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próxima ediçãomediunidade e autocrítica

Sumário

26 com todas as letrasexiSte um plural muito eSpecial

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 chicomudança para uberaba

Porque Chico saiu de Pedro Leopoldo

14 capaladrotárioS ou tareSSeiroS

12 mediunidadediretrizeS de Segurança

Questões sobre mediunidade

20 esclarecimentotemor da morte

Instinto de conservação comuma todos os viventes

7 reflexãoa juStiça

Lição preciosa

24 ensinamentona edificação

Realizações de ordem espiritual

8 mensagemfraSe maravilhoSa

Tudo é possível àquele que crê

10 estudoa primeira eScola

O Evangelho de Jesus

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editorial

centro de estudos espíritas “nosso lar”rua luís Silvério, 120 – vila marieta

13042-010 campinas/Spcnpj: 01.990.042/0001-80 inscr. estadual: 244.933.991.112

assinaturasassinatura anual: r$45,00(exterior: uS$50,00)

fale [email protected] (19) 3233-5596

fale conoScoon-line

cadaStre-Se no mSne adicione o noSSo endereço:

[email protected]

edição centro de estudos espíritas “nosso lar” – depto. editorial

Jornalista responsável renata levantesi (mtb 28.765)

projeto gráfico fernanda berquó Spina

revisão zilda nascimento

administração e comércio elizabeth cristina S. Silva

apoio cultural braga produtos adesivos

impressão citygráfica

o centro de estudos espíritas “nosso lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

o demônio de sócrates

Filho do escultor Sofronisco e da parteira Fenareta, Sócrates nasce no ano de 470 a.C. na cidade de Atenas, Grécia. Seguiu, muito provavelmente, a profissão do pai durante algum tempo e recebeu, certamente, a educação dos jovens atenienses de sua época, tomando aulas de música, ginástica e gramática, beneficiando-se da extraordinária e brilhante cultura grega.

A idéia central de todo ensinamento socrático era conduzir a pessoa na construção do próprio conhecimento. Para isso utilizava-se da arte do diálogo e da Maiêutica.

Maiêutica é uma palavra grega que, literalmente, significa parto. Sua mãe, Fenareta, exercia esse ofício. Pela observação, Sócrates resolveu aplicar uma analogia ao seu método de ensino. Dizia que nada ensinava a alguém, pelo contrário, à semelhança de um parto (maiêutica), ele arrancava o conhecimento que a pessoa já trazia de vidas passadas.

Isso mesmo, pela influência dos cultos orfico-pitagóricos (Orfeu e Pitágoras), Sócrates acreditava na imortalidade da alma e na pluralidade das existências; ele era, portanto, reencarnacionista.

Dizia possuir um daimon (demônio) que o orientava e guiava na vida, mui-tas vezes, impedindo-o de conversar com determinadas pessoas ou de adotar determinadas posturas como a vida política, por exemplo:

A causa disso é a que, em várias circunstâncias, eu vos disse muitas vezes: a mim me acontece qualquer coisa de divino e demoníaco; isso justamente Meleto escreveu também no ato da acusação, zombando de mim. E tal fato começou comigo em criança. Ouço uma voz, e toda vez que isso acontece, ela me desvia do que estou a pique de fazer, mas nunca me leva à ação. Ora, é isso que me impede de me ocupar dos negócios do Estado. E até me parece que muito a propósito mo impede, porquanto, sabei-o bem, cidadãos atenienses, se eu, há muito tempo, tivesse empreendido ocupar-me com os negócios do Estado, há muito tempo já estaria morto, e não teria sido útil em nada, nem a vós, nem a mim mesmo.1

interpretação eSpírita:Sócrates era médium audiente (ouvia as vozes dos espíritos). A palavra grega

daimon significa, originariamente, bom espírito, bom gênio. Dizia, ainda, que estava a serviço dessa voz e por isso não cobrava pelos seus

ensinos, como faziam os sofistas.A importância de Sócrates para a filosofia é extraordinária! Ele inaugurou

um modo muito peculiar de estrutura do pensamento. Sua ética é bem próxima daquilo que, mais tarde, Jesus ofereceria à humanidade. O que fez com que Kar-dec apresentasse na introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo o resumo das doutrinas de Sócrates e Platão como precursoras dos ensinos de Jesus.

Cícero, o notável filósofo romano, teve oportunidade de dizer: Sócrates trouxe a filosofia dos céus para a Terra. O que equivale dizer que, o filósofo de Atenas, foi um sublime médium das entidades ligadas ao desenvolvimento do pensamento humano no planeta. Missão essa que desenvolveu com dignidade, chegando ao ápice do amor pela sabedoria, preferindo à morte pelo cálice de cicuta (um veneno mortal) a abdicar da verdade que abraçara.

Nas obras da codificação, temos o concurso desse notável Sócrates contri-buindo com a Terceira Revelação.

Por fim, a vida desse filósofo comprova a imortalidade da alma, a comuni-cabilidade com os espíritos desencarnados, o interesse de entidades sublimes pelo desenvolvimento do homem no planeta e a lei da reencarnação como justiça divina.

O Editor

1. os pensadores. apologia de Sócrates. abstenção da política item (d) pág. 23, 1972.

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fidelidadeSpírita | março 2009chico

mudança para uberaba

por Suely caldas Schubert

Tudo estou fazendo para fixar-me aqui em definitivo e espero que o Senhor me atenda a esse desejo e necessidade

22-4-1959

“(...) Restituo-te a nota do nosso In-dalício. Não é verdade que eu pretenda morar em qualquer de nossas Insti-tuições doutrinárias. Isso equivaleria dizer que eu, junto delas, iria prestar serviço, o que, no momento presente de minhas forças, não poderia prometer, de vez que enquanto for essa a vonta-de do Alto, não pretendo afastar-me da tarefa mediúnica e, devendo essa ser livre, é justo que eu viva fora de nossas instituições beneficentes. Tudo estou fazendo para fixar-me aqui em definitivo e espero que o Senhor me atenda a esse desejo e necessidade. Desse modo, se souberes que me recolhi a essa ou àquela casa espírita de socor-ro, podes estar certo de que estarei me sentindo extremamente mal de saúde e com perspectiva de desencarnação. E digo-te isso porque sei que há pessoas pagas ou com promessas de pagamento para me responsabilizarem por falsas declarações contra a obra de Emma-nuel e de nossos demais Benfeitores Espirituais, em meu provável leito de morte. Não podendo me sufocar em meu estado de lucidez, certos setores de nossos adversários vigiam meus passos e preciso precaver-me contra qualquer intromissão deles, no caso de cair em

enfermidade grave. Nessa hipótese, já me entendi com o nosso caro Waldo e com outros confrades uberabenses, no sentido de me internarem nalgum instituto espírita de confiança, se eu tombar fisicamente de um instante para outro, de modo a manter-me a salvo dos que, nos últimos anos, me movem silenciosa perseguição, sem tréguas. Até que isso aconteça, se for essa Vontade do Senhor, pretendo con-

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março 2009 | fidelidadeSpírita chico

...encontrei em Uberaba uma comunidade profundamente humana e imensamente compreensiva...

tinuar, como até aqui, em liberdade para atender aos nossos Benfeitores Espirituais, vivendo de meu salário que, graças a Deus, dá para as minhas necessidades naturais.

Em anexo, seguem para a nossa querida revista mais algumas páginas de nossos Benfeitores Espirituais. A mensagem de Emmanuel, “Palavras aos Espíritas”, em nossa reunião pública da noite de 17 último, foi transmitida com a presença de vários confrades paulistas, em sessão com mais de duzentas pessoas, na véspera do 1O2º aniversário de “O Livro dos Espíritos”.

Nosso caro Waldo envia-lhe afe-tuosas lembranças, e, desejando-lhe saúde e paz, felicidades e bom ânimo, abraça-te, muito afetuosamente, com atenciosas visitas a todos os teus caros familiares, o teu de sempre.

Chico”

Chico deixa a sua cidade natal e fixa residência em Uberaba no dia 5 de janeiro de 1959. Ele informa, em entrevista concedida ao jornalista Alfredo Neto, da revista “Desta-que”, de Uberaba, publicada em 2-10-1977, os motivos que o levaram à mudança:

p — houve algum motivo es-pecial para sua mudança de pedro leopoldo para uberaba?

R — Uma das causas principais que não posso esquecer, foi uma labirintite sofrida por mim, durante dois anos, sem que a medicina de Belo Horizonte e de Pedro Leopol-do pudesse debelá-la. Só consegui fazer com que ela desaparecesse num clima temperado como o de Uberaba. Pedro Leopoldo, minha cidade de nascimento é muito fria e não me permitia as melhoras de-sejadas. Em Uberaba eu consegui a minha recuperação.

p — então foi somente por esse motivo que você se adaptou tão bem à cidade de uberaba?

R — Não só por esse motivo, mas

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fidelidadeSpírita | março 2009chico

porque encontrei em Uberaba uma comunidade profundamente huma-na e imensamente compreensiva, onde os católicos, os evangélicos, es-píritas e os materialistas conseguem viver em paz uns com os outros, com grande respeito mútuo, e a maioria de todos eles interessados no beneficio do próximo. Uberaba me impressiona tanto pelo espírito de solidariedade humana, que sin-ceramente é uma cidade da qual eu não desejaria me retirar em tempo algum.” (In “Encontros no Tempo”, 2 ed., IDE.)

Chico explica a Wantuil por-que não deve morar em nenhuma instituição espírita, acrescentando que não pretende afastar-se da tarefa mediúnica e que esta deve ser livre.

E em que consiste essa liberdade mencionada pelo médium?

Chico necessita de indepen-dência para cumprir a sua missão. Cabe a ele mesmo, de acordo com Emmanuel, determinar as ativida-des que deverá cumprir, em quais horários e como serão realizadas. Prender-se, nesse caso, às opiniões e idéias de terceiros, por mais bem-intencionados, será sempre motivo de atraso quando não decorrentes de opiniões pessoais, de determina-ções diferentes, o que ocasionaria sérios problemas. Daí a necessidade de que o seu labor mediúnico seja livre.

Ele avisa a Wantuil de Freitas que só se recolheria a uma institui-ção espírita no caso de estar muito doente e prestes a desencarnar. Relata ainda o plano abominável de algumas pessoas que desejariam colher dele falsas declarações con-tra a obra de Emmanuel, o que

fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 381 - 388. Feb. 1998.

significaria a negação de toda a sua produção mediúnica.

O objetivo dessas pessoas é o da completa desmoralização de Chico Xavier. Um momento em que ele fraquejasse poria por terra o trabalho de dezenas de anos.

Isso nos traz à memória o que

aconteceu no passado. Em 1888, em Londres, Margaret Fox, após muitos anos de sessões mediúnicas e demonstrações públicas de efeitos físicos, realizadas juntamente com sua irmã Kate Fox, pressionada pe-los preconceitos religiosos vigentes, termina por negar o trabalho que ambas realizaram. Um ano depois, Margaret, arrependida, admitia que mentiu ao negar a autenti-cidade dos fenômenos que eram produzidos por ela e pela irmã. Narra Conan Doyle, em “História do Espiritismo”, que tanto Rate Fox Jencken quanto Margaret Fox Kane morreram no começo do

Para os inimigos da Doutrina Espírita a maior alegria seria a negação pública de Chico Xavier à própria mediunidade

decênio último do século e que o fim delas foi triste e obscuro.

As intenções, os preconceitos, embora mascarados e bem disfar-çados até, continuam os mesmos, em nossa época.

Para os inimigos da Doutrina Espírita a maior alegria seria a negação pública de Chico Xavier à própria mediunidade. Por isso estão à espreita de qualquer sinal de sua debilidade orgânica, de um modo ou de outro, para tratarem de atingir os propósitos escusos.

É quase inacreditável que tal plano fosse urdido. Chico confessa em uma de suas cartas já ter levado alguns bofetões no rosto. Contudo, pelo que acabamos de ler, ele não apenas é agredido fisicamente em algumas ocasiões, mas precisa tam-bém lutar com todos os meios ao seu alcance para não ser massacrado pela crueldade humana, para não se deixar sufocar pelas perseguições e vilanias de toda espécie, para não ser seviciado pela incompreensão dos homens, enfim, para não ser violentado em sua própria consci-ência.

Ele que só fala de amor e de paz, que vive o que prega, mas cuja presença incomoda os que se de-moram nas sombras da ignorância e da maldade é bem a expressão do verdadeiro discípulo do Senhor.

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março 2009 | fidelidadeSpírita

a justiça

por Wallace leal v. rodrigues

E desenvolveu em mim a compreensão a respeito do que é justiça e injustiça em face do nosso egocentrismo...

reflexão

Quando criança eu tinha a mania de me sentir sempre injustiçado.

Por um ou outro motivo, não me tinham feito justiça, sem perceber que, para mim, a “injustiça” era sempre qualquer restrição feita aos meus desejos, fantasias e von-tades.

E invariavelmente arrebentava em lágrimas de protesto.

Um dia papai me chamou e disse:

— Meu filho, vamos combinar uma coisa. Você sabe que o papai não gosta de ver você triste, não é? Então nós vamos fazer o seguinte: cada vez que você chorar, escreva num papel a causa. Coloque o papel no vaso azul, ali, sobre a escrivaninha. Deixe passar alguns dias e leia-o. Se achar que o assunto ainda o está aborrecendo, venha a mim, conte-me o caso e eu lhe prometo que corrigirei a injustiça que tiverem feito contra você. Combinado?

Estava combinado. Nos primei-ros dias eu enchi o vaso azul de anotações. Passadas no preto e bran-co, minhas queixas me pareciam perfeitamente justificadas.

Passaram-se os dias e meu pai voltou a falar comigo.

— Você já pode começar a reexa-minar os seus papéis. Depois venha falar comigo.

Comecei. Mas, estranhamente, constatei que minhas queixas eram banais e que, na realidade, não havia naquilo nada que pudesse motivar aborrecimento.

Abreviei o espaço dos dias e, depois, passei a examinar os papéis horas depois dos acontecimentos.

Verifiquei que não tinha nenhu-ma injustiça a exigir a reclamação de papai. E parei de chorar várias vezes ao dia, como estava acostumado a fazer.

Hoje compreendo que tudo foi uma brincadeira de papai. Todavia, com grande habilidade ele me levou a refletir antes de reagir. E desen-volveu em mim a compreensão a respeito do que é justiça e injustiça em face do nosso egocentrismo, exigência de privilégios e pretensões descabidas.

Com isso o meu espírito de tolerância ganhou uma amplitude que me tem beneficiado ao longo de toda a vida...

A redenção da Humanidade terá começo no caráter da criança ou o sofrimento dos Homens não terá fim.

fonte:

RODRIGUES, Wallace Leal V. E, Para o

Resto da Vida... Págs. 80 – 81. Casa Editora O

Clarim. 2001

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fidelidadeSpírita | março 2009

mensagem

Fundadas razões teve o Mestre ao firmar tão sá-bia sentença. A natureza

íntima do homem propende a crer. Tudo que a Humanidade tem pro-duzido de bom e de grande, é obra da fé. Todas as descobertas, todos os inventos, todas as modalidades de progresso — esta ou aquela — re-presentam conquistas da grande virtude.

Os povos mais fortes, mais ca-pazes e que mais prodigiosos feitos têm realizado, são os que mais e melhor sabem crer. A Holanda é um país de área bastante acanhada. Sua população densa não se podia acomodar nas limitadas proporções do território pátrio. Que fizeram os holandeses?

Disputaram terras ao mar. En-traram em conflito com o oceano,

forçando suas bravias ondas a recua-rem e cederem terreno. Semelhante proeza é um magnífico golpe de fé que enobrece e dignifica o povo que o concebeu e executou.

O Mestre divino não exagera quando diz que a fé transporta montanhas.

De fato, onde maior audácia: arrasar montes ou conquistar terri-tório das profundezas oceânicas?

frase maravilhosa

por vinícius

“Tudo é possível àquele que crê” —disse, com ênfase, o maior expoente da verdade na Terra: Jesus-Cristo.

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março 2009 | fidelidadeSpírita

O mundo do infinitamente grande, como o do infinitamente pequeno — o macrocosmo e o microcosmo — são elementos geradores de fé

mensagem

O Japão é vítima de terremotos violentíssimos que, por vezes, têm reduzido cidades inteiras a montões de escombros. Que faz o nipônico? Renega o solo onde nasceu, blasfe-ma, revolta-se ou cai na apatia? Não. Reconstrói tudo, fazendo renascer das ruínas as mesmas cidades, refei-tas, embelezadas tal como a Fênix da fábula ressurgindo das próprias cinzas.

Vemos na tenacidade do japonês que o homem foi criado para crer. Por isso, ele enfrenta os cataclismas, certo de que é à vida, e não à morte, que cabe a vitória no desfecho de todas as lutas.

Os caminhos de ferro, os barcos a vapor, os aeroplanos, as maravi-lhosas e utilíssimas invenções do grande e genial Edison, as desco-bertas científicas de toda a espécie, conducentes a conservar e dilatar a vida humana, melhorando, ao mesmo tempo, suas condições, são outros tantos milagres da fé.

Observemos um guindaste pos-sante, manobrado por um menino, levantar moles cujo peso orça por algumas toneladas.

Que idéia faremos desse maqui-nismo? Dirão, talvez, é a força da in-teligência suprindo vantajosamente a força dos músculos. Cumpre notar, entretanto, que a inteligên-cia (como as demais faculdades do Espírito) age mediante o influxo de um poder que a põe em atividade. Esse poder é a fé.

Arquimedes, quando se propôs levantar o mundo, disse que o faria se lhe dessem uma alavanca e um ponto de apoio correspondente. O desafio do grande geômetra tinha por fim demonstrar o poder mecâ-nico da alavanca no deslocamento

de pesos. Não obstante, aquele poder depende de uma condição: o ponto de apoio. Todo o prodígio da alavanca resulta nulo sem o ponto de apoio. Assim também é a inteligência humana; sua magia só se verifica sob a dinâmica da fé. A fé é o esteio da vida. Disse Amado Nervo, com muita justeza, que a fé é tão necessária como a respiração.

A Natureza é um hino de fé.

Tudo nos convida a crer, nada nos induz à descrença. As forças natu-rais são positivas. O homem que se harmoniza com elas age de acordo com a Natureza; mantém-se em ati-tude vitoriosa, sendo esse o segredo de seus triunfos. O céptico é uma nota dissonante na orquestra da vida. É uma força negativa, estéril. O otimismo e o pessimismo são conseqüências inevitáveis da crença e da descrença.

A Natureza nos convida a crer. O mundo do infinitamente grande,

fonte:

VINÍCIUS. Em Torno do Mestre. Págs. 99 – 101.

Feb. 1999.

como o do infinitamente pequeno — o macrocosmo e o microcosmo — são elementos geradores de fé. O majestoso e incomensurável pano-rama celeste onde milhões de sóis, de astros e de estrelas se agitam em revoluções ininterruptas na eterni-dade do tempo; aquele poder fan-tástico que traceja as órbitas para os gigantes do espaço infinito, e que é obedecido sem discrepância de uma linha; esse concerto indescritível de ação e reação, de atração e repulsão que equilibra as potências cósmicas, assegurando a estabilidade do Uni-verso; tudo isso, enfim, que do alto dos céus nos deslumbra e arrebata, convida-nos a crer.

Se penetrarmos o ciclo do infi-nitamente pequeno, se devassarmos os mistérios de uma simples gota de água, outras tantas maravilhas não menos surpreendentes ali nos esperam para dizer-nos peremptória e positivamente: crê!

O telescópio e o microscópio geram mais fé que todos os dogmas e todas as liturgias das religiões.

Se tudo que existe, fora e dentro de nós, nos manda crer, porque havemos de descrer? Só a fatuidade do orgulho humano pode dar lugar ao cepticismo e à descrença.

Gravemos em nossa mente a inolvidável frase de Jesus: Tudo é possível àquele que crê. Apelemos para seu mágico encantamento e teremos o caminho da vida, aberto e franco às mais excelentes conquistas da inteligência.

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fidelidadeSpírita | março 2009estudo

Quando Jesus atribuiu a si mesmo a qualidade de Caminho, Verdade

e Vida, não fez, logicamente, uma declaração de ordem pessoal, mas se referiu, decerto, à mensagem que trouxera ao mundo, em nome e por delegação do Pai.

Reportou-se o Mestre, sem dúvida, aos ensinos, ao roteiro que traçava por norma de aperfei-çoamento, à moral que pregava e exemplificava.

O Evangelho é Caminho, por-que, seguindo-o, não nos perdere-mos nas sombrias veredas da incom-preensão e do ódio, da injustiça e da perversidade, mas perlustraremos, com galhardia e êxito, as luminosas trilhas da evolução e do progresso — da ascensão e da felicidade que se não extingue.

O Evangelho é Verdade, porque é eterno.

Desafia os séculos e transpõe os milênios.

Perde-se no infinito dos tem-pos...

O Evangelho é Vida, porque a alma que se alimenta dele, e nele vive, ganhará a vida eterna. Aquele que crê em Jesus e pratica os seus

a primeira escola

por martins peralva

“Deixai vir a mim os pequeninos...”

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março 2009 | fidelidadeSpírita estudo

fonte:

PERALVA, Martins. Estudando o Evangelho.

Págs. 49 – 52. Feb. 1961.

Aquele que crê em Jesus e pratica os seus ensinos viverá — mesmo que esteja morto

ensinos viverá — mesmo que esteja morto.

*Deixar ir a Jesus os pequeninos,

levar as crianças ao Mestre não significa, pois, organizar, objetiva e materialmente, uma caravana de Espíritos de meninos — encarna-dos ou desencarnados — para, em luminosa carruagem, romperem as barreiras espaciais, vencerem as distâncias cósmicas e prostrarem-se, devotamente, ante o Excelso Gover-nador Espiritual do mundo, com a finalidade inconcebível, porque ab-surda, de lhe tributarem pomposas homenagens.

Conduzir as crianças a Jesus significa incutir-lhes nos corações os preceitos evangélicos, a fim de que os seus atos possam revelar, no futuro, nobreza e dignidade.

O Espiritismo, através das escolas de Evangelho, vem cuidando de levar os pequeninos ao Mestre, fazendo-os apreender as imortais lições da Boa Nova do Reino.

Urge, contudo, que o meritório esforço das nossas instituições,

polarizando-se na criança, não en-contre obstáculos na despreparação evangélica dos pais, para evitar que a criança “ouça”, nos Centros, lumi-nosos conceitos de espiritualidade e moral, mas “veja” e “sinta”, dentro de casa, no próprio lar, inadequadas atitudes de egoísmo e torpeza.

Não basta, pois, evangelizar a criança nas instituições espíritas.

É imprescindível que essa educa-ção alcance, também, os genitores ou responsáveis, evitando-se, destarte, se estabeleça na incipiente alma infantil a desastrosa confusão de “ver” e “ouvir”, em casa, atitudes e conceitos bem diversos dos que “vê” e “ouve” nas aulas de Evangelho e Espiritismo.

A primeira escola é o lar. E o lar evangelizado dá à criança,

grava-lhe, na consciência, as firmes noções do Cristianismo sentido e vivido.

Imprime-lhe, no caráter, os ele-mentos fundamentais da educação.

É necessário que a criança sinta e se impregne, no santuário domés-tico, desde os primeiros instantes da vida física, das sublimes vibrações que só um ambiente evangelizado pode assegurar, para que, simultane-amente com o seu desenvolvimento moral e intelectual, possa ela “ver” o que é belo, “ouvir” o que é bom e “aprender” o que é nobre.

Se o lar não é evangelizado, as lições colhidas fora dele podem ser, apenas, um conhecimento a mais, no campo religioso, para a inteligên-cia infantil.

Um conhecimento a mais não passa de um acidente instrutivo. E o que devemos buscar é a realidade educativa, moral, que tenha sentido de perene renovação.

Cuidar da criança — esquecen-do os pais da criança — parece-nos esforço incompleto.

Não adianta ser a criança acon-selhada, na escola de Evangelho, por devotadas instrutoras ou instru-tores, a se expressarem de maneira conveniente, se observa ela em casa palavrões e gírias maliciosas, impro-priedades e xingamentos.

Se o lar é uma escola — A PRI-MEIRA ESCOLA — e se os pais representam para os filhos, como primeiros educadores, o que há de melhor, sob o ponto de vista de cultura e respeito, experiência e au-toridade, evidentemente a criança será inclinada — entre os pais que proferem palavrões e grosserias e a professora de Evangelho que ensina boas maneiras e sobriedade no voca-bulário — a seguir os primeiros.

Com os pais a criança dorme, levanta-se, faz refeições e convive, diuturnamente.

O convívio da criança, na aula de Evangelho, com os instrutores, verifica-se uma vez por semana, du-rante uma hora ou pouco mais.

E não nos esqueçamos de que, na opinião dos filhos, os pais são os maiores.

Contribuir para que os pequeni-nos possam “ir a Jesus”, mediante o aprendizado evangélico, representa, a nosso ver, providência correlata, simultânea com o esforço de “levar a Jesus” os pais, preparando-os, condignamente, para a missão da paternidade ou da maternidade.

Informa a sabedoria popular que o exemplo deve vir de cima...

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fidelidadeSpírita | março 2009mediunidade

diretrizes de Segurança

por divaldo franco e raul teixeira

57. Quantas comunicações um mesmo médium pode receber durante a sessão mediúnica de atendimento a espíritos so-fredores?

divaldo - um médium seguro, num trabalho bem organizado, deve receber de duas a três comu-nicações, quando muito, para que dê oportunidade a outros companheiros de tarefas, e para que não tenha um desgaste exagerado.

tenho tido o hábito de observar, em médiuns seguros, conhecidos nossos, que eles incorporam, em média, três entidades sofredoras ou perturba-doras e o mentor espiritual; raramente ocorrem cinco manifestações pelo mesmo instrumento, principalmente num grupo.

58. há necessidade, após uma comunicação de um espírito infeliz, sofredor, de imediata incorporação do espírito mentor ou guia, para que haja a limpeza psíquica do médium?

divaldo - absolutamente, não há.

59. por que é que, comumente, não vemos comunicações de pretos-velhos ou de caboclos, nas sessões mediúnicas espíritas? isso se deve a algum tipo de procedimento?

raul - a expressão da pergunta está bem a calhar. realmente, a maioria dos participantes não vê os espí-ritos que se comunicam, mas eles se comunicam.

o espiritismo não tem compromisso de destacar

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março 2009 | fidelidadeSpírita mediunidade

fonte:

FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J.

Diretrizes de Segurança. Frater, 2002.

essa ou aquela entidade, em particular. Se as sessões mediúnicas espíritas são abertas para o atendimento de todos os tipos de espíritos, por que não viriam os que ainda se apresentam como pretos-velhos ou novos, brancos, amarelos, vermelhos, índios, ou caboclos, e esquimós?

o que ocorre é que tais espíritos devem ajustar-se às disciplinas sugeridas pelo espiritismo e só não as atendem quando seus médiuns, igualmente, não as aceitam.

muitos espíritos que se mostram no além como antigos escravos africanos, ou como indígenas, falam normalmente, sem trejeitos, embora as formas externas dos perispíritos possam manter as características que eles desejam ou as quais não lograram desfazer.

talvez muitos esperassem que esses desencarnados se expressassem de forma confusa, misturando a língua portuguesa com outros sons, expressando-se num dia-leto impenetrável, carecendo de intérpretes especiais, que, na maior parte das vezes, fazem de conta que estão entendendo tal mescla. Se o espírito fala em nagô, que seja nagô de verdade. Se se apresenta falando guarani, que seja o verdadeiro guarani. entretanto, não sendo o idioma exato do seu passado reencarnatório, por que não falar o médium em português, pois que capta o pensamento da entidade e reveste-o com palavras?

não há, portanto, preconceito nas sessões espíritas. entretanto, procura-se manter o respeito às entidades, à mediunidade e à doutrina espírita, buscando a coe-rência com a verdade que já identificamos.

60. Qual a interferência dos reflexos condicio-nados na manifestação mediúnica?

raul - carregando múltiplas experiências de um passado remoto ou próximo, é natural que num momento de exacerbação da mente, quando temos o inconsciente mais à tona, coisas e fatos nele repou-santes tendam a se apresentar.

os nossos reflexos incondicionados, cuja região de localização é a área do subcórtice, abaixo da parte cinzenta, quando são acionados pela interferência da mediunidade, que atua sobre o sistema nervoso cen-tral, deixam-nos a facilidade de reexperimentar uma série de situações psíquicas condicionadas nos dias passados em outras reencarnações. É na educação mediúnica na educação doutrinária espírita, que vamos nos apercebendo de como somos, do modo como agimos e daquilo que é necessário ao desempenho feliz da mediunidade. começaremos por dar menos vazão aos aspectos do reflexo negativo do passado, dos que possam empanar a expressão mediúnica; e, aos reflexos positivos, porque fazem parte do conjunto de experiências nobres, deixaremos que se intensifiquem em nossa vida, porque o nosso aprendizado atual é feito por sobre registros de passagens próximas ou distantes, permitindo que as conquistas se incorporem ao nosso patrimônio espiritual.

com a prática da auto-análise, do autoconhecimen-to, evitaremos que se insurja a apavorante sombra da desproporcional interferência anímica que nada mais é do que o exacerbamento de certos reflexos que permitem a eclosão da própria personalidade ou de personalidades vividas no passado.

valorizemos, então, a influência dos reflexos passa-dos em nossa atuação mediúnica, quando os mesmos forem positivos e expressivos, capazes de nos conduzir para o enobrecimento espiritual.

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ca

pa

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março 2009 | fidelidadeSpírita

ladrotários ou taresseiros!por equipe fidelidadeSpírita - Yp

porque, quando ainda eStávamoS convoSco, voS mandamoS iSto, que, Se alguÉm não quiSer trabalhar, não coma tambÉm. (paulo: 2 teSSalonicenSeS 3 vS. 10)

Todo Centro Espírita sério preocu-pa-se com a vivência do Espiritis-mo e a prática da caridade. Isso

representa nobreza de propósitos e absoluto compromisso com a doutrina.

Várias instituições desenvolvem progra-mas de benemerência com obras de promo-ção humana e, todas elas, sabem das lutas e desafios para manterem e sustentarem os trabalhos de caridade.

Para isso, costumam fazer campanhas e bazares beneficentes para arrecadação de recursos financeiros. A figura do voluntário, portanto, torna-se essencial. Como não há lucro pessoal para ninguém e todos traba-lham por uma causa nobre, o serviço não é remunerado e toda renda é direcionada para as necessidades prementes da caridade.

Mas a solução, por vezes, vira pesadelo!

Por falta de orientação ou má-fé mesmo, muitos se aproximam de trabalhos e Insti-tuições de benemerência sérias para angariar lucro pessoal.

Isso é abominável! É nesse momento que surgem os taressei-

ros: (tarefeiro + interesseiro = taresseiro) ou la-drotários: (ladrão + voluntário = ladrotário)1.

Pessoas que colocam o lucro pessoal acima do coletivo. O espírito de Emmanuel ao orientar seu médium, Chico Xavier, dis-se-lhe oportunamente: Chico, a árvore não se alimenta dos próprios frutos. Tudo quanto, materialmente, em nome da caridade, for executado será sempre em benefício do outro, nunca de nós mesmos.

É bastante difícil formar esse conceito!

¹ladrotário e teresseiro: neologismos criados especialmente para esta matéria.

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fidelidadeSpírita |março 2009

Atenda ao cliente com sorriso, fraternidade e competência.

Estamos tão acostumados à cultura do “levar vantagem” que nem nos preocupamos. O espírita, porém, se preocupa e deverá agir com a probidade que aprendemos com o Evangelho.

Por isso, convém uma prévia entrevista com os candidatos, um curso rápido que apresente as obras de caridade, as necessidades do Centro, a responsabilidade social e espiritual, a confiança dos bons espíritos e, principalmente, o nome do Espiritismo que carrega-mos e ostentamos.

Sugerimos, assim, uma espécie de código comportamental ou nor-ma ética para o voluntariado:

1) Quem trabalha num serviço voluntário deve cumprir os horá-rios disciplinadamente. O volun-tariado não exclui disciplina.

2) Evite faltas, mas, se neces-sário, avise com antecedência a fim de que sua vaga seja, necessa-riamente, preenchida por outra pessoa. Entretanto, saiba: isso trará transtornos para os responsáveis. Por isso, se você se propôs, cum-pra!

3) Respeite as normas e diri-gentes. O fato de você trabalhar

oferecendo auxílio gratuito a essa ou aquela instituição não lhe dá o direito de descumprir diretrizes ou regras. Aprenda: o voluntário só é útil quando auxilia na construção do todo. Sem ordem não poderá haver progresso.

4) Não critique os que já estão no trabalho. Caso desejar cooperar com alguma sugestão procure o responsável.

5) Quanto possível, não entre para a tarefa com bolsas ou sacolas; isso ajudará a garantir sua honesti-dade.

6) Em ambientes de comércio como bazares, feiras, etc., enquan-to estiver trabalhando como volun-tário, não compre nada, mesmo aquele produto que você adorou.

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março 2009 | fidelidadeSpírita

Caso sua função seja no preparo de alimentos, nada de trazer a família para almoçar ou jantar porque você não teve tempo de preparar a refeição em sua casa

Se quiser compareça em outro dia e compre a mercadoria como um cliente comum. Não use da sua função para ter lucro pessoal.

7) Durante a atividade, evite as fofocas, infelizmente, tão comuns em serviços dessa natureza.

8) Atenda ao cliente com sorri-so, fraternidade e competência.

9) Aceite as orientações de seus superiores como se estivesse em uma atividade profissional.

10) Se estiver fazendo a seleção de material a ser vendido, nada de separar algo para você ou telefonar informando a parentes ou amigos sobre bons produtos que chega-ram, colocando preços, bem à sua preferência, para se beneficiar e beneficiar aos seus. Isso é roubo! E fará de você um ladrotário ou taresseiro. Sua atitude deve ser de discrição, competência e capacita-ção para a execução da tarefa. Mais tarde, ausente do serviço, você poderá comunicá-los de que no local (x), há excelentes mercadorias a preços convidativos. Cuide para que não compareçam no dia em que você oferece auxílio. Como ensina a tradição: não basta ser honesto; tem de parecer (demonstrar que é) honesto.

11) Somente ofereça descontos se autorizado pelo responsável. O fato de trabalhar numa obra de caridade (com mercadorias de do-ação) não significa que você tenha autorização para fazer tudo. Além do mais, geralmente, essas feiras e bazares não são para a benefi-

cência, são para levantar fundos, recursos e os preços necessitam adequar-se aos interesses da Ins-tituição. O lucro é que vai para a caridade. Se você doar tudo ou apresentar preços incompatíveis com o produto os objetivos não serão alcançados e em vez de ajudar você atrapalhou.

12) Caso sua função seja no preparo de alimentos, nada de trazer a família para almoçar ou jantar porque você não teve tempo de preparar a refeição em sua casa. Melhor, então, é levantar mais cedo, deixando tudo pronto, ou, se for o caso, não comparecer à ta-refa (dando oportunidade a outra pessoa) e preparar a alimentação para a sua família como convém a toda pessoa de bem.

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fidelidadeSpírita |março 2009

Se estiver na função de coordenar grupos, atenção: isso não o torna melhor ou diferente. Apenas a responsabilidade é maior

13) A vida, por vezes, oferecerá situações difíceis a requerer paciên-cia e perseverança do voluntário nos processos naturais de prova ou expiação. Por isso, se desejar cooperar na seara de Jesus com eficiência, esforce-se por vencer os desafios da existência, superando o desânimo, evitando contaminar os outros com suas mágoas ou decepções. Somente apresentar-se para um serviço de caridade, devi-damente esclarecido, com despren-dimento e absoluta consciência de que ninguém é obrigado a agüentar seu eventual mau-humor.

Se o compromisso assumido por você gera rusgas ou problemas familiares, resolva-os com base nas informações do Evangelho. Não coloque a responsabilidade das suas lutas pessoais no serviço

religioso ou de amparo aos neces-sitados. Você não é obrigado a comparecer; a caridade é sempre uma decisão pessoal. Melhor é não comparecer à atividade e recolher-se a um processo de re-flexão e ação familiar, resolvendo os problemas, do que contagiar a todos com sua amargura e revolta. Talvez, você tenha motivos verda-deiros para se amargurar, mas não permita que suas momentâneas dores comprometam o trabalho de Jesus. Considere, porém, que possíveis adversários espirituais poderão experimentar você a fim de conduzi-lo ao desequilíbrio e a desistência da tarefa que o levaria ao desenvolvimento moral.

14) Se no trabalho de distri-buição da sopa ou de qualquer alimento, você estiver com fome e sentir-se “tentado” a comer o que foi preparado para os assistidos, evite! Você sabe que ao chegar à sua residência terá do que se alimentar, os assistidos, talvez, nem casa tenham. Agüente firme! Instituições bem estruturadas cos-tumam pensar nos voluntários, também, alimentando-os. Mas, o alimento nunca deverá ser nossa motivação para o trabalho. Quanto possível, apresente-se alimentado, higienizado, comprometido e, rigorosamente, no horário.

15) Quanto aos possíveis elo-gios, não se iluda: a boca que beija, também, morde e as mãos que aplau-dem, da mesma forma, podem lançar pedras. Com elogios ou críticas, com facilidade ou dificuldades a tarefa tem de continuar, pois que, o trabalho é com a humanidade

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março 2009 | fidelidadeSpírita

Em toda ou qualquer atividade, lembre-se de que o espírita é sempre um representante da ordem, da disciplina e, sobretudo, da honestidade

em nome de Jesus. Aprenda a esquecer-se e trabalhar silenciosa-mente.

16) Se estiver na função de coordenar grupos, atenção: isso não o torna melhor ou diferen-te. Apenas a responsabilidade é maior. Trate todos com dignidade

e, lembre-se, o exemplo tem de vir de cima. Organize tudo com antecedência, administrando os conflitos humanos com equilíbrio, bom senso e jamais se beneficie pessoal ou materialmente de qual-quer coisa ou situação. Se na distri-buição de cestas básicas sobraram algumas, nada de distribuí-las entre os tarefeiros que mais ajudaram, encaminhe-as para outras obras de assistência humana. Se houve so-

bra de alimentos, cujo tempo não permitiu encaminhamento para outras instituições e apresentem-se perecíveis, aí, o bom senso leciona distribuição igualitária entre todos, mas se você, dirigente, puder viver com coragem, os preceitos éticos do Evangelho, nada aceite; ofereça, sim, para os outros, mas, para você nada! Isso garantirá, perante o gru-po, o seu total e real desinteresse, angariando respeito e autoridade moral que lhe permitirão trabalhos maiores ante os encarnados e, so-bretudo, os desencarnados.

Em toda e qualquer atividade, lembre-se de que o espírita é sem-pre um representante da ordem, da disciplina e, sobretudo, da honestidade.

Que as Instituições Espíritas zelem pela organização de suas tarefas, alertando os adeptos so-bre a postura nobre e digna que necessitam ter.

Por fim, fiquemos com o apóstolo Paulo:

Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com tra-balho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. (Paulo: 2 Tessalo-nicenses 3 Vs. 8)

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fidelidadeSpírita | março 2009

À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui

temor da mortepor allan Kardec

cauSaS do temor da morte

1 - O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivel-mente perdidos.

A crença da imortalidade é in-tuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por quê?

2 - Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conser-vação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futu-ra, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e

cauSaS do temor da morte. - razão por que não a temem oS eSpíritaS.

a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento.

Assim é que, nos povos primiti-vos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples espe-rança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

3 - À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez

esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste.

A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe pa-ciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.

4 - Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento

esclarecimento

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março 2009 | fidelidadeSpírita

no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvol-vimento e aptidão para desprender-se da matéria.

No Espírito atrasado a vida ma-terial prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o ho-mem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador.

Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza.

O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobre-

vivência da alma, velado ainda pela incerteza.

Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa.

Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não suficien-temente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia, desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adianta-mento material e intelectual.

5 - Este estado de coisas é en-tretido e prolongado por causas puramente humanas, que o pro-gresso fará desaparecer. A primeira é a feição com que se insinua a vida futura, feição que poderia contentar as inteligências pouco desenvolvidas, mas que não conse-guiria satisfazer a razão esclarecida dos pensadores refletidos. Assim, dizem estes: “Desde que nos apre-

sentam como verdades absolutas princípios contestados pela lógica e pelos dados positivos da Ciência, é que eles não são verdades.” Daí, a incredulidade de uns e a crença dúbia de um grande número.

A vida futura é-lhes uma idéia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta; acreditam, desejariam que assim fosse, mas apesar disso exclamam: “Se todavia assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro por sua vez virá.”

E depois, acrescentam, definiti-vamente que é a alma? Um ponto, um átomo, uma faísca, uma chama? Como se sente, vê ou percebe? E que a alma não lhes parece uma rea-lidade efetiva, mas uma abstração.

Os entes que lhes são caros, reduzidos ao estado de átomos no seu modo de pensar, estão perdidos, e não têm mais a seus olhos as qua-lidades pelas quais se lhes fizeram amados; não podem compreender o amor de uma faísca nem o que a ela

esclarecimento

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fidelidadeSpírita | março 2009

A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a provocarem a esperança

esclarecimento

possamos ter. Quanto a si mesmos, ficam mediocremente satisfeitos com a perspectiva de se transforma-rem em mônadas. Justifica-se assim a preferência ao positivismo da vida terrestre, que algo possui de mais substancial.

É considerável o número dos dominados por este pensamento.

6 - Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente crêem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes há dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela religião esboçado, sobre o assunto, é nada sedutor e ainda menos consolatório.

De um lado, contorções de con-denados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros de uma vida efêmera e passageira. Os sé-culos sucedem-se aos séculos e não há para tais desgraçados sequer o lenitivo de uma esperança e, o que mais atroz é, não lhes aproveita o arrependimento. De outro lado, as almas combalidas e aflitas do pur-gatório aguardam a intercessão dos vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem.

Estas duas categorias compõem a maioria imensa da população de além-túmulo.

Acima delas, paira a limitada clas-se dos eleitos, gozando, por toda a eternidade, da beatitude contempla-tiva. Esta inutilidade eterna, preferí-vel sem dúvida ao nada, não deixa de ser de uma fastidiosa monotonia. É por isso que se vê, nas figuras que retratam os bem-aventurados, figuras angélicas onde mais transparece o tédio que a verdadeira felicidade.

Este estado não satisfaz nem as aspirações nem a instintiva idéia de progresso, única que se afigura compatível com a felicidade abso-luta. Custa crer que, só por haver recebido o batismo, o selvagem ignorante - de senso moral obtuso, esteja ao mesmo nível do homem que atingiu, após longos anos de trabalho, o mais alto grau de ciên-cia e moralidade práticas. Menos concebível ainda é que a criança falecida em tenra idade, antes de ter consciência de seus atos, goze dos mesmos privilégios somente por for-ça de uma cerimônia na qual a sua vontade não teve parte alguma.

Estes raciocínios não deixam de preocupar os mais fervorosos cren-tes, por pouco que meditem.

7 - Não dependendo a felicida-de futura do trabalho progressivo na Terra, a facilidade com que se acredita adquirir essa felicidade, por meio de algumas práticas exteriores, e a possibilidade até de a comprar a dinheiro, sem regeneração de caráter e costumes, dão aos gozos do mundo o melhor valor.

Mais de um crente considera, em seu foro íntimo, que assegurado

o seu futuro pelo preenchimento de certas fórmulas ou por dádivas pós-tumas, que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou quaisquer incômodos por outrem, uma vez que se consegue a salvação trabalhando cada qual por si.

Seguramente, nem todos pen-sam assim, havendo mesmo muitas e honrosas exceções; mas não se poderia contestar que assim pensa o maior número, sobretudo das massas pouco esclarecidas, e que a idéia que fazem das condições

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março 2009 | fidelidadeSpírita

fonte:

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno.Págs. 20

– 25. Feb. 1992.

esclarecimento

de felicidade no outro mundo não entretenha o apego aos bens deste, acoroçoando o egoísmo.

8 - Acrescentemos ainda a cir-cunstância de tudo nas usanças con-correr para lamentar a perda da vida terrestre e temer a passagem da Terra ao céu. A morte é rodeada de cerimô-nias lúgubres, mais próprias a infun-direm terror do que a provocarem a esperança. Se descrevem a morte, é sempre com aspecto repelente e nunca como sono de transição; todos os seus emblemas lembram a destruição do corpo, mostrando-o hediondo e descarnado; nenhum simboliza a alma desembaraçando-se radiosa dos grilhões terrestres. A partida para esse mundo mais feliz só se faz acompanhar do lamento dos sobreviventes, como se imensa desgraça atingira os que partem; dizem-lhes eternos adeuses como se jamais devessem revê-los.

Lastima-se por eles a perda dos gozos mundanos, como se não fossem encontrar maiores gozos no além-túmulo. Que desgraça, dizem, morrer tão jovem, rico e feliz, tendo a perspectiva de um futuro brilhante! A idéia de um futuro melhor apenas toca de leve o pensamento, porque não tem nele raízes. Tudo concorre, assim, para inspirar o terror da mor-te, em vez de infundir esperança.

Sem dúvida que muito tempo será preciso para o homem se des-fazer desses preconceitos, o que não quer dizer que isto não suceda, à medida que a sua fé se for firmando, a ponto de conceber uma idéia mais sensata da vida espiritual.

9 - Demais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas

acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos; a própria Igreja põe entre umas e outras uma barreira insuperável, declarando rotas todas as relações e impossível qualquer comunicação. Se as almas estão no inferno, perdida é toda a esperança de as rever, a menos que lá se vá ter também; se estão entre os eleitos, vivem completamente absortas em contemplativa beatitude. Tudo isso interpõe entre mortos e vivos uma distância tal que faz supor eterna a separação, e é por isso que muitos preferem ter junto de si, embora sofrendo, os entes caros, antes que vê-los partir, ainda mesmo que para o céu.

E a alma que estiver no céu será realmente feliz vendo, por exemplo, arder eternamente seu filho, seu pai, sua mãe ou seus amigos?

por que oS eSpíritaS não temem a morte

10 - A Doutrina Espírita trans-forma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situa-ção; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as rases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peri-pécias da vida de além-túmulo. Eis

aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da Humanidade.

Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as idéias so-bre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente.

Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.

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fidelidadeSpírita | março 2009ensinamento

na edificação

por irmão x - francisco cândido xavier

É incontestável o número de pessoas que se aproximam das fontes espiritistas, afirmando-se desejosas de iluminação

Os ociosos de todos os tempos sempre encontram infinitos recursos, para escapar ao

círculo das obrigações que lhes compe-tem. Comumente, estão queixosos e de-salentados. Para eles, os melhores cargos estão providos, no tempo de serviço em que trabalham; as maiores realizações já foram levadas a efeito; as estações do ano trazem variações de-cisivas que os compelem à permanência no lar; as relações sociais são algemas que os agrilhoam às longas conversações, os menores sintomas de enfermidade constituem ensejo a dilatadas teorias sobre diagnoses diversas. Estão rodeados de obstá-culos e não realizam coisa alguma. Gastam fortunas para que ninguém os aborreça e se alguém lhes pede contas dessa ou daquela edificação, explicam que não tive-ram sorte, essa sorte por eles transformada num gênio cego que distribui os favores divinos, a torto e a direito.

Assim acontece, igualmente, no cam-po das realizações de ordem espiritual.

É incontestável o número de pessoas que se aproximam das fontes espiritistas, afirmando-se desejosas de iluminação. Querem as bênçãos da esfera superior, desejam aquisições mediúnicas, preten-dem participar dos serviços de auxílio. Entretanto, em todos os cometimentos do progresso legítimo, o problema da construção não se resume à palavra. É

necessário dispor de mate-rial efetivo da concretização dos propósitos elevados. A casa reclama pedra e cal. A ferrovia pede trilhos adequados. A usina solicita aparelhagem. Se, na vida física, há necessidade do aproveitamento de recursos vivos e substanciais, como dispensar a boa-vontade e os valores do homem nas edificações do espírito?

Inúmeros corações di-rigem-se a nós, suplicando auxílio, mas, como lhes ministrar o socorro frater-no? Esperam que as almas desencarnadas lhes tomem a iniciativa, subtraindo-os a toda espécie de responsabi-

lidade e preocupações.Que movimento doutrinário, porém,

seria esse em que os amigos experientes,

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março 2009 | fidelidadeSpírita ensinamento

fonte:

XAVIER, Francisco Cândido. Lázaro Redivivo.

Págs. 131 – 134. Feb. 2005.

a pretexto de proteção e socorro, institu-íram o regime da irresponsabilidade e da preguiça sistemática? Estariam os mortos tão desocupados, não recebendo da vida outra obrigação que essa de converter a grande universidade da existência huma-na em simples jardim da infância?

Bondosos amigos nossos comparecem às reuniões do Espiritismo e aguardam fenômenos estupefacientes. Intentam consolidar a fé e se dizem necessitados de paz íntima; todavia, esperam as manifes-tações maravilhosas dos desencarnados, como se todas as suas construções interio-res dependessem disso. Às vezes, recebem o que pedem, mas ficam na situação do espectador que se espantou no circo, vendo as acrobacias do atleta, dançando numa corda frágil, a quinze metros de altura, ou contemplando, boquiaberto, o mágico que engole fogo. Findo o espe-táculo, volta para casa, a fim de atender às obrigações pertinentes à família e à rotina de luta redentora. Ocorre o mesmo nas observações espirituais. Terminada a injeção de emotividade, o estudante, o crente e o investigador regressam ao campo habitual, onde os deveres de cada dia lhes aguardam o testemunho de amor e compreensão.

Daí a necessidade de renovação do pensamento que os desencarnados escla-recidos apregoam. Muitos companheiros se aproximam de nosso plano e pedem qualidades de cooperação, esquecendo-se, porém, de que eles são portadores delas. Apenas necessitam dilatá-las, com edu-cação e proveito. Esse desenvolvimento, contudo, não pode ser uma realização do exterior para o interior. Não são os Espíritos que desenvolvem os médiuns e sim estes que apuram as faculdades receptivas alargando as suas possibilida-des de colaboração e valorizando-as pelo estudo constante e pela aplicação própria às obras da verdade e do bem.

Que dizer de uma pessoa que aspira ao diploma de médico, detestando os doen-tes? Como apreciar o falador pedante que deseja cooperar nos serviços de sabedoria, mantendo-se nos círculos escuros da igno-rância? Outros propõem-se a receber a luz brilhante do cume, entretanto, sentem receio do caminho. Temem pedras, os espinhos e as serpentes prováveis, talvez ocultas nas várias regiões que separam o vale da montanha. Obrigá-los a ajudar o enfermo, a soletrar o alfabeto e a fugir das tentações, não é atitude compatível com a lei de vida e liberdade que nos rege.

O próprio Jesus, segundo a venerável lição do Evangelista, permanece à porta e bate. Se alguém abrir, Ele entrará com as bênçãos divinas. Ele, o Mestre, traz a sabedoria, o amor, a luz e a revelação, mas não tem a chave, que pertence ao aprendiz, filho de Deus e herdeiro da vida eterna, como Ele próprio. Poderia, efetivamente, violentar a habilitação e destruir o impedimento. Foi o Cristo, senhor e Organizador do Planeta, quem forneceu ao usufrutuário do mundo a matéria-prima para a edificação tempo-rária em que se mantém, mas, Adminis-trador Consciencioso e Justo, sabe que, acima de tudo, permanece a autoridade do Pai, e espera, nos casos de rebeldia e endurecimento, que o doador Universal se manifeste. E, por vezes, a ordem su-prema é de bombardeio demolidor. Aí, então, não há necessidade de chave para a abertura. Os impactos diretos do sofri-mento modificam a habitação, apenas com a circunstância desagradável de que o dono por muito tempo se aprisiona na perturbação e na dor, antes de retomar a oportunidade de nova construção.

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fidelidadeSpírita |março 2009

fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág.

100. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

por eduardo martins

com todas as letras

existe um plural muito especial

Caso muito peculiar do plural ocorre quando uma propriedade (repare que ela é expressa em geral por uma

palavra abstrata) se refere a dois ou mais termos da oração: nessa situação a palavra não varia. Apesar disso, esse é um dos erros mais comuns nos dias de hoje, tanto na imprensa como no rádio e na televisão.

Veja dois exemplos, para que a idéia fique mais clara: O clube anunciou a contratação (e não “as contratações”) de Joãozinho e Almeida. /A festa foi iniciada sem a presença (e não “as presenças”) do presidente e do governador.

Para entender esse conceito, pense no se-guinte: existe uma contratação de dois ou mais jogadores, assim como existe uma presença de duas ou mais pessoas. Ou, de outra forma, há a contratação de cada um ou a presença de cada um.

É também o que sucede nestes exemplos: A polícia apurou a identidade dos assaltantes. / O técnico confirmou a escalação de Roberto e Alfre-do. /Os partidos já definiram sua posição para as eleições. / A equipe não soube explorar a velocidade de Ariel e Augusto. /A população sentiu a ausência do prefeito e do vice. (E não “as identidades”, “as escalações”, “suas posições”, “as velocidades” e “as ausências”.)

E nestes outros: Novas funcionárias vão assumir a vaga (e não “as vagas”) da telefonista e da secretária. /A torcida espera a volta (e não “as voltas”) de Márcio e Ronaldo ao time. /Eles cederam o nome (e não “os nomes”) aos amigos. / A venda da casa e da fazenda salvou a família da ruína. / Sentiam-se felizes no fim da sua vida (e não “das suas vidas”). /Mais de 20 mil pessoas tinham perdido o emprego (e não “os empregos”) naquele mês. /Aguardavam o comparecimento (e não “os comparecimentos”) de dois vereadores e de três deputados.

Como se vê, nenhuma das palavras em destaque deve ir para o plural.

valor abSolutoSe forem usadas isoladamente, com

valor absoluto, as palavras vão-se flexionar (pelo menos na maioria dos casos). Assim: O time deverá anunciar mais contratações para o campeonato. /A família teve de fazer novas vendas para sobreviver / Eram todas ausências muito sentidas. /A empresa criou duas vagas no quadro de funcionários.

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Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

“Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” — Jesus. (Lucas, 22:32.)

Necessidade Essencial

Justo destacar que Jesus, ciente de que Simão permanecia num mundo em que imperam as vantagens de caráter material, não intercedesse, junto ao Pai, a fim de que lhe não faltassem recursos físicos, tais como a satisfação do corpo, a remuneração substanciosa ou a consideração social.

Declara o Mestre haver pedido ao Supremo Senhor para que em Pedro não se enfraqueça o dom da fé.

Salientou, assim, o Cristo, a necessidade essencial da criatura humana, no que se refere à confiança em Deus, num círculo de lutas onde todos os benefícios visíveis estão sujeitos à trans-formação e à morte.

Testemunhava que, de todas as realizações su-blimes do homem atual, a fé viva e ativa é das mais difíceis de serem consolidadas. Reconhecia que a segurança espiritual dos companheiros terrestres não é obra de alguns dias, porque pequeninos acontecimentos podem interrompê-la, feri-la, adiá-la. A ingratidão de um amigo, um gesto impensado, a incompreensão de alguém, uma insignificante dificuldade, podem prejudicar-lhe o desenvolvimento.

Em plena oficina humana, portanto, é impres-cindível reconheças a transitoriedade de todos os bens transferíveis que te cercam. Mobiliza-os sempre, atendendo aos superiores desígnios da fraternidade que nos ensinam a amar-nos uns aos outros com fidelidade e devotamento. Conven-ce-te, porém, de que a fé viva na vitória final do espírito eterno é o óleo divino que nos sustenta a luz interior para a divina ascensão.

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assistência espiritual: passes 4ª feira 14h00 - 14h40 ininterrupto aberto ao público

assistência espiritual: passes 5ª feira 20h00 - 20h40 ininterrupto aberto ao público

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