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SOFTWARE SOFTWARE LIVRE, OPEN SOURCE E PATENTES DE SOFTWARE Luís Aguilar nº14676 Didática da Informática Universidade da Beira Interior, 2-XII-2004

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Page 1: SOFTWARE SOFTWARE LIVRE, OPEN SOURCE E PATENTES DE SOFTWARE Luís Aguilar nº14676 Didática da Informática Universidade da Beira Interior, 2-XII-2004

SOFTWARE

SOFTWARE LIVRE, OPEN SOURCE E PATENTES DE SOFTWARE

Luís Aguilar nº14676

Didática da Informática

Universidade da Beira Interior, 2-XII-2004

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DISTRIBUIÇÃO DE SOFTWARE

Existem diversas formas de lançar um programa no mercado.

A mais popular, por mais estranho que possa parecer, é o software proprietário, em que o uso, redistribuição ou modificação do mesmo é proibido, ou exige permissão por parte de quem detém os direitos do software.

Exemplos: Windows, Office, Adobe Photoshop, etc.

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O QUE É DETER OS DIREITOS DE UM SOFTWARE?

Pela lei do copyright, qualquer pessoa que escreva qualquer coisa torna-se automaticamente detentora dos direitos exclusivos sobre o que escreveu.

Destina-se a proteger a propriedade intelectual (para evitar plágios, por exemplo)

Um programa é sempre constituído por código fonte escrito por alguém. Logo é abrangido pelo copyright.

Quem detém o copyright (o dono) pode determinar a forma como as outras pessoas podem usar a sua obra.

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O SOFTWARE PROPRIETÁRIO

Se antes era preciso ter equipamento de impressão (muito caro) para violar copyright de forma significativa, a revolução digital veio facilitar a duplicação de informação.

As empresas protegem-se com a imposição de fortes restrições aos utilizadores

(é proibido copiar, é proibido instalar em mais do que uma máquina, é proibido isto, é proibido aquilo, etc...)

Paralelamente ao crescimento da informática, foi também crescendo uma filosofia nova, um novo movimento, que acreditava que o software deveria ser livre

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FREE SOFTWARE

Os precursores do movimento eram hackers dos departamentos de informática mais prestigiados (MIT, Berkeley) que partilhavam programas entre si, incluindo o código, para que os outros o pudessem examinar e alterar consoante as necessidades.

Surgiu o GNU (GNU’s Not Unix) que pretendia desenvolver um sistema operativo tipo-Unix que fosse verdadeiramente livre (o Unix era proprietário e as universidades tinham de pagar licenças)

(o sistema operativo é o software base para qualquer computador, por isso, um óptimo ponto de partida)

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FREE SOFTWARE

• A liberdade de correr o programa, independentemente do fim (liberdade 0)• A liberdade de examinar, estudar como o programa trabalha e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1). • A liberdade de redistribuir cópias, para que se possa ajudar o vizinho (liberdade 2)• A liberdade de melhorar o programa, e libertar os seus melhoramentos ao público, para que toda a comunidade beneficie (liberdade 3).

Os defensores do movimento acham que um software livre deve proporcionar 4 liberdades fundamentais:

A presença do código fonte é um pré-requisito às liberdades 1 e 3.

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ALGUMA CONFUSÃO...

... sempre existiu na percepção do termo Free Software:

• Free significa tanto livre, como grátis em inglês• O Free Software não é necessariamente gratuito• Deve ser interpretado num sentido de liberdade, não gratuitidade (Free Speech, not Free Beer)

Em 1998, um grupo de dissidentes da comunidade Free Software decidiu começar a usar o termo “Open Source Software” em vez de “Free Software” para o descrever.

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OPEN SOURCE

• Alguns fizeram-no para fugir à confusão entre livre e grátis. • Outros pretendiam mesmo fugir ao conceito de liberdade e realçarem o facto de a distribuição vir com o código fonte• Apelavam assim a uma classe mais vasta (empresas e empresários que tendiam a desprezar os valores da liberdade)• A motivação para produzir programas livres passou então a ser uma questão prática (código aberto permitia mais cabeças a descobrirem bugs e a trabalharem para o projecto)

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“Open Source é uma metodologia de desenvolvimento. Free Software é um

movimento social”

• o “Open Source” rapidamente se impôs e, actualmente a maioria do software deste género é assim designado• a definição pouco difere da definição de Free Software – defendem ambos os mesmos princípios.• As motivações é que mudaram – mais práticas, menos ideológicas.

“Given enough eyeballs, all bugs are shallow.” passou a ser a palavra de ordem no movimento

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Software Copylefted

• uma das vertentes mais comuns do software livre e open source é o copylefted. • É software livre, mas não permite aos redistribuidores adicionar restrições adicionais quando o modificarem ou redistribuirem• podes usar, copiar, oferecer, alterar, vender, etc., mas não podes alterar a sua natureza.• para evitar que software livre se torne em software proprietário.

Nota: nada disto quer dizer que os programas FS ou OS não têm copyrigth- Têm-no e continua a pertencer ao autor do programa. Este é que o usa para tornar o programa livre

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Novamente o proprietário

Existe ainda uma tradição em usar o software proprietário:

• tem um marketing muito mais agressivo• quando as pessoas compram máquinas estas já trazem um s.o. proprietário que normalmente nos vincula para a vida.

Porém, a opinião geral no meio, é que normalmente os programas têm menos qualidade, são menos estáveis e menos seguros.

por exemplo,

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e o mercado começa a abrir os olhos

Se o software open source já domina há muitos anos os servidores de Internet dada a qualidade/fiabilidade que possuem,...

• Sistema Operativo Linux• Servidores Apache• Linguagem de Programação PHP• SGBD MySQL

... assiste-se actualmente a uma migração crescente por parte dos utilizadores (sejam empresas, escolas ou indivíduos) para o software Open Source.

Contudo, nem tudo são rosas para o Open Source,um novo perigo está à espreita...

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AS PATENTES DE SOFTWARE

Se o público em geral ainda não recebeu dos media a atenção devida para este problema, nos forúns e blogs da especialidade na Internet, já muito se discute.

O QUE É UMA PATENTE ?

A patente é um mecanismo de protecção de um invento. É um quid pro quo entre a sociedade e o inventor. O inventor torna pública a invenção, e a sociedade dá-lhe em troca um monopólio limitado no tempo para que este obtenha algum lucro comercial

quid pro quo – uma coisa em troca de outra (eu dou-te isto, tu dás-me aquilo)

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AS PATENTES TÊM UMA RAZÃO DE SER

Há muitos anos atrás, um invento tinha que ser mantido em segredo, se o seu autor quisesse tirar benefícios do seu trabalho. Isso levava a que muito conhecimento fosse levado para o túmulo com os seus inventores

A patente surgiu como uma solução para o problema:os inventores já podiam tornar públicas as suas invenções sem medo que alguém lhe roubasse a ideia.

Patente deriva do latim, onde significa “pôr a descoberto”

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PATENTES

A utilização da ideia depende única e exclusivamente do detentor da patente. Este pode chegar a acordo com outras entidades para permitir o uso, mas pode pedir o que lhe apetecer em troca.

As patentes fazem sentido na investigação, que por ser cara, precisa que os que a fazem, garantam o retorno do investimento. Se não existissem patentes, provavelmente não haveriam novos medicamentos.

Actualmente as patentes têm uma duração de 20 anos, ou seja, a partir do momento em que o inventor a regista no Gabinete de Patentes (e esta é aceite) tem direito exclusivo da invenção num prazo de 20 anos.

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E O QUE TEM ISTO A VER COM SOFTWARE?

Por mais inverosímel que possa parecer, as patentes sobre software existem. Só que não têm valor legal.

O que acontece é que a União Europeia se prepara para legislar sobre as patentes no software (quer tornar comum as posições dos estados-membros).

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Existem feitos intelectuais que não são patenteáveis: se alguém descobrir um novo planeta ou um novo elemento químico não o pode patentear. Também não se criam patentes de Música ou Literatura

Porque são obra da criatividade humana, e não faz sentido dar a um ser humano o poder de impedir outro de criar livremente. Aliás, o copyrigth protege os direitos do autor.

Por essa razão métodos matemáticos e programas de computador não são patenteáveis (segundo a própria lei de patentes,inclusive)

...

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O que acontece é que existem pessoas (entidades) interessadas na expansão das coisas patenteáveis.

nomeadamente o próprio sistema de patentes que assim tem mais trabalho (€€€)

e alguns gigantes do software que se tiverem muitas patentes podem acabar com a concorrência.

?

Existem já milhares de patentes de software cobrindo todas as áreas, desde os sistemas operativos às comunicações tornando virtualmente impossível escrever um programa útil sem violar nenhuma.

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Através duma manipulação de conceitos. A lógica é a seguinte:

As patentes de software não se chamam patentes de software. Têm o pomposo nome de “inventos implementados através de um computador”.

Assim as invenções têm um cariz técnico (porque o computador é um invento técnico) e podem portanto ser patenteadas.

E como contornam a lei?

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Como exemplo ilustrador existe já uma patente sobre um conceito tão abstracto como uma barra de progresso:

por exemplo,

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é simples: uma barra de progresso torna mais eficiente a utilização do espaço limitado num ecrã de computador.

Sendo um ecrã um invento técnico, a barra de progresso é um invenção técnica relacionada com um ecrã... e portanto a patente é válida.

a explicação

Por mais surrealista que possa parecer, esta é a realidade.

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a comunidade Open Source já está a reagir e os líderes dos projectos mais vísiveis (Linux, PHP e MySQL) enviaram esta semana um apelo aos líderes da UE para que rejeitassem a proposta.

a decisão, que era para ser tomada dia 27 de Novembro foi adiada...

por fim,

resta aguardar com a esperança que os líderes da Europa decidam consoante os valores que dizem ter...

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www.gnu.org

www.opensource.org

www.nosoftwarepatents.com

www.swpat.ffii.org

para quem estiver interessado...

FIM