sthefanypagliari - unifilweb.unifil.br/pergamum/vinculos/000004/00000411..[1].pdf · denominado de...
TRANSCRIPT
SthefanyPagliari
Diagnóstico molecular da Toxoplasmose congênita e gestacional: revisão bibliográfica
Londrina
2011
SthefanyPagliari
Diagnóstico molecular da Toxoplasmose congênita e gestacional: revisão bibliográfica
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Saúde Coletiva e Saúde da
Família para a Banca Examinadora do Centro
Universitário Filadélfia – UniFil, para obtenção
do título de Especialista.
Londrina
2011
SthefanyPagliari
Diagnóstico molecular da Toxoplasmose congênita e gestacional: revisão
bibliográfica
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Saúde Coletiva e Saúde da
Família para a Banca Examinadora do Centro
Universitário Filadélfia – UniFil, para obtenção
do título de Especialista.
Aprovada em: ______/_____/______
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Italmar Teodorico Navarro
Orientador
_______________________________________________________________
Prof.Ms.Vânia Oliveira Melo
Membro da Banca Examinadora
Dedicatória
Sempre aos meus pais, Ossiris e Beatriz pela dedicação e
apoio dado em todas as minhas decisões!
PAGLIARI, Sthefany. Diagnóstico molecular da Toxoplasmose congênita e gestacional:
revisão bibliográfica. 2011. 46 f. Monografia (Especialização em Saúde Coletiva e Saúde da
Família) – Centro Universitário Filadélfia, Londrina, 2001.
RESUMO
O Toxoplasma gondiié um parasita intracelular obrigatório de distribuição mundial que possui
a capacidade de invadir uma enorme variedade de hospedeiros tendo os Felídeos como
hospedeiros definitivos. O homem pode adquirir a infecção através da ingestão de oocistos
esporulados presentes no meio ambiente, ingestão de cistos teciduais e pela via
transplacentária.A transmissão congênita ocorre quando a mãe se infecta pela primeira vez
durante o período da gestação, sendo assintomática e tendo o diagnóstico da infecção
confirmado através da sorologia. Devido ao elevado número de resultados inconclusivos e de
difícil interpretação encontrados na literatura, fez-se um levantamento bibliográfico sobre a
toxoplasmose congênita e gestacional dando destaque ao diagnóstico e as principais técnicas
moleculares utilizadas na identificação da infecção. As técnicas moleculares como a PCRe o
WB, podem ajudar para uma melhor interpretação do estado real da interação
parasito/homem, embora sejam ainda pouco validadas para uso na rotina de diagnóstico
laboratorial no Brasil devido a diferenças quanto à sensibilidade e a especificidade em
decorrência da grande variabilidade genotípica das cepas de T.gondii isoladas. Portanto é
necessário ainda mais estudos envolvendo a caracterização genotípica das cepas, responsáveis
pela infecção toxoplásmica em gestantes, nos diferentes ecossistemas do nosso país.
Palavras-chave: Toxoplasmose congênita. Diagnóstico molecular. PCR. Wetern Blot.
PAGLIARI, Sthefany. Diagnóstico molecular da Toxoplasmose congênita e gestacional:
revisão bibliográfica. 2011. 46 f. Monografia (Especialização em Saúde Coletiva e Saúde da
Família) – Centro Universitário Filadélfia, Londrina, 2001.
ABSTRACT
Toxoplasma gondii is an obligate intracellular parasite with worldwide distribution. This
parasite has the capacity of invading an enormous variety of hosts, but only the feline act as
primary hosts. Humans can acquire infection through ingestion of sporulatedoocysts in the
environment, ingestion of tissue cysts or via the placenta. The congenital transmission occurs
when the mother becomes infected for the first time during pregnancy, the clinical
presentation in asymptomatic and the diagnosis can be made through serological methods.
Due to high number of inconclusive results with difficult interpretations found in the
literature, this bibliographic survey on congenital and gestational toxoplasmosis focuses on
diagnosis and the main molecular methods used for detection of this parasite. The molecular
methods, such as PCR and WB, can assist to achieve a better interpretation of the real parasite
/ human interaction, although these methods are still little validated for routine use in the
diagnosis laboratories in Brazil due to sensitivity and specificity differences. These
differences are result of the great genotypic variability between isolated T. gondiistrains.
Therefore more studies on genotypic characterization of strains are required.
Keywords: Congenital Toxoplasmosis. Molecular Diagnosis. PCR. Western Blot.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 7
2. METODOLOGIA ................................................................................................................ 9
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 10
3.1 Histórico ............................................................................................................................. 10
3.2 O protozoário: Toxoplasma gondii ..................................................................................... 11
3.3 O ciclo biológico ................................................................................................................ 12
3.4 Fontes de infecção .............................................................................................................. 16
3.5 Toxoplasmose Congênita e Gestacional ............................................................................. 18
3.6 Prevalência.......................................................................................................................... 19
3.7 Diagnóstico ......................................................................................................................... 19
3.7.1 Diagnóstico materno e fetal ............................................................................................ 22
3.7.2 Diagnóstico no neonato ................................................................................................... 24
3.8 Métodos Moleculares para detecção da toxoplasmose ....................................................... 26
3.8.1 PCR (Polimerase Chain Reaction) .................................................................................. 26
3.8.2 Western blot ..................................................................................................................... 30
3.12 Tratamento ........................................................................................................................ 32
3.13 Estratégias de prevenção e vigilância ............................................................................... 32
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 36
7
1. INTRODUÇÃO
A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo Toxoplasma gondii, parasita intracelular
obrigatório, de distribuição mundial e que acomete animais de sangue quente (JACOBS;
LUNDE, 1957). A doença possui alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 60% da
população em determinados países, no entanto, os casos de doença clínica são menos
frequentes. Em algumas regiões, 40 a 70% da população humana adulta apresentam sorologia
positiva para a toxoplasmose (KAWAZOE, 2002). Condições ambientais, hábitos culturais e
a própria fauna constituem alguns dos fatores que podem explicar a variabilidade desta
infecção em diferentes áreas geográfica de um determinado país (DUBEY, 1977).
O homem adquire a infecção por três vias principais: ingestão de oocistos esporulados
presentes no meio ambiente, ingestão de cistos teciduais em carne crua ou mal cozida de
animais infectados e pela via transplacentária (FRENKEL; DUBEY; MILLER, 1970).
Nas gestantes, o diagnóstico precoce da infecção pelo T. gondii e o tratamento
antiparasitário adequado podem reduzir a gravidade das sequelas ao feto (FOULON;
NAESSENS; DERDE, 1994). A transmissão do T. gondii da mãe para o feto ocorre em 30% a
40% dos casos e a gravidade das sequelas varia de acordo com o período gestacional em que
ocorre a infecção aguda (DESMONTS et al., 1985).
O diagnóstico da toxoplasmose gestacional se baseia em exames laboratoriais, pois
geralmente, a gestante não apresenta sintomas da infecção, entretanto, a sorologia é complexa
e de difícil interpretação, sendo necessário o conhecimento das limitações de cada técnica, a
avaliação do perfil das classes de imunoglobulinas presentes e a sua associação com a idade
gestacional (JONES; LOPEZ; WILSON, 2003). Sem a interpretação correta dos resultados,
muitas gestantes são tratadas desnecessariamente e outras, por falha ou ausência de
diagnóstico, não são tratadas. Ambas as situações podem ser danosas tanto para mãe quanto
para o feto (REMINGTON et al., 2006).
Como auxiliar na determinação do tempo da infecção utiliza-se a detecção de
anticorpos IgM específicos, entretanto, a interpretação do resultado IgM reagente é
complicada pela persistência dessa imunoglobulina por mais de 18 meses após a infecção, e
pela reação falso positiva dos testes comerciais (JONES; LOPEZ; WILSON, 2003; WILSON;
MCAULEY, 1999).
A alta sensibilidade das técnicas sorológicas atuais trouxe a realidade da presença de
IgM residuais confundindo muitas vezes o diagnóstico final. Nesse sentido, o presente
trabalho teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre a toxoplasmose
8
congênita e gestacional dando destaque ao diagnóstico e as principais técnicas moleculares
utilizadas na identificação desta infecção, tais como a Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR) e Western Blot, as quais podem ajudar a uma melhor interpretação do estado real da
interação parasito/homem.
9
2. METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica é um levantamento científico de produções compatíveis ao
tema proposto (BIAZIN, 2008) e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de
contribuição científica que se realizam sobre um determinado assunto, sem ser confundida
como pesquisa de documentos (OLIVEIRA, 2004).
Sendo assim a presente pesquisa foi realizada com base em Teses, Dissertações, livros,
manuais de orientação, artigos encontrados através de pesquisas em bibliotecas e pesquisa
eletrônica nas bases de dados Pubmed e Scielo no período de Outubro de 2010 a agosto de
2011. Não houve restrições de línguas e usaram-se as seguintes palavras chaves:
"toxoplasmosis”, "pregnancy", "molecular diagnosis".
Todo o material obtido durante a pesquisa foi revisado e incluído de acordo com os
seguintes critérios de seleção: revisões, artigos completos e estudos originais relacionados
com a toxoplasmose congênita e gestacional no âmbito do diagnóstico sorológico e molecular,
prevenção e tratamento, incluindo obras nacionais e internacionais.
10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Histórico
O protozoário T. gondii foi primeiramente encontrado no baço, fígado e sangue de um
pequeno roedor popularmente conhecido como gondi (Ctenodactylus gundi), descrito por
Nicolle e Manceaux em 1908, no Instituto Pasteur da Tunísia, Norte da África sendo
denominado de Leshimania gondii (NICOLLE E MANCEAUX, 1909). Ao mesmo tempo e
independentemente Splendore isolou o parasita de um coelho mantido no Instituto Biológico
de São Paulo no Brasil e o denominou de Toxoplasma cuniculli. Somente no ano seguinte,
baseado nas características morfológicas foi proposta a denominação T.gondii para o parasita
pertence ao filo Apicomplexa, cujo gênero é derivado do grego toxon (arco) e plasma
(molde), devido ao seu formato curvado e crescente.
A primeira descrição da infecção por T.gondii em humanos ocorreu na cidade de
Praga, em uma criança de 11 meses que faleceu de hidrocefalia congênita, microftalmia e
formação de cistos oculares (JANKU, 1923). Em 1927, Torres encontrou lesões no sistema
nervoso central, coração e músculo esquelético e a presença de um parasito intracelular de
uma menina recém-nascida no Rio de Janeiro (GUIMARÃES, 1943). Somente no ano de
1939, a infecção congênita foi descrita por Wolf, Cowen e Peige, como causa da morte de
uma menina com um mês de vida que desenvolveu convulsões e coriorretinite em ambos os
olhos após três dias de idade sendo que os achados de T.gondii foram isolados de animais
inoculados com material da medula espinhal e córtex cerebral após a necropsia da mesma. No
ano de 1940, Pinkerton e Weinman foram os primeiros a descreverem a doença em um adulto
de 22 anos, do Peru, e um ano depois Pinkerton e Henderson relataram outros dois casos em
adultos com idade entre 40 a 50 anos em St. Louis, Missouri, demostrando a presença de
T.gondii como agente etiológico nos tecidos pós mortem e passagem seriada em animais.
Esses foram os primeiros relatos de toxoplasmose aguda em adultos com ausência de sinais
neurológicos (revisado por WEISS e DUBEY, 2009).
Somente após a introdução das técnicas sorológicas desenvolvidas por Albert Sabin e
Feldman Herry, como o teste de corante, que se tornou possível a realização de estudos
epidemiológicos sobre a real incidência da infecção pelo T.gondii no homem e a prevalência
mundial desta infecção (SABIN e FELDMAN, 1948).
11
3.2 O protozoário: Toxoplasma gondii
O T. gondii é um protozoário pertencente ao reino Protista, sub-reino Protozoa, filo
Apicomplexa, classe Sporozoa, subclasse Coccidia, ordem Eucoccidiida, subordem Eimeriina,
família Sarcocystidae, subfamília Toxoplasmatinae, gênero Toxoplasma, espécie Toxoplasma
gondii (KAWAZOE, 2002). É um eucarionte estruturalmente formado por uma membrana
externa, anéis polares, conóide, microtúbulos, grânulos densos, micronemas, roptrias,
mitocôndria, retículo endoplasmático, complexo de golgi, ribossomos, retículo
endoplasmático rugoso, microporo e um núcleo com parede bem definida (figura 1) (METSIS
e PETERSEN, 1995).
Três linhagens clonais tipicamente distintas do T.gondii são designadas em cepa tipo I,
II e III, que diferem em virulência e padrão epidemiológico de ocorrência. Na Europa e
América do Norte, mais de 95% dos isolados pertencem quase que exclusivamente a um dos
três tipos. Na França, mais de 600 isolados pertencem ao tipo II, inclusive os isolados da
toxoplasmose congênita (BECK et al., 2009). Em pacientes com doença congênita, são
relatados os tipos I e II, já os isolados em animais são predominante do genótipo tipo III. As
cepas de T. gondii tipo I são extremamente virulentas, produzindo altos níveis de parasitemia
com aumento do risco de transmissão transplacentária e aumento da morbi-mortalidade em
fetos em desenvolvimento. Já as cepas dos tipos II e III levam a cronificação da infecção e
produção de cistos teciduais (HOWE e SIBLEY, 1995)
12
Figura 1- Morfologia geral da forma taquizoíta de Toxoplasma gondii.
(A) Representação esquemática. O esquema foi construído a partir de corte aleatórios do
parasito observados em microscopia eletrônica de transmissão. (B) Corte longitudinal onde
várias das estruturas representadas em (A) estão assinaladas: N - núcleo, c - conóide, R -
róptrias, A - apicoplasto, CG - Complexo de Golgi, g - grânulo denso, seta - micronema, VP -
vacúolo parasitóforo. Barra: 1μm.
Fonte: Souza et al., 2010.
3.3 O ciclo biológico
O T. gondii é um parasita intracelular obrigatório que possui a capacidade de invadir
uma enorme variedade de células, tecidos e hospedeiros, porém somente os membros da
família Felidae (gatos domésticos e felídeos selvagens) são os hospedeiros definitivos do
parasita, podendo excretar 100.000 oocistos/g de fezes, no período de uma a duas semanas na
primoinfecção (FRENKEL et al., 1970) e seu ciclo biológico envolve duas fases, uma
assexuada e uma sexuada que ocorre somente nos hospedeiros definitivos (figura 2). As três
principais formas evolutivas do T.gondii são os taquizoítas, encontrado na fase aguda da
infecção como forma proliferativa capaz de invadir as células do hospedeiro, os bradizoítas ou
cistos teciduais, presente em vários tecidos na fase crônica da infecção e os oocistos que são
produzidos nas células intestinais dos felídeos sendo muito resistentes as condições
ambientais devido à presença da dupla parede (figura 3) (KAWAZOE, 2002).
13
Na fase assexuada, após a ingestão de cistos ou dos oocistos ocorre a liberação dos
bradizoítas ou esporozoítas por degradação enzimática e as formas infectantes são liberadas
no lúmen intestinal, que invadem o tecido dos hospedeiros e transformam-se em taquizoítas,
multiplicando-se localmente e se disseminando por todo o organismo pela via hematógena.
Essa série de eventos caracteriza o chamado ciclo extra-intestinal, tecidual ou sistêmico, fase
assexuada ou esquizogonia (DUBEY et al, 1998; FORTES, 1997). Em aproximadamente duas
semanas, os bradizoítas se confinam no citoplasma das células, em cistos, quando o
hospedeiro começa a desenvolver imunidade, fazendo com que a taxa de multiplicação do
parasita diminua (MARTINS, 2003). A resposta imune do hospedeiro destrói os taquizoítas,
mas os bradizoítas ficam protegidos pelo cisto intracelular e permanecem viáveis, por muitos
anos, em estado latente.
Nos felídeos, a fase sexuada se dá no epitélio do intestino desses animais por um
processo denominado gametogonia, já a esporogonia é o processo pelo qual o oocisto torna-se
infectante no meio ambiente contendo dois esporocistos cada um contendo quatro
esporozoítas. No interior das células epiteliais intestinais os parasitas crescem, transformam-
se em esquizontes, reproduzem-se e originam os merozoítas. Estes invadem outras células
epiteliais e prossegue o processo de multiplicação assexuada. O ciclo sexuado começa dois
dias após a ingestão dos cistos teciduais, alguns merozoítas originam macrogametócitos, e
outros, microgametócitos. Estes deixam as células da parede intestinal, atingem a luz do
intestino e são atraídos pelos macrogametas. A fecundação ocorre na célula da parede
intestinal, com a união dos dois núcleos e resultará na formação de um ovo ou zigoto que,
após segregar a parede cística, dá origem ao oocisto. As células epiteliais infectadas se
rompem e despejam os oocistos no lúmen intestinal, que começam a ser eliminados junto com
as fezes dos felídeos cinco a dez dias após o repasto infectante – isto é, o momento em que o
animal foi infectado – e a eliminação permanece por 1 a 2 semanas (DUBEY, 1994;
MILLER, 1997). Estes são encontrados em todo o intestino delgado, principalmente no íleo
em 3 a 15 dias após inoculação (DUBEY et al, 1998).
A origem dos gametas ainda não foi determinada. Nesta fase, o gato elimina os
oocistos, entretanto, estes devem esporular antes de se tornarem infectantes, processo que leva
de 1 a 5 dias após a excreção.
A esporulação ocorre no ambiente sendo dependente da temperatura e umidade
(DUBEY, 1994; DUBEY et al, 1998), após a maturação, os oocistos podem permanecer por
muito tempo viáveis no ambiente numa temperatura entre –20°C e 37°C, desde que não
14
expostos à luz solar direta e sob condições razoáveis de umidade relativa (DUBEY;
FRENKEL, 1972).
Figura 2- Ciclo biológico de Toxoplasma gondii.
Fonte: Mistuka-Breganó; Lopes-Mori; Navarro (2010).
15
Figura 3- Estágios morfológicos de T.gondii.
(A) Taquizoítas circulantes. As setas apontam taquizoítas individuais em forma crescente,
enquanto as cabeças de seta apontam taquizoítas em divisão; (B) Cistos teciduais em corte de
músculo esquelético. A seta está apontando para a fina parede do cisto, enquanto as cabeças
de seta estão apontando para bradizoítas no seu interior; (C) Cisto tecidual separado dos
tecidos do hospedeiro por homogeneização de cérebro infectado. A parede do cisto está
apontada pela seta, enquanto centenas de bradizoítas no seu interior estão apontados pelas
cabeças de seta; (D) Esquizonte com alguns merozoítas (cabeça de seta) presentes em tecido
intestinal de gato infectado; (E) Gameta masculino com dois flagelos (setas) presente em
tecido intestinal de gato infectado; (F) Oocisto não esporulado eliminado nas fezes de gato
infectado. Sua parede é formada por duas camadas (seta) circundando uma massa central
única; (G) Oocisto esporulado com uma parede mais fina (seta maior), dois esporocisto
(cabeça da seta). Cada esporocisto contém quatro esporozoítas (seta menor), não totalmente
focados nesta figura.
Fonte : HILL e DUBEY, 2002
16
3.4 Fontes de infecção
Muitos fatores estão associados à ocorrência da infecção de toxoplasmose incluindo
clima, comportamento cultural, hábitos alimentares e padrões de higiene (RORMAN et al.,
2006).
A infecção pelo T. gondii ocorre principalmente pelo consumo de carnes cruas ou mal
cozidas, contendo cistos teciduais viáveis, alimentos e águas contaminados pelos oocistos
esporulados provenientes das fezes dos felídeos. Dubey (2004) e Dubey e Shen (1991),
afirmam que as infecções causadas por oocistos esporulados, em humanos são mais severas
comparadas com aquelas induzidas por cistos teciduais, porém não existem testes capazes de
diferenciar as fontes de infecções (GAGNE, 2001). Os oocistos também podem ser veiculados
mecanicamente por artrópodes como moscas, baratas e besouros (LINDSAY; BLAGBURN;
DUBEY, 1997). O solo contaminado com oocistos do T. gondii provenientes dos gatos
domésticos é uma via de transmissão de grande importância epidemiológica, já o contato com
o animal não resulta grande perigo porque os oocistos não se aderem aos pelos do animal
(DUBEY, 2006). Além da infecção usual pela ingestão de cistos teciduais ou por oocistos
esporulados, outras vias de transmissão são os transplantes de órgãos, transmissão congênita,
transfusão sanguínea e acidentes de laboratório tem sido relatado (MONTOYA e
LIESENFELD, 2004).
A transmissão congênita ocorre quando a mãe se infecta pela primeira vez durante o
período da gestação (DUBEY, 1977) podendo causar danos de diferentes graus de gravidade
dependendo da virulência da cepa do parasito, da capacidade da resposta imune da mãe, do
período gestacional, além da fase de vida do parasita e quantidade de inóculo, ou menos
comumente quando mulheres cronicamente infectadas têm imunocomprometimento
importante durante o período gestacional (REMINGTON et al., 2001). Muitos recém-
nascidos, infectados congenitamente, podem não apresentar sintomas, no entanto deverão
desenvolver sequelas após o nascimento (MCAULEY, 1994). Os sintomas clássicos da
toxoplasmose congênita são a hidrocefalia, a coriorretinite, a calcificação cerebral e o retardo
mental, conhecida como Tétrade de Sabin que pode tanto manifestar na infância como na fase
adulta.
Diversos surtos de toxoplasmose ligados à ingestão de água não filtrada contaminada
vêm sendo relatados. No Canadá em 1995, houve um súbito aumento no número de casos de
toxoplasmose aguda, onde cerca de 100 indivíduos foram afetados e destes, 19 apresentaram
retinite e 51 tiveram linfadenopatia. Após o estudo e mapeamento dos casos concluiu-se que a
17
provável via de transmissão foi a água fornecida pelo sistema municipal, que era apenas
clorada e não filtrada (BOWIE et al., 1997).
O primeiro surto de toxoplasmose relatado no Brasil, causado pela água contaminada
ocorreu na cidade de Santa Isabel do Ivaí, no estado do Paraná, no ano de 2001, onde um dos
reservatórios que abastece a cidade foi contaminado por oocistos liberados pelos filhotes de
uma gata doméstica que vivia no local. Mais de 600 pessoas se infectaram e 10 mulheres
gestantes soro-converteram, destas, seis bebês nasceram com toxoplasmose congênita e houve
um abortamento. Segundo Silveira (2002) a Vigilância Sanitária deve ficar em alerta para a
importância da qualidade da água de beber como via de transmissão da toxoplasmose, pois
este episódio demonstrou a vulnerabilidade dos sistemas de abastecimento de água para a
contaminação por oocistos de protozoários.
Em estudos realizados por Mead et al. (1999) a toxoplasmose foi a terceira maior
causa de morte atribuída à transmissão pela ingestão de alimentos contaminados (21%),
perdendo apenas para a salmonelose (31%) e para a listeriose (28%). A maioria dos óbitos por
toxoplasmose ocorreu em pacientes HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) positivos. Uma
pesquisa realizada pelo Serviço de Pesquisas Econômicas do Departamento de Agricultura
dos EUA concluiu que metade dos casos de toxoplasmose dos EUA são causadas pela
ingestão de carne contaminada. O custo desta infecção foi estimado em 7,7 bilhões de dólares
por ano, principalmente com a toxoplasmose congênita (BUZBY; ROBERTS, 1996).
No Brasil a prevalência da infecção em humanos é elevada, chegando a 100% em
algumas regiões, mas estes dados podem variar entre os países, áreas geográficas dentro do
mesmo país e até em grupos étnicos de uma mesma região (DUBEY et al., 2006).
Cook et al., (2000) em um estudo multicêntrico europeu, determinaram que a ingestão
de carne crua ou mal cozida corresponde ao principal fator de risco para a infecção em
gestantes, em 30% a 63% dos casos, seguido do contato com o solo contaminado, com 6% a
17% das infecções.
Em um estudo realizado por Roghmann et al. (1999) a prevalência de toxoplasmose
encontrada em um grupo de 105 pessoas pertencente a um grupo religioso, cuja alimentação
é livre de carne foi de 18%, mais baixa quando comparado ao grupo controle, composto por
146 pessoas que não tinham restrição à alimentação com carne, sendo a prevalência de 40%.
Esta informação sustenta a estimativa de que aproximadamente metade dos casos de
exposição ao T. gondii são devidos à ingestão de carne contaminada. Carne fresca e linguiça
suína tipo frescal são, provavelmente, as principais vias de transmissão do T. gondii em
muitos países, seguidas das carnes de caprinos, ovinos e aves (DUBEY; TOWLE, 1986).
18
3.5 Toxoplasmose Congênita e Gestacional
A toxoplasmose congênita é definida como a infecção contraída pela mãe e
transmitida ao feto. Embora existam relatos de que possa acorrer durante a fase crônica da
infecção, assume-se que a transmissão congênita só deve ocorrer durante a primoinfecção
materna (FRENKEL, 2004).
O parasito atinge o concepto via transplacentária causando danos de diferente
gravidade, podendo resultar em morte fetal ou em graves sintomas clínicos (SPALDING et
al., 2002), dependendo da taxa de transmissão fetal que varia de acordo com a parasitemia
materna, idade gestacional no momento da infecção e competência da resposta imunológica
materna ao T. gondii (WILSON; REMINGTON, 1992). Pode ocorrer ainda o nascimento de
crianças normais que posteriormente irão apresentar alterações de retinocoroidite, retardo
mental ou até distúrbios psicomotores.
Durante a infecção aguda, o T. gondii passa pelo epitélio intestinal, dissemina-se para
os tecidos e atravessa as barreiras biológicas, tais como a placenta e a barreira
hematoencefálica, para alcançar sítios imunologicamente privilegiados, onde o parasito causa
as patologias mais severas como: a toxoplasmose congênita disseminada (PEYRON et al.,
2003), complicações neurológicas severas em indivíduos imunocomprometidos (COHEN,
1999) e patologias oculares em indivíduos saudáveis (SILVEIRA et al., 2001).
Embora a gravidade da doença no feto seja inversamente proporcional à idade
gestacional, ou seja, no início da gestação as lesões são mais graves, a taxa da transmissão
vertical é diretamente proporcional à idade gestacional, a qual a mãe se encontra quando
adquire a primoinfecção (SÁFADI et al., 2003). Desmonts e Couvreur (1974) estudaram 180
gestantes, dividindo-as em três grupos de acordo com o trimestre em que provavelmente
adquiriram a infecção, o parasito foi transmitido para 17% dos fetos quando a infecção foi
adquirida no primeiro trimestre, 24% dos fetos adquiriram a infecção no segundo trimestre e
62% no terceiro trimestre.
Sáfadi et al. (2003) avaliaram e acompanharam 43 crianças com toxoplasmose
congênita atendidas na Santa Casa de São Paulo (SP) durante cinco anos. Os autores
encontraram uma predominância de 88% de infecção subclínica ao nascimento, 51% de
desenvolvimento de manifestações neurológicas, 95% de alterações oculares. Três crianças,
que inicialmente apresentaram exames oculares normais, desenvolveram coriorretinite após
anos do diagnóstico, mesmo tendo sido tratadas durante o primeiro ano de vida. Cinco outras
crianças com diagnóstico tardio e consequentemente não tratadas durante o primeiro ano de
19
vida manifestaram reativação de lesões oculares. Este estudo nos demonstra a importância do
diagnóstico e tratamento precoce, uma vez que na ausência do tratamento houve progressão
das lesões, já que 88% das crianças não tinham sintomas ao nascimento, mas 51%
desenvolveram manifestações neurológicas durante o acompanhamento.
3.6 Prevalência
A prevalência de anticorpos IgG anti- T. gondii apresenta variações regionais, devido à
diferenças climáticas e, sobretudo, culturais da população. Em diferentes países, a frequência
de aquisição de toxoplasmose durante a gravidez varia de um a 14 casos por 1.000 gestações,
no entanto, a infecção congênita ocorre em 0,2 a 2,0 recém-nascidos por 1.000 nascimentos.
Spalding et al. (2002) encontraram uma taxa de transmissão de 2,2 em 1.000 nascimentos e de
0,7 em 1.000 nascidos vivos apresentando sintomatologia. Neto et al. (2000) verificaram, no
Rio Grande do Sul, uma prevalência de 1: 3000 nascidos vivos.
Estudo realizado em gestantes atendidas pelo SUS, nas Unidades Básicas de Saúde de
Londrina, em 2006, revelou uma prevalência de anticorpos IgG anti- T. gondii de 51,16% e
IgM anti-T. gondii de 1,55%, segundo dados de 2009 de Lopes, a cidade de Londrina-PR
possui uma prevalência de anticorpos IgG anti-T. gondii de 49,2% e uma prevalência
observada de 1,2% dos anticorpos IgM. Foram analisados vários fatores que poderiam estar
envolvidos na infecção, sendo que a renda per capita, grau de escolaridade, presença de gato
na residência e hábito de ingerir verduras e legumes crus foram associados à maior chance de
adquirir a toxoplasmose, enquanto que a ingestão de carnes cruas ou mal passadas e o contato
com solo não demonstraram esta associação (LOPES, 2009).
3.7 Diagnóstico
A metodologia mais utilizada para o diagnóstico sorológico da toxoplasmose consiste
na pesquisa de anticorpos contra o parasita através da pesquisa de diferentes classes de
imunoglobulinas IgG, IgM, IgA e IgE – anti-toxoplasma. A presença dos anticorpos anti-
toxoplasma no curso da infecção permite a análise de perfis sorológicos muito característicos,
seja de infecção recente, em fase aguda com a detecção de IgM, ou de infecção antiga em fase
de latência ou crônica com a detecção de IgG (CONTRERAS et al., 2000). A detecção desses
20
anticorpos depende da sensibilidade dos testes, uma vez que a imunoglobulina IgM pode
persistir por períodos variáveis (LESER et al., 2003; SENSINI, 2006).
No diagnóstico de adultos imunocomprometidos e na infecção fetal, há necessidade de
testes para a detecção do T. gondii, já em indivíduos imunocompetentes os testes sorológicos
com pesquisa de IgG e IgM são suficientes para o diagnóstico, por serem sensíveis,
específicos e de fácil execução (CAMARGO, 2001).
O teste do corante de Sabin Feldman, a imunofluorescência indireta e o ensaio de
aglutinação por imunoabsorção de IgM, demonstram principalmente anticorpos dirigidos
contra os antígenos da membrana do parasita e o teste de hemaglutinação indireta e o ensaio
imunoenzimático usam o extrato antigênico de parasitas lisados (DUFFY et al, 1989).
A reação de Sabin-Feldman é o processo sorológico clássico para o diagnóstico da
toxoplasmose, este teste baseia-se no princípio imunológico, onde os parasitas expostos a um
soro contento anticorpos anti-toxoplasma, sofrem lise da membrana citoplasmática após a
reação antígeno-anticorpo e ativação do complemento, sendo corados por azul de metileno.
Quando existem anticorpos contra o parasita no soro, ele não se cora (SABIN e FELDMAN,
1948). Apesar da sua elevada sensibilidade e especificidade, seu uso se tornou restrito em
decorrência da complexidade da técnica empregada e do risco de contaminação com os
antígenos vivos de T. gondii, além de não ser possível diferenciar anticorpos IgM e IgG
(REMINGTON et al., 2001).
A reação de fixação de complemento é um método que por ser de difícil realização e
necessitar de reagentes de difícil padronização caiu em desuso, uma vez que depende do
consumo de complemento exógeno em sistemas padronizados (SANCHEZ, 1996).
A reação de aglutinação por imunoabsorção (ISAGA- immunosorbent agglutination
assay), os antígenos adicionados às placas constituem-se em uma suspensão de toxoplasmas,
que se aglutinam na presença de IgM específica. Esta reação é utilizada para identificação de
anticorpos IgM, sendo importante no diagnóstico de infecção aguda. (DESMONTS et al,
1981).
No teste de hemaglutinação indireta (HAI), hemácias de aves são recobertas com
antígenos completos do parasita e aglutinam na presença de anticorpos IgG e IgM. Apesar do
baixo custo empregado na realização do teste de hemaglutinação, este não é usualmente
recomendado para diagnósticos em rotinas laboratoriais visto que, diferentes preparações de
antígenos causam resultados distintos (REMINGTON et al., 2001) e ocasionalmente
observam-se resultados falso-positivos por interferência de anticorpos IgM “naturais”,
aglutininas IgM não-específicas, em geral de títulos baixos (CAMARGO et al., 1989).
21
Outro método sorológico utilizado amplamente em laboratórios de rotina e pesquisa é
o teste de Imunofluorescência Indireta (IFI), segundo Sanchez (1996) esta técnica é
considerada de boa especificidade, sensibilidade e apresenta uma maior rapidez na execução,
reprodutibilidade e preservação dos reagentes quando comparado ao teste do corante de
Sabin-Feldman.
Na IFI, utiliza-se, como antígeno, o parasita preservado e fixado em lâminas de
microscopia, tornando-o muito mais prático e seguro para a rotina laboratorial além de
permitir a identificação dos anticorpos segundo as classes de imunoglobulina. Porém a leitura
e a interpretação dos resultados são subjetivas podendo apresentar resultados falso-positivos
IgM pela interferência de fatores reumatóides, eventualmente presentes no soro (CAMARGO
et al., 1972; REMINGTON et al., 1985; WILSON et al., 2003). Os testes para anticorpos IgM
podem também revelar resultados falso-negativos, devido à competição que os anticorpos IgG
fazem aos IgM, impedindo que estes se fixem aos antígenos parasitários (CAMARGO et al.,
1972).
Fialho e Araújo (2002) compararam as técnicas de IFI e HAI e concluíram que para
fins de diagnósticos a IFI é superior a HAI e que esta reação tem sua principal indicação em
inquéritos epidemiológicos. Os testes de IFI por serem manuais estão sendo substituídos por
tecnologias automatizadas, que apresentam maior facilidade de realização, porém devido a
sua capacidade em detectar níveis mínimos de anticorpos IgM circulantes, a interpretação dos
resultados dos testes sofreu alterações em especial quando aplicados em uma rotina, no
rastreamento de infecções assintomáticas, como é o pré-natal. Em especial para a gestante, há
a possibilidade de resultados falso-positivos para infecção aguda ou a detecção de infecções
assintomáticas em maior número (BARINI et al., 2000).
Com a introdução do ensaio imunoenzimático - ELISA (enzyme linked immunosorbent
assay) – o diagnóstico da toxoplasmose teve um grande avanço. Esta técnica é baseada na
reação se soros testes com antígenos imobilizados em placas de microtitulação de
poliestireno, onde o anticorpo específico presente na amostra testada liga-se ao antígeno
sendo demonstrado pela adição de conjugado imunoenzimático (anti-imunoglobulina marcada
com enzima) seguido pela reação da enzima com o substrato e tampão cromógeno. A
coloração gerada pode ser mensurada por meio de leitura em espectofotômetro comparada
com a coloração desenvolvida pelo controle negativo (VOLLER, et al., 1976).
No início da década de noventa, foi desenvolvido o teste ELISA – IgG para avidez,
que parece ser um marcador informativo de infecção aguda adquirida. Este método avalia a
avidez ou afinidade funcional de ligação ao antígeno dos anticorpos IgG contra o T. gondii,
22
separando os de baixa afinidade, produzidos numa fase inicial da infecção, dos anticorpos de
alta afinidade indicativos de infecção crônica (JOYNSON et al, 1990). Agentes desnaturantes
de proteínas, como a uréia, são usados para dissociar a ligação dos complexos antígenos-
anticorpo, de modo que apenas os anticorpos de maior avidez (maior afinidade) permanecem
ligados ao antígeno (HEDMAN et al., 1989).
O Ensaio Imunoenzimático de Micropartículas (MEIA) utiliza uma suspensão de
micropartículas em látex para medir a concentração de substâncias a ser analisada. As
partículas são revestidas com o antígenos para o anticorpo anti-T.gondii (BARBOSA, 2006) e
incubadas com o soro a ser testado. Em seguida, uma alíquota de complexo antígeno-
anticorpo antitoxoplasma é transferida sobre uma matriz de fibra de vidro que fixa os
complexos. Após a lavagem, são adicionadas as imunoglobulinas humanas anti-IgM ou anti-
IgG conjugadas à fosfatase alcalina. Após a segunda lavagem é acrescido um substrato
enzimático e é medida a fluorescência emitida pela desfosforilação do substrato. O resultado
de IgG é expresso em UI/ml (segundo as curvas de calibração obtida com os padrões da
OMS) enquanto que a IgM é expressa em índice (taxa de fluorescência produzida pelo soro
testado em relação à fluorescência emitida pelo calibrador do aparelho) (STELLA, 2004).
Embora estas reações estejam sujeitas a alguma discrepância de resultado, pois ainda
não estão suficientemente padronizadas, vêm assumindo importância crescente como
marcadores de infecções recentes, inclusive congênitas (DECOSTER et al., 1992; WONG et
al., 1993).
Apesar de serem considerados de grande importância no diagnóstico da toxoplasmose,
os testes sorológicos são ainda muito frágeis, requerem habilidade técnica, consomem tempo
e necessitam de equipamentos adequados. Além disso, o diagnóstico baseado apenas na
clínica e na sorologia nem sempre é possível devido à complexidade da interpretação dos
marcadores de fase aguda como, por exemplo, a persistência de IgM e da avidez de IgG que
pode gerar falhas no diagnóstico da gestante (CASTILHO-PELLOSO et al., 2005).
3.7.1 Diagnóstico materno e fetal
O diagnóstico de toxoplasmose na gestante é confirmado através de pacientes
soronegativas que apresentam soro-conversão e daquelas com perfil sorológico de
toxoplasmose recém-adquirida. Sabe-se que os anticorpos IgG normalmente aparecem uma a
duas semanas após a infecção, atingem pico dentro de um a dois meses e apresentam um
23
declínio, permanecendo definitivamente presentes e atestando imunidade adquirida. A
presença de IgG indica que ocorreu a infecção, mas o título ou grau de reatividade não indica
se a infecção foi tardia ou recente. O aparecimento dos anticorpos IgM é mais precoce e seu
declínio é mais rápido do que a IgG (LIESENFELD et al., 2001).
De acordo com os resultados, a gestante será considerada imune na presença de IgG
positiva e IgM negativa, suscetível quando os anticorpos IgG e IgM são negativos e imune ou
portadora de infecção aguda se IgG e IgM estão positivas. Devido ao grande número de
gestantes que não apresentam anticorpos para T. gondii, à necessidade de repetição dos testes
a cada quatro ou cinco semanas naquelas que permanecem soronegativas e ao número
significativo de recém-nascidos acometidos pela toxoplasmose congênita, torna-se necessário
o conhecimento das manifestações clínico-laboratoriais da toxoplasmose na gestante e o
momento da soroconversão materna, a fim de iniciar precocemente o tratamento
antiparasitário e reduzir a possibilidade de alterações no feto, para tanto são necessários testes
sensíveis para a triagem, porém de baixo custo e de execução simples, capazes de detectar
anticorpos IgG e IgM e de fornecerem resultados em curto prazo (figura 4 e 5) (JONES et al.,
2003, MISTUKA-BREGANÓ; LOPES-MORI; NAVARRO, 2010)
Figura 4 - Interpretação de resultado e condutas para gestantes com até 16 semanas de
gestação.
Fonte: MISTUKA-BREGANÓ; LOPES-MORI; NAVARRO (2010).
24
Figura 5 - Interpretação de resultado e condutas para gestantes a partir das 16 semanas de
gestação.
Fonte: MISTUKA-BREGANÓ; LOPES-MORI; NAVARRO (2010).
3.7.2 Diagnóstico no neonato
A maioria das crianças infectadas no período pré-natal não apresentam sintomas ao
nascimento, mas há probabilidade de apresentarem sequelas no futuro (JONES et al., 2001).
O diagnóstico da toxoplasmose no recém-nascido baseia-se principalmente no
acompanhamento sorológico, interpretado de forma criteriosa e sempre associado aos dados
clínicos e epidemiológicos (HOLLIMAN, 1990).
A detecção de IgM, IgA, e IgE no sangue do cordão ou no sangue do recém-nascido é
diagnóstico de infecção congênita, caso não tenha ocorrido contaminação com o sangue
materno, tanto nos casos sintomáticos como nas infecções subclínicas (REMINGTON et al.,
2001).
A pesquisa de anticorpos IgM tem sido amplamente executada como marcador de
toxoplasmose congênita pós-natal, devido ao seu peso molecular, a IgM não atravessa a
barreira placentária íntegra, indicando infecção aguda na criança (NAESSENS et al., 1999).
25
A demonstração de anticorpos IgM depende da idade gestacional no momento da
infecção materna, a taxa de soropositividade é 10% quando a infecção materna ocorre na 10ª
semana, 20% e 60% de soropositividade na 20ª e 30ª semana respectivamente
(REMINGTON et al., 2006). Resultados falso-positivos podem ocorrer devido a presença de
fator reumatoide, anticorpos antinucleares, grande quantidade de anticorpos IgG maternos
(que podem suprimir a produção neonatal específica de IgM) e lesão com escape placentário
de IgM materno (CAMARGO, 2001; REMINGTON et al., 2001; SÁFADI e FARHAT,
1999;), portanto, um resultado IgM não reagente com suspeita clínica não exclui
toxoplasmose congênita, sendo aconselhável a repetição do exame em 1 e 2 meses após o
nascimento (CAMARGO, 2001). Para evitar essas falsas reações, utilizam-se testes de captura
de IgM, mais sensíveis e específicos (CAMARGO, 2001).
Em relação à análise do líquor de recém-nascidos, a presença de anticorpos para T.
gondii é altamente sugestiva de infecção no sistema nervoso central, uma vez que o anticorpo
materno não atravessa a barreira hematoencefálica normal e sua presença indica uma lesão.
Mas, o diagnóstico definitivo se estabelece a partir da evidenciação do parasito por PCR
(REMINGTON et al., 2001).
A síntese de anticorpos IgG contra o Toxoplasma geralmente se inicia no terceiro mês
de vida se o lactente não é tratado. Nos casos em que o lactente é submetido à terapêutica
precoce, tal síntese poderá se iniciar somente após o sexto mês de vida. Desta maneira, é
possível fazer o diagnóstico da infecção congênita através da monitorização sequencial das
dosagens de anticorpos IgG contra o Toxoplasma (SÁFADI e FARHAT, 1999). Os títulos de
anticorpos IgG para T. gondii caem progressivamente, nos recém-nascidos não infectados, até
a negativação em prazos de poucos meses a um ano, porém, nos infectados, estes títulos são
ascendentes (LEBECH et al., 1996).
Devido aos resultados falso-negativos dos métodos de diagnóstico fetal, todas as
crianças nascidas de mães com toxoplasmose aguda devem ser submetidas a exames
sorológicos e clínicos para a detecção de possível infecção e sequelas. Após a confirmação do
diagnóstico materno e/ou neonatal, o tratamento deve ser instituído o mais precocemente
possível (OLIVEIRA, 2002).
26
3.8 Métodos Moleculares para detecção da toxoplasmose
Os métodos moleculares que não dependem da resposta imune e permite a detecção do
parasita, têm sido usados para estabelecer o diagnóstico mais acurado da infecção assim como
na caracterização genotípica do isolado, determinando a cepa envolvida (SWITAJ, 2005).
Devido ao amplo número de hospedeiros e à distribuição em nível mundial, uma grande
variabilidade genética entre os isolados do T. gondii tem sido descrita (DUBEY et al., 2004)
Vários antígenos de T.gondii têm sido definidos e caracterizados por anticorpos
policlonais e monoclonais em reações de Western blot. A maioria destes antígenos está
associada com estruturas da superfície do parasita (SAG), ou no interior das organelas
secretoras (MIC), as roptrias (ROP) e os grânulos densos (GRA). A partir da análise por
Western Blot é possível diferenciar IgG e IgM produzidos a partir da infecção fetal daqueles
produzidos pela mãe (REMINGTON et al., 2005).
Segundo Camargo (2001), a evidenciação do parasito, por isolamento a partir do
material do paciente ou pela demonstração de seus componentes, como antígenos ou
segmentos do DNA, é de alto valor diagnóstico, especialmente nos imunocomprometidos,
seja por imunodepressão, como nos aidéticos ou transplantados, ou por imunoimaturidade
como no feto e no recém-nascido.
3.8.1 PCR (Polimerase Chain Reaction)
Em 1985, a estratégia para se amplificar um alvo genômico mediante a replicação do
DNA in vitro foi descrita (SAIKI, 1985), os avanços recentes no conhecimento do genoma do
T. gondii tornaram possível a utilização da PCR para a detecção do parasito (BASTIEN,
2002; WONG e REMINGTON, 1994).
A técnica de PCR baseia-se na detecção do DNA do T. gondii em fluídos corporais ou
fragmentos de tecidos e na amplificação de uma sequência dos genes específicos do T. gondii.
Teoricamente, a partir de um único parasito na amostra, a PCR permite obter mais de
1.000.000 de cópias de um fragmento de genoma de algumas centenas de pares de bases após
30 ciclos de amplificação (COUTO et al., 2003). Um resultado positivo na PCR não permite
distinguir entre taquizoítas e formas císticas, mas a evidenciação do parasito, independente de
sua forma, em pacientes imunossuprimidos e fetos, é diagnóstico de infecção (CAMARGO,
2001).
27
A primeira etapa da PCR é a hibridização de primers específicos do genoma do
parasita, escolhida com base na existência de várias cópias dessa sequência no DNA do
mesmo. Vários segmentos do DNA correspondentes a diferentes genes, podem ser utilizados
para a identificação do Toxoplasma, por apresentarem maior sensibilidade (AUBERT et al.,
2000).
O gene B1 encontrado em diferentes cepas, foi isolado e descrito por Boothroyd e
Grigg. (2002), possui um tamanho de 2,2Kb, é a sequência mais utilizada possuindo 35 cópias
genômicas (BURG et al., 1989). Junto a 100 mil células humanas, esses autores conseguiram
detectar até um único parasito, mostrando a alta especificidade do gene B1 do T. gondii e a
característica de ser uma região conservada em todas as cepas testadas. Apesar de estudos
recentes demostrarem a baixa especificidade desse sistema, uma vez que foi evidenciada a co-
amplificação de outras sequências-alvo nos cromossomos humanos, o gene B1 ainda continua
sendo o alvo mais usado no diagnóstico de parasitemia (KOMPALIC-CRISTO et al., 2004).
Em um estudo realizado por Reischl et al. (2003), utilizando a sequência AF146527 de
529 pb, que apresenta 200-300 cópias genômicas, demostram um aumento em 10 vezes a
sensibilidade da técnica, pois o limite de detecção do DNA genômico foi de 20fg e de 200 fg
quando usado o gene B1. Porém, Filisetti et al. (2003) ao compararem a sequência do gene
B1, Af 146527 e a sequência do DNA ribossomal 18S, não encontraram diferença
significativa entre os três primers, tanto na especificidade quanto na sensibilidade da técnica.
A detecção de sequências específica do genoma do parasita pode ser realizada a partir
de amostras de líquido amniótico, sangue, líquor, urina, humor vítreo, humor aquoso, lavado
broncoalveolar, fluído pleural e peritoneal, fragmentos de placenta e tecidos diversos
(REMINGTON, THULLIEZ, MONTOYA, 2004; SWITAJ, et al., 2005). A PCR só será
positiva em casos de parasitemia, assim, esta técnica será de utilidade apenas quando houver
disseminação ou passagem do parasito para o sangue, tal como ocorre na etapa aguda dessa
parasitose (KHALIFA et al., 1994).
O diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita utilizando a PCR no líquido
amniótico foi inicialmente proposto por Grover et al. em 1990, sendo indicado para todas as
gestantes com resultados positivos, sugestivos de infecção aguda adquirida durante a gestação
ou quando há existência de danos fetais observados pela ultrassonografia (HOHLFELD et al.,
1994). O valor preditivo positivo e a especificidade da PCR em líquido amniótico são
próximos a 100% para o diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita, já a sensibilidade e
o valor preditivo negativo variam de acordo com a idade gestacionais sendo maiores quando a
infecção ocorre entre as 17º e 21º semana de gestação (ROMAND et al., 2001).
28
Holfeld et al. (1989) utilizando a técnica de PCR por amniocente, encontrou uma
sensibilidade de 92% e especificidade de 100%, ao passo que Jenum et al. (1998) encontraram
33% e 94%, respectivamente, no diagnóstico pré-natal de infecção fetal. Em 1994, Hohlfeld et
al. estudaram 339 mulheres que soro-converteram durante a gestação, cuja infecção congênita
foi demonstrada através dos métodos convencionais (inoculação do líquido amniótico e/ou
sangue do cordão umbilical em camundongos e/ou cultivo celular e pesquisa de IgM no soro
do cordão umbilical) em 34 dos 339 fetos. A PCR, utilizando o gene B1, foi positivo em todos
os 34 fetos e em três outros, cujo resultado dos testes convencionais foram negativos. A
sensibilidade foi de 97,4% contra 89,5% pelos métodos convencionais e o valor preditivo
negativo foi de 99,7% contra 98,7% dos métodos convencionais, concluindo que o método de
PCR é rápido, seguro e confiável para o diagnóstico pré-natal da toxoplasmose congênita.
Em estudos citados por Wong e Remington (1993) e realizados por Thulliez et al.
(1992), foi demonstrado que a sensibilidade e a especificidade da PCR amplificando o gene
B1 de parasitos presentes no líquido amniótico foi de 100%, em contraste com a inoculação
de sangue fetal ou líquido amniótico em camundongos e culturas.
Castro et al. (2001) avaliaram a eficácia do método de PCR no líquido amniótico,
utilizando-se um primer do gene B1, para a detecção da infecção fetal pelo T. gondii em
gestantes com infecção aguda e correlacionou com a técnica de inoculação em camundongos
e a histologia da placenta. Neste trabalho a sensibilidade da técnica de PCR foi de 66,7% e a
especificidade de 87%. A inoculação em camundongos apresentou sensibilidade de 50%,
100% de especificidade já para a histologia da placenta foram 80% e 66,7%.
Vidigal et al. (2002) encontrou uma sensibilidade de 62,5% e a especificidade de
97,4% na PCR contra 42,9% de sensibilidade e 100% de especificidade na inoculação em
camundongos. Bessières et al. (2002) também compararam a técnica de PCR com a
inoculação em camundongos do líquido amniótico de 261 gestantes com toxoplasmose
adquirida durante a gestação, na França e encontraram sensibilidade de 90% para o PCR
contra 70% para a inoculação e especificidade de 100% em ambos.
A principal vantagem da PCR, além da alta especificidade e sensibildade é a rapidez
na obtenção dos resultados. Porém a principal desvantagem são os altos custos dos
equipamentos, a escasses de Kits comerciais padronizados e o não estabelecimento da fase da
doença (SWITAJ et al., 2005). Além disso, muitos dos resultados falso-positivos ocorrem
principalmente devido a contaminação com produtos de amplificação (COUTO et al., 2003),
presença de inibidores da Taq polimerase, o período entre a infecção e a coleta da amostra ser
muito longo, a parasitemia ser fugaz e as pacientes terem iniciado seu tratamento antes de
29
efetuar a coleta ou ainda devido a uma transmissão mais tardia do parasito ao feto, posterior à
realização do PCR, apesar do tratamento com espiramicina (DAFFOS et al., 1988;
SPALDING et al., 2002). Países, como o Brasil, o acompanhamento sorológico em gestantes,
quanto realizado, é trimestral, tornando o diagnóstico de soro-conversão materna tardio,
portanto no momento da amniocentese pode não haver mais parasitas detectáveis, fator que
poderia contribuir para a baixa sensibilidade.
É importante enfatizar que como o PCR ainda apresenta algumas limitações na
sensibilidade e especificidade de acordo com a metodologia e o primer utilizado em cada
laboratório, esta técnica não deve ser utilizado isoladamente no diagnóstico (CASTRO et al.,
2001) embora seja um método promissor, não irá substituir os métodos sorológicos, pois
necessita de maiores estudos para melhorar sua eficácia.
Além do diagnóstico pré-natal, a técnica de PCR quantitativa do líquido amniótico
pode ser utilizada como marcador do prognóstico precoce da infecção fetal pelo T. gondii.
Romand et al. (2004) observaram que infecções maternas adquiridas antes de 20 semanas com
uma carga parasitária maior que 100/ml tem maior risco de desenvolver sequelas fetais
severas.
A PCR em tempo real é uma metodologia rápida, sensível e quantitativa de detecção
do T. gondii em amostras clínicas, nessa metodologia são combinados os tempos de
amplificação e detecção numa mesma fase (COSTA et al., 2000; REMINGTON et al., 2004).
A técnica pode ser usada para estimar a concentração de parasitos no fluído corporal e no caso
de líquido amniótico é capaz de contribuir precocemente para o prognóstico da toxoplasmose
congênita, ao permitir avaliar a concentração de parasitos no mesmo (REMINGTON et al.,
2004; ROMAND et al., 2004), podendo ser usado na rotina de laboratórios em combinação
com testes sorológicos.
Resultados obtidos por Romand et al. (2004) mostram excelente relação entre carga
parasitária, período da infecção materna e risco de infecção fetal, abrindo novas perspectivas
para a valorização da PCR em tempo real como um ensaio que pode contribuir
significantemente na orientação diagnóstica e terapêutica (ROMAND et al., 2004). A carga
parasitária pode ser determinada e relacionada com a sintomatologia e o tratamento sendo de
utilidade para o monitoramento da eficácia do tratamento e no entendimento da patogênese da
reativação da toxoplasmose (COSTA et al., 2000), porém mais estudos são necessários para
explorar o potencial dessa técnica no diagnóstico da toxoplasmose (KOMPALIC-CRISTO,
2004).
30
A caracterização genotípica do T. gondii tem sido feita principalmente através da
PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction - Restriction Fragment Length Polymorfism), que
utiliza as endonucleases de restrição para que organismos possam ser diferenciados pela
análise de padrões derivados da clivagem do seu DNA.
A análise genotípica da população de T. gondii por PCR-RFLP identifica, na Europa e
EUA, o predomínio de três linhagens clonais que são designadas como cepas tipo I, II e III.
(HOWE e SIBLEY, 1995). Segundo Boothroyd e Grigg (2002) tem ocorrido um aumento no
número de isolamentos de cepas que não se encaixam na classificação de cepas tipo I, II e III.
Estas cepas estão incluídas em duas classes gerais: cepas recombinantes que possuem
genótipos semelhantes aos três tipos predominantes, e cepas exóticas oriundas de hospedeiros
não usuais e que tem sido fonte da maioria das amostras analisadas atualmente. O
sequenciamento detalhado de multilocus das cepas chamadas recombinantes indica que estão
presentes alelos semelhantes aos encontrados nas cepas tipo I e tipo III, mas quase nunca ao
tipo II (FAZAELI et al., 2000; LEHMANN et al., 2000).
Khan et al. (2006) analisaram isolados clínicos humanos e de animais do Brasil utilizando a
técnica de PCR-RFLP multilocus (5’SAG2, 3’SAG2, BTUB, GRA6 e SAG3). Estes autores
observaram que os isolados diferem substancialmente do que tem sido descrito para linhagens
clonais e que a análise define novos haplotipos que parecem ser predominantes no Brasil.
Esse padrão pode indicar que cepas de T. gondii no Brasil sofrem mais frequentemente
recombinação sexual o que resultaria em genótipos mistos das cepas, dificultando assim a
utilização da técnica de PCR para o diagnóstico da toxoplasmose congênita.
3.8.2 Western blot
Também denominado como Immunoblotting, o Western blot consiste em um ensaio
imunoenzimático onde a fase sólida é realizada sobre a superfície de uma membrana. O teste
é utilizado como um valioso recurso na caracterização de frações antigênicas
imunodominantes e identificação da reatividade específica de anticorpos detectados por um
teste de triagem utilizando múltiplas frações antigênicas (teste confirmatório ou
suplementar). Para a detecção da interação antígeno-anticorpo é necessário em primeiro lugar
à obtenção da membrana com as frações da mistura antigênica, onde as proteínas são
separadas de acordo como o seu tamanho, através de eletroforese em gel de poliacrilamida,
31
depois de separadas são transferidas para uma membrana de nitrocelulose onde ficam inertes e
posteriormente serão utilizadas como suporte para a detecção da interação antígeno-anticorpo.
Machado et al., (2010) ao avaliarem 215 recém nascidos, obtiveram uma sensibilidade
de 73.5% e especificidade de 97,4% para WB-IgG e para WB-IgM uma sensibilidade de
54,8% e especificidade de 94,7% e ao combinarem WB-IgG e WB-IgM, a sensibilidade
aumento para 86,5%.
Em 2001 Pinon et al. estudaram 105 crianças de mães que apresentaram soro-
conversão durante a gestação, destas 55 infectadas e 50 não infectadas, a sensibilidade
encontrada foi de 65,4% e a especificidade foi de 96% no WB-IgG e uma sensibilidade de
68,5% e especificidade de 98% WB-IgG. Ao combinarem os dois testes WB-IgG e WB-IgM
a sensibilidade e especificidade observada foi de 77,7% e 96% respectivamente.
Testes comerciais baseado no WB encontram-se disponíveis para a determinação da
infecção pelo T.gondii, sendo pouco utilizado na rotina laboratorial como ferramenta
adicional.
O LDBio IgG é um teste imunoenzimático qualitativo em que antígenos parasitários
são separados por eletroforese e transferidos por eletrobloting para tiras de nitrocelulose.
Franck, Garin e Dumon (2008) realizaram um estudo restrospectivo utilizando 569 amostras
de gestantes, imunocomprometidos e recém-nascidos para avaliar o uso do teste LDBio
TOXO II IgG como teste confirmatório para pacientes de risco. A sensibilidade encontrada no
presente estudo foi de 99,2% e especificidade de 100%, quando comparado ao teste de
referência Dye Test de Sabin e Feldman mostrando que o LDBio TOXO II IgG é uma
ferramenta útil para o diagnóstico e acompanhamento de mulheres gestantes e recém-nascidos
ou para indivíduos com deficiência imunológica.
A utilização do teste comercial LDBio no diagnóstico da toxoplasmose congênita
também foi avaliada por Magi e Migliorini (2011), no qual o perfil imunológico de mães e
crianças foi comparado para a diferenciação entre os anticorpos maternos transmitidos
passivamente e anticorpos sintetizados pelos recém-nascidos nos primeiros três anos de vida.
Magi e Migliori, concluíram que o WB foi a única técnica capaz de diferenciar o IgG materno
do de origem fetal ou neonatal e capaz de diagnosticar a toxoplasmose congênita em três
amostras de crianças com menos de três meses de idade, o que não é possível de ser realizado
pelos métodos sorológicos convencionais.
32
3.12 Tratamento
A terapia é benéfica somente contra a forma taquizoíta, mas não tem erradicado a
forma cística, especialmente no sistema nervoso central e olhos. O parasita provavelmente
nunca é eliminado mediante terapia específica e a cura da doença depende do genótipo do
parasito envolvido, dos órgãos comprometidos e do tempo de duração da infecção no início
do tratamento. (REMINGTON et al., 2005).
O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde (2000), para gestante com
infecção aguda confirmada, independentemente da idade gestacional, é a administração de
espiramicina (500 mg) 3,0 g/dia, via oral, divididos em 3 tomadas. Após informar sobre os
riscos da infecção para o feto/recém-nascido, propor o diagnóstico da infecção fetal. Para a
infecção fetal, instituir o tratamento tríplice materno (pirimetamina, 25 mg de 12/12 horas por
via oral; sulfadiazina, 3 g/ dia, via oral, divididas em duas tomadas e ácido folínico, 10
mg/dia). O tratamento tríplice alterna com espiramicina por um período de 3 semanas, até o
termo. Interromper o uso de sulfadiazina 2 semanas antes do parto.
3.13 Estratégias de prevenção e vigilância
A prevenção da toxoplasmose humana baseia-se em cuidados para evitar a ingestão de
cistos teciduais e oocistos presentes no meio ambiente, já que não existe, até o momento, uma
vacina capaz de proteger o homem e os animais.
O manual “Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita: vigilância em saúde,
diagnóstico, tratamento e condutas”, traz as seguintes recomendações para as gestantes na
prevenção da infecção pelo T. gondii (Mistuka-Breganó; Lopes-Mori; Navarro, 2010).
Medidas de prevenção da infecção por oocistos presentes no solo, água e alimentos
Alimentar gatos com ração ou carne bem cozida, não alimentá-los com carnes cruas ou
mal cozidas.
Cuidado na manipulação de terra - usar luvas ou lavar bem as mãos após manipular a
terra.
Lavar bem as frutas e vegetais com água corrente, esfregando mecanicamente.
Limpar, DIARIAMENTE, as caixas sanitárias dos gatos – gestantes não devem
realizar esta tarefa.
33
Controlar moscas e baratas.
Proteger as caixas de areia em áreas de recreação infantil para que gatos não defequem
nelas.
Ingerir apenas água tratada ou fervida.
Medidas de prevenção da infecção por cistos presentes na carne ou por taquizoítas
Ingerir carne bem cozida (67º C por 10 minutos).
Ingerir embutidos frescais bem cozidos ou salgados (2,5% de sal por 48 horas).
Congelar produtos cárneos (- 18º C por 7 dias). O congelamento dos produtos cárneos
eliminam a maioria dos cistos teciduais.
Lavar as mãos e a superfície de preparação (tábuas e facas) após manusear carne crua.
Não experimentar carne crua.
Leite de cabra deve ser fervido ou pasteurizado antes do consumo.
Realizar monitoramento sorológico e tratamento da gestante para evitar a transmissão
e diminuir as sequelas na criança.
Lavar bem as frutas e verduras, esfregando em água corrente.
Proteger os alimentos de moscas e baratas.
Ingerir apenas água tratada ou fervida.
Lavar as mãos após mexer na terra ou areia.
Não alimentar os gatos com carne crua.
Peça para outra pessoa retirar as fezes do animal diariamente.
Estas orientações, quando aplicadas no pré-natal, contribuem com a redução de 63% da
primoinfecção na gravidez (Foulon, 1992). A realização do “screening” sorológico durante o
pré-natal tem como finalidade detectar e tratar infecções agudas pelo T.gondii, a fim de
reduzir as sequelas da toxoplasmose congênita através da administração de antibiótico, a
espiramicina, ou de agentes quimioterápicos, a pirimetamina e a sulfadiazina, nas gestantes
em que se evidencia a infecção aguda.
Segundo Hill e Dubey (2002), a conscientização sobre os perigos da doença e o
acompanhamento sorológico durante a gestação tem grande importância na prevenção da
toxoplasmose. O Brasil, apesar de não incluir a toxoplasmose no programa nacional de
triagem neonatal (Teste do Pezinho) na rede pública de saúde, possui uma das maiores
experiências mundiais em termos de triagem neonatal para esta infecção. Este fato deve-se à
34
existência de laboratórios que disponibilizam o teste comercialmente, aliado às dimensões
continentais e à numerosa população do país (CADERMATORI, 2007).
35
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como a toxoplasmose é uma zoonose de importância mundial, principalmente pela
ocorrência da transmissão congênita que pode provocar alterações neonatais, o diagnóstico
precoce durante a gravidez é altamente desejável permitindo a rápida intervenção nos casos de
infecção reduzindo assim, a probabilidade de infecção fetal e consequentemente as lesões
fetais.
O diagnóstico da toxoplasmose é baseado na sorologia, porém, concomitantemente, deve-
se fazer a interpretação clínica dos resultados. Os testes sorológicos têm sido considerados
importantes métodos para a detecção da infecção pelo T. gondii, porém é evidente a
fragilidade desses métodos, que apesar dos avanços obtidos com o advento das técnicas
automatizadas, o diagnóstico sorológico trouxe à tona a presença de anticorpos residuais
tornando os resultados inconclusivos e de difícil interpretação nos casos clínicos como: IgM
reagente até três anos após infecção; soroconversão com níveis de IgM muito baixos;
presença de IgM inespecífico; resposta retardada de IgG (dois meses após detecção de IgM);
reativação sorológica com aumento do título de IgG, aparecimento de IgA, ausência de IgM e
IgG de forte avidez.
Assim, técnicas moleculares tais como a reação em cadeia da polimerase (PCR) e Western
Blot (WB), podem ajudar para uma melhor interpretação do estado real da interação
parasito/homem, embora sejam ainda pouco validadas para uso na rotina de diagnóstico
laboratorial devido às diferenças significativas de sensibilidade e especificidade de acordo
com a metodologia utilizada. No caso do Brasil, que tem apresentado uma grande
variabilidade nos genótipos das cepas de T.gondii isoladas, às diferenças tem sido mais
significativas quanto, a sensibilidade e a especificidade. Para tanto, seria ainda necessário
iniciar estudos envolvendo a caracterização genotípica das cepas, responsáveis pela infecção
toxoplásmica em gestantes, nos diferentes ecossistemas do nosso país.
Sendo é fundamental a introdução de diagnósticos mais sensíveis e precoce para a
avaliação da infecção na gestante, isso só será possivel, após estudos que validem as técnicas
moleculares utilizando-se de genótipos isolados nas diferentes regiões do nosso país.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUBERT, D.; MAINE, G.T.; VILLENA, I.; HUNT, J. C.; HOWARD, L.; SHEU, M.;
BROJANAC, S.; CHOVAN, L. E.; NOWLAN, S. F.; PINON, J. M. Recombinant Antigens to
detect Toxoplasma gondii . specific immunoglobulin G and immunoglobulin M in Human sera
by Enzime Immunoassay. Journal of Clinical Microbiology, v. 38, n. 3, p. 1144-1150, 2000.
BARBOSA, Isabelle Ribeiro. Estudo epidemiológico da toxoplasmose em gestantes
atendidas na maternidade escola Januário Ricco. 2008. 76 f. Dissertação (Mestrado em
Ciências Biológicas) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.
BARINI, R.; BIANCHI, M. O.; MELLONE, M.; CAMARGO, E. A.; FREITAS, S.; MARBA,
S. T. Toxoplasmose: um diagnóstico difícil com testes sorológicos automatizados. In: 19th
Annual Meeting da Fetal Medicine and Surgery Society, Nantucker, USA, Setembro, 2000.
BASTIEN, P. Diagnosis. Molecular diagnosis of toxoplasmosis. Transactions of the Royal
Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 96, supl. 1, p. 205-15, 2002.
BECK, H-P.; BLAKE, D.; DARDÉ M-L.; FELGER, I.; PEDRAZA-DÍAZ, S.; REGIDOR-
CERRILLO, J.; GÓMEZ-BAUTISTA, M.; OETRGA-MORA, L.; PUTGNANI, L.; SHIELS
B.; TAIT, A.; WEIR, W. Molecular approaches to diversity of populations of apicomplexan
parasites. International Journal for Parasitology, v. 39, p. 175-189, 2009.
BESSIÈRES, M. H.; CASSAING, S.; BERREBI, A.; SÉGUÉLA, J. P. Apport dês techniques
de biologie moléculaire dans lê diagnostic prénatal de la toxoplasmose congénitale. Immuno
analyse & Biologie spécialisée, v. 17, p. 358-362, 2002.
BIAZIN, D. T. Normas da ABNT e padronização para trabalhos acadêmicos. 1ed.
Londrina: UNIFIL, 2008. 104 p.
BOOTHROYD, J. C.; GRIGG, M. E. Population biology of Toxoplasma gondii and its
relevance to human infection do different strains cause different disease? Current Opinion in
Microbiology, v. 5, p. 438-442, 2002.
BOWIE, W. R.; KING, A. S.; WERNER, D. H.; ISAAC-RENTON, J. L.; BELL, A.; ENG, S.
B.; MARION, S. A. Outbreak of toxoplasmosis associated with municipal drinking water.
Lancet, v. 350, p. 173-177, 1997.
BURG, J.L.; GROVIER, C.M.; POLETTY, P.;BOOTHROYD, J.C.; Direct and sensitive
detection of a pathogenic protozoan, Toxoplasma gondii, by polymerase chain reaction.
Jounal of Clinical Microbiology, v. 27, n. 8, p. 1787-1792, 1989.
BUZBY, J. C.; ROBERTS, T. ERS updates U.S. foodbornes disease costs for seven pathogens.
Food Review, v. 19, p. 20-25, 1996.
CADERMATORI, B. G. Toxoplasmose: perfil sorológico em gestantes atendidas em
Postos de Saúde do município de Pelotas-RS. 2007. 102p Dissertação (Mestrado em
Ciências) –Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2007.
37
CAMARGO, M. E. , LESER P. G., ROCCA A. Rheumatoid factors as a cause for false
positive IgM anti-Toxoplasma fluorescents tests. A technique for specific results. Revista do
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, n. 14, p. 310-313, 1972.
CAMARGO, M. E. Toxoplasmose. In: FERREIRA, A. W.; ÁVILA, S. L. M. Diagnóstico
laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes. 2 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001. p. 278-287.
CASTILHO-PELOSSO, M.P. et al. Monitoramento de gestantes com toxoplasmose em
serviços públicos de saúde. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.38,
p.532-533, 2005.
CASTRO, F. C.; CASTRO, M. J. B. V.; CABRAL, A. C. V.; FILHO, G. B.; VITOR, R. W.
A.; LANA, A. M. A.; ANDRADE, G. M. Q. Comparação dos Métodos para Diagnóstico da
Toxoplasmose Congênita. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.23, n.5, p. 277-
282, 2001.
COHEN, B. A. Neurologic manifestations of toxoplasmosis in AIDS. Seminars in Neurology,
v. 19, n.2, p. 201-211, 1999.
CONTRERAS, M. D.; SANDOVAL, M. L.; SALINAS, P.; MUÑOZ, P.; VARGAS, S.
Utilidad diagnóstica de ELISA IgG, IgM, IgA y ELISA avidez de IgG em toxoplasmosis
reciente y cronica. Boletin Chileno de Parasitologia, v. 55, n. 1/2, p. 1-10, 2000.
COOK, A.J.; GILBERT, R.E.; BUFFOLANO, W. ZUFFEREY, J. PETERSEN, E.; JENUM,
P.A.; et al. Soucers of toxoplasma infection in pregnant women: European multicentre case-
control study. European Research Network on Congenital Toxoplasmosis, v. 321, p. 142-
147, 2000.
COSTA, J. M. et al. Real-time PCR for diagnosis and followup of Toxoplasma reactivation
after allogeneic stem cell transplantation using fluorescence resonance energy transfer
hybridization probes. Journal of Clinical Microbiology, v. 38, n.8, p. 2929-32, 2000.
COUTO, J. C. F.; MELO, R. N.; RODRIGUES, M. V.; LEITE, J. M. Diagnóstico pré-natal e
tratamento da toxoplasmose na gestação. Semina, v. 31, n. 1, p. 85-90, 2003.
DAFFOS, F.; FORESTIER, F.; CAPELLA-PAVLOVSKY, M.; THULLIEZ, P.; AUFRANT,
C.; VALENTI, D.; COX, W. L. Prenatal management of 746 pregnancies at risk for congenital
toxoplasmosis. The New England Journal of Medicine, v. 318, p. 271-275, 1988.
DECOSTER, A., DARCY F., CARON A. Anti P30 IgA antibodies as prenatal markers of
congenital toxoplasma infection. Clinical and Experimental Immunology, n. 87, p. 310-315,
1992.
DESMONTS, G., DAFFOS F., FORESTIER F. Prenatal diagnosis of congenital
toxoplasmosis. Lancet, n. 1, p. 500-504, 1985.
DESMONTS, G.; COUVREUR, J. Toxoplasmosis in pregnancy and its transmission to the
fetus. Bulletin of New York Academy of Medicine, v. 50, p. 146-156, 1974.
38
DUBEY, J. P. Zoonosis: Toxoplasmosis. Journal of the American Veterinary Medical
Association, 1986 revised 1994. Disponível em:
http://www.avma.org/beta/reference/zoonosis/zntoxopl.asp. Acesso em: 11/06/2011.
DUBEY, J. P.; FRENKEL, J. K. Cyst induced toxoplasmosis in cat. Journal of
Protozoology, v. 19, p. 155-177, 1972.
DUBEY, J. P.; GOODWIN, M. A.; RUFF, M. D.; KWOK, O. C. H.; SHEN, S. K.;
WILKINS, G. C.; THULLIEZ. Experimental toxoplasmosis in Japanese quail. Journal of
Veterinary Diagnostic Investigation, v. 6, p. 216-221, 1994.
DUBEY, J. P.; LINDSAY, D. S.; SPEER, C. A. Structures of Toxoplasma gondii
Tachyzoites, Bradyzoites, and Sporozoites and Biology and Development of Tissue Cysts.
Clinical Microbiology Reviews, v. 11, n. 2, p. 267–299, 1998.
DUBEY, J.P. Toxoplasma, Hammondia, Besnoitia, Sarcocystis and others tissue cyst-
forming coccidia of man and animals. In: KREIER, J.P. Parasitic Protozoa, v. 3, p.
101, 1977.
DUBEY, J.P., SHEN SK., Rat Model of Congenital Toxoplasmosis. Infect and Immunity, v.
59, p. 3301-3302, 1991.
DUBEY, J.P., Toxoplasmosis–a waterborn zoonosis. Review. Veterinary Parasitology, v.
126, n. 1-2, p. 57-72, 2004.
DUBEY, J.P.; SUNDAR, N. ; PINEDA, N.,; KYVSGAARD, N. C.; LUNA, L. A.;
RIMBAUD, E.; OLIVEIRA, J.B.; KWOK, O.C.H.; QI, Y.; SU, C. Biologic and genetic
characteristics of Toxoplasma gondii isolates in free-range chickens from Nicaragua, Central
America. Veterinary Parasitology, v. 142, p. 47-53, 2006.
FAZAELI, A.; CARTER, P. E.; DARDE, M. L.; PENNINGTON, T. H. Molecular typing of
Toxoplasma gondii by GRA6 gene sequence analysis. International Journal for
Parasitology, v. 30, p. 637-642, 2000.
FIALHO, C. G.; ARAÚJO, F. A. P. Comparison between Indirect immunofluorescence and
Indirect Haemagglutination techniques for the detection of antibodies against. Acta Scientiae
Veterinariae, v. 30, n. 3, p. 185-189, 2002.
FILISETTI, D.; GORCII, M.; PERNOT-MARINO, E.; VILLARD, O.; CANDOLGI, E.;
Diadnosis of congenital toxoplasmosis comparasion of targets for detection of Toxoplasma
gondii by PCR. Journal of Clinical Microbiology, v. 41, n. 10, p. 4826-4828, 2003.
FORTES, E. Parasitologia Veterinária. 3º ed. São Paulo: Ícone, p. 139-143, 1997.
FOULON, W. Congenital toxoplasmosis: is screening desirable? Scandinavian Journal of
infectious Diseases, v. 84 (Suppl.), p. 11-17, 1992.
FOULON, W.; NAESSENS, A.; DERDE, M. P. Evaluation of the possibilities for preventing
congenital toxoplasmosis. American Journal of Perinatology, v. 11, p. 57-62, 1994.
39
FRANCK, J.; GARIN, Y. J. F.; DUMON, H. LDBio-Toxo II Immunoglobulin G Western Blot
Confirmatory Test for Anti-Toxoplasma Antibody Detection. Journal of clinical
microbiology, v. 46, n. 7, p. 2334–2338, 2008.
FRENKEL, J. K.; DUBEY, J. P.; MILLER,N. L. Toxoplasma gondii in cats: fecal stage
identified as coccidia oocists. Science, v. 167, p. 893-896, 1970.
FRENKEL, J.K. Toxoplasmose. In: VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de
Infectologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2004. v. 2, p. 1310-1325.
GAGNE, S.S., Toxoplasmosis. Science, v. 8, n. 3, p. 122-126, 2001.
Gestação de Alto Risco. Manual técnico. 3º Ed. Normas e Manuais Técnicos. Ministério da
Saúde. Brasília –DF, 2000. Disponível em :
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/25gestacao_alto_risco.pdf> Acesso em 30 ago.
2011.
GROVER, C. M.; THULLIEZ, P.; REMINGTON, J. S.; BOOTHROYD, J. C. Rapid prenatal
diagnosis of congenital Toxoplasma infection by using polymerase chain reaction and amniotic
fluid. Journal of Clinical Microbiology, v. 28, p. 2297-2301, 1990.
GUIMARÃRES, F.N. Toxoplasmose humana Meningoencefalomielite toxoplasmica:
Ocorrência em adulto e em recém-nascido. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, n. 38, v.
3, 1943.
HEDMAN, K.; LAPPALAINEN, M.; SEPPALA, I.; MAKELA, O. Recent primary
Toxoplasma infection indicated by a low avidity of specific IgG. The Journal of Infection
Disease, v. 159, n. 4, p. 736-739, 1989.
HILL, D.; DUBEY, J. P. Clinical Microbiology and Infection, v. 8, n. 10, p. 634–640, 2002.
HOHLFELD, P.; DAFFOS, F.; COSTA, J. M.; THULLIEZ, P.; FORESTIER, F. VIDAUD,
M. Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerase-chain-reaction test on
amniotic fluid. The New England Journal of Medicine, v. 331, p. 695-699, 1989.
HOHLFELD, P.; DAFFOS, F.; COSTA, J. M.; THULLIEZ, P.; FORESTIER, F.; VIDAUD,
M. Prenatal diagnosis of congenital toxoplasmosis with a polymerase chain reaction test on
amniotic fluid. New England Journal of Medicine, v.331, p. 695- 699, 1994.
HOHLFELD, P.; DAFFOS, F.; THULLIEZ, P.; AUFRANT, C.; COUVREUR, J.;
MACALEESE, J. Fetal toxoplasmosis: outcome of pregnancy and infant follow-up after in
HOMAN, W. L. et al. Identification of a 200- to 300-fold repetitive 529bp DNA fragment in
Toxoplasma gondii, and its use for diagnostic and quantitative PCR. International Journal
Parasitology, v. 30, p. 69-75, 2000.
HOWE, D.K.; SIBLEY, L.D. Toxoplasma gondii comprises three clonal lineages: correlation
of parasite genotype with human disease. Journal of Infection Disease, v. 172, p. 1561-1566,
1995.
40
HOWE, D.K.; SIBLEY, L.D. Toxoplasma gondii comprises three clonal lineages: correlation
of parasite genotype with human disease. Journal of Infection Disease, v. 172, p. 1561-1566,
1995.
JACOBS, L.; LUNDE, F. The interrelation of toxoplasmosis in swine, cattle, dogs and man.
Public Health Reports, v.72, n.10, p.872-882, 1957.
JANKU, J. Pathogenesis and pathologic anatomy of colomba of macula lutea in eye of
normal dimensions, and in microphthalmic eye, with parasites in the retina. Cas. Lek. Cesk.,
v. 62, p. 1021-1027, 1923.
JENUM, P. A.; KAPPERUD, G.; STRAY-PEDERSEN, B.; MELBY, K. K.; ESKILD, A.;
ENG., J. Prevalence of Toxoplasma gondii specific immunoglobulin G antibodies among
pregnant women in Norway. Epidemiology and Infection, v.120, p.87-92, 1998.
JONES, J. L.; LOPEZ, A.; WILSON, M. Congenital Toxoplasmosis. American Family
Physician, v. 67, p. 2131-2138, 2003.
JOYNSON DH, PAYNE RA, RAWAL BK. Potencial role of IgG avidity for diagnosing
toxoplasmosis. Journal of Clinical Pathology, v. 43, p. 1032-1033, 1990.
KAWAZOE, V. Toxoplasma gondii. In NEVES, D.P. Parasitologia Humana. 10. ed. São
Paulo: Atheneu, 2002. cap. 17, p.147-156.
KHALIFA, K. E. S. et al. Value of PCR for evaluating occurrence of parasitemia in
immunocompromised patients with cerebral and extracerebral toxoplasmosis. Journal of
Clinical Microbiology, v. 32, n. 11, p. 2813-9, 1994.
KHAN, A.; JORDAN, C.; MUCCIOLI, C.; VALLOCHI, A. L.; RIZZO, L. V.; BELFORT
Jr., R.; VITOR, R. W. A.; SILVEIRA, C.; SIBLEY, D. Genetic divergence of Toxoplasma
gondii strains associated with ocular toxoplasmosis, Brazil. Emerg. Infection Disease, v. 12,
n. 6, p. 942-949, 2006.
KOMPALIC-CRISTO, A. et al. Lack of technical specificity in the molecular diagnosis of
toxoplasmosis. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v.
98, n. 2, p. 92-95, 2004.
LEBECH M., JOYNSON D.H.M., SEITZ H.M. THULLIEZ P., GILBERT R.E., DUTTON
G.N., OVLISEN B., PETERSEN E., Classification system and ase definitions of Toxoplasma
gondii infection in immnocopetent pregnant women and their congenitally infecte offpring.
European Journal of Clinical Microbiology and Infection Disease, v. 15, p. 779-805, 1996.
LEHMANN, T.; BLACKSTON, C. R.; PARMLEY, S. F.; REMINGTON, S. F.; DUBEY, J.
P. Strain typing of Toxoplasma gondii: comparison of antigen-coding and housekeeping genes.
The Journal of Parasitology, v. 86, p. 960-971, 2000.
LESER, P.G.; ROCHA, L.S.A.; MOURA, M.E.G.; FERREIRA, A.W.; Comparasion of semi-
automatized assays for anti-T. gondii IgG detection in low-reactivity serum samples:
importance of the results in patients counseling. Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical, v. 39, n. 2, p. 107-110, 2003.
41
LIESENFELD O., MONTOYA J.G., KINNEY S., PRESS C., REMINGTON J.S., Effect of
testing for IgG avidity in the diagnosis of Toxoplasma gondii infection in pregnant women:
experience in a US reference laboratory. Journal of Infection Disease, v. 183, p. 1248-1253,
2001.
LINDSAY, D.S.; BLAGBURN, N.N.; DUBEY, J.P. Feline toxoplasmosis and the importance
of the T.gondii oocyst. Compendium on Continuing Education for the Practicing
Veterinarian, v.19, n. 4, p. 448-461, 1997.
LOPES, F. M. R. et al. Factors associated with the seropositivity for anti-Toxoplasma gondii
antibodies in pregnant women of Londrina, Paraná, Brazil. Memórias do Instituto Osvaldo
Cruz, v. 104, n. 2, p. 378-382. 2009.
LOPES, F.M.R. Prevalência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii, anti-HIV e reaginas
da sífilis em mulheres do primeiro trimestre de gestação atendidas nas UBS de
Londrina-PR. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Universidade Estadual de
Londrina, Londrina, PR, 2006.
MACHADO A.S, ANDRADE G. M.Q., JANUÁRIO J. N., FERNANDES M. D.,
CARNEIRO A. C. A.V., CARNEIRO M., CARELLOS E. V. M., ROMANELLI R. M. C.,
VASCONCELOS-SANTOS D. V., VITOR R. W. A. IgG and IgM western blot assay for
diagnosis of congenital toxoplasmosis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de
Janeiro, v. 105 n.6, p. 757-761, 2010.
MAGI, B.; MIGLIORINI, L. Western blotting for the diagnosis of congenital toxoplasmosis.
New microbiologica, v. 34, p. 93-95, 2011.
MARTINS, C. S. Zoonoses felinas: mitos e verdades. In: SOUZA, H. J. M de. Coletâneas
em Medicina e Cirurgia Felina. Rio de Janeiro: L. F. Livros de Veterinária, Cap. 36, 2003,
447 p.
MCAULEY, J.; BOYER, K.M.; PATEL, D.; METS, M.; SWISHER, C.; REOIZER, N. Early
and longitudinal evaluations of treated infants and children and untreated historical patients
with congenital Toxoplasmosis: The Chicago Collaborative Treatment Trial. Clinical
Infection Disease, v. 18, p 38-72, 1994.
MEAD, P. S.; SLUTSKER, L.; DIETZ, V., MCCAIG, L. F.; BRESEE, J. S.; SHAPIRO, C.;
GRIFFIN, P. M.; TAUXE, R. V. Food-related illness and death in the United States.
Emerging Infectious Diseases, v. 5, p. 607-624, 1999.
METSIS, A.; PETTSERSEN, E. Toxoplasma gondii: characterization of a monoclonal
antibody recognizing antigens of 36 and 38 Kda with acid phosphatase activity located in
dense granules and rhoptries. Experimental Parasitology, v. 81, p. 472-479, 1995.
MILLER, J. B. Zoonoses de pequenos animais. In: ETTINGER, S.J & FELDMAN, E.C.
(Eds.). Tratado de Medicina Interna Veterinária. 1º edição. São Paulo: Manole, Cap. 65, v.
1, p. 1495, 1997.
42
MISTUKA-BREGANÓ, R.; LOPES-MORI, F. M. R.; NAVARRO, I.T. Toxoplasmose
adquirida na gestação e congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e
condutas. Londrina. EDUEL, 2010. 62p.
MONTOYA, J.G.; LIESENFELD, O.Toxoplasmosis. Lancet, v. 363, n. 9425, p. 1965-1976,
2004.
NAESSENS A., JENUN P., POLLAK, A., DECOSTER Q., LAPPALAINEN A., VILLELA
I., LEBECH M., STRAY-PERTERSEN B., HAYDE M., PINON J.M., PETERSEN E.,
FOULON, W. Diagnosis of congenital toxolpasmosis in the neonatal period: a multicenter
evaluation. Journal of Pediatric, v. 133, n. 6, p. 714-719. 1999.
NETO, E. C.; ANELE, E.; RUBIN, R.; BRITES, A.; SCHULTE, J.; BECKER, D.;
TUUMINEN, T. High prevalence of congenital toxoplasmosis in Brazil estimated in a 3-year
prospective neonatal screening study. International Journal of Epidemiology, v. 29, p. 941-
947, 2000.
NICOLLE C., MANCEAUX L. Sur un protozoaire nouveau du gondi. Comptes Rendus des
Seances de l Academie des Sciences, v. 148 p. 369–372, 1909.
NICOLLE C., MANCEAUX L. Sur une infection à corps de 3. Leishman (ou organismes
voisins) du gondi. Comptes Rendus des Seances de l Academie des Sciences, v. 147, p.
763-766, 1908.
OLIVEIRA, B. C. Toxoplasmose: perfil sorológico durante a gravidez e repercussões
neonatais em maternidade pública de referência na cidade de Belém do Pará. 2002.
Dissertação (Mestrado em Medicina) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo.
OLIVEIRA, Silvio Luiz. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI,
TCC, monografias, dissertações e teses. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2004.
320 p.
PEYRON, F.; ATEBA, A. B.; WALLON, M.; KODJIKIAN, L.; BINQUET, C.; FLEURY, J.;
GARWEG, J. G. Congenital toxoplasmosis in twins: a report of fourteen consecutive cases and
a comparison with published data. The Pediatric Infectious Disease Journal, v. 22, n. 8, p.
695-701, 2003.
PINON J.M.; DUMON H.; CHEMLA C.; FRANCK J.; PETERSEN E.; LEBECH M.;
ZUFFEREY J.; BESSIERES M.H.; MARTY P.; HOLLIMAN R.; JOHNSON J.; LUYASU
V.; LECOLIER B.; GUY E.; JOYNSON D.H.; DECOSTER A.; ENDERS G.; PELLOUX H.;
CANDOLFI E. Strategy for diagnosis of congenital toxoplasmosis: evaluation of methods
comparing mothers and newborns and standard methods for postnatal detection of
immunoglobulin G, M, and A antibodies. Journal of Clinical Microbiology, v. 39, p. 2267-
2271, 2001.
REISCHL, U.: BRETAGNE, S.; KRUGUER, D.; ERNAUT, P.; COSTA, J.M. Comparasion
of two DNA targets for the diagnosis of toxoplasmosis by real –time PCR using fluorescence
resonace energy transfer hybridization probes. BMC Infectious Diseaes, v. 3, p. 7, 2003
43
REMINGTON, J. S.; MCLEOD, R.; THULLIEZ, P.; DESMONTS, G. Toxoplasmosis. In:
Remington & Klein, Wilson & Baker; Infectious Diseases of the Fetus and Newborn
Infant. 6ª. ed. Ed. Elsevier Saunders, Philadelphia - USA; 2006; chap. 31, p. 947-1091.
REMINGTON, J.S.; ARAUJO, F.G.; DESMNTS, G. Recognition of different Toxoplasma
antigens by IgM and IgG antibodies in mother and their congenitally infected neyborns.
Journal of Infected Disease, v. 152, p. 1020-1024, 1985.
REMINGTON, J.S.; MCLEOD, R. THULLIEZ, P.; DESMONTS, G. Toxoplasmosis. In:
Remington JS, Klein JO, eds. Infectious diseases of the fetus and newborn infant. 5ed. WB
Saunders, p. 2005-346, 2001.
REMINGTON, J.S.; MCLEOD, R. THULLIEZ, P.; DESMONTS, G. Toxoplasmosis. In:
Remington JS, Klein JO, eds. Infectious diseases of the fetus and newborn infant. 6ed. WB
Saunders, p. 2005 p. 947 -1091.
REMINGTON, J.S.; THULLIEZ, P.; DESMONTS, G. Recent developments for diagnosis of
toxoplasmosis. Jounal of Clinical Microbiology, v. 42, n. 3, p. 941-945, 2004.
ROGHMANN, M. C.; FAULKNER, C. T.; LEFKOWITZ. A.; PATTON, S.; ZIMMERMAN,
J.; MORRIS JR, J. G. Decreased seroprevalence for Toxoplasma gondii in Seventh Day
Adventists in Maryland. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 60,
p. 790-792, 1999.
ROMAND, S. et al. Usefulness of quantitative polymerase chain reaction in amniotic fluid as
early prognostic marker of fetal infection with Toxoplasma gondii. American Journal of
Obstetics and Gynecology, v. 190, p. 797-802, 2004.
ROMAND, S.; WALLON, M.; FRANCK, J.; THULLIEZ, P.; PEYRON. F.; DUMON, H.
Prenatal diagnosis using polymerase chain reaction on amniotic fluid for congenital
toxoplasmosis. Obstetrics and Gynecology, v. 97, p. 296-300, 2001
RORMAN, E.; ZAMIR, C.S.; RILKIS, I. ; BEM-DSVID, H. Congenital toxoplasmosis-
prenatal aspectos of Toxoplasma gondii infection. Reproductive Toxicology, v. 21, p. 458-
472, 2006.
SABIN A.B, FELDMAN H.A. Dyes as Microchemical Indicators of a new Immunity
Phenomenon Affecting a Protozoon Parasite (Toxoplasma). Science, v. 108, n. 2815, p. 660-
663, 1948.
SÁFADI, M. A. P., BEREZIN, E. N.; FARHAT, C. K.; CARVALHO, E. S. Clinical
presentation and follow up of children with congenital toxoplasmosis in Brazil. The Brazilian
Journal of Infectious Diseases, v. 7, n. 5, p. 325-331, 2003.
SÁFADI, M.A.P.; FARHAT, C.H. Toxoplasmose. In: Farhat C.K., Carvalho E.S.; CCarvalho,
L.H.F.R.; Succi, R.C.M. Infectologia pediátrica, 2ed. São Paulo: Atheneu, 1999, p. 612-619.
SAIKI, R. K. et al. Enzymatic amplification of β -globin genomic sequences and restriction
site analysis for diagnosis of sikle cell anemia. Science, v. 230, p. 1350-4, 1985.
44
SANCHEZ, R.M.; GORDO, R.B.; AMADOR, E.A.; BERRIO, L.A.; Prevalência de infección
toxoplásmica en gestantes de la provincia la Habana. Revista do Instituto de Medicina
Tropical, v. 36, n. 5, p. 445-450, 1996.
SILVEIRA, C. A. M. Toxoplasmose: Dúvidas e Controvérsias. Erechim: EdiFAPES, 2002.
SILVEIRA, C.; BELFORT JR., R.; MUCCIOLI, C.; ABREU, M. T.; MARTINS, M. C.;
VICTORA, C.; NUSSENBLATT, R. B.; HOLLAND, G. N. A follow-up study of Toxoplasma
gondii infection in southern Brazil. American Journal of Ophthalmology, v. 131, p. 351-
354, 2001.
SOUZA W.; DUARTE, E. S. M.; LEMGRUBER, L.; ATTIAS, M.; VOMMARO, R.C.
Organização estrutural do taquizoíto de Toxoplasma gondii. Scientia Medica, v. 20, n. 1, p.
131-143, 2010.
SPALDING, S. M.; AMENDOEIRA, M. R. R.; COELHO, J. M.C.; ANGEL, S. O.
Otimização da reação de polimerase em cadeia para detecção de Toxoplasma gondii em
sangue venoso e placenta de gestantes. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina
Laboratorial, v. 38, n. 2, p. 105-110, 2002.
STELLA, J.H. Rastreamento pré-natal para toxoplasmose na Rede básica de saúde em
campinas - prevalência dos Diferentes perfis sorológicos e comparação da Rotina vigente
com uma nova proposta. 2004. 84 f. Dissertação (Mestrado em Tocoginecologia) –
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 2004.
SWITAJ, K. et al., Recent trendsin molecular diagnostics for Toxoplasma gondii infections.
Clinical Microbiology and Infection, v. 11, n. 3, p. 170-176, 2005.
THULLIEZ P, DAFFOS F, FORESTIER F. Diagnosis of Toxoplasma infection in the
pregnant woman and the unborn child: current problems. Scandinavian Journal of
Infectious Diseases, v. 8, p. 18-22, 1992.
VIDIGAL, P. V. T.; SANTOS, D. V. V.; CASTRO, F. C.; COUTO, J. C. F.; VITOR, R. W.
A.; FILHO, G. B. Prenatal toxoplasmosis diagnosis from amniotic fluid by PCR. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 35, n. 1, p. 1-6, 2002.
VOLLER, A.; BIDWELL, D.E.; BARTLETT, A.; FLECK, D.G.; PERKINS, M.;
OLADEHIN, B. A microplate enzyme-immunoassay for Toxoplasma antibody. Journal of
Clinical Pathology, v. 29, n. 2, p. 150-153, 1976.
WEISS L. M., DUBEY, J. P. International Journal for Parasitology, v. 39 n. 8, p. 895–901,
2009.
WILSON, C. B.; REMINGTON, J. S. Toxoplasmosis. In: FEIGIN, R. D.; CHERRY, J. D.
Textbook of Pediatric Infectious Diseases. 3 ed. Philadelphia: Saunders, 1992, p.2057-2069.
WILSON, M.; JONES, J.L; MCCAULEY, J.B. Toxoplasma. In: Murray, P.R; Baron, E.J.;
Jorgenses, J.H.; Pfaller, M.A.; Yolken, R.H. Manual of Clinical Microbiology, v. 2. ed. 8, p.
1970-1980, 2003
45
WILSON, M.; MCAULEY, J. B. Toxoplasma. In: MURRAY, P. R.; BARON, E. J.;
PFALLER, M. A.; TENOVER, F. C.; YOLKEN, R. H. editors. Manual of Clinical
Microbiology, 7 ed., Washington, D.C.: American Society for Microbiology, p. 1374-1382,
1999.
WOLF A, COWEN D, PAIGE B. Human toxoplasmosis: occurrence in infants as an
encephalomyelitis verification by transmission to animals. Science, v. 89, p. 226–227, 1939.
WOLF A, COWEN D, PAIGE BH. Toxoplasmic encephalomyelitis. III A new case of
granulomatous encephalomyelitis due to a protozoon. American Journal of Pathology, v.
15, p. 657–694, 1939b.
WONG S. Y., HAJDU M.P., RAMIREZ R., THULLIEZ P., MCLEOD R., REMINGTON J.
S. Role of specific immunoglobulin E in diagnosis of acute toxoplasma infection and
toxoplasmosis. Journal of Clinical Microbiology, v. 31, p. 2952-2953, 1993.
WONG, S-Y.; REMINGTON, J. S. Toxoplasmosis in pregnancy. Clinical Infectious
Disease, v. 18, n. 6, p. 853-61, 1994.