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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.529 BELO HORIZONTE, 23 DE MARÇO DE 2017. www.bhauditores.com.br www.bornsolutions.com.br “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein GOVERNO ADIA CORTES E DEVE ELEVAR IMPOSTOS ..................................................................................................... 2 O TAMANHO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA ............................................................................................................... 2 COMÉRCIO E SERVIÇOS TEMEM AUMENTO DE PIS E COFINS ......................................................................................... 5 HOMENS, MULHERES E A PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................ 7 CONTROVÉRSIAS EM TORNO DO PIS ............................................................................................................................. 9 STJ NEGA AUMENTO REAL A PREVIDÊNCIA PRIVADA .................................................................................................. 11 BOLSAS DE ESTUDO E DEDUÇÃO DO ICMS ................................................................................................................... 12 PROJETO CONCEDE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA BENS ADQUIRIDOS POR ENTIDADES ........................................... 13 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ........................................................ 14 CÂMARA REJEITA DESTAQUES E CONCLUI VOTAÇÃO DO PROJETO QUE LIBERA TERCEIRIZAÇÃO ................................ 14 MINAS GERAIS VOLTA A REGISTRAR SALDO POSITIVO DE VAGAS DE EMPREGO ......................................................... 15 FORÇA-TAREFA INVESTIGA TRANSPORTE INTERMUNICIPAL CLANDESTINO DE PASSAGEIROS ..................................... 16 Sumário

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.529

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

GOVERNO ADIA CORTES E DEVE ELEVAR IMPOSTOS ..................................................................................................... 2

O TAMANHO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA ............................................................................................................... 2

COMÉRCIO E SERVIÇOS TEMEM AUMENTO DE PIS E COFINS ......................................................................................... 5

HOMENS, MULHERES E A PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................................................................................................ 7

CONTROVÉRSIAS EM TORNO DO PIS ............................................................................................................................. 9

STJ NEGA AUMENTO REAL A PREVIDÊNCIA PRIVADA .................................................................................................. 11

BOLSAS DE ESTUDO E DEDUÇÃO DO ICMS ................................................................................................................... 12

PROJETO CONCEDE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA BENS ADQUIRIDOS POR ENTIDADES ........................................... 13

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ........................................................ 14

CÂMARA REJEITA DESTAQUES E CONCLUI VOTAÇÃO DO PROJETO QUE LIBERA TERCEIRIZAÇÃO ................................ 14

MINAS GERAIS VOLTA A REGISTRAR SALDO POSITIVO DE VAGAS DE EMPREGO ......................................................... 15

FORÇA-TAREFA INVESTIGA TRANSPORTE INTERMUNICIPAL CLANDESTINO DE PASSAGEIROS ..................................... 16

Sumário

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GOVERNO ADIA CORTES E DEVE ELEVAR IMPOSTOS

Fonte: Valor Econômico. Com um rombo de R$ 58,2 bilhões no Orçamento, o governo cogita

enviar medida provisória ao Congresso Nacional para reonerar as empresas com a contribuição

previdenciária sobre a folha de salários, revertendo a desoneração feita no governo do PT.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, adiantou que, dada a impossibilidade de fazer um

corte de despesas na mesma dimensão do déficit, o governo definirá até terça-feira propostas

para a elevação de impostos. Outros alvos são o aumento do PIS/Cofins e do IOF, muito

provavelmente sobre o câmbio.

O anúncio do contingenciamento, que deveria ter sido feito ontem, também foi adiado para

terça-feira. A dificuldade decorre do fato de que o governo detém controle efetivo sobre uma

parcela da despesa discricionária equivalente neste ano a R$ 120 bilhões. Reduzir essa verba à

metade paralisaria o Estado e os investimentos em curso.

Meirelles e o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, consideraram esse corte "um pouco

excessivo". O relatório de avaliação de receitas e despesas mostra estimativa de arrecadação de

R$ 55,34 bilhões a menos que a prevista e aumento de R$ 3,4 bilhões na despesa.

A Fazenda espera contar com receitas de R$ 14,16 bilhões que podem surgir de decisões

favoráveis à União no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. Meirelles

citou como exemplo a possibilidade de relicitar as usinas hidrelétricas que a Cemig terá que

devolver ao governo federal neste ano.

Com as medidas à espera de decisões judiciais, o ministro calcula que poderá reduzir o rombo

para R$ 44 bilhões. E o contingenciamento ficaria ainda menor com aumento de impostos.

Para reestimar as contas em relação à lei orçamentária, o governo reduziu a previsão de

crescimento do Produto Interno Bruto de 1,6% para 0,5%. Baixou também os prognósticos da

taxa Selic média de 12,1% para 10,9% ao ano, da taxa de câmbio média de R$ 3,40 para R$

3,20 e da inflação, medida pelo IPCA, de 4,8% para 4,3% neste ano.

O TAMANHO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Fonte: Valor Econômico. Há um consenso no Senado de que a elevação da idade para 65 anos

para o trabalhador rural requerer aposentadoria não será aprovada, de acordo com informação

de um importante líder governista dada ao Valor. Também é considerada inaceitável a

desvinculação do valor dos benefícios assistenciais concedidos aos idosos e aos deficientes

físicos do salário mínimo. Essas são duas das medidas que fazem parte da proposta de reforma

da Previdência Social enviada pelo governo.

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Como o presidente Michel Temer decidiu excluir da proposta os regimes previdenciários dos

servidores estaduais e municipais, que representam 30% do atual déficit do sistema, resta saber

o tamanho que ficará a reforma e se ela, depois de aprovada, terá efeito significativo sobre as

contas públicas nos próximos anos.

Os líderes governistas mais importantes concordam que é preciso aprovar uma reforma da

Previdência, pois admitem que há graves distorções que inviabilizam o sistema no futuro. Mas

consideram que houve uma precipitação do mercado, ao já ter precificado a aprovação da

proposta enviada pelo governo. "Houve, sem dúvida, um exagero na avaliação", advertiu um

deles, em conversa com o Valor.

Algo da reforma será aprovado e uma solução está sendo construída, neste momento, pelos

líderes do PMDB e do PSDB, principalmente. Mas a referência das negociações em curso não

será a preocupação com uma eventual reação negativa dos mercados ou dos investidores,

no caso da aprovação de uma reforma da Previdência mais modesta. Os líderes estão

interessados é na opinião dos eleitores, com quem irão se defrontar em outubro de 2018.

A prioridade passou a ser a própria sobrevivência política, avalia um interlocutor do Palácio do

Planalto. Em 2018, haverá renovação de dois terços do Senado e de toda a Câmara. Com um

ingrediente novo, de consequências imprevisíveis: o extremo desgaste dos políticos, em virtude

do que está sendo revelado pela Operação Lava-Jato. Muitos dos atuais líderes que negociam

a reforma da Previdência estão citados nas denúncias e, se não conseguirem se reeleger,

perderão o foro privilegiado, indo parar nas mãos do juiz Sérgio Moro. Estão, portanto, mais

propensos a não contrariar os seus eleitores.

Alguns líderes da base aliada de Temer prometem aprovar uma idade mínima para requerer

aposentadoria, mas há discordância sobre os 65 anos propostos pelo governo. Também não há

concordância em igualar a idade do homem e da mulher para requerer aposentadoria. O mais

provável, disse um deles ao Valor, é que se chegue a um meio termo, com a idade para a mulher

subindo, mas ficando ainda um pouco abaixo da idade exigida ao homem para requerer

aposentadoria. Ou, então, que seja dado um prazo maior para que as idades se igualem no

futuro.

Outra mudança dada como certa diz respeito às regras de transição. A proposta original prevê

que os homens com mais de 50 anos e as mulheres com mais de 45 anos terão que contribuir

com 50% a mais do tempo que precisam atualmente para requerer a aposentadoria. Quem está

abaixo dessas duas idades terá que contribuir por um número de anos bem maior. Esses seriam

os mais prejudicados pela reforma.

Os parlamentares consultados pelo Valor consideram que esse foi "um dos bodes" que a equipe

econômica colocou na proposta. A alternativa que está sendo construída prevê uma espécie de

"escadinha", que vai aumentando o tempo de contribuição exigido da mulher e do homem para

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requerer aposentadoria, de forma mais gradual, prejudicando menos quem está próximo de

requerer o benefício.

Há muitas críticas dos políticos aliados à equipe econômica, principalmente quanto às

explicações que foram dadas sobre a exigência de que o trabalhador teria que trabalhar 49 anos

para ter o direito à aposentadoria integral. "Parece que os caras não conhecem matemática",

desabafou um líder. "Todos sabem que o valor médio atualmente das aposentadorias varia de

75% a 80% do salário de contribuição", argumentou. "Assim, a conta tinha que ter sido feita

para atingir esse valor."

A decisão do presidente Temer de excluir os servidores estaduais e municipais da reforma, com

o argumento de que é necessário preservar a autonomia dos Estados, não faz muito sentido. A

reforma vai instituir regras gerais de aposentadoria para todos os trabalhadores do país, que

envolvem, por exemplo, uma idade mínima para requerer aposentadoria e prazos de

contribuição.

A decisão do presidente Temer de excluir os servidores estaduais e municipais da reforma, com

o argumento de que é necessário preservar a autonomia dos Estados, não faz muito sentido. A

reforma vai instituir regras gerais de aposentadoria para todos os trabalhadores do país, que

envolvem, por exemplo, uma idade mínima para requerer aposentadoria e prazos de

contribuição.

Se cada unidade federativa definir as próprias regras, o país viverá a insólita situação de ter

idades mínimas diferentes para funcionários públicos requererem aposentadoria. Na área

federal, a idade mínima será de 65 anos, de acordo com a proposta que será votada pelo

Congresso. E qual será a idade mínima no Rio de Janeiro? E no Amazonas ou em São Paulo?

Um secretário estadual de Fazenda ouvido pelo Valor lembrou ontem as dificuldades políticas

que uma Assembleia Legislativa ou uma Câmara de Vereadores terá para aprovar regras de

aposentadoria e pensão, com pressão de sindicatos, greves de professores, policiais militares e

outras corporações. "Com essa decisão do governo, os Estados não vão resolver seu problema

fiscal estrutural no curto, médio e longo prazo", sentenciou.

Recentemente, o Tesouro Nacional divulgou a informação de que os regimes de previdência

dos servidores dos Estados registraram um déficit de R$ 89,6 bilhões em 2016. Os regimes dos

servidores municipais apresentaram um superávit de R$ 11,1 bilhões e o regime dos servidores

federais, um déficit de R$ 77,2 bilhões. O déficit do Regime Geral da Previdência Social (RGPS),

que atende aos trabalhadores da iniciativa privada, foi de R$ 149,7 bilhões. Assim, o "buraco"

de todo o sistema previdenciário no ano passado foi de R$ 305,4 bilhões. Os regimes

previdenciários dos servidores estaduais foram responsáveis, portanto, por 29,3% do déficit

total.

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Em estudo feito no ano passado, o atual secretário de Previdência Social do Ministério da

Fazenda, Marcelo Abi-Ramia Caetano, estimou o déficit atuarial dos regimes estaduais em R$

2,4 trilhões, o equivalente a 44% do Produto Interno Bruto (PIB).

COMÉRCIO E SERVIÇOS TEMEM AUMENTO DE PIS E COFINS

Fonte: Valor Econômico. As declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a

possibilidade de elevar tributos para garantir o cumprimento da meta fiscal, colocam em foco o

PIS e a Cofins e elevam a preocupação dos setores de comércio e serviços em relação a uma

proposta que resulte em elevação de carga principalmente para setores intensivos em mão de

obra.

A elevação dos dois tributos vem sendo cogitada desde o julgamento do Supremo Tribunal

Federal (STF) sobre o ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. A decisão, da semana passada,

pode resultar em perda de arrecadação para a União. Antes mesmo desse julgamento, porém,

o governo divulgou a intenção de alterar a cobrança das duas contribuições sob justificativa de

simplificação tributária, inicialmente do Programa de Integração Social (PIS) e depois da

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

O receio é de que o governo reúna agora todos os argumentos - a situação fiscal, a decisão do

STF e a "simplificação do sistema tributários" - para retomar uma antiga proposta de unificar

alíquotas e forma de cálculo do PIS/Cofins. "Com isso é possível até mesmo que o governo

deixe de lado o discurso da neutralidade e assinale a necessidade de elevar carga tributária", diz

Luigi Nese, vice-presidente executivo da Confederação Nacional de Serviços (CNS).

Janaína Lourenço, assistente jurídica da Fecomercio SP, acredita que a decisão do STF sobre o

ICMS na base de cálculo das duas contribuições irá pesar na proposta de mudança. "Não temos

dúvidas de que haverá uma tentativa de compensar as perdas de arrecadação, que serão

grandes."

A unificação de alíquotas e forma de cobrança das duas contribuições elevaria a carga tributária

dos setores de comércio e serviços em três a cinco pontos percentuais da receita bruta e

aumentaria os preços ao consumidor em até 5,45%. A mudança, dizem entidades que rejeitam

a mudança, elevaria a carga principalmente dos setores intensivos em mão de obra num

momento em que o desemprego ultrapassa a taxa de 12%. A mudança coloca em jogo 10% das

vagas dos setores atingidos, o que equivale a 2 milhões de postos, segundo cálculos solicitados

em 2013 pela Fenacon, que reúne as empresas de serviços contábeis.

Entre os segmentos que seriam afetados estão comércio, saúde, educação, tecnologia da

informação, segurança, contabilidade e consultoria, construção, transporte, comunicação,

engenharia e hotelaria, entre outros. "É um erro elevar tributos justamente no setor de serviços,

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que reage mais rapidamente à recuperação da economia, mas que também pode elevar a

informalidade, se a carga aumentar muito", diz Nese.

Como não houve proposta nova, o receio, diz Sérgio Aprobato Machado Júnior, diretor da

Fenacon, é de que o governo retome a ideia veiculada durante o governo da ex-presidente

Dilma Rousseff de colocar todos os segmentos no cálculo não cumulativo de PIS/Cofins, com

unificação de alíquotas.

Atualmente as empresas do setor de serviços recolhem 3,65% de PIS e Cofins - 0,65% de PIS e

3% de Cofins - calculados sobre a receita bruta. Além do comércio e de vários segmentos de

serviços, também recolhem dessa forma as empresas menores, que pagam Imposto de Renda

pelo lucro presumido, e as micro e pequenas empresas do Simples.

As empresas maiores, que estão no lucro real, pagam o PIS e a Cofins de outra forma, no

chamado sistema não cumulativo. Nesse método, elas calculam uma alíquota de 9,25% sobre a

receita bruta - 1,65% de PIS e 7,6% de Cofins. Mas para definir o valor efetivo a recolher,

compensam o PIS e a Cofins pagos na compra de produtos e serviços que servem como

insumos. Calcula-se que a alíquota efetiva com as duas contribuições fica em torno de 3% a 4%.

O sistema não cumulativo, implantado desde 2002, porém, deu origem a uma série de

divergências e disputas administrativas e judiciais sobre o que são considerados insumos e,

consequentemente, dão direito a crédito. Isso gerou um pleito para que o sistema seja

simplificado.

Por isso um dos pilares da proposta de reforma do PIS/Cofins já defendida em ocasiões

anteriores pelo governo federal é substituir o modelo de "crédito físico" atrelado aos insumos

pelo "crédito financeiro" pelo qual o PIS e a Cofins pagos em qualquer produto ou serviço,

independentemente da discussão sobre o que é ou não insumo, poderão ser compensados.

Essa proposta, porém, estabelece também a uniformização no recolhimento dos dois tributos.

Assim, todas as empresas devem migrar para o sistema não cumulativo, com uso de créditos

financeiros, inclusive as empresas que atualmente pagam PIS/Cofins pelo sistema cumulativo,

como as prestadoras de serviços.

Nese explica que, no setor de serviços, o principal custo é com a folha de pagamentos, que não

dá direito a crédito de PIS e Cofins. Por isso, se houver migração para um sistema não cumulativo

com alíquota de 9,25%, a alíquota efetiva desse segmento ficaria muito próximo da alíquota

nominal. Ou seja, dos 9,25% sobre receita bruta.

Com cerca de 65% do custo vindo dos salários, a alíquota efetiva do setor de serviços, com a

mudança, subiria dos atuais 3,65% para até mais de 9% da receita bruta. Esse aumento, diz

Machado Júnior, é maior que a margem de lucro de empresas em muitos setores.

O diretor da Fenacon lembra que ao fim de 2015 o governo federal chegou a cogitar a aplicação

de várias alíquotas, e não somente a de 9,25%. As alíquotas, porém, nunca foram divulgadas, o

que gerou desconfiança das empresas.

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Machado Júnior lembra que a desconfiança não vem à toa. Em dezembro de 2002, quando o

governo federal começou a instituir o cálculo não cumulativo das duas contribuições, os passos

foram semelhantes. Começou-se primeiro com o PIS e depois com a Cofins, com a promessa de

que não haveria elevação de carga tributária. Mas na época a arrecadação com os dois tributos

cresceu de forma significativa. A mudança elevou a carga tributária do PIS em 35% em 2003 e

em 29% a da Cofins, em 2004.

O setor de comércio e serviços, diz Machado Júnior, não é contra a simplificação do sistema

tributário. "Esse é o caminho, mas a simplificação precisa ser feita com critério, com projeto

discutido em conjunto com as empresas."

HOMENS, MULHERES E A PREVIDÊNCIA SOCIAL

Fonte: Valor Econômico. Existem políticas públicas que nunca deram certo. Mas algumas

pessoas acreditam que isso se resolve com mais do mesmo. Elas têm uma estranha fé de que,

se algo nunca funcionou, vale a pena persistir. A maneira como o Brasil lida com a política de

segurança pública talvez seja o mais triste exemplo disso. Desde sempre, a política brasileira de

segurança pública consiste em matar indiscriminadamente os "marginais" e tratar como animais

enjaulados os que, por azar, sobrevivem.

As taxas de criminalidade brasileiras só aumentam. Mas, por algum motivo, muitos acreditam

que deveríamos matar mais "marginais" e ainda torcer pela maior frequência de rebeliões nas

cadeias, para terminar o serviço. Política pública baseada em evidência é algo que não parece

ter muito apelo para pessoas assim.

Talvez esse também seja o caso das diferenças entre critérios de elegibilidade para

aposentadoria de homens e mulheres. Argumenta-se que acabar com tais diferenças seria uma

atitude "machista"; que as mulheres acumulam duplas jornadas e têm uma quantidade total de

trabalho muito superior à dos homens; e que enquanto as diferenças no trabalho doméstico

existirem, não se pode mudar a regra previdenciária.

Esse argumento é um equívoco histórico. As diferenças entre critérios de elegibilidade não são

conquistas feministas. Tomemos, por exemplo, o Relatório Beveridge (Reino Unido, 1942),

documento fundamental para a criação do Estado de Bem-estar contemporâneo. Segundo o

Relatório, as mulheres deveriam se aposentar 5 anos antes dos homens. Reconhecimento da

dupla jornada das mulheres? De forma alguma. O Relatório, sob alguns aspectos revolucionário,

era aqui produto do seu tempo: supunha que o típico contribuinte do seguro social seria homem,

razão pela qual previa que as contribuições para as mulheres casadas seriam pagas

pelos maridos. A mulher casada não deveria ter a mesma atitude da solteira em relação ao

trabalho remunerado, por que "ela tem outros deveres".

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A segurança social da mulher, portanto, viria por meio do casamento. Não foi por valores

feministas, mas por machismo e condescendência que se adotou idade diferenciada de

aposentadoria. Hoje, países europeus praticamente baniram as diferenças de critérios de

elegibilidade entre os sexos. O valor base utilizado para essa mudança não foi machismo. Foi

equidade.

O argumento de que as mulheres acumulam carga maior de trabalho (por conta das jornadas de

trabalho remunerado e do trabalho doméstico) supostamente justificaria regras diferentes. Mas

esse argumento desconsidera que as mulheres mais pobres é que são mais afetadas pelas

maiores jornadas. E essas mulheres frequentemente não estão protegidas pela Previdência,

porque trabalham em empregos informais, muitas vezes como domésticas de famílias de renda

mais alta.

À medida que aumenta a renda, aumenta a cobertura previdenciária. O resultado, de forma

bastante simplificada, é o seguinte: a mulher pobre, que mais sofre com longas jornadas, recorre

ao Benefício de Prestação Continuada aos 65 anos (a mesma idade válida para o homem pobre);

a mulher rica se aposenta por tempo de contribuição aos 52 anos de idade. Este é realmente

um país estranho: utiliza a situação da mulher pobre (sem acesso à previdência) para garantir o

"direito" da mulher rica (menos afetada pela dupla jornada). O nome disso? Desigualdade.

Mas ainda que fizesse algum sentido, do ponto de vista distributivo, "compensar" as mulheres

pela dupla jornada, teríamos que ver em que medida essa política tem alguma efetividade.

Retomamos, assim, o argumento inicial deste artigo. As regras de elegibilidade diferentes para

homens e mulheres estão vigentes desde a década de 1960. Há mais de meio século, portanto.

A julgar pelo argumento dos que defendem sua manutenção, muito pouco mudou na relação

entre homens e mulheres.

Mas então por que, exatamente, deveríamos continuar adotando uma política que não teve

nenhum impacto relevante nos últimos 50 anos? Levaremos outros 50 anos para perceber que

as diferenças de critério na previdência social em nada ajudaram e em nada ajudarão a melhorar

a relação entre os sexos? Que talvez essas diferenças reforcem o papel tradicional da mulher

nos afazeres domésticos e retire dos homens o incômodo de não dividirem com elas as tarefas

do lar?

Em todos os países as mulheres realizam mais trabalhos não-remunerados que os homens. Sem

exceção, onde esse dado é medido. Nos países escandinavos, as mulheres se dedicam entre 1,2

e 1,3 vezes mais que os homens a esse tipo de trabalho. Nos países do sul da Europa, isso sobe

para 2 ou quase 3 vezes mais. No Japão, 3,3 vezes. No Brasil, as mulheres realizam trabalhos

não-remunerados 4 vezes mais do que os homens.

Segundo os que defendem manter as diferenças nos critérios de aposentadoria, essa situação

se mantém relativamente estável no Brasil. Mas nos países mencionados anteriormente a

distribuição do trabalho não remunerado, embora ainda desigual, não está estável: tem

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melhorado. Foi onde, coincidentemente ou não, as diferenças de idade na aposentadoria

acabaram. No Japão, por exemplo, as mulheres realizavam 6 vezes mais trabalho não-

remunerado que os homens no início dos anos 2000. Na Noruega, 2,7 vezes mais, na década

de 1970. Na Itália, 4,2 vezes mais, no final da década de 1980. A melhora foi inegável e ocorreu

em um período histórico relativamente curto.

Talvez acabar com a diferença de regras para as aposentadorias de homens e mulheres nesses

países tenha contribuído para reduzir a distribuição desigual de trabalho doméstico. Talvez

tenham sido outras políticas. Algo a estudar. Seja como for, a manutenção dessas diferenças,

além de ser socialmente injusta, em nada tem contribuído para melhorar a situação brasileira.

Insistir nesse tipo de política é só mais um exemplo da loucura de continuar fazendo a mesma

coisa e esperar resultados diferentes.

CONTROVÉRSIAS EM TORNO DO PIS

Fonte: Por Roberto Goldstajn para Valor Econômico. A recente discussão em torno da

Contribuição ao PIS por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário nº 607.642/RJ em

sede de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal (STF) - ainda pendente de conclusão -

reacendeu uma velha polêmica em torno dessa exação fiscal.

A discussão acima gira em torno da possibilidade de empresa prestadora de serviços com

elevado faturamento migrar do regime não cumulativo para o cumulativo, vez que a sua

atividade não gera créditos para compensação com seus débitos.

De acordo com o ordenamento jurídico vigente, o PIS possui três regimes distintos, quais sejam:

cumulativo, monofásico e não cumulativo. A mesma sistemática também é adotada para a Cofins

que não será objeto de discussão do presente texto.

Antes de adentrar no cerne da questão, vale a pena repisar os fundamentos constitucionais e

legais que criaram o PIS posteriormente recepcionado pela Constituição Federal de 1988.

Como é sabido, a ditadura militar, sob a égide da Constituição Federal de 1967, instituiu, por

meio da Lei Complementar nº 07/70 - e alterações posteriores -, o Programa de Integração

Social "destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das

empresas".

Referido programa foi custeado em diversos formatos, dentre as quais, destacamos aqueles

suportados pelas empresas mercantis, prestadores de serviços e as entidades imunes.

A sociedade focada em vendas de produtos estava sujeita à incidência da contribuição ao PIS

calculada em alíquotas fixas com base no faturamento do sexto mês anterior sem qualquer

acréscimo. Essa sistemática ficou conhecida como PIS-Faturamento.

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Por outro lado, as empresas prestadoras de serviços se sujeitavam a outra regra baseada na

incidência de alíquota fixa sobre o montante devido a título de Imposto de Renda ou como se

devido fosse. Esse era o PIS-Repique.

Já as entidades imunes à época estavam sujeitas ao recolhimento de "quota fixa de 1% sobre a

folha de pagamento mensal" nos moldes da Resolução nº 174, de 25 de fevereiro de 1971, do

Banco Central, que preencheu a lacuna deixada pela própria norma.

Dito isso, o "PIS" foi expressamente recepcionado pelo artigo 239 do Texto Magno nos

seguintes moldes: "Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de

Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o

Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8,

de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos

termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º

deste artigo."

Diversos embates jurídicos foram travados dentro dos tribunais brasileiros, os quais

questionavam a validade das majorações de alíquotas e bases de cálculos impostas pelos

Decretos-Leis nºs 2.445/88 e 2.449/88; Emendas Constitucionais nºs 01/94, 10/96 e 17/97;

Leis nºs 9715 e 9.718/98; e Lei nº 10.637/02.

Destaca-se, por oportuno, que o Supremo Tribunal Federal já se manifestou em diversas

oportunidades sobre a materialidade do "PIS", afastando qualquer engessamento quanto as suas

alíquota e base de cálculo (vide: RE nº 390.840; Ag. Reg. nos Emb. de Declar. no RE nº 482.606-

2; e Ag. Reg. no Agravo de Instrumento nº 613.756/MG).

Ultrapassada a barreira histórica do "PIS", a questão enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal

acerca da inconveniência da sistemática não cumulativa para alguns setores é vital para

sobrevivência de alguns negócios.

Para o ministro Dias Toffoli, a Lei nº 10.637/02, embora válida, sofre um "processo de

inconstitucionalização" por conta da sua onerosidade excessiva para alguns contribuintes.

E o que isso quer dizer?

O comando legal em comento inibe o regular desenvolvimento dos negócios de diversas

sociedades empresárias, prejudicando a sua perenidade, em dissonância com o estatuído nos

artigos 3º e 170, ambos das Constituição Federal.

Nunca é demais relembrar que a Constituição, no parágrafo única do artigo 1º dispõe que "todo

o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos

termos desta Constituição"

Como se vê, a sociedade se encontra devidamente legitimada a exigir de seus representantes o

cumprimento dos preceitos constitucionais acima descritos mediante formulação de políticas

públicas, dentre elas as fiscais, que garantam a implementação e a eficácia dos objetivos

perseguidos na Constituição Federal nos seus preceitos fundamentais.

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Assim, fica clara a relevância desse tema, restando ao governo federal buscar uma saída viável

para esse imbróglio junto com a sociedade ao invés de simplesmente avaliar a edição de uma

nova Medida Provisória com essa finalidade.

STJ NEGA AUMENTO REAL A PREVIDÊNCIA PRIVADA

Fonte: Valor Econômico. A 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu, por meio de

recurso repetitivo, que os planos de previdência complementar não precisam dar aumentos reais

em seus benefícios para seguir índices aplicados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A decisão foi unânime.

Os ministros acompanharam o voto do relator, ministro Luís Felipe Salomão. Ele entendeu que

a previsão nos regulamentos de reajuste dos benefícios com base nos índices aplicados pelo

regime geral (INSS) não inclui a parte correspondente a aumentos reais.

Para o ministro, os regimes previdenciários são autônomos e na previdência complementar há

a necessidade de se observar o contrato previdenciário e o princípio do prévio custeio. O caso

julgado envolve a Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia) e um participante do

fundo. A Valia recorreu ao STJ após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

No processo, o participante pede aumentos reais estabelecidos por meio de portarias do

Ministério da Previdência Social para os anos de 1995 (10,27%), 1996 (3,375) e 2006 (1,74%).

Alega que o artigo 21, parágrafo 3º do Regulamento do Plano BD da Valia estabelece que as

suplementações "serão reajustadas nas mesmas datas em que forem reajustados os benefícios

mantidos pelo INPS e segundo os índices de reajustamento expedido pelo Ministério da

Previdência e Assistência Social".

Com base no dispositivo, o Tribunal de Justiça decidiu que essa previsão no estatuto "obriga a

entidade privada a conceder não só os mesmos índices de reajustes no sentido estrito concedido

pelo INSS, como também os aumentos reais neles incluídos".

O relator, ministro Luis Felipe Salomão, ao entender que existem muitos recursos idênticos,

resolveu afetar o recurso como repetitivo e submetê-lo à 2ª Seção. No julgamento, as defesas

da Valia e da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar

(Abrapp), que autuou como amicus curiae, alegaram que a previsão no regulamento não incluía

ganhos reais.

Segundo o advogado da Abrapp, Adacir Reis, do Reis Tôrres, Florêncio, Corrêa, Oliveira

Advocacia, "a previdência complementar possui custeio específico, distinto da Previdência

Social, cujo plano rege-se por rígidas bases atuariais, que impedem a concessão ou revisão dos

benefícios sem a respectiva receita de cobertura". Para Reis, "sem dúvida, tal decisão representa

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mais uma vitória para o Regime de Previdência Complementar Brasileiro, com grande

repercussão para as fundações".

A 2ª Seção tem compreendido bem o funcionamento do regime de previdência complementar

e tem estabelecido limites em recentes decisões, de acordo com o advogado. Entre os casos já

julgados, está o que restringiu a cesta alimentação apenas aos participantes que trabalhavam na

vigência de acordo coletivo que estabelecia esse benefício.

Outra decisão importante do STJ excluiu a aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC)

desses contratos. "Esse novo julgamento é mais um passo para que o STJ delimite com mais

nitidez o que pode e o que não pode. A Corte tem dado limites em prol da legislação e das

regras. Até porque não adianta o participante ativo receber mais e depois essa conta no futuro

não fechar", diz Reis.

Procurada pelo Valor, a Valia informou que não teve tempo hábil para responder.

BOLSAS DE ESTUDO E DEDUÇÃO DO ICMS

Fonte: Supremo Tribunal Federal. O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente ação

direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei 11.743/2002 do Estado do Rio

Grande do Sul, conferindo à decisão efeitos “ex nunc”, a partir da publicação da ata deste

julgamento. A lei impugnada assegura às empresas patrocinadoras de bolsas de estudo para

professores que ingressam em curso superior a possibilidade de exigir dos beneficiários serviços

para implementação de projetos de alfabetização ou aperfeiçoamento de empregados dessas

empresas, bem como outras atividades compatíveis com a sua formação profissional. O art. 3º

da lei impugnada autoriza o Poder Executivo a conceder à empresa patrocinadora incentivo

equivalente a 50% do valor da bolsa, a ser deduzido do ICMS.

De um lado, a Corte entendeu que o princípio federativo reclama o abandono de qualquer

leitura inflacionada centralizadora das competências normativas da União, bem como sugere

novas searas normativas que possam ser trilhadas pelos Estados-Membros, Municípios e

Distrito Federal. A “prospective overruling”, antídoto ao engessamento do pensamento jurídico,

possibilita ao STF rever sua postura em casos de litígios constitucionais em matéria de

competência legislativa, viabilizando o prestígio das iniciativas regionais e locais, ressalvadas as

hipóteses de ofensa expressa e inequívoca a norma da Constituição. Dessa forma, a

competência legislativa de Estado-Membro para dispor sobre educação e ensino, prevista no

art. 24, IX, da CF, autoriza a fixação, por lei local, da possibilidade de concessão de bolsas de

estudo a professores em aprimoramento do sistema regional de ensino.

Por outro lado, considerou que o pacto federativo reclama, para preservação do equilíbrio

horizontal na tributação, a prévia deliberação dos Estados-Membros para concessão de

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benefícios fiscais relativamente ao ICMS, na forma prevista no art. 155, § 2º, XII, “g”, da CF e

como disciplinado pela LC 24/1975, recepcionada pela atual ordem constitucional. Por esse

motivo, o art. 3º da Lei 11.743/2002 padece de inconstitucionalidade. Ao conceder benefício

fiscal de ICMS sem a antecedente deliberação dos Estados-Membros e do Distrito Federal,

caracteriza-se hipótese típica de exoneração conducente à guerra fiscal, em desarmonia com a

Constituição.

Vencido, em parte, o ministro Marco Aurélio, que julgava improcedente o pedido. Para o

magistrado, não se trataria, no caso concreto, de guerra fiscal, por não ter havido implemento

de um benefício fiscal propriamente dito, mas simples contrapartida para as empresas que

resolvessem adentrar esse campo e financiar o aprimoramento da classe dos professores.

ADI 2663/RS, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 8.3.2017. (ADI-2663).

PROJETO CONCEDE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PARA BENS ADQUIRIDOS POR ENTIDADES

Fonte: Câmara Legislativa. A imunidade do ICMS valerá só para bens e produtos que irão

compor o patrimônio da entidade ou serão utilizados na realização de seus objetivos

estatutários, como computadores e prédios

O deputado Francisco Floriano (DEM-RJ) apresentou projeto de lei na Câmara dos Deputados

que concede imunidade tributária a compras realizadas, no País, por partidos políticos, entidades

sindicais de trabalhadores, e instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos

(PL 5169/16).

A imunidade valerá apenas para as compras de bens e produtos que irão compor o patrimônio

da entidade ou serão utilizados na realização e manutenção de seus objetivos estatutários. Em

termos contábeis, são os bens que comporão o ativo imobilizado ou a conta de intangíveis das

entidades.

Controvérsia

O objetivo da proposta, segundo Francisco Floriano, é deixar claro na legislação que as

entidades estão imunes da cobrança do ICMS, imposto estadual que incide sobre a compra de

bens. Hoje, conforme explicou, existe uma controvérsia jurídica sobre a aplicação do tributo nas

aquisições feitas pelas entidades para o ativo imobilizado, como computadores e prédios.

Ele lembrou que as compras externas feitas pelas entidades já estão livres de tributos. “O que

defendemos é uma aplicação do direito de forma isonômica”, afirmou.

O projeto modifica o Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66), que concede imunidade

tributária sobre o patrimônio, a renda e serviços das entidades.

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“Os bens [adquiridos] compõem o patrimônio das entidades e estão atrelados à execução de

seus objetivos, não podendo, portanto, em respeito a norma constitucional, sofrerem a

incidência de qualquer imposto”, disse Floriano.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo nas comissões de Finanças e Tributação; e Constituição

e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

PL-5169/2016

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

Fonte: Receita Federal do Brasil

Solução de Consulta 99049 Cosit

DOU de 23/03/2017

Assunto: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS

EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE A RECEITA BRUTA. LEI Nº

12.546, DE 2011. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. NÃO SUJEIÇÃO.

As receitas decorrentes da atividade constitutiva do objeto social da Sociedade em Conta de

Participação devem compor a base de cálculo da contribuição previdenciária devida pelo sócio

ostensivo sujeito à contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta de que trata a Lei

nº 12.546, de 2011. SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA

N.º 9 – COSIT, DE 13 DE JANEIRO DE 2017. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº 7,

de 1970, artº. 1º, § 1º; Lei Complementar nº 70, de 1991, art. 1º; Lei nº 5.172, de 1966 (CTN),

arts. 97, 111 e 121; Lei nº 7.689, de 1988, art. 4º; Lei nº 10.406, de 2002, arts. 991 e 993; Lei

nº 12.546, de 2011, arts. 7º e 9º; Lei nº 8.212, de 1991, art. 15, I; Decreto nº 3.000, de 1999

(RIR/1999), art. 148; Decreto nº 4.524, de 2002, arts. 3º e 81; Instrução Normativa SRF nº 179,

de 1987; Instrução Normativa SRF nº 390, de 2004, art. 8º; Instrução Normativa RFB nº 1.252,

de 2012, arts. 1º e 4º, § 4º; Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 2013, art. 1º, § 1º; Instrução

Normativa RFB nº 1.470, de 2014, art. 52.

CÂMARA REJEITA DESTAQUES E CONCLUI VOTAÇÃO DO PROJETO QUE LIBERA TERCEIRIZAÇÃO

Fonte: Agência Brasil. Com a rejeição dos seis destaques propostos por partidos de oposição

para modificar o texto, a Câmara dos Deputados concluiu hoje (22) a votação do Projeto de Lei

(PL) 4.302/1998 que libera a terceirização para a contratação de empregados em todas as

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atividades das empresas. Com a conclusão da votação, o projeto segue agora para sanção

presidencial.

O plenário aprovou a matéria por 231 votos a favor, 188 contra e 8 abstençõesMarcelo

Camargo/Agência Brasil

Na noite desta quarta-feira, o plenário aprovou a matéria por 231 votos a favor, 188 contra e

8 abstenções. Pelo projeto, as empresas poderão terceirizar também a chamada atividade-fim,

aquela para a qual a empresa foi criada. A medida prevê que a contratação terceirizada possa

ocorrer sem restrições, inclusive na administração pública.

Atualmente a legislação veda a terceirização da atividade-fim e prevê a adoção da prática em

serviços que se enquadrem como atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão

diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa.

Entre os destaques rejeitados estão um do PDT que pedia a retirada do texto do ponto que

prevê a possibilidade de contratação de temporários para substituir grevistas se a greve for

declarada abusiva ou houver paralisação de serviços essenciais.

Também foi rejeitado o destaque do PT que pretendia retomar texto da Câmara para que o

contrato temporário fosse restrito ao meio urbano e excluísse o meio rural. O destaque também

determinava a proibição da realização de contratos temporários entre empresas do mesmo

grupo econômico.

Outro destaque rejeitado, apresentado pelo PSOL previa a supressão da previsão de

responsabilidade subsidiária das empresas contratantes e a inserção no seu lugar da

responsabilidade solidária, na qual a responsabilidade pelos direitos trabalhistas é dividida entre

a empresa contratante e contratada. Com a manutenção da responsabilidade subsidiária, as

empresas contratantes só terão algum tipo de responsabilidade, em caso de dívidas trabalhistas,

se a contratada não conseguir saldar os débitos

MINAS GERAIS VOLTA A REGISTRAR SALDO POSITIVO DE VAGAS DE EMPREGO

Fonte: Agência Minas. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)

mostram que o estado registrou 9.025 vagas

O Estado de Minas Gerais voltou a ter saldo positivo na geração de postos de trabalho no mês

passado, totalizando 9.025 vagas. Para se ter uma ideia, no mesmo período de 2016, o saldo

entre admissões e demissões estava negativo em 3.309 ocupações no Estado.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No país, o número

de postos de trabalho em fevereiro foi de 35.612. Em janeiro deste ano, o saldo do Caged em

Minas ficou negativo em 185 vagas, ao contrário do mesmo período do ano passado, quando

havia uma retração de -16.418 postos de trabalho.

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De acordo com o Painel de Monitoramento do Sistema Nacional de Emprego (Sine)

da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), que mostra o

desempenho de sete serviços disponibilizados pelas 134 unidades do Sine no estado, em

fevereiro deste ano houve a colocação no mercado de trabalho de 2.330 trabalhadores, bem

acima dos 1.594 inseridos nas vagas disponibilizadas pelas empresas em igual mês de 2016.

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Políticas para Inclusão ao Emprego da Sedese,

Emanuel Camilo de Oliveira Marra, o desemprego continua muito elevado, superando 12 mil

desocupações no país, o pior desempenho desde 2012.

“Em 2016, foi o ano mais crítico da crise. O que houve foi um arrefecimento no desemprego.

Tivemos uma menor degradação do mercado de trabalho”, avaliou.

Ainda de acordo com o Painel de Monitoramento, o número de atendimentos nas unidades do

Sine chegou a 167 mil no mês passado, 16.893 a mais em igual mês do ano anterior.

FORÇA-TAREFA INVESTIGA TRANSPORTE INTERMUNICIPAL CLANDESTINO DE PASSAGEIROS

Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda. Nos últimos cinco anos, empresas irregulares causaram

prejuízo de R$ 93 milhões aos cofres públicos.

Com o objetivo de combater o transporte clandestino de passageiros em Minas Gerais e

consequente sonegação fiscal, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) deu

início à operação “Ponto Final”, nesta terça-feira (21/3).

A ação da força-tarefa – formada pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF), Ministério Público

(MP) e Polícia Militar (PM) – contou com o apoio do Departamento de Edificações e Estradas

de Rodagem (DEER) e teve como alvo 15 empresas de turismo com sedes em Belo Horizonte,

Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Governador Valadares e Uberlândia. Ao todo, foram

cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de 13 conduções coercitivas expedidas

pela Justiça.

De acordo com as investigações, as empresas constituídas como sendo de turismo ofereciam,

irregularmente, serviços de transporte intermunicipal para várias cidades do interior do estado,

principalmente para as regiões do Norte de Minas e do Vale do Aço. Para dificultar a fiscalização,

tanto a venda das passagens quanto os pontos de embarque e desembarque eram feitos em

locais alternativos.

“Essas empresas poderiam, por exemplo, fretar um ônibus de viagem para um grupo de pessoas

para um determinado local. O problema é que elas criaram grades, com horários fixos e

regulares, realizando a linha Belo Horizonte-interior, oferecendo as passagens com valores

muito reduzidos se comparados aos ofertados pelas empresas detentoras da concessão do

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serviço público de transporte”, afirma a promotora de Justiça, Cláudia de Freitas, do Centro de

Apoio Operacional de Crimes contra a Ordem Econômica e Tributária.

Além de promoverem concorrência desleal, as empresas deixavam de recolher os impostos

devidos, resultando em prejuízo aos cofres públicos.

Segundo o superintendente de Fiscalização da Receita Estadual, Carlos Renato Confar, por

causa do transporte intermunicipal clandestino de passageiros, o Estado de Minas Gerais deixou

de arrecadar cerca de R$ 93 milhões nos últimos cinco anos. Desse total, R$ 53 milhões

referem-se apenas ao período de 2016.

“Em relação ao prejuízo causado pelas 15 empresas investigadas, o levantamento ainda está

sendo feito. O que podemos adiantar é que essa ação será estendida ao interior do Estado, nas

várias regiões atingidas pelo transporte clandestino. Para se ter uma ideia, comparando os dados

de transportes ocorridos em abril de 2012 e de 2016, a emissão de passagens das empresas

legalmente constituídas reduziu em dois milhões. Então, essa irregularidade precisa ser

combatida pois coloca em risco a vida dos passageiros e também diminui a oferta formal de

empregos, prejudicando toda a sociedade”, ressalta Confar.

Durante a operação “Ponto Final”, 70 ônibus que fazem parte da frota das empresas

investigadas tiveram a documentação apreendida e estão impedidos de circular. As pessoas

conduzidas coercitivamente prestaram depoimento no prédio do Ministério Público, em Belo

Horizonte, e foram liberadas.

A ação na manhã desta terça-feira (21/3) contou com a participação de 50 auditores fiscais da

Receita Estadual, três promotores de Justiça, 102 policiais militares e três fiscais do DEER.

O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes

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