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1 Boletim 1089/2016 – Ano VIII – 26/10/2016 STJ decide sobre plano de saúde após demissão Por Arthur Rosa O Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que aposentado ou empregado demitido só pode manter o plano de saúde empresarial se efetivamente contribuiu, ao menos parcialmente, para o pagamento da mensalidade ou o prêmio cobrado pela operadora durante o contrato de trabalho. Em duas decisões recentes, os ministros das turmas de direito privado 3ª e 4ª entenderam que os valores pagos a título de coparticipação não caracterizam "contribuição" e, portanto, não garantem a manutenção do benefício. Pela Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656, de 1998), o exempregado aposentado ou demitido sem justa causa tem direito a manter o plano de saúde, nas condições estabelecidas durante o contrato de trabalho, desde que assuma o pagamento integral da mensalidade ou do prêmio devido à operadora. Um dos requisitos é ter contribuído anteriormente para o seu custeio. Até recentemente, as duas turmas adotavam entendimento favorável ao trabalhador. Com base em julgado de 2012, de relatoria do ministro Raul Araújo, da 4ª Turma, entendiam que o exempregado que contribuiu, "ainda que indiretamente", tinha direito a ser mantido como beneficiário. Para o magistrado, o custeio integral do plano de saúde pelo exempregador poderia ser considerado salário indireto, "motivo pelo qual o requisito da existência da contribuição por parte do exempregado (no caso, um aposentado) teria sido preenchido". Porém, pelo novo entendimento, adotado recentemente pelo ministro Luis Felipe Salomão, da 4ª Turma, o plano de saúde fornecido pelo empregador "não ostenta natureza salarial", de acordo com o inciso IV do parágrafo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a redação dada pela Lei nº 10.243, de 2001. E a coparticipação em consultas e exames não entraria no conceito de "contribuição", de acordo com a Resolução Normativa nº 279, de 2011, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regulamentou a Lei nº 9.656. "Se o plano de saúde coletivo empresarial fora integralmente custeado pelo empregador/estipulante, penso que não há se falar em contribuição por parte do ex- empregado (aposentado ou demitido sem justa causa) e, por conseguinte, inexiste direito de manutenção na condição de beneficiário", diz Salomão em seu voto. Na decisão, o ministro, relator de um caso envolvendo um bancário, afirma que a coparticipação apresenta valor variável, que tem por finalidade inibir a utilização "desarrazoada/indiscriminada" dos serviços disponibilizados, o que permite a redução dos

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Boletim 1089/2016 – Ano VIII – 26/10/2016

STJ decide sobre plano de saúde após demissão Por Arthur Rosa O Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que aposentado ou empregado demitido só pode manter o plano de saúde empresarial se efetivamente contribuiu, ao menos parcialmente, para o pagamento da mensalidade ou o prêmio cobrado pela operadora durante o contrato de trabalho. Em duas decisões recentes, os ministros das turmas de direito privado 3ª e 4ª entenderam que os valores pagos a título de coparticipação não caracterizam "contribuição" e, portanto, não garantem a manutenção do benefício. Pela Lei dos Planos de Saúde (nº 9.656, de 1998), o exempregado aposentado ou demitido sem justa causa tem direito a manter o plano de saúde, nas condições estabelecidas durante o contrato de trabalho, desde que assuma o pagamento integral da mensalidade ou do prêmio devido à operadora. Um dos requisitos é ter contribuído anteriormente para o seu custeio. Até recentemente, as duas turmas adotavam entendimento favorável ao trabalhador. Com base em julgado de 2012, de relatoria do ministro Raul Araújo, da 4ª Turma, entendiam que o exempregado que contribuiu, "ainda que indiretamente", tinha direito a ser mantido como beneficiário. Para o magistrado, o custeio integral do plano de saúde pelo exempregador poderia ser considerado salário indireto, "motivo pelo qual o requisito da existência da contribuição por parte do exempregado (no caso, um aposentado) teria sido preenchido". Porém, pelo novo entendimento, adotado recentemente pelo ministro Luis Felipe Salomão, da 4ª Turma, o plano de saúde fornecido pelo empregador "não ostenta natureza salarial", de acordo com o inciso IV do parágrafo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) com a redação dada pela Lei nº 10.243, de 2001. E a coparticipação em consultas e exames não entraria no conceito de "contribuição", de acordo com a Resolução Normativa nº 279, de 2011, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regulamentou a Lei nº 9.656. "Se o plano de saúde coletivo empresarial fora integralmente custeado pelo empregador/estipulante, penso que não há se falar em contribuição por parte do ex-empregado (aposentado ou demitido sem justa causa) e, por conseguinte, inexiste direito de manutenção na condição de beneficiário", diz Salomão em seu voto. Na decisão, o ministro, relator de um caso envolvendo um bancário, afirma que a coparticipação apresenta valor variável, que tem por finalidade inibir a utilização "desarrazoada/indiscriminada" dos serviços disponibilizados, o que permite a redução dos

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custos do plano de saúde, "razão pela qual consubstancia verdadeiro mecanismo de regulação financeira dos riscos contratualmente garantidos". Para o advogado Ricardo Ramires Filho, do Dagoberto Advogados, a recente decisão aplicou de forma correta o direito previsto nos artigos 30 e 31 da Lei dos Planos de Saúde. "A coparticipação na mensalidade é que dá esse direito", afirma. " A decisão traz segurança jurídica." Já a advogada Estela do Amaral Alcântara Tolezani, do Vilhena Silva Advogados, entende que a decisão é prejudicial, principalmente para o aposentado, que normalmente é discriminado pelo mercado em razão da idade e terá que pagar caro por um plano de saúde. "Assim, cada vez mais pessoas vão para o SUS."

Recálculo de aposentadoria volta à pauta do Supremo Por Beatriz Olivon O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar hoje um julgamento que afetará milhares de aposentados no país e poderá trazer um rombo bilionário aos cofres públicos. Está na pauta dos ministros a polêmica "desaposentação" solicitada por quem volta a trabalhar e, depois, pede um recálculo de sua aposentadoria a partir das novas contribuições. Se a tese for acatada pelos ministros, aposentadorias e benefícios previdenciários de cerca de 480 mil pessoas poderão ser recalculadas, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016. Está em trâmite por todo o país um total de 182,1 mil ações judiciais sobre o tema, de acordo com levantamento da AdvocaciaGeral da União (AGU). Uma dessas ações é de Julio Cesar Matheus que, com medo de ser prejudicado por uma reforma na Previdência Social, em 1997, resolveu se aposentar aos 40 anos. Por ter começado a trabalhar cedo, aos 14 anos, e pela exposição a produtos químicos, teve direito a aposentadoria especial de cerca de R$ 2 mil, em valores atualizados. O valor baixo o levou a continuar no mercado de trabalho. No ano passado, porém, foi demitido da indústria petroquímica, e agora aguarda a possibilidade de ter seu benefício revisto. O impacto econômico para a União pode ser enorme. O processo é um dos 12 temas listados pela União na LDO. Na lista estão os processos de perda "possível". A presença no relatório mostra que a ação preocupa a União. A estimativa apontada é de R$ 49,1 bilhões. Mas cálculos recentes da Previdência Social indicam que, nos próximos 30 anos, o impacto financeiro de uma decisão desfavorável pode chegar a R$ 181,8 bilhões. A tese da desaposentação surgiu em 1999, com a implantação do fator previdenciário, que aumentou a idade mínima para obtenção da aposentadoria integral. Mas o assunto foi impulsionado mesmo em 2013, quando o STJ decidiu de forma favorável aos

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aposentados, segundo o advogado Murilo Aith, sócio do Aith, Badari e Luchin Advogados. O escritório tem cerca de cinco mil ações sobre o assunto. "O mais comum é a pessoa se aposentar e continuar na mesma empresa. É permitido no nosso país o aposentado continuar a trabalhar", afirmou Aith. Segundo ele, as pessoas ainda estão com capacidade mental produtiva e continuam no mercado de trabalho. "O brasileiro se aposenta cedo porque começa a trabalhar muito cedo." No STF, há três ações sobre o assunto. Os julgamentos estão suspensos desde 2014, com um pedido de vista da ministra Rosa Weber. Por enquanto, quatro ministros já manifestaram suas posições, mas somente três votaram no processo em repercussão geral. Nele, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recorre de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), favorável a um aposentado. Antes do STJ, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região havia admitido o recálculo da aposentadoria pelo tempo total de contribuição, mas desde que o segurado devolvesse os benefícios recebidos a partir do momento em que voltou a trabalhar. Dos quatro votos, há três propostas de soluções distintas para a questão. O ministro Dias Toffoli é contrário à desaposentação. Segundo ele, não há previsão legal para o recálculo. A prática, acrescentou no julgamento, incentivaria a aposentadoria precoce, e caberia ao Legislativo regulamentar o assunto, analisando o impacto econômico do tema. Foi o mesmo entendimento do ministro Teori Zavascki. Uma segunda interpretação foi proposta pelo ministro Marco Aurélio Mello, relator de um processo que começou a ser julgado em 2010. O voto foi favorável aos aposentados. Ele destacou que o beneficiário que volta a trabalhar para melhorar sua renda é obrigado por lei a contribuir novamente com a Previdência Social. O relator do processo que está em repercussão geral, ministro Luís Roberto Barroso, propôs uma solução intermediária. Pela solução de Barroso, no cálculo da segunda aposentadoria seria aplicado o fator previdenciário com alterações em algumas variáveis , o que faria com que o valor do segundo benefício fosse superior ao primeiro, mas inferior ao montante calculado sem as restrições. Barroso previu ainda que a proposta só valeria 180 dias após sua publicação. O intervalo serviria para que o Congresso Nacional, caso entenda necessário, possa formular norma específica sobre o assunto. Na repercussão geral, votaram apenas Barroso, Toffoli e Teori Zavascki. A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) e o Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) chegaram a pedir o adiamento do julgamento das ações, com base no envio da reforma da Previdência Social pelo governo. Até o fechamento da edição, os pedidos ainda não haviam sido analisados.

(FONTE: Valor Econômico 26/10/2016)

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Varejo de São Paulo tem saldo positivo de emprego e m agosto - Pela primeira vez desde 2014 o varejo do Estado de São Paulo conseguiu registrar, por dois meses consecutivos, saldo positivo na geração de postos de trabalho. Em agosto, as lojas paulistas criaram 7,2 mil vagas, resultado de 71.908 admissões e 64.673 desligamentos. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores atingiu 2.071.063 no mês. Apesar do saldo, houve redução de 3,1% no número de postos, quando comprado com o mesmo período de 2015. De acordo com a assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que realizou o indicador, a abertura de postos de trabalho é uma tendência histórica, motivada por poucas demissões. Mesmo com o saldo positivo em agosto, só duas das nove atividades pesquisadas apresentaram crescimento no número total de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015: farmácias e perfumarias (1,9%) e supermercados (0,3%). Os destaques negativos foram os setores de concessionárias de veículos (-7,3%), lojas de móveis e decoração (-7,2%) e de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-6,9%) / Da Redação

Ciesp Campinas registra o pior mês com 900 demissõe s De janeiro a setembro, nível de emprego industrial registrou 3.150 dispensas, o mesmo número de postos de trabalho perdidos em todo o ano de 2014

Campinas e Região - O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional Campinas registrou o pior mês de setembro dos últimos 13 anos no nível de emprego de suas associadas, da série histórica iniciada em 2013 , com 900 demissões. De janeiro a setembro, o nível de emprego industrial na área dos 19 municípios de abrangência do Ciesp Campinas registrou 3.150 demissões. O mesmo número de postos de trabalho perdidos em todo o ano de 2014. Nos últimos 12 meses, o Ciesp Campinas registra uma queda de 8.950 vagas. O nível de emprego industrial no Ciesp Campinas no mês de setembro foi influenciado pelas variações negativas de máquinas e equipamentos (-1,62%); veículos automotores e autopeças (-0.54%); produtos químicos (-0,68%) e produtos alimentícios (-0,56%). Para o vice-diretor do Ciesp Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, mesmo com a expectativa de muitos economistas e da própria equipe econômica do Governo sinalizando para um aumento do produto interno Bruto (PIB) para 1% em 2017, não deve se traduzir, em um primeiro momento, em contratações. "A retomada de contratações não vai acontecer de imediato porque as empresas estão

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trabalhando com ociosidade. Em alguns casos, principalmente empresas menores, talvez haja uma necessidade de contratação imediata porque elas trabalham no limite de sua capacidade, mas as grandes empresas conseguem trabalhar com pessoal reduzido", diz. O Ciesp Campinas divulgou também a pesquisa de sondagem industrial referente ao mês de setembro elaborada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da Faculdades de Campinas (Facamp) junto às empresas associadas da entidade. Segundo a sondagem industrial, os dados referentes à variação mensal da produção em setembro indicaram que para 45,8% dos respondentes ela diminuiu, para 37,5% permaneceu inalterada e que para 16,7% houve aumento da produção no mês. Para o professor da Facamp e economista, José Augusto Ruas, esse resultado é um dos mais negativos da sondagem. "Quando você tem um contingente tão grande de empresas indicando queda de produção é inevitável que isso rebata em queda de emprego. Eu diria que o momento hoje não é mais preocupante, mas temerário. Estamos há 2 anos com queda livre da economia. O ano de 2014 foi ruim, mas foi um ano de pequena queda. No ano de 2015 a queda foi significativa e 2016 deve fechar também muito ruim. São sem precedentes na história recente brasileira e não há nenhum parâmetro histórico de 2 anos de queda dessa magnitude, o que afeta todo tipo de negócio", explica.

A sondagem industrial de setembro desse ano indicou também que a maioria das empresas, ou seja, 66,7% está operando com capacidade instalada de produção na faixa entre 50,1% e 80%, outros 33,3% operam na faixa entre 0 e 50% e nenhum dos respondentes disse estar operando na terceira faixa entre 80,1% e 100%. O índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista caiu para 51,7 pontos em outubro, mantendo-se entretanto, no nível de otimismo pelo terceiro mês seguido. Esse resultado ocorre após alta na passagem de agosto para setembro, quando o índice passou de 50,2 para 53,2 pontos. Anteriormente a esses resultados, o índice apresentou uma sequência de 34 meses em quadro de pessimismo. Apesar desse índice de otimismo, isso não reflete ainda em perspectiva de investimentos, tanto que a sondagem industrial detectou que com relação ao planejamento do investimento para os próximos 12 meses, 12,5% dos respondentes declararam que vão aumentar os investimentos planejados. Já 25% pretendem manter o planejamento dos investimentos e 62,5% dos respondentes não pretende investir. "O empresário ainda permanece otimista com a mudança, especialmente no cenário político, no entanto isso não se reflete em investimento. Eu acho que nós temos um ponto positivo que é essa expectativa. Essa expectativa é que anima os empresários e que vai mobilizá-los para investir quando aparecerem os sinais de que a economia vai voltar a crescer", finaliza o professor.

Milton Paes

(FONTE: DCI 26/10/2016)

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País levará 100 anos para igualar salário de homem e mulher Pesquisa do Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil com um dos países mais desiguais do mundo no que se refere a gênero Jamil Chade, correspondente, O Estado de S.Paulo GENEBRA - A diferença salarial entre mulheres e homens no Brasil é uma das maiores do

mundo e equiparar a condição dos dois sexos no País levará um século. Essas são

algumas das conclusões do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum

Econômico Mundial, publicado nesta quarta-feira, 26, em Genebra. De acordo com o

levantamento, as sociedades mais igualitárias são as escandinavas. O primeiro lugar é da

Islândia, seguida por Finlândia, Noruega e Suécia, ao se considerar todos os aspectos

econômicos, políticos, de saúde e de educação.

Entre 144 países avaliados, o Brasil ocupa apenas a 129.ª posição no que se refere

especificamente à igualdade de salários entre gêneros. Países criticados por violações aos

direitos das mulheres, como Irã, Iêmen e Arábia Saudita estão em melhor posição que o

Brasil. Para equiparar as condições econômicas de homens e mulheres, serão

necessários 95 anos se o atual ritmo de progresso for mantido. Em termos gerais,

incluindo política, educação e outros aspectos sociais, equiparar as condições entre

gêneros no País levará 104 anos.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a taxa brasileira é melhor que a média mundial, de

cerca de 170 anos. Mas, ainda assim, o ritmo de avanço é considerado como “lento

demais”. O estudo aponta que a presença de Dilma Rousseff no cargo de presidente nos

últimos anos fez o Brasil subir no ranking geral da entidade, passando da 85.ª posição

para a 79.ª entre 2014 e 2015. Mas a classificação ainda é pior do que dez anos atrás,

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quando o Brasil ocupava a 67.ª posição. Hoje, o País fica atrás dos 17 outros países

latino-americanos.

O desempenho do Brasil pode cair nas próximas edições do ranking, após o afastamento

de Dilma e a posse de um governo com um número reduzido de mulheres em cargos de

confiança ou ministeriais. A disparidade econômica entre homens e mulheres no Brasil é

um dos fatores que mais impedem o avanço no ranking. Nesse quesito, o País ocupa a

modesta 91.ª posição entre 144 países e é superado por Paraguai, China, Camboja e

Chade.

O Brasil é ainda um dos seis países do mundo onde a diferença salarial entre homens e

mulheres em cargos executivos é de mais de 50%. Além disso, a presença de brasileiras

no mercado de trabalho também é menor: 62% ante 83% de homens. Isso coloca o Brasil

na 87.ª posição por esse critério. No que se refere à renda média, a brasileira ganha por

ano US$ 11,6 mil. Já a renda média dos homens brasileiros é de US$ 20 mil. Na América

Latina, os especialistas indicam que, se o ritmo for mantido, a “lacuna econômica de

desigualdade de gênero” será fechada em apenas seis décadas. Na política, a presença

feminina também é pequena, mesmo que em 2015 a Presidência fosse ocupada por uma

mulher. O Congresso ocupa o 120.º lugar entre os países com melhor representação

feminina.

Antes mesmo de Michel Temer assumir o governo, o Brasil era apenas o 83.º quando o

assunto era ministérios ocupados por mulheres. Na educação, a diferença entre homens e

mulheres voltou a crescer pela primeira vez em cinco anos. O ponto positivo ficou no

acesso à saúde, em que o País aparece em 1.º lugar.

(FONTE: Estado de SP 26/10/2016)

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