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XI FÓRUM BANCA
Carlos da Silva Costa• Governador 1 de dezembro de 2014
Solidez Financeira: que lições e desafios?
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
1. A estabilidade financeira é um bem público valioso
2. A importância da informação
3. Lições da crise financeira
4. Um triénio de mudança para o Banco de Portugal
5. Supervisão e regulação: limitações e condicionantes
6. Regulação, supervisão e gestão das instituições financeiras
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
1. A estabilidade financeira é um bem público valioso
Não é possível desenvolver um país sem investimento.
Não é possível investir se não existir confiança.
Não há confiança sem estabilidade.
Um sistema bancário sólido e digno de confiança
é catalisador de desenvolvimento económico.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
2. A importância da informação
Confiamos no que conhecemos
A informação sobre a instituição – banco ou empresa - é decisiva para confiarmos nela.
A informação é a matéria-prima do supervisor e das relações entre agentes económicos
O supervisor trabalha com informação produzida por terceiros.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
2. A importância da informação As linhas de defesa da solidez financeira
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
2. A importância da informação
Não há boa supervisão sem boa informação.
Não há boa supervisão se os órgãos de produção de informação e de controlo interno e os auditores externos não funcionarem corretamente.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
3. Lições da crise financeira
Importância da informação
A estabilidade financeira depende de como a informação
é produzida, verificada e, mais tarde, utilizada na supervisão.
Interdependência entre instituições
O supervisor tem de estar atento às pequenas e às grandes
instituições. Ambas podem ter efeitos sistémicos.
A supervisão é hoje mais intrusiva, transversal e prospetiva.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
4. Um triénio de mudança para o Banco de Portugal
Nova abordagem de salvaguarda da estabilidade financeira
i. Reforço da solvabilidade dos bancos;
ii. Proteção da liquidez do sistema bancário;
iii. Intensificação do acompanhamento e da supervisão;
iv. Melhoria do quadro regulamentar.
O Banco de Portugal reorganizou-se. Reforçou a supervisão,
recebeu novos poderes (de resolução e macroprudenciais)
e preparou-se para a União Bancária.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
5. Supervisão e regulação: limitações e condicionantes
Nenhum sistema de supervisão consegue ‘apanhar’ tudo. Finacial Stability Board, Report to the G20 ministers and Governors, November 2012
Conglomerados
É aceitável que um banco financie entidades não financeiras de um mesmo conglomerado?
Jurisdições não cooperantes
Basta deduzir ao capital os valores relativos a estas entidades ou temos de impedir que essas entidades façam parte do conglomerado?
.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
5. Supervisão e regulação: limitações e condicionantes
Modelo de governo das instituições
“Quem comanda e é objeto de controlo” não pode ser o
“comandante” de quem tem a função de controlar.
Supervisão
O supervisor tem de ter capacidade para atuar
decisivamente e com rapidez.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
Apesar dos progressos dos últimos anos,
há sempre espaço para melhorar
O Banco de Portugal atuou sempre com o melhor
da sua capacidade para proteger os depositantes e para
salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro.
E continuará a fazê-lo:
Comissão de Avaliação das Decisões e da Atuação do Banco de Portugal na Supervisão do Banco Espírito Santo.
Grupo de Trabalho sobre Procedimentos de Controlo e de Auditoria das Instituições Financeiras.
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
6. Regulação, supervisão e gestão das instituições
financeiras
Pró-ciclicidade da concessão de crédito, na determinação do prémio de risco e na distribuição de dividendos
O desafio imediato da gestão das instituições financeiras
Reforçar/repor a rentabilidade do sistema financeiro para
garantir o nível de capitalização necessário para acompanhar
a retoma da economia.
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Imparidade para Crédito vs Juro Recebido (M.€)
12.766
15.073
11.751 11.558 11.989 13.442
16.307
20.896
25.921
19.073 17.050
19.321 17.554
13.903
2.656 2.071 2.178 2.236 880 824 720 1.016 1.584 2.039 1.890 3.691 3.938
3.719
0
3.000
6.000
9.000
12.000
15.000
18.000
21.000
24.000
27.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Juros e Proveitos Equiparados (G7) Provisões / Imparidades (G7)
Solidez Financeira: que lições e desafios?
G7: Período 2000 – 2013
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Dividendos distribuídos, Resultado Líquido e Défice de Imparidade (M.€)
16.569,3
6.151,5
2.970
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
Resultado Líquido G7 2000-2007 Dividendos pagos G7 2000-2007 Défice de imparidade 2000-2007 (depois de imposto)
Solidez Financeira: que lições e desafios?
G7: Período 2000 – 2013
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
Crédito à Habitação
Questionário ad-hoc realizado junto dos seis principais grupos bancários (2007)
• Empréstimos para aquisição de habitação (45% do
total de crédito ao setor privado não financeiro)
representavam cerca de 100% do rendimento
disponível das famílias;
• Alterações relevantes até 2007 nas políticas de
concessão de crédito: i) critérios de concessão de
crédito menos restritivos e ii) oferta de produtos
que permitiam adaptar encargos do serviço da
dívida à capacidade financeira dos mutuários;
• Reduzido agravamento do spread de crédito em
empréstimos com LTV mais elevado (figura). LTV
de 71% no crédito à habitação concedido em
2007;
Fonte: Relatório de Estabilidade Financeira 2008, Banco de Portugal
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Solidez Financeira: que lições e desafios?
Crédito à Habitação
Questionário ad-hoc realizado junto dos seis principais grupos bancários (2007)
• Prazo médio do crédito à habitação com tendência
de aumento de maturidade (36% dos empréstimos
concedidos por um período entre 40 e 50 anos);
• Garantias pessoais, por exemplo, garantias
familiares para clientes mais jovens, em 30% dos
créditos à habitação;
• LTV é variável com muita relevância para créditos à
habitação de menor dimensão, mas menos
relevante para os créditos de maior dimensão;
• Taxa de esforço média de 14% em 2007 (11% em
2000).
Fonte: Relatório de Estabilidade Financeira 2008, Banco de Portugal
XI FÓRUM BANCA
Carlos da Silva Costa• Governador 1 de dezembro de 2014
Muito obrigado.