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Pedro Abel Vieira Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa SORGO Piracicaba 2015

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Pedro Abel VieiraSecretaria de Inteligência e Macroestratégia da

Embrapa

SORGO

Piracicaba

2015

Agenda1. Futuro da agricultura

2. Sorgo

2.1. Introdução e importância no mundo e no Brasil;

2.2. Consumo;

2.3. Época de cultivo;

2.4. Classificação botânica;

2.5. Fenologia;

2.6. Ecofisiologia;

2.7. Nutrição;

2.8. Fatores de sucesso;

2.6. Sistemas de produção;

3. Trabalho em grupo

Futuro da agriculturaHorizontes temporais, escalas, dimensões, temas, setores...

Futuro da agricultura

Certo ( )

Errado ( )

Futuro da agricultura

“Eventos futuros desacompanhados dos seuscontextos e nada, são as mesmas coisas”

Futuro da agricultura

Futuro da agriculturaAumento da população

• ¹ UN, 2013; ² UN data from Global Harvest Iniative GAP Report, 2011; ³ IBGE, 2013;

2050 Em

+ 2,4 bilhões de pessoas¹ maior

crescimento

populacional

²total de 9,6 bilhões

▴41%

▴49%

“crescimento zero”

20502042

Brasil³

Mundo

2013

201 mi

de

habitante

s

0 – 14

15 – 64

> 65

68,4%

7,4%

24,1%

63,2%

22,6%

14,1%

Janela demográfica

226 mi

de

habitante

s

Futuro da agriculturaUrbanização

• ¹ UN(2014); ² IBGE (2013)

Brasil²

1950 20502010

14% 6%36,2%

Urbana 66% Rural 34%

2014

2050

Urbana 54% Rural 46%

Mundo¹

94%86%63,8%

urbana

rural

Futuro da agriculturaClima

14% 6%36,2%

94%86%63,8%

• ¹ World Bank (2014); ² Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas- PBMC (2013).

Soja

Mais

favorecida

Mais

prejudicada

Cana-de-

açúcar

+ =35% das emissões

de gases de

efeito estufa

Brasil²

Mundo¹ - Emissão de gases de efeito estufa (15%)

18%resultam da

fermentação

entérica

Perdas em 2020

estimadas em

até:

R$ 7,0 bilhões

35

%

20

%

12

%Arroz irrigadoFermentação entérica Fertilizantes

12

%Dejetos animais

Futuro da agriculturaÁgua

14% 6%

94%86%63,8%

• ¹ UNICEF (201?); ² MMA (2006); ³ CGEE (2012);

Brasil

Mundo

12%

80% na Amazônia

29,6

menos da

metade da

população

mundial tem

acesso à água

potável¹

da reserva

hídrica mundial²

IrrigadaIrrigável

Agricultura e

Irrigação³(área em milhões de ha)

doméstico

indústria

irrigação

21%

73%

6%

em 2010

5,4

Futuro da agriculturaInternet das coisas

14% 6%

94%86%63,8%

Futuro da agriculturaHábitos alimentares1

14% 6%

94%86%63,8%

• ¹Euromonitor (2012);

5

milhões com idade entre

18 e 34 em 2010

270

milhões de

domicílios ocupados

por 1 pessoa

Brasil

Mundo

10% dos domicílios

ocupados por 1

pessoa

Busca por alimentos

que facilitem sua

preparação e

consumo

77%

28%

1996 2006

21%da renda total

Poder aquisitivo

da população idosa

Futuro da agriculturaHábitos alimentares

14% 6%

94%86%63,8%

SaudabilidadeSaúde preventiva

Certificação de origem

Alimentos funcionais

Boa nutrição Facilidade de preparo

Embalagens inteligentes

Alimentação fora de casa

E-commerce

Satisfação pessoal & bem-estar coletivo

Processos sustentáveis de produção

Certificação de origem

Produção local Sensoriabilidade e prazer

Diferencial de qualidade

Consumo sofisticado

Mais poder de compra

Produção customizada (individual e industrial)

Novas apresentações de ingredientes

Manufatura aditiva de alimentos

Preferências culturais

Refeições “caseiras” nos locais de trabalho

Valorização de tradições

Exclusão parcial ou total de proteína animal

Substitutos para proteína animal (“fake meat”)Vegetarianismo

Feito em casa

Digital Cooking

Gourmet

Consumo Consciente

Praticidade e conveniência

Futuro da agricultura

14% 6%

94%86%63,8%

Afinal, capacitar em quê?

Fonte Fiesc - IEL

Futuro da agricultura

14% 6%

94%86%63,8%

Fonte Fiesc - IEL

Por fim: novashabilidades e padrõesdevem ser passados

para quem?

SORGOFonte Fiesc - IEL

SORGOIntrodução

• Sorgo – Sorghum bicolor L. Moench

• Origem: África e Índia

• Domesticação : 3000 a.c.

• Ruína Assíria com desenhos do sorgo a 700 a.c.

• 1876 – introdução nos EUA pelos escravos

• Sorgo granífero (Milo e Kafir) – década de 40

• Base alimentar: + de 500 milhões de pessoas – 30 países

SORGOIntrodução

• Produto da intervenção do homem;

• “Extraordinária fabrica de energia”;

• Eficiência na conversão de água e nutrientes em fotoassimilados;

Adaptação:

Altas temperaturas Eficiência no uso da água

Grande eficiência na produção

SORGONo mundo em 2013 (FAO)

14% 6%

94%86%63,8%

Fonte Fiesc - IEL

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

Production (1.000 ton) Yield (Kg.Ha-1)

SORGONo Brasil em 2013 (IBGE)

14% 6%

94%86%63,8%

Fonte Fiesc - IEL

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

Bra

sil

Go

MG

MT

SP Ba

RS

MS

DF

Pa

Ro

To RN

Ce

Pr

Ma

Produção (1.000 Ton) Rendimento (Kg.Ha-1)

SORGONo Brasil entre 1990 a 2014 (IBGE)

14% 6%

94%86%63,8%

Fonte Fiesc - IEL

0

1.000

2.000

3.000

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

Produção (1.000 Ton) Rendimento (Kg.Ha-1)

SORGONo Brasil

O sorgo foi introduzido no Brasil no início do século XX, mas nunca se firmou como uma cultura com características comerciais marcantes. Por ser identificado como substituto do milho, o sorgo teve problema para ser identificado pelos produtores e consumidores como cultura comercial.

SORGONo Brasil

Por ser apresentado como rústico, com sua origem em regiões semiáridas e áridas, seria resistente à seca e foi introduzido. No entanto, o sorgo é um pouco mais resistente ao estresse hídrico do que o milho e depende de boas práticas culturais para atingir produtividades melhores. Assim, novamente, teve dificuldades para se tornar um produto comercial.

SORGOConsumo

14% 6%

94%63,8%

Fonte Fiesc - IEL

Sorgo Pastagem

Com Tanino Sul

Sem Tanino C.O.

SORGOClassificação Botânica

• Família: gramineae

• Gênero: sorghum

• Espécie: Sorghum bicolor L. Moench

• Sorgo cultivado deriva da subsp. silvestre arundinaceum e a maior variação do gênero Sorghum se encontra no quadrante centro-oeste da África.

SORGOEcofisiologia

• Gramínea C4;

• Autógama, restaurador permite híbridos;

• Planta dias curtos com período juvenil;

• Temp. 14º a 38º C, ideal 26 a 34º C;

• Respiração a cada 1ºC de aumento na temperatura noturna a respiração aumenta 14%.

• Água 380 a 600 mm;

• Solo arenoso a argiloso, não tolera alumínio e encharcamento, pH entre 5,5 e 6,5.

SORGOEcofisiologia

• Estrutura radicular:

– sílica na endoderme,

– muitos pelos absorventes

– lignificação de periciclo

• Caule

– Dividido em nós e entrenós

– Folhas ao longo de toda a planta

– Inflorescência – panícula

– Fruto - cariopse ou grão seco.

– Atinge 1 a 4 metros de altura

RESISTÊNCIA

SECA

SORGOEcofisiologia

Escape

• Sistema radicular profundo e ramificado

• Eficiência na extração de água do solo

Tolerância

• nível bioquímico

• diminuição do metabolismo(hibernação)

• recuperação extraordinária

SORGOEcofisiologia

TANINO

• ataque de pássaros – resistência

• presença depende da constituição genética (genótipos B1 e B2)

• formação de complexos com proteínas

• reduz palatabilidade e digestibilidade

• classes de taninos:– hidrolisáveis: folhas e súber

• ligações facilmente rompidas por hidrólise (ácidos ou bases fracos)

• baixa quantidade no sorgo

– condensados: maior quantidade no grão• não são rompidos por hidrólise (ligação carbono-carbono)

• presente em materiais resistentes a pássaros

SORGOEcofisiologia

Durrina

• Glicosídeo cianogênico

• Altas concentrações - morte em animais e humanos

• Decomposição por hidrólise – liberação de acido cianídrico

Sorgo halepense Sorgo Sudanense

SORGONutrição

Extração média de nutrientes em diferentes rendimentos

total N P K Ca Mg N P K Ca Mgkg.ha-1 % kg.ha-1 gr.ton-1

7.820 37 93 13 99 22 8 11,89 1,66 12,66 2,81 1,029.950 18 137 21 113 27 28 13,77 2,11 11,36 2,71 2,81

12.540 16 214 26 140 34 26 17,07 2,07 11,16 2,71 2,0716.580 18 198 43 227 50 47 11,94 2,59 13,69 3,02 2,83

SORGONutrição

Valores de referência dos teores foliares de nutrientesconsiderados adequados para a cultura do sorgo

Macronutrientes Teor (%) Micronutrientes Teor (mg.dm-3)Nitrogênio 2,31- 2,90 Boro 20

Fósforo 0,44 Cobre 10-30

Potássio 1,30 - 3,00 Ferro 68-84

Cálcio 0,21 - 0,86 Manganês 34-72

Magnésio 0,26 - 0,38 Molibdênio sem informação

Enxofre 0,16 - 0,60 Zinco 12-22

SORGONutrição

Recomendação de adubação para o sorgo granífero e forrageiroem função dos teores de P e K no solo e rendimentos

Rendimento (ton.ha-1)

N semeadura

Disponibilidade de fósforo Baixa Média

Alta P2O5 (kg.ha-1)

Disponibilidade de potássio Baixa Média

Alta k2O (kg.ha-1)

N em cobertura

Grãos Sorgo Granífero 4-6 20 - 30 70 50 30 50 20 40 606-8 20 - 30 80 60 40 70 60 40 80

Forragem Sorgo Forrageiro< 50 20 - 30 70 50 30 75 60 30 70

50 - 60 20 - 30 80 60 40 100 90 60 100> 60 20 - 30 90 70 50 150 120 90 140

SORGOFenologia

• Estádio 0 (Emergência) – da semeadura ao surgimento do coleóptilo na superfície do solo, que ocorre, geralmente, dentro de 4 a 10 dias, dependendo das condições ambientais (umidade, temperatura e oxigênio) e da qualidade da semente;

• Estádio 1 (Visível a lígula/colar ou cartucho da 3ª folha) – ocorre, em condições normais, cerca de 10 dias após a emergência;

• Estádio 2 (Visível a lígula/colar da 5ª folha) – três semanas após a emergência.

SORGOFenologia

• Estádio 3 (Diferenciação do ponto de crescimento) –cerca de 30 dias após a emergência quando crescimento passa de vegetativo para reprodutivo. Esta fase é determinada pelas condições do ambiente (luz, temperatura e água) e pela genética. Esse período representa um terço do período necessário para a maturação fisiológica. Neste período inicia o alongamento rápido do colmo, quando aproximadamente 7 a 10 folhas estão completamente desenvolvidas.

SORGOFenologia

• Estádio 4 (Visível a última folha) – alongamento do colmo. Todas as folhas estão completamente desenvolvidas, com exceção das últimas 3 ou 4;

• Estádio 5 (Emborrachamento) – Todas as folhas estão completamente desenvolvidas, resultando a máxima área foliar. A panícula alcança seu comprimento máximo, dentro da bainha da folha bandeira;

• Estádio 6 (50% de floração) – Aproximadamente 2/3 do período da emergência à maturação fisiológica.

SORGOFenologia

• Estádio 7 (Leitoso) – Cerca de 50% da matéria seca dos grãos já foram acumulados e o peso do colmo diminui.

• Estádio 8 (Pastoso) – Cerca de ¾ de matéria seca dos grãos já foram acumulados.

• Estádio 9 (Maturação fisiológica) – Os grãos estão com 22 a 23% de umidade.

SORGOFatores de sucesso

EC1-Estádio de crescimento 1

• da germinação até a iniciação da panícula

• crescimento inicial lento e plantas invasoras

SORGOFatores de sucesso

EC2-Estádio de crescimento 2

• iniciação da panícula até o florescimento;

• afetados: área foliar, sistema radicular, acumulação de matéria seca, número potencial de grãos (mais importante componente de produção).

SORGOFatores de sucesso

EC3-Estádio de crescimento 3

• da floração a maturação fisiológica

• enchimento de grãos – “fator importante” que viabiliza o rendimento da cultura

SORGOFatores de sucesso

• Época afeta o ciclo e desenvolvimento (dias curtos);

• Quantidade de luz e redução no rendimento;

• Temperatura:

– ótima diurna entre 33 a 34ºC;

– ótima noturna entre 24 a 28ºC;

– acima de 38ºC e abaixo de 16ºC compromete rendimento;

– baixas temperaturas: redução na área foliar, perfilhamento, altura, acumulação de matéria seca, atraso na floração, afeta o desenvolvimento da panícula e esterilidade das espiguetas;

– temperaturas elevadas: antecipa antese e aborto floral.

SORGOFatores de sucesso

• Água: eficiente no uso

• Requerimento nutricional:– relação positiva entre rendimento e exigências nutricionais

– maiores exigências: nitrogênio e potássio, cálcio, magnésio e fósforo.

• Controle de invasoras e seletividade herbicidas – Fitotoxidez pode chegar a 72%;

• Pragas e doenças do plantio até a colheita:– Pragas de solo: lagartas-elasmo, lagarta rosca e formigas

– Aérea: Lagarta do cartucho, pulgões (milho, verde e trigo)

– Grãos: Moscas do sorgo.

SORGOFatores de sucesso

Elasmo

Mosca do sorgo

Formiga

Lagarta-do-cartucho

Lagarta rosca

Pulgões

SORGOFatores de sucesso

• Doenças iniciais: Podridão das sementes e Doenças das plântulas

• Doenças foliares: Antracnose, Ferrugem, Vírus do mosaico da cana de açúcar, míldio do Sorgo;

• Doenças do colmo: podridão de Macrophomina e podridão vermelha do colmo.

Podridão vermelha

do colmo

Ferrugem

Antracnose

Mildio

SORGOSistemas de produção

Sorgo granífero

RS: semeadura primavera colheita outono

Brasil Central: sucessão às culturas de verão

Nordeste: estação das chuvas

SORGOSistemas de produção

Sorgo forrageiro

• Tradição entre os agricultores

• Elevada qualidade e produtividade

– 50 toneladas de massa verde por hectare

– 80 toneladas em experimentos

• Rebrota - 20 toneladas – “sem custo”

SORGOSistemas de produção

Sorgo sacarino

• Sistema em definição

• Sucessão cana de açúcar?????

• Viabiliza funcionamento da usina por maior período de tempo

SORGOSistemas de produção

Época de cultivo

Trabalho em grupos1. Você é produtor de grãos (milho, soja, feijão) em 2.000 ha

na região Centro Oeste do Brasil em sistema integrado com a pecuária bovina de corte. Como será o sistema de produção considerando a cultura do sorgo e a ocupação da área durante o ano.

2. Você é produtor de grãos (milho, soja, feijão) em 2.000 ha na região Sul do Brasil em sistema integrado com a pecuária bovina de leite e de corte e deseja introduzir a produção de sorgo no seu sistema. Como será o sistema de produção considerando a cultura do sorgo e a ocupação da área durante o ano.

Obrigado!

[email protected]