spm informa julho 2011

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Justiça manda usina pagar direitos trabalhistas a índios e migrantes em Naviraí Em audiência realizada em 27 de julho, juiz determina que a Usina Infinity Agrícola deverá pagar todos os direitos trabalhistas de seus empregados Assessoria de imprensa do TRT/MS-cb Na audiência de conciliação, realizada na cidade de Naviarí pelo juiz do Trabalho substituto, Márcio Kurihara Inada, no último dia 27 de julho, a Usina Infinity Agrícola se comprometeu a pagar todos os direitos trabalhistas dos cortadores de cana-de- açúcar que estavam em greve há cerca de um mês. Durante a fiscalização realizada pelo grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, no final de junho, os auditores encontraram trabalhadores em situações análogas a de escravos. Inicialmente, o Ministério Público do Trabalho pediu a rescisão de todos os contratos, em razão do descumprimento de diversas normas de higiene, saúde e segurança do trabalho. Entretanto, conforme foi conciliado com o Sindicato, a Infinity terá que rescindir contrato aos que desejarem, com o pagamento de verbas rescisórias - incluindo os salários desde a interrupção dos trabalhos até o dia 26 de julho aviso prévio indenizado, multa de 40% sobre o FGTS, saldo de salário, 13º e feriais proporcionais; além do transporte ao retorno para o local de origem do trabalhador, incluindo despesas para alimentação durante o trajeto. Caso mais de 300 trabalhadores confirmarem o interesse de rescisão, o prazo para cumprimento do acordado é até o dia 3 de agosto. Se o número for menor, o prazo é até o dia 29 de julho. Segundo Inada, a empresa comprometeu-se a condicionar a retomada dos trabalhos paralisados devido a regularização do cumprimento das normas de saúde, higiene e segurança do trabalho. Segundo o Sindicato da categoria, dos 827 trabalhadores da Usina, entre os quais 285 são indígenas da região e 542 migrantes de Minas Gerais e estados da região Nordeste, cerca de 480 já manifestaram interesse em rescindir o contrato de trabalho. Ano: 03 Edição: 22 Julho de 2011

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Informativo Mensal do SPM Nacional sobre as atividades desenvolvidas em cada uma das Secretarias Estaduais do Serviço Pastoral dos Migrantes.

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Page 1: SPM Informa julho 2011

Justiça manda usina pagar direitos trabalhistas a índios

e migrantes em Naviraí Em audiência realizada em 27 de julho, juiz determina que a Usina Infinity Agrícola deverá

pagar todos os direitos trabalhistas de seus empregados

Assessoria de imprensa do TRT/MS-cb

Na audiência de conciliação, realizada na cidade de Naviarí pelo juiz do Trabalho

substituto, Márcio Kurihara Inada, no último dia 27 de julho, a Usina Infinity Agrícola

se comprometeu a pagar todos os direitos trabalhistas dos cortadores de cana-de-

açúcar que estavam em greve há cerca de um mês.

Durante a fiscalização realizada pelo grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do

Trabalho e Emprego, no final de junho, os auditores encontraram trabalhadores em

situações análogas a de escravos.

Inicialmente, o Ministério Público do Trabalho pediu a rescisão de todos os contratos,

em razão do descumprimento de diversas normas de higiene, saúde e segurança do

trabalho. Entretanto, conforme foi conciliado com o Sindicato, a Infinity terá que

rescindir contrato aos que desejarem, com o pagamento de verbas rescisórias -

incluindo os salários desde a interrupção dos trabalhos até o dia 26 de julho – aviso

prévio indenizado, multa de 40% sobre o FGTS, saldo de salário, 13º e feriais

proporcionais; além do transporte ao retorno para o local de origem do trabalhador,

incluindo despesas para alimentação durante o trajeto.

Caso mais de 300 trabalhadores confirmarem o interesse de rescisão, o prazo para

cumprimento do acordado é até o dia 3 de agosto. Se o número for menor, o prazo é

até o dia 29 de julho.

Segundo Inada, a empresa comprometeu-se a condicionar a retomada dos trabalhos

paralisados devido a regularização do cumprimento das normas de saúde, higiene e

segurança do trabalho.

Segundo o Sindicato da categoria, dos 827 trabalhadores da Usina, entre os quais 285

são indígenas da região e 542 migrantes de Minas Gerais e estados da região

Nordeste, cerca de 480 já manifestaram interesse em rescindir o contrato de

trabalho.

Ano: 03 Edição: 22 Julho de 2011

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Fonte: http://www.midiamax.com.br/noticias/762907-

justica+manda+usina+pagar+direitos+trabalhistas+indios+migrantes+navirai.html

As equipes da Pastoral dos Migrantes de Campo Grande e de Naviraí, que integram a Equipe Móvel de

Fiscalização, junto com o Ministério do Trabalho, participaram dessa atividade de fiscalização.

Semana do Migrante 2011: “Migrações e mudanças climáticas”

Diocese de ji-paraná - RO

A Semana do Migrante deste ano, que tem como tema “Migrações e mudanças climáticas”,

iniciou seus preparativos cedo

Devido ao fato de a equipe se encontrar reduzida, realizou-se o coletivo de formação

em abril para que as propostas pudessem ser mais bem analisadas. A partir do

coletivo de formação, foram definidas algumas atividades, sempre relacionadas à

temática “Migrações e mudanças climáticas”:

- Realizar uma mostra de filmes nas escolas públicas de Ji-Paraná;

- Organizar o seminário com o tema: “Migrações, meio ambiente e direitos humanos –

desafios e perspectivas”;

- Celebração regional dos migrantes juntamente com as quatro paróquias do setor

cidade.

Para a mostra de filmes, foram selecionadas como possíveis locais para exibição:

Escola Jardim dos Migrantes, Escola Lauro

Benno, Escola Jovem Vilela, Escola

Gonçalves Dias e Escola Aluisio Ferreira.

Cada uma das instituições recebeu um kit

contendo os filmes exibidos (Tráfico de

pessoas, Fronteiras das Almas e Carta

Azulejo) e informações sobre o evento.

As escolas receberam bem a proposta, em

média duas turmas de 30 alunos por

escola, nas disciplinas transversais como

sociologia, história, geografia, por

exemplo.

Na sequência das mostras de filmes, no

dia 17 de junho, foi realizado o seminário

com o tema “Migrações, meio ambiente e

direitos humanos – desafios e

perspectivas”, com a participação de Mario Jonas Guterres (advogado, militante da

pastoral dos migrantes e leigo scalabriniano, abordando a temática dos direitos e da

criminalização do migrante, no atual contexto de Porto Velho). Francisco Redante,

de Ji-Paraná, expôs sobre a caminhada histórica da Pastoral dos Migrantes no Brasil e

em Ji-Paraná; A professora Jania Maria de Paula apresentou o resultado da pesquisa

realizada com grupo de alunos de Geografia do Instituto Federal de Rondônia sobre a

Page 3: SPM Informa julho 2011

qualidade de vida do migrante na periferia de Ji-paraná, e Dom Antônio Possamai,

Bispo emérito de Ji-Paraná, presidente do SPM por oito anos, falou sobre os impactos

dos grandes projetos no Brasil e em Porto Velho a partir da construção da Usina de

Santo Antônio e Jirau.

*********

No sábado, dia 18 de junho, ocorreu a Celebração Eucarística

Regional, que contou com a colaboração do grupo de leigos das

paróquias do regional centro e a participação de pessoas de

todo o Brasil e ainda alguns da Itália e das Filipinas.

Ao final da eucaristia, através da partilha dos alimentos trazidos

pelas comunidades das nossas quatro paróquias, todos se fartaram

e ainda sobraram muitos cestos que foram levados a outros irmãos

necessitados de pão em nossa cidade. Como nos dizia Scalabrini:

No migrante eu vejo o Senhor.

A semana do Migrante contribuiu para animar e fortalecer a

Pastoral dos Migrantes na Diocese de Ji-Paraná. Pequena semente

que continua, há mais de 25 anos, produzindo frutos nestas terras

fecundas de Rondônia. Por tudo isso, demos graças.

Pela equipe da Pastoral dos Migrantes de ji-paraná

Ir. Carolina de França, mscs.

Semana dos Migrantes Vale do Jequitinhonha-MG

Maio, junho e julho foram meses de trabalho intenso de preparação e realização da Semana dos

Migrantes.

Neste ano, a pastoral intensificou as atividades da Semana e atendeu a convites das

Universidades Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), onde apresentou o

trabalho realizado ao longo dos anos – apresentando os problemas, desafios e os

resultados dessas migrações.

E também ao convite do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) onde, junto

com a Pastoral da Terra, apresentou o plano de trabalho da Pastoral, além de mostrar o

trabalho feito com famílias e comunidades quilombolas. O encontro foi realizado na

Diocese e também teve a participação de estudantes e professores, os quais ficaram

sensibilizados com a apresentação.

Na semana de atividades que o Instituto realizou, a Pastoral dos Migrantes pautou o

tema migração e mudanças climáticas – mostrando os impactos e trabalho feito pela

Pastoral. Em outros encontros da semana, a temática de migração e do meio ambiente

voltou ao debate.

--

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No dia 19 de julho, participamos da reunião da associação da comunidade quilombola

Baús. Discutimos sobre a nova diretoria, como retomar os trabalhos, a proposta de se

criar um projeto para apresentar aos deputados, referente à questão das terras

quilombolas, e também formas de arrecadar dinheiro para a própria associação.

--

Pastoral do Migrante de Araçuaí-MG participa do fórum da

Mulher em Jequitinhonha MG No mês de maio, dias 20 e 21, realizou-se na Cidade do Jequitinhonha o “Fórum da Mulher”,

coordenado pela UFMG

O Fórum reuniu cerca de dezesseis cidades

do Médio, Alto e Baixo Jequitinhonha.

Participaram mulheres que estão nas

lideranças de Associações, Sindicatos, de

entidades responsáveis pelas áreas de

educação, saúde e cultura popular, entre

outras instituições.

A pastoral dos migrantes foi convidada a

fazer parte da mesa redonda, trazendo para

os debates o tema da migração e o trabalho

que vem sendo realizado com as mulheres

nesta realidade, o que causou forte impacto

nos participantes, principalmente do Alto e Baixo Jequitinhonha.

A Mulher e migração no Vale do Jequitinhonha

No Fórum, foram debatidas as diversas

situações vividas hoje pelas mulheres do

Vale em relação à migração, saúde,

educação, relações de gênero.

Um dos temas centrais debatidos foi as

diversas formas de violência que atingem

as mulheres. Como resultado, formou-se

uma comissão que trabalhará na

preparação do próximo encontro que já

está marcado para Itaobim. A Pastoral dos

Migrantes foi convidada a integrar essa

comissão.

Como proposta concreta, decidiu-se trabalhar esse tema da violência durante o ano.

Esse mesmo tema foi debatido em uma das oficinas no encontro de mulheres

organizado pela coordenação da AMOVAJE e pela Pastoral do Migrante, no dia 29 de

maio.

Page 5: SPM Informa julho 2011

Pastoral dos Migrantes da Diocese de Araçuaí realiza

primeiro encontro sobre a Semana do Migrante Encontro em Itaobim-MG, em 4 de junho, deu início ao 1º evento da Semana dos Migrantes

O encontro teve como objetivo a discussão do tema da Semana dos Migrantes,

“Migrações e Mudanças Climáticas: o que temos a ver com isso?” e contou com a

participação de 25 trabalhadoras e trabalhadores rurais.

Utilizamos a metodologia “ver, julgar e agir”. O diálogo entre os participantes foi

muito rico, trazendo ao debate a questão das queimadas, monocultivos de eucalipto,

impactos das hidroelétricas e do agronegócio nas mudanças climáticas.

As mudanças climáticas na região são

sentidas pelos moradores. Já se observa que

há sinais de seca. Essas mudanças se devem

à forma como o solo vem sendo utilizado,

com a realização de queimadas que emitem

mais CO2 na atmosfera.

Olhar teológico: O livro de Gênesis

Os participantes foram convidados a olhar

para a história da criação. A obra de Deus

está como Ele fez? Não, o nosso planeta

está realmente destruído pela ganância do

homem.

Os participantes apresentaram suas preocupações em relação ao trabalho no campo:

como não queimar, se os trabalhadores pobres não têm acesso ao trator para

trabalhar a terra? É preocupante, mas não tem política voltada para os agricultores.

Segindo o livro dos apocalipses “Novo Céu e nova terra”, é necessária a organização

do povo para buscar políticas voltadas para as comunidades camponesas.

Manifestação dos moradores do Bairro Porto Alegre:

Associação ACOBAPA - ITINGA No dia 23 de junho foi realizada manifestação em repúdio aos prejuízos que as pedreiras vêm

causando na cidade de Itinga e outros municípios vizinhos

O manifesto foi coordenado pela Associação Comunitária do Bairro Porto Alegre

(ACOBAPA) com o apoio da Prefeitura Municipal, Pastoral dos Migrantes e Sindicato

dos trabalhadores Rurais de Itinga.

O objetivo foi levar a população a se mobilizar

e questionar. União, faixas e muita indignação

fizeram parte do protesto. Os moradores das

Page 6: SPM Informa julho 2011

ruas Humaitá, Itaobim e Chico Paraíba afirmam que o transporte de granito feito por

carretas que passam pelas vias estão prejudicando a população. A presidente da

associação do bairro, Vanuza Alves de Oliveira, aponta diversos problemas causados

pela situação, até mesmo relacionados a área de saúde.

A população está preocupada com os prejuízos causados nas ruas por onde passam as

enormes carretas com o granito, pois é intenso e o patrimônio destruindo. Cada vez

mais, dia após dia, as ruas vão se acabando, as casas não têm estrutura para

enfrentar o peso das carretas, além da depredação ambiental, que vem sendo tão

discutida em relação às questões climáticas.

No manifesto foi pedida tomada de providências com urgência. Alguns moradores

deram depoimentos sobre problemas de saúde que vem enfrentando devido a poeira

do granito, problemas com o encanamento de água, ou seja, canos quebrados com o

peso das carretas, deixando muitos moradores sem água. As ruas calçadas em pouco

tempo já estão com problemas e muitas em estado de calamidade. Diante desses

problemas, os moradores se uniram para reivindicar e impedir a passagem das

carretas por essas ruas. Durante a manifestação foi tirada uma comissão que

apresentou as reivindicações ao poder público e aos representantes da empresa de

transporte das pedreiras.

Negociações:

As empresas terão 60 dias de prazo para mudar o roteiro de passagem das carretas e

foram isentadas de alguns impostos nesse período para consertar duas pontes por

onde as carretas vão transitar.

Ficou acertada também uma nova reunião no dia 9 de agosto com representantes das

nove empresas de granito e prefeituras de Itinga, Itaobim e Medina para o

cumprimento das reivindicações dos moradores do Bairro Porto Alegre. Nessa

negociação estarão presentes também representantes dos moradores das ruas

prejudicadas e da Associação.

Proposta: Se as empresas não cumprirem o acordo no dia determinado, eles vão

fechar o trânsito. Foi um fato que marcou a comunidade no crescimento da

consciência e a política marcou um ponto na tomada de posição do lado dos

moradores.

Realização da reunião de planejamento para a gestão do

novo Conselho Gestor da APA em Araçuai Pastoral do Migrante, integrante do Conselho, participou da reunião em que foram traçadas

estratégias, em face ao avanço do eucalipto na região

O plano definiu algumas atividades como o

reconhecimento da APA em âmbito de Estado; a

demarcação de toda a área de localização da APA;

o manejo ambiental com monitoramento

participativo comunitário; a formação de novas

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lideranças jovens com estratégia de sustentabilidade, tentando envolver as escolas,

famílias agrícolas e a universidade local; estimular o replantio de pequi e araticum,

que são grandes riquezas na vida dos agricultores e agricultoras da região.

Para divulgar o reconhecimento da APA e a defesa do lagoão, foi sugerido um evento

na “semana do grito dos excluídos”, dia 3 de setembro, com panfletagem na feira da

cidade, música e teatro em frente ao mercado.

Potencialidades e desafios:

Entre as potencialidades, as comunidades elencaram as belezas da região e a

diversidade da flora, de frutas e de plantas medicinais, além da quantidade de

nascentes de água, cerca de 139. Além disso, há também um Conselho ativo; a lei

orgânica; a presença da ASA e o programa de habitação rural.

Entre os desafios, foram apontados os conflitos com o sistema produtivo, o

agronegócio, a necessidade de fortalecimento da identidade da APA (que é resultado

do envolvimento dos moradores) e a necessidade de envolver outros interessados

pelo assunto, mas que atualmente não têm tido uma participação ativa, como as

comunidades do lagoão, da Secretaria do Meio Ambiente e da Polícia Militar. Os

desafios abrangem desde a questão do desenvolvimento de uma logomarca, processos

administrativos, o envolvimento de pessoas de toda a região, até mesmo a

necessidade de levar os temas ao poder público.

Realizada mesa redonda para incentivar e fortalecer

educação diferenciada para jovens do Campo Pastoral dos Migrantes e Pastoral da Terra e Povos Indígenas Aranhas debateram questões

relacionadas aos direitos humanos e condições de trabalho da população rural

As pastorais dos Migrantes e da Terra contaram os motivos que fizeram com que

fossem fundadas: latifúndio, construção de barragens, expulsão dos camponeses -

forçando a migrarem - entre outros motivos, criaram ameaças à vida do povo do Vale

do Jequitinhonha, tornando necessária a criação das Pastorais.

Após essa introdução, as pastorais apresentaram suas propostas de trabalho, que

envolvem a formação da consciência dos trabalhadores e suas comunidades, passando

pela explanação da importância de organizações como as associações, sindicatos e

dos direitos humanos dos trabalhadores. Terminaram a apresentação debatendo os

desafios que o povo migrante enfrenta hoje:

produção, mecanização, sonhos e ameaças.

Nesse âmbito, deixaram claro que para ultrapassar

esses desafios são necessárias iniciativas na região,

com foco nas escolas, nas famílias e organizações,

além de lutar por direitos trabalhistas, sociais e

econômicos, para criar uma sociedade mais justa

para todos.

Page 8: SPM Informa julho 2011

Horta da Associação Comunitária do Bairro Porto Alegre

(ACOBAPA) Itinga, enfrenta problemas com altas taxas

de consumos de água Altas taxas do valor da água, dificuldades de pagar as contas da água, esses são alguns

desafios que os integrantes da horta comunitária do bairro Porto Alegre em Itinga vem

enfrentando

A horta comunitária do bairro Porto

Alegre, da qual participam 13 famílias,

produz hortaliças sem o emprego de

pesticidas, adubos químicos ou outros

insumos que possam afetar o homem e

a natureza. Tem-se como princípio

fundamental manter o solo saudável,

dentro dos padrões ecológicos, obtendo

assim plantas saudáveis e resistentes a

pragas e doenças. A horta comunitária

vem garantindo a segurança alimentar

dessas famílias. Entretanto, os

associados estão passando por sérias

dificuldades em relação ao fornecimento de água para irrigar a horta.

Essa época do ano é o momento da produção de hortaliças. Não sendo período

chuvoso, faz-se necessário irrigar o solo para alcançar a produção desejada. O grupo

se reuniu para discutir como resolver o problema das altas taxas de água que vem

causando alguns transtornos para as famílias. Algumas famílias não possuem

condições econômicas para pagar as taxas de água gasta na própria residência. Para

solucionar o problema, com determinação, alguns integrantes da horta comunitária,

junto com membros da Pastoral dos Migrantes, foram até a Prefeitura pedir ajuda.

Um funcionário da prefeitura informou sobre a possibilidade de implantação de uma

adutora de água bruta para irrigar a horta. Para obter o benefício, os associados se

uniram e, junto com a Pastoral dos Migrantes, elaboraram um pequeno projeto,

encaminhado ao prefeito de Itinga, visando a reverter a situação.

Comunidades quilombolas comungam suas tradições

Para valorizar suas histórias, cultura e as tradições, comunidades quilombolas se

encontraram em um grande evento marcado de muita alegria, satisfação e euforia

Promovido pela Pastoral dos Migrantes e parceiros (STR, CPT e Caritas) o evento

aconteceu no dia 03 de julho na cidade de Araçuaí-MG. Foram reunidas comunidades

quilombolas de Araçuaí (Baú-Pipoca, Arraial dos Crioulos, Córrego do Narciso e Ponte

do Gravata), Itinga (Jenipapo) e Chapada do Norte (Cuba e Faceira,) totalizando

aproximadamente 400 pessoas, entre jovens, crianças e adultos.

Page 9: SPM Informa julho 2011

O encontro foi enfatizado com a mística de abertura

que trouxe a espiritualidade em forma de poema. A

comunidade de Córrego da Velha finalizou a mística com

a apresentação da tradicional festa da bandeira.

Participantes de entidades e grupos de mulheres que

também estiveram presentes deram suas contribuições

na forma de valorizar a pureza das tradições dessas

comunidades.

Com muita inspiração, rumores de tambores, cantigas, viola, sanfona, vestes, cada

comunidade levou a sua expressão cultural a se fazer presente durante as

apresentações. Os afrodescendentes mostraram sua beleza e alegria coletiva

dançando e cantando, contagiando todos os participantes do evento, que retratou a

identidade quilombola de um povo marcado por histórias de resistências, fugas. O

encontro foi também uma forma de promover trocas de experiências entre as

comunidades, grupos de mulheres e outros participantes

presentes.

Outro grupo que teve uma presença bastante comovente foi

o grupo de percussão, Afro-quingem. O trabalho desse grupo

tem como objetivo estimular a diversidade cultural através

da música, trabalhando a questão racial e a inclusão social, é

formado por crianças e adolescentes. Os participantes foram

guiados pelo toque dos instrumentos e se deixaram comover

ao som dos percussionistas mirins.

Dentre os acontecimentos, teve-se o almoço comunitário e, ao início da tarde,

retomaram-se as apresentações das comunidades, que voltaram com muito ânimo e

alegria.

O encontro encerrou-se às 19h com a apresentação da

última comunidade, que além da folia, reis e batuque,

trouxe também como revelação novos talentos da

musica.

Povo combatente da Pastoral dos Migrantes - Nordeste

Queridos(as) estivemos Otto e eu , no encontro dos jovens indígenas de Pernambuco,

nos dias 22, 23 e 24 com a participação de 128 pessoas. Na ocasião, apresentamos as

grandes obras e seus impactos sociais, destacando, entre eles, a migração forçada

pelo esbulho das terras de comunidades indígenas, quilombolas e população difusa -

Page 10: SPM Informa julho 2011

por onde esses empreendimentos irão passar- e a migração de atração por

oportunidades. Essas duas modalidades de migração sempre acarretam vários tipos

de consequências, dentre elas: prostituição, subempregos, drogas sintéticas e tráfico

de armas e exploração de mão de obra destes migrantes.

Tivemos a oportunidade de apresentar os slides feitos para o seminário nacional do

SPM, que abordou as grandes obras e seus impactos socioeconômicos e ambientais.

Enfatizamos as consequências sociais, por já haver um farto material dos impactos

ambientais e por causa do tipo de migração que encontramos nessas obras. Casos em

que a população que é removida de determinada área para não dificultar as obras

estão cada vez mais frequentes, segundo pesquisa realizada nos últimos três meses.

Com alegria,

Roberto Saraiva

Trabalhadores, qual o sentido da luta? A Amazônia brasileira está sendo considerada fronteira importante para a geração de

energia nova pois, para a região Norte, o Programa de Aceleração do Crescimento

(2007-2010) previa nove usinas hidrelétricas em implementação e a serem

implementadas entre elas Belo Monte no rio Xingu (5.681 MW), Santo Antônio (3.150

MW) e Jirau (3.300 MW) no rio Madeira. No

plano socioeconômico, o discurso para a

construção das usinas tinha/tem como base a

geração de emprego e o desenvolvimento e,

em relação ao “Complexo Madeira”, a geração

de mais 22 mil postos de trabalho só com a

usina de Jirau, e mais de 40 mil nas duas

usinas.

Fato é que a migração intensiva para Rondônia

evidenciou graves problemas devido à falta de

infraestrutura urbana, precário atendimento a

saúde e ineficiente política habitacional para atender a crescente demanda. A

desterritorialização de populações tradicionais (ribeirinhos, pescadores, quilombolas)

de seus territórios, os impactos em áreas indígenas, os impactos ambientais ainda

imprecisos averiguados com os EIA-RIMAs e a viabilidade econômica dos

empreendimentos são aspectos também a serem considerados neste processo.

Outro elemento extremamente relevante refere-se à degradação do trabalho, que

levaram aos conflitos envolvendo trabalhadores no canteiro de obras da usina

hidrelétrica de Jirau, nos dias 15 a 17 de março do corrente ano, que é a maior obra

tocada com recursos do PAC previstos na ordem de 11 bilhões.

Após esses acontecimentos, a saída emergencial adotada foi que a grande maioria

dos trabalhadores de outras regiões e estados da Amazônia teve de retornar aos seus

Page 11: SPM Informa julho 2011

lugares de origem até que as condições de trabalho fossem retomadas, tendo em

vista que seus empregos e salários seriam mantidos enquanto essa situação

permanecesse.

Como intermediação deste processo, houve a interferência direta da Presidência da

Republica, do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério de Minas e Energia e Casa

Civil, que pode ser visto desde a ação questionável da Força Nacional de Segurança

no canteiro de obras da usina de Jirau até os dias de hoje, bem como a declaração do

Ministro do Trabalho e Emprego e da Secretaria Geral da Presidência da República

que apontaram como saída a redução do número de trabalhadores na referida usina.

Literalmente uma medida lamentável que passará a respaldar a dispensa em massa

de trabalhadores migrantes da usina de Jirau.

Se inicialmente o número significativo dos postos de trabalhos foi considerado como

bandeira para respaldar a construção das usinas na Amazônia, no caso em questão,

após a revolta de Jirau esse argumento chegou a ser apresentado como uma das

causas da referida revolta. Todavia, as questões centrais devem ser buscadas na

forma atropelada como tais obras, inclusive

outras do PAC, estão sendo tocadas, com

cronogramas recordes, antecipações em quase

um ano da entrega da energia a ser produzida

e, consequentemente, a real possibilidade de

intensificar os lucros das empresas envolvidas

na obra.

O tempo transcorrido da revolta de Jirau

mostrou um enxugamento no número de

trabalhadores, que segundo informações

divulgadas em Jornais de circulação nacional,

chegam a quase 6.000 trabalhadores. Compreender como e em quais circunstâncias a

demissão desses trabalhadores vem ocorrendo é urgente e exige das autoridades

competentes, como o MPT, e sindicato dos trabalhadores medidas urgentes.

Em Porto Velho, segundo relatos dos próprios trabalhadores, os que ao retornarem de

seus locais de origem, por conta própria, sem serem comunicados oficialmente pela

empresa responsável pela obra, descobriram que tinham sido demitidos por justa

causa, com base no argumento de abandono de emprego.

Essa é a realidade dos trabalhadores que foram e estão sendo despejados de um

hotel em Porto Velho, que para a empresa, por não terem mais vínculo trabalhista

com a obra não poderiam permanecer hospedados até que a rescisão de contrato e os

devidos acertos trabalhistas ocorressem.

Page 12: SPM Informa julho 2011

Trabalhadores denunciam suas condições de abandono

para a Irmã Maria Ozânia, da Pastoral do Migrante de RO

Segundo os trabalhadores, foi-lhes proposto o ressarcimento dos custos com o transporte de

volta aos lugares de origem, mas arcando com o ônus de uma demissão por justa causa, por

abandono de emprego

Um grupo de quase 20 trabalhadores com os quais conversamos, compartilharam

conosco seus dramas, alguns emocionados e abalados psicologicamente devido às

condições de total desamparo por parte da

empresa, do longo tempo de espera para uma

decisão judicial dos processos em tramitação.

Não lhes restando alternativa para permanecer

em Porto Velho, lutando por seus direitos,

acabaram sendo instalados em um alojamento

improvisado fornecido pelo Sindicato dos

Trabalhadores da Indústria da Construção Civil

do Estado de Rondônia (STICCERO), que

também está dando assessoria jurídica para

que os mesmos tenham seus direitos

trabalhistas garantidos.

No alojamento citado, os trabalhadores têm acesso a um colchão, luz e água, mas a

alimentação deve ser bancada pelos mesmos, apesar de não terem recursos, de

estarem em condições precárias, com a ajuda de alguns trabalhadores que realizam

trabalhos temporários na forma de diária para conseguirem comprar alguns alimentos

básicos. Indignados às condições degradantes pelas quais estão passando, que ferem

o direito básico da dignidade humana, nos mostram a geladeira e a refeição que

estava sendo preparada em um fogão de quatro bocas para alimentar todos os

trabalhadores da casa. Choca ver que na geladeira há somente garrafas pets com

água, nada mais para alimentá-los, como frutas, verduras, legumes. Os colchões, nos

quartos, na sala e na varanda na parte da frente da casa, estão dispostos no chão,

sem lençóis e qualquer condição confortável para uma noite de sono, já que os

mesmos são extremamente finos. As condições térmicas da casa é sufocante devido

ao calor, ainda mais intenso sem o acesso a ventiladores.

Os relatos expõem não somente as condições degradantes de “descartes” (como

autodenominam) pelas quais estes trabalhadores foram submetidos aos serem

demitidos em tais circunstâncias, sem nenhum acompanhamento jurídico, não sendo

respeitados os acordos feitos na época da revolta entre sindicato dos trabalhadores,

MPT e empresas responsáveis pela obra de Jirau, quando foram obrigados a

retornarem para suas casas e aguardarem a retomada das atividades laborais. Fere

também a dignidade humana do trabalhador o fato de ao saber que tinham sido

demitidos, no canteiro de obra, quando do seu retorno ao trabalho, não terem acesso

a hospedagem e alimentação até que fossem devidamente remunerados pelos seus

direitos trabalhistas, apesar do desligamento da obra ocorrer somente para os

Page 13: SPM Informa julho 2011

trabalhadores que optassem por essa medida, o que não cabe aos trabalhadores

entrevistados que optaram por retornar ao trabalho.

Diante do exposto, questiona-se a forma arbitrária como a legislação trabalhista é

desrespeitada no canteiro de uma grande obra como Jirau, financiada com recursos

públicos, e que apresenta condições de desrespeito aos direitos trabalhistas e a

dignidade humana do trabalhador.

Portanto, trabalhadores, não nos esqueçamos dos motivos reais da luta, já que há

uma legislação vigente sobre as relações de trabalho, que no mínimo deve ser

cumprida. Se no massacre dessa legislação levanta-se uma bandeira de reivindicação,

devemos nos questionar até que ponto lutar pelo o que está garantido em Lei é a

meta maior da classe trabalhadora - tendo em vista que para o capital não há limites

para a exploração, degradação e subjugação do trabalho a sua racionalidade.

Irmã Maria Ozânia da Silva

I Coordenadora da Pastoral do Migrante de Rondônia

[email protected]

--

Semana do Migrante 12 a 19/julho – Naviraí-MS Veja as atividades organizadas para a Semana do Migrante em Naviraí

A Semana do Migrante em Naviraí iniciou-se com um encontro da equipe da Pastoral

do Migrante, coordenadores de comunidades, leigos scalabrinianos, grupos de liturgia

e outros para o estudo e entrega do kit, contendo o material próprio do SPM.

Além das atividades na paróquia, divulgamos através da rádio Cultura, TV Mais e

Informe Paroquial, momentos fortes de conhecimento e compromisso do povo com

relação a realidade migratória que vivemos no mundo hoje.

Juntamente com os sacerdotes e coordenadores de comunidades, foi realizado um

encontro em que foi colocada a eles a realidade dos refugiados que buscam

permanência no Brasil

Visitamos a escola e participamos da reunião do grupo de líderes do Acampamento

dos Retornados do Paraguai e outros, divulgando o material da Semana do Migrante,

procurando marcar presença de esperança e dizer-lhes que estamos com eles em suas

lutas.

Aconteceram celebrações especiais em todas as comunidades e Matriz Nossa Senhora

de Fátima, onde foi transmitida a Missa na Rádio Cultura e TV Mais. As Celebrações

do dia do Migrante foram bonitas, criativas, com a participação de muita gente:

bolivianos, paraguaios, franceses e gregos que animaram as celebrações com seus

símbolos, coreografias e preces.

Page 14: SPM Informa julho 2011

Os sacerdotes e coordenadores das celebrações valorizaram e reforçaram a

importância da presença das Irmãs Scalabrinianas, Leigos Scalabrinianos e do

trabalho da Pastoral do Migrante, atendendo, articulando e sensibilizando a Igreja e

sociedade sobre esta realidade migratória.

As Homilias e comentários nas liturgias refletiram a importância de todos

participarem na acolhida integração e solidariedade na diversidade. O tema

estendeu-se também sobre os “Refugiados” no Brasil e no mundo, despertando mais

atenção a esta realidade.

Enfim, ficou para nós todos, o apelo veemente do Bom Samaritano na mensagem

bíblica: “Tome conta dele/dela.” E de Jesus: “Eu era migrante e me acolheste”. A

construção da cidadania e a solidariedade ao migrante é responsabilidade de todos

nós!

Atividades da Semana dos Migrantes Em Londrina PR

A Semana do Migrante acontece todos os anos a nível nacional e neste ano

trouxe como reflexão o tema “Migrações e mudanças climáticas” e como lema

“O Que Temos a Ver Com Isso?”.

Em Londrina, a Semana aconteceu na Paróquia Nossa Senhora dos Migrantes

no Jardim Novo Bandeirantes em Cambé-Pr. E seguindo o contexto da Semana

destacamos a programação:

04/06/2011=> Sábado

Missa de abertura - em Louvor a todos os povos, trazendo para a celebração

reflexões sobre a cultura e a luta dos nossos Irmãos e Irmãs migrantes,

imigrantes e emigrantes, os quais já fazem parte de nossa História, vindo, de

toda parte do Mundo, em busca de um futuro melhor.

05/06/2011=> Domingo

Missa sobre o tema da semana: trouxe-se como reflexão o tema “Migrações e

mudanças climáticas”, destacando em especial a luta de nossos Irmãos e

Irmãs haitianos e japoneses, os quais foram vítimas dos mais catastróficos

terremotos e tsunamis vistos nos últimos tempos e por esse motivo foram

obrigados a deixar sua terra de origem em busca de um lugar que os

acolhessem.

06/06/2011=> segunda-feira

Missa Portuguesa: o tema migrações foi muito bem colocado pelo Padre

Manoel Joaquim durante a Celebração e fez com que fôssemos revivendo um

pouco de nossa história. E principalmente para nossa região, onde a migração

portuguesa é bem evidente, destacando toda a riqueza cultural que essa

migração trouxe para o povo londrinense.

07/06/2011=> terça-feira

Missa Latina: o Padre Rafael Solano deu ênfase aos deslocamentos migratórios

existentes entre os Países da América Latina. E complementou que “nunca um

tema sobre a Semana do Migrante veio a calhar tão bem como este, é

completo e nos faz recordar nossa história”.

08/06/2011=> quarta-feira

Page 15: SPM Informa julho 2011

Missa Japonesa: nesta Celebração foi colocado em destaque, pelo Padre Lino,

o catastrófico tsunami que atingiu o Japão.

Lembramos também da luta e coragem dos nossos irmãos e irmãs japoneses,

porque mesmo com o devassante tsnumai, continuaram em sua terra de

origem.

No Brasil, a natureza também pede socorro, mesmo assim estamos prontos a

recebermos nossos Irmãos vítimas ou não das mudanças climáticas. Nos

procuram porque somos acolhedores, ressaltou o Padre Lino.

Londrina tem um papel fundamental na acolhida a esses migrantes, uma vez

que nossa cidade tem a segunda maior colônia japonesa no Brasil.

09/06/2011=>quinta-feira

Missa italiana: continuando a reflexão sobre o tema da Semana desse ano,

Padre Altair conduziu a celebração no rito Italiano, relembrando e resgatando

um pouco de nossa cultura. Ele cantou uma canção em italiano e fez toda a

comunidade sonhar com o seu passado.

10/06/2011=>sexta-feira

Missa Afro: esta Celebração foi uma das mais envolventes, além de

resgatarmos nossa História, também resgatamos nossas origens.

Se não fossem os escravos imigrando para o Brasil, não teríamos História para

contar e lembrar. Como diz o Padre Luciano, a maioria da Comunidade

presente na Celebração tem o sangue negro correndo nas veias.

11/06/2011=> Sábado

Missa Sertaneja: seguindo o contexto da Semana, o Padre José Laurindo

enfatizou a Celebração dizendo que a Mudança Climática contribuiu e muito

para o inchaço urbano dos grandes centros.

Lembrou também dos outros fatores migratórios citados nas outras

Celebrações tais como nas missas: em louvor a todos os povos, sobre o tema

da Semana, portuguesa, latina, japonesa, italiana e afro.

O Padre José Laurindo conclamou a comunidade a vivenciar a memória da

vida no campo e como nossos migrantes camponeses sofreram para se adaptar

ao estilo de vida da cidade. Assim como, nossos imigrantes sofrem para se

adaptar ao estilo de vida do país de destino.

Seguindo as comemorações da Semana, tivemos também nos finais de Semana

apresentações de Grupos Folclóricos de diversos tipos de migrações e imigrações

existentes no país.

12/06/2011=> Domingo

Às 11h30mn=> Almoço festivo, com diversos grupos se apresentando.

Às 18h00mn=> Coroação de Nossa Senhora dos Migrantes; ao término da

coroação, deu-se continuidade aos festejos até às 23h.

Mais de 5.000 pessoas vieram prestigiar e inteirar-se de todo o contexto

proposto no tema da Semana desse ano.

É o 2º ano que a Semana do Migrante acontece na Paróquia Nossa Senhora dos

Migrantes - no Jardim Novo Bandeirantes - Cambé-Pr. A coordenação, o

Page 16: SPM Informa julho 2011

assessor, e a equipe Arquidiocesana da Pastoral do Migrante acreditaram ter

atingido seus objetivos.

25/06/2011=> NOITE NORDESTINA

Em continuidade às comemorações da Semana do Migrante, foi realizada no

Santuário Nossa Senhora Aparecida - Vila Nova - Londrina, a 1ª Noite

Nordestina.

As festividades iniciaram com a Missa Sertaneja, presidida pelo Pe. José Onero e

concelebrada pelo Assessor da Pastoral do Migrante na Arquidiocese de Londrina, Pe.

José Alves, e em seguida reuniram-se no salão paroquial em torno de 450 pessoas

para um jantar dançante com a participação da Orquestra de Viola e a Banda Asa

Branca, que resgatou a cultura Nordestina com as apresentações de forró, e as

riquezas e contribuição social que essa migração trouxe para nossa região.

O jantar foi preparado pela própria comunidade, e trouxe os sabores do nordeste,

como carne seca na moranga, cuscuz, farofa de banana, escondidinho de frango,

entre outras delícias!

Celebrar essa migração de forma tão especial é, para a Pastoral do Migrante,

reconhecer e valorizar essa cultura tantas vezes discriminada pela nossa sociedade.

Um povo rico nas suas raízes, que não se envergonha por ser um povo de luta,

conquistas e vitórias, mesmo diante de tantas dificuldades.

Com essas celebrações, como a Noite Nordestina e a Semana do Migrante realizada

na Paróquia Nossa Senhora do Migrante nos dias 04 a 12 de junho, a Pastoral do

Migrante traz para nossas comunidades e sociedade de um modo geral, a reflexão

que todos nós estamos ligados a essa questão social tão presente nos dias de hoje:

seja a migração de forma espontânea, em busca de condições melhores de vida, até

a migração forçada em função de questões climática, chamados os migrantes do

clima. Tema esse tão refletido na Campanha da Fraternidade deste ano e sendo

também fonte de reflexão para a Semana do Migrante.

Márcia Ponce

Coordenadora Arquidiocesana da Pastoral do Migrante

--

Cidade de Horizonte (CE) também comemora a Semana

do Migrante

Entre os dias 25 de junho e 02 de julho de 2011, a equipe do Serviço Pastoral dos Migrantes –

SPM da cidade de Horizonte no Ceará - reuniu-se com a população para partilhar as

experiências vividas na Campanha da Fraternidade deste ano,

com o intuito de fortalecer as discussões, análises e reflexões

relacionadas com a Semana do Migrante

Nos encontros, realizados na comunidade Manuel Luiz,

discutiu-se sobre as diversas constatações a cerca das

causas e das consequências das mudanças climáticas,

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principalmente no que concerne a influência disso nos fluxos migratórios. Um ponto

marcante nos encontros foi a discussão com relação à criação de leis que protejam os

deslocados climáticos ou migrantes climáticos, que são as pessoas forçadas a migrar

por razões de condições naturais extremas e que não são acompanhadas por

legislação específica, tendo seus casos tratados com indiferença na maioria das

vezes. No caso específico do Estado do Ceará, já são perceptíveis os migrantes

climáticos, frutos do avançado processo de desertificação que vem se consolidando

em alguns núcleos no contexto semiárido brasileiro.

Nesse sentido, partindo do princípio que todos nós

temos o direito de ir, de vir e de ficar, desde que

isso ocorra de forma espontânea e não de forma

forçada como vem ocorrendo há muito tempo,

surgiu a necessidade da apresentação de alguns

questionamentos para instigar o debate entre os

presentes, como: quantos migrantes tiveram que

sair de seu lugar de origem porque foram

desapropriados de suas terras para dar lugar a

grandes empresas transnacionais que desmatam

grandes quantidades de terras e consomem toda

riqueza natural do ambiente? Quantos saíram para dar lugar a latifúndios

monocultores com toda a sua produção voltada para a exportação, monoculturas que

tornam a terra infértil por muitos anos, deixando famílias sem ter onde morar e

trabalhar e quando essas famílias conseguem trabalho nesses latifúndios, trabalham

de forma precária e perigosa, ganhando uma renda miserável e desenvolvendo um

trabalho análogo ao escravo?

Esses e outros questionamentos delinearam as discussões e trouxeram o sentimento

de indignação e esclarecimento sobre as migrações e mudanças climáticas para a

comunidade local. Vale salientar que a Semana do Migrante em Horizonte teve a sua

data alterada porque no período proposto acontece a Festa do Padroeiro do

município, São João Batista.

Emanuel Lindemberg Silva Albuquerque

Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM

Município de Horizonte / Estado do Ceará

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SPM participa da IV Festa da Agricultura Familiar do

território do Cariri Nos dias 27 e 28 de julho, foram feitos debates, reflexões, caminhada e celebrações em

comemoração da data

Nos dias 27 e 28 de julho, a cidade de Boqueirão – Cariri Paraibano - celebrou o Dia

do Agricultor com a IV Festa da Agricultura Familiar do Território do Cariri,

organizado pelo Coletivo Asa Cariri Oriental (Casaco) e do Fórum de Desenvolvimento

Territorial Sustentável do Cariri Oriental Paraibano e contou com o apoio de diversas

instituições dentre elas o SPM.

A festa mobilizou aproximadamente 700 pessoas, com agricultores familiares das

cidades: Alcantil, Barra de Santana, Riacho de Santo Antônio, Caturité, Cabaceiras,

Caraúbas, Soledade, Santo André, Congo e da

própria Boqueirão e membros de instituições

parceiras.

O primeiro dia do evento foi um momento de

formação e reflexão sobre a realidade da

agricultura familiar no Estado da Paraíba,

para isso a programação contou com oficinas

– Produção Agroecológica e Convivência com

o Semi-Árido - tendo como público alvo os

agricultores; e também sobre o Projeto

Ciranda Cultural que discutiu sobre o tema

Juventude. Em paralelo ainda ocorreu a

formação dos agentes de leitura do programa

Arca das letras.

O dia 28 de Julho, Dia do Agricultor, foi marcado por uma caminhada agroecológica

pelas ruas da cidade de Boqueirão, lançando a Campanha Cariri Oriental Livre dos

Agrotóxicos, que tem por objetivo sensibilizar os agricultores e consumidores sobre

os riscos e os prejuízos a saúde sobre o uso desses verdadeiros venenos que são os

agrotóxicos.

Após a caminhada e ainda dentro da programação de lançamento oficial da

campanha, parceiros do evento falaram sobre a importância desta iniciativa: o

coordenador do SPM na Paraíba, José Arivaldo Sezyshta, alertou que o Brasil tem a

vergonhosa marca de ser o campeão mundial de uso de agrotóxicos e opinou ainda

que se nós quisermos verdadeiramente

acabar com esse absurdo que é o uso de

agrotóxicos é preciso construir

alternatividades para que o agricultor possa

produzir agroecologicamente.

A IV Festa da Agricultura Familiar do

Território do Cariri foi um sucesso e contou

com o apoio de: EMBRAPA, BNB, CONAB,

PATAC, SPM, SDT/MDA, SEBRAE, SEDAP e

MST.

Page 19: SPM Informa julho 2011

O veneno está nas telas Lançado com pompa no Rio, filme de Sílvio Tendler traça os graves efeitos dos agrotóxicos na

saúde do povo que mais os consome, o brasileiro

Leandro Uchoas

O cenário era perfeito. Como palco, o Teatro Casa Grande, no Leblon, onde se deram

alguns dos momentos mais importantes da resistência à ditadura. O filme, “O Veneno

Está na Mesa”, uma bela síntese do trágico efeito à agricultura brasileira do uso de

agrotóxicos. Como diretor, ninguém menos do que Sílvio Tendler, autor de clássicos

como “Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá”.

Para completar, o auditório de 500 lugares completamente tomado por um público

ávido por fazer soar, em todo o país, as denúncias acachapantes do longa-metragem.

As imagens começam com a denúncia mais terrível. Cada brasileiro consome, em

média, 5,2 litros de agrotóxicos por ano. Desde 2008, nenhum outro povo, no mundo,

consome tanto veneno. Logo nos primeiros 10 minutos, de um total de 50, sucedem-

se denúncias assombrosas. Duas das empresas que produzem os agrotóxicos,

Monsanto e Dow, produziram o agente laranja que os Estados Unidos lançaram sobre

o Vietnã, exterminando milhões de vidas. Outras duas, Basf e Bayer, foram parceiras

dos nazistas na produção dos químicos para exterminar povos considerados inferiores,

como os judeus. Na voz de André Trigueiro, da Rede Globo, denúncias num tom de

indignação incomum ao usualmente cordial jornalista: o metamidofós, princípio ativo

proibido nos Estados Unidos, na Europa, na China e em boa parte da África é

utilizado livremente no Brasil, que ainda decide se vai proibi-lo.

Parte da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o filme foi

produzido com dificuldade, com a ajuda de movimentos sociais, ONGs e instituições

de saúde. Para alguns intelectuais, pesquisadores e lideranças, funcionou como uma

denúncia desesperada, a ser propagada aos quatro ventos. A distribuição do material

será feita a baixo custo. Segundo o diretor, a ideia inicial surgiu durante conversa

pessoal com o escritor uruguaio Eduardo Galeano, e ganhou força em um

encontro posterior com João Pedro Stedile, do MST. Bastou, em seguida, o

contato com a Campanha.

O filme também traz um depoimento da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente

da Confederação Nacional de Agricultura (CNA). A parlamentar é a figura mais

importante do agronegócio no Congresso Nacional. Todos os movimentos políticos da

CNA, seja de estímulo ao avanço degradante e criminoso do agronegócio, ou de

criminalização dos movimentos sociais, passam por ela.

Apesar de desnecessariamente longa, a exibição da fala serviu de síntese dos

argumentos utilizados pela direita. Ela defende que o Brasil não se sustentaria sem o

uso de agrotóxicos. Não explica, portanto, como os outros países do mundo

consomem menos agrotóxico, mesmo sem contar com nossos incomparáveis recursos

naturais. Nem dá pistas de como a humanidade se sustentou nos dez mil anos em que

plantou e colheu sem uso de veneno.

(NA ÍNTEGRA, brasildefato - http://www.brasildefato.com.br/node/6942)

Page 20: SPM Informa julho 2011

CAMI – Atendimento de Imigrantes anistia 2011.

El Centro de Apoyo al

Migrante-CAMI en el mes

de junio y julio en el

proceso de atendimiento

de regularización

migratoria para

inmigrantes viene

desarrollando su parte,

brindando orientación para

la renovación del

documento provisorio de

la amnistía del 2009, para permanente.

Podemos destacar la dificultad que las personas encuentran para cumplir con los

requisitos, especialmente el de demostrar el “trabajo licito”, muchas oficinas de costura

no tienen registro de su taller con CNPJ, lo que impide que puedan registrar a sus

trabajadores.

A partir del 16 de julio el puesto de atendimiento de la Policía federal para la

renovación de los documentos, está aceptando una declaración del empleador,

detallando los últimos 6 meses de salario y realizando la reconocimiento de firma por

autenticidad en el “Cartorio”.

Es importante mencionar que por esta institución pasan más de 50 personas por día para

pedir información, agendamiento, 3 diferentes declaraciones, impresión del GRU y

orientaciones para otros procesos como documentación por hijo brasileño, libre

residencia por Mercosur, atendimiento jurídico especializado y otras necesidades de la

comunidad inmigrante.

São Paulo, julho de 2011

FOTO: LUIZ DE ALCÂNTARA

ARCHIVO CAMI