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116 www.backstage.com.br SOM NAS IGREJAS Em outubro, a igreja Batista Filadélfia, na capital federal, inaugura o novo sistema de sonorização e tratamento acústico com a presença do Fat Family. A comemoração vem consolidar um grande sonho que surgiu há muitos anos: o de tornar os cultos mais inteligíveis para os fiéis Aldo R. Soares [email protected] Igreja Batista V ox populi, vox Dei (a voz do povo é a voz de Deus). A frase em latim que originou provérbio tão conhecido entre nós ecoou nos ouvidos dos responsá- veis pela Igreja Batista Filadélfia do Guará, em Brasília. Depois de tanto ouvir os fiéis re- clamarem do som que chegava ruim duran- te os cultos e, principalmente, do alto volu- me da bateria, o pastor presidente, Marcos Campos, resolveu atender aos apelos de seu rebanho realizando há cerca de dois anos a reforma na acústica e no sistema de sono- rização do templo. Para o Pastor Marcos, hoje em dia ter um som inteligível é essenci- al e até arrisca o motivo de alguns ainda não terem feito. “Muitos pastores até querem fa- zer, mas muitas vezes não encontram o pro- fissional qualificado para que seja feito”, re- vela. Hoje o responsável pelo som da igreja é o técnico Evilálio Pereira da Silva. Tratamento acústico e sonorização A primeira providência foi fazer um tratamento acústico, utilizando um forro AMF, lã mineral, portas anti-chamas e telhas termoacústicas, conhecidas tam- bém como telhas sanduíche. O projeto ainda utilizou lambril nas paredes, com lã de vidro no fundo. Segundo o coordena- dor de áudio da igreja, Evilálio Pereira da Silva, os bancos estão sendo revestidos de tecido e espuma. O isolamento da igreja atendeu às expectativas. “Antes, tínha- mos problemas com a vizinhança, que agora acabou. Fazemos vigílias durante a Filadélfia Filadélfia Fotos: Divulgação

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SOM NAS IGREJAS

Em outubro, a igreja Batista Filadélfia, na capital federal, inaugura o novosistema de sonorização e tratamento acústico com a presença do FatFamily. A comemoração vem consolidar um grande sonho que surgiu hámuitos anos: o de tornar os cultos mais inteligíveis para os fiéis

Aldo R. [email protected]

Igreja Batista

Vox populi, vox Dei (a voz do povo é avoz de Deus). A frase em latim queoriginou provérbio tão conhecido

entre nós ecoou nos ouvidos dos responsá-veis pela Igreja Batista Filadélfia do Guará,em Brasília. Depois de tanto ouvir os fiéis re-clamarem do som que chegava ruim duran-te os cultos e, principalmente, do alto volu-me da bateria, o pastor presidente, MarcosCampos, resolveu atender aos apelos de seurebanho realizando há cerca de dois anos areforma na acústica e no sistema de sono-

rização do templo. Para o Pastor Marcos,hoje em dia ter um som inteligível é essenci-al e até arrisca o motivo de alguns ainda nãoterem feito. “Muitos pastores até querem fa-zer, mas muitas vezes não encontram o pro-fissional qualificado para que seja feito”, re-vela. Hoje o responsável pelo som da igreja éo técnico Evilálio Pereira da Silva.

Tratamento acústicoe sonorizaçãoA primeira providência foi fazer um

tratamento acústico, utilizando um forroAMF, lã mineral, portas anti-chamas etelhas termoacústicas, conhecidas tam-bém como telhas sanduíche. O projetoainda utilizou lambril nas paredes, com lãde vidro no fundo. Segundo o coordena-dor de áudio da igreja, Evilálio Pereira daSilva, os bancos estão sendo revestidos detecido e espuma. O isolamento da igrejaatendeu às expectativas. “Antes, tínha-mos problemas com a vizinhança, queagora acabou. Fazemos vigílias durante a

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madrugada e ninguém reclama mais. E ascasas são ao lado da igreja. Não temosmais esse vazamento de som que atrapa-lhava os vizinhos”, explica.

Resolvida a primeira parte, o objeti-vo era então melhorar o áudio para as1.200 pessoas que comparecem a cadaculto. O antigo sistema Carvin foi subs-tituído por um line array da JBL VRX932. A mesa passou a ser uma DM1000, no P.A., expandida até 48 canaiscom o ADA da Behringer. A opção damesa foi do próprio técnico, que tam-bém escolheu os demais equipamen-tos. Segundo ele, a escolha pela DM1000 foi por causa da facilidade dasmemórias e dos equalizadores, com-pressores e gates que já vêm embutidosna mesa, além da sonoridade. Para a

expansão, Evilálio optou pelos ADA daBehringer, pelo custo-benefício. “Noculto do dia-a-dia, trabalhamos comuma média de 32 canais, mas como hámuita gravação ao vivo, uso um inputmaior, porque chego a gravar até 48 ca-nais ao vivo”, diz.

Outro problema resolvido pelo novosistema foi com relação ao uso das caixasde delay, que deixou de existir. “O siste-ma atual está atendendo bem. Antes erausado um delay embaixo, na galeria, masnão uso mais pelo fato do line ter um tirolongo e atender à galeria”, ressalta.

Quando perguntado por que a esco-lha do sistema JBL, Evilálio não pensouduas vezes em dizer que foi por causada sonoridade e do custo-benefício.“Um grande lance que me chamouatenção também foi a grande inteli-gibilidade, a definição das altas é fan-tástica. O timbre das caixas é único”,especifica. Para completar, o técnicoainda trabalha com o processador Dbx,amplificadores Crown, além da linhaDigilite, da Hotsound.

A novidade dos últimos dias fica porconta do LS9, da Yamaha, inauguradono P.A da igreja. Evilálio ainda não deci-diu se o console vai ficar no P.A., ondetrabalha, ou no monitor, mas dá uma dei-xa: “No monitor ela atende mais pelaquantidade de vias. Na prática, pelo fato

de ter os gráficos, dá para trabalhar me-lhor nos retornos. Acho que ele vai aca-bar ficando lá (no monitor)”.

PeriféricosAlém dos cultos, três aos domingos,

dois aos sábados e mais dois durante asemana, a igreja possui um coral de 40vozes. Ali são usados microfones AKG,quatro ao total, sendo um para cadanaipe. “Atende muito bem; geralmenteo coral canta com a pianista acompa-nhando, e não com playback. Uso umPC-88 da Kurzweil”. Para a banda, nodia-a-dia são 4 backs, 2 teclados, guitar-ra, baixo, bateria, e, às vezes, dois vio-lões, naipes de metal (sax, trompete,trombone) e percussão.

Nos retornos de guitarra e baixo, nãohá uso de amps; é tudo direto. Eviláliotambém utiliza há dois anos um amplifi-cador para os fones desenvolvido pelotécnico em eletrônica Sérgio Caselato,usados hoje em muitas igrejas de Brasília,

“O antigo sistema Carvin foi substituído por um JBLVRX 932. A mesa passou a ser uma Yamaha DM

1000, no P.A., expandida até 48 canais com o ADAda Behringer. A opção da mesa foi do próprio

técnico, que escolheu os demais equipamentos”

Evilálio treina outros técnicos da igreja. Sócapacitação para um som excelente

A Igreja Batista Filadélfia realiza três cultosaos domingos. Fiéis pediam novo som

Rack de periféricos

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que possui um mixer na entrada, este re-cebe o sinal direto do músico e também amandada da mesa. “Todo mundo usafone Porta Pro”.

Outra questão relevante para Evilálioé testar os equipamentos antes de com-prá-los. E isso só é possível graças a umaparceria com a loja Contato Áudio Pro-fissional, que permite que Evilálio ex-perimente os equipamentos.

No monitor, o sistema usado hoje éuma Vega 40 MF, de 40 canais. A mesaoferece 12 vias, mas na prática são uti-lizadas só 8 vias. Dezesseis canais decompressor e gate da Presonus estão àdisposição. Também dois processadoresde efeitos, um Lexicon e um Digitech.Um equalizador gráfico da Roland, de4 canais, é usado nas mandadas. Comoretorno do coral, dois pares de caixasControl 25, da JBL. No chão, dois re-tornos para os pastores VRX-912M, daJBL também.

Outro destaque do sistema é o multi-cabo, splitado para o P.A., monitor e para o

P.A.6 – Caixas line array JBL VRX932LA

2 – Sub VRX918S JBL

2 – Amplificadores Digilite 6.4 Hot Sound

2 – Amplificadores Crown XLS 602

1 – Processador Drive Rack DBX

1 – Console Yamaha DM-1000 com me-

ter digital

4 – Conversores ADA8000 Behringer

2 – Placas MY16 AT Yamaha

MONITOR1- Console Vega 40 MF

1 – Console Yamaha LS9-32 digital

3 – Conversores ADA 8000 Behringer

2 – Placas MY16 AT Yamaha

2 – ACP 88 Presonus – compressor e

gate 16 canais

1 – Equalizador digital Behringer Ultra-

curve DEQ 2496

1 – Equalizador digital Roland 4 canais

1 – Processador de efeitos Lexicon MPX1

1 – Processador de efeitos Digitec

3 – Power Play Behringer

2 – Amplificadores Crown XS 700

1 – Amplificador Crown XLS 602

1 – Par de monitores de referência Samson

2 – Spot JBL VRX912M

10 – Sistemas Caselato de monitoração

pessoal

1 – Distribuidor Caselato para monito-

ração pessoal

20 – Fones Porta Pro Koss

1 – Sistema Split de multicabo 66-vias

com transformadores de linha isolados

para P.A. - monitor e estúdio de gravação

MICROFONES10 – Microfones SM 58 para vocal

1 – Microfone s/fio LX (dirigente)

1 - Micfrone s/fio PGX (ministro de louvor)

1 - Microfone s/fio AKG headset WMS

Lista de Equipamentos

400 (pastor)

1 – Microfone Beta 52 (bumbo)

1 – Kit Superlux para tons

1 – Kit Cad para hi hat- over all

4 – Microfones AKG HM1000 para coral

2 – Microfones Cad para ambiência

INSTRUMENTOS1 - Bateria Yamaha Advantage Custom

1- Bateria Premier APK com 4 tons

1- Baixo Cort de 5 cordas

1- Violão Yamaha APX 5

1- Teclado PC88 Kurzweil

1 - Teclado Yamaha S08

1- Guitarra Tagima

ESTÚDIO DE ENSAIO1 – Gellen Kruger GK 400

1 – Cubo Marshall VS100

1 – Console Ciclotron de 08 canais

1 – Amplificador QSC

1 – Amplificador Machine 2.8 SB

2 – Monitores Carvin

2 – Caixas Carvin

1 – Teclado Yamaha SY77

1 – Baixo Condor 5 cordas

1 – Violão Yamaha Folk

1 – Cubo Laney TF320

EXTERNA4 – Caixas Carvin bi amp.

2 – Caixas Carvin p/sub

4 – Monitores Carvin

4 – Amplificadores Carvin

1 – Processador Behringer Ultradrive

Pro DCX2496

1 – Console Yamaha 01V96 digital

1 – Placa MY16 AT

2 – Conversores ADA8000 Behringer

1 – Equalizador Behringer digital

2 – Power Play Behringer

1 – Sistema Caselato de monitoração

pessoal

estúdio. O sistema foi desenvolvido numquadro de distribuição. Em todos os canais

“Hoje tenho 12 vias,mas na prática uso 8vias. Compressor egate, 16 canais decompressor e gate.

Tenho um léxico e umdigitech que uso para

bateria”

Split isolado Estúdio de ensaioMarcos com o sistema de monitor antigo(em destaque a LS9 32 da Yamaha)

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SOM NAS IGREJAS

Equipe

Pastor Marcos Campos – Pastor

Presidente

Rodrigo Costa - Administrador

Evilálio Pereira da Silva – Coorde-

nador técnico

Marcos Batista - Auxiliar técnico

Daniel Santos – Auxiliar técnico

Diego Veiga – Auxiliar técnico

Alderico Junior – Auxiliar técnico

Diogo Verneque – Auxiliar técnico

são utilizados transformadores isoladores. Efoi distribuído pelo palco em várias caixascom seis e mais vias. O sistema foi construídopor Sérgio Caselato (foto multicabos).

A construção do aquárioUm dos grandes problemas enfrenta-

dos em som de igreja é o SPL que é geradoem cima do palco. E como as igrejas, namaioria das vezes, não possuem tratamen-

to acústico, fica aquele som... A primeiraopção na Igreja Batista Filadélfia foi paratentar diminuir a pressão sonora, geradapelo instrumento. Segundo Evilálio, oaquário nem sempre foi tratado. “A per-cepção de se fazer um tratamento sonorona igreja surgiu dos próprios fiéis que re-

clamavam que o som era muito alto, prin-cipalmente a bateria e se não tinha umjeito de abaixar o volume da bateria”.

“Nosso primeiro aquário era de acrílico.Não que não resolvesse, mas com a reformada igreja, optamos por mudar esse aquáriode local. E aí veio a idéia de fazê-lo de vidroe com tratamento interno. Por trás daquelasparedes existe lã de rocha, espuma. No tetotambém. Geralmente os bateristas recla-

mam muito de aquário, mas aqui não tenhoenfrentado esse problema e olha que a gen-te grava muito ao vivo. Todos têm gostadoda sonoridade desse aquário”, ressalta. Paramicrofonar, Evilálio utilizou no bumbo oBeta 52, nas caixas o SM 57, no over micro-fones da Cade, nos tons o Superlux. Na es-teira, a opção foi pelo SM 58.

TreinamentoMas para quem está sempre junto com as

inovações tecnológicas do mercado, sabeque não basta ter excelentes equipamentospara tudo funcionar bem. O investimentoem material humano, ou mão-de-obra qua-lificada é essencial. E é seguindo esta filoso-fia que Evilálio, com o apoio da direção daigreja, realiza constantes treinamentos da

equipe que coordena. O técnico costumadar treinamentos aos voluntários da equipede sonorização. “Umas das coisas que eu te-nho feito aqui é dar treinamento para osnovos técnicos e aqui na igreja não é dife-rente. Todos que hoje acessam mesa digital,todos eles sabem rotear, sabem trabalhar edão conta do recado. Já pensou em umaigreja deste tamanho, que está sempre ten-do evento e eu tendo que fazer tudo. Nãodá”. Na Batista Filadélfia, cinco equipes serevezam durante a semana ensaiando den-tro de um estúdio que também está sendomontado na igreja.

“Uma coisa muito legal é a visão que aigreja tem em capacitar. Acho que está nahora dos pastores acordarem e se eles que-rem som bom, devem remunerar os profis-sionais, para que façam um som bom naigreja. E são eles também que indicarão osequipamentos para se comprar”, dizEvilálio, que tem como auxiliar MarcosBatista, além dos ajudantes Daniel, JuniorAlderico, Diogo e Diego.

ExternasCom a aquisição dos novos equipa-

mentos e sistema de som, o antigo sistemaCarvin agora é utilizado em uma chácarada igreja, durante os acampamentos.Com isso, a Batista Filadélfia, que antesalugava o som para os eventos externos,passou a economizar também neste quesi-to. “Com a compra dos novos equipamen-tos para o templo, há um ano, estamosusando o equipamento antigo para fazeras externas, o que economiza bastante”.Os equipamentos antigos compreendemum sistema de P.A da Carvin, proces-sador da Behringer, uma mesa 01V, daYamaha. “Hoje com 24 canais a gentefaz o acampamento. Os retornos sãoCarvin também, e 6 monitores. O acam-pamento acontece na chácara que aigreja tem. Há uma estrutura separadapara isso”, finaliza.

Colaborou: Danielli Marinho

“Acho que está na hora dos pastores acordareme se eles querem som bom, devem remunerar os

profissionais, para que façam um som bom na igreja. Esão eles também que indicarão os equipamentos

para se comprar”

Áquário para bateria construído em vidro Evilálio e o pastor Marcos