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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.536 BELO HORIZONTE, 03 DE ABRIL DE 2017.
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“Estou convencido de que metade do que separa os empreendedores bem
sucedidos dos mal sucedidos é a pura perseverança. ”
Steve Jobs
GOVERNO COMEÇA A REFORMA DO CRÉDITO DIRECIONADO.......................................................................................................2
OS RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO IRRESTRITA E DA REFORMA...........................................................................................................3
NOVA FASE DO PROGRAMA PERMITE CORREÇÃO DE ERROS SEM EXCL USÃO ...........................................................................5
REFLEXÃO SOBRE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL .........................................................................................................................6
GOVERNO ELEVA IOF PARA COOPERATIVAS DE CRÉDITO ...............................................................................................................9
COMO UTILIZAR A PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA PAGAR MENOS IR?..........................................................................................9
MP PODE AMPLIAR INTERVENÇÕES DO GOVERNO ....................................................................................................................... 11
NOVAS REGRAS DE ROTATIVO DO CARTÃO VALEM A PARTIR DESTA SEGUNDA-FEIRA........................................................ 12
ROTATIVIDADE NO EMPREGO CHEGA A 38,5%, MENOR NÍVEL EM 10 ANOS .......................................................................... 13
CRESCE VETO DA JUSTIÇA EM COBRANÇA DE IC MS NA CONTA DE L UZ.................................................................................... 16
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO APROVA AUMENTO DE PIS/COFINS PARA IMPORTAÇÃO DE ARROZ ......................... 19
COM VETOS, TEMER SANCIONA LEI QUE PERMITE TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-FIM ...................................................... 20
BRASILEIROS FORA DO PAÍS POR MAIS DE 12 MESES NÃO PRECISAM DECLARAR IRPF........................................................ 21
RECEITA FEDERAL E FISCOS ESTADUAIS INICIAM FISCALIZAÇÃO CONJUNTA........................................................................... 23
PIS/COFINS – MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA DETERMINAÇÃO DOS CRÉDITOS VINCULADOS À
EXPORTAÇÃO .......................................................................................................................................................................................... 24
COM DOIS EMPREGOS, INSS TEM QUE USAR A MAIOR CONTRIBUIÇÃO .................................................................................. 26
Sumário
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GOVERNO COMEÇA A REFORMA DO CRÉDITO DIRECIONADO
Fonte: Valor Econômico. O governo começou a implementar uma bem-vinda e urgente agenda
de revisão do sistema dual de crédito com o anúncio, na sexta-feira, da criação de uma nova
taxa para remunerar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
De uma só vez, a Taxa de Longo Prazo (TLP), que deve ser instituída nos próximos dias por
medida provisória (MP), promete resolver as duas principais distorções provocadas pelo sistema
hoje vigente, com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Uma delas é tapar o ralo financeiro
da política parafiscal, em que subsídios são concedidos a empresas e setores econômicos sem a
devida transparência orçamentária. O outro é extinguir a proteção que esses mesmos
segmentos econômicos gozam nos ciclos de aperto monetário.
A nova TLP será formada pela variação do índice oficial do regime de metas de inflação, o IPCA,
e uma taxa de juros mensal prefixada com base no rendimento real oferecido pelo mais
importante instrumento de captação de recursos de longo prazo do governo, as Notas do
Tesouro Nacional - Série B (NTN-Bs).
O novo instrumento acaba com o desvão parafiscal porque, a partir de agora, recursos públicos
eventualmente aportados no BNDES serão remunerados por uma taxa equivalente ao custo de
captação do Tesouro. No sistema anterior, o governo concedia uma subvenção oculta. As
empresas que tomavam empréstimos do BNDES pagavam a TJLP, hoje em 7% ao ano, enquanto
que o custo de captação do Tesouro fica perto de 12,25% ao ano, a taxa Selic vigente. Essa
diferença, que nesse caso é de 5,25 pontos percentuais, é o que os especialistas chamam de
subsídio implícito. Ele representa um custo anual aos contribuintes de cerca de R$ 23 bilhões,
considerado o crédito de R$ 433 bilhões do Tesouro ao BNDES.
Não há nada errado em o governo conceder subsídios a empresas e setores econômicos. Em
geral, eles são necessários quando estão presentes falhas de mercado, como o racionamento de
crédito a pequenas empresas, ou quando os retornos sociais de determinados
empreendimentos superam os retornos econômicos, caso do saneamento básico. Esses custos,
porém, devem ficar explícitos no Orçamento para serem submetidos ao crivo da sociedade e
para serem reavaliados periodicamente pelos nossos representantes no Congresso Nacional.
A nova TLP também promete colocar o crédito direcionado do BNDES, que hoje representa
8,5% do Produto Interno Bruto (PIB), sob a influência da política monetária. Hoje, quando o
Banco Central sobe a taxa de juros, os empréstimos do BNDES não são afetados, porque a
fixação da TJLP é feita de uma forma bastante discricionária (apesar da fórmula que diz que ela
deve seguir o risco Brasil e a meta de inflação) e independente do ciclo monetário. Já a NTN-B
costuma oscilar na mesma direção dos apertos e alívios nos juros.
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No sistema anterior, todo o resto da economia saia prejudicada, pois o Banco Central era
obrigado a subir mais os juros para compensar essa perda de eficácia da política monetária
provocada pelo sistema de empréstimos com a TJLP. Como a nova TLP reduz custos fiscais e
amplia a potência da política monetária, deverá ao fim reduzir os juros estruturais de toda a
economia.
O novo sistema anunciado pelo governo tem outros aspectos positivos, entre eles o respeito
aos contratos vigentes, que seguem vinculados à TJLP. A convergência da TJLP para a TLP pura
será gradual, ao longo de cinco anos, o que permite dar sustentação os investimentos produtivos
numa fase de transição até o desenvolvimento de um mercado privado de financiamento de
longo prazo.
No anúncio de uma medida com tantos méritos, o que destoou foi a decisão de reduzir a TJLP,
de 7,5% ao ano para 7% ao ano. Ela deixa, na partida, a nova TLP ainda mais distante da NTN-
B, onde se pretende chegar. O governo ofereceu uma explicação técnica pouco convincente:
disse que apenas seguiu a fórmula de cálculo da TJLP. Na verdade, a TJLP não costuma subir e
baixar de forma mecânica. No ano passado, ficou estacionada em 7,5% ao ano, apesar do surto
inflacionário e da disparada do risco Brasil.
Mais do que técnica, a redução da TJLP foi uma decisão de economia política. Pode fazer sentido
dar ao empresariado uma taxa barata para estimular investimentos em uma recessão. Mas
significa empurrar as dores do ajuste do sistema de crédito direcionado para o governo a ser
eleito em 2018, que pode se mostrar menos comprometido com essa agenda.
OS RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO IRRESTRITA E DA REFORMA
Fonte: Valor Econômico. Flexibilização e modernização da legislação pode ser muito benéfico
para todos, mas a proposta de terceirização de atividades fim, aprovada na Câmara dos
Deputados, e a proposta de Reforma Trabalhista do Governo parecem ainda não se enquadrar
nesse perfil. Em relação a tais medidas, destaca-se, de forma extremamente desfavorável:
1- Muitos trabalhadores passarem a ter vínculo direto com empresas mais fracas e a ser
representados por sindicatos sem suficiente legitimidade e idoneidade, com tendência a perda
de vários dos benefícios e reajustes que conseguiriam se não fossem terceirizados.
Um estudo da EESP/FGV comparando funções similares no período 2007/2012, de crescentes
e elevados níveis de emprego, encontra salários diretos 12% inferiores entre terceirizados,
devendo-se esperar diferenças muito maiores quando se considera os demais benefícios e uma
conjuntura como a atual, de elevado desemprego. O mesmo estudo apresenta evidências de
que, por um lado, tais diferenciais são determinados pelas funções de mais baixa qualificação,
indicando que o aumento da terceirização nessas funções elevaria as desigualdades; por outro
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lado, as ocupações de alta qualificação não apresentam salários menores entre terceirizados,
sugerindo a possibilidade de efetivamente estar ocorrendo ganhos alocativos nesse segmento
do mercado de trabalho.
2- Entre os trabalhadores de mais baixa qualificação, mesmo os que não forem, terão a
capacidade de negociação enfraquecida pela ameaça da terceirização. Empresas de todos os
portes e desempenhos apontarão essa alternativa, sobretudo para as ocupações com oferta de
mão-de-obra mais abundante.
3- O negociado prevalecer sobre o legislado, sobretudo em um mercado de trabalho com
inúmeras categorias com sindicatos sem suficiente representatividade para as negociações,
sendo facilmente capturáveis pelos empregadores. Vários seriam representados, nas
negociações coletivas com os empregadores, por sindicalistas em busca de interesses
pessoais inconciliáveis.
4- A ampliação do prazo máximo em que o trabalhador pode permanecer como temporário, ao
incentivar a contratação de maior parcela nessas condições, já levará a perdas, para o
trabalhador, de verbas rescisórias e de seguro desemprego, o que, em si, não representa
qualquer aprimoramento nas relações trabalhistas.
As demais medidas são no sentido de uma flexibilização que pode ser excessiva, precarizando
as relações de trabalho, por isso precisariam ainda ser suficientemente analisadas pelos atores
sociais interessados e especializados Análise mais aprofundada seria desejável também para o
caso da terceirização entre as ocupações de alta qualificação, enquanto entre as de mais baixa
qualificação, tudo já indica que traria perdas para os trabalhadores. De um modo geral, a
terceirização de ocupações de pouca qualificação, caso o governo sancione sem as suficientes
salvaguardas para os trabalhadores, assim como as negociações poderem suplantar a legislação
e a extensão do prazo de contratação temporária, tendem a causar reduções nos rendimentos
do trabalho, em média ainda muito baixos, e, em particular, de outros benefícios. Os argumentos
são de modernização de uma legislação trabalhista ultrapassada, redução do Custo Brasil,
incentivo à geração de empregos.
A nossa legislação trabalhista tem sido continuamente atualizada e sempre pode ser aprimorada.
A redução do custo Brasil é sempre desejável, com melhorias de infraestrutura e do sistema
tributário, além de reduções das taxas de juros, mas sem chegar a aviltar os rendimentos do
trabalho. O incentivo à geração de empregos, sempre resultado do aumento da produção e dos
investimentos produtivos, são decorrentes da expectativa de retorno acima dos custos, sendo
os custos com trabalho apenas um componente. Assim, os incentivos podem ser por aumento
de produtividade ou pela redução do custo Brasil, desde que não venha a concentrar ainda mais
a renda.
Ainda mais preocupante é a afirmação, de vários economistas, de que a retração dos
rendimentos do trabalho é uma necessidade decorrente de sua expansão acima da
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produtividade nos últimos anos. Comprimir esses rendimentos do trabalho, além de não ser
aceitável por questões de justiça, é totalmente insustentável com argumento de viabilizar a
geração de empregos. Apesar da grande melhoria dos rendimentos do trabalho nos últimos
anos, o "custo de empregar", que abrange salário, benefícios e tributos, não está entre os
maiores em comparações internacionais, conforme dados do Bureau of Labor Statistics
(www.bls.gov/ilc).
Em uma amostra de 34 países, o custo de empregar na indústria de transformação no Brasil, em
2012, último ano disponibilizado, era o sétimo mais baixo, menor que o de todos os países
desenvolvidos e de países como Eslováquia, República Tcheca, Argentina e Grécia.
O grande problema é a baixíssima produtividade. Numa amostra de dados de produtividade do
trabalho, em 2016, de 68 países, organizados por The Conference Board Total Economy
Database (www.conference-board.org/data/economydatabase), o Brasil ocupa a 52ª colocação,
sendo 25% dessa produtividade nos EUA e à frente apenas de países da América Latina, Sul e
Sudeste Asiático, Ásia Central e África. Definitivamente, não é o custo de empregar que está
comprometendo a competitividade do país. Não faz qualquer sentido, caso o que realmente se
pretenda seja elevar a qualidade de vida da população, comprimir rendimentos do trabalho que
ainda mantém o país como um dos mais desiguais do mundo, para que eles caibam numa
produtividade que pode ser melhorada de diversas formas. Em particular, seriam bastante
efetivas políticas setoriais que propiciassem a geração de ocupações de alta produtividade em
escala adequada. Notadamente políticas de desenvolvimento científico e tecnológico, como faz
o governo dos EUA com gastos em pesquisa, militares e nas universidades.
NOVA FASE DO PROGRAMA PERMITE CORREÇÃO DE ERROS SEM EXCLUSÃO
Fonte: Valor Econômico. A segunda fase do programa de repatriação de ativos no exterior traz
um atrativo pouco falado nos debates políticos. Permite a quem declarar informação errada
permanecer no Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). Nessas
situações a exclusão não ocorrerá mais - o que o levaria a pagar 27,5% de Imposto de Renda
(IR) sobre o total incluído no programa e multa equivalente a 150% do tributo. Só será autuado
para pagar IR, multa e juros sobre o valor declarado incorretamente. Mas poderá discutir a
cobrança na esfera administrativa.
Nessa segunda rodada, a expectativa do governo é de arrecadar em torno de R$ 10 bilhões a
R$ 15 bilhões. A primeira gerou arrecadação de R$ 45 bilhões. Segundo a Receita Federal
informou ao Valor, a regulamentação da segunda fase do programa será publicada nesta
semana. A partir daí as adesões poderão ser feitas em até 120 dias.
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Com o menor risco de exclusão, também se reduz o temor de que todas as informações
declaradas sejam usadas na esfera criminal, por causa de uma incorreção. A Lei nº 13.428,
publicada na sexta-feira, diz expressamente que o pagamento integral do IR, juros e multa, no
prazo de 30 dias da ciência do auto de infração, "extingue a punibilidade dos crimes praticados
até a data de adesão ao programa, relacionados aos ativos declarados incorretamente".
"Percebendo que não houve maiores problemas ou consequências, já há interessados em aderir.
Credito ao sucesso da primeira fase, a intensa movimentação para essa segunda fase", afirma
Edison Fernandes, sócio do FF Advogados. Para o tributarista, a instituição da possibilidade de
correção incentivará a adesão por trazer maior segurança jurídica.
Em geral, os interessados são os que deixaram para aderir ao programa na última hora na
primeira fase, segundo a advogada Valdirene Franhani Lopes, do Braga & Moreno Consultores
e Advogados. "Pensaram em entrar, mas acharam as regras muito confusas ou não conseguiram
todos os documentos necessários em tempo", afirma. Além disso, acrescenta, quem deixou de
declarar algum bem na primeira fase, agora pode completar a declaração, pagando a nova
alíquota.
Antes, era exigido o pagamento de 30% de Imposto de Renda e multa. Agora, o IR será de 15%
e a multa de 20,25% (135% sobre o valor do IR apurado), resultando 35,25% de alíquota efetiva.
Para Valdirene, a possibilidade de correção das informações evitará demandas judiciais sobre
qual valor informar: filme ou foto. "Se tiver inexatidão, o contribuinte será cientificado via auto
de infração. Poderá pagar a diferença ou discutir sobre esse valor específico na esfera
administrativa, sem ter que ir para o Judiciário", diz.
Continuam, porém, segundo advogados, as discussões judiciais sobre a adesão de condenados
na primeira ou segunda instâncias da esfera criminal e de políticos e seus parentes.
REFLEXÃO SOBRE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Fonte: Por Ana Tereza Basílio e Daniela Muniz Bezerra de Melo para Valor Econômico. O atual
sistema de indicação de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF), previsto no art. 101
da Constituição, é muito semelhante ao adotado nos Estados Unidos para a escolha dos juízes
de sua Suprema Corte. O STF, desde sua redução pela ditadura militar, é composto por 11
ministros nomeados pelo presidente da República, após aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Os ministros, então, exercem as funções inerentes ao cargo até a sua aposentadoria voluntária
ou compulsória - esta última aos 75 anos de idade. Excepcionalmente, estão sujeitos à
destituição do cargo por meio de processo de impeachment (art. 52, II, da CF), o que nunca
ocorreu na história do país.
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A nomeação de julgadores para a mais alta Corte do país é, pois, antes de mais nada, uma opção
política, tal como ocorre nos EUA. E, muitas vezes, é marcada pela intenção de agentes políticos
responsáveis pela indicação em ver nomeado para o cargo indivíduo que acabe por se
tornar uma espécie de interlocutor de sua corrente política, no âmbito da Corte Constitucional.
Os exemplos desse fenômeno são notórios.
Os riscos inerentes à atuação de um magistrado que se disponha a ser um interlocutor de
determinada corrente política na Suprema Corte norte-americana são mitigados pelos restritos
poderes individuais de cada um deles. Naquela Corte só há espaço para atuação por meio de
decisões preponderantemente colegiadas.
No STF, por outro lado, esses riscos são substancialmente maiores. Isso porque, ao contrário do
que acontece nos EUA, tem se tornado praxe no Brasil os ministros proferirem decisões
individuais, sobre matérias de grande envergadura, sem resistência ou reação de seus pares e,
o que é mais grave, da sociedade em geral.
Esse poder individual fica, a título de exemplo, evidente em suas recentes decisões, de grande
repercussão política, proferidas, monocraticamente: a suspensão da nomeação de Lula como
ministro-chefe da Casa Civil foi proferida, individualmente, pelo ministro Gilmar Mendes; o
afastamento cautelar, a pedido da Procuradoria-Geral da República, do deputado Eduardo
Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, foi determinado por decisão singular do
ministro Teori; a medida liminar deferida pelo ministro Marco Aurélio a respeito da presidência
do Senado; a tutela de urgência deferida pelo ministro Fux sobre a tramitação do Projeto de Lei
de iniciativa popular contra a corrupção.
Não se está, aqui, defendendo a correção ou incorreção do mérito de qualquer uma dessas
decisões. Mas todas elas representam inequívocas demonstrações de como um ministro do STF,
individualmente, pode proferir decisões que interferirão, diretamente, na vida política do Brasil.
A individualização e fragmentação do Supremo, aliás, não é novidade e já vem sendo
amplamente debatida por juristas. O projeto Supremo em Números, da Fundação Getulio
Vargas, noticia que, aproximadamente, 93% das decisões tomadas pelo STF são monocráticas,
proferidas por apenas um dos ministros que compõe a Corte.
Os pedidos de vista também constituem iniciativa atualmente trivial de controle individual de
decisões da Corte a respeito de determinadas matérias que estão em julgamento. Segundo
dados do Supremo em Números, somente em um de cada cinco pedidos de vista realizados por
ministros do STF é observado o prazo regimental de 20 dias; na verdade, em média, os pedidos
de vista atrasam os julgamentos em cerca de 440 dias. Ou seja, a qualquer momento, um único
ministro pode suspender, "sine die", a discussão e a decisão colegi ada pelo STF acerca de
qualquer tema.
No cenário atual, portanto, os ministros detêm poderes individuais hipertrofiados, o que permite
que façam prevalecer seus posicionamentos singulares sobre matérias de grande relevo. Essa
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circunstância torna impositivo maior debate em torno do modelo de nomeação dos ministros e
de eventual mandato fixo para o exercício do cargo, com o objetivo de promover maior rodízio
no exercício de função jurisdicional de tanta relevância.
Tramita no Congresso Nacional oportuna proposta de emenda à Constituição (PEC 35/2015),
que prevê mandato de dez anos para os ministros do STF, sem a possibilidade de recondução.
Além disso, a proposta sugere que eles sejam inelegíveis para qualquer cargo eletivo pelo prazo
de cinco anos após o término do respectivo mandato.
A aprovação da PEC, então, distanciaria o modelo brasileiro daquele adotado pelos Estados
Unidos, aproximando-o do sistema utilizado pela Alemanha para indicação de juízes de seu
Tribunal Constitucional Federal. Conforme previsto na Lei Fundamental da República Federal
da Alemanha e em lei ordinária, o tribunal é composto por 16 membros escolhidos através de
eleições, sendo uma parte das vagas destinada a juízes federais advindos dos Tribunais
Superiores e as demais vagas de livre escolha pelo Poder Legislativo. E a escolha é feita por
maioria de dois terços dos votos. No sistema alemão, aliás, não há vitaliciedade, pois os membros
do Tribunal Constitucional Federal têm mandatos fixos de 12 anos, vedado a recondução. A
idade mínima para os juízes é de 40 anos e somente poderão exercer o múnus público até os
68 anos, independentemente do término do mandato.
A aprovação da PEC, então, distanciaria o modelo brasileiro daquele adotado pelos Estados
Unidos, aproximando-o do sistema utilizado pela Alemanha para indicação de juízes de seu
Tribunal Constitucional Federal. Conforme previsto na Lei Fundamental da República Federal
da Alemanha e em lei ordinária, o tribunal é composto por 16 membros escolhidos através de
eleições, sendo uma parte das vagas destinada a juízes federais advindos dos Tribunais
Superiores e as demais vagas de livre escolha pelo Poder Legislativo. E a escolha é feita por
maioria de dois terços dos votos. No sistema alemão, aliás, não há vitaliciedade, pois os membros
do Tribunal Constitucional Federal têm mandatos fixos de 12 anos, vedado a recondução. A
idade mínima para os juízes é de 40 anos e somente poderão exercer o múnus público até os
68 anos, independentemente do término do mandato.
O transplante, puro e simples, de normas estrangeiras poderá gerar indesejável rejeição do
corpo normativo brasileiro. É preciso buscar o salutar equilíbrio em sistema híbrido, que atenda
às peculiaridades nacionais. Seja como for, o tema merece amplo debate e profunda reflexão.
Não pode ser relegado ao esquecimento e ao descaso. O sistema brasileiro está passando por
uma crise de identidade, que precisa ser superada.
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GOVERNO ELEVA IOF PARA COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Fonte: Valor Econômico. SÃO PAULO - O governo igualou o Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF) cobrado das cooperativas de crédito aos aplicados sobre os bancos. A medida
está no decreto 9.017, publicado ontem (30) no “Diário Oficial da União”.
Conforme já anunciado pelo governo, a expectativa é arrecadar R$ 1,2 bilhão com a medida, o
que ajudará a compor as receitas para o cumprimento da meta fiscal deste ano — que prevê um
déficit de R$ 139 bilhões.
Até então, as cooperativas eram tributadas apenas com uma alíquota de 0,38% de IOF nas
operações de crédito, mas não contavam com a cobrança de até 3% ao ano, a depender do
prazo, desse imposto nos empréstimos para cooperados.
Essa taxa, que já é cobrada dos bancos, passará a incidir a partir de segunda-feira, dia 3, para as
operações de crédito realizadas pelas cooperativas com os associados. A alíquota para
operações com pessoas físicas será de 0,0082% ao dia e para pessoa jurídica, de 0,0041% ao
dia, ambas com limite de até 3%.
Com isso, o IOF cobrado nas operações de crédito realizadas pelas cooperativas poderá chegar
a 3,38%, um aumento em relação ao custo de 0,38% vigente até então.
COMO UTILIZAR A PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA PAGAR MENOS IR?
Fonte: Por Raphael Herdy Givisiez Battaglia para Valor Econômico. No final do ano os bancos
começam a oferecer investimento em previdência privada dizendo que você pode abater este
valor do Imposto de Renda. Isso é verdade? Como posso calcular o valor que posso investir para
aproveitar ao máximo esta condição?
Raphael Battaglia, CFP, responde:
Prezado leitor, Esta é uma dúvida bastante comum entre os investidores e contribuintes no
Brasil. De fato, existe a condição de abatimento dos investimentos feitos em previdência privada
na base de cálculo do Imposto de Renda, no entanto, é importante comentarmos alguns
detalhes e regras para que isso possa ser feito pelos contribuintes de acordo com as regras da
Receita Federal.
Dentre os tipos de previdência complementar mais comercializadas atualmente pelas
seguradoras e oferecidas pelos bancos comerciais, estão o Vida Gerador de Benefício Livre
(VGBL) e o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), mas somente o PGBL permite estes
abatimentos das contribuições efetuadas no ano como despesas dedutíveis.
O PGBL deve ser escolhido pelos contribuintes que fazem a declaração de ajuste anual de
Imposto de Renda pelo formulário completo. As contribuições realizadas poderão ser deduzidas
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até o limite de 12% da renda bruta tributável, para apuração da base de cálculo do Imposto de
Renda devido na declaração de ajuste anual.
Também é necessário ser contribuinte do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) ou outra
previdência social oficial, ou ser aposentado para usufruir destas deduções.
Quando os valores depositados no PGBL forem resgatados ou recebidos por meio de renda
haverá cobrança de Imposto de Renda sobre o valor total resgatado. O imposto varia da isenção
até 27,5% no regime progressivo. Já no regime regressivo, varia de 35% a 10%, de acordo com
o tempo das aplicações realizadas. A alíquota dependerá do regime tributário da previdência
que o investidor escolheu do seu plano e/ou de sua situação fiscal na época da retirada.
Quando os valores depositados no PGBL forem resgatados ou recebidos por meio de renda
haverá cobrança de Imposto de Renda sobre o valor total resgatado. O imposto varia da isenção
até 27,5% no regime progressivo. Já no regime regressivo, varia de 35% a 10%, de acordo com
o tempo das aplicações realizadas. A alíquota dependerá do regime tributário da previdência
que o investidor escolheu do seu plano e/ou de sua situação fiscal na época da retirada.
Na tabela progressiva, no momento do resgate, incidirá recolhimento de 15% de Imposto de
Renda na fonte e o restante sofrerá o ajuste na declaração anual. Já na tabela regressiva, a
tributação é definitiva, portanto, não ocorrerá ajuste anual. O contribuinte que resgatar
futuramente os valores, deverá lançar, no caso da tabela progressiva, na ficha “Rendimentos
Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica” e no caso da tabela regressiva, em “Tributação
Definitiva e Exclusiva da Fonte”. Deverá também informar o nome e número de CNPJ da fonte
pagadora, o valor total resgatado e o imposto já retido na fonte.
Vale ressaltar que este benefício não isenta necessariamente o pagamento do Imposto de Renda
sobre o PGBL, por parte do contribuinte, o que ocorre é um diferimento de parte do imposto
devido, isto é, um adiamento do possível pagamento do Imposto de Renda.
O benefício fiscal anunciado pelos bancos não pode ser tomado de maneira isolada, como
normalmente suas propagandas costumam anunciar; deve ser analisado dentro do contexto do
investidor, através de diversas variáveis que vão desde a situação fiscal do contribuinte até
outras alternativas de investimentos, que poderão ser escolhidas através de uma carteira própria
de investimentos.
É importante pesquisar e sempre buscar o auxílio de um planejador financeiro certificado para
que se possa encontrar as soluções mais adequadas aos objetivos, necessidades, regime
tributário e perfil de cada investidor. Não se deixe levar por promessas ou facilidades sem antes
entender as regras e condições de cada solução financeira.
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MP PODE AMPLIAR INTERVENÇÕES DO GOVERNO
Fonte: Valor Econômico. A medida provisória em reta final de elaboração no governo para o
drama da Oi também abre um amplo leque de possibilidades de intervenção do governo na
iniciativa privada. O texto preliminar da MP, que ainda passa por ajustes no Palácio do Planalto,
pode ainda afetar uma extensa lista de atividades empresariais.
A ideia básica do governo era estender o mecanismo de intervenção dos contratos de concessão
(caso da telefonia fixa), como já prevê a Lei Geral de Telecomunicações, para serviços públicos
operados pelo regime de autorização (celular e banda larga), buscando focar no caso da Oi.
O problema é que a MP, conforme versão obtida pelo Valor e ainda sujeita a mudanças, cita os
incisos XI e XII do artigo 21 da Constituição Federal para especificar os segmentos nos quais o
mecanismo pode ser adotado.
Basta ver os setores listados nos dois incisos para ter uma ideia de sua abrangência:
telecomunicações, serviços de radiodifusão sonora, serviços e instalações de energia elétrica,
aproveitamento energético dos cursos, infraestrutura aeroportuária, serviços de transporte
rodoviário interestadual de passageiros, portos marítimos. São abrangidos pelos efeitos da MP
tanto os serviços públicos prestados pelo regime de concessão como aqueles que operam pelo
modelo de autorização.
Na prática, o governo ganha respaldo legal para fazer intervenção em uma ampla carteira de
ativos: usinas termelétricas, aeroportos concedidos, terminais portuários de uso privado, viações
de ônibus. Mesmo sem nenhuma intenção aparente de usar o mecanismo, trata -se de um
dispositivo que pode assustar investidores, em meio à decolagem de um ambicioso p rograma
de concessões de infraestrutura.
A redação provisória da minuta gera enorme dúvida se o alcance da intervenção ficaria ou não
restrito às empresas que estão em processo de recuperação judicial. A intenção da MP é deixar
claro que a recuperação judicial não impede ou bloqueia a atuação do governo e que poderá
ser feita em empresas concessionárias de serviços públicos, ou que dependam de licença ou
autorização.
Nos casos em que a companhia está no meio de um processo, a intervenção corre
simultaneamente aos trabalhos na Justiça. Só não poderão recorrer à ferramenta da recuperação
judicial as companhias em que a intervenção ocorrer antes do deferimento do pedido pela
Justiça.
Para as empresas nas quais o governo poderá atuar e que pretendem pedir a recuperação
judicial, o juiz terá de chamar o poder concedente para opinar antes de deferir o pedido. Assim,
o governo decidirá se intervém ou se a empresa vai à recuperação.
Pelo texto provisório, o governo terá o bastão para decidir se uma companhia com essas
características poderá entrar em recuperação judicial ou seguirá para intervenção estatal. A
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minuta determina que companhias sob intervenção não podem usar o mecanismo de
recuperação judicial.
Para garantir esse papel do governo, essa versão da MP estabelece que, quando a empresa for
à Justiça fazer o pedido da recuperação ou falência, o juiz terá de chamar o governo para que
ele defina os próximos passos.
Assim, as companhias só podem dispor da recuperação judicial se o governo permitir. Antes
disso, o poder concedente terá um prazo de 30 dias úteis para "se manifestar acerca do interesse
quanto à decretação de intervenção ou da realização de diligências necessárias para a
continuidade do serviço conforme legislação específica".
Pela alteração proposta à Lei de Falências, todas as concessionárias ou empresas que dependam
de licença e autorização do governo para operar terão de pedir anuência do poder concedente
para vender seus ativos, mesmo dentro do regime de recuperação judicial. Atualmente, diversos
setores já preveem que a alienação de determinados ativos depende de aprovação prévia dor
regulador, mesmo fora da recuperação judicial.
As modificações mais profundas são feitas nos artigos 64 e 195 da Lei de Falências. A redação
vigente do artigo 64 trata das hipóteses para a possibilidade de afastamento do administrador
da empresa ou devedor dentro do processo de recuperação judicial. Com a MP, além do juiz, o
governo ganha poderes claros para substituir o devedor, seus administradores e os membros
do conselho.
NOVAS REGRAS DE ROTATIVO DO CARTÃO VALEM A PARTIR DESTA SEGUNDA-FEIRA
Fonte: Valor Econômico. SÃO PAULO - A partir deste mês, os consumidores que não
conseguirem pagar integralmente a tarifa do cartão de crédito só poderão ficar no crédito
rotativo por 30 dias. As informações são da Agência Brasil.
A nova regra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional em janeiro, entrará em vigor nesta
segunda-feira (3).
A medida consta da reforma microeconômica anunciada pelo governo no fim do ano passado.
Os bancos tiveram pouco mais de dois meses para se adaptarem à nova regra, que obrigou as
instituições financeiras a transferirem para o crédito parcelado, que cobra taxas menores, os
clientes que não conseguirem quitar o rotativo do cartão de crédito nos primeiros 30 dias.
Durante esse período de quase dois meses, os bancos definiram as novas taxas para o crédito
parcelado. De acordo com a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade), a medida tem o potencial de reduzir pela metade os gastos com
juros em 12 meses.
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Impacto
No entanto, o diretor econômico da entidade, Miguel de Oliveira, diz que o impacto das medidas
sobre os juros só será conhecido nos próximos meses. "Em primeiro lugar, muitos bancos fixaram
taxas bem elásticas, que podem chegar de 1,99% a 10% ao mês, dependendo da instituição
financeira e do histórico [capacidade de pagamento] do consumidor. Então, fica difícil saber qual
será o efeito efetivo, porque cada consumidor tem uma taxa personalizada, e a gente precisa
ver quem não conseguirá pagar a fatura integral", acrescentou Oliveira.
Em fevereiro, após o anúncio da nova regra, a taxa média do crédito rotativo subiu de 15,12%
para 15,16% ao mês, conforme pesquisa mensal da Anefac. A taxa média do crédito parcelado
foi na contramão e caiu de 8,34% para 8,30% ao mês. Segundo Miguel de Oliveira, os juros do
cartão só deverão sofrer influência das novas regras a partir de maio.
"Como a nova regra limita em 30 dias o prazo do rotativo, o consumidor que não cons eguir
pagar a fatura de março vai cair no rotativo em abril e só passará para o crédito parcelado em
maio. Só lá, nossos levantamentos começarão a refletir os efeitos da mudança", esclareceu
Oliveira.
Dívida multiplicada
Com base em dados mais recentes da Anefac, de fevereiro, a taxa média de 15,16% ao mês no
crédito rotativo equivale a 444,03% ao ano. Ao fim de três meses, uma dívida de R$ 1 mil na
fatura do cartão subiria para R$ 1.527,23. Ao fim de 12 meses, equivaleria a R$ 5.440,26.
Com a nova regra, pela qual a taxa mais alta -de 15,16% ao mês- incidirá nos primeiros 30 dias
e a taxa de 8,3% ao mês incide nos meses restantes, a dívida aumenta para R$ 1.350,70 em três
meses e para R$ 2.768,31 em 12 meses. A diferença chega a 11,6% em 90 dias e a 49,1% em
um ano.
O cálculo, no entanto, leva em conta as taxas médias de juros. A economia efetiva pode variar
porque os bancos personalizam as taxas para cada consumidor no rotativo e no crédito
parcelado. Os juros finais também variam em função do histórico e da capacidade de pagamento
do cliente. (Folhapress)
ROTATIVIDADE NO EMPREGO CHEGA A 38,5%, MENOR NÍVEL EM 10 ANOS
Fonte: Valor Econômico. Os efeitos negativos da recessão sobre o mercado de trabalho vão
além do aumento da desocupação. Em 2016 o brasileiro também trocou menos de emprego. A
taxa de rotatividade no país caiu ao menor nível dos últimos 10 anos, a 38,5%. Em 2014, quando
atingiu seu percentual máximo nesse intervalo, o nível era quase 15 pontos percentuais superior,
51,8%. A retração, de 25% na média total, é ainda maior entre os jovens - de 31,4% para aqueles
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entre 18 e 24 anos e de 50,7% para os que têm até 17 anos. No primeiro caso, a rotatividade
caiu de 84,7% para 58,1% e, no segundo, de 153,6% para 75,7%.
Após dois anos em queda, entretanto, a rotatividade pode voltar a crescer em 2017, avaliam
economistas, a depender do ritmo de reação da atividade e, no médio prazo, devido à nova lei
que amplia a possibilidade de terceirização às principais atividades das empresas e que
regulamenta o trabalho temporário, sancionada na sexta-feira. Os cálculos foram feitos com o
estoque de emprego celetista da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e os registros de
admitidos e desligados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Diante da falta de oportunidades e da dificuldade de encontrar novas vagas, os trabalhadores
evitaram pedir demissão no ano passado. Entre 2014 e 2016, o total de desligamentos a pedido
encolheu quase pela metade, de 5,7 milhões para 3 milhões, ante retração de 24,2% no total de
cortes, de 20,5 milhões para 15,5 milhões.
Dois anos atrás, um em cada três desligamentos de funcionários com carteira era pedido pelo
próprio trabalhador, proporção que caiu para 19,6% no ano passado. Mais uma vez, foram os
jovens que protagonizaram esse movimento. A demissão a pedido recuou 52,3% na faixa de 18
a 24 anos e 65,7% para aqueles com até 17 anos.
O grupo é o que mais sente o impacto negativo da recessão sobre o mercado de trabalho. O
efeito é duplo: a eliminação de vagas é maior entre os jovens e as novas oportunidades tornam-
se cada vez mais escassas. Essa combinação tem uma consequência de médio e longo prazo
que especialistas chamam de "efeito cicatriz", o desenvolvimento profissional atrofiado, em
algumas situações, com salários menores até o fim da carreira.
Os primeiros anos no mercado são importantes para que o trabalhador experimente, afirma o
coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes, para que descubra
em que áreas suas habilidades se encaixam melhor. "Em períodos de crise, às vezes, o jovem
pega a primeira coisa que aparece, e isso tem efeitos para o resto de sua vida no mercado de
trabalho. ”
Na crise atual, o mercado formal reduziu muito mais as contratações do que elevou as
demissões, lembra José Ronaldo Souza Júnior, diretor de macroeconomia do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No ano passado, admissões e demissões recuaram 16% e
15,9% sobre 2015, nessa ordem, quando haviam caído 18,4% e 9,9% em relação a 2014. "O
jovem tem muito menos oportunidades para o primeiro emprego", afirma.
Na AlmavivA, que atua no mercado de telemarketing - setor que emprega em sua maioria jovens
que estão ingressando no mercado de trabalho -, a rotatividade recuou dois pontos percentuais
entre 2015 e 2016. Nos últimos três anos, o tempo médio de permanência dos funcionários na
empresa praticamente dobrou, de 6 a 8 meses para 15 a 18 meses, conta a diretora de recursos
humanos, Andrea Cunha.
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"Essa mudança se deve em parte aos nossos programas de retenção de colaboradores, mas
também ao cenário econômico, ao receio que os trabalhadores têm em relação à crise", ela
afirma. Dos 32 mil funcionários da empresa, 60% têm menos de 25 anos. Do total, 70% estão
no Nordeste, 20% estão em Minas Gerais e Brasíl ia e 10%, em São Paulo.
As oportunidades diminuem em momentos de crise como o atual também porque os
trabalhadores mais velhos passam a concorrer por vagas que exigem menor qualificação e
pagam menores salários, em uma tentativa de garantir alguma renda para o domicílio. Entre os
12,3 milhões de desempregados contabilizados no último trimestre do ano passado, pouco mais
de 5 milhões, 40,8%, tinham até 24 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua.
Os trabalhadores com idade entre 25 e 49 anos são os últimos a serem demitidos e os que têm
maiores chances de recolocação, diz Gabriel Ulyssea, professor de economia da PUC-Rio, já que
as empresas procuram manter os trabalhadores mais produtivos, aqueles que, em teoria,
conseguem fazer mais com menos recursos.
No Brasil, ele complementa, a rotatividade é pró-cíclica - ou seja, tende a acelerar em momentos
de crescimento econômico e arrefecer nas crises. Assim, avalia o economista, a recuperação da
atividade pode levar a um aumento desse fenômeno no médio prazo, ao lado da nova legislação
que regulamenta a terceirização e o trabalho temporário, dois regimes de contratação em que,
classicamente, os trabalhadores trocam mais de emprego do que aqueles com contrato direto e
de período integral.
A queda forte da rotatividade, diz Ulyssea, também é explicada por uma particularidade
brasileira, os incentivos que a legislação oferece às chamadas "falsas demissões". Uma delas é o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), uma poupança forçada, de baixo rendimento,
que pode ser resgatada pelo trabalhador em poucas situações - uma delas é a demissão sem
justa causa.
Até 2015, a rotatividade também era alimentada pelo acesso mais fácil ao seguro-desemprego,
garantido a trabalhadores com pelo menos seis meses de carteira assinada. Em meados daquele
ano as regras endureceram, e, atualmente, apenas aqueles com mais de 12 meses de serviço
podem dar entrada no benefício.
Depois de crescer 11,7% em 2014, na comparação com o ano anterior, e 5% em 2015, as
despesas com seguro-desemprego formal (que exclui aquele pago a pescadores artesanais e
trabalhadores domésticos) subiram 1,3% no ano passado, a R$ 35,6 bilhões.
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CRESCE VETO DA JUSTIÇA EM COBRANÇA DE ICMS NA CONTA DE LUZ.
Fonte: Estado de Minas. Novas decisões do STJ e do Juizado Especial de BH condenam tributo
sobre as taxas de transmissão e distribuição incidentes nas contas de luz. Acréscimo pode ser
de até 30%
Torres de transmissão de energia do complexo da Usina Hidrelétrica de Três Marias: tributação
deveria ser apenas sobre os gastos de consumo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Uma das principais contas que pesam no bolso do consumidor todos os meses pode estar ainda
mais cara sem que o consumidor perceba. É o que aponta decisão recente do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), segundo a qual o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços (ICMS) destacado na fatura só pode incidir sobre os serviços diretamente prestados,
não podendo ser cobrado sobre as taxas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD). Com base
nos valores praticados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a incidência do
tributo pode elevar as contas em até 30%.
Só no Juizado Especial de Belo Horizonte tramitam cerca de 240 ações de ressarcimento contra
o estado e já há decisão favorável. Considerando-se uma conta de R$ 200, por exemplo, o
cliente pode ter direito à devolução de até R$ 60. Quando a estimativa é feita para cinco anos,
período máximo em que o ressarcimento pode ser pedido, esse consumidor teria direito a R$
3,6 mil.
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Numa simulação feita na conta-modelo apresentada no site da Cemig, para gastos de consumo
de R$ 32,09, o valor pago em razão do encargo de distribuição é de R$ 19,45 e da transmissão,
R$ 2,87. Somadas a taxa de iluminação pública e a bandeira tarifária, a conta alcança R$ 113,74.
A decisão do STJ abrange não só Minas Gerais, mas todos os estados e companhias energéticas
que pratiquem a tributação. A Justiça vem concedendo decisões favoráveis aos consumidores
em estados como Rio de Janeiro e São Paulo. Em recurso de um shopping de Santa Catrina
apresentado na corte contra aquele estado, o ministro-relator Humberto Martins usou de
jurisprudências, citando irregularidade na cobrança do ICMS sobre TUSD e TUST conforme
súmula do tribunal.
“É firme a Jurisprudência desta Corte de Justiça no sentido de que não incide ICMS sobre as
tarifas de uso do sistema de distribuição de energia elétrica, já que o fato gerador do imposto é
a saída da mercadoria, ou seja, no momento em que a energia elétrica é efetivamente consumida
pelo contribuinte, circunstância não consolidada na fase de distribuição e transmissão”.
De acordo, também, com a súmula 391 do STJ, “o ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia
elétrica correspondente à demanda de potência efetivamente utilizada”. Em Belo Horizonte,
uma decisão liminar de janeiro deste ano determinou à Cemig “a suspensão da cobrança de
ICMS incidente sobre as tarifas de uso e distribuição e transmissão destacadas nas faturas de
energia elétrica”.
O ressarcimento dos valores cobrados indevidamente só será decidido no mérito. A conta de
luz do autor do processo, escritório de contabilidade, é de cerca de R$ 1,8 mil. Na decisão, o
juiz Lailson Braga Baeta Neves, da 1ª Vara de Feitos Tributários do Estado da Comarca de BH,
diz que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais também já tem posição contra a incidência do
ICMS nas taxas. “O ICMS suportado pelo consumidor em razão do consumo de energia elétrica
não pode ter outra base de cálculo que não o valor cobrado pelo efetivo consumo de energia”,
registrou.
RESSARCIMENTO
Segundo o advogado tributarista e do consumidor Gustavo Leão de Carvalho Cândido, todos
os clientes podem requerer a suspensão do pagamento e a devolução dos valores pagos
indevidamente pelos últimos cinco anos. “O regulamento prevê a cobrança do ICMS somente
sobre os serviços, então, não deveria incidir sobre as taxas, mas feito há muitos anos. Muitas
vezes esses valores ultrapassam o da própria energia consumida e isso onera demais. No caso
de pessoas físicas, a conta pode ficar até 30% mais cara”, explica.
De acordo com o advogado, até então, havia várias decisões de tribunais estaduais sobre o
assunto, mas, com o posicionamento do STJ, a situação fica ainda mais clara. Segundo o
advogado tributarista, só em Minas Gerais cerca de 8 milhões de consumidores podem ter sido
lesados. “A gente vem buscando orientar os consumidores para que entrem na Justiça para
requerer seu direito. ” De um modo geral, os consumidores podem procurar o Juizado Especial,
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que atende causas de até 40 salários-mínimos, para entrar com a ação. Neste caso, podem optar
por ingressar sozinhos ou com o auxílio de um profissional especializado.
Posições ainda divergentes
Em nota, a Cemig informou que atua na cobrança e arrecadação do ICMS devido nas operações
de energia elétrica, obedecendo a legislação tributária estadual. “As ações judiciais que
questionam a incidência de ICMS sobre a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição(TUSD) e da
Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) estão sendo movidas pelos clientes contra o
Estado. Neste caso, a Cemig se limita ao cumprimento de liminares de suspensão da cobrança
assim como das decisões definitivas”, informou.
O governo de Minas, por meio da Advocacia Geral do Estado (AGE), informou que o consumidor
“não está pagando imposto a mais do que deveria” já que “os custos da energia elétrica são
compostos pelos custos de geração, distribuição e transmissão”. Segundo o governo, o ICMS
incide sobre o custo final da mercadoria conforme determina a Constituição. “A legislação
federal (Lei Kandir, Lei Complementar nº 87/1996) e a legislação do Estado de Minas Gerais
sobre o ICMS estão sendo corretamente aplicadas, a fim de manter na base de cálculo do ICMS
sobre energia elétrica os valores correspondentes aos custos de transmissão (TUST) e
distribuição (TUSD) dessa mercadoria”, informa.
A AGE diz ainda que parte dos casos julgados no STJ se tratam de consumidores livres, que
podem comprar energia de qualquer concessionária . “O julgado não se aplica aos chamados
‘consumidores cativos’, aqueles que só podem comprar a energia elétrica de uma concessionária.
Em Minas, esses consumidores somam 8 milhões de pessoas, que só podem adquirir da Cemig
e estão pagando a conta de energia corretamente calculada”, diz a nota. A AGE criticou o que
chama de “alvoroço” de alguns profissionais que prometem diminuir a conta de luz e disse que
o Judiciário vem marcando a diferença entre consumidores livros e cativos.
Na última terça-feira, a Primeira Turma do STF decidiu favoravelmente à cobrança da taxa de
distribuição (TUSD) para grandes consumidores – aqueles que compram energia elétrica
diretamente das geradoras – usando argumento semelhante ao apresentado pelo governo de
Minas. Na decisão, em uma ação contra o Rio Grande do Sul, o ministro-relator do caso, Gurgel
de Faria, entendeu que não há como separar as etapas e rechaçou a tese de que o ICMS não
seria devido sobre a TUSD porque a geração seria apenas uma atividade-meio, incapaz de ser
fato gerador para incidência do tributo.
“Essa realidade física revela, então, que a geração, a transmissão e a distribuição formam o
conjunto dos elementos essenciais que compõem o aspecto material do fato gerador,
integrando o preço total da operação mercantil, não podendo qualquer um deles ser descolado
da sua base de cálculo”, diz o texto. Na decisão, o ministro considerou ainda o impacto financeiro
que a cobrança sem as taxas geraria para os cofres dos estados, dizendo que só no Rio Grande
do Sul seriam R$ 14 bilhões de receita a menos por ano. (JC)
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Entenda o caso
. Por determinação legal, o ICMS incide sobre o consumo de energia elétrica ao percentual de
18%. A base de cálculo para a tributação é a Tarifa de Energia Consumida (TE).
. No entanto, os governos estaduais buscam aumentar a arrecadação, incluindo na base de
cálculo do ICMS o valor das tarifas de Uso dos Sistemas Elétricos de Distribuição (TUSD) e de
Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão (TUST).
. É assim que eles cobram o imposto sobre o valor total da conta. A Lei Kandir (87/1996), que
trata das operações e prestações de serviços sobre as quais o imposto deverá incidir, não prevê
a incidência no uso dos sistemas de distribuição e transmissão de energia elétrica.
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO APROVA AUMENTO DE PIS/COFINS PARA IMPORTAÇÃO DE ARROZ
Fonte: Câmara Notícias. A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e
Serviços aprovou na quarta-feira (29) o Projeto de Lei 2110/15, do deputado Luis Carlos Heinze
(PP-RS), que aumenta as alíquotas de PIS e Cofins sobre a importação de arroz para 2,1% e
9,65%, respectivamente.
Atualmente, a Lei 10.925/04, estabelece alíquota zero para a importação do alimento. O texto
também estende a alíquota zero para a venda no mercado interno do arroz.
Segundo o relator do projeto na comissão, deputado Lucas Vergílio (SD-GO), o objetivo é
diminuir as desvantagens dos produtores de arroz brasileiros em relação aos produtores
estrangeiros. “Os agricultores nacionais defrontam-se com baixos preços no mercado doméstico
e expressivo aumento de custos de produção”, afirmou.
O preço do arroz do Paraguai, maior exportador para o mercado brasileiro, está em 350 dólares
por tonelada, abaixo da média do arroz brasileiro branco beneficiado, de 480 dólares por
tonelada, de acordo com Vergílio.
O consumo interno de arroz é de cerca de 12 milhões de toneladas por ano, segundo a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). E a produção brasileira foi, em 2016, de cerca
de 12,3 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE)
“Tem-se, portanto, um excesso de produção nacional, o que permitiria a exportação de parte da
nossa colheita de arroz”, disse Vergílio.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Finanças e
Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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COM VETOS, TEMER SANCIONA LEI QUE PERMITE TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADE-
FIM
Fonte: Agência Brasil. O presidente Michel Temer sancionou hoje (31), com três vetos, a lei que
libera a terceirização para todas as atividades das empresas. O texto será publicado ainda nesta
sexta-feira em edição extra do Diário Oficial da União. A lei começa a valer a partir da data de
publicação.
Foram vetados o parágrafo terceiro, do Artigo 10 – que previa a possibilidade de prorrogação
do prazo de 270 dias dos contratos temporários ou de experiência -, os artigos 11 e 12 – que
repetiam itens que já estão no Artigo 7 da Constituição Federal.
Lei permite contratação de trabalhadores terceirizados em todas as áreas da empresa. Segundo
o Palácio do Planalto, o parágrafo terceiro do Artigo 10 da lei aprovada pelo Congresso abria a
possibilidade de prorrogações indefinidas do contrato temporário de trabalho, desde que isso
fosse aprovado em acordo ou convenção coletiva, o que poderia prejudicar os trabalhadores.
Há três dias nove senadores do PMDB assinarem uma carta pedindo para que Temer não
sancionasse o texto como foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Para os peemedebistas, da
forma como foi aprovado, o texto poderá agravar o desemprego e reduzir a arrecadação. O
projeto também dividiu patrões e empregados.
Temer sancionou a lei depois de ouvir todos os órgãos envolvidos no tema. O ministro da
Fazenda, Henrique Meirelles, declarou, nas últimas semanas, que a nova lei vai facilitar as
contratações pelas empresas.
Atividade-fim
Os temas centrais do texto aprovado no último dia 22 pela Câmara dos Deputados foram
mantidos, como a possibilidade de as empresas terceirizarem a chamada atividade-fim, aquela
para a qual a empresa foi criada. A medida prevê que a contratação terceirizada possa ocorrer
sem restrições, inclusive na administração pública.
Antes, decisões judiciais vedavam a terceirização da atividade-fim e permitiam apenas para
atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal
da empresa.
“Quarteirização”
A empresa de terceirização terá autorização para subcontratar outras empresas para realizar
serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho, que é chamado de “quarteirização”.
Condições de trabalho
É facultativo à empresa contratante oferecer ao terceirizado o mesmo atendimento médico e
ambulatorial dado aos seus empregados, incluindo acesso ao refeitório. A empresa é obrigada a
garantir segurança, higiene e salubridade a todos os terceirizados.
Causas trabalhistas
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Em casos de ações trabalhistas, caberá à empresa terceirizada (que contratou o trabalhador)
pagar os direitos questionados na Justiça, se houver condenação. Se a terceirizada não tiver
dinheiro ou bens para arcar com o pagamento, a empresa contratante (que contratou os serviços
terceirizados) será acionada e poderá ter bens penhorados pela Justiça para o pagamento da
causa trabalhista.
BRASILEIROS FORA DO PAÍS POR MAIS DE 12 MESES NÃO PRECISAM DECLARAR IRPF
Fonte: Agência Brasil. Os contribuintes brasileiros que moram fora do país por mais de 12 meses
não precisam fazer a Declaração de Imposto de Renda, desde que tenham feito a Declaração
de Saída Definitiva do país. Se tiverem investimentos no Brasil, embora não tenham que
declarar, deverão notificar as instituições financeiras sobre sua condição de não residente no
país. As informações são do consultor do Jurídico Certo André Pereira.
O prazo de entrega da declaração começou no dia 2 de março e vai até 28 de abril.
Confira abaixo entrevista com o consultor André Pereira:
Quais são as regras para quem mora fora do país em relação à Declaração do Imposto de Renda?
É obrigatória a apresentação da declaração nesse caso?
Um contribuinte que mora fora do Brasil não precisa declarar o Imposto de Renda, desde que
tenha apresentado a Declaração de Saída Definitiva do país, no caso de ficar fora do Brasil por
mais de 12 meses.
Entretanto, se ele tem investimentos no Brasil, embora não tenha que declarar, deverá notificar
as instituições financeiras sobre sua condição de não residente no país. Para isso é preciso que
tenha feito o encerramento fiscal, ou seja, a entrega da Comunicação e Declaração de Saída
Definitiva.
Caso o contribuinte permaneça fora do Brasil por menos de um ano, não deverá apresentar o
processo de encerramento fiscal e, durante esse período, todo o rendimento que tiver deve ser
tributado no Brasil, através do cálculo e recolhimento do carnê leão.
Dependendo do país da fonte pagadora, os eventuais impostos federais pagos ou retidos no
país de origem podem ser compensados com os impostos devidos no Brasil sobre esses mesmos
rendimentos.
O Brasil mantém acordos internacionais e reciprocidade de tratamento fiscal com vários países
para evitar a dupla tributação do Imposto de Renda. Havendo esse acordo, o imposto pago
poderá ser compensado com o imposto devido em nosso país.
Há tributação do Imposto de Renda quando se mora fora do país?
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Aqui no Brasil, o contribuinte só vai pagar Imposto de Renda se estiver na condição de residente
temporário no exterior, como explicado na resposta anterior. Se estiver vivendo definitivamente
no exterior, não precisará declarar Imposto de Renda ou fazer o pagamento.
Evidentemente, estando como residente no exterior, deverá o contribuinte se submeter às
regras do país em que estiver vivendo.
Quem saiu do país sem entregar a Declaração de Saída Definitiva deve fazer a Declaração de
Imposto de Renda? Quem deve entregar a Declaração de Saída Definitiva?
A Receita Federal estabelece em suas regras que o contribuinte que saiu do país sem entregar
a Declaração de Saída Definitiva continua sendo considerado contribuinte, havendo a
necessidade de entregar a Declaração de Imposto de Renda e fazer o cálculo e recolhimento do
carnê leão.
Os rendimentos auferidos no exterior estarão sujeitos à tributação pela Receita Federal, no caso
de não entrega da Declaração de Saída Definitiva. Se o contribuinte retornar ao país e não tiver
cumprido com suas obrigações legais, estará sujeito às penalidades da lei.
A Declaração de Saída Definitiva deve ser entregue por quem vai permanecer fora do Brasil por
mais de um ano. Para períodos menores de um ano, vale o que informamos na resposta número
2. Quem saiu do país, mas tem algum rendimento no Brasil, como aluguel ou recebe pensão ou
aposentadoria, tem que fazer a Declaração de Imposto de Renda?
Ao fixar residência em outro país e apresentar o processo de encerramento fiscal, o contribuinte
deve informar todas as fontes pagadoras sobre sua futura condição de não residente fiscal.
Assim, as fontes pagadoras irão alterar os cadastros e registros na base de dados para
recolhimento de Imposto de Renda que, caso existam, devem ser recolhidos com código
específico de não residente.
Dessa maneira, a Receita Federal irá reconhecer que o contribuinte não é um residente fiscal,
não havendo a solicitação da declaração. Essa condição é devida para aluguéis ou rendimentos
de investimentos, por exemplo.
Com relação a rendimentos isentos, dependendo do país em que o contribuinte esteja residindo,
pode ser que a condição de isenção deixe de existir.
No caso de aposentados ou pensionistas, desde que o contribuinte tenha entregue a dec laração
de encerramento fiscal, não é obrigado a apresentar a Declaração de Imposto de Renda.
E quanto ao estrangeiro que mora no Brasi l , precisa declarar?
Um estrangeiro residente no Brasil há mais de 183 dias, com visto temporário e mesmo sem
vínculo empregatício, precisa declarar Imposto de Renda.
O mesmo acontece para estrangeiros com visto permanente ou temporário de trabalho, desde
a data em que foi oficializada sua entrada no Brasil.
Estrangeiros recém-chegados devem cumprir também com as exigências da Receita Federal,
como, por exemplo, com relação a bens e direitos possuídos antes de sua chegada, que devem
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ser informados na declaração, e os rendimentos recebidos antes da chegada, embora não sejam
tributados aqui, também devem ser declarados.
É necessário converter para reais os valores dos bens adquiridos ou vendidos no exterior em
moeda estrangeira, usando a cotação do dólar, transformando depois em reais.
Comprovantes de rendimentos de estrangeiros devem ser apresentados em português, com
tradução juramentada.
Para estrangeiros residentes no Brasil, a regra de isenção é a mesma que para os brasileiros.
RECEITA FEDERAL E FISCOS ESTADUAIS INICIAM FISCALIZAÇÃO CONJUNTA
Fonte: Receita Federal do Brasil. A ação terá foco nas empresas notificadas pelo Alerta do
Simples Nacional 3 de 2016. Expectativa é de uma recuperação de R$ 130 milhões em tributos
sonegados.
A Receita Federal, em conjunto com as Secretarias de Fazenda dos Estados do Tocantins, Piauí,
Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Para,
está iniciando nesta semana os procedimentos de fiscalização junto a contribuintes optantes do
Simples Nacional, que não efetuaram a autorregularização das divergências identificadas no
Alerta do Simples Nacional 3.
Foram foco desta edição do Alerta SN as divergências entre o total anual de receita bruta
informada no Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional –
Declaratório (PGDAS-D) e os valores das notas fiscais eletrônicas (NFe) de vendas emitidas,
expurgadas das NFe de entrada de devoluções.
Os comunicados foram disponibilizados aos contribuintes no Portal do Simples Nacional de
fevereiro a abril de 2016, momento em que tiveram a oportunidade de conhecer as divergências
detectadas e promover a retificação de suas declarações, sem a aplicação de multa de ofício.
Durante o período de autorregularização, 2.622 empresas optantes do Simples Nacional
promoveram a retificação do PGDAS. Somadas, essas autorregularizações significaram
acréscimo de R$ 1 bilhão na receita bruta declarada pelos contribuintes, base de cálculo para
apuração dos tributos que compõem o Simples Nacional.
Vencida a etapa de autorregularização, os dados foram reprocessados para confirmação de
indícios e foram selecionados cerca de 1.500 contribuintes que serão submetidos a
procedimentos de fiscalização.
As ações de fiscalização contarão com a participação de Auditores-Fiscais da Receita Federal e
dos Fiscos Estaduais.
Saiba mais sobre o Alerta do Simples Nacional
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O Alerta do Simples Nacional (Alerta SN) objetiva aumentar a percepção de risco das empresas
optantes pelo Simples Nacional, promovendo, simultaneamente, a concorrência leal, o equilíbrio
de mercado e a melhoria do ambiente de negócios no país por meio da atuação integrada dos
Fiscos. Aos optantes pelo Simples Nacional se confere a oportunidade de regularizar
divergências detectadas a partir de comunicados disponibilizados no Portal do Simples Nacional,
canal de uso obrigatório para geração da guia de pagamento do regime simplificado.
O assunto foi objeto do X Encontro Nacional de Administradores Tributários (Enat), realizado
no período de 20 a 23 de outubro de 2015. São signatários do X Enat, Protocolo nº 8/2015, o
Fisco federal, 17 Fiscos estaduais/distrital (Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins) e os Fiscos
municipais por meio da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças dos Municípios das
Capitais (Abrasf) e da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Ainda não formalizaram a
participação no Alerta SN, os seguintes Fiscos estaduais: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará,
Pará, Paraíba, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
PIS/COFINS – MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA DETERMINAÇÃO DOS
CRÉDITOS VINCULADOS À EXPORTAÇÃO
Fonte: Receita Federal do Brasil
Solução de Consulta 193 Cosit
DOU de 03/04/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA DETERMINAÇÃO DOS CRÉDITOS
VINCULADOS À EXPORTAÇÃO. TOTALIDADE DAS RECEITAS BRUTAS SUBMETIDAS AO
REGIME NÃO CUMULATIVO.
O método de rateio proporcional utilizado na apuração dos créditos da Cofins vincu lados à
exportação: a) somente deve ser aplicado naqueles casos em que existam custos, despesas e
encargos que sejam vinculados concomitantemente a receitas brutas do mercado interno e da
exportação; b) consiste na aplicação sobre o montante de custos, despesas e encargos
vinculados comumente a receitas brutas não cumulativas do mercado interno e da exportação,
da proporcionalidade existente entre a Receita Bruta da Exportação Não Cumulativa e a Receita
Bruta Total no Regime Não Cumulativo; e c) não permite a exclusão de qualquer valor da Receita
Bruta da Exportação Não Cumulativa ou da Receita Bruta Total no Regime Não Cumulativo da
proporção acima, devendo esses valores serem TOTAIS para efeitos de cálculo daqueles
créditos. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 3º e 6º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA DETERMINAÇÃO DOS CRÉDITOS
VINCULADOS À EXPORTAÇÃO. TOTALIDADE DAS RECEITAS BRUTAS SUBMETIDAS AO
REGIME NÃO CUMULATIVO.
O método de rateio proporcional utilizado na apuração dos créditos da Contribuição para o
PIS/Pasep vinculados à exportação: a) somente deve ser aplicado naqueles casos em que
existam custos, despesas e encargos que sejam vinculados concomitantemente a receitas brutas
do mercado interno e da exportação; b) consiste na aplicação sobre o montante de custos,
despesas e encargos vinculados comumente a receitas brutas não cumulativas do mercado
interno e da exportação, da proporcionalidade existente entre a Receita Bruta da Exportação
Não Cumulativa e a Receita Bruta Total no Regime Não Cumulativo; e c) não permite a exclusão
de qualquer valor da Receita Bruta da Exportação Não Cumulativa ou da Receita Bruta Total no
Regime Não Cumulativo da proporção acima, devendo esses valores serem TOTAIS para efeitos
de cálculo daqueles créditos. DISPOSITIVOS LEGAIS: arts. 3º e 5º da Lei nº 10.637, de 2002;
e art. 6º e inciso III do art. 15 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
PIS/COFINS – Redução de alíquotas
Fonte: Receita Federal do Brasil.
Solução de Consulta 197 Cosit
DOU de 03/04/2017
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
EMENTA: A partir de 8 de setembro de 2010, data da publicação do Decreto no 7.293, de 6
de setembro de 2010, a redução de alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep de que tratam
os incisos I e II do art. 1º do Decreto no 6.482, de 7 de maio de 2009, passou a favorecer
também as receitas auferidas nas vendas a pessoas jurídicas que exerçam as atividades de
comercialização ou de distribuição dos produtos discriminados nos mencionados dispositivos,
desde que atendidas as disposições do Decreto no 6.482, de 7 de maio de 2009, com as
alterações promovidas pelo Decreto no 7.293, de 2010. O benefício terminaria em 30 de abril
de 2012, mas após ser prorrogado pelo art. 3º da Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012, só
veio a findar em 30 de abril de 2016. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei no 10.865, de 30 de abril de
2004, art. 28, incisos I e II; Lei nº 12.649, de 17 de maio de 2012, art. 3º; Decreto no 6.482, de
7 de maio de 2009, com as alterações promovidas pelo Decreto no 7.293, de 6 de setembro
de 2010.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS
EMENTA: A partir de 8 de setembro de 2010, data da publicação do Decreto no 7.293, de 6
de setembro de 2010, a redução de alíquota da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) de que tratam os incisos I e II do art. 1º do Decreto no 6.482, de 7
de maio de 2009, passou a favorecer também as receitas auferidas nas vendas a pessoas
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jurídicas que exerçam as atividades de comercialização ou de distribuição dos produtos
discriminados nos mencionados dispositivos, desde que atendidas as disposições do Decreto no
6.482, de 7 de maio de 2009, com as alterações promovidas pelo Decreto no 7.293, de 2010.
O benefício terminaria em 30 de abril de 2012, mas após ser prorrogado pelo art. 3º da Lei nº
12.649, de 17 de maio de 2012, só veio a findar em 30 de abril de 2016. DISPOSITIVOS
LEGAIS: Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, art. 28, incisos I e II; Lei nº 12.649, de 17 de
maio de 2012, art. 3º; Decreto no 6.482, de 7 de maio de 2009, com as alterações promovidas
pelo Decreto no 7.293, de 6 de setembro de 2010.
COM DOIS EMPREGOS, INSS TEM QUE USAR A MAIOR CONTRIBUIÇÃO
Fonte: O Dia. Segurado que possui duas fontes de renda e recolhe para a Previdência, na hora
de se aposentar pode perder dinheiro. Especialista orienta pedir revisão do valor
Martha Imenes
Rio – O trabalhador que tem mais de um emprego muitas vezes faz mais de uma contribuição
previdenciária. Só que na hora do INSS calcular a aposentadoria o valor acaba ficando abaixo da
expectativa do segurado. Isso ocorre porque o instituto considera a atividade principal levando
em conta a mais antiga e não a que resultou em maior valor recolhido. A Previdência classifica
as outras ocupações como secundárias e faz uma média entre elas.
“Isto gera prejuízo no resultado final do cálculo”, alerta. “Se o trabalhador está recolhendo pelo
teto em um emprego, não precisa recolher nos demais, conseguindo economizar um bom valor
em alguns casos”, orienta Thiago Luchin, especialista em Direito Previdenciário e Planejamento
de Aposentadoria, do escritório Aith, Badari e Luchin.
Uma das profissões que costuma ter atividades concomitantes, ou seja, ao mesmo tempo, é a
de professor.
Agora, se as múltiplas atividades não chegam no valor do teto, um outro grande equívoco pode
aparecer. “Pela lógica, naturalmente entendemos que os valores deveriam ser somados,
contudo, infelizmente isto não acontece e é aí que está o problema”, explica Luchin.
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Segundo ele, professores, médicos, engenheiros, advogados, consultores e profissionais que
tem mais de uma atividade ou emprego são obrigados a contribuir em cada uma delas,
caracterizando assim como atividades concomitantes.
“Existem casos em que o INSS ‘erra’ em quase 90% das concessões, ou seja, de cada 100
aposentadorias concomitantes, 90 delas cabe algum tipo de revisão que vai majorar o valor”,
alerta
Provar a atividade concomitante para ter o benefício reajustado é o que pleiteia na Justiça, o
aposentado Osmar Mantovani, 60 anos, morador de São Paulo. O segurado sempre trabalhou
como autônomo com vários vínculos como professor, consultor e prestador de serviços,
inclusive para prefeituras.
Mas no momento da aposentadoria, em 2014, alguns períodos não foram utilizados no cálculo,
apenas uma atividade que o INSS considerou como principal. “As contribuições deveriam ser
somadas em uma única contribuição no mês”, defende o advogado do segurado.
“O aposentado recebe hoje R$ 1.800, mas de acordo com nossos cálculos, se tivessem sido
levadas em conta todas as contribuições, ele receberia R$ 2.522”, avalia.
Decisão da TNU abre precedentes
O INSS deve considerar como atividade principal no cálculo da renda mensal inicial aquela com
salários de contribuição mais vantajosos. A decisão da Turma Nacional de Uniformização (TNU)
dos Juizados Especiais Federais (TNU) se aplica a quem trabalhou em dois ou mais empregos ao
mesmo tempo, mas, no momento da aposentadoria, não preencheu as condições em relação a
nenhum deles.
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“Até poderia me aposentar antes, mas uma das empresas deixou de recolher e optei por
continuar trabalhando”, afirma Silas Barbosa Alves .
De acordo com o processo, o segurado trabalhou como empregado (de 1978 a 1996, com
intervalos) e como contribuinte individual (de 1992 a 2010). Entre 1992 e 1996, as duas
situações coincidiram.
Para o instituto “se o segurado trabalhou em atividades concomitantes e não cumpriu a condição
de tempo de contribuição ou de carência em cada uma delas, deve ser definida como principal
aquela que reúna maior tempo de contribuição”.
Mas de acordo com o juiz federal João Batista Lazzari, a lei não define qual deve ser a atividade
considerada principal ou secundária. “Entendo que, em tal hipótese, deve prevalecer o critério
econômico na escolha da atividade principal”, concluiu o magistrado. A decisão pode servir como
base para futuras ações na Justiça.
Servidor também pode recolher
O servidor público que possui regime próprio de aposentadoria, como os do Estado do Rio, por
exemplo, que têm o Rioprevidência, normalmente mais vantajoso, também podem contribuir
para o INSS. Especialistas afirmam que embora os benefícios da Previdência Social sejam
inferiores financeiramente, eles tendem a ser um complemento de renda.
De acordo com o advogado Marcellus Amorim, a dupla aposentadoria em ambos os regimes é
a principal justificativa dos segurados para os dois recolhimentos. “É preciso comprovar
contribuição e desenvolvimento de atividades regidas nos dois regimes de trabalho diferentes :
do serviço público e da iniciativa privada”, orienta.
Ele alerta que é importante lembrar que alguns cargos públicos não admitem o trabalho paralelo
na iniciativa privada, principalmente quando se exigir dedicação.
A cumulação remunerada de funções e empregos públicos é permitida apenas para casos
excepcionais. Quando houver compatibilidade de horários, é possível ter dois cargos de
professor ou dois cargos em empregos privados de profissionais de Saúde, como médicos e
enfermeiras, por exemplo.
Este foi o caso do médico Silas Barbosa Alves, 82 anos. Aos 70 anos ele se aposentou pelo
estado. “Em 2005 saí na compulsória”, conta.
E na última semana ele conseguiu se aposentar pelo INSS. “Até poderia me aposentar antes,
mas uma das empresas deixou de recolher e optei por continuar trabalhando e contribuindo
para o INSS”, diz ele, que poderia ter se aposentado por idade, conforme as regras atuais, aos
65 anos.
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