suínos em terminação alimentados com torta da polpa martolino junior final

4
SUÍNOS EM TERMINAÇÃO ALIMENTADOS COM TORTA DA POLPA 1 DA MACAÚBA – AVALIAÇÃO DA CARCAÇA IN VIVO 2 3 MARTOLINO BARBOSA DA COSTA JÚNIOR 1 ; CLÁUDIO LUIZ CORRÊA AROUCA 1 ; 4 CARINA DE ARAÚJO LIMA 1 ; MÔNICA PATRÍCIA MACIEL 1 ; FELIPE SHINDY AIURA 1 ; 5 AYLLE MEDEIROS MATOS 1 6 7 INTRODUÇÃO 8 9 A macaúba apresenta valores nutritivos interessantes em seus coprodutos e pode ser 10 incorporada de maneira adequada na alimentação animal, desde que sejam tomados cuidados na sua 11 inclusão, evitando prejuízos na produção. Assim, existe a necessidade de conhecimento da sua 12 composição para se estimar, por exemplo, fatores como excesso de fibra, que são importantes na 13 alimentação de suínos. 14 Na criação de suínos a alimentação tem sido responsável pela maior parcela do custo de 15 produção, representando, aproximadamente, 70 a 80% do custo total na suinocultura tecnificada 16 (GENTILINI et al., 2008). Com isso, a diversificação nas respostas dos suínos aos diferentes planos 17 nutricionais e aos diferentes ambientes externos a que são submetidos têm contribuído para que 18 novas pesquisas sejam realizadas para se determinar padrões de alimentação econômica e 19 tecnicamente viáveis. Assim sendo, objetivou-se avaliar o efeito da inclusão de níveis de torta da 20 polpa da macaúba para suínos na fase de terminação. 21 22 MATERIAL E MÉTODOS 23 24 O experimento foi conduzido nas dependências da Fazenda Experimental Professor Hélio 25 Barbosa, da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, localizado no 26 município de Igarapé, Minas Gerais. Os animais foram alojados em baias de alvenaria, com telhas 27 de amianto, pé direito de três metros, com comedouros semiautomáticos e bebedouros tipo chupeta, 28 com área de 1,53 m 2 /animal. 29 Foram utilizados suínos híbridos comerciais, sendo 20 machos castrados e 20 fêmeas, 30 selecionados para alta deposição de carne magra, com peso inicial médio de 70,81 ± 2,01 kg. Foi 31 adotado delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos (0; 5; 10; 15 e 20% de 32 inclusão de torta da polpa da macaúba), quatro repetições e dois animais (macho e fêmea) por 33 unidade experimental (baia). O tratamento controle correspondeu a uma ração basal, composta de 34 1 1 – Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

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Artigo publicado nos anais do Congresso Brasileiro de Macaúba, em 2013.

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Page 1: Suínos em terminação alimentados com torta da polpa martolino junior final

SUÍNOS EM TERMINAÇÃO ALIMENTADOS COM TORTA DA POLPA 1

DA MACAÚBA – AVALIAÇÃO DA CARCAÇA IN VIVO 2

3

MARTOLINO BARBOSA DA COSTA JÚNIOR1; CLÁUDIO LUIZ CORRÊA AROUCA1; 4

CARINA DE ARAÚJO LIMA1; MÔNICA PATRÍCIA MACIEL1; FELIPE SHINDY AIURA1; 5

AYLLE MEDEIROS MATOS1 6

7

INTRODUÇÃO 8

9

A macaúba apresenta valores nutritivos interessantes em seus coprodutos e pode ser 10

incorporada de maneira adequada na alimentação animal, desde que sejam tomados cuidados na sua 11

inclusão, evitando prejuízos na produção. Assim, existe a necessidade de conhecimento da sua 12

composição para se estimar, por exemplo, fatores como excesso de fibra, que são importantes na 13

alimentação de suínos. 14

Na criação de suínos a alimentação tem sido responsável pela maior parcela do custo de 15

produção, representando, aproximadamente, 70 a 80% do custo total na suinocultura tecnificada 16

(GENTILINI et al., 2008). Com isso, a diversificação nas respostas dos suínos aos diferentes planos 17

nutricionais e aos diferentes ambientes externos a que são submetidos têm contribuído para que 18

novas pesquisas sejam realizadas para se determinar padrões de alimentação econômica e 19

tecnicamente viáveis. Assim sendo, objetivou-se avaliar o efeito da inclusão de níveis de torta da 20

polpa da macaúba para suínos na fase de terminação. 21

22

MATERIAL E MÉTODOS 23

24

O experimento foi conduzido nas dependências da Fazenda Experimental Professor Hélio 25

Barbosa, da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, localizado no 26

município de Igarapé, Minas Gerais. Os animais foram alojados em baias de alvenaria, com telhas 27

de amianto, pé direito de três metros, com comedouros semiautomáticos e bebedouros tipo chupeta, 28

com área de 1,53 m2/animal. 29

Foram utilizados suínos híbridos comerciais, sendo 20 machos castrados e 20 fêmeas, 30

selecionados para alta deposição de carne magra, com peso inicial médio de 70,81 ± 2,01 kg. Foi 31

adotado delineamento em blocos casualizados, com cinco tratamentos (0; 5; 10; 15 e 20% de 32

inclusão de torta da polpa da macaúba), quatro repetições e dois animais (macho e fêmea) por 33

unidade experimental (baia). O tratamento controle correspondeu a uma ração basal, composta de 34 1

1 – Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

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milho, farelo de soja, suplementada com minerais, vitaminas e aminoácidos, formulada de modo a 35

atender as recomendações nutricionais mínimas sugeridas por Rostagno et al. (2011) para a fase de 36

terminação. Os demais tratamentos consistiram na variação dos níveis de inclusão da torta da polpa 37

da macaúba, compondo rações todas isonutritivas. As rações e a água foram fornecidas à vontade 38

durante todo período experimental. 39

Foram tomadas medidas ultrassônicas in vivo no primeiro e último dia do período 40

experimental (28 dias), após a pesagem dos animais, utilizando-se o equipamento portátil de 41

ultrassom PigLog-105®com medidas tomadas sempre do lado direito do animal (AROUCA et al 42

2010). As medidas obtidas foram a espessura de toucinho ET-P1; espessura de toucinho ET-P2 e a 43

medida de profundidade de lombo (PL); Porcentagem de carne magra (CM) (estimada a partir dos 44

valores de espessura de toucinho ET-P1, ET-P2 e a profundidade de lombo PL) e por fim a taxa de 45

deposição de carne magra diária (TDCMD) (diferença entre a CM estimada no último dia e a CM 46

no primeiro, dia dividida pelo número de dias em experimento). 47

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância utilizando o programa SAS (SAS 48

Institute, 1999), sendo as médias dos tratamentos comparadas ao tratamento controle pelo teste de 49

Dunnett a 5% de probabilidade e, quando significativo, as médias dos tratamentos foram 50

submetidas à análise de regressão utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011). 51

52

RESULTADOS E DISCUSSÃO 53

54

Não foi verificada diferença significativa (P> 0,05) sobre características de avaliação de 55

carcaça in vivo para os parâmetros, ET-P1, ET-P2, PL e CM como demonstra a Tabela 1. 56

Parra et al. (2008), ao trabalharem com casca de café para suínos em crescimento e 57

terminação, verificaram que os valores de ET (medidos in vivo) dos tratamentos com casca de café 58

melosa (4mm) foram menores quando comparados à ração testemunha nas duas fases. Por outro 59

lado, os valores de PL não apresentaram diferença (P>0,05) entre os níveis de inclusão da casca de 60

café, nem entre estes e a ração testemunha. 61

Observou-se efeito significativo dos tratamentos (P<0,05) para a taxa de deposição de carne 62

magra diária (TDCMD), em função do aumento dos níveis de torta da polpa da macaúba na ração, a 63

qual aumentou até o nível ótimo de 10,9%, de acordo com a equação Ŷ = 0,45325 + 0,02374 x - 64

0,00109 x2 (Figura 1). 65

66

67

2 1 – Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

Page 3: Suínos em terminação alimentados com torta da polpa martolino junior final

TABELA 1. Valores médios, valor de F e coeficientes de variação (CV) para espessura de toucinho no 68 ponto P1 (ET-P1), espessura de toucinho no ponto P2 (ET-P2), profundidade de lombo (PL), porcentagem de 69 carne magra (CM) e taxa de deposição de carne magra diária (TDCMD) para suínos em terminação 70 alimentados com níveis crescentes de torta da polpa da macaúba 71

Tratamento

Variáveis

ET-P1

(mm)

ET-P2

(mm)

PL

(mm)

CM

(%)

TDCMD

(g/dia)

T1 18,25 13,62 51,75 55,41 522

T2 16,50 11,87 50,50 56,91 558

T3 20,12 14,25 53,25 54,42 541

T4 17,25 12,37 56,37 57,06 600*

T5 18,50 12,87 52,62 55,78 479

Valor F 0,171 0,214 0,173 0,109 0,023

CV 11,140 11,400 6,130 2,590 8,740

T1= 0%; T2= 5%; T3= 10%, T4=15% e T5=20% de torta da polpa de macaúba. 72 73 Médias seguidas de asterisco diferem do tratamento controle pelo teste de Dunnett (P< 0,05) 74

75

Arouca et al. (2007), trabalhando com níveis de lisina para suínos machos castrados, dos 95 76

aos 122 kg, observaram aumento quadrático da TDCMD dos animais. Do mesmo modo, Arouca et 77

al. (2010), ao trabalharem com níveis de fósforo disponível para suínos machos castrados, dos 60 78

aos 95 kg, também relataram aumento quadrático da TDCMD dos animais. 79

80

81 Figura 1. Efeito dos níveis de torta da polpa da macaúba sobre a taxa de deposição de carne magra diária 82

83 84

Ŷ = 0,45325 + 0,02374 x - 0,00109 x2 R2 = 55,12

10,9%

3 1 – Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

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Este parâmetro é de grande importância para a indústria suinícola, pois existe atualmente 85

uma tendência de bonificação paga pelos frigoríficos aos suinocultores, em razão de carcaças mais 86

magras, especialmente aqueles destinados à exportação. 87

88 89

CONCLUSÕES 90

91

Concluiu-se que a torta da polpa da macaúba pode ser incluída até o nível de 10,9% em 92

rações para suínos em terminação, nível este que melhorou a taxa de deposição de carne magra 93

diária dos animais. 94

95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 96

97

AROUCA, C. L. C.; FONTES, D. O.; BAIÃO, N. C. et al. Níveis de lisina para suínos machos 98

castrados selecionados geneticamente para deposição de carne magra na carcaça, dos 95 aos 122 kg. 99

Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 2, p. 531-539. 2007. 100

AROUCA, C. L. C.; FONTES, D. O.; SILVA, F. C. O et al. Níveis de fósforo disponível para 101

suínos machos castrados dos 60 aos 95 kg. R. Bras. Zootec. vol.39 n.12. 2010. 102

FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia 103

(UFLA), v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011. 104

GENTILINI, F.P.; LIMA, G.J.M.M.; GUIDONi, A.L.; RUTZ, F. Casca de soja em dietas para 105

suínos em crescimento e Terminação. R. Bras. Agrociência, Pelotas, v.14, n.2, p.375-382, 2008. 106

PARRA, A. R. P.; MOREIRA, I.; FURLAN, A. C.; et al. Utilização da casca de café na 107

alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação. Rev. Bras. Zootec., v.37, n.3, p.433-108

442, 2008. 109

ROSTAGNO, H. S. ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L. et al. Composição de Alimentos e 110

Exigências Nutricionais de Aves e Suínos (Tabelas Brasileiras), Viçosa: UFV – Imprensa 111

Universitária, 252p, 2011. 112

SAS INSTITUTE INC. SAS/STAT User’s Guide, Version 8. Cary, NC: SAS Institute Inc. 1999. 113

4 1 – Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES); [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]