sociologia e filosofia

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Universidade Federal de Pelotas Instituto de Filosofia, Sociologia e Política Licenciatura em Ciências Sociais Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID CIÊNCIAS HUMANAS SOCIOLOGIA E FILOSOFIA PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS Bolsistas: Bruna Jardim, Francine Bordin, Giliane de Oliveira, Sandra Feijó e Tainá Melo.

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Page 1: Sociologia e filosofia

Universidade Federal de PelotasInstituto de Filosofia, Sociologia e Política

Licenciatura em Ciências SociaisPrograma Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID

CIÊNCIAS HUMANAS

SOCIOLOGIA E FILOSOFIA

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Bolsistas: Bruna Jardim, Francine Bordin, Giliane de Oliveira, Sandra Feijó e Tainá

Melo.

Page 2: Sociologia e filosofia

Porque Ensinar Ciências Sociais?

Objetivo geral: introduzir o aluno nas principais questões conceituais e metodológicas das disciplinas de Sociologia, Antropologia e Política.

• [...] a grande preocupação é promoveruma reflexão em torno da permanênciadessas questões até hoje, inclusiveavaliando a operacionalidade dosconceitos e categorias utilizados por cadaum desses autores, no que se refere àcompreensão da complexidade domundo atual. (PCN, p.36)

A partir dos clássicos

Marx, Weber e Durkheim:

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Porque Ensinar Ciências Sociais?

Eixos Decodificar

Postura reflexiva e

crítica

Mundialização do capital

Page 4: Sociologia e filosofia

Porque Ensinar Ciências Sociais?

Instituições sociais, como família e estado, novosagentes políticos (ongs), relações tradicionais eformais de emprego X outras formas deorganização do trabalho, desemprego, etc., sãoalguns dos elementos sociais que podem edevem ser problematizados pela sociologia noprocesso de ensino-aprendizagem.

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O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Relação Social

Rede de relações sociais

Interação Social

Page 6: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Sistema social

Desigualdades Sociais

ExclusãoConcentração de poder e de

renda

Estrutura

Page 7: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Construção cultural das

regras

Cultura

Observação participante

Sociedade de massas

Dimensão tecnológica

Representações simbólicas

Page 8: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Sendo assim, proporcionaríamos ao aluno a possibilidade detranspor uma postura etnocêntrica (que produz atitudespreconceituosas e discriminatórias, sobretudo ao lidar comas diferenças e com as minorias sociais), tendo comoreferência a prática de relativizar a realidade social. Nessesentido, o saber antropológico nos fornece instrumentais desuma importância que possibilitam modificar as relaçõesinterpessoais cotidianas. Em suma, relativizar significaconviver com a diversidade de forma plena e positiva. Issoimplica compreender que o “alter” tem uma lógica própriade percepção da realidade, que não pode ser desqualificadaou vista como “superior” ou “inferior”, num mundo aindamarcado pela intolerância. E este relativizar seria, dentro denosso entendimento, um dos caminhos de construção econsolidação da cidadania plena. (PCN, p.38-39)

Page 9: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Soci

edad

es c

om

ple

xas

Experiências culturais

Rede de relações

Papéis sociais

Identidades Sociais

Page 10: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Ideologia

Indústria cultural

Meios de comunicação

Alienação

Ordem Social

Relações de poder

Sistemas Econômicos

Page 11: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Ampliar a noção de política, enquanto um processo de tomadade decisões sobre os problemas sociais que afetam acoletividade, permite ao aluno, por um lado, perceber como opoder se evidencia também nas relações sociais cotidianas e nosvários grupos sociais com os quais ele próprio se depara: aescola, a família, a fábrica etc.. E por outro, dimensionar o errode assumir uma postura que negue a política enquanto umaprática socialmente válida, uma vez que no discurso do sensocomum ela é vista apenas como mera enganação. Até mesmoporque negar a política seria contrariar a lógica da cidadania,que supõe a participação nos diversos espaços da sociedade.Neste aspecto, as Ciências Sociais contribuem para uma reflexãoque tenta identificar práticas políticas mais éticas, muito emborao contexto brasileiro seja profundamente marcado por práticaspaternalistas, clientelísticas, fisiológicas etc.. (PCN, p.41)

Page 12: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Soberania Estrutura de funcionamento

Sistemas de poder Formas de

governo

Regimes políticos

Relação entre o público e o

privado

Centralização e descentralização

do poder

Page 13: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Legalidade e legitimidade do poder

Direitos

Participação política

Movimentos sociais

Poder público

Page 14: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Outra categoria significativa no Ensino Médio é a decotidiano, uma vez que uma das premissas fundamentais aser considerada é o partir das experiências culturais dosalunos para construir o conhecimento científico,entendendo-se porém que este tem uma naturez diversa daexplicação do senso comum, pois a análise da realidadeencontra-se fundamentad em princípios teóricos emetodológicos. De acordo com a abordagem de Berger eLuckmann a produção de conhecimento é um processo quedeve considerar a vida cotidiana, tendo como objetivoelaborar modelos teóricos de explicação da realidade social:“A vida cotidiana apresenta-se como uma realidadeinterpretada pelos homens e subjetivamente dotada desentido para eles, na medida em que forma um mundocoerente.” (PCN, p.42)

Page 15: Sociologia e filosofia

O que e como ensinar em Ciências Sociais?

Os Parâmetros Curriculares Nacionaismostram exemplos sobre o que ensinar emsociologia, mas não mostram metodologiasde ensino para isso. Portanto a pergunta“COMO ENSINAR?” fica sem resposta enecessita ser trabalhada pelos professores,visto que a disciplina ainda está nascendona rede pública de ensino e necessita deaprimoramento.

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COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS EM SOCIOLOGIA,

ANTROPOLOGIA E POLÍTICA.

As competências e habilidades a serem desenvolvidas em Sociologia,

Antropologia e Política, revelam as premissas ideológicas dos autores

PCNEM, concernentes à disciplina e são divididas em “REPRESENTAÇÃO E

COMUNICAÇÃO”, “INVESTIGAÇÃO E COMPREENSÃO”, “CONTEXTUALIZAÇÃO

SÓCIO-CULTURAL”.

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COMO DEVE ESTAR O ALUNO NO FINAL DO ENSINO MÉDIO?

Apto a identificar, analisar e comparar osdiferentes discursos sobre a realidade,construindo instrumento para uma melhorcompreensão da vida cotidiana e ampliando asua visão de mundo. Isso significa desenvolveruma visão crítica da indústria cultural e dacomunicação de massa, valorizando asdiferentes manifestações culturais de etnias esegmentos sociais, preservando e respeitandoa diversidade. Dessa forma, será capaz deconstruir uma identidade social e política demodo a viabilizar o exercício da cidadania nocontexto do Estado de Direito,compreendendo as transformações no mundodo trabalho e adaptando-se as novasqualificações exigidas.

Page 18: Sociologia e filosofia

CONCLUÍMOS:

A competência implica uma mobilizaçãodos conhecimentos e esquemas que sepossui para desenvolver respostas inéditas,criativos, eficazes para problemas novos.

As habilidades são consideradas como algomenos amplo do que as competências.Assim, a competência estaria constituídapor várias habilidades.

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Filosofia

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Conhecimentos de Filosofia

Normalmente os professores de Filosofia sãoquestionados pelos educandos quanto ànecessidade deste aprendizado, por vezes nãocompreendem a razão de estudar esta disciplina,Kant já dizia que: “Filosofia nãose ensina, ensina-se a filosofar”.

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Conhecimentos de Filosofia

Podemos explicar esse estranhamento pela forma com a qual aeducação brasileira vinha sendo desenvolvida, privilegiando umconhecimento técnico – cientifico, visando à formação de ummercado de trabalho técnico-especialista, a fim de atender ademanda do cenário industrial e tecnológico que se fortalecia.Isso nós ajuda a compreender o estranhamento do aluno frentenão apenas a Filosofia, mas às humanidades. É precisamos ir umpouco além para que consigamos compreender que mesmoestando a vinte anos sendo implantada gradativamente noscurrículos escolares a matéria precisa ser legitimada, os alunosnecessitam deslumbrar uma razão de ser aos conhecimentosfilosóficos, a Filosofia vêem contribuir para formação geral ehumanizada do individuo.

Page 22: Sociologia e filosofia

Conhecimentos de Filosofia

A LDB/ 96 trás em seu trigésimo quinto artigo, anecessidade “a preparação básica para o trabalho e acidadania do educando, para continuar aprendendo”(inciso II); “o aprimoramento do educando, incluindo aformação ética e o desenvolvimento da autonomiaintelectual e do pensamento crítico” (inciso III). Assimcomo no trigésimo sexto § 1o destaca-se: “o domíniodos conhecimentos de Filosofia e de Sociologianecessários ao exercício da cidadania” (inciso III).Demonstrando a importância da disciplina para auxiliarna formação do espírito de cidadania dos educandos.

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Conhecimentos de Filosofia

A Filosofia está também muito atrelada à questão da interdisciplinaridadeuma vez que mesmo classificada entre as humanidades a filosofiaconsegue conectar-se com todas as outras áreas.

Se, de um lado, a Filosofia não é uma ciência, ao menos não no sentidoem que se usa a palavra para designar tradições empíricas de pesquisavoltadas para a construção de modelos abstratos dos fenômenos, e senão é, também, uma das belas artes, no sentido poético de ser umaatividade voltada especificamente para a criação de objetos concretos,de outro lado, a Filosofia sempre teve conexões íntimas e duradourascom os resultados das ciências e das artes e, no esforço de pensar seusfundamentos, muitas vezes foi além delas, abrindo campos para novossaberes e novas experiências. (PCN)

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Conhecimentos de Filosofia

Assim como as Ciências Sociais a Filosofiatambém tem como objetivo a formação docidadão que consiste na Lei 9394/96,conforme dispostos na Resolução No 03/98: I- os fundamentais ao interesse social, aosdireitos e deveres dos cidadãos, ao respeitoao bem comum e à ordem democrática; II -os que fortaleçam os vínculos de família, oslaços de solidariedade humana e de tolerânciarecíproca.

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Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Filosofia

Leitura de textos filosóficos de modo significativo;

Capacidade de problematização;

Pensamento autônomo;

Leitura filosófica, textos de diferentes estruturas e registros.

• “Esse zelo metodológico se justifica na medida em quenem se pode ter a veleidade de pretender formarfilósofos profissionais e nem se deve banalizar oconhecimento filosófico. Ambos os equívocos esvaziamo sentido e invalidam a pertinência da Filosofia noEnsino Médio.”

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FilosofiaUma vez que toda vida humana- no que de especificamente humano- estáconstituída no medium do trabalho e no da comunicação linguística, acredita-seque a capacidade de “compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais eculturais que constituem a identidade própria e dos outros” (Parecer n° 15/98,Resolução n° 3/98) só pode ser produtivamente efetivada a partir dodesenvolvimento de uma competência comunicativo- linguística. Por sua vez,essa competência supõe a capacidade de decodificação dos significados pelosquais construímos a vida em comum e, ao recodificá-los, ressignificá-los ,construir uma vida própria, que se constitui simbolicamente numa identidadeprópria( a qual, por sua vez, está sempre referida à dos outros). A essacapacidade de decodificação/ recodificação poder-se-ia designar,genericamente como leitura. Uma vez que todo aluno, na própria medida doseu social-simbólico, já possui uma competência de leitura previamenteconstruída, uma pratica de ensino metódica e sistematicamente orientada econduzida deve favorecer o desenvolvimento dessa competência de realizartanto uma leitura significativa - filosófica - de textos filosóficos quanto ler,filosoficamente, textos estruturados a partir das configurações discursivaspróprias das diferentes esferas culturais. Além disso, essa competência deleitura e análise, deve poder ser aplicada aos mais variados registros ousuportes textuais.

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Filosofia

É indispensável, nesse processo, aprender a respeitar a especificidade de cadaestrutura discursiva (cientifica, narrativa, filosófica, moral, artística, etc) econsiderar, com igual cuidado, o registro ou o suporte textual especifico em queessa estrutura se apresenta (discursos teóricos, técnicos, vídeos, filmes, peçasteatrais, músicas, obras plásticas, jornais, discursos políticos. A competência deleitura filosófica de outros discursos significa, por certo, a capacidade deproblematizar e refletir a partir das estruturas e registros específicos dessesdiscursos, isto é, lê-los com um olhar crítico. Isto pode ser traduzido também,mas não necessária ou unicamente, no exercício do reconhecimento deorientações filosóficas, refletidas ou não, originais ou não, que, eventualmente,possam habitar neles. De qualquer modo, o desenvolvimento dessacompetência supõe a capacidade de articular referências culturais em geral e,mais especificamente, a capacidade de articular diferentes referênciasfilosóficas e diferentes discursos. Uma prática, portanto, comprometida com opressuposto de uma leitura transdisciplinar do mundo, a qual deve poder serfomentada pela escola na medida em que os diversos conhecimentosdisponíveis se interliguem numa rede.

Page 28: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

A modernidade cultural, portanto, caracteriza-se, em princípio, pelaruptura e pela fragmentação daquilo que antes estava reunido emuma visão do mundo unificada, sob a tutela das verdades“reveladas”. A dessacralização do mundo e a racionalização dosistema produtivo, para retomar Weber, levaram o processo demodernização social ao estado em que nos encontramos hoje, asaber: que não podemos mais reunificar esses domínios autônomossem enfrentar grandes dificuldades de mediação teórica. Alémdisso, na realidade cotidiana, experimentamos o enormedesconforto que resulta da contradição entre as diferentesinterpretações cognitivas, expectativas morais, possibilidadesexpressivas, valorações e a necessidade de interpenetrar todosesses aspectos num projeto de vida significativo.

Page 29: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

No intuito de minorar esse desconforto, emergiram respostasoriundas de todos os domínios em que a modernidade secompartimentalizou. Uma delas, destacada pelas DiretrizesCurriculares Nacionais para o Ensino Médio como eixo privilegiado,é a concepção de interdisciplinaridade. O termo remonta, como sesabe, à problemática instaurada pela pesquisa científica, quando datentativa de delimitação de domínios de investigação que recaem,por assim dizer, num “entre disciplinas”, como, por exemplo, afísico-química, a bioquímica, a psicolinguística etc. Maisrecentemente, entretanto, o conceito de interdisciplinar passou aapontar para a necessidade de se ir além de uma prática científicameramente disciplinar, buscar as conexões existentes entre todosos saberes e tentar abrir os canais de diálogo entre todas ascomunidades especializadas.

Page 30: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

Sendo a escola o espaço institucional por excelência da difusão do conhecimento, nossoscurrículos escolares estão, naturalmente, decalcados desse pano de fundo culturalfragmentador, isto é, nossa prática escolar ainda se ancora no ensino de disciplinasisoladas, para não dizer desconexas. O resultado já conhecido é a falência e a insuficiênciade nossos modelos educacionais, do ponto de vista de seus mais altos objetivos, os quaisexigem a formação de competências gerais e básicas nos planos cognitivo, instrumental,moral, político e estético. A reforma curricular que ora se apresenta visa, expressamente, atentar corrigir essa distorção. Assim como na formação das outras competências referidas,também nesta a iniciativa em questão deve partir do professor. Nesse sentido, cadadocente está convocado a um esforço de superação da tendência cultural a uma ópticareducionista, isolacionista. É necessário, mais do que nunca, levar o aluno a ampliar seucampo de visão até a inteira latitude do real, no sentido de apreendê-lo, não como umamontoado caótico de coisas independentes e que apenas se sucedemdesordenadamente, mas, sim, como um conjunto de relações entre todos os seuselementos, como uma trama que supõe a costura e o entrelaçamento dos fios: é precisotomar o real como uma totalidade inter-relacionada. A consequência de uma opção pelainterdisciplinaridade deve ser, portanto, a formação de cidadãos dotados de uma visão deconjunto que lhes permita, de um lado, integrar os elementos da cultura, apropriadoscomo fragmentos desconexos, numa identidade autônoma e, de outro, agirresponsavelmente tanto em relação à natureza quanto em relação à sociedade.

Page 31: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

Como de fato, a vida de cada um se passa sempre num dado entornosócio histórico- cultural, saber ler esse entorno com um olhar filosóficoé de fundamental importância para quem quer que seja. Nesse sentido,para além de apenas fornecer referências culturais, a Filosofia serveainda mais quando o aluno a contextualiza no seu tempo e espaçosociais. É possível, assim: identificar com clareza sua posição de classe;lidar melhor com a complexidade e a pluralidade de discursos, valores ecoisas que parecem se amontoar desordenadamente; reconhecer otrabalho social como esforço comum necessário para a construção davida compartilhada, além de reconhecer a injustiça e a inumanidade nadistribuição dos frutos desse esforço histórico coletivo; trazer à tona eapontar o arsenal da crítica filosófica contra toda contextura deinteresses apoiados em normas morais injustas; na medida em quesejam reconhecidos, desmascarar comportamentos inautênticos.

Page 32: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

Pode ajudá-lo a identificar distorções na dimensão política em seus vários níveis (eopor-se a elas, na medida de sua coragem), desde a sala de aula, passando pelobairro/condomínio, cidade, estado, até a esfera nacional; também a rastrear seuspróprios impulsos autoritários, totalitários, e que raízes esses impulsos deitam emseu contexto sóciovital. Sobretudo, pode auxiliá-lo a compreender a dimensãopreeminentemente social que tem sua própria vida e a descobrir que seu projeto devida se torna tanto mais pessoal e significativo quanto mais se aprofunda nocontexto da comunidade em que se projeta, seja ela entendida local, regional ouuniversalmente. Por fim, quando contextualizados no horizonte de uma sociedadeque se reproduz sistemicamente por meio da ciência e da tecnologia, osconhecimentos de Filosofia podem levar o aluno a descobrir, por exemplo, nocontexto de que estruturas discursivas, sistemas de representação e movimentosideológicos foram plasmadas, historicamente, essas forças produtivas; quecaracterísticas apresentam; que importância e poder possuem; que papel concretodesempenham; que relações têm com o atual estado de coisas em casa, na escola,no bairro, na cidade, no país, no mundo; que impacto produzem nas relações sociaise na afetividade, na escolha profissional e na própria garantia de vida, tornadaproblemática com a alteração globalizada das relações entre capital e trabalho; queconexões podem eventualmente possuir com interesses econômico-políticosinconfessáveis.

Page 33: Sociologia e filosofia

Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências naturais e humanas, nas artes e em outras produções culturais.

Uma contextualização bem feita, no rumo proposto, podefacilitar a desmistificação de muitas lendas e a derrubadade uma grande quantidade de preconceitos infundados aesse respeito, mas pode, também e essencialmente,ajudar a explicitar os fundamentos críticos de um númeroainda mais de opiniões absolutamente justificadas.

Page 34: Sociologia e filosofia

Filosofia

"Quem não sabe escrever não aprendeu a ler." (Paulo Freire)

(...) É razoável admitir que o aluno desenvolva capacidades de escritaque lhe permitam elaborar, de forma própria, os resultados de suaaprendizagem, partir de suas pesquisas, leituras, análises individuais,discussões em grupos de trabalho, e inclusive, de apontamentos econteúdos "fornecidos" pelo professor. Para se apropriar maiscompletamente de toda riqueza possível de um texto, o aluno temque desenvolver alguns procedimentos analíticos e, ao fazê-lo, ele jáprecisa ir registrando, de algum modo, suas impressões,interpretações, observações parciais etc, até que consiga reconstruira estrutura textual e efetuar as críticas que julga pertinentes.

Page 35: Sociologia e filosofia

Filosofia

- A filosofia, nasceu no espaço social que constitui a democracia grega, um espaço-praça criado em função do debate público acerca da vida comum. (...) Vale dizer,elaborado conscientemente e decididamente posicionado, o aluno deve poderparticipar, em igualdade de condições, em qualquer debate, sistemático ou não, intrae/ou extra-escolar. Uma vez que se trata de construir conhecimento e vida emcomum, ele está imediatamente convocado a participar no debate, a começar peloespaço escolar: só será possível desenvolver a capacidade de uma tomada de posiçãorefletida se, durante a exposição do professor, em sua própria exposição oral, nadiscussão em pequenos grupos ou num debate generalizado em sua turma, ele tivere atribuir de modo simétrico aos interlocutores a oportunidade de, com todaliberdade, perguntar, responder, solicitas e fazer esclarecimentos, interpretações etce, em especial, mudar de posição quando estiver convencido de que a sua pode nãoser necessariamente a melhor. (...) Participar significativamente num debate ésempre aprender com ele. (...) No caso do aluno de Filosofia do Ensino Médio, o graumínimo que assinala a construção das competências previstas deve poder sermedido, em último caso, através da constituição dessa autonomia discursiva ou daconstrução de uma competência de participação democrática.

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Competências e habilidades a serem desenvolvidas em Filosofia.

Representação e comunicação

• Ler textos filosóficos de modo significativo.

• Ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros.

• Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.

• Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição face a argumentos mais consistentes.

Investigação e compreensão

• Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências Naturais e Humanas, nas Artes e em outras produções culturais.

Contextualização sócio-cultural

• Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica, quanto em outros planos: o pessoal-biográfico; o entorno sócio-político, histórico e cultural; o horizonte da sociedade científico-tecnológica.

Page 37: Sociologia e filosofia

Rumos e Desafios

Uma vez que os conhecimentos da áreatrabalhados neste documento já se encontramnele articulados e consolidados, cabe lançar apossibilidade do desenvolvimento de outrosconhecimentos das Ciências Humanas que seacham sugeridos, implícita ou explicitamente,tais como a Economia, o Direito e a Psicologia.

Page 38: Sociologia e filosofia

Rumos e DesafiosEm Economia, caberia ampliar a compreensão e avaliação do funcionamento de umaeconomia de mercado, referindo-se os fatores de produção, os agentes econômico, osaspectos institucionais, a formação dos preços e os direitos do consumidor. (...)Tradicionalmente trabalhado pela Geografia, diz respeito á dimensão nacional einternacional da economia, abrangendo os agregados econômicos, como o PIB e o PNB(...). Algumas noções de Direito, tais como o entendimento das leis, códigos processosjurídicos e acordos internacionais, como regras concebidas para regular o convívio entreos indivíduos e os Estados, assegurando direitos e deveres individuais coletivos. Odesenvolvimento de competências de leitura e interpretação de documentos legais, acompreensão de conceitos neles expressos e a contextualização da produção jurídicaconstitui um dado importante para o exercício da cidadania plena. A Psicologia, cujodesenvolvimento histórico alcançou grande significação no século XX, construiu umconhecimento sistematizado, a partir de conceitos e procedimentos, que vem tendo umimpacto significativo sobre o pensamento contemporâneo, articulando-se com aSemiologia, a Linguística, a Antropologia, a Sociologia, a Historia, a Medicina e a Educação.No Ensino Médio, além da compreensão dos aspectos acima mencionados, cabedesenvolver conhecimentos que expliquem os processos por meio dos quais o indivíduoconstrói sua identidade no convívio social, subentendendo-se o emergir da consciência e acompreensão dos mecanismos subjacentes ás diferentes formas de conduta. (...) Assimsendo, tais conhecimentos podem contribuir para a constituição de personalidadesreferidas a valores estéticos, políticos e éticos, que assegurem a sensibilidade para adiversidade, o respeito á alteridade, a autonomia e a construção das competênciasrequeridas para atuar com segurança a vida adulta.