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revista Ano XXIII • n˚ 56 • out/dez 2015 Publicação para a área privada Qual ambiente escolar é capaz de acolher os alunos? Qualidade do sono X educação Solução cocriada Técnica, trabalho em equipe e criatividade podem contribuir para solucionar desafios antigos das escolas

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Page 1: Solução cocriada - Escola Interativa fileSidarta Ribeiro mostra como funciona a memória e o sono para o aprendizado |10 Curtas Reflexões e fatos marcantes na educação |11 Artigo

revista

Ano XXIII • n˚ 56 • out/dez 2015Publicação para a área privada

Qual ambiente escolar é capaz de acolher os alunos? • Qualidade do sono X educação

Solução cocriada Técnica, trabalho em equipee criatividade podem contribuirpara solucionar desafios antigosdas escolas

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ExcelênciaemEducação

COMPROMISSO COM QUEM VOCÊ EDUCA MATRÍCULAS ABERTAS

www.expoente.com.br

Escola um Sistema de Ensino que prepara seu aluno para ser um verdadeiro Expoente.Assuma o compromisso de construir a base do conhecimento de quem você educa. Proporcionamos uma formação por meio de vínculos afetivos e de muito aprendizado. Excelência em educação é oferecer a melhor formação para seu filho aliada à construção do saber.

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|30InclusãoReflexão sobre a inclusão nas escolas

|06EntrevistaSidarta Ribeiro mostra como funcionaa memória e o sono para o aprendizado

|10 CurtasReflexões e fatos marcantes na educação

|11Artigo IO perfil dos alunos do Ensino Médio deve ser considerado

|18Projetando o futuro Confira alguns projetos pelo país

|24Resultados As lições das Olimpíadas de Matemática

|25Artigo IIUm convite para reaprender a ver o mundo

|26Robótica Robótica Educacional Expoente aplicada em rede de escolas

|28Especial Histórias inspiradoras de quem é um Expoente

|34Dicas pedagógicas Orientações sobre o planejamento escolar

|38Mundo WebNovidades no Portal Escola Interativa e o sucesso da rede

índice

|12Matéria de capaInovação em sala de aula passa por diversas ferramentas

Editorial

ComemoraçãoCaros leitores:

O ano de 2015 está terminando. Quão rápido o tempo passa! Parece que foi ontem que fundamos o Grupo Expoente. Era o ano de 1986 e, agora, estamos chegando a 30 anos de história. Estamos, portanto, já bem crescidinhos e, obviamente, bem amadurecidos!

Quando resolvemos criar o Expoente, um dos desafios iniciais foi a escolha do nome. Queríamos algo que tivesse forte apelo como marca, mas que, ao mesmo tempo, nos remetesse a algo vinculado à educação. A escolha não poderia ter sido mais feliz, pois Expoente, além de ser uma expressão mate-mática que eleva uma quan-tidade, pode significar, na língua portuguesa, uma pessoa importante em uma profissão ou em um ramo do saber. Assim, podemos ter um Expoente máximo na matemática!

Foram 30 anos de muitos desafios, conquistas, glórias e histórias para contar. A própria Revista Impressão Pedagógica, que com esta edição chega ao nº 56, é a prova inconteste de quanto temos sido persis-tentes naquilo em que acre-

ditamos. Assim como o Expoente, a revista faz parte de nossa história, e ambos são orgulho e referência para todos aqueles que vivem e respiram Expoente.

Queremos agradecer a todos que nos acompanham nessa trajetória, especialmente a nossos professores, funcionários, gestores e clientes que, com suas críticas, suas sugestões e seus elogios, nos permitiram chegar até aqui.

Que venha 2016.

Um grande ano para todos nós!

Expediente

Direção-Geral:Armindo Vilson Angerer

CEEE:Rosires Gallucci

Jornalista Responsável:Arieta Arruda(MTB 6815/PR)

Revisão:Caroline Rabelo GomesAmanda Santos BorgesValéria Grazieli Stuber

Design:Gustavo Morais

Marketing:Soraia Costa

Foto de capa:© Wavebreakmedia / iStock

Pré-Impressão:Alexandre Straube

Fotolitos e Impressão:Editora Gráfica ExpoenteAntonio Both Av. Maringá, 350 – Pinhais (PR)CEP: 83324-000 Tel.: (41) 3312 4350

Tiragem:15 000 exemplares.Impressão Pedagógica é uma publicação semestral de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, distribuída gratuitamente por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.

Armindo AngererDiretor-geralGrupo Expoente

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Impressão Pedagógica (IP)

– Que tipos de memórias

nosso cérebro registra?

Sidarta Ribeiro (SR) – O cérebro

é capaz de formar a memória

para basicamente três tipos dife-

rentes de objetivos. Existem as

memórias declarativas, aquelas

que eu posso contar sobre o que

aconteceu há 10 anos, por exemplo,

no aniversário de minha avó. É muito

diferente de uma memória de um

comportamento meu, chamada

memória de procedimentos.

As memórias declarativas de

eventos que aconteceram são algo

que eu posso lhe contar e você

aprende rapidamente, porque

você já tem representações que

ajudam. Você aprende como uma

narrativa. Você aprende rápido e

também esquece rápido, no sentido

que envolve pouca mudança no

cérebro, pouca mudança sináptica.

Já as memórias de procedimento,

as memórias complexas, como

andar de bicicleta, jogar capoeira,

você não aprende rápido, aprende

devagar, precisa treinar muito

para aprender. Mas, uma vez

que você aprende, também não

esquece mais, porque envolve uma

mudança massiva de sinapses, um

caminho mais profundo e lento.

Aí tem o terceiro tipo, as memórias

emocionais, que são um pouco

diferentes, muito intensas, elas

sintetizam as emoções. Quando

o aprendizado envolve as

emoções, ele é mais intenso.

IP – Como o sono pode

contribuir para a memória?

SR – O sono atua de várias

maneiras sobre a memória.

Ele facilita o esquecimento

de algumas e facilita a conso-

lidação de outras. Ainda facilita

a transformação das memórias,

gerando o fenômeno da criati-

vidade, representações que você

não tinha antes e passou a ter.

Isso acontece por meio de uma

série de processos bioquímicos

e eletrofisiológicos, que são

estudados em laboratório e

apenas parcialmente conhecidos.

IP – Qual a quantidade

ideal de sono diário?

SR – A gente dorme cada vez

menos à medida que envelhece.

O bebê recém-nascido dorme

16 horas e boa parte no sono

REM (Rapid Eye Movement ou

Movimento Rápido do Olho). Além

de ser um sono em que se sonha,

é muito envolvido com a criação

de novas sinapses, com a questão

de genes envolvidos com a plas-

ticidade das sinapses. O recém-

-nascido está em processo de

construção e o sono tem a ver

com essa construção. O sono diz

respeito à reposição de meta-

bólicos, à síntese de macromo-

léculas importantes durante

a vigília, à reposição devido à

fadiga. Se você teve uma carência

cognitiva muito intensa, você pode

ficar com uma baixa de neuro-

transmissores disponíveis e,

durante o sono, isso será reposto.

Mas isso também depende do

tipo e da duração desse sono.

IP – Qual o papel do sono

no aprendizado escolar?

SR – Precisamos ter cuidado

com o papel do sono no apren-

dizado escolar, as pesquisas ainda

são incipientes. Estamos traba-

lhando nisso relativamente há

pouco tempo, apenas há alguns

anos. Mas até agora as evidências

apontam para um papel bem

positivo, a gente tem tido a possi-

bilidade de que no futuro que

após cada aula você tenha um

período para o sono para a conso-

lidação da memória daquela

aula. Talvez possamos trocar

uma aula longa por uma mais

curta, mais interessante, mais

emocionante, e conciliá-la com

um período de descanso para

consolidação da memória. Isso é

comprovado cientificamente por

meio de dois artigos publicados.

Um é dos Estados Unidos e

outro é nosso, de Natal (RN).

IP – Quais fatores têm

prejudicado a qualidade

de nosso sono?

SR – Uma questão importante é

a fragmentação do sono. Hoje as

pessoas estão usando a internet

de maneira com que fiquem

sempre na expectativa, esperando

novidades, estímulos rápidos.

A gente sabe que a integralidade

das diferentes fases do sono é

importante. Claro, o advento da

luz elétrica já causou um problema

para o sono, mas agora ➤

entrevista

O neurocientista Sidarta Ribeiro,

entrevistado desta edição da

Revista Impressão Pedagógica,

ajuda você a refletir sobre essas e outras

questões para melhorar seu entendimento

acerca do cérebro humano na relação

com a memória e o aprendizado escolar

e o significado dos sonhos.

Sidarta é xará de Sidarta Gautama,

o Buda, e sabedoria sobre o assunto é o que

não falta para ele. Professor de Neurociências

e diretor do Instituto do Cérebro da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),

em Natal (RN); integrante do comitê de direção

da Escola Latino-Americana de Educação,

Ciências Cognitivas e Neurais;

doutor em Comportamento Animal

e pós-doutor em Neurofisiologia,

Ribeiro tem experiência

principalmente nos temas sono, sonhos,

memória e neuroeducação. Ficou curioso?

Confira a seguir a entrevista com um dos mais

respeitados neurocientistas do mundo.

”“Sono, exercício físico e alimentação são os gargalos fisiológicos para o aprendizadoComo o cérebro funciona no processo do aprendizado?Qual a importância do sono no aprendizado dos alunos?

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para interagir. Quando nosso

mundo era muito simples, no qual

só tínhamos de matar, não morrer

e procriar, os mecanismos para

simular o futuro eram chamados de

oráculos probabilísticos, com base

no ontem, então as possibilidades

eram restritas, por isso prova-

velmente ele acertava muitas vezes.

Em nosso mundo contem-

porâneo, existem possibilidades

demais, pois a gente também

não tem só um problema, tem

milhões de problemas, e poucos

deles, geralmente, são tão

graves quanto aqueles de nossos

ancestrais. Portanto, os sonhos,

em geral, são dominados não por

um ou dois problemas, mas por

mil problemas, e é aí que surgem

aqueles sonhos meio loucos.

Quando você se aproxima desses

problemas graves, como estar com

um doente na família ou em uma

guerra, os sonhos lhe orientam

nesse sentido. Mas o oráculo

probabilístico no mundo contem-

porâneo está quebrado. A gente

não presta mais atenção no sonho.

O que mobiliza os sonhos são os

desejos, e esses desejos estão

relacionados aos problemas.

IP – Como se forma o apren-

dizado no cérebro?

SR – Existem três momentos. O

primeiro é quando você adquire

a memória, ou seja, quando você

está acordado e adquire essa

memória. O segundo é quando

você vai dormir e essa memória

vai ser liberada e consolidada. Já

o terceiro é quando você utiliza

essa memória, isto é, quando

você adquire a memória decla-

rativa. Aprendendo, por exemplo,

qual a capital da Rússia, primeiro

você adquire essa informação e

ativa os neurônios do hipocampo

e do córtex. À noite, quando você

for dormir, tanto o hipocampo

quanto do córtex vão reverberar

essa informação, essa memória

vai ser reativada de maneira

que ela fique cada vez mais

forte no córtex e mais fraca no

hipocampo. Os detalhes disso

nós ainda não entendemos

direito, fazemos pesquisas

exatamente sobre esses detalhes

para saber como esse movimento

acontece. Só o que sabemos

é que isso vai acontecer.

Quando você recupera essa

memória no outro mês, ela estará

muito mais no córtex, pois ela

vai mudando para lá, e parece

que o sono tem papel funda-

mental nessa passagem.

IP – Como tornar o cérebro

saudável ao longo da vida?

SR – Quando criança, o alei-

tamento materno e uma

alimentação rica em ômega 3 e

lipídios adequados são impor-

tantes, pois sem esses elementos

o cérebro não se desenvolve.

Outra questão é nutrir-se com

informação. Isso significa que o

cérebro precisa ser usado, ser

expandido. Em caso de gêmeos

univitelinos que apresentam o

mesmo genoma, aquele que

é inativo [no sentido de não

exercitar o cérebro] desenvolve

o Alzheimer muito antes. O sono

também tem relação com a

limpeza das toxinas que podem

levar ao Alzheimer. Assim,

dormir mal é um fator de risco

para um monte de coisas.

IP – Como os exercícios

físicos podem contribuir

com o cérebro?

SR – Há vários experimentos

mostrando que fazer exer-

cícios aeróbicos aumenta o

volume do hipocampo, que é

algo importante, inclusive para

a memória. Existe uma relação

entre Educação Física, Geografia

e(ou) História que as pessoas

geralmente não reconhecem.

Colocar o exercício físico como

última coisa do dia, talvez, não

seja a melhor coisa. A gente

tem muito que aprender ainda

sobre como melhor administrar a

alimentação, o sono e o exercício

físico na escola. Eles são usados

na escola de maneira não cien-

tífica e, muitas vezes, até não são

usados. Também é importante

investir na autorregulação dos

alunos. Mas, para isso acontecer,

é preciso também mais meta-

cognição. As crianças precisam

entender melhor o que estão

fazendo na escola, que estão

lá para benefício próprio, que o

tempo que passam na escola

serve para aprender, consolidar

e entender como é o que o

cérebro delas funciona. ✪

entrevista

as pessoas estão começando a

viver quase que continuamente

on-line. As pessoas dormem com

o WhatsApp ligado e, quando

chega uma nova mensagem, vão

lá olhar. É preciso que as pessoas

entendam que o sono completo

é extremamente importante

para a cognição e precisa ser

protegido. Sono, exercício físico

e alimentação são os gargalos

fisiológicos para o aprendizado,

se esses três elementos não

estiverem alinhados, a pessoa

não terá um bom aprendizado.

IP – Você já declarou em

outra entrevista que o

sonho é uma visão de futuro.

Como isso funciona?

SR – O sonho é uma reativação

da memória, do passado. Mas

para que ele serve? Com base

no passado, o sonho é uma

simulação de algo que pode

acontecer amanhã. Imaginemos

na Pré-História: se eu fui caçar

e, na hora que estava caçando,

quase morri, pois um predador

me atacou, eu vou sonhar com

esse predador. Se eu ficar com

medo e for [caçar] amanhã, isso

salvará minha vida. O sonho teria

evoluído quando estávamos nas

cavernas. São histórias do passado

que mostram como pode ser o

amanhã. No fundo é um processo

cognitivo, que gera hipóteses

sobre a realidade com base nas

memórias do passado. Essa é

uma hipótese bem revolucionária,

denominada Teoria dos Sonhos.

Claro que ela serve para mostrar

não só predadores, mas também

onde poderia ter comida, onde

encontrar seres da mesma espécie

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artigo I

Um estudo recente feito pelo movimento da sociedade civil orga-nizada, "Educação para Todos", analisou cinco metas entre o período de 2013 e 2014, com base em dados oficiais e na comparação de levantamentos já realizados por eles sobre o caminho percorrido pela educação brasileira.

Uma das questões apontadas nesse estudo foi a meta quatro: “que afirma que até 2022 todo aluno deve concluir o Ensino Médio até os 19 anos”. A análise dessa meta mostra que é preocupante a evasão escolar no Ensino Médio, bem como o desinteresse dos alunos que continuam a cursá-lo, princi-palmente aqueles de faixas sociais mais vulneráveis. “Na faixa dos 25% mais pobres da população, somente 59,6% dos estudantes concluem o Ensino Fundamental e 32,4% terminam o Ensino Médio.”

Algumas reflexões podem ser feitas a partir desse cenário preo-cupante. Para os alunos do Ensino Médio, via de regra, ainda são usadas velhas metodologias, velhos hábitos e encaminhamentos de estudos. Essa é uma geração nascida e crescida em outra realidade a qual os professores não estão acostumados.

Para entender qual é o perfil desse aluno, é preciso ouvi-lo atentamente, observá-lo, conhecê-lo melhor e

motivá-lo para que ele ultrapasse essa fase com propriedade, tranquilidade e o mais próximo possível dessa nova realidade.

Vivemos um momento histórico em que a educação virtual tem um peso cada vez mais signi-ficativo na educação formal, em todas as classes sociais. A primeira não apenas repercute na segunda; ela a influencia. Aliás, não somente influencia, ela também a molda. Mais do que nunca, como educadores, precisamos desenvolver, monitorar, inovar, mudar nossos modelos mentais, hábitos, cultura, sair da zona de conforto de maneira produtiva, aceitar e se adaptar.

Isso significa que cada vez mais a educação se torna complexa, e o foco migra da simples transmissão de conteúdos para dimensões menos integradas ou visíveis, como as competências e habilidades emocionais, intelectuais e éticas. Caem as paredes das salas de aula, aglutinando novos espaços de ensino-aprendizagem presenciais e virtuais. Cada vez mais se altera o papel do professor com a incor-poração de outros papéis, como de mediador, facilitador, gestor, mobilizador e motivador.

A tecnologia da informação e da comunicação não muda o que

aprendemos, mas altera o modo como aprendemos. O processo de ensino-aprendizagem tornou-se coletivo e, para tanto, devemos usufruir da enorme inteligência coletiva presente em qualquer instituição de ensino. É fato que a escola ainda tem dificuldades em utilizar os recursos da internet em sala de aula. Ferramenta esta encarada por especialistas e educadores como essencial e indispensável nesta era. As novas tecnologias ganham espaço efetivo dentro e fora da sala de aula. Computadores com acesso à internet, softwares de criação de sites, televisores com canais a cabo, sistema de rádio e jogos eletrônicos são algumas das possi-bilidades existentes que podem ser aproveitadas no ambiente escolar como instrumentos faci-litadores do aprendizado. ✪

Tecnologia como facilitadorasPor Renaldo Franque*

*Pedagogo, ex-diretor de Curso Pré-Vestibular e atual gerente de Sistemas Pedagógicos do Grupo Expoente.

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Já ouviu falar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio

Teixeira (Inep)? Esse instituto, vinculado ao Ministério da Educação (MEC),

homenageia, em seu nome, um dos maiores expoentes da educação brasileira.

Este ano, comemoramos 115 anos do seu nascimento. Anísio Teixeira nasceu

em Caetité, interior da Bahia e formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em

1922. Em 1932, Anísio foi signatário do Manifesto da Escola Nova, que defendia

a escola pública, laica e obrigatória para todos. “Só existirá democracia no Brasil

no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa

máquina é a da escola pública”, dizia Anísio. Ele é autor de diversas obras, entre

elas Educação não é privilégio e Educação e a crise brasileira. O livro era seu

maior companheiro. ✪

Homenagem ao mestre

O Grupo Expoente lançou um novo site institucional. Nesse ambiente virtual,

você acessa novidades e informações sobre serviços e produtos do Grupo

Expoente. O design foi todo reformulado, seguindo as tendências mais

contemporâneas. O mesmo conteúdo está disponível para smartphones e

tablets. Com uma estrutura intuitiva e boa para navegação, o site privilegiou as

cores do Grupo Expoente: o vermelho e o verde, valorizando nossa identidade.

A página apresenta áreas específicas para cada público.

O Portal Escola Interativa também pode ser acessado por esse novo endereço

<www.expoente.com.br>. Confira! ✪

Quer saber quais são as tendências da educação do século XXI? Segundo um

estudo do portal de notícias Porvir, em parceria com três organizações inter-

nacionais: Edsurge (Estados Unidos), Innovation Unit (Reino Unido) e WISE

(Catar), são cinco pontos que precisamos olhar.

• Aprendizado de competências socioemocionais, como comunicação, colaboração, criatividade e pensamento crítico.

• Ensino personalizado, considerando que os alunos aprendem de maneiras e em ritmos diferentes.

• Experimentação é desafiar os alunos a construírem seus conhecimentos por meio de projetos ou produtos.

• Uso do território. Os alunos e professores podem e devem ampliar o conhecimento com atividades em outros ambientes, como praças, parques e museus.

• Novas formas de certificações. Os educadores têm a oportunidade de se aprimorar e os alunos também podem fazê-lo por meio de diferentes

experiências educativas. ✪

Expoente no ar

Novas tendências

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O ambiente escolaré repleto de desafios

que se modificam constantemente, por isso

a busca pela inovação ajuda a vencer obstáculos

com mais consciência e assertividade.

Saiba como fazer isso! ➤

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matéria de capa

Resolver problemas relacionados

à falta de disciplina dos alunos

em sala de aula, tratar com

responsáveis pouco partici-

pativos, fazer o planejamento

escolar e promover a inclusão

são alguns obstáculos históricos

que podem parecer sem solução.

No entanto, você não está

sozinho. Essas questões são

enfrentadas por professores

e gestores que estão ao seu

lado na escola e também por

educadores de todo o Brasil, sem

contar a comunidade escolar,

os pais e alunos. Então, que tal

trabalhar com a colaboração?

Cada uma dessas pessoas

tem possibilidades diferentes

de contribuir para se chegar

à solução. Por isso, você não

precisa ficar sozinho, pelo

contrário, utilize a força das

redes de contato e trabalhe

pela construção de soluções

mais completas e de maneira

mais assertiva. Você pode ser

uma das peças do quebra-

-cabeça da solução.

Existe uma ferramenta de

inovação que está mudando a

maneira de olhar os problemas

e transformá-los em oportu-

nidades: o design thinking (DT)

para educadores. Com ela, você

trabalha com empatia, experi-

mentação e novos aprendizados,

em um ciclo que se retroa-

limenta a cada novo desafio.

“Fundamental não é saber

tudo, é aprender a aprender

e gostar de aprender”, afirma

Ronaldo Mota, um dos prin-

cipais pensadores brasileiros na

área de educação e inovação, em

entrevista ao jornal Zero Hora.

“A essência do design thinking

para educadores é trabalhar a

solução de problemas (desafios)

de forma coletiva, sempre consi-

derando as pessoas envolvidas

nessa solução”, explica Priscila

Gonsales, diretora executiva

do Instituto Educadigital, orga-

nização sem fins lucrativos refe-

rência mundial em projetos

inovadores de uso pedagógico.

Priscila explica que o DT para

educadores é um conjunto de

cinco passos que pode ser aplicado

a qualquer tipo de problema.

Como surgiu? A metodologia foi primeiramente

difundida pela empresa IDEO,

que é voltada à inovação, nos

Estados Unidos. O método de

inovação incremental, desen-

volvido com base na maneira de

trabalhar dos designers, começou

a ser utilizado para a educação há

pouco tempo no Brasil e já tem

trazido resultados surpreendentes.

Por que inovar no ambiente

escolar? O objetivo dessa

ferramenta é – como pensam os

designers – promover o máximo

de bem-estar na vida das pessoas,

e a escola é um lugar privilegiado

para isso. Dessa maneira, é possível

melhorar a experiência escolar,

com foco no aprendizado signifi-

cativo dos alunos. O Sistema de

Ensino Expoente (SEE) apresenta

produtos e serviços que, aplicados

nesse processo, podem ajudar

no crescimento de sua escola

e na melhora da qualidade de

ensino oferecida aos alunos.

Acompanhe passo a passo como

funciona essa ferramenta.

Este é o nome de um grupo de jovens que tomaram a iniciativa de melhorar a experiência da educação na cidade de Guaíba (RS) com aplicação do design thinking para educadores.

“De segunda a sexta tínhamos aulas desconexas e que pouco faziam sentido para nós, além da falta de inspiração de professores e alunos. Então, o grupo criou uma imersão voltada para a escola, reunindo jovens inquietos que querem mudar sua realidade. Nossa

Tamo Junto!função principal era inspirar a tirar a ideia do papel e seguir adiante. Atualmente, temos um grupo de oito participantes multidisci-plinares, como artista, fotógrafo, designer, educador, mochileiro e até uma mãe super aven-tureira”, conta Anderson Kubiaki, um dos idealizadores do projeto.

Com o projeto, o grupo já ajudou o Colégio Augusto Meyer, em Guaíba, a encontrar os problemas e suas possíveis soluções. Os resultados? Desde ideias para

melhorar a prática em sala de aula até jovens que perceberam problemas e sentaram para conversar com os pais sobre eles.

Para o futuro, os jovens planejam criar mais oficinas e imersões para jovens de escolas públicas da região. “Queremos criar também uma espécie de manual, contando nossa experiência e nosso passo a passo, para que outros coletivos se formem por aí e façam acontecer”, comenta Anderson. ➤

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culpados) e experimentar novas

soluções com foco nas pessoas.

Nesse quesito, o Grupo Expoente

apresenta uma ferramenta de

avaliação para medir o sucesso

do Sistema de Ensino Expoente:

o Sistema de Avaliação Global

Expoente (SAGE). A ferramenta

é um indicador que avalia dife-

rentes dimensões: alunos,

professores, gestores, estrutura

física da escola e estrutura

pedagógica. “Os resultados

assertivos de 2014 foram muito

comentados pelos educadores

nos encontros temáticos

promovidos pelo Grupo Expoente.

Eles perceberam que esse é

um diferencial transformador

para as escolas que oferecem o

Sistema de Ensino Expoente”,

afirma Renaldo Franque.

“Por muitos anos, fomos ensinados

que o que era ‘bom’ e ‘certo’ era

produzido por especialistas de

fora da escola ou do ambiente.

Não fomos acostumados a agir

como autores e produtores de

informação, conhecimento e

cultura. Esperamos que as soluções

surjam de fora, apostamos pouco

no que juntos podemos construir.

A crença na inteligência coletiva,

no potencial criativo das pessoas e

na construção colaborativa é algo

contemporâneo, próprio dessa

sociedade em rede que vem se

consolidando com a internet e a

cultura digital. O DT está ligado ao

conceito de rede distribuída, na

qual todos são parte integrante

e importante no processo. É um

fazer com pessoas em vez do fazer

para pessoas”, conclui Priscila. ✪

Chegou o momento de colocar a mão na massa, isto é, de escolher

algumas ideias e testá-las. Caso seja

escolhido um produto para resolver

o problema, faça um protótipo

dele com materiais recicláveis, por

exemplo, e esteja aberto a ouvir

sugestões de melhorias de outros

participantes. “Protótipos reduzem

as incertezas do projeto, pois são

uma forma ágil de abandonar alter-

nativas que não são bem recebidas

e, portanto, auxiliam na iden-

tificação de uma solução final

mais assertiva”, esclarece o livro

Design thinking, da MJV Press.

Caso a escolha seja a aplicação de

um novo serviço, é possível testá-lo

por meio de encenação ou desenhos

(storyboard) de como ele funcionaria

com o público-alvo. “Alunos e

professores de escolas públicas do

Rio Grande do Sul participantes do

game "Logus – a saga", da Fundação

Sirotsky, desenvolveram juntos um

projeto de aprendizagem de língua

portuguesa, utilizando aplicativos de

troca de mensagens pelo celular”,

exemplifica Priscila Gonsales.

Como fazer dar certo? “É fazendo,

experimentando, tentando. Não tem

fórmula nem regra, apenas algumas

orientações de olhares e caminhos.

Ter um bom material à mão pode

ajudar. É bom lembrar que esse

percurso é totalmente adaptável, só

depende da imaginação de quem

for implementar”, explica Priscila.

Um modelo de protótipo são as

maquetes desenvolvidas para

o projeto de Robótica Educa-

cional Expoente, em que alunos

e professores elegem e estudam

um problema, aplicam conhe-

cimentos de programação e

constroem uma maquete para

mostrar a solução, utilizando

materiais recicláveis. “É uma

inovação colocada ao alcance de

todas as escolas, que precisam

acompanhar os avanços tecno-

lógicos e preparar seus alunos

para a vida”, explica Maurício

Gebran, consultor do Grupo

Expoente e mestre em Enge-

nharia de Produção com ênfase

em Mídia e Conhecimento.

É chegada a hora de aprender com os erros e acertos. Depois de

aplicada a solução, é preciso avaliar

se a ideia escolhida foi amadurecida

e está no caminho certo, verificar

o que é preciso melhorar ou redi-

recionar. Mas o que é o sucesso

desse projeto? Isso quem precisa

definir é o grupo. “Por isso, defina

uma série de critérios do que é

sucesso para te ajudar a guiar

e avaliar o desenvolvimento do

projeto, conforme você constrói

sua ideia”, explica o guia desen-

volvido pelo Instituto Educadigital.

O importante é documentar o

processo, fazer reuniões periódicas

para cada um dos passos e

continuar a pensar com empatia

(habilidade de se colocar no lugar

de outra pessoa), colaboração

(ajudar uns aos outros e não buscar

matéria de capa

Reúna um grupo e eleja o desafio da vez. Envolva nesse

grupo pessoas que tenham dife-

rentes conhecimentos e sejam

parte da questão. Por exemplo,

sobre a indisciplina em sala de

aula, convide tanto alunos que

apresentam quanto aqueles que

não apresentam esse problema

para ouvir os motivos e as

raízes desse comportamento.

Convide também os pais dos

alunos, que podem contribuir

para mostrar a sua visão.

“O design thinking tem como

concepção a cocriação. É

preciso reunir pessoas de dife-

rentes perfis para resolver

um problema ou desafio, mas

sempre tendo como foco o

público diretamente envolvido

no problema ou desafio. É uma

estratégia de todos para todos”,

conceitua Priscila Gonsales.

Com essa primeira etapa de

conversas, observação em sala

de aula e coleta de dados sobre

comportamentos, é possível

fazer a imersão em todos os

âmbitos desse desafio.

Esses elementos são utilizados

pela Assessoria Pedagógica do

SEE durante a implantação na

escola ou na rede de escolas

contratantes. “Entendemos o

problema, o perfil da escola,

Cinco passos para inovar na escolaconversamos com diferentes

públicos, observamos as neces-

sidades e percebemos as oportu-

nidades de trabalho para implantar

o Sistema de Ensino Expoente

naquela escola”, conta Renaldo

Franque, gerente de sistemas

pedagógicos do Grupo Expoente.

Depois de delimitado o desafio, é preciso interpretar a realidade

com base nos dados coletados na

primeira fase. Foi o que aconteceu

em Cajamar (SP). “Diretores da

rede pública municipal de Cajamar

perceberam a importância de

trazer os docentes da escola para

pensar a melhoria dos processos

administrativos e aprimorar o rela-

cionamento entre as pessoas.

Notaram isso ao refletirem como

os professores escutavam certas

frases pouco acolhedoras no dia

a dia, e tais frases eram pronun-

ciadas por eles mesmos, os

diretores”, conta Priscila.

Uma das ferramentas utilizadas

pelo SEE para essa fase é o tema

pedagógico bienal, que oferece

uma contribuição importante para

interpretar a realidade. Este ano, o

tema é "Vínculos e aprendizagem",

que prepara os professores para

entenderem melhor como os

vínculos afetivos podem contribuir

na aprendizagem dos alunos,

em todos os níveis de ensino.

É hora de partir para o terceiro passo, a ideação. Essa fase serve

para gerar ideias, e os indivíduos

podem ser divididos em grupos

menores, com o objetivo de se ter

um número maior de ideias. As

maneiras de realização dessa etapa

podem ocorrer com a ferramenta de

brainstorm, passando por workshops

de cocriação ou ainda por oficinas

de ideias. “Professores da Escola

da Associação de Servidores da

Universidade de Brasília (UnB),

durante uma oficina de formação,

propuseram criar o ‘Fail Festival’,

um dia especial durante o ano

letivo em que os educadores

poderão expor seus erros e

compartilhar o que aprenderam

com eles”, explica Priscila.

O importante nessa fase é criar

ideias. Mesmo que pareçam

malucas a priori, elas podem ser

úteis para solucionar o desafio.

Aqui é importante pensar em várias

possibilidades, sem recriminar

nenhuma delas, e ter várias opções.

Como dizia Thomas Edison,

“se quiser ter uma boa ideia,

tenha uma porção de ideias”.

As capacitações e oficinas oferecidas

pelo SEE nas escolas são ótimas

oportunidades para encorajar

professores e gestores a pensar

fora da caixa. Por isso, aproveite

o calendário de eventos do SEE

para aprimorar essa etapa. ilust

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projetandoo futuro

“O Sistema de Ensino Expoente

proporciona uma excelente

qualidade pedagógica, dando um

apoio personalizado, com cursos

de capacitação para professores,

assessoria pedagógica, modernas

tecnologias educacionais, material

didático atraente para as diversas

faixas etárias, inclusive on-line,

com o Portal Escola Interativa,

que enriquece a prática peda-

gógica. Todo esse apoio do Grupo

Expoente contribui para o nosso

crescimento quantitativo e manu-

tenção de nossos alunos”, explica

Rosângela Pellosi de Freitas,

diretora Colégio Casa Branca.

Atualmente, a escola atende

310 alunos da Educação Infantil

e Ensino Fundamental.

Muitos projetos estão engati-

lhados para este ano. Confira!

História de parceriaConveniada com o Expoente há 13 anos, o Colégio Casa Branca de Uberlândia (MG) completa 35 anos de história em breve, mas desde já tem muitos motivos para comemorar a parceria

• Momento fraternal: diariamente, no início da

aula, reunimos os alunos em uma grande roda,

na qual cantamos músicas, que proporcionam

contato físico e relevam valores morais.

• Mala Viajante e Caderno Viajante: três vezes por semana,

a Mala ou o Caderno Viajante (dependendo da série a

qual o projeto se destina, 2o ou 3º ano) vai para a casa

da criança com um livro de literatura escolhido por

ela e uma ficha literária. O projeto tem como objetivo

desenvolver o gosto pela boa leitura e estimular a cria-

tividade dos alunos e a interação com as famílias.

• Caixa Surpresa: as crianças do nível IV levaram a Caixa

Surpresa para casa somente uma vez durante a realização

do projeto. A finalidade do projeto é o trabalho com as

Projetos para a Educação Infantil e Ensino Fundamental I

letras, especialmente a letra inicial do nome

de cada criança. Durante o final de semana,

a criança conversará (com a família) sobre o

próprio nome, conhecerá a letra inicial dele e,

juntamente com uma pessoa adulta, colocará

na caixa pelo menos três objetos cujos nomes

iniciem com a mesma letra de seu nome.

• Sr. Alfabeto: é um mascote (boneco)

feito com as crianças do Nível V, com o

intuito de tornar o aprendizado das letras

do alfabeto mais divertido e criativo.

Cada final de semana uma criança leva o

Boneco para casa, onde ele participará de

todas as atividades vividas pela família.

• Autoavaliação: a cada semestre, é entregue um

formulário com questões objetivas aos alunos e,

sob a orientação do professor, eles irão refletir em

relação ao seu cotidiano de aluno e cidadão.

• Devoradores de textos: semanalmente, é entregue

aos alunos diferentes tipos textuais, como repor-

tagens, literários, informativos. Esses textos serão

lidos e as fichas de interpretação preenchidas, as

quais acompanharão os referidos textos. Todo esse

material será arquivado em uma pasta catálogo.

• Roda cultural: projeto de literatura no qual os alunos

devem apresentar oralmente uma reportagem atua-

lizada. Essa reportagem pode ser científica, cultural,

de curiosidades, de esporte etc., só não vale

reportagem policial. Devem ser citadas fonte e data.

Projetos para o Ensino Fundamental• Histórias de bisa: os alunos irão ler uma obra

literária sobre o tema, depois, farão um convite

para as avós e bisavós comparecerem ao Colégio

com objetos significativos de sua infância,

onde narrarão fatos que marcaram suas vidas.

Ao final do encontro será servido um chá.

• Projeto tutoria: semanalmente, cada

aluno recebe uma pasta e se responsa-

biliza por preencher diariamente a rotina da

sala de aula, como tarefas não realizadas,

trabalhos solicitados, pontualidade etc.

• Ciranda do livro: quinzenalmente, cada aluno

deverá escolher na Biblioteca da Escola

uma obra para ser lida e trabalhada.

Projeto Institucional (todas as turmas)

• Momento de Reflexão Cívico: no Momento de Reflexão Cívico,

semanalmente, proporcionamos reflexões entre alunos e

professores acerca de temas que buscam a cons-

trução de valores, e cantamos o Hino Nacional. ✪ foto

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projetandoo futuro

projetandoo futuro

É por meio da educação que poderemos ter um trânsito mais

seguro e pacífico, com bons cidadãos e bons condutores.

Esse é o objetivo do projeto “Educação para o trânsito”

do Colégio Intensivo, de João Pessoa (PB), conveniado

com o Sistema de Ensino Expoente. Desde 2013, a insti-

tuição promove esse projeto para alunos da Educação

Infantil ao Ensino Médio. Os estudantes aprendem sobre

legislação e direitos e deveres no trânsito. O colégio firmou

parceria com a Secretaria Municipal de Trânsito e a Polícia

Rodoviária Federal para aplicar atividades completas

e bem didáticas. Foram produzidas maquetes, teatros

e até histórias em cordel. “Em uma das atividades, os

alunos fizeram até uma paródia da banda Aviões do Forró,

chamada 'O dia do capote'. Foi um sucesso o projeto”,

conta a diretora pedagógica Kátia Cilene Oliveira. ✪

Trânsitomais seguro

Esse projeto faz parte da Ginest (Gincana Estudantil),

criada na década de 1990, pela assessora pedagógica

Adriana Fialho quando trabalhava no colégio. A gincana

possui três dimensões: social, cultural e esportiva, e é

aplicada para os alunos da instituição, da Educação Infantil

ao Ensino Médio. O Literando integra o item cultural desse

projeto, que dura o ano todo, valorizando a leitura de

livros, que vão sendo contados pelos alunos por meio de

diversas manifestações culturais. O último tema adotado

foi cinema. Segundo a atual coordenadora pedagógica,

Elida de Freitas Duarte, as atividades realizadas foram

workshops, exposições, cartazes, teatros,

entre outras manifestações, que respeitavam

cada faixa etária. Foi um projeto interdisci-

plinar. “Todos os professores participaram”,

conta a coordenadora. “Eles amaram a expe-

riência de pisar no palco”, relata Elida.

Os alunos produziram o roteiro, a sonoplastia,

os figurinos e toda a produção do espetáculo,

que foi apresentada aos pais no encerramento

do projeto. Este ano, o tema é música.

Que venham novas e sonoras aprendizagens! ✪

Com quase 30 anos de trajetória, o

Expoente valoriza seus parceiros.

Confira o depoimento da diretora

Larisse Castaldi do Colégio

Mundo do Saber, em Franca

(SP), que há quase cinco anos

possui parceria com o Sistema de

Ensino Expoente, mostrando que

vale a pena ser um Expoente.

“O Colégio Mundo Saber tem

o objetivo de oferecer uma

educação de excelência, funda-

mentada em princípios éticos,

estéticos e políticos, a partir

de uma proposta pedagógica

sócio-construtivista, inovadora,

centrada na aprendizagem

significativa e no compartilhar

de conhecimentos. Tanto na

Educação Infantil como no Ensino

Fundamental temos como meta

a criação de condições para

satisfazer as necessidades básicas

do aluno, oferecendo-lhes um

clima de bem-estar mediante a

proposição de atividades lúdicas,

que promovam a curiosidade e

a espontaneidade, estimulando

novas relações a partir do que já

se conhece. O Colégio Mundo do

Saber forma futuros vencedores

com o Sistema de Ensino

Expoente. Utilizamos o Sistema

de Ensino Expoente para que

professores e alunos se desen-

volvam plenamente, somando

valores de vida como respeito

mútuo, honestidade, amizade,

justiça e solidariedade para a cons-

trução de um futuro promissor.

Centrados na intenção primordial

de ensinar, salientamos que

o educando deve sentir--se

motivado a ir à escola, onde ele

poderá realmente aprender, e

não somente pelo fato de ofere-

cermos inúmeras atividades extra-

curriculares, mas sim graças

ao processo de aprendizagem

que envolve, principalmente,

professores comprometidos

em oferecer a melhor educação,

seja nas suas atitudes em

sala de aula, no seu posicio-

namento e(ou) no conhecimento

profundo dos conteúdos.

A equipe Mundo do Saber deseja

que os pais, ao deixarem seus

filhos em nossa escola, não

se sintam culpados, mas sim

convictos de que por meio das

atividades propostas contri-

buiremos para a formação de um

indivíduo mais seguro e feliz”. ✪

Orgulho de ser Expoente

O Colégio Alef foi fundado em 2008, em Sinop

(MT), e desde então é conveniado com o Sistema

de Ensino Expoente. Completando sete anos de

parceria, a instituição desenvolve um trabalho dife-

renciado no atendimento da Educação Infantil,

Ensino Fundamental I e período integral. O Colégio

destaca-se por sua missão de cuidar e educar para

a vida. Partindo desse ponto, a direção tem foco

na gestão de pessoas. Por isso, os professores

estão sempre se aprimorando e contam com o

apoio do Sistema de Ensino Expoente para avançar

nessa direção. “O diferencial do Expoente é a quali-

ficação dos educadores, o material é muito bom e

faz realmente os alunos se desenvolverem”, afirma

Rosângela Garcia, diretora do Colégio Alef. ✪

Educando para a vida

Pé no palcoO Colégio Exodus, conveniadoao Sistema de Ensino Expoente, em Fortaleza (CE),preparou para os alunos, no ano passado, o projeto Literando

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projetandoo futuro

projetandoo futuro

O Colégio Impacto, em Ilhéus

(BA), realizou internamente

diversos projetos e participou

de prêmios na cidade.

Merece destaque a III Feira do

Jovem Empreendedor, que envolveu

toda a escola, da Educação Infantil

ao Ensino Médio. “Durante todo

o ano letivo trabalhamos o tema

"Limites, Respeito e Superação"

com textos, palestras, oficinas.

Além disso, a escola promoveu

cursos de formação sobre educação

financeira e empreendedorismo”,

conta a diretora Silene de Souza.

Foram realizadas aulas de teatro,

dança e libras para o desenvol-

vimento das atividades artísticas.

Uma das propostas do projeto

foi organizar uma praça de

alimentação, aberta para a comu-

nidade escolar, com stands para a

venda de salgados, doces, tortas,

sorvetes e alimentação saudável.

Após o evento, os alunos fizeram

planilhas com custos e lucros.

Os alunos também apresentaram

um grande musical: "SOS Terra",

que retratou como estamos nos

relacionando com o planeta,

despertando neles atitudes cons-

cientes e responsáveis. Além

dessas atividades, o Ensino Médio,

com o apoio da coordenação dos

cursos de graduação em Direito,

Enfermagem e Nutrição da

Universidade Estadual de Santa

Cruz (UESC), ofereceu à comu-

nidade alguns serviços, como

consultoria jurídica, aferição

de pressão arterial, teste de

glicemia, informações sobre

câncer de mama e dengue.

Por fim, os alunos da 3ª série

do Ensino Médio arrecadaram

alimentos e materiais de limpeza

e higiene para um lar de idosos.

“Isso trabalhou nos nossos

alunos a caridade e o amor ao

próximo”, conta a diretora.

Com todas essas ações, a escola

atingiu seu objetivo: despertar nos

alunos atitudes empreendedoras,

tais como ideias inovadoras,

inquietas, criativas, ousadas,

além de promover aos alunos a

visão voltada para o futuro. ✪

Por uma cidade leitora

1º passo: apresentação de algumas obras lite-

rárias pela professora para que os alunos sele-

cionem aquelas que gostariam de ler e apresentar

na Feira Literária. Formação de grupos para

a discussão das atividades a serem desen-

volvidas e apresentadas no dia do evento.

2º passo: leitura e análise da obra literária.

Os alunos fazem a leitura do livro e elaboram

um trabalho escrito sobre os elementos da

narrativa lida e outros aspectos importantes.

3º passo: criação, organização e preparação das

atividades a serem apresentadas durante o evento.

4º passo: realização da Feira Literária.

5º passo: avaliação dos aspectos positivos

e negativos do trabalho desenvolvido.

Dessa forma, é possível ampliar o hábito da leitura

entre os alunos e despertar neles a importância

da leitura para a vida. Os pais também ajudam na

produção e participam no dia da Feira Literária. ✪

Cinco passos para formar um público leitorO Centro Educacional Meu Caminho, em Jequitinhonha (MG), mostra que é possível realizar uma Feira Literária bem sucedida em cinco passos. Quer saber como? Acompanhe as orientações a seguir

É muito comum o aluno do Ensino

Médio ainda não saber qual profissão

escolher. No que vai gostar de

trabalhar? Para diminuir essa dúvida

natural da idade, o Colégio Vida

Viva de Fortaleza (CE) orientou

seus alunos de uma maneira bem

completa e instrutiva. Promoveu no

segundo semestre a gincana “Profis-

sional do Século XXI” para mostrar

aos alunos algumas competências e

habilidades que algumas profissões

exigem no mercado de trabalho. Na

primeira etapa, os alunos tiveram

palestras, orientação com psicólogos

e pesquisaram sobre diversas

profissões. No momento seguinte,

os alunos participaram de debates

com ex-alunos do Colégio Vida

Viva, conveniado com o Sistema

de Ensino Expoente; e, na terceira

etapa, foi a vez de entrar em cena

a Feira de Profissões, na qual os

alunos se organizaram em equipes

e cada uma apresentou um curso.

Tinha que ser algo prático sobre a

profissão. Por último, foi promovido

um desfile ecológico. Os alunos

produziram e desfilaram roupas e

acessórios recicláveis, como um

vestido feito de sacolas plásticas.

“Esse projeto é uma marca do

Colégio. O aluno sai melhor

preparado e com noções sobre

como é importante, por exemplo, o

trabalho em equipe para o mercado

de trabalho”, afirma Egídio Caracas,

coordenador pedagógico do

Ensino Médio. Os alunos também

visitam feiras de profissões das

universidades da cidade. Assim,

os alunos viveram uma expe-

riência significativa e saíram

mais certos de qual caminho

seguir na vida profissional. ✪

Mundo profissional

Um menino de família pobre pode virar príncipe? Pode

sim. Essa é a história de Carl Friedrich Gaus, que se tornou

o príncipe da matemática no século XVIII. Sabe como?

Apesar de ser de origem humilde, sua mãe e seu tio o

apoiaram a estudar. Com o incentivo deles, muita força de

vontade e uma pitada de talento nato, o menino alemão

se aventurou pelos números. Apaixonou-se e pode

fazer contribuições importantes para a história da mate-

mática. Assim, mostrou ao mundo que essa disciplina,

que está em nosso cotidiano, é mesmo apaixonante.

Por isso, é importante saber usá-la. “Todos podem

aprender de maneira lúdica e perceber que a mate-

mática está em nosso dia a dia”, afirma Liliane

Aparecida dos Santos Dutra, diretora da Escola

Caminho do Sol, conveniada com o Sistema de

Ensino Expoente, em São João Del Rei (MG).

Com esse olhar e o apoio do Expoente, a escola Caminho

do Sol apostou no projeto “Príncipes da Matemática”,

que utilizou as histórias de Gaus e de um príncipe que

não gostava de matemática, mas que com o tempo

percebeu o quanto ela é importante para a vida.

Para cada segmento – da Educação Infantil ao Ensino

Fundamental I –, foi aplicado um tipo de atividade. O

projeto tinha até mascote, um boneco que fez o maior

sucesso entre os alunos. “Ainda existe o preconceito

contra a matemática. Mas construímos outro signi-

ficado do aprendizado. Eles passaram a ver a mate-

mática [de maneira] diferente”, explica a diretora.

“A diretora conseguiu estabelecer ‘Vínculos e apren-

dizagem’ entre os personagens da história e alunos,

professores, pais, comunidade. Um projeto espetacular”,

afirma a assessora pedagógica Expoente, Eva Marry

Alves da Silva. Depois dessa experiência exitosa, a escola

mostra que a matemática pode sim ser acessível! ✪

Príncipe dos números

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Os alunos do Colégio Expoente

(unidades Água Verde e Boa

Vista) ganharam medalhas

de ouro, prata e bronze e

menção honrosa em sua

primeira participação na prova.

A competição interclasses

divulgou os resultados da clas-

sificação nacional entre escolas

da rede pública e privada.

Os alunos do Expoente do 5º

ano (Água Verde) conquistaram

a medalha de ouro, os alunos do

1º ano (Água Verde) ganharam

a de prata e os alunos do 5º ano

junto com a equipe do 6º ano

(Boa Vista) garantiram a medalha

de bronze. Já os alunos do 9º

ano (Água Verde) receberam a

menção honrosa da competição.

“Ficamos muito felizes com o

resultado. Isso mostra que os

nossos alunos desenvolveram

a capacidade de trabalhar em

equipe, o raciocínio lógico e a

aplicação do conhecimento em

situações cotidianas; compe-

tências exigidas na prova”, explica

a coordenadora do Colégio

Expoente, Cláudia Procópio.

Ao todo, participaram da

competição 24.328 mil estu-

dantes em todo o mundo. São

30 países participantes desse

desafio, que foi criado em 1990

pela Académie de Strasbourg, na

França. Segundo o MEC, o Brasil

foi representado por 1.654 classes

de 460 escolas, localizadas em

23 estados e no Distrito Federal.

Segundo os organizadores, as

provas são dissertativas e resolvidas

em equipe por cada classe inscrita,

sem o auxílio do professor.

A avaliação teve três níveis:

básico (para alunos do 4º ao 6º ano

do Ensino Fundamental); júnior (7º

ao 9º ano do Ensino Fundamental)

e sênior (Ensino Médio). Cada

prova tem uma questão em língua

estrangeira – Espanhol, Francês ou

Inglês –, que é escolhida pela classe.

Os prêmios foram entregues na

unidade de cada instituição. ✪

Colégio Expoenteganha medalha de ourona Olimpíada Internacional de MatemáticaContrariando os indicadores nacionais sobre o aprendizado em Matemática, os alunos do Colégio Expoente, em Curitiba (PR), mostraram resultados bastante assertivos na Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras de 2015

artigo II

A disciplina de Filosofia esteve

oficialmente fora dos currículos

escolares desde 1971, quando, em

plena ditadura militar, no governo do

general Emílio Garrastazu Médici,

foi substituída por outras disci-

plinas que interessavam ao sistema

vigente. A oposição à filosofia

naquele momento justificava-

-se pelo medo de pessoas críticas

e reflexivas. Com essa substi-

tuição, pretendia-se a formação de

cidadãos não questionadores, ou

seja, cidadãos meramente repe-

tidores da ideologia oficial.

A inclusão da filosofia nos currículos

do Ensino Médio pode contribuir

para o resgate da formação humana

de nossos estudantes, pois, inde-

pendentemente da futura atividade

profissional ou do projeto de vida,

o aluno precisa, enquanto pessoa

e cidadão, desenvolver a cons-

ciência crítica, exercitar a capa-

cidade humana de se interrogar,

participar ativamente da comu-

nidade em que vive, além de posi-

cionar-se, com fundamentos

sólidos, diante dos novos problemas

que o mundo apresenta.

Os conteúdos filosóficos propor-

cionam ao estudante a possibilidade

de pensar os problemas, identi-

ficando seus significados históricos,

políticos e sociais e, a partir disso,

a condição de pesquisar, fazer

relações e criar conceitos. Este

é um dos objetivos da filosofia:

a compreensão do mundo.

Na compreensão das principais

problemáticas e respostas cons-

truídas ao longo da história, o

conhecimento filosófico pode

oportunizar ao educando a funda-

mentação teórica para reflexão

crítica sobre os grandes temas

que inquietam a humanidade,

desenvolvendo sua autonomia

intelectual a partir da problema-

tização de situações concretas

e diversas. Este é outro objetivo

da filosofia: o estranhamento

e reinterpretação do mundo.

Optamos pelo ensino de filosofia

por meio das discussões dos

próprios filósofos, tendo a história

da filosofia como pano de fundo,

pois o conhecimento univer-

salmente construído é o grande

referencial teórico para o início do

filosofar. O conteúdo discutido

por mais de dois mil anos pelos

filósofos deve ser valorizado

nas discussões em aulas de

filosofia. Vale lembrar que nossa

sociedade, nossas crenças, nossas

concepções éticas e políticas,

nossas noções de conhecimento

e de ciência são baseadas em

modelos teóricos criados pelos

filósofos ao longo da história.

Tendo acesso aos debates filo-

sóficos ao longo da história, o

aluno entra em contato com as

grandes discussões filosóficas e

começa a construir, em si mesmo,

os pressupostos para produzir

filosofia. A partir da história da

filosofia, chegamos aos temas

que inquietam a humanidade e,

dessa maneira, atualizamos a

discussão dos clássicos, levando

os alunos a fazerem a releitura

dos filósofos. Assim, realizamos

o que dizia o filósofo Merleau-

-Ponty: “A verdadeira filosofia é

reaprender a ver o mundo”. ✪

Reaprendera ver o mundo Por Edson Bispo dos Santos*

*Autor do livro paradidático do Sistema de Ensino Expoente. Graduado em Filosofia e Sociologia, pós-graduado em História, Ética e Filosofia e Metodologia do Ensino. Leciona a disciplina de Filosofia no Colégio Expoente desde 2006.

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robótica

Assim como as gerações

mudam de perfil, o ensino

precisa mudar para acom-

panhar as necessidades do

mundo contemporâneo.

Quem são nossos alunos?

São nativos digitais, curiosos,

gostam de ser desafiados, estão

inseridos em um contexto em

que os recursos naturais estão

cada vez mais escassos. Como

lidar com tudo isso? Nesse

contexto, a Robótica Educacional

Expoente se apresenta como um

caminho inovador na área educa-

cional. O projeto incentiva a cola-

boração entre professores e

alunos em um contexto multi-

disciplinar, que oferece apren-

dizado em educação ambiental

e programação, e trabalha ainda

diversas competências socioe-

mocionais, como resiliência,

comunicação oral e criatividade.

Os resultados são surpreen-

dentes quando o projeto é

desenvolvido. Os alunos são

protagonistas do aprendizado

e passam a ver a vida sob novas

lentes. Os professores têm a habi-

lidade de orientar e conduzi-los

nesse processo. “Percebemos

uma motivação muito grande

nos alunos durante essas aulas

de Robótica e uma significativa

melhora no raciocínio lógico e nas

relações interpessoais”, explica

Rosana Romanó, coordenadora

do setor de Tecnologias Educa-

cionais do Grupo Expoente.

Case de sucessoFoi o que aconteceu em uma

de nossas conveniadas da

área pública. A Prefeitura de

Itanhaém (SP), por meio da

Secretaria de Educação, Cultura

e Esportes, realizou recen-

temente a Primeira Mostra de

Robótica, com a participação de

12 escolas da rede municipal.

Os alunos e professores do

Ensino Fundamental I e II apre-

sentaram trabalhos de alto

nível técnico de programação

e de grande criatividade sobre

o tema "Tecnologia e Susten-

tabilidade: geram criatividade".

O projeto vencedor foi Cidade

autossustentável da E. M.

Eugênia Pitta Rangel Veloso.

“Ficamos muito felizes com a

qualidade dos projetos, a orga-

nização do evento e o empenho

de todos em aprender sobre

programação neste que é

o primeiro ano de Robótica

Expoente no município”, conta o

assessor de Tecnologias Educa-

cionais, Alvaro Martins Kanha.

A Mostra foi aberta para a comu-

nidade e teve a participação de

pais, alunos e professores, com

distribuição de brindes pelo

Grupo Expoente. “Achei muito

legal porque além de apren-

dermos mais sobre tecnologia,

nós estamos conhecendo ferra-

mentas que podem abrir novos

caminhos para o futuro”, explica

o aluno do 8º ano da escola

vencedora, Pedro Oliveira da Silva.

Todosna mesma direçãoAlunos e professores podem falar a mesma língua por meio da Robótica, tornando o aprendizado ainda mais significativo dentro e fora de sala de aula

EtapasPara dar o start no projeto

em Itanhaém, os professores

receberam capacitações

e apoio técnico exclusivo

do Grupo Expoente.

Ao longo do ano, a equipe do Grupo

Expoente também promoveu

oficinas para os alunos e suporte

pedagógico para os professores.

Como funciona? Nosso mascote John Led explica!

Oi querido educador,

Eu sou formado de materiais

recicláveis, uma placa de arduino

e meus movimentos são possíveis

por meio de programação no

computador. Nasci de um projeto

da Robótica Educacional Expoente

Sabe o que os alunos aprendem

comigo e com os projetos?

• Ser mais colaborativos.

• Ter maior consciência ambiental.

• Melhorar a comunicação oral.

• Trabalhar a experimentação e a

construção do conhecimento.

• Ter maior capacidade de

solucionar problemas.

• Ter senso crítico e estético.

• Desenvolver a criatividade, a

autonomia e a responsabilidade.

• Trabalhar com uma postura

empreendedora.

Motivos para conhecera Robótica Educacional Expoente

• Transforma a aprendizagem em algo motivador, tornando

acessíveis aos alunos os princípios da ciência e da tecnologia.

• Desenvolve a criatividade por meio da reutilização de

materiais recicláveis na criação dos protótipos.

• Testa o que os alunos aprendem em um equipamento físico,

utilizando-se de programas modelos que simulam o mundo real.

• Incentiva a coleta seletiva do lixo eletrônico (e-lixo) e

resíduos sólidos, promovendo a educação ambiental.

• Ajuda na superação de limitações de comunicação, fazendo com

que o aluno verbalize seus conhecimentos e suas experiências e

desenvolva sua capacidade de argumentar e contra-argumentar.

• Desenvolve o raciocínio e a lógica na construção de conceitos,

algoritmos e programas para controle de mecanismos.

• Favorece a interdisciplinaridade, promovendo a

integração de definições nas áreas de matemática,

física, eletrônica, mecânica e arquitetura.

• Estimula a criatividade e a inteligência por

meio de um novo método educativo.

• Proporciona aos alunos a interação com os colegas tanto

na criação quanto na e execução de projetos, obtendo,

assim, a valorização do trabalho cooperativo.

• Aprimora a motricidade.

• Desenvolve a concentração, a disciplina, a

responsabilidade, a paciência e a perseverança.

Durante o semestre, os alunos

fizeram pesquisas, apreenderam

conceitos das diversas disci-

plinas em que o projeto é aplicado

e construíram uma maquete. Ao

final, as escolas elegeram seus

melhores trabalhos para participar

da Primeira Mostra de Robótica.

Com o sucesso do projeto,

a previsão é que a Robótica

Expoente seja estendida para

outras escolas da rede municipal

e que o inédito Material Didático

de Robótica seja incluído.

As aulas de programação fazem

parte da grade curricular do

Ensino Fundamental I e II e

seguem uma tendência mundial

que ganha força no Brasil: incluir

programação no currículo. ✪

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Page 15: Solução cocriada - Escola Interativa fileSidarta Ribeiro mostra como funciona a memória e o sono para o aprendizado |10 Curtas Reflexões e fatos marcantes na educação |11 Artigo

especial

Por todo canto, é possível

conhecer alguém que foi

beneficiado pelo nosso

trabalho ao longo de quase

três décadas de história.

Nossas histórias inspiraram muitas

pessoas, e já mudaram comu-

nidades e impulsionaram a vida

de muitos brasileiros. Nosso

propósito é possibilitar o desen-

volvimento do potencial do

ser humano, a fim de torná-lo

agente de transformação da

sociedade, trabalhando de maneira

ética e com foco no homem.

Conheça cinco momentos

marcantes de duas ex-alunas

do Colégio Expoente: Débora

Pinheiro, empreendedora e

designer, e Bruna Bettega,

executiva de contas em uma

empresa do setor de turismo.

Quais são as lembranças mais marcantes do período em que estudou no Colégio Expoente?

Débora – A antiga sede do Colégio Expoente tinha um bosque enorme, onde passávamos todos os nossos recreios. O bosque foi cenário de ótimos momentos! Honestamente, tenho memória de todas as partes do colégio – da sala de música à sala de informática, da cancha à biblioteca, do parquinho à sala de aula. Também me recordo dos acantona-mentos e acampamentos, que ficaram marcados na minha memória como momentos de ‘liberdade’, quando dormir fora de casa era uma superaventura!

Bruna – São tantas as boas lembranças que fica difícil escolher uma! Era o máximo chegar no

colégio um pouco antes e encontrar as amigas para, antes de entrar em sala de aula, jogar

conversa fora e descontrair; e mais legal ainda era estudar para as provas uma na casa da outra, mas acredito que o que mais me marcou mesmo

foram nossos treinos de handebol (minha paixão). Fiz muitas amizades que perduram até hoje (Fer

Galvão, Pri Guttoski, Ro Dias). Muitas viagens com o time, muito choro, seja por ter perdido o jogo ou

por ter se machucado, e muitas risadas por estar sempre acompanhada de pessoas especiais. ✪

Quais profissionais mais marcaram sua vida?

Débora – A professora Eliane, de Língua Portuguesa,me marcou muito, pois, no período que assisti [a] suas aulas, pude melhorar minha maneira de escrever e entender certas regras da nossa língua. Hoje em dia, isso tem um significado muito grande na minha profissão. O professor Javert também foi um professor especial. Quando tivemos difi-culdade, ele não mediu esforços para ensinar Mate-mática a mim e às minhas melhores amigas! A zeladora Marcolina também é uma pessoa querida, lembrada por todos daquela época; um ícone!

Bruna – O meu professor favorito é o professor Proença, de Matemática, que nos deu aula no terceirão. Sempre com seu jeito irreverente e

divertido de ensinar, transformando a aula em pura diversão, sempre conseguindo prender nossa

atenção! O que na adolescência é bastante difícil.

O que a escola e(ou) os professores te ensinaram que você leva para sua vida?

Débora – No tempo de escola, começamos a ter uma pequena noção da vida, a formar laços de amizade com pessoas que, mesmo longe, continuarão a ter uma ligação muito forte com a gente. Aprendemos a respeitar o próximo, além de sermos apresentados a valores que carregamos para o resto da vida. O Colégio Expoente certamente foi muito importante na formação do meu caráter.

Bruna – Meus professores me ensinaram o quão importante é o estudo para o nosso futuro e para o

futuro de nossa nação. [Eles] me ensinaram respon-sabilidade, honestidade, bom senso e, princi-

palmente, a correr atrás dos meus sonhos.

Como você se define hoje? Quais valores você carrega para sua vida?

Débora – Sou feliz ao lembrar da minha trajetória, de poder ir atrás do meu sonho e vê-lo acontecer! Diversos fatores me fizeram uma pessoa completamente trans-formada, entre eles, o contato diário com os professores e os livros. O colégio foi grande incentivador da leitura: a vida escolar pode chegar ao fim, mas o hábito da leitura permanece e nos apresenta outros horizontes, nos ajuda a crescer como pessoa e a cultivar nossos valores.

Bruna – Hoje me considero uma mulher segura, otimista e confiante. Tenho orgulho do que conquistei com meu esforço e dedicação. Hoje posso afirmar que sou 100%

realizada profissionalmente. Já estou há dez anos traba-lhando na mesma empresa e amo o que faço.

Somos feitos de

• excelência em servir;

• base sólida;

• pessoas que transformam;

• um olhar voltado à sustentabilidade;

• educadores apaixonados pelo que fazem;

• trabalho para construção do conhecimento;

• valores que inspiram pessoas.

Por onde passamosA nossa marca está no coração e na mente de milhares de alunos e ex-alunos que juntos formam o “País Expoente”

Quando começou a frequentar o Colégio Expoente?

Débora – Comecei a frequentar o Colégio Expoente no Jardim I. Saí na quarta série [5º ano], pois havia me mudado, mas, em menos de um ano, pedi aos meus pais para retornar. Após esse período, fiquei até ingressar na faculdade.

Bruna – Entrei no Expoente na quinta série [6º ano], quando eu tinha 10 anos, e estudei até o terceiro ano do segundo

grau, quando completei 17 anos.

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Acolhimento escolarEspecialistas e pais defendem que a inclusão se torne uma realidade concreta nas escolas de todo o país

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Page 17: Solução cocriada - Escola Interativa fileSidarta Ribeiro mostra como funciona a memória e o sono para o aprendizado |10 Curtas Reflexões e fatos marcantes na educação |11 Artigo

Meu filho adora ir à escola”, diz a mãe Fernanda. Lucas Braga Budola tem 3 anos,

filho único e adora ver desenhos

animados do personagem Mickey.

Anda a cavalo e adora ir à escola.

Ele é portador da síndrome de

down. Sua mãe Fernanda Farias

de Paula descobriu a síndrome

aos quatro meses de gestação.

“Naquele momento, o mundo

acaba. Não sabia de nada.

Procuramos pais com expe-

riências parecidas e foi muito bom

saber que não era assustador.

De pronto, buscamos profis-

sionais para atender quando ele

nascesse”, afirma Fernanda.

Aos 20 dias de idade, Lucas já

contava com uma equipe multi-

disciplinar. Hoje, ele está em

pleno desenvolvimento: faz

tratamento com fonoaudióloga,

terapia educacional, fisioterapia

sensorial e equoterapia. “Não

tinha dúvidas que queria que ele

estudasse em escola regular. Isso

o estimula. Queria uma escola

que tivesse todos os níveis. Fosse

acolhedora e aceitasse o Lucas

como ele é”, explica a mãe.

Foi exatamente o que ocorreu.

Este ano, Lucas foi estudar no

Colégio Expoente e logo se

adaptou. “Ele adora ir para a aula”,

conta a mãe. Fernanda acredita na

boa vontade e no acolhimento de

uma escola. “A maioria das escolas

não estão preparadas. Algumas

não aceitaram o Lucas. Mas o que

existe é escola com boa vontade

e escola sem boa vontade. A boa

vontade já é o suficiente, pois vão

descobrindo juntos como lidar

com os desafios”, explica a mãe.

Depois de apenas três meses

de aula, Lucas já começou a

andar e está se desenvolvendo

a passos largos. “Na medida em

que você traz novos desafios,

outros ambientes impulsionam

você para mais. Às vezes, não

é nem o processo pedagógico

somente, é o coleguinha do lado

que estimula. É o que eu sinto

que aconteceu com o Lucas”,

conclui Simone Machado, coorde-

nadora pedagógica da Educação

Infantil do Colégio Expoente. ✪

inclusão

O tema da Educação Especial e

Inclusiva no Brasil ganhou amplo

debate com a discussão do Plano

Nacional da Educação (PNE) no

ano passado, mas, apesar de

haver uma secretaria vinculada

ao Ministério da Educação (MEC)

dedicada ao tema – Secretaria

de Educação Continuada, Alfa-

betização, Diversidade e Inclusão

(Secadi) –, a realidade das escolas

públicas e privadas caminha a

passos lentos nessa direção.

O texto do PNE recomenda

“universalizar, para a população

de 4 a 17 anos com deficiência,

transtornos globais do desen-

volvimento e altas habilidades

ou superdotação, o acesso à

educação básica e ao atendimento

educacional especializado, prefe-

rencialmente na rede regular de

ensino, com a garantia de sistema

educacional inclusivo, de salas de

recursos multifuncionais, classes,

escolas ou serviços especializados,

públicos ou conveniados”. Sendo

assim, não é excluído o direito das

crianças de serem matriculadas

em escolas especiais e nem em

escolas regulares, ponto que

causou polêmica no passado.

O fato é que é dever de todas

as escolas receberam qualquer

perfil de aluno quando procuradas

pelos pais e(ou) responsáveis.

Diante disso, como a escola pode

lidar com a inclusão escolar? De

acordo com a especialista, Maria

Teresa Eglér Mantoan, autora do

livro Inclusão escolar – O que é?

Por quê? Como fazer?, a escola

precisa ser de todos e para todos.

“É um direito garantido pela cons-

tituição. É preciso não discriminar,

não excluir e não ter precon-

ceitos. Trabalhar com ensino

igual para todos, reconhecendo

e considerando respostas dife-

rentes para os conteúdos

ensinados e garantir que cada

aluno tenha o direito de dar

aquilo que é capaz de dar”, afirma

Maria em entrevista exclusiva.

CaminhosPara que isso ocorra, nem sempre

as escolas apresentam as ferra-

mentas e os conhecimentos

necessários para promover

esse ambiente inclusivo.

Mas um fator determinante

apontado pelas especialistas Maria

Teresa e Simone Machado, coor-

denadora pedagógica da Educação

Infantil do Colégio Expoente e pela

família Budola, que tem um filho

com síndrome de down, ouvidos

pela reportagem, é a boa vontade.

“É preciso acolher, porque se você

não acolhe você não sabe lidar.

Acredito muito na boa vontade

para ajudar. Não é só boa vontade,

claro. Mas, boa vontade e conhe-

cimento se completam, prin-

cipalmente, em se tratando de

uma deficiência”, revela a coor-

denadora Simone Machado.

A inclusão torna a escola um

espaço privilegiado de convi-

vência e de ampliação das relações

humanas dos alunos que chegam

à Educação Infantil. De acordo

com as duas especialistas, tanto

perfis ditos “normais” quanto

crianças portadoras de deficiência

crescem por conviver com as dife-

renças e podem aprender cada

qual com seu ritmo e suas possi-

bilidades. “É preciso reconhecer as

diferenças e naturalmente saber os

diferentes níveis de compreensão e

as capacidades de cada criança se

desenvolver”, explica Maria Teresa.

DesafiosOs professores devem buscar

conhecimento à medida que os

desafios forem aparecendo e,

assim, preparar-se da melhor forma

possível. “A gente vai aprendendo de

acordo com que os alunos vão nos

trazendo. É importante acolher essa

criança e correr atrás para saber

como é a base do comportamento,

a proposta pedagógica da escola

para saber em como adaptar alguns

espaços e algumas aulas e incluir as

crianças nesse processo regular de

ensino”, orienta Simone Machado.

Aí o caminho é pesquisar, trabalhar,

envolver a família e a equipe multi-

disciplinar, no caso de já existir, nesse

processo para buscar elementos e

conhecimentos de como lidar com

as diferentes situações que serão

vividas ao longo do ano letivo.

Outro desafio dos professores é

serem orientadores até mesmo dos

pais, que por vezes não observam

em seus filhos comportamentos

típicos de algumas síndromes e

transtornos. Assim, a escola pode ter

o papel de levar essa informação aos

pais para que eles tenham condições

de agir diante dessa situação. “Às

vezes, as crianças chegam para a

gente sem um sinal da família. E você

aceita sem saber o que vai passar”,

comenta a coordenadora do Colégio

Expoente. O cuidado em apresentar

essas informações é imprescindível.

Os alunos “são surpreendentes, a

cada movimento e a cada apren-

dizagem. O bom professor hoje tem

de ter esse olhar para as várias inte-

ligências e cada um com seu ritmo”,

avalia Simone. Por isso, a avaliação

e a relação com o ensino-apren-

dizagem deveria ser personalizada.

Cenário Segundo Maria Teresa, “somos

muito avançados em relação ao

mundo na questão da inclusão.

Estados como Acre, Rio Grande

do Norte possuem 100% de

inclusão escolar”. Para que essa

realidade se estenda a outros

estados, uma saída é investir

na formação dos professores

e criar uma cultura inclusiva

dentro das escolas. “É preciso

insistir no acesso das crianças

e na sua participação. Também

na formação dos professores

para ampliar seu conhecimento.

Hoje, são 18% de crescimento na

formação sobre inclusão escolar

no Brasil”, conta Maria Teresa.

Outro ponto é não olhar para esse

cenário como algo limitante para

o desenvolvimento do trabalho

da docência, mas sim como algo

estimulante, desafiador. “Você

não deve estar focado na difi-

culdade, as próprias crianças

impulsionam o crescimento [dos

colegas]. É você não enxergar

como algo limitante. Seguir a vida.

Isso que é o mais rico da escola

regular”, contextualiza Simone.

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dicaspedagógicas

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Estamos no fim do ano letivo,

mas a pulguinha já está atrás da

orelha de alguns professores

e coordenadores: como será o

próximo ano letivo? Que alunos

vamos receber? Para que o

ano de 2016 seja realmente um

sucesso, é preciso fazer um bom

planejamento escolar. A Revista

Impressão Pedagógica ajuda você

a se preparar bem, com o apoio da

equipe de assessoria pedagógica

do Sistema de Ensino Expoente.

Para começar essa tarefa, anote

aí três elementos importantes: a

realidade, a finalidade e o plano

de ação. Segundo o educador

e gestor escolar Celso dos Santos

Vasconcellos, em entrevista à

revista Nova Escola, “o movimento

da sociedade e o processo de rede-

mocratização têm favorecido o

conceito de planejamento como

real instrumento de trabalho e

não como uma ferramenta de

controle dos professores”.

Outro fator importante é buscar

todas as informações dos Parâ-

metros Curriculares Nacionais

(PCN), pensar como as atividades

vão se desdobrar, desenvolver

a capacidade de antecipação e

trabalhar com empatia (olhar para

as necessidades dos alunos). ➤

Planejamento escolar: como fazer?

Confira algumas dicas pedagógicas para não deixar para a última hora essa etapa tão importante do trabalho do educador, o planejamento

Planejar, agir e avaliar Encontre maneiras de fazer seu

planejamento. Nossas assessoras

pedagógicas do Sistema de Ensino

Expoente estão à disposição para

dar todo suporte nessa atividade.

Acompanhe algumas dicas a seguir.

| impressão pedagógica #5636

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Primeiros dias* É muito importante que o professor, independen-temente de seu nível de atuação ou disciplina, saiba quais os conhecimentos básicos que os alunos trazem consigo.

Por isso, além de uma deliciosa recepção para os alunos no início do ano letivo, os professores precisam ter todos os passos planejados. Trabalhar atividades como forma de investigar os conhecimentos prévios dos alunos é uma ferramenta muito eficiente para futuras estratégias.

Estabelecer metas a longo e a curto prazo e rever o que precisa ser melhorado, com base no ano anterior, determina as ações mais urgentes. Sendo assim, o professor inicia o ano conhecendo sua turma, conseguindo visualizar o nível e o que cada aluno necessita para que evolua em seu aprendizado, respeitando o tempo e a forma de aprender de cada um.

PlanejamentoAs orientações vão em direção aos resultados das investigações, possibilitando, em cada nível de ensino, saber o que deve ser retomado, qual o conteúdo a ser trabalhado durante o ano e prin-cipalmente qual o planejamento diário, bem como qual o material a ser utilizado. A equipe deve, então, estipular todas as datas de entrega desse planejamento diário e em quais momentos acontecerão os encontros para discussão do mesmo.

Utilizando ferramentasÉ importante que o coordenador esteja sempre informado sobre a evolução de cada aluno para que possa ajudar à medida que dife-rentes situações apareçam.

Porém, ressalta-se que nada é mais estimulante que oferecer aos professores uma palestra embasada em propostas inovadoras, desafiadoras, que garantam um ano letivo próspero.

Passo a passo Primeiro, o professor deve saber quais conteúdos serão traba-lhados dentro do nível de ensino em que está atuando. Temos os Referenciais de Educação Infantil e os Parâmetros Curriculares para Ensino Fundamental. O Material Didático Expoente já é baseado nesses Referenciais Nacionais.

À medida que o professor sabe o conteúdo que será trabalhado naquele bimestre, é necessário então dividir esse conteúdo de acordo com os dias que se tem disponível, tirando aulas especiais, festividades do bimestre, trabalhos, reuniões, avaliações, tudo que tomará dias de aula. Assim, fica muito mais fácil dividir os conteúdos.

Feito isso, ele poderá abordar cada conteúdo de diferentes formas, de maneira que os alunos participem ativamente. Preparar o conteúdo para que os alunos o recebam com vontade de aprender e, prin-cipalmente, interagindo com ele é uma forma de respeitar os pilares que regem a educação. Os registros, não menos importantes,

devem acontecer sempre para nortear o trabalho do docente. Além do vínculo entre professor e aluno ser a peça chave para o aprendizado, uma boa organização é necessária.

Sistema de Ensino Expoente Oferece várias ferramentas para que o professor realize planeja-mentos realmente eficientes, como o Portal Escola Interativa, com canais de diversos assuntos, conteúdos e disciplinas, além de sugestões de projetos e atividades , por exemplo, filmes que podem ser integrados aos conteúdos, jogos on-line, museus virtuais, infográficos, isto é, tudo para deixar as aulas mais significativas para os alunos.

As formações realizadas pelo Grupo Expoente, de acordo com a neces-sidade do grupo, também trazem muitos temas, todos abordados de maneiras diferentes, em que os professores participantes interagem, trabalham, realizam, discutem com o grupo e com o capacitador e, poste-riormente, aplicam em sala de aula. O feedback dessas capacitações nos mostra que há uma excelente aceitação por parte dos professores.

Com relação ao material didático, as páginas azuis são uma ferramenta importante para o professor. Essas páginas são sugestões de planejamentos, com inúmeras ideias de recursos para o trabalho com o conteúdo. O professor tem o planejamento pronto à sua disposição, é só utilizar.

*Dicas da assessora pedagógica Adriana Márcia de Souza.

dicaspedagógicas

Vínculos afetivos*Nos primeiros dias de aula do ano

letivo, é essencial desenvolver

vínculos afetivos para que o ano

seja de aprendizado crítico, criativo

e empreendedor. O olhar da escola

precisa estar atento quanto à

recepção e à receptividade afetiva

Soluções educacionais As soluções didáticas e tecno-

lógicas apresentadas pelo

Sistema de Ensino Expoente

são ferramentas que propor-

cionam a segmentação das

aulas e, consequentemente,

uma aprendizagem signifi-

cativa. Como meio para o apren-

dizado, o Expoente disponibiliza

• Coletânea Anual – material

disponibilizado para a equipe

pedagógica, com distribuição

nas unidades durante o ano;

• Referenciais Expoente –

material disponibilizado para

a equipe pedagógica que

apresenta a distribuição dos

da escola ao receber estudantes,

familiares, docentes e funcionários;

escuta ativa para melhor conhecer

e entender as necessidades, os

desejos, as potencialidades e as

dificuldades apresentadas em sala

em aula; no acompanhamento

do recreio, das vivências, das

conteúdos e a forma como são

trabalhados nos bimestres;

• Material Didático Expoente

para o professor – com

orientações didáticas,

sugestões diversas e

matriz para o desenvol-

vimento do planejamento;

• Material Didático Digital –

apresenta vídeos, expansão

de imagens, infográficos, e

tem possibilidade de acesso

via tablets e smartphones;

• Aulas Virtuais – com

objetivo de, na 3ª série do

Ensino Médio, potencializar

a revisão dos conteúdos, e,

assim, garantir a prática em

atividades esportivas e recreativas

como forma de conhecer a comu-

nicação, a autonomia, as poten-

cialidades e as necessidades

dos estudantes:bem como na

adaptação, na socialização e em

um ambiente afetivo e seguro

para toda a comunidade escolar.

Semana pedagógicaConceitua-se a semana peda-

gógica como um evento educa-

cional significativo para toda a

comunidade escolar. Uma semana

pedagógica necessita de estrutura

e programação personalizada: as

perguntas o que, para quem, por

que e como devem prevalecer

quando se inicia o projeto que irá

estruturar a semana pedagógica.

A base para essas indagações

está contida no desenvolvimento

do projeto político pedagógico,

nas metas atingidas, e nas que

ainda estão por ser, e em uma

reflexão acerca dos resultados

gerais, satisfatórios ou não,

obtidos pela escola ao longo

dos anos, em diversas esferas:

escolar, comunidade, municipal e

nacional. Após a criteriosa análise

dos pontos citados, é importante

que as escolas possam pensar

a semana pedagógica para que

seja um evento esperado e

desejado pelos participantes.

atividades discursivas e testes

do Enem e de vestibulares;

• Simulados para a 3ª série –

enviados a cada bimestre;

• Caderno de Testes e material

de Produção de Texto para

o Ensino Médio – questões

para resolução durante o

horário regular e aulões;

• Materiais Paradidáticos

complementares – como

História da Cultura Afro-

-brasileira e indígena, que dão

uma dose extra de conhe-

cimento para os alunos. ✪

*Dicas da assessora pedagógicaAdriana Fialho.

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mundo web

Escola Interativa O Sistema de Ensino Expoente

tem um portal educacional completo, o Portal Escola

Interativa, que dispõe de mais de 30 canais e de uma

infinidade de conteúdos para professores e alunos.

Confira as novidades do canal "Conte uma história"

e do gibi com as aventuras do nosso mascote da

Robótica Educacional Expoente, o John Led. São

canais que incentivam a leitura, contextualizam conhe-

cimentos e ainda dão suporte para você, educador(a),

preparar suas aulas com mais facilidade e promover

aulas mais dinâmicas. O portal apresenta ainda o canal

Palestras Virtuais, que contribui com novas pers-

pectivas sobre o processo de ensino-aprendizagem.

<http://www.escolainterativa.com.br> ✪

TED Já ouviu falar no TED? Trata-se de uma

organização sem fins lucrativos que promove conferências,

palestras e divulga, por meio de vídeos, os aprendizados

e conhecimentos que merecem ser compartilhados.

O TED teve início em 1984, e atualmente, estão dispo-

níveis milhares de vídeos e histórias ao redor do mundo,

que podem contribuir com sua formação continuada.

<www.ted.com>

EdmodoÉ uma rede social que permite o professor

compartilhar materiais multimídias, fazer gestão de

projetos, dar notas e acompanhar a participação dos

alunos nas atividades. Atualmente, a rede possui

mais de 12 milhões de usuários pelo mundo.

<www.edmodo.com>

Evernote Com ele, você pode gerenciar os

temas de cada aula. É utilizado pelo celular e

permite criar notas, salvar pesquisas, gravar

áudios e organizar os materiais de cada aula.

<www.evernote.com>

Ferramentas para professoresSabe aquelas atividades que tomam nosso tempo

e atropelam o dia fora de sala de aula?

Então, vamos otimizar o tempo. Conheça alguns aplicativos

e programas que podem facilitar sua vida de educador(a).

Manual do Mundo Um canal no Youtube que, por meio de dicas, instruções, guias e orientações, mostra como construir brin-

quedos e ensina física, química, biologia de maneira divertida, além de disponibilizar diversas experiências interessantes

para o aprendizado de alunos de Ensino Fundamental e Ensino Médio. Conhece? O Manual do Mundo existe há dois anos

e já tem mais de 3,7 milhões de visualizações. É considerado o maior canal de ciência e how to-do Youtube Brasileiro.

Uma referência para inspirar educadores e alunos. Além do canal tem também o site <www.manualdomundo.com.br>.

Sugestões de sites e canais do mundo web para aprimorar seu conhecimentoe te ajudar a se aproximar ainda mais da linguagem de seus alunos

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Central de Relacionamento Expoente Curitiba e Região Metropolitana

(41) 3312 4000 Outras localidades

0800 41 44 [email protected]/GrupoExpoente

Inédito no setor educacional brasileiro, o Material Didático de Robótica Educacional Expoente prepara seus professores em conceitos de programação e sustentabilidade para ensinar alunos de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental.

Os materiais são segmentados por ano, com propostas de atividades práticas, diário de bordo e conteúdos que trabalham interdisciplinaridade e criatividade, tratam de conceitos de metodologia de pesquisa científica.

*Adquirido à parte.

Material Didáticode Robótica Educacional ExpoenteUma inovação no aprendizado ao alcance de sua escola!