zooterapia nas escolas: liÇÕes do passado e desafios

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1 ZOOTERAPIA NAS ESCOLAS: LIÇÕES DO PASSADO E DESAFIOS PARA O FUTURO MARTINS, M. F.; BALBINI, N. W.; STANQUINI, C. S. Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

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ZOOTERAPIA NAS ESCOLAS: LIÇÕES DO PASSADO E DESAFIOS PARA

O FUTURO

MARTINS, M. F.; BALBINI, N. W.; STANQUINI, C. S. Departamento de

Nutrição e Produção Animal (VNP) da Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

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1. A ZOOTERAPIA NO CONTEXTO CULTURAL E EDUCACIONAL

A Zooterapia é uma ciência incipiente, de caráter transdisciplinar, abrangente e rica em

possibilidades de aplicação, de modo que, em geral, podem ser atribuídas a ela duas vertentes:

a Terapia Assistida por Animais, na qual pacientes humanos e até mesmo outros animais são

beneficiados nos mais diferentes contextos (educação, socialização e saúde, por exemplo)

através da interação com os animais terapeutas; e o uso

de biofármacos gerados a partir de substâncias

produzidas pelos animais, como o própolis das abelhas

ou o muco do escargot, muito utilizado no exterior para

a fabricação de cremes rejuvenescedores ou ainda

antibióticos. (Martins, 2003; Lutosa, 2008; Marcucci,

2008; Da Silva, 2009; Yokoya, 2010) (Figuras 01 e 02).

Inquestionavelmente, essa segunda vertente está

inserida culturalmente na sociedade, devido ao uso

tradicional de produtos naturais na saúde humana,

como é o caso do exemplo citado (Alves e Rosa, 2013).

Ainda, muitas vezes, as pessoas fazem uso dos mesmos

sem se darem conta da origem deste fármaco e de sua

relação com a ciência Zooterapia. Entretanto, tratando-

se da Terapia Assistida por Animais, as pessoas

costumam apresentar bastante relutância, seja devido ao

descrédito que impõem à atividade por não conhecerem

a parte científica que embasa sua aplicação, ou ainda

por confundirem-na com outras atividades não-

científicas que fazem uso de animais e a preocupação

constante com o bem estar dos mesmos. Um exemplo

Figura 01: Abelhas, produtoras do própolis, biofármaco amplamente

utilizado pela população.

Fonte:http://eric-magnetiseur.com/?p=287

Figura 02: Muco extraído do

Escargot Achatina fulica, um

potente biofármaco. (Acervo Pessoal)

claro disto é o desconhecimento das pessoas sobre o fato dos animais serem rigorosamente

selecionados, de acordo com características específicas necessárias para que sejam

considerados como potenciais co-terapeutas e co-educadores. Os desafios não param por aí, ao

que faz-se mor um amplo entendimento, conhecimento, clareza conceitual, equipe preparada e

abrangente quanto à disciplinariedade e um adequado plano de ação para que seja alcançado o

sucesso das atividades.

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Figura 03: Dra. Nise da

Silveira, Médica Psiquiátrica

que desenvolveu a Terapia

Assistida por Animais no

Brasil na década de 1960

como tratamento alternativo à

esquizofrenia.

Fonte: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.

php?itemid=3492&catid=144

Figura 04: Dr. Boris Levinson,

reconhecido mundialmente

como o percursor da Zooterapia

Fonte: http://www.koineonlus.org/bau/img/BLev

inson.jpg

Para exemplificar melhor, remete-se a duas questões

do passado: o Histórico da Zooterapia e a Evolução da

Educação Física no Século XX. Sabe-se que no Brasil, a

Zooterapia começou a partir dos trabalhos da Dra. Nise da

Silveira (Figura 03), médica psiquiatra que, insatisfeita

com os métodos convencionais para tratamento da

esquizofrenia (eletrochoque), desenvolveu a Terapia

Assistida por Animais com o uso de cães, em caráter

experimental, ainda que a mesma não tenha sido

reconhecida cientificamente devido ao fato de não ter feito

publicações com suas descobertas, ao que o crédito ficou

com o Dr. Boris Levinson (Figura 04) em 1962, nos

Estados Unidos, como o percursor dessa ciência (Pereira et

al., 2007; Silveira, 1981; Dotti, 2005), evidenciando a

necessidade de um rigor científico, uma vez que é assim que

as pesquisas são desenvolvidas. Já a Educação Física, uma

disciplina tão complexa e interdisciplinar quanto a própria

Zooterapia, tem uma história de desenvolvimento

interessante no Brasil, influenciada por eventos históricos.

Na década de 1930, predominava uma ideologia militarista

e higienista (seleção de indivíduos perfeitos e exclusão dos

incapacitados), sendo ela, na época, uma disciplina

essencialmente prática, sem suporte teórico. No mesmo

período, o movimento da Escola Nova, que pregava o

desenvolvendo integral da criança, esboçava a tentativa de

melhorar a educação em geral, deixando-a com um caráter

mais dinâmico, voltada à formação do indivíduo,

contrapondo-se ao pensamento geral. Infelizmente, o

Regime Militar atrasou os processos de mudança,

mantendo o modelo esportivista, transformando a

Educação Física no que era chamado de “Ginástica”. Foi

apenas na década de 1980 em que ocorreu o rompimento

– ao menos, a nível de discurso – da excessiva valorização

do desempenho no sistema educacional como um todo.

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(Darido, 1999). A Educação Física aplicada nas escolas não deve ser, em sua essência, um

ensino restritamente esportivo, mas também abranger conceitos de aprendizagem sobre saúde,

fisiologia, biologia e, acima de tudo, cidadania, embora, ainda hoje, comumente tem sido

distorcida. A prática da Zooterapia nas escolas deve ser fundamentada de modo a conscientizar

os alunos e a própria equipe para que ela não caia em contradição, assim como o ensino da

Educação Física, como exemplificado. À adequação da pratica da Zooterapia, tendo em vista a

sua eficácia, demanda-se especial atenção quanto à linguagem e, de modo geral, abordagem

que se utiliza na prática zooterapêutica. O planejamento e o esclarecimento devem sobrepor-se

às expectativas à moda das que os alunos apresentam, por exemplo, quando, no Ensino da

Educação Física, querem apenas a prática esportiva, evitando-se a euforia. O aluno deve ser

estimulado a analisar, interpretar e criar novos significados sobre os conteúdos, sabendo

diferenciar as atividades de simples brincadeiras, garantindo à Zooterapia o caráter de ensino e

não de entretenimento. Para o intento de conquistar o uso de uma linguagem e abordagem

adequadas, para além da própria habilidade do profissional zooterapeuta, reveste de importância

a aquisição de conhecimentos multi, inter e transdisciplinares.

Tem-se, atualmente, um contexto de maiores preocupações quanto a temas extra-

curriculares, formando não apenas estudantes, mas também cidadãos. Segundo Albuquerque &

Carvalho (2008), a educação é um fenômeno aliado à cultura, não podendo dissociar suas

práticas do contexto social e cotidiano, de modo que as possibilidades de expressão, percepção

e imaginação propiciam a liberdade e o respeito às diversidades. Na própria lei de diretrizes e

bases da educação nacional, de 1996, consta que a educação, dever da família e do Estado,

inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade

o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação

para o trabalho (Albuquerque & Carvalho, 2008 apud Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, 1996). Tendo em vista tais pensamentos correntes, a Zooterapia busca o seu lugar

como prática pedagógica, tendo como um importante argumento o fato de ir de encontro com

tendências e o próprio objetivo da educação. As escolas buscam a modernidade através da

aplicação de tendências de sucesso, novas verdades e novos caminhos. Os profissionais da área

de Zooterapia devem atentar-se a isso e estarem cientes da necessidade de transmitir segurança

e valorizar seu trabalho, fazendo com que as pessoas saibam reconhecer a importância dessas

atividades no meio acadêmico e social.

Em geral, o pensamento predominante quanto à aplicação da prática zooterapêutica é

relacionado aos benefícios que tal pratica venha a gerar, atrelado ao conservadorismo que marca

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o sistema educacional no Brasil. Entretanto, ainda que, talvez, de desconhecimento das escolas

de caráter conservador, elas mesmas são praticantes de “novas” propostas pedagógicas, e como

exemplificação para tal afirmação, pode-se citar a pedagogia Freinet, que prega uma educação

com o foco na relação professor-aluno, sendo do professor o papel de organizador e cooperador

ao objetivo da construção do conhecimento do aluno, objetivando a aprendizagem, sendo a

ideia da quantificação do desempenho constituinte de um sério erro, e aulas de campo,

mecanismos de auto-avaliação, práticas como o “Jornal da Escola” e projetos e atividades em

grupos fazem parte do hall de características positivas abordadas por esta pedagogia. Deve-se

atentar para o fato de que a Zooterapia se encaixa nos anseios da escola atual, necessitando

apenas corresponder com boas práticas, uma vez em que está em jogo a imagem da ciência e

também a das escolas que, por ventura, venham a se tornar pioneiras nessa prática.

2. OS ANIMAIS ZOOTERAPEUTAS

A Zooterapia, como ciência, deve ser fomentada por bases sólidas que garantam seus

critérios de eficiência naquilo que deseja-se executar. Para tal, é de extrema importância que os

animais sejam adequados para as atividades propostas e não simplesmente pets que promovam

a diversão das crianças. Acima disso, deve-se garantir a segurança dos procedimentos e evitar-

se surpresas no decorrer das atividades.

No Brasil, são muito comuns os usos de

cães e gatos para as atividades nas

escolas, embora até hoje apenas a

equoterapia seja reconhecida

cientificamente como prática

zooterapêutica(Martins M.F. et al2014),

especialmente correlacionada à área da

saúde. Ainda assim, as mais diversas

espécies animais podem ser utilizadas

para tal fim, desde que correspondam às

características necessárias à interação

com as crianças, uma vez que a criança

Figura 05: Animal zooterapeuta manifestando

comportamento tranquilo, dócil e permitindo

interação com as crianças. (Acervo Pessoal).

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exacerba a necessidade do contato. Assim sendo, o animal zooterapeuta deve ser calmo, estar

adaptado ao convívio e à interação com as pessoas e outros animais, permitir o toque e o manejo,

não manifestar reações inesperadas, não se estressar facilmente, dentre outros (Figura 05).

Além disso, ele deve passar por um controle microbiológico, evitando a transmissão de

zoonoses, estar sadio e higienizado e manter acompanhamento veterinário periódico (Caetano,

2010 apud Dotti, 2005).

Deve-se atentar ao fato de que as necessidades do animal quanto ao seu bem estar não

devem ser ignoradas, uma vez que o sucesso da prática dá-se de acordo com a participação do

mesmo. Sendo assim, é de suma importância cuidados com o animal em questões como

alimentação, fornecimento de água e descanso, quando necessário e respeitar as necessidades

fisiológicas do animal, administrando para que o mesmo não precise conter-se durante as

práticas e permaneça a vontade durante os procedimentos (Figuras 06 e 07).

Figuras 06 e 07: A importância do fornecimento de descanso e condições básicas ao bem

estar do animal zooterapeuta. (Acervo Pessoal).

3. OS BENEFÍCIOS DA ZOOTERAPIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Toda prática zooterapêutica agrega fatores psicológicos, físicos e sociais aos seus

beneficiados. Em sua prática pedagógica, pode-se destacar a melhora da socialização dentro e

fora do ambiente escolar, a redução da depressão, da ansiedade e da solidão, o desenvolvimento

da concentração, motivação para a realização de atividades, inclusão, melhora nas capacidades

motora, sensorial e cognitiva, auxílio no ensino-aprendizagem de disciplinas curriculares,

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educação humanitária, desenvolvimento de senso de responsabilidade e respeito, incentivo à

curiosidade e à criatividade (aspectos inerentes ao desenvolvimento da criança), dentre

inúmeros outros, que dependerão também da atividade a ser realizada, fato que justifica a

importância do planejamento prévio de acordo com o público a ser atendido e os resultados que

se buscam alcançar (Silva et al., 2009; Flôres, 2009; Caetano, 2010; Samfira & Petroman,

2011). Para isso, também o animal utilizado deve ser, como anteriormente mencionado,

criteriosamente selecionado, não apenas em questões comportamentais, mas também função da

atividade que será desenvolvida, faixa etária do público-alvo, empatia com a espécie animal,

local onde será realizada a atividade, objetivo, temática, entre outros.

4. VIVÊNCIAS NA PRÁTICA DA ZOOTERAPIA NAS ESCOLAS

A primeira lição que se obtém a partir da

realização de atividades com as crianças e jovens em

escolas, sobretudo no ensino fundamental, é referente à

psicolinguística própria de tal público. Objetiva-se, em

outras palavras, compreender como os alunos

apreendem aquilo que é dito pelos coordenadores das

atividades, bem como o que está por trás, a nível de

pensamento, do que é passado pelo aluno à equipe

zooterapêutica. Se é almejado maior compreensão a

respeito dos dados passíveis de serem obtidos quando

da realização de uma atividade zooterapêutica, surge

como opção de interesse a aplicação de oficinas de

interação pedagógicas e psicopedagógicas (Figura 08),

uma vez que podem estas intensificar a experiência e

suas manifestações no ambiente escolar e, ao mesmo

Figura 08: Oficina realizada com

a temática de peixes em atividade

zooterapêutica nas escolas. (Acervo

Pessoal).

tempo, subsidiar a produção científica que, no caso de uma equipe acadêmica de Zooterapia,

advirá das atividades realizadas.

Para tal finalidade, é importante o preparo de materiais e propostas didáticas, atrativas

e direcionadas à idade dos escolares (Figuras 09 a 11), bem como ao meio sociocultural em

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que vivem, que facilitem o entendimento e a possibilidade de interação com a equipe, os

animais e com as demais crianças e professor da turma (Figuras 12 a 17). Além disso, as

crianças devem ser orientadas sobre como realizar as atividades, sobretudo, como interagir com

os animais, respeitando-os e despertando o senso de responsabilidade, respeito às formas de

vida e fortalecendo sentimentos humanitários (Figuras 18 a 21).

Figuras 09, 10 e 11: Materiais confeccionados de acordo com a faixa etária do público alvo

para uma aula sobre biologia, fisiologia e comportamento dos peixes Betta splendens como

parte de uma atividade zooterapêutica nas escolas. (Acervo Pessoal).

Figuras 12 e 13: Interação promovida entre professor e alunos através do contato com o

Escargot, molusco utilizado na prática de Zooterapia pela Equipe da FMVZ-USP, na cidade

de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

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Figuras 14, 15, 16 e 17: Interação promovida entre alunos através do contato com o

Escargot, peixe Betta splendens e jabuti na prática de Zooterapia pela Equipe da FMVZ-

USP, na cidade de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

Figuras 18 e 19: Alunos sendo orientados sobre como devem agir com os animais

zooterapeutas, bem como recebendo informações sobre sua biologia, fisiologia e

comportamento. (Acervo Pessoal).

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Figura 20: Criança observando o peixe Betta splendens durante

atividade zooterapêutica em sua escola, respeitando o

comportamento natural do peixe em seu aquário. (Acervo Pessoal).

Figura 21: Criança alimentando o peixe Betta splendens segundo a

didática da atividade zooterapêutica promovida, despertando seu senso

de responsabilidade e afeição pelas formas de vida. (Acervo Pessoal).

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As Oficinas Pedagógicas e Psicopedagógicas (Figuras 22 a 34) são um material de

grande valia para a Zooterapia realizada no ambiente escolar, pois, a partir dela, a equipe

consegue realizar a socialização das crianças e a fixação dos conteúdos abordados em sala de

aula, de forma didática, obtendo também informações de suma importância para a atividade,

através de análise comportamental, possibilidade de expressão, liberdade para manifestarem

seus sentimentos e estímulo à criatividade da criança, mantendo correlações com o momento

da vida de cada uma delas bem como com sua personalidade e vivências fora do ambiente

escolar. Através dessas atividades, em práticas promovidas pela Equipe de Zooterapia da

FMVZ-USP, na cidade de Pirassununga/SP, obteve-se dados correlacionados ao modo como

as crianças enfrentavam o luto (tanto no aspecto familiar quanto em relação a seus animais de

estimação), dificuldades de aprendizado, dificuldades de socialização, bullying, violência

familiar, entre outros, além de estimular às crianças ao senso crítico, ao respeito, à busca por

informações, e aplicar conceitos de sustentabilidade e educação humanitária, consistindo assim

em uma ferramenta de auxílio à escola e ao professor, conferindo aos mesmos e aos

coordenadores pedagógicos pistas valiosas para o acompanhamento preciso da evolução de

cada aluno. Ainda, apresenta-se como oportunidade de exercício da expressão e criatividade,

em contexto essencialmente distante do usual, propiciando ao aluno a descoberta de novos

gostos e habilidades, podendo ser alvo de desenvolvimento futuro.

Figura 22: Oficina realizada com a temática dos peixes Betta splendens em

atividade zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da FMVZ-USP

na cidade de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

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Figura 23: Oficina realizada com a temática do jabuti em atividade

zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da FMVZ-USP na cidade

de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

Figura 24: Oficina realizada com a temática do escargot em atividade

zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da FMVZ-USP na cidade de

Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

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Figuras 25, 26 e 27: Oficina realizada com a temática da Páscoa e a figura

do coelho em atividade zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe

da FMVZ-USP na cidade de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

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Figura 28: Oficina realizada com a temática da Violência na Interação

Humano-Animal em atividade zooterapêutica nas escolas promovida pela

Equipe da FMVZ-USP na cidade de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

Figura 29: “Aquário dos Sonhos” – Oficina Psicopedagógica realizada em

atividade zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da FMVZ-USP

na cidade de Pirassununga/SP, na qual os alunos expunham suas ideias para

um mundo mais sustentável. Também foi promovido o aprendizado da

redação para que participassem da atividade. (Acervo Pessoal).

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Figuras 30, 31, 32 e 33: Atividades complementares às Oficinas realizadas em prática

zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da FMVZ-USP no município de

Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

Figura 34: Oficina de Interação com o animal (jabuti) realizada em

atividade zooterapêutica nas escolas promovida pela Equipe da

FMVZ-USP no município de Pirassununga/SP. (Acervo Pessoal).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Zooterapia, na busca por seu espaço merecido, mesmo com seus inúmeros

benefícios comprovados cientificamente, ainda encontra obstáculos quanto a entrada de

animais nas escolas. Dado aos resultados promissores obtidos até o momento, aliados ao

entusiasmo, e como forma de aprendizado através dos animais, pode ser uma alternativa

eficaz para a utilização dos mesmos como coeducadores, novas pesquisas se fazem

necessárias, ressaltando a importância da inter, multi e transdisciplinaridade entre os

envolvidos, pós-graduandos, alunos de iniciação cientifica e acadêmicos de diferentes

cursos, que possam vir a contribuir para o desenvolvimento de protocolo educacionais

reforçando e validando o uso de animais de maneira eficiente e segura no cotidiano escolar

e também fortalecendo a atuação do profissional de ciências agrárias no cotidiano escolar.

Nesse contexto, a zooterapia, tem na extensão um importante potencial disseminador e

enriquecedor na formação de graduandos pós graduandos e também alunos de ensino

médio, fundamental e profissionais como pedagogos, psicólogos entre outros, sendo

fundamental que se propaguem de forma clara e objetiva os resultados obtidos. E para isso

foi criado uma webpage (facebook/zooterapiaUSP) para divulgação nas atividades

zooterapêuticas.

6. AGRADECIMENTOS

À Ccex pela concessão de bolsas aos acadêmicos envolvidos em projetos

zooterapêuticos sob nossa orientação.

Aos estagiários Joyce Carolyne Moraes e Lucas Pires Herker.

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