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Somos responsáveis por aquilo que fazemos? O problema do livre arbítrio

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Somos responsáveis por aquilo

que fazemos?

O problema do livre arbítrio

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Diz o Juíz: – Mary, Mungo e Midge. Vocês são acusados de um crime

terrível. O que têm a dizer para vossa defesa?

 – Eu fiz isso, sim – disse Mary. – Mas não foi minha culpa. Consultei

uma especialista que me disse o que eu deveria fazer. Então a culpanão é minha, é dela.

 – Eu também fiz – disse Mungo. – Mas não foi minha culpa. Consultei

a minha terapeuta que me disse que era o que eu deveria fazer Então

a culpa não é minha, é dela.

 – Não vou negar que fiz

 – disse Midge.

 – Mas não foi minha culpa.

Consultei um astrólogo que me disse que, como Neptuno estava em

Carneiro, era o que eu deveria fazer. Então a culpa não é minha, é

dele.

O juiz deu um suspiro e pronunciou seu veredicto.

 – Como este caso não tem precedentes, tive de discuti-lo com meus

colegas mais experientes. E temo dizer que os vossos argumentos

não os convenceram. Eu condeno todos à pena máxima. Mas, por

favor, não se esqueçam de que eu consultei meus pares, e eles me

disseram que esta devia ser a sentença. Por isso, a culpa não é

minha, é deles.

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Parece que os resultados das nossas ações têm

um efeito retroativo sobre se somos ou não

realmente responsáveis por elas.

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Será uma boa ideia responsabilizar os outros

pelas nossas ações?

Se são os outros os responsáveis, então não

temos livre arbítrio.

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Mas afinal parece que pelo menos somos

responsáveis pelos conselheiros que

escolhemos.

Então somos responsáveis pelas nossas ações

Logo, os argumentos de Mary, Mungo e Midge

são inadequados.

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Mas, o problema é que não somos especialistas

em todos os assuntos e temos sempre de pedir

conselhos a outras pessoas.

Exemplo dos computadores (não serei

responsável por um mau conselho informático)

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Uma solução possível seria estabelecer uma

tabela de gradação de responsabilidade nas

ações, desde aquelas em que somos totalmente

responsáveis, até às que não podemos ter

responsabilidade alguma.

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 O perigo aí, entretanto, é que uma vez que o

princípio é assegurado, defesas como as de Mary,Mungo e Midge tornam-se totalmente dignas decrédito. Além disso, elas deixam sem resposta umaquestão crucial: quem são os especialistas

relevantes? Isso é particularmente presente quandose trata de escolhas de estilo de vida erelacionamentos. Devemos transferir aosterapeutas, astrólogos ou mesmo aos filósofos? Oueu sou o único especialista totalmente qualificadoem como viver minha vida?