado.

Quando a lei exigir, ou quando recair sobre direitos contestados em juízo, a transação

deverá ser feita por escritura pública, permitido o instrumento particular nos demais casos.

A transação deve ser interpretada restritivamente e por ela não se transmitem, apenas

se declaram ou reconhecem direitos.

Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta. Só se anula a transação

nos casos de dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa.

5.6.15 - Do Compromisso ou Arbitragem

É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios entre pessoas

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que podem contratar, exceto para solução de questões de estado, de direito pessoal de

família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial.

Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências

mediante juízo arbitral, na forma estabelecida na Lei 9.307/1996, que regula a arbitragem.

5.7 - Dos Atos Unilaterais

5.7.1 - Da Promessa de Recompensa

Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a

quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir

o prometido. Aquele que fizer o serviço, ou satisfizer a condição estabelecida poderá exigir

a recompensa estipulada.

A promessa de recompensa pode ser revogada utilizando-se da mesma publicidade,

desde que seja feita antes de prestado o serviço ou preenchida a condição.

5.7.2 - Do Pagamento Indevido

O pagamento indevido é aquele efetuado sem qualquer vínculo obrigacional que o

justifique. Aquele que recebeu o que lhe não era devido ou recebeu dívida condicional antes

de cumprida a condição fica obrigado a restituir.

Quem voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.

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5.7.3 - Do Enriquecimento Sem Causa

O enriquecimento sem causa é o acréscimo patrimonial de alguém, em prejuízo de

outrem, sem justa razão, ou de modo ilícito. É o locupletamento à custa alheia.

Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir

o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

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6DIREITO DAS COISAS

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O direito das coisas apresenta-se como um vínculo entre a pessoa e a coisa.

É um direito absoluto e oponível erga omnes (contra todos), ou seja, o titular do direito

real tem o poder de reivindicar a coisa onde quer que se encontre ou de quem quer a

detenha.

De acordo com entendimento teórico-doutrinário tradicional, os direitos reais são

aqueles estabelecidos em lei, não se admitindo interpretação extensiva. Nesse sentido são

diretos reais a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o

direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese. Não se deve

confundir direito real com direito sobre a coisa, pois este é bem mais amplo que o primeiro,

pois além de englobar os diretos reais, abrange a posse e as obrigações mistas ou propter

rem.

Enquanto no direito das coisas existe um vínculo direto entre uma pessoa e uma coisa

que deve ser respeitado por todos, no direito das obrigações o vínculo é estabelecido entre

pessoas determinadas, excluindo terceiros estranhos à relação.

6.1 - Da posse

Posse é o exercício de fato, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à

propriedade, em nome próprio e com autonomia.

6.1.1 - Da Posse e sua Classificação

Interessa informar a classificação da posse quanto à extensão da garantia possessória,

quanto aos vícios objetivos, quanto à subjetividade, quanto aos efeitos, ou quanto à idade.

Quanto à extensão da garantia possessória a posse pode ser direta ou indireta. Direta

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quando exercida diretamente pelo possuidor sobre a coisa; indireta quando o proprietário a

conserva por ficção legal, mas o exercício da posse direta é conferido a outrem, em virtude

de contrato ou direito real limitado.

Quanto aos vícios objetivos a posse pode ser justa ou injusta. Justa é a posse que

não for violenta, clandestina ou precária, injusta a que for violenta, clandestina ou precária.

Posse violenta é aquela adquirida com o uso da força física ou violência moral. Posse

clandestina é aquela adquirida às escondidas daquele que tem interesse em conhecê-la.

Posse precária é aquela cedida em caráter provisório e adquirida com abuso de confiança

por parte de quem recebeu a coisa com o dever de restituí-la.

Quanto à subjetividade a posse pode ser de boa-fé ou de má-fé. De boa-fé é aquela

em que o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa; de má-

fé é aquela em que o. o possuidor conhece o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição

da coisa.

Quanto aos efeitos a posse pode ser ad interdicta ou ad usocapionem. Ad interdicta

é aquela que pode ser amparada pelos interditos possessória, nos casos de esbulho,

turbação ou ameaça; ad usocapionem é aquela capaz de dar origem à usucapião da coisa.

Quanto à idade a posse pode ser nova ou velha. Nova é aquela que data de menos

de ano e dia; velha a que data de mais de ano e dia. A posse nova admite a concessão de

liminar nas ações possessórias, a velha não.

A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as

circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. Salvo

prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.

6.1.2 - Da Aquisição da Posse

Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome

próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. A posse pode ser adquirida

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pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante, por terceiro sem mandato,

dependendo neste caso de ratificação. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária,

a das coisas móveis que nele estiverem.

A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos

caracteres. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao

sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.

São atos que não induzem e nem autorizam a aquisição da posse os de mera

permissão ou tolerância, os violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência

ou a clandestinidade.

6.1.3 - Dos Efeitos da Posse

A posse pode ser perturbada pela turbação, pelo esbulho ou pela ameaça de

agressão iminente. O esbulho é a perda da posse, injustamente, por emprego de violência,

clandestinidade ou abuso de confiança. A turbação é a tentativa de esbulho, embaraçando

a o exercício da posse, sem, contudo, acarretar sua perda.

O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria

força, contanto que o faça logo; os atos de defesa não podem ir além do indispensável à

manutenção, ou restituição da posse. Da mesma forma, o turbado pode utilizar-se da ação

de manutenção de posse, e o esbulhado a ação de reintegração de posse.

Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a

que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo

vicioso.

6.1.4 - Da Perda da Posse

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Perde-se a posse quando o possuidor deixa, embora contra a própria vontade, de

ter de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. São

exemplos o abandono, a tradição, a perda ou destruição da coisa etc.

6.2 - Dos Direitos Reais

São diretos reais a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a

habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese.

Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos

entre vivos, só se adquirem com a tradição. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou

transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de

Imóveis dos referidos títulos.

6.3 - Da Propriedade

O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la

do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. O direito de propriedade

deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de

modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e

o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

São proibidos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou

utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. O proprietário pode ser

privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou

interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.

A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes,

em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a

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atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não

tenha ele interesse legítimo em impedi-las. As jazidas, minas e demais recursos minerais,

os potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos

por leis especiais pertencem à União, constituindo propriedade distinta da do solo.

A propriedade presume-se plena e exclusiva até prova em contrário. Plena é a

propriedade em que todos os direitos elementares (usar, gozar, dispor e reaver) estão

reunidos no proprietário. Limitada quando um desses elementos é entregue a um outro

titular.

Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu

proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem.

6.3.1 - Da Aquisição da Propriedade Imóvel

Adquire-se a propriedade imóvel pelo usucapião, pela transcrição do título de

transferência no registro de imóvel, pela acessão e pelo direito hereditário. A aquisição

pode ser originária ou derivada. Originária quando o indivíduo faz seu o bem sem que

alguém tenha lhe transmitido; derivada quando houver transmissão de domínio, por ato

causa mortis ou inter vivos.

6.3.1.1 - Da Usucapião

Usucapião é de aquisição da propriedade decorrente do exercício de da posse mansa

e pacífica, com ânimo de dono, por determinado tempo fixado pela lei. A usucapião é

declarada por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de

Imóveis.

Não podem ser usucapidos os bens públicos e as coisas fora do comércio.

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São várias as possibilidades de se adquirir a usucapião conforme as características

do imóvel e da posse.

Adquire a propriedade, independentemente de título e boa-fé, aquele que, sem

oposição ou interrupção, possuir como seu um imóvel por quinze anos. Se o morador

houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços

de caráter produtivo, o prazo é reduzido a dez anos.

Adquire a propriedade aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,

possuir como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural

não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família

e fazendo dela sua moradia.

Adquire a propriedade aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano,

possuir como sua, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, área urbana de até

duzentos e cinqüenta metros quadrados, utilizando-a para sua moradia ou de sua família.

Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e sem contestação,

com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Reduz se o prazo a cinco anos se o

imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo

cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a

sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

O possuidor pode, para o fim de contagem de prazo, acrescentar à sua posse a dos

seus antecessores, desde que todas sejam contínuas, pacíficas. O justo título e a boa-fé

são exigidos nos casos de usucapião após dez anos da posse.

6.3.1.2 - Da Aquisição pelo Registro do Título

Somente se transfere a propriedade por ato entre vivos mediante o registro do título

translativo no Registro de Imóveis; enquanto não se registrar o título translativo, o alienante

continua a ser havido como dono do imóvel.

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Até a decretação da invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente

continua a ser havido como dono do imóvel.

O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do

registro, e este o prenotar no protocolo.

6.3.1.3 - Da Aquisição por Acessão

A acessão é o acréscimo a um imóvel, seja decorrente da atividade humana ou por

causas naturais. Ocorre de forma natural por formação de ilhas, por aluvião, por avulsão ou

por abandono de álveo; e por causas artificiais por plantações ou construções.

6.3.1.3.1 - Das ilhas

As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos

proprietários ribeirinhos fronteiros. A denominação rios particulares significa rios não

navegáveis. Sendo o rio navegável as ilhas formadas são da pessoa de direto público em

que tais correntes pertencem.

6.3.1.3.2 - Da Aluvião

Aluvião é a denominação dos acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente,

por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das

águas destas. A aluvião pertence aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.

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6.3.1.3.3 - Da Avulsão

Avulsão e a denominação que se dá ao fato de uma porção de terra se destacar de

um prédio e se juntar a outro, por força natural violenta. Nesse caso, o dono do imóvel

acrescido adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem

indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.

6.3.1.3.4 - Do Álveo Abandonado

Álveo é o leito do rio. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários

ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por

onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem

até o meio do álveo.

6.3.1.3.5 - Das Construções e Plantações

Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo

proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.

Ocorrendo plantação ou construção em terreno próprio, mas com sementes, plantas

ou materiais alheios, o dono do terreno adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a

pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.

Ocorrendo plantação ou construção em terreno alheio, mas com sementes, plantas

e construções próprias, estas são perdidas em proveito do proprietário do térreo, mas se

o plantador ou construtor agiu de boa-fé terá direto à indenização. Se a construção ou a

plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou

ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada

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judicialmente, se não houver acordo.

6.3.2 - Da Perda da Propriedade

Perde-se a propriedade imóvel por alienação, pela renúncia, por abandono, por

perecimento da coisa, e pela desapropriação. Outras causas também consideradas pela lei

causam a perda da propriedade, tais como o usucapião, a acessão etc.

6.3.3 - Dos Direitos de Vizinhança

6.3.3.1 - Do Uso Anormal da Propriedade

O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências

prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela

utilização de propriedade vizinha, podendo exigir do dono do prédio vizinho a demolição,

ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano

iminente.

6.3.3.2 - Das Árvores Limítrofes

A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum

aos donos dos prédios confinantes. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a

estrema do prédio, poderão ser cortados, até a divisa, pelo proprietário do terreno invadido.

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Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se

este for de propriedade particular.

6.3.3.3 - Da Passagem Forçada

O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante

pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem.

6.3.3.4 - Da Passagem de Cabos e Tubulações

O proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos,

tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, desde que receba

indenização suficiente para atender, também, à desvalorização da área remanescente.

6.3.3..5 - Das Águas

O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm

naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo.

O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as

necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas

remanescentes pelos prédios inferiores.

6.3.3.6 - Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem

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O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar o seu prédio, urbano ou rural, e

pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios,

a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se

proporcionalmente as despesas.

6.3.3.7 - Do Direito de Construir

O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o

direito dos vizinhos e os regulamentos civis e administrativos.

O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente,

sobre o prédio vizinho e não poderá abrir janelas, ou fazer terraço ou varanda, a menos de

metro e meio do terreno vizinho.

São proibidas construções capazes de poluir ou inutilizar a água do poço ou nascente

alheia. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou à

nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais.

6.4 - Do Condomínio Geral

Há condomínio quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, cada qual

com sua parte ideal. Via de regra o novo Código Civil revogou as disposições da Lei 4.591

em referência ao condomínio.

6.4.1 - Do Condomínio Voluntário

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Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer

todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua

posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la, mas nenhum condômino pode alterar a

destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso

dos outros.

O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de

conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.

A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum. Podem os

condôminos estipular que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos,

suscetível de prorrogação ulterior.

6.4.2 - Do Condomínio Necessário

Ocorre essa modalidade de condomínio quando há meação de paredes, cercas,

muros e valas. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas,

muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou

cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por

ela ocupado.

6.5 - Do Condomínio Edilício

O Condomínio edilício é instituído em edificações e tem como características partes

que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. As

partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas,

lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo

ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários.

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São de utilização em comum pelos condôminos, e não podem ser alienados

separadamente, ou divididos, o solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de

distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as

demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público,

Os condôminos têm o direito de usar, fruir e livremente dispor das suas unidades,

usar das partes comuns, conforme a sua destinação, sem excluir a utilização pelos demais

compossuidores, e votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.

São deveres do condômino contribuir para as despesas do condomínio, na proporção

de suas frações ideais, abster-se de realizar obras que comprometam a segurança da

edificação ou a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas, não utilizar a

sua parte de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou

aos bons costumes.

O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios

convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois

por cento sobre o débito.

O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao

condomínio, inclusive multas e juros moratórios.

A administração do condomínio cabe ao síndico, que poderá não ser condômino, eleito

em assembléia para mandato não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.

Compete ao síndico, dentre outros, representar, ativa e passivamente, o condomínio,

cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia,

zelar pela conservação e a guarda das partes comuns, cobrar dos condôminos as suas

contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas, prestar contas à assembléia,

anualmente e quando exigidas, realizar o seguro da edificação etc.

6.6 - Da Propriedade Resolúvel

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Propriedade resolúvel é aquela de caráter transitório, não permanente, que pode ser

cancelada sobrevindo determinada condição legal ou convencional, a condição resolutiva

ou termo final. Ocorrendo a condição ou advindo o termo diz que a propriedade foi resolvida.

Nesse caso, são também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o

proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de

quem a possua ou detenha. São exemplos o pacto de retrovenda, a venda a contento, a

propriedade fiduciária etc.

6.7 - Direitos Reais de Gozo ou Fruição sobre Coisas Alheias

Os direitos reais são previstos e limitados por lei, e não se admitem a criação de

novas espécies por ato de vontade das partes. Essa modalidade de direito transfere o

domínio do imóvel ao adquirente, para que este possa gozar e fruir do bem, conforme o

tipo de direito real pactuado. Os direitos reais sobre coisas alheias comentados serão os

que tratam da superfície, das servidões, do usufruto, do uso, da habitação, do direito do

promitente comprador, do penhor, da hipoteca e da anticrese.

6.8 - Da Superfície

O proprietário pode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu

terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no

Cartório de Registro de Imóveis. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo

se for inerente ao objeto da concessão.

O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do superficiário, aos

seus herdeiros.

Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno,

construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem

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estipulado o contrário.

6.9 - Das Servidões

A servidão é o proveito ou facilidade prestada por um prédio - o serviente - em favor

de outro – o dominante.

A servidão proporciona utilidade para o prédio dominante, e grava o prédio serviente,

que pertence a diverso dono. É constituída mediante declaração expressa dos proprietários,

ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro de Imóveis.

O exercício da servidão é restrito às necessidades do prédio dominante, de modo a

evitar agravar o encargo ao prédio serviente. Constituída para certo fim, a servidão não se

pode ampliar a outro.

6.10 - Do Usufruto

O usufruto é um direito conferido a uma pessoa que o autoriza a usar coisa alheia,

móvel ou imóvel, e auferir para si os frutos por ela produzidos. Cabe ao usufrutuário a

posse, o uso, a administração e os frutos da coisa; e ao proprietário (conhecido como nu-

proprietário) o direito abstrato à propriedade.

O usufruto pode recair em um ou mais bens, em um patrimônio inteiro, ou parte deste,

abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. O usufruto de imóveis será

constituído mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se

por título gratuito ou oneroso.

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O usufrutuário pode usufruir em pessoa, ou mediante arrendamento, o prédio, mas

não lhe mudar a destinação econômica, sem expressa autorização do proprietário.

O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que

receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se

lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto. Todavia

o usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do exercício regular do

usufruto.

É atribuição do usufrutuário pagar as despesas ordinárias de conservação dos bens

no estado em que os recebeu, bem como as prestações e os tributos devidos pela posse

ou rendimento da coisa usufruída.

Extingue-se o usufruto pela morte do usufrutuário, pelo termo de sua duração, pela

cessação da causa que o originou, pela destruição da coisa, pela consolidação (quando a

mesma pessoa passa a ser o usufrutuário e o proprietário), pelo usucapião, por culpa do

usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, pela renúncia, pelo não

uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai etc. Os demais casos de extinção do

usufruto estão presentes no art. 1410 do Código Civil.

6.11 - Do Uso

O uso é uma espécie de usufruto restrito, que atribui ao seu titular apenas o uso de

coisa alheia, sem direito à administração e aos frutos, salvo daquilo que seja necessário ao

consumo pessoal e da família, compreendidas a de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das

pessoas de seu serviço doméstico.

São aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas

ao usufruto.

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6.12 - Da Habitação

O direito real temporário de habitar gratuitamente casa alheia. O titular deste direito

não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família.

São aplicáveis à habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições

relativas ao usufruto.

6.13 - Do Direito do Promitente Comprador

Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento,

celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de

Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.

O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor,

ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva

de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa,

requerer a adjudicação do imóvel.

6.14 - Direitos Reais de Garantia sobre Coisas Alheias

“Direito real de garantia é aquele confere ao seu titular a prerrogativa de obter o

pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente à

sua satisfação” (Sílvio Rodrigues). São eles o penhor, a hipoteca e a anticrese.

6.14.1 - Disposições gerais sobre o penhor, hipoteca e a anticrese.

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Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica

sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação. Só aquele que pode alienar poderá

empenhar, hipotecar ou dar em anticrese. Só os bens que se podem alienar poderão ser

dados em penhor, anticrese ou hipoteca.

A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em garantia real, na

sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um pode individualmente dar em

garantia real a parte que tiver.

O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa exoneração

correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição

expressa no título ou na quitação.

O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou

empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a

prioridade no registro. Excetuam-se dessa regra as dívidas trabalhistas, previdenciárias,

fiscais, que têm preferência.

O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for

paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição.

A dívida será considerada vencida se o bem dado em garantia se perecer, deteriorar

ou depreciar e o devedor, intimado, não o reforçar ou substituir, se o devedor cair em

insolvência ou falir, se as prestações não forem pontualmente pagas, se desapropriar o

bem dado em garantia.

É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar

com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento, mas vencida a dívida,

poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida.

Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o produto não bastar para

pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente

pelo restante.

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6.14.2 - Do Penhor

Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito

ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel,

suscetível de alienação.

O credor pignoratício tem direito à posse da coisa empenhada; à retenção dela em

caso de indenização de despesas justificadas; ao ressarcimento do prejuízo que houver

sofrido por vício da coisa empenhada; a promover a execução judicial, ou a venda amigável,

se autorizado expressamente pelo contrato ou pelo devedor; a apropriar-se dos frutos da

coisa empenhada que se encontra em seu poder; a promover a venda antecipada sempre

que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, mas o dono da

coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra

garantia real idônea.

O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada, ou uma parte

dela, antes de ser integralmente pago.

O credor pignoratício é obrigado à custódia da coisa, na qualidade de depositário, a

ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, à defesa da posse da coisa

empenhada e a comunicação ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o

exercício de ação possessória, a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez

paga a dívida;

Extingue-se o penhor com a extinção da obrigação; com o perecimento da coisa;

renunciando o credor; confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono

da coisa; dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita

pelo credor ou por ele autorizada.

6.14.3 - Da Hipoteca

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“Hipoteca é o direto real que o devedor confere ao credor, sobre um bem imóvel de

sua propriedade ou a outrem, para que o mesmo responda, preferentemente ao credor,

pelo resgate da dívida” (Sílvio Rodrigues).

Podem ser objeto de hipoteca os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente

com eles, o domínio direto, o domínio útil, as estradas de ferro, os recursos naturais a

que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham, os navios, e as

aeronaves. Em nosso caso discorremos somente sobre a hipoteca que grava bens imóveis.

É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado, mas poderá

convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado.

O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo

título, em favor do mesmo ou de outro credor. Salvo o caso de insolvência do devedor,

o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de

vencida a primeira.

As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um

deles, se o título se referir a mais de um. Compete aos interessados, exibido o título,

requerer o registro da hipoteca. Os registros e averbações seguirão a ordem em que forem

requeridas, sendo que o número de ordem determina a prioridade, e esta a preferência

entre as hipotecas.

Ambas as partes podem prorrogar a hipoteca, até perfazer vinte anos, da data do

contrato.

A lei confere hipoteca, chamada nesse caso de hipoteca legal, às pessoas de direito

público interno sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, sua guarda

ou administração; aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras

núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior; ao ofendido, ou aos seus herdeiros,

sobre os imóveis do delinqüente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento

das despesas judiciais; ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha,

sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente; ao credor sobre o imóvel arrematado,

para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação.

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A hipoteca extingue-se pela extinção da obrigação principal, pelo perecimento da coisa,

pela resolução da propriedade, pela renúncia do credor, pela remição, e pela arrematação

ou adjudicação.

6.15 -Da Anticrese

Na anticrese o devedor entrega ao credor a posse do imóvel, cedendo-lhe o direito de

auferir os frutos e rendimentos desse imóvel, até o montante da dívida a ser paga.

O imóvel hipotecado pode ser dado em anticrese, sendo a recíproca verdadeira.

O credor anticrético pode administrar os bens dados em anticrese e fruir seus frutos e

utilidades, mas deverá apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua administração.

O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da

dívida, pagando a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso,

na sua posse.

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7LEI Nº 4.591, DE 16 DE

DEZEMBRO DE 1964

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Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias.

7.1 - Do Condomínio

As disposições relativas ao condomínio edilício constante nessa lei foram revogadas

pelo novo Código Civil, de forma que da Lei n.º 4.591/64 trataremos somente das

incorporações imobiliárias.

7.2 - Das Incorporações

Incorporação imobiliária é a atividade exercida com o intuito de promover e realizar

a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações

compostas de unidades autônomas.

Incorporador é a pessoa física ou jurídica, que embora não efetuando a construção,

compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de

tais frações a unidades autônomas, ou que meramente aceite propostas para efetivação de

tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação.

O incorporador somente poderá negociar sobre unidades autônomas após ter

arquivado, no cartório competente de Registro de Imóveis, os documentos comprovando

a propriedade do terreno; a inexistência de débitos de impostos, protesto de títulos; ações

cíveis e criminais e de ônus reais relativos ao imóvel, aos alienantes e ao incorporador; os

projetos de construção devidamente aprovados pelas autoridades competentes.

O número do registro da incorporação, bem como a indicação do cartório competente,

constará, obrigatoriamente, dos anúncios, impressos, publicações, propostas, contratos,

preliminares ou definitivos, referentes à incorporação, salvo dos anúncios “classificados”.

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Quando o incorporador contratar a entrega da unidade a prazo e preços certos,

determinados ou determináveis, deverá informar obrigatoriamente aos adquirentes, por

escrito, no mínimo de seis em seis meses, o estado da obra.

O incorporador responde civilmente pela execução da incorporação, devendo indenizar

os adquirentes ou compromissários, dos prejuízos que a estes advierem do fato de não se

concluir a edificação ou de se retardar injustificadamente a conclusão das obras.

É vedado ao incorporador alterar o projeto, especialmente no que se refere à unidade

do adquirente e às partes comuns, modificar as especificações, ou desviar-se do plano da

construção, salvo autorização unânime dos interessados ou exigência legal;

Após a concessão do “habite-se” pela autoridade administrativa, o incorporador

deverá requerer a averbação da construção das edificações, para efeito de individualização

e discriminação das unidades, respondendo perante os adquirentes pelas perdas e danos

que resultem da demora no cumprimento dessa obrigação.

7.2.1 - Da Construção de Edificação em Condomínio

A construção de imóveis, objeto de incorporação, poderá ser contratada sob o regime

de empreitada ou de administração.

Poderá ser designada, no contrato de construção ou eleita em assembléia, uma

Comissão de Representantes, composta de no mínimo três membros escolhidos entre

os contratantes, para representá-los junto ao construtor ou ao incorporador, em tudo que

interessar ao bom andamento da obra.

Cada contratante da construção só será imitido na posse de sua unidade se estiver em

dia com as obrigações assumidas, exercendo o construtor, o incorporador ou o condomínio

o direito de retenção sobre a respectiva unidade.

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7.2.1.1 - Da Construção por Empreitada

Nas incorporações em que a construção seja feita pelo regime de empreitada, esta

poderá ser a preço fixo, ou a preço reajustável por índices previamente determinados.

Na empreitada a preço fixo, o preço da construção será irreajustável, independentemente

das variações que sofrer o custo efetivo das obras e qualquer que sejam suas causas.

Na empreitada a preço reajustável, o preço fixado no contrato será reajustado na forma e

nas épocas nele expressamente previstas, em função da variação dos índices adotados,

também previstos obrigatoriamente no contrato.

Em toda a publicidade ou propaganda escrita, destinada a promover a venda de

incorporação com construção pelo regime de empreitada reajustável, em que conste

preço, serão discriminados explicitamente o preço da fração ideal do terreno e o preço da

construção, com indicação expressa da reajustabilidade, dispensada essa exigência nos

anúncios “classificados” dos jornais.

7.2.1.2 - Da Construção por Administração

Nas incorporações em que a construção for contratada pelo regime de administração,

também chamado “a preço de custo”, será de responsabilidade dos proprietários ou

adquirentes o pagamento do custo integral de obra.

No regime de construção por administração, será obrigatório constar do respectivo

contrato o montante do orçamento do custo da obra e a data em que se iniciará efetivamente

a obra.

Em toda publicidade ou propaganda escrita destinada a promover a venda de

incorporação com construção pelo regime de administração em que conste preço, serão

discriminados explicitamente o preço da fração ideal de terreno e o montante do orçamento

atualizado do custo da construção, com a indicação do mês a que se refere o dito orçamento,

dispensada essa exigência nos anúncios “classificados” dos jornais.

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7.2.2 - Das Infrações

Pode-se estipular no contrato que a falta de pagamento, por parte do adquirente ou

contratante, de três prestações do preço da construção, depois de prévia notificação com o

prazo de dez dias para purgação da mora, implique na rescisão do contrato, e que, na falta

de pagamento, pelo débito respondem os direitos à respectiva fração ideal de terreno e à

parte construída adicionada.

Não purgada a mora o prazo de dez dias poderá ser promovida, em leilão público, a

venda da quota de terreno.

O contrato poderá dispor que o valor das prestações pagas com atraso seja corrigível

em função da variação do índice geral de preços que reflita as oscilações do poder aquisitivo

da moeda nacional.

É crime contra a economia popular promover incorporação, fazendo, em proposta,

contratos, prospectos ou comunicação ao público, afirmação falsa sobre a construção do

condomínio, alienação das frações ideais do terreno ou sobre a construção das edificações,

punível com pena de reclusão de um a quatro anos e multa.

Na mesma pena incorre também o corretor de imóveis, o incorporador, o construtor, os

diretores ou gerentes de empresa incorporadora, corretora ou construtora que, em contrato,

publicidade ou comunicação ao público fizerem afirmação falsa sobre a constituição do

condomínio, alienação das frações ideais ou sobre a construção das edificações, ou

que usar, ainda que a título de empréstimo, em proveito próprio ou de terceiros, bens ou

haveres destinados a incorporação contratada por administração, sem prévia autorização

dos interessados.

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8 LEI No 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO

DE 1979 - Dispõe sobre o

Parcelamento do Solo Urbano

e dá outras Providências

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O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou

desmembramento.

Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação,

com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,

modificação ou ampliação das vias existentes.

Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a

edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na

abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou

ampliação dos já existentes.

Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam

aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que

se situe.

Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das

águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sanitário e abastecimento de água

potável, e de energia elétrica pública e domiciliar e as vias de circulação pavimentadas ou

não.

Nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS), a infra-

estrutura básica dos parcelamentos situados consistirá, no mínimo, de vias de circulação,

escoamento das águas pluviais, rede para o abastecimento de água potável, e soluções

para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.

Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas,

de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou

aprovadas por lei municipal.

É proibido o parcelamento do solo urbano, enquanto não solucionados os problemas,

em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, que tenham sido aterrados com material

nocivo à saúde pública, com declividade igual ou superior a trinta por cento Também não

será permitido o parcelamento do solo em terrenos onde as condições geológicas não

aconselham a edificação ou em áreas de preservação ecológica.

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A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado

seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas.

Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será considerado

rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados

da omissão. Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de noventa dias

para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada

das obras de urbanização.

Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-

lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da

aprovação. Juntamente com o pedido deverá apresentar os documentos de comprovação

da propriedade do terreno; de inexistência de débitos de impostos, protesto de títulos,

ações cíveis e criminais e de ônus reais relativos ao imóvel e aos alienantes; cópia do

ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação da execução das

obras exigidas; exemplar do contrato-padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de

promessa de cessão.

No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma indicação para

cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas destinadas

a espaços livres ou a equipamentos urbanos.

O processo de loteamento e os contratos depositados em cartório poderão ser

examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento

de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca.

São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de

cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram

direito real oponível a terceiros.

Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão

como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da

respectiva prova de quitação.

Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de cessão

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não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do contrato

ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se

ao registro do pré-contrato, passando as relações entre as partes a serem regidas pelo

contrato-padrão. Nesse caso, terão o mesmo valor de pré-contrato a promessa de cessão,

a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento, do qual conste a

manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e

a promessa de contratar.

Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter vivos, ou por sucessão

causa mortis, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando

obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cessão, em

todas as suas cláusulas, sendo nula qualquer disposição em contrário, ressalvo o direito do

herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao legado.

O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse, lançado no verso

das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número

do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido

registro. A cessão independe da anuência do loteador, mas, em relação a este, seus efeitos

só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a

cessão.

Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido trinta dias

depois de constituído em mora o devedor. Nesse caso, a requerimento do credor, o devedor-

adquirente será intimado a satisfazer as prestações vencidas e as que se vencerem até a

data do pagamento, os juros convencionados e as custas de intimação. Purgada a mora,

convalescerá o contrato.

Permanecendo a inadimplência, de posse da certidão de não haver sido feito o

pagamento em cartório, o vendedor requererá ao oficial do registro o cancelamento da

averbação.

Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias

necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo

de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário. Não serão indenizadas as

benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei.

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Ocorrendo o cancelamento do registro por inadimplemento do contrato e tendo havido

o pagamento de mais de um terço do preço ajustado, o oficial do registro de imóveis

mencionará este fato no ato do cancelamento e a quantia paga; somente será efetuado

novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a restituição do valor pago pelo

vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua disposição

junto ao Registro de Imóveis.

É proibido vender ou prometer vender parcela de loteamento ou desmembramento não

registrado. Verificado que o loteamento ou desmembramento não está registrado, deverá

o adquirente do lote notificar o loteador para suprir a falta, suspendendo o pagamento,

ao loteador, das prestações restantes, mas efetuando o depósito delas junto ao Registro

de Imóveis competente. Regularizado o loteamento pelo loteador, este poderá levantar as

prestações depositadas em cartório.

Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento do

adquirente, quando o loteamento não estiver regularmente inscrito.

Constitui crime contra a Administração Pública dar início, ou efetuar loteamento ou

desmembramento do solo para fins urbanos sem autorização do órgão público competente,

em desacordo com as disposições legais ou sem a observância das determinações

constantes do ato administrativo de licença. Da mesma forma, constitui crime fazer, ou

veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a interessados,

afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins

urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo. Em ambos os casos a pena é de

reclusão, de um a quatro anos, e multa.

A pena será aumentada de um a cinco anos, e multa, se o crime é cometido por meio

de venda, promessa de venda ou reserva de lote não registrado no Registro de Imóveis

competente ou com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou

desmembrado.

Quem, de qualquer modo, concorrer para a prática das condutas acima citadas

incidirá nas penas cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade

de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.

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Aquele que registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos

competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão

de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento

não registrado será apenado com detenção de um dois anos, e multa.

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9LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO

DE 1990 - Dispõe sobre a

proteção do consumidor

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9.1 – Definições e Conceitos

O Código do Consumidor estabelece normas visando a proteção e defesa do

consumidor, da ordem pública e do interesse social.

É de vital importância o conhecimento de alguns conceitos e regras que regem o direito

consumeirista, pois o Corretor de Imóveis é um fornecedor de serviços com características

bem particulares, haja vista que fornece seus serviços profissionais tanto ao vendedor

quanto ao comprador.

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço

como destinatário final. Destinatário final é aquele que adquire um produto ou serviço

para utilizar em uso próprio, que não revende o produto para outrem, nem o aplica na

produção de outros produtos. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda

que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Esta última definição é

uma exação jurídica denominada consumidor por equiparação.

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica que desenvolvem atividade de produção,

montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,

inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes

das relações de caráter trabalhista.

9.2 - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Não raro ocorre de o produto ou serviço causar danos às pessoas. Neste caso o

fabricante, o produtor, o construtor, e o importador respondem de modo objetivo. A

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responsabilidade objetiva independe da averiguação da culpa e só é excluída se provada

a inexistência do defeito, que não foi colocado o produto no mercado ou que a culpa é

exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Considera-se o produto defeituoso quando não oferece a segurança que dele

legitimamente se espera. Não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor

qualidade ter sido colocado no mercado.

O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos

serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e

riscos. O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele

pode esperar. O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar que, tendo

prestado o serviço, o defeito inexiste ou que o defeito decorre de culpa exclusiva do

consumidor ou de terceiro.

Os profissionais liberais são exceção à regra da responsabilidade objetiva, vez que

sua responsabilidade pessoal deve ser apurada mediante a verificação de culpa.

9.3 - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem

solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou

inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por

aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem

publicitária.

Ocorrendo o vício e não sendo ele sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o

consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha a substituição do produto por outro da

mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga,

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monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; ou o abatimento

proporcional do preço. O prazo de trinta dias pode ser reduzido a sete dias ou dilatado até

180 dias, desde que as partes assim estipulem.

O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios

ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade

com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor

exigir, alternativamente e à sua escolha a reexecução dos serviços, sem custo adicional e

quando cabível; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem

prejuízo de eventuais perdas e danos, ou o abatimento proporcional do preço. A reexecução

dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do

fornecedor.

A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos

e serviços não o exime de responsabilidade.

9.4 - Da Decadência e da Prescrição

O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em trinta

dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis, noventa dias,

tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

A reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor

de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, transmitida de forma

inequívoca, obsta a decadência do direto de reclamar dos vícios aparentes.

No caso de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar

evidenciado o defeito.

Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do

produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano

e de sua autoria.

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9.5 - Das Práticas Comerciais

9.5.1 – Da Oferta

Toda informação ou publicidade oferecendo ou apresentando produtos ou serviços

obriga o fornecedor que a fizer ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser

celebrado. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações

corretas, claras, sobre as características, qualidades, quantidade, composição, preço,

garantia, prazos de validade e origem, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde

e segurança dos consumidores.

9.5.2 - Da Publicidade

A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente,

a identifique como tal, sendo proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter

publicitário, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,

qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre

produtos e serviços.

É abusiva a publicidade discriminatória, a que incite à violência, explore o medo ou a

superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita

valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma

prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

A publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial

do produto ou serviço.

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O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária

cabe a quem as patrocina.

9.5.3 - Das Práticas Abusivas

É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas consideradas

abusivas, praticar a venda casada, ou seja, condicionar o fornecimento de produto ou de

serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço. Da mesma forma não pode limitar

quantitativamente sem justa causa, ou recusar atendimento às demandas dos consumidores,

na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os

usos e costumes.

Não poderá enviar ou entregar ao consumidor qualquer produto serviço sem solicitação

prévia nem se prevalecer da fraqueza ou ignorância do consumidor para impingir-lhe seus

produtos ou serviços. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao

consumidor sem a sua solicitação, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação

de pagamento.

Não pode repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor

no exercício de seus direitos; colocar no mercado de consumo qualquer produto ou serviço

em desacordo com as normas técnicas convencionadas; recusar a venda de bens ou a

prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto

pagamento; elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; deixar de estipular

prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu

exclusivo critério; aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente

estabelecido.

O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio

discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados,

as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. Salvo

estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado

de seu recebimento pelo consumidor. Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento

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obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.

O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação

de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.

9.5.4 - Da Cobrança de Dívidas

Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem

será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. O consumidor cobrado em

quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou

em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano

justificável.

9.6 - Da Proteção Contratual

O CDC protege o consumidor antes, quando e após a elaboração do contrato.

Os contratos não obrigarão o consumidor, se não lhe foi dada a oportunidade de

tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se forem redigidos de modo a dificultar

a compreensão de seu sentido e alcance. As cláusulas contratuais serão interpretadas de

maneira mais favorável ao consumidor.

As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos

relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor.

O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura

ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento

de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por

telefone ou a domicílio. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores

eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de

imediato, monetariamente atualizados.

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A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.

9.6.1 - Das Cláusulas Abusivas

São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao

fornecimento de produtos e serviços que impossibilitem, exonerem, atenuem ou transfiram

a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços;

subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga; estabeleçam inversão

do ônus da prova em prejuízo do consumidor; determinem a utilização compulsória de

arbitragem; deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando

o consumidor; autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade

do contrato, após sua celebração; possibilitem a renúncia do direito de indenização por

benfeitorias necessárias.

A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando

de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer

das partes.

As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não

poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação. É assegurado ao consumidor

a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional

dos juros e demais acréscimos.

Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em

prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de

pleno direito às cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício

do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada

do produto alienado.

9.6.2 - Dos Contratos de Adesão

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Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas foram unilateralmente colocadas pelo

fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar

substancialmente seu conteúdo. As cláusulas que implicarem limitação de direito

do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil

compreensão.

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10LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO

DE 1991 - Dispõe sobre as

locações dos imóveis urbanos e os

procedimentos a elas pertinentes.

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10.1 - Da locação em geral

A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei. A locação pode ser

residencial e não residencial. São reguladas pelo Código Civil ou leis especiais os imóveis

públicos, as garagens autônomas, os espaços destinados à publicidade, os apart- hotéis,

hotéis.

As partes podem ajustar um contrato de locação por qualquer prazo, dependendo de

autorização conjugal, se igual ou superior a dez anos. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge

não estará obrigado a observar o prazo excedente.

Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver

o imóvel alugado, mas o locatário poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada ou

judicialmente estipulada.

A ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.

O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado mediante aviso por

escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta dias.

Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato,

com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo

determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver

averbado junto à matrícula do imóvel. Idêntico direito terá o promissário comprador e o

promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título

registrado junto à matrícula do mesmo. A denúncia deverá ser exercitada no prazo de

noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após

esse prazo, a concordância na manutenção da locação.

A locação também poderá ser desfeita por mútuo acordo; em decorrência da prática

de infração legal ou contratual; em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais

encargos; ou para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público.

É livre a convenção do aluguel, mas não pode ser estipulado em moeda estrangeira,

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nem vinculado à variação cambial ou ao salário mínimo. Só pode ser cobrado adiantadamente

em caso de locação por temporada, ou se não foi dada garantia.

O aluguel está sujeito aos reajustes por vontade das partes, mas não havendo acordo

pode ocorrer reajuste judicial, a cada três anos.

O locador é obrigado a entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir

ao uso a que se destina, a garantir o uso pacífico do imóvel locado, responder pelos vícios

ou defeitos anteriores à locação, fornecer ao locatário descrição minuciosa do estado do

imóvel quando de sua entrega, fornecer ao locatário recibo discriminado dos pagamentos,

pagar as taxas de administração imobiliária e de intermediações, inclusiva as despesas

necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador, pagar os impostos,

taxas e o de seguro, salvo disposição expressa em contrário no contrato, e pagar as

despesas extraordinárias de condomínio, sendo estas as despesas que não se refiram aos

gastos rotineiros de manutenção do edifício.

O locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação,

servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido e tratá-lo com o mesmo

cuidado como se fosse seu, restituir o imóvel no estado em que o recebeu, salvo as

deteriorações decorrentes do seu uso normal, não modificar a forma interna ou externa do

imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador, pagar as despesas de telefone

e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto, permitir a vistoria do imóvel pelo locador,

cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos, pagar o

prêmio do seguro de fiança, e pagar as despesas ordinárias de condomínio, sendo estas

as despesas necessárias à sua administração.

Convencionado que cabe ao locatário a responsabilidade pelo pagamento dos

tributos, encargos e despesas ordinárias de condomínio, o locador poderá cobrar tais

verbas juntamente com o aluguel do mês a que se refiram.

No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos

ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em

igualdade de condições com terceiros. Nesse caso deve o locador cientificar o locatário

através de notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca. O direito

de preferência do locatário deverá ser exercido de maneira inequívoca no prazo de trinta

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dias. Não se aplica o direito de preferência nos casos de perda da propriedade ou venda

por decisão judicial, permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação.

O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as

perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver

para si o imóvel locado. O prazo para tal é de seis meses, a contar do registro do ato no

cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias

antes da alienação junto à matrícula do imóvel.

Havendo condomínio no imóvel, a preferência do condômino terá prioridade sobre a

do locatário.

O locador pode exigir do locatário, como garantia, a prestação de caução, fiança, ou

seguro de fiança locatícia, sendo vedada mais de uma modalidade de garantia num mesmo

contrato de locação. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da

locação se estende até a efetiva devolução do imóvel.

Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades, o locador poderá

exigir do locatário o pagamento do aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês vincendo.

Constitui contravenção penal exigir o pagamento de quantia ou valor além do aluguel

e encargos permitidos, exigir mais de uma modalidade de garantia num mesmo contrato de

locação, e cobrar antecipadamente o aluguel, salvo os casos de locação para temporada

ou locação sem garantia.

10.2 - Da locação residencial

Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses, a

resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, independentemente de notificação

ou aviso. Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel alugado por

mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação por

prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas e condições do contrato. Ocorrendo a

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prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a qualquer tempo, concedido o prazo

de trinta dias para desocupação.

Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo inferior a trinta meses, findo

o prazo estabelecido, a locação prorroga - se automaticamente, por prazo indeterminado.

Nesse caso, somente pode ser retomado o imóvel nos casos de mútuo acordo das partes;

decorrentes da prática de infração legal ou contratual, decorrentes da falta de pagamento

do aluguel e demais encargos; para a realização de reparações urgentes determinadas

pelo Poder Público; decorrentes de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do

imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego; se for pedido para uso próprio, de

seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que

não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio; ou

se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.

10.3 - Da locação para temporada

Locação para temporada é aquela contratada por prazo não superior a noventa dias

destinada à residência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos,

tratamento de saúde, etc.

O locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os aluguéis e encargos,

bem como exigir do locatário, como garantia, a prestação de caução, fiança, ou seguro de

fiança locatícia, sendo vedada mais de uma modalidade de garantia num mesmo contrato

de locação.

Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel sem oposição do locador

por mais de trinta dias, presumir - se - á prorrogada a locação por tempo indeterminado, não

mais sendo exigível o pagamento antecipado do aluguel e dos encargos.

10.4 - Da locação não residencial

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Na locação comercial o locatário terá direito à renovação do contrato, caso tenha sido

ele celebrado por escrito e com prazo determinado. Nesse caso o prazo mínimo do contrato

a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos dever ser de cinco

anos, e esteja o locatário explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e

ininterrupto de três anos.

Ação renovatória é a modalidade da ação destinada a fazer valer o direto de renovação

do contrato locatício, e deve ser proposta no interregno de um ano, no máximo, até seis

meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.

O locador não estará obrigado a renovar o contrato se, por determinação do Poder

Público, tiver que realizar no imóvel, obras que importarem na sua radical transformação;

o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio

existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge,

ascendente ou descendente. Nesse caso o imóvel não poderá ser destinado ao uso do

mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com

as instalações e pertences.

Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos,

bem como de estabelecimento de saúde e de ensino autorizados, o contrato somente

poderá ser rescindido nos casos de mútuo acordo; em decorrência da prática de infração

legal ou contratual; em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;

para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público; o proprietário

pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em

aumento mínimo de cinqüenta por cento da área útil.

Quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel se destinar ao uso de seus titulares,

diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados considerar-se-á a locação como

sendo não residencial, de forma que as disposições que serão aplicadas são da locação

comercial.

Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por prazo determinado

cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou

aviso. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias

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sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a locação nas condições ajustadas,

mas sem prazo determinado.

O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por escrito, pelo

locador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação.

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11 LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO

DE 1973 - Dispõe sobre os registros

públicos, e dá outras providências

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11.1 – Das atribuições

Os registros públicos objetivam conferir autenticidade, segurança, publicidade e

eficácia aos atos jurídicos. São modalidades o registro civil de pessoas naturais, o registro

civil de pessoas jurídicas, o registro de títulos e documentos, e o registro de imóveis.

Com esse intuito existem os cartórios de registro de nascimentos, casamentos e

óbitos, a quem cabe registrar os atos relacionados às pessoas naturais; os cartórios de

registro de títulos e documentos, a quem cabe registrar os atos relacionados às pessoas

jurídicas e ao registro de títulos e documentos; os cartórios de registro de imóveis, a quem

cabe registrar os atos relacionados aos imóveis.

O serviço cartorial começará e terminará às mesmas horas em todos os dias úteis,

mas o de registro civil de pessoas naturais funcionará todos os dias, sem exceção.

É nulo o registro lavrado fora das horas regulamentares ou em dias em que não houver

expediente, sendo civil e criminalmente responsável o oficial que der causa à nulidade.

Os Oficiais do Registro terão direito, a título de remuneração, aos emolumentos fixados

nos Regimentos de Custas, os quais serão pagos, pelo interessado que os requerer, no ato

de requerimento ou no da apresentação do título.

Os oficiais são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou

pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos interessados

no registro.

11.2 - Da Publicidade

Os oficiais e os encarregados das repartições em que se façam os registros são

obrigados a lavrar certidão do que lhes for requerido e a fornecer às partes as informações

solicitadas. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial

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ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido. No caso de recusa ou retardamento

na expedição da certidão, o interessado poderá reclamar à autoridade competente, que

aplicará, se for o caso, a pena disciplinar cabível.

11.3 - Do Registro Civil das Pessoas Naturais

Serão registrados no registro civil de pessoas naturais, os nascimentos, os casamentos,

os óbitos, as emancipações, as interdições, as sentenças declaratórias de ausência, as

opções de nacionalidade, e as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.

Serão averbados, à margem do registro as sentenças que decidirem a nulidade ou

anulação do casamento, a separação, divórcio ou o restabelecimento da sociedade conjugal,

os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos, as escrituras de

adoção e os atos que a dissolverem, e as alterações ou abreviaturas de nomes.

Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e pelo assento

de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva. Os reconhecidamente pobres estão

isentos de pagamento de emolumentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de

registro civil.

11.4 - Do Registro Civil de Pessoas Jurídicas

No registro civil de pessoas jurídicas serão inscritos os contratos, os atos constitutivos,

os estatutos ou compromissos das sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou

literárias, bem como o das fundações e das associações de utilidade pública, as sociedades

civis que revestirem as formas estabelecidas nas leis comerciais, salvo as anônimas, e os

atos constitutivos e os estatutos dos partidos políticos.

A existência legal das pessoas jurídicas só começa com o registro de seus atos

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constitutivos.

11.5 - Do Registro de Títulos e Documentos

No Registro de Títulos e Documentos será feita a transcrição dos instrumentos

particulares, para a prova das obrigações convencionais de qualquer valor ou,

facultativamente, de quaisquer documentos, para sua conservação.

Para surtir efeitos em relação a terceiros estão sujeitos a registro no Registro de Títulos

e Documentos, entre outros, os contratos de locação de prédios os contratos de compra e

venda em prestações, com reserva de domínio ou não, os de alienação ou de promessas

de venda referentes a bens móveis e os de alienação fiduciária, as quitações, recibos e

contratos de compra e venda de automóveis, bem como o penhor destes, os instrumentos

de cessão de direitos e de créditos, de sub-rogação e de dação em pagamento.

O registro integral dos documentos consistirá na trasladação dos mesmos, com a

mesma ortografia e pontuação, com referência às entrelinhas ou quaisquer acréscimos,

alterações, defeitos ou vícios que tiver o original apresentado, e, bem assim, com menção

precisa aos seus característicos exteriores e às formalidades legais.

O oficial deverá recusar registro a título e a documento que não se revistam das

formalidades legais.

O oficial, salvo quando agir de má-fé, devidamente comprovada, não será responsável

pelos danos decorrentes da anulação do registro, ou da averbação, por vício intrínseco

ou extrínseco do documento, título ou papel, mas, tão-somente, pelos erros ou vícios no

processo de registro.

O oficial será obrigado, quando o apresentante o requerer, a notificar do registro

ou da averbação os demais interessados que figurarem no título, documento, o papel

apresentado, e a quaisquer terceiros que lhes sejam indicados, podendo requisitar dos

oficiais de registro em outros Municípios, as notificações necessárias. Por esse processo,

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também, poderão ser feitos avisos, denúncias e notificações, quando não for exigida a

intervenção judicial. O serviço das notificações e demais diligências poderá ser realizado

por escreventes designados pelo oficial e autorizados pelo Juiz competente.

11.6 - Do Registro de Imóveis

No Registro de Imóveis serão feitos o registro e a averbação dos títulos ou atos

constitutivos, declaratórios, translativos e extintos de direitos reais sobre imóveis

reconhecidos em lei, inter vivos ou causa mortis, quer para sua constituição, transferência

e extinção, quer para sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilidade.

Nesse sentido serão feitos o registro da instituição de bem de família, das hipotecas,

dos contratos de locação de prédios, das penhoras, arrestos e seqüestros de imóveis, dos

contratos de compromisso de compra e venda de cessão, das incorporações, instituições

e convenções de condomínio; dos contratos de promessa de venda, cessão ou promessa

de cessão de unidades autônomas condominiais , dos loteamentos urbanos e rurais, da

compra e venda pura e da condicional, da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel

etc. Da mesma forma, serão feitas as averbações de extinção dos ônus e direitos reais, das

cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis,

do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de preferência, da notificação

para parcelamento, edificação ou utilização compulsórios de imóvel urbano etc.

Via de regra todos os atos de registro ou averbação previstos no art. 167 da Lei de

Registros Públicos são obrigatórios e deverão ser efetuados no território da situação do

imóvel.

O registro e a averbação poderão ser provocados por qualquer pessoa, incumbindo-

lhe as despesas respectivas.

Em todas as escrituras e em todos os atos relativos a imóveis, bem como nas cartas

de sentença e formais de partilha, o tabelião ou escrivão deve fazer referência à matrícula

ou ao registro anterior, seu número e cartório.

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Deverá constar obrigatoriamente nas escrituras e nos autos judiciais a indicação com

precisão, os característicos, as confrontações e as localizações dos imóveis, mencionando

os nomes dos confrontantes e, ainda, quando se tratar só de terreno, se esse fica do lado

par ou do lado ímpar do logradouro, em que quadra e a que distância métrica da edificação

ou da esquina mais próxima, exigindo dos interessados a certidão do registro imobiliário.

Nenhum registro poderá ser feito sem que o imóvel a que se referir esteja matriculado.

O registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos legais ainda que, por

outra maneira, se prove que o título está desfeito, anulado, extinto ou rescindido.

A instituição do bem de família far-se-á por escritura pública, declarando o instituidor

que determinado prédio se destina a domicílio de sua família e ficará isento de execução

por dívida.

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135

12 LEI Nº 6.530, DE 12 DE MAIO

DE 1978 E SEU INSTRUMENTO.

REGULAMENTADOR, O DECRETO Nº

81.871, DE 29 DE JUNHO DE 1978.

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A Lei n.° 6530/78 e o seu instrumento regulamentador, o Decreto 81.871/78,

regulamentam a profissão de Corretor de Imóveis e disciplinam o funcionamento de seus

órgãos de fiscalização.

O exercício da profissão de Corretor de Imóveis será permitido ao possuidor de título

de Técnico em Transações Imobiliárias ou àquele inscrito nos termos da Lei nº 4.116/62,

desde que requeira a revalidação da sua inscrição.

Ao Corretor de Imóveis compete exclusivamente exercer a intermediação na compra,

venda, permuta e locação de imóveis. Pode, ainda, mas não de modo exclusivo, opinar

quanto à comercialização imobiliária.

As pessoas jurídicas também poderão exercer o que compete ao Corretor de Imóveis,

mas o atendimento ao público interessado na compra, venda, permuta ou locação de

imóvel, somente poderá ser feito por Corretor de Imóveis inscrito no Conselho Regional da

jurisdição. As pessoas jurídicas deverão ter como sócio gerente ou diretor um Corretor de

Imóveis individualmente inscrito

O exercício simultâneo, temporário ou definitivo da profissão em área de jurisdição

diversa da do Conselho Regional onde foi efetuada a inscrição originária do Corretor de

Imóveis ou da pessoa jurídica, fica condicionado à inscrição e averbação profissional nos

Conselhos Regionais que jurisdicionam as áreas em que exercerem as atividades.

Ao Corretor de Imóveis inscrito será fornecida Carteira de Identidade Profissional, à

pessoa jurídica será fornecido Certificado de Inscrição.

O pagamento da anuidade ao Conselho Regional constitui condição para o exercício

da profissão de Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica. Deverá a anuidade ser paga até

o último dia útil do primeiro trimestre de cada ano, salvo a primeira, que será devida no ato

da inscrição do Corretor de Imóveis ou da pessoa jurídica.

O número da inscrição do Corretor de Imóveis ou da pessoa jurídica constará

obrigatoriamente de toda propaganda, bem como de qualquer impresso relativo à atividade

profissional. Somente poderá anunciar publicamente o Corretor de Imóveis, pessoa física

ou jurídica, que tiver contrato escrito de mediação ou autorização escrita para alienação do

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imóvel anunciado.

O Conselho Federal (COFECI) e os Conselhos Regionais (CRECI) são autarquias,

dotadas de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa,

operacional e financeira. Tem por objetivo a disciplina e a fiscalização do exercício da

profissão de Corretor de Imóveis, bem como representar, em juízo ou fora dele, os legítimos

interesses da categoria profissional. O COFECI tem como sede e foro a Capital da República

e jurisdição em todo o território nacional, e cada CRECI tem sede e foro na Capital do

Estado da sua jurisdição.

O COFECI é composto por dois representantes, efetivos e suplentes, de cada Conselho

Regional, eleitos dentre os seus membros. O CRECI é composto por vinte e sete membros

efetivos e igual número de suplentes. O mandato dos membros do COFECI e do CRECI

é de 3 (três) anos, permitida a recondução. Somente poderão ser membros do Conselho

Regional os Corretores de Imóveis com inscrição principal na jurisdição há mais de dois

anos e que não tenham sido condenados por infração disciplinar.

Os Conselhos Federal e Regionais serão administrados por uma diretoria, eleita dentre

os seus membros, composta de um presidente, dois vice-presidentes, dois secretários e

dois tesoureiros. Junto aos Conselhos Federal e Regionais funcionará um Conselho Fiscal,

composto de três membros, efetivos e suplentes, eleitos dentre os seus membros.

A extinção ou perda de mandato de membro do COFECI e dos CRECI ocorrerá por

renúncia, por superveniência de causa de que resulte o cancelamento da inscrição, por

condenação a pena superior a dois anos, em virtude de sentença transitada em julgado,

por destituição de cargo, função ou emprego, mencionada à prática de ato de improbidade

na administração pública ou privada, em virtude de sentença transitada em julgado, e por

ausência, sem motivo justificado, a três sessões consecutivas ou seis intercaladas em cada

ano.

Compete ao Conselho Federal eleger sua diretoria; elaborar e alterar seu regimento;

elaborar o regimento padrão dos Conselhos Regionais e homologá-lo; aprovar o relatório

anual, o balanço e as contas de sua diretoria, bem como a previsão orçamentária para o

exercício seguinte; criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-regiões; baixar normas de

ética profissional; elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imóveis;

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fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos Regionais; decidir

as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais; julgar os recursos das decisões dos

Conselhos; aprovar o relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Regionais;

fiscalizar irregularidades e intervir temporariamente nos Conselhos Regionais; destituir

diretor de Conselho Regional, por ato de improbidade no exercício de suas funções; e

baixar resoluções e deliberar sobre os casos omissos.

Compete aos Conselhos Regionais eleger sua diretoria; aprovar o relatório anual, o

balanço e as contas de sua diretoria, bem como a previsão orçamentária para o exercício

seguinte; propor a criação de sub-regiões; homologar tabelas de preços de serviços de

corretagem; decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretor de Imóveis e de pessoas

jurídicas; organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas e jurídicas inscritas;

expedir carteiras profissionais e certificados de inscrição; impor as sanções às infrações

ético-disciplinares previstas em lei; baixar resoluções, no âmbito de sua competência.

São receitas de cada CRECI as anuidades, emolumentos e multas, a renda patrimonial,

as contribuições voluntárias, e as subvenções e dotações orçamentárias. São receitas do

COFECI 25% das anuidades e emolumentos arrecadados pelos Conselhos Regionais,

além da a renda patrimonial, as contribuições voluntárias, e as subvenções e dotações

orçamentárias.

Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica é vedado transgredir normas de ética

profissional fixadas no Código de Ética; prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que

lhe forem confiados; exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou por qualquer

meio auxiliar ou facilitar o exercício da profissão aos não inscritos ou impedidos; anunciar

publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado através de documento

escrito; fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem mencionar

o número de inscrição; anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o

número de registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis; violar o

sigilo profissional; negar aos interessados a prestação de contas ou recibo de quantias

ou documentos; violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão; praticar, no

exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção; deixar

de pagar contribuição ao CRECI; promover, ou facilitar, a terceiros transações ilícitas ou

que por qualquer forma prejudiquem interesses de terceiros; recusar a apresentação de

Carteira de Identidade Profissional, quando couber

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.

As sanções disciplinares aplicáveis aos Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas

são advertência verbal; censura; multa; suspensão da inscrição, até noventa dias; e

cancelamento da inscrição, com apreensão da carteira profissional.

Na determinação da sanção aplicável, orientar-se-á o Conselho pelas circunstâncias

de cada caso, de modo a considerar leve ou grave a falta. A reincidência na mesma falta

determinará a agravação da penalidade.

A multa poderá ser acumulada com outra penalidade e, na hipótese de reincidência,

aplicar-se-á em dobro. A pena de suspensão será anotada na Carteira de Identidade

Profissional do Corretor de Imóveis ou responsável pela pessoa jurídica e se este não a

apresentar para que seja consignada a penalidade, o Conselho Regional poderá convertê-

la em cancelamento da inscrição.

As penas de advertência, censura ou multa serão comunicadas pelo Conselho

Regional em ofício reservado, não se fazendo constar dos assentamentos do profissional

punido, senão em caso de reincidência.

Da imposição de qualquer penalidade caberá recurso, com efeito suspensivo, ao

COFECI. O recurso apresentado pelo apenado é denominado voluntário e deverá ser

interposto no prazo de trinta dias a contar da ciência da decisão. Ex officio é o recurso

interposto obrigatoriamente pelo Presidente do CRECI nos casos de penalidade de

suspensão da inscrição, até 90 (noventa) dias, ou cancelamento da inscrição, com

apreensão da carteira profissional.

As instâncias recorridas poderão reconsiderar suas próprias decisões, mas será o

COFECI a última e definitiva instância nos assuntos relacionados com a profissão e seu

exercício.

A suspensão por falta de pagamento de anuidades, emolumentos ou multas só cessará

com a satisfação da dívida, podendo ser cancelada a inscrição.

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13 RESOLUÇÃO-COFECI Nº

146/82 - Aprova o Código de

Processo Disciplinar.

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13.1 - Da jurisdição

Os Conselhos Regionais de Corretores de Imóveis (CRECI), nos limites territoriais da

respectiva região, têm jurisdição administrativa visando a apuração e punição de infração

às leis, regulamentos e normas disciplinadoras do exercício da profissão de Corretores de

Imóveis. Se em primeira instância a jurisdição é exercida pelo CRECI, em grau de recurso

o é pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI).

13.2 - Do Processo Disciplinar

O processo disciplinar decorrente da prática de infração à Lei n° 6.530/78, ao Decreto

n° 81.871/78 e às Resoluções baixadas pelo COFECI, pode ser originado pela lavratura

do Auto de Infração ou pelo recebimento do Termo de Representação. Na persecução

administrativo disciplinar deve-se assegurar as garantias constitucionais da ampla defesa

e do contraditório, levando em conta os princípios da reconsideração de decisões e da

dualidade de instâncias.

A punibilidade decorrente de ilícito apurado em processo disciplinar prescreve em cinco

anos contados da data de verificação de sua ocorrência. A lavratura do auto de infração ou

do termo de representação interrompe o prazo prescricional.

Será arquivado, ex officio ou a requerimento do autuado ou do representado, todo

processo disciplinar paralisado há mais de 03 (três) anos, pendente de despacho ou

julgamento, com responsabilização do membro ou servidor do CRECI que der causa ao

arquivamento.

Os prazos previstos no Código de Processo Disciplinar serão computados excluindo-

se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, serão contínuos e não se interromperão

em domingos, sábados, feriados e dias de ponto facultativo, mas não começarão nem

terminarão nesses dias e, nesta última hipótese, serão prorrogados até o primeiro dia

útil subseqüente. Excetua-se dessa regra o prazo para apresentação do instrumento de

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intermediação imobiliária, que é imediato.

13.2.1 - Do Auto de Infração

O auto de infração será lavrado pelo CRECI contra pessoas físicas ou jurídicas que

transgridam normas disciplinares. O agente de fiscalização lavrará o auto de infração

contendo a qualificação completa do autuado, a data, hora e local da lavratura, o local da

ocorrência da infração, dispositivo legal infringido e a descrição circunstanciada dos fatos e

elementos caracterizadores da infração.

O Auto de Infração será lavrado sempre no estabelecimento do infrator, ainda que

a infração tenha sido cometida em outro local. Estabelecimento do infrator é o escritório

do Corretor de Imóveis ou a sede da matriz ou da filial da pessoa jurídica. Excluem-se

do conceito de estabelecimento o stand ou posto de venda em locais de construção, de

incorporação ou de loteamento.

A apresentação do contrato de intermediação imobiliária deve ser imediata à solicitação

pelo agente fiscal, mas qualquer outro documento pode ser apresentado obrigatoriamente

no prazo de cinco dias na sede do CRECI. Os instrumentos de contrato de intermediação

imobiliária deverão ser arquivados no escritório do Corretor de Imóveis contratado, durante

um ano, contado do vencimento do prazo de vigência, à disposição da Fiscalização.

Lavrado o auto de infração e cientificado o infrator, terá este o prazo improrrogável de

15 dias para a apresentação de defesa escrita, acompanhada ou não de documentos.

Esgotado o prazo de quinze dias e sendo considerado procedente o auto de infração

será o processo administrativo à Comissão de Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP)

que o instruirá e o julgará aplicando, conforme as circunstâncias particulares do caso, uma

penalidade.

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13.2.2 - Da Representação

O processo administrativo de representação iniciar-se-á pelo recebimento de denúncia,

comunicação de membro ou servidor do COFECI ou do CRECI, ou ofício de autoridade

pública, da ocorrência de infrações ético-disciplinares perpetrada por Corretor de Imóveis.

A peça preliminar poderá ser apresentada por qualquer pessoa e deverá conter a

qualificação e assinatura do denunciante, além de narrar, fundamentadamente, os fatos

e circunstâncias tidas como caracterizadores da infração. Nesse caso será transformada

em representação, a qual se iniciará mediante a lavratura de termo próprio. Se a peça

preliminar descrever fato caracterizador de infração cometida por pessoa não inscrita no

CRECI, não será instaurada a representação, mas a referida peça preliminar será remetida

à autoridade policial.

Lavrado o termo de representação e cientificado o representado, terá este o prazo

improrrogável de 15 dias para a apresentação de defesa escrita, acompanhada ou não de

documentos, requerimentos de diligência e quaisquer provas admitidas em direito.

Esgotado o prazo de quinze dias será o processo administrativo remetido Comissão de

Ética e Fiscalização Profissional (CEFISP), que o instruirá e o julgará indicando, conforme

as circunstâncias particulares do caso, uma penalidade.

Após o processo administrativo será relatado e proferido voto em Sessão Plenária.

A sistemática da apuração de infração em caso de representação difere do auto de

infração. Neste a CEFISP instrui e julga o processo administrativo, naquele a Comissão

instrui e indica a penalidade, que pode ser aceita ou não pelos Conselheiros reunidos em

Sessão Plenária.

13.3 – Dos Recursos

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144

Independente de a penalidade ter sido decorrente e auto de infração ou de

representação, os recursos disponíveis, seus prazos e a forma de seu processamento são

idênticos.

O autuado poderá, no prazo de trinta dias, contados da data de cientificação da decisão

tomada pela CEFISP ou pela Sessão Plenária, interpor recurso cujo efeito será suspensivo.

Interposto o recurso, poderá ser-lhe atribuído efeito de pedido de reconsideração ou

encaminhado ao COFECI. No primeiro caso o processo administrativo será submetido à

revisão da Sessão Plenária do CRECI e se julgado improcedente deverá ser encaminhado

ao COFECI para apreciação do recurso.

Interposto ou não o recurso voluntário, o Presidente do CRECI recorrerá ex officio

ao COFECI, no caso de imposição das penalidades de suspensão ou cancelamento da

inscrição.

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14Resolução-COFECI n.º

326/92 - Institui o Código

de Ética Profissional

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O Código de Ética Profissional contém regras que obrigam a todos os Corretores

de Imóveis e tem por objetivo fixar a forma pela qual devem eles se conduzir quando no

exercício profissional. Nesse sentido, o Código anuncia que os deveres do Corretor de

Imóveis compreendem, além da defesa do interesse que lhe é confiado, o zelo do prestígio

de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica das transações imobiliárias.

Em relação ao exercício da profissão, à classe profissional, cabe ao Corretor de

Imóveis não praticar nem permitir a prática de atos que comprometam a dignidade

profissional; defender os direitos e prerrogativas profissionais e a reputação da classe;

zelar pela existência, fins e prestígio dos Conselhos Federal e Regionais, contribuindo

sempre que solicitado; auxiliar a fiscalização do exercício profissional, comunicando, com

discrição e fundamentadamente, aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência;

relacionar-se com os colegas dentro dos princípios de consideração, respeito e solidariedade

visando a harmonia da classe; colocar-se a par da legislação vigente e procurar difundi-la.

Em relação aos clientes, cabe ao Corretor de Imóveis inteirar-se de todas as

circunstâncias do negócio, antes de oferecê-lo e ao fazê-lo apresentar dados rigorosamente

certos, nunca omitindo detalhes que o depreciem, informando o cliente dos riscos e demais

circunstâncias que possam comprometer o negócio. Cabe também recusar transação que

saiba ilegal, injusta ou imoral; comunicar, imediatamente, ao cliente o recebimento de valores

ou documentos a ele destinado; prestar contas pormenorizadas ao cliente, quando este as

solicite ou logo que concluído o negócio; orientar tecnicamente o negócio, reservando ao

cliente a decisão do que lhe interessar pessoalmente. Deve o Corretor de Imóveis restituir

ao cliente os papéis de que não mais necessite; dar recibo das quantias que o cliente lhe

pague ou entregue a qualquer título; contratar, por escrito e previamente, a prestação dos

serviços profissionais; receber comissões ou compensações pelo mesmo serviço prestado

somente de uma única parte, exceto se houver consentimento de todos os interessados, ou

for praxe usual na jurisdição.

Ao Corretor de Imóveis é terminantemente proibido aceitar tarefas para as quais

não esteja preparado ou que não se ajustem às disposições legais; manter sociedade

profissional fora das normas e preceitos estabelecidos em lei; promover a intermediação com

cobrança de “over-price” (sobrepreço); e locupletar-se a custa do cliente. Também é vedado

receber comissões em desacordo com a Tabela de honorários vigente; angariar serviços

com prejuízo moral ou material, ou desprestígio para outro profissional ou para a classe;

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desviar cliente de outro Corretor de Imóveis, deixar de atender ou cumprir às notificações

ou determinações regulares emanados do Conselho Profissional; acumpliciar-se com os

que exercem ilegalmente atividades de transações imobiliárias. Da mesma forma, é defesa

a promoção de transações imobiliárias contra disposição literal da lei; o abandono dos

negócios confiados a seus cuidados, sem motivo justo e prévia ciência do cliente; aceitar

incumbência de transação que esteja entregue a outro Corretor de Imóveis, sem dar-lhe

prévio conhecimento, por escrito ou, ainda, sem com ele contratar; anunciar capciosamente;

reter negócio quando não tiver probabilidade de realizá-lo; utilizar sua posição para obtenção

de vantagens pessoais; e receber sinal nos negócios que lhe forem confiados caso não

esteja expressamente autorizado para tanto.

O Corretor de Imóveis responde civil e penalmente por atos profissionais danosos ao

cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas.

A apuração das faltas cometidas contra o Código de Ética, bem como a aplicação da

correspondente penalidade é de competência do CRECI, em cuja jurisdição se encontrar

inscrito o Corretor de Imóveis.

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QUESTÕES

1) O intervalo de tempo compreendido entre a data da publicação da lei e sua entrada

em vigor denomina-se:

a) termo strictu.

b) termo lato.

c) período jacente.

d) vacatio legis.

e) prazo legis.

2) A personalidade civil do homem, começa:

a) do nascimento com vida.

b) aos 14 anos.

c) aos 16 anos.

d) aos 18 anos.

e) aos 21 anos

3) - Considere os seguintes enunciados

I – O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com

ânimo definitivo.

II – Capacidade civil é a aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações.

III – Pródigo é aquele que esbanja a sua fortuna.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão incorretos

e) todos estão corretos.

4) São considerados absolutamente incapazes de exercer pessoalmente atos da vida

civil os menores de:

a) 14 anos.

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b) 16 anos.

c) 18 anos.

d) 21 anos.

e) não há incapacidade absoluta no código civil em vigor.

5) Assinale a alternativa que complete a frase: _____________são considerados

relativamente incapazes de exercer pessoalmente atos da vida civil:

a) os maiores de dezoito anos e menores de 21 anos.

b)os menores de 16 anos.

c) os maiores de 14 anos.

d) os deficientes mentais.

e) os maiores dezesseis anos e menores de dezoito anos.

6) Considere os seguintes enunciados

I – Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial, enquanto conservarem

sua qualificação, são alienáveis.

II – Os bens públicos estão sujeitos a usucapião.

III – São públicos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direto privado.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

7) - Assinale a alternativa correta:

I - Consideram-se bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou

artificialmente.

II - São bens imóveis os direitos de obrigações e as ações respectivas.

III – São bens móveis tudo o que o proprietário mantiver intencionalmente empregado

em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente os enunciados I e II estão corretos.

c) somente os enunciados I e III estão corretos.

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d) somente os enunciados II e III estão corretos.

e) nenhum enunciado está correto.

8 - Considere os seguintes enunciados

I – Fato jurídico é o acontecimento apto a produzir conseqüências jurídicas.

II – A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão

quando a lei expressamente a exigir.

III – A validade do negócio jurídico requer somente a capacidade do agente.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

9) Considere os seguintes enunciados:

I - A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva

mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

II - Quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a

declaração de vontade expressa, o silêncio importa anuência.

III - Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos

negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de

direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente

no País.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

10) Considere os seguintes enunciados:

I – É anulável os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem

de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face

das circunstâncias do negócio. O erro é substancial quando concerne à identidade ou à

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qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha

influído nesta de modo relevante.

II - É o negócio jurídico anulável por dolo, quando este for a sua causa.

III - A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente

fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus

bens.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

11) Considere os seguintes enunciados:

I – É anulável o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de

perigo, lesão ou fraude contra credores.

II - O negócio anulável não pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

III - É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio

jurídico, contado no caso de coação, do dia em que ela cessar.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

12) Considere os seguintes enunciados:

I - A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

II – Prescreve em três anos a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou

rústicos.

III – Prescreve em cinco anos a pretensão do recebimento de honorários profissionais

de corretor de imóveis, contado o prazo da conclusão dos serviços.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

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c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

13) Considere os seguintes enunciados:

I - Obrigação é o vínculo pessoal de direito existente entre pessoas, tendo por objeto

uma prestação ou contraprestação de conteúdo econômico.

II – Essa ou contraprestação deve ser possível, licita, determinada ou determinável, e

ainda traduzível em dinheiro.

III – Na obrigação de dar ou restituir, a coisa a ser entregue deverá sempre ser certa,

determinada ou especifica.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

14) Considere os seguintes enunciados:

I – A obrigação de fazer está relacionada à obrigação de prestar um serviço, como, por

exemplo, fazer uma pintura em um apartamento.

II – A obrigação de não fazer está relacionada a uma abstenção obrigatória, ou a uma

obrigação de consentir ou não impedir.

III – O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante

do que foi pago.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

15) Considere os seguintes enunciados:

I - O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação

da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor, desde que nomeie bens do

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devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver

o débito.

II - O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor.

III - O devedor não responde perante o fiador por todas as perdas e danos que este

pagar.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

16) Que paga tem direito à quitação regular. Escolha dentre as alternativas abaixo as

melhor que define “quitação regular”:

a) a quitação regular deve designar a espécie da dívida quitada, o nome do devedor,

ou quem por este pagou, com a assinatura do credor, ou do seu representante.

b) a quitação regular deve designar o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do

devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do

credor, ou do seu representante.

c) a quitação regular deve designar tão somente a espécie da dívida quitada, o tempo

e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante com a

expressão “recebida”.

d) a quitação regular consiste tão somente em devolver o título ao devedor.

e) a quitação regular deve indicar apenas o objeto da dívida e o valor pago.

17) Considere as seguintes proposições:

I – Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas

obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

II - O usucapião é modalidade de aquisição do domínio do bem imóvel ou móvel,

nunca da servidão, do uso.

III - Em dação em pagamento o credor não pode consentir em receber prestação

diverso do que lhe é devida.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente o enunciado I está correto.

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c) somente o enunciado II está correto.

d) somente o enunciado III está correto.

e) nenhum enunciado está correto.

18) São direitos reais, exceto:

a) a propriedade.

b) a novação.

c) a superfície.

d) o direito do promitente comprador do imóvel.

e) a hipoteca.

19) Considere as seguintes proposições:

I - A compensação é um modo de extinção de obrigação, até onde se equivalerem,

entre pessoas que são, ao mesmo tempo, devedora e credora uma da outra, por dívidas

líquidas, vencidas.

II - Em relação à responsabilidade pelos acidentes de consumo, o produtor responde

pelos danos causados aos consumidores independentemente de culpa, salvo caso fortuito

e força maior.

III – O Contrato de locação residencial se desfaz, dentro outro motivos, por mútuo

acordo, por infração legal ou contratual, por não pagamento do aluguel.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente o enunciado I está correto.

c) somente o enunciado II está correto.

d) somente o enunciado III está correto.

e) nenhum enunciado está correto.

20) Considere os seguintes enunciados:

I - Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar

o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão

ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

II - Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando

a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

III - Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito

do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.

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Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

21) Considere os seguintes enunciados:

I – Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não

quiser recebe-lo no tempo, lugar ou forma que a lei ou a convenção estabelecer.

II - A cláusula penal é um pacto secundário, razão pela qual a nulidade da obrigação

importa a da cláusula penal.

III - Havendo inexecução de uma obrigação, o devedor responde por ela, mas só

responderá pelas perdas e danos se a tanto tiver se obrigado.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

22) Em se tratando de efeitos das obrigações, considere os seguintes enunciados:

I – A mora do credor pode resultar obrigação deste em ressarcir as despesas com a

conservação da coisa.

II – Se a mora do devedor resultar em inocuidade ao credor, este pode recusar a

prestação e exigir a satisfação por perdas e danos.

III – Não havendo prazo assinalado, a mora se constitui a partir da notificação,

interpelação ou protesto.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos

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23) Considere os seguintes enunciados:

I – Aquele que causar prejuízo a alguém responde por perdas e danos.

II - A reparação, ou indenização abrange, além do prejuízo imediato, o que o prejudicado

deixou de lucrar.

III – Sobre a reparação incidem atualização monetária, juros oficiais e honorários

advocatícios.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

24 - Considere os seguintes enunciados:

I - Arras vêm a ser a entrega de dinheiro ou outra coisa infungível, dada por um dos

contratantes ao outro, para não concluir o contrato ou eximir-se da evicção;

II - Na obrigação de fazer, o credor é obrigado a aceitar de terceiro a prestação,

mesmo que tenha sido convencionado que o devedor a faça pessoalmente;

III - As hipotecas valem contra terceiros, independentemente, de estarem inscritas no

cartório de registro de imóveis.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

25) Considere os seguintes enunciados:

I – O solo é bem imóvel.

II - Contrato bilateral é aquele em que há constituição de obrigações recíprocas.

III - Hipoteca é direito real sobre imóvel, em virtude do qual este, continuando na

posse do devedor, assegura, ao credor, o pagamento da dívida, pela preferência alcançada

da execução.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

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b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

26) Contrato preliminar devidamente assinado em que as partes não comparecem na

data agenda para assinatura do contrato definitivo resulta em:

a) anulação da relação jurídica.

b) suspensão dos efeitos do contrato.

c) rescisão do contrato.

d) conversão em contrato definitivo.

e) alteração de cláusulas contratuais.

27) Considere os seguintes enunciados:

I - A locação pode ter por objeto tanto coisas moveis quanto imóveis

II - A locação predial é contrato bilateral, enquanto que o mutuo é contrato unilateral.

III - No contrato de honorários para intermediação imobiliária, o Corretor de Imóveis é

o locador, ao passo que o cliente é o locatário.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

28) O defeito oculto da coisa, que a torne imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe

diminua o valor, é chamado:

a) preliminar.

b) adesivo.

c) evicto.

d) distrato.

e) vício redibitório.

29) Considere os seguintes enunciados:

I - O prazo de decadência do direito redibitório é de trinta dias para móveis, e de um

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ano para imóveis, contados da entrega efetiva.

II – Evicção é a estipulação em favor de terceiro no qual se convenciona certa vantagem

patrimonial a favor de terceiro alheio à formação do vínculo contratual.

III - Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo

contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de 180 dias, se

bens móveis, e de um ano, para os bens imóveis.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

30) Considere os seguintes enunciados:

I – O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

II – A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito.

III - Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua

obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

31) Júlio César firmou contrato se obrigando a transferir o domínio de imóvel

residencial para Marco Antônio, e este a lhe pagar R$ 100.000,00. Essa modalidade de

contrato denomina-se:

a) permuta.

b) compra e venda.

c) arrendamento mercantil.

d) locação imobiliária.

e) evicção.

32) Considere as seguintes proposições:

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I - O contrato de compra e venda não é passível de nulidade mesmo quando deixa a

taxação do preço ao arbítrio exclusivo de uma das partes.

II - Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma autoriza a rejeição de

todas as outras.

III - Na compra e venda, as despesas da escritura ficarão a cargo do comprador, e as

da tradição a cargo do vendedor, salvo cláusula em contrário.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente o enunciado I está correto.

c) somente o enunciado II está correto.

d) somente o enunciado III está correto.

e) nenhum enunciado está correto.

33) Considere os seguintes enunciados:

I - A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar

onde ela se encontrava, ao tempo da venda.

II - Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes

de receber o preço.

III - Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os

do preço por conta do comprador.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

34) Considere os seguintes enunciados:

I – Na venda ad mensuram, se o comprador constatar que o imóvel não corresponde

às dimensões da escritura pode exigir o complemento da área.

II - A preempção ou preferência é o pacto adjeto à compra e venda em que o comprador

de coisa, no caso de pretender vendê-la ou dá-la em pagamento, fica com a obrigação de

oferecê-la a quem lha vendeu, para que este use do seu direito de prelação em igualdade

de condições.

III – Retrovenda é o pacto adjeto à compra e venda em que o vendedor de coisa

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imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de dez

anos, restituindo o preço recebido e reembolsado as despesas do comprador.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

35) A cláusula inserida no contrato de venda de coisa móvel que permite ao vendedor

reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago, designa-se:

a) retrovenda.

b) perempção.

c) reserva de domínio

d)pacto comissório.

e) consignação

36) Considere os seguintes enunciados:

I – Na permuta, salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por

metade as despesas com o instrumento da troca;

II - É anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem

consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.

III - A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro

no domicílio do comprador para valer contra terceiros.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

37) Considere os seguintes enunciados:

I - Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do

seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

II - O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade.

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Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á

que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

III - A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

38) A modalidade de contrato em que uma das partes se obriga a ceder à outra, por

tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição,

é denominada:

a) preempção.

b) permuta.

c) locação de coisas.

d) cláusula resolutória.

e) retrovenda.

39) Considere os seguintes enunciados:

I - O comodato é uma modalidade de empréstimo gratuito de coisas não fungíveis que

se perfaz com a tradição do objeto.

II - Se o comodato não tiver prazo convencional pode o comodante, quando desejar,

suspender o uso e gozo da coisa emprestada.

III - O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com

o uso e gozo da coisa emprestada.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

40) Considere os seguintes enunciados:

I O mútuo é uma modalidade de empréstimo de coisas fungíveis na qual o mutuário é

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obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade

e quantidade.

II O mútuo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm

todos os riscos dela desde a tradição.

III - Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será de mínimo

trinta dias, se for de dinheiro;

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

41) Considere os seguintes enunciados:

I - Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada

mediante retribuição.

II - A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou

costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.

III - A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos,

embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine

à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por

findo o contrato, ainda que não concluída a obra.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

42) Considere os seguintes enunciados:

I - Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até

que o depositante o reclame.

II - O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se

resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.

III - O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o

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cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com

todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

43) Considere os seguintes enunciados:

I - Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento

particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.

II - O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a

qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação

e a extensão dos poderes conferidos.

III - O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a

firma reconhecida.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão incorretos.

c) somente o enunciado I está correto.

d) somente o enunciado II está correto.

e) somente o enunciado III está correto.

44) A modalidade de contrato pelo qual uma pessoa passa a comprar ou vender bens,

em seu próprio nome, mas por conta de outrem, e de acordo com as instruções deste é

denominada:

a) evicção.

b) comissão.

c) novação.

d) empreitada

e) corretagem.

45) A modalidade de contrato em que uma pessoa não ligada a outra em virtude

de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-

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se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas, é

denominada:

a) evicção.

b) comissão.

c) novação.

d) empreitada

e) corretagem.

46) Considere os seguintes enunciados:

I - Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato,

de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para

a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.

II - O corretor é obrigado a executar a mediação com a diligência e prudência que

o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o

andamento dos negócios.

III - Sob pena de responder por perdas e danos, deve o corretor prestar ao cliente todos

os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do negócio,

das alterações de valores e do mais que possa influir nos resultados da incumbência.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

47) A modalidade de contrato no qual uma pessoa garante satisfazer ao credor uma

obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra, é denominada:

a) novação

b) fiança.

c) retrovenda.

d) transação.

e) corretagem.

48) Marco Antônio tem um litígio com Júlio César acerca de uma dívida. Aquele

entende que a dívida é de R$ 10.000,00, ao passo que o devedor entende que é só de R$

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5.000,00. Após discussão entre eles, firmaram acordo colocando fim à questão mediante o

pagamento ao credor do valor de R$ 7.500,00. Esta modalidade de contrato é conhecida

como:

a) novação.

b) corretagem.

c) transação.

d) fiança

e) retrovenda.

49) Aquele que defende pessoalmente a sua posse, diante de ato de turbação ou

esbulho, está utilizando:

a) da manutenção da posse.

b) do interdito possessório.

c) do esforço imediato.

d) da reintegração de posse.

e) da imissão de posse.

50) Forma de aquisição de propriedade imóvel que o ocorre quando alguém detém a

posse de uma coisa com ânimo de dono, por determinado tempo, ininterruptamente, e sem

oposição:

a)acessão.

b) usucapião.

c) herança jacente.

d) registro de título.

e) comoriência.

51) Adquire-se a propriedade imóvel:

a) pela transcrição do título de transferência no Registro de Imóvel, pela acessão, pelo

usucapião e pelo direito hereditário.

b) somente pela transcrição do título de transferência no Cartório de Registro de

Imóvel e pelo direito hereditário.

c) pela transcrição do título de transferência no Cartório de Registro de Imóvel, pela

tradição, pelo usucapião e pelo direito hereditário;

d) pela transcrição do título de transferência no Cartório de Registro de Imóvel, pela

confusão, pelo usucapião e pelo direito hereditário.

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e) pela transcrição do título de transferência no Cartório de Registro de Imóvel, pela

evicção e pela compensação.

52) Considere as seguintes proposições:

I – O proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor da coisa, mas não tem o direito

de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

II – Avulsão é o arrancamento de um bloco considerável de terra por força das águas,

e o seu conseqüente arremesso de encontro a terras de outrem.

III - O álveo ou leito abandonado do rio, público ou particular, pertence ao aos

proprietários ribeirinhos das duas margens, com divisa no meio.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente os enunciados I e II estão corretos.

c) somente os enunciados I e III estão corretos.

d) somente os enunciados II e III estão corretos.

e) nenhum enunciado está correto.

53) Considere as seguintes proposições, em relação ao condomínio:

I - Cada unidade autônoma corresponde a uma fração ideal no condomínio sobre o

terreno e as partes comuns do edifício.

II – As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos,

escritórios, podem ser alienadas livremente por seus proprietários.

III – O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas

de conservação da coisa.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente o enunciado I está correto.

c) somente o enunciado II está correto.

d) somente o enunciado III está correto.

e) nenhum enunciado está correto.

54) Propriedade resolúvel é a de caráter não permanente, que pode ser cancelada

pelo advento de determinada condição legal ou convencional. São cláusulas ou condições

que tornam a propriedade resolúvel, exceto:

a) o pacto de retrovenda.

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b) a doação de cláusula de reversão.

c) a propriedade fiduciária.

d) o usucapião.

e) a venda a contento.

55) Considere os seguintes enunciados:

I – Usufruto ocorre quando o proprietário Júlio César concede, mediante ato inter vivos,

a posse, uso, administração e percepção de frutos de um imóvel a Cleópatra, conservando

a sua propriedade.

II - O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante

registro no Cartório de Registro de Imóveis.

III O usufrutuário que não quiser ou não puder dar caução suficiente perderá o direito

de administrar o usufruto, se assim exigir o dono do imóvel.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

56) Considere os seguintes enunciados:

I - Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento,

celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de

Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.

II - O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor,

ou de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de

compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar.

III – Se houver recusa da outorga da escritura definitiva de compra e venda, o promitente

comprador pode requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

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57) Considere os seguintes enunciados:

I - Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia

fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.

II - Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os

bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.

III - É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a

ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

58) Considere os seguintes enunciados:

I - Podem ser objeto de hipoteca os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente

com eles.

II - É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado, mas pode

convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado.

III - O dono do imóvel hipotecado não pode constituir outra hipoteca sobre ele.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

59) A convenção, mediante a qual o credor, possuindo um imóvel do devedor, percebe

os seus frutos para conseguir a soma de dinheiro emprestada, imputando na dívida e até o

seu resgate, as importâncias que for recebendo, denomina-se:

a) sub-hipoteca.

b) penhor de direitos.

c) caução de título de crédito.

d) servidão predial.

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e) anticrese.

60) Marco Antônio, devedor, entregou ao credor Júlio César, como garantia do

cumprimento da obrigação assumida, um bem móvel. Houve entre as partes um negócio

jurídico chamado:

a) garantia fiduciária.

b) penhor.

c) hipoteca.

d) anticrese.

e) novação.

61) Considere os seguintes enunciados:

I - Nenhuma incorporação poderá ser proposta à venda sem a indicação expressa do

incorporador, devendo também seu nome permanecer indicado ostensivamente no local da

construção.

II - Em toda a publicidade ou propaganda escrita, destinada a promover a venda

de incorporação com construção pelo regime de empreitada reajustável, em que conste

preço, serão discriminados explicitamente o preço da fração ideal do terreno e o preço da

construção, com indicação expressa da reajustabilidade. Esta exigência será dispensada

nos anúncios “classificados” dos jornais.

III – O corretor ou o gerente de empresa corretora que usar, ainda que a título de

empréstimo, em proveito próprio ou de terceiros, bens ou haveres destinados a incorporação

contratada por administração, sem prévia autorização dos interessados, cometerá crime

contra a economia popular.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

62) São modalidades de parcelamento do solo urbano:

a) loteamento e usucapião.

b) loteamento de desmembramento.

c) loteamento e incorporação.

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d) incorporação e desmembramento.

e) incorporação e evicção.

63) Considere os seguintes enunciados:

I -. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao

fornecimento de produtos ou serviços, que transfiram responsabilidade a terceiros.

II -Em caso de vício do serviço prestado pelo Corretor de Imóveis, a reexecução dos

serviços poderá ser confiada a terceiros.

III - Vendi meu terreno declarando na escritura que o imóvel estava sendo pleiteado

por terceiro, que me notificara dizendo ser dono e ter melhor direito que o meu. Nesse caso

a confissão do vício em escritura pública é motivo de nulidade do contrato.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

64) Considere os seguintes enunciados:

I - O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito ao dobro do que pagou em

excesso, a titulo de repetição de indébito.

II - O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua

assinatura, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer por

telefone.

III - O fornecedor de produtos e serviços pode em contrato inserir cláusula estabelecendo

a inversão do ônus da prova em seu prejuízo.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente o enunciados I está correto.

b) somente o enunciado II está correto.

c) somente o enunciados III está correto.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos

65) Considere as seguintes proposições acerca da locação:

I - O locatário somente poderá exercer direito de retenção por benfeitorias se estas

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houverem sido autorizadas pelo locador.

II – Caso não haja acordo a respeito, caberá ação revisional de aluguel após três anos

de vigência do contrato.

III - No caso de venda do imóvel, o locatário terá preferência para adquiri-lo, desde

que conste expressamente do contrato cláusula específica nesse sentido.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) somente o enunciado I está correto.

c) somente o enunciado II está correto.

d) somente o enunciado III está correto.

e) nenhum enunciado está correto.

66) Considere os seguintes enunciados, acerca da Lei de Locações:

I – Pode o contrato de locação ser desfeito por mútuo acordo, por infração legal ou

contratual, pela inadimplência do aluguel e encargos.

II – Também pode o contrato de locação ser desfeito em caso de reparações urgentes

determinadas pelo poder público.

III – Despejo é o nome da ação do locador para reaver, podendo ser cumulada com a

cobrança de aluguéis.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos os enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

67) Considere os seguintes enunciados:

I - O sistema comum de registro de imóveis produz o efeito de presunção juris et

de jure da existência da propriedade e dos direitos reais sobre o imóvel, ressalvados os

direitos de terceiro, que adquire o bem de raiz por confiar na veracidade do registro.

II - O registro imobiliário terá eficácia conservatória de documento.

III - A hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária são garantias reais que podem ser

transcritas ou averbadas no registro de imóveis,

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

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b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão corretos.

e) todos estão incorretos.

68) Considere os seguintes enunciados:

I - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no

Registro de Imóveis.

II - Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido

como dono do imóvel.

III - O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do

registro, e este o prenotar no protocolo.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos os enunciados estão corretos.

b) todos os enunciados estão errados.

c) estão corretos nos enunciados I e II.

d) estão corretos os enunciados I e III.

e) estão corretos os enunciados II e III.

69) A Lei n° 6530/78 criou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Corretores

de Imóveis e lhes atribuiu, em relação ao exercício da profissão de Corretor de Imóveis, a

função de:

a) avaliar a disciplinar.

b) fiscalizar e penalizar.

c) regulamentar e penalizar.

d) disciplinar e orientar.

e) disciplinar e fiscalizar.

70) De acordo com a Lei n.° 6530/78 são atribuições exclusivas do Corretor de Imóveis:

a) exercer a intermediação imobiliária.

b) vender consórcios imobiliários.

c) emitir laudo de avaliação judicial.

d) nenhuma das anteriores.

e) todas as respostas anteriores.

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71) Considere os seguintes enunciados:

I – O Corretor de Imóveis não pode negar a prestação de contas ou recibo de quantia

ou documento que lhe tenham sido entregues a qualquer título.

II – Deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional é uma infração disciplinar que

pode ser aplicada àquele corretor de imóveis que não paga o tributo chamado anuidade.

III – A multa, a censura, a suspensão da inscrição por até noventa dias e o cancelamento

da inscrição são modalidades de sanções disciplinares aplicáveis pelos Conselhos

Regionais.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) todos estão corretos.

b) somente os enunciados I e II estão corretos.

c) somente os enunciados I e III estão corretos.

d) somente os enunciados II e III estão corretos.

e) todos estão incorretos.

72) O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, em todo território nacional,

somente será permitida:

a) ao possuidor de título de Técnico em Transações Imobiliárias.

b) a qualquer pessoa no gozo de seus direitos civis.

c) ao possuidor de diploma de conclusão do 2° Grau.

d) ao possuidor de título de Técnico em Transações Imobiliárias, inscrito no Conselho

Regional da jurisdição.

e) ao possuidor de diploma ma conclusão do 3° grau.

73) O Corretor de Imóveis foi julgado pelo Conselho Regional e imposta a condenação

de suspensão por noventa dias. A condenação foi mantida pelo Conselho Federal. Em

relação aos efeitos da condenação não se pode afirmar:

a) que no período de noventa dias o Corretor de Imóveis não poderá exercer as

atividades típicas da profissão.

b) se o Corretor de Imóveis exercer a profissão no período de suspensão está

cometendo outra infração disciplinar e poderá ser novamente condenado.

c) pena de suspensão deverá ser anotada na Carteira de Identidade do Corretor de

Imóveis.

d) se o Corretor de Imóveis reincidir na mesma infração não será primário e a penalidade

poderá ser agravada, observadas as circunstâncias do caso.

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e) no período de noventa dias o corretor de imóveis poderá somente anunciar

proposta de transação imobiliária, mas para finalizar o negócio dependerá de autorização

do Conselho Regional.

74) Considere os seguintes enunciados:

I – O auto de infração será lavrado pelo Agente de Fiscalização do Conselho Regional

de Corretores de Imóveis contra pessoa física ou jurídica que transgridam normas ético-

disciplinares.

II - A contar da data de recebimento da segunda via do auto de infração, o infrator terá

o prazo improrrogável de quinze dias para apresentar defesa escrita, acompanhada ou não

de documentação.

III – Em qualquer fase do processo administrativo disciplinar deve ser observado a

ampla defesa e o contraditório.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão incorretos.

e) todos estão corretos.

75) Considere os seguintes enunciados, em relação ao Código de Ética Profissional:

I – O Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pelo qual deve ser

conduzir o Corretor de Imóveis, quando no exercício da profissão.

II – O Corretor de Imóveis deve ser relacionar com seus colegas de profissão dentro

dos princípios da consideração respeito e solidariedade.

III – Não é obrigatória a observância das regras de conduta presentes no Código de

Ética, mas apenas um indicativo de como deve ser o profissional ideal.

Em análise aos enunciados pode-se afirmar que:

a) somente os enunciados I e II estão corretos.

b) somente os enunciados I e III estão corretos.

c) somente os enunciados II e III estão corretos.

d) todos estão incorretos.

e) todos estão corretos.

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GABARITO

01 D 26 D 51 A02 A 27 D 52 D03 E 28 E 53 A04 B 29 D 54 D05 E 30 A 55 D06 E 31 B 56 A07 E 32 D 57 A08 A 33 A 58 C09 A 34 A 59 E10 A 35 C 60 B11 C 36 A 61 A12 A 37 A 62 B13 C 38 C 63 A14 A 39 D 64 D15 C 40 A 65 C16 B 41 A 66 A17 B 42 A 67 B18 B 43 A 68 A19 A 44 B 69 E20 A 45 E 70 A21 A 46 A 71 A22 A 47 B 72 D23 A 48 C 73 E24 E 49 C 74 E25 A 50 B 75 A

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BIBLIOGRAFIA

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PEREIRA. Caio Mario da Silva. Condomínios e incorporações. Rio de Janeiro:

Forense, 1996.

PEREIRA. Lafayete Rodrigues. Direito das coisas. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,

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