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Marcelo Ribeiro NOTÍCIAS Sociedade Brasileira de Pediatria N o 53 Ano X fevereiro / março 2008 Sociedade lança Manual para prevenir obesidade infantil Sociedade lança Manual para prevenir obesidade infantil (Pág. 5) PSF de Volta Redonda: mortalidade infantil cai para um dígito. Pág. 6 Conheça os calendários de vacinação para crianças e para adolescentes. Pág. 11 e 12

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Page 1: Sociedade Brasileira de Pediatria N 53 Ano X fevereiro ...€¦ · N O T Í C I A S Sociedade Brasileira de Pediatria No 53 Ano X fevereiro / março 2008 Sociedade lança Manual para

Marcelo R

ibeiro

N O T Í C I A SSociedade Brasileira de Pediatria No 53 Ano X fevereiro / março 2008

Sociedade lança Manual para prevenir obesidade infantil

Sociedade lança Manual para prevenir obesidade infantil(Pág. 5)

PSF de Volta Redonda: mortalidade infantil cai para um dígito.

Pág. 6Conheça os calendários de vacinação

para crianças e para adolescentes. Pág. 11 e 12

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PALAVRA DO PRE­SIDE­NTE­

C olegas, o Pro-jeto de Lei que

prorroga a licen-ça-maternidade obteve a primeira vitória na Câmara dos Deputados. A Comissão do Tra-

balho aprovou-o por unanimidade. Louve-se a tenacidade da relatora, deputada Thelma de Oliveira, do Mato Grosso, decisiva para o grande feito.

Adriano M

achado

Louvem-se os deputados que acolheram o voto da relatora. Louve-se, em espe-cial, a dedicação do colega José Rubens Zaitune, presidente da SOMAPE, que se empenhou junto à ilustre deputada, levando-lhe os argumentos essenciais à fundamentação do parecer favorável defendido no Congresso Nacional.

A força da SBP como entidade na-cional está no vigor de suas filiadas. Diversas no tamanho, distintas nos métodos de trabalho, diferentes em suas tonalidades culturais, todas têm papel

relevante nas causas com as quais a pe-diatria brasileira se envolve. Por isso, já implantaram a licença-maternidade de seis meses 8� municípios, �0 estados, as empresas Nestlé, Garoto e o Grupo Hospitalar Conceição.

O Projeto precisa vencer as etapas que lhe restam na Câmara dos Deputa-dos. Três outras comissões o apreciarão antes que siga para a sanção presiden-cial. Estamos na reta final. Falta pouco para a chegada. Cada presidente de filiada receberá a lista dos deputados

de seu estado, integrantes das referidas comissões. Cabe-nos agir rapidamente para a garantia dos votos necessários. Com a mesma e irresistível convicção que nos mobiliza sempre.

Vamos buscar o apoio desses parla-mentares, em seus respectivos estados, para que possamos ver nosso sonho convertido em realidade plena. Para o bem da nação brasileira.

Grande abraço,

Dioclécio Campos JúniorO e-mail do presidente é: [email protected]

A principal mis-são da SBP é

propor e articular todos os esforços que estejam ao seu alcance para o de-senvolvimento do exercício profis-

sional digno e competente do pediatra, dentro de um modelo biopsicossocial de atenção à infância e à adolescência. Delimitam-se, então, dois eixos que se inter-relacionam: a formação técnica e as políticas públicas.

Nesse contexto, a Sociedade parti-cipa da formulação e do apoio às ações que visem melhorar os indicadores de morbimortalidade, bem como contri-buir para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes, estando, também, atenta a políticas que consi-

PALAVRA DO DIRE­TOR dera equivocadas, para criticá-las ou mesmo combatê-las.

A campanha “Licença-maternidade 6 meses é melhor!”, por exemplo, tem aproximado a SBP da população e de entidades como a OAB, que em signifi-cativas oportunidades empenha-se nas lutas por uma sociedade mais justa e com mais direitos.

O Programa Nacional de Educação Infantil para a Expansão da Rede Física (Pronei) – também um projeto de lei em tramitação – é outra iniciativa da SBP que a aproxima da área de educação. Destina-se a garantir que, não apenas a minoria, mas todas as crianças tenham direito ao crescimento e ao desenvol-vimento saudáveis. Sua aprovação vai propiciar rápida ampliação da rede de unidades de educação infantil – cre-ches, pré-escolas – para a população carente. O objetivo é o desenvolvimento das potencialidades das crianças, por

meio da escola de horário integral.A qualificação profissional, por

meio da valorização do TEP, os con-gressos com temas mais adequados às práticas pediátricas, os eventos itinerantes e a defesa profissional são também verdadeiras cláusulas pétreas da ação político-administrativa da di-retoria da SBP.

A direção da entidade nacional, bem como os colegas que estão à frente das fi-liadas, todos temos trabalhado para uma aproximação maior com o conjunto dos associados. Nossa meta é implementar, cada vez mais, uma gestão participativa. Só assim consolidaremos forças para enfrentar os desafios que surgem a cada dia. Participe, critique, colabore, apre-sente suas idéias! Entre em contato com a filiada do seu estado! Mande um e-mail para [email protected] !

Edson LiberalSecretário-geral da SBP

PALAVRA DA FILIADA

Ao completar um ano de condu-

ção da atual dire-toria da Socieda-de Amapaense de Pediatria (SAP), apresentamos, aos associados do

estado e aos colegas do restante do País, nossas principais ações. Para começar, nos detivemos na organização interna da entidade, promovendo o ba-lanço contábil, oficializando a posse da diretoria, organizando atas. Na última Assembléia Geral, aprovamos o novo Estatuto, que contém mudanças im-

SBP NotíciasPublicação da Sociedade Brasileira de Pediatria,filiada à Associação Médica Brasileira Conselho Editorial: Dioclécio Campos Júnior e Reinaldo Martins.Editora e coordenadora de produção: Maria Celina Machado (reg. prof. �.774/ MG)/ENFIM Comunicação;Redator/copidesque: José Eudes Alencar/ ENFIM Comunicação;Colaborador: Daniel Paes/Iracema Comunicação;Estagiária: Priscila Melo;Projeto gráfico e diagramação: Paulo Felicio;Colaboraram nesta edição: os funcionários da SBP;Endereço para correspondência: SBP/ Rua Santa Clara, �9� Copacabana Rio de Janeiro - RJ ��04�-0�0 Tel. (��) �548-�999 Fax: (��)�[email protected] http://www.sbp.com.br

portantes para a expansão da atuação da SAP, entre as quais a criação de comitês de especialidades.

De março a maio, realizamos o primeiro Curso de Atualização em Pediatria, com inscrição gratuita dos interessados. Em novembro, foi a vez da Jornada Amapaense de Pediatria, com dois dias de atividades cientí-ficas.

Em setembro do ano passado, a SAP compôs o Comitê de Combate à Dengue, com ações de cobrança junto ao Governo do Amapá e à Prefeitura de Macapá. Em outubro, lideramos, junto com o Conselho Regional de Medici-na, o Ministério Público Estadual e a Unimed, uma panfletagem na capital,

distribuindo folhetos e adesivos para veículos com a frase “Eu também já fui vítima da dengue”. A repercussão junto à população foi muito boa.

Através do “Comitê pelo Direito à Licença-Maternidade Ampliada” e juntamente com inúmeras entidades, deputados, vereadores, magistrados e apoiadores da causa em geral, enca-beçamos a luta por esse direito fun-damental das crianças. É com muita satisfação que hoje já conseguimos garantir que as servidoras públicas do estado do Amapá, assim como as de Macapá e Itaubal, sejam contempladas com a licença-maternidade de �80 dias. Os próximos municípios serão Santana e Laranjal do Jarí, segundo e terceiro

maiores em população no estado.Também iniciamos, em outubro,

um movimento para a valorização da paternidade no processo de formação de um cidadão mais completo, com um trabalho de sensibilização dos homens para a importância da questão.

Em fevereiro de �008, a SAP rece-beu o título de “Mérito da Medicina”, concedido pela Câmara Municipal de Macapá e requerido pelo vereador Clécio Luiz. Foi um reconhecimento do trabalho que a entidade tem realizado, em benefício da população.

Maribel SmithPresidente da Sociedade Amapaense de Pediatria

Rogério A

lbuquerqueJaqueline Félix

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FALA O E­SPE­CIALISTA

Não existe bronzeamento seguro!“Calcula-se que aqueles que têm queimaduras solares com bolhas na infância, quando adultos, terão três vezes mais chances de desenvolver um câncer de pele. É muito importante educar a criança para os riscos

que a exposição ao sol pode causar. Os adultos costumam ter o conceito errado de que bronzeamento é sinal de saúde”. As afirmativas são do dr. Rubens Marcelo Souza Leite, presidente do Departamento de

Dermatologia da SBP. Leia a seguir, a entrevista.

A partir de que idade os bebês podem tomar sol?

De seis meses.Quando podem começar a usar protetor solar?

Também a partir dos seis meses. Os produtos ideais devem ter filtro com fator de proteção acima de �5, para qualquer idade. Contudo, acon-selho que sejam obrigatoriamente registrados para uso infantil e, nesse caso, com filtro maior que 30. So-mente esses são adequados à pele da criança. A ANVISA é bastante criteriosa em relação aos produtos, que são de boa qualidade no Brasil.Qual horário ideal para a criança brincar na praia, piscina ou parque?

Além de usar proteção solar, devemos evitar os horários de pico de sol que vão de �� às �6 horas. É muito importante que a criança beba muito líquido.Quais os riscos da exposição solar incorreta em menores de um ano?

Os riscos são de queimaduras, desidratação. Há também maior chance do desenvolvimento de câncer de pele na idade adulta. Mas tomar sol é importante para a saúde. Quando passa a fazer mal?

Sem dúvida, o sol é importante para a saúde. Sabemos também que começa a danificar a pele sem proteção a partir de �5 a �0 minutos de exposição. Até �5 minutos por dia, em média, é o tempo máximo aconselhável sem proteção. E precisamos de mais tempo para a produção de vitamina D?

Com �5 minutos de exposição semanal já rece-bemos a ultravioleta suficiente. Não há necessidade de períodos maiores. Mas isso não implica proibição da exposição solar diária. O papel do sol na vida da criança vai além da produção de vitamina D para os ossos. Assim, �5 minutos diários sem proteção ou mais de �5 minutos com proteção adequada podem ser admitidos.E com relação ao bronzeamento?

O bronzeamento é desaconselhável, pois somente ocorre após o estímulo das células que produzem pigmento na pele, os melanócitos. Diversos estudos demonstram que quando existe este mecanismo de

defesa, a pele já sofreu dano causado pela radiação ultravioleta. Ou seja, da mesma forma que não existe cigarro seguro para os pulmões, não existe bronzea-mento totalmente seguro.O que ocorre com as pessoas que trabalham ao sol, no campo, por exemplo?

Quem tem contato diário com o sol desenvolve mecanismos de proteção, principalmente se tiver pele mais escura. Os de pele mais clara e que tomam sol eventualmente correm maior risco.Existem dados sobre a ocorrência do câncer de pele no Brasil?

Em novembro de �007 fizemos uma campanha em um órgão público de Brasília voltada para a detecção precoce de câncer de pele. Convidamos os seus servidores para uma avaliação e exame cutâneo. Em dois dias de trabalho, �90 pessoas procuraram o atendimento médico dermatológico. Deste total, foram diagnosticados �7 casos de câncer de pele, sendo que destes, três eram melanomas malignos, sabidamente o tipo mais grave. Estes dados dão uma idéia da im-portância do problema.

Irritações da pele no VerãoQuais os principais problemas de pele que po‑dem ocorrer com bebês de até um ano de idade durante o verão?

São as brotoejas por causa do suor excessivo, quei-maduras solares, dermatites ou assaduras, reações a picadas de inseto, infecções por fungos ou bactérias. Também ocorrem infestações cutâneas geradas por

bichos geográficos, larva e bicho do pé. Além disso, aumentam as alterações nas peles secas, devido à ação do sol e da água de piscinas. São as manchas brancas e secas chamadas de “pitiríase alba”. Alergias de pele podem ainda ser exacerbadas.Como prevenir?

Usando roupas leves, bonés, chapéus e protetores solares adequados para crianças, evitando excesso de roupas que possam aumentar o suor, protegendo os pés com calçados; usando cortinados, telas e roupas mais compridas no final do dia, repelentes de uso infantil somente nas áreas descobertas, seguindo as especi-ficações do fabricante, as orientações do pediatra e hidratando a pele sempre após o banho.Quais as maiores reclamações de mães nos consultórios pediátricos?

A dermatite atópica, que é um processo caracte-rizado por “carocinhos” ou manchas avermelhadas e com coceira, e ocorre principalmente nas dobras cutâneas, associada a uma tendência alérgica; as assaduras; as viroses cutâneas comuns da infância, que são as verrugas e os moluscos e também as assa-duras de fralda.

15 minutos diários sem proteção ou mais de 15 minutos de

exposição solar com proteção adequada podem ser admitidos

Quais os estudos ou pesquisas científicas re‑centes a respeito desse assunto?

O fato mais importante é aquele vinculado às doenças cutâneas na infância que têm mudado o seu perfil. Estudos epidemiológicos demontram que as alergias têm aumentado sua freqüência. Isto se deve provavelmente a fatores culturais, como a mudança de hábitos de saúde, o fato de crianças terem menos contato com a natureza e com o ar livre. Por outro lado, exceto em regiões mais pobres, as doenças infecciosas têm diminuído a sua prevalência. Além disto, hábitos culturais em voga, como o uso de produtos cosméticos por crianças, têm feito aumentar o número de pacien-tes com alergias. Desta forma, é importante incentivar alguns hábitos antigos, lembrando da necessidade do aleitamento materno até os seis meses, da escolha de alimentos mais naturais e da vida ao ar livre.

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SBP E­M AÇAO ~

SBP toma posse no Secretariado do Fórum DCADra. Rachel Niskier Sanchez,

coordenadora de Campanhas da SBP, tomou posse em fevereiro, como re-presentante da Sociedade no Secre-tariado do Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adoles-cente, o Fórum DCA. A eleição para o biênio �008/�009 ocorreu durante a XV Assembléia da instituição, em dezembro e foi a primeira vez que a Sociedade se candidatou. “Estamos presentes no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) desde a sua criação e ago-ra, como a SBP vem ampliando sua esfera de atuação, entendendo, cada

vez mais, pediatria como também uma questão de direitos das crianças e dos adolescentes, decidimos que estava na hora de participar também ao colegiado nacional do Fórum”, disse.

O Fórum é um espaço da sociedade civil, cujo objetivo é subsidiar e capa-citar as entidades, contribuindo para sua articulação e para a defesa das po-líticas públicas voltadas para a infância e a adolescência. É integrado por 54 organizações não-governamentais, que se reúnem em assembléias de dois em dois anos e que, entre elas, delegam ao Secretariado a tarefa de representá-los e de acompanhar a atuação do Conanda

Tramita projeto para educação infantil em tempo integral

O Projeto de Lei nº 698, de �007, apresentado pela senadora Patrícia Saboya, está na Comissão de Assun-tos Econômicos do Senado Federal, presidida pelo senador Aloísio Merca-dante, não recebeu emendas e aguarda designação do relator. A proposta foi elaborada pelo presidente da SBP, dr. Dioclécio Cam-pos Jr.. Cria o Programa Nacional de Educação In-fantil para a Expansão da Rede Física (Pronei), para “garantir proteção social e condições mínimas para o crescimento e desen-volvimento saudável das crianças no período de vida que se estende do sexto mês até o final do quinto ano, início da

idade escolar”, diz o texto.O projeto tem por objetivo estru-

turar e fazer funcionar, unidades de ensino infantil, de natureza pública e privada, sem fins lucrativos, gratuita para os usuários em regime de tempo integral. Trata da compra de terreno,

construção, reforma de imóvel, dos equipamentos, recursos

humanos e demais necessi-dades, assim como da qua-

lidade e da fiscalização do funcionamento e dos recursos financeiros. Será apreciado também pelas Comissões de Assuntos Sociais e de Educação – sendo esta, terminativa. A íntegra está no portal da SBP (ver Notícias).

Data Evento Local / Contato

Maio IX Simpósio Brasileiro de Vacinas Brasília – DF 22 a 25 [email protected] Junho VII Fórum “As transformações da família e da Salvador – BA �0 e 11 sociedade e seu impacto na infância e juventude” [email protected] Junho X Congresso Nacional de Pediatria Salvador – BA 12 a 14 Região Nordeste [email protected] Setembro Congresso de Ensino e Pesquisa Rio de Janeiro – RJ 11 a 13 [email protected] Setembro 65o Curso Nestlé de Atualização Natal – RN 24 a 28 em Pediatria www.nestle.com.br/nutricaoinfantil Novembro XV Congresso Brasileiro de Vitória – ES 07 a 13 Infectologia Pediátrica [email protected]

AGENDA SBP ‑ 2008

Até quando?“Até quando o

triunfo do desatino belicista sobre o pen-samento civilizado; o primado da força bruta sobre o enten-dimento cordial; a hierarquia do embus-te sobre a têmpera da verdade; o signo do arbítrio sobre a sa-gração da liberdade; o domínio do dinheiro sobre a essência da vida; a ditadura dos indicadores econô-micos sobre a paz social?”. Estas são algumas das inquietantes questões levantadas por dr. Dioclécio Campos Jr., em seu livro “Até quando?”, lan-çado, em março, em Brasília, pela Editora Manole.

Coletânea de artigos – alguns deles já publicados nos últimos anos nos jornais Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Jornal do Brasil e Estado de Minas – o livro tem oito capítulos, um deles dedicado inteiramente à infância e à adolescência. São textos que tratam do abandono (“Infâncias clandestinas”; “Crianças no lixo”, “Os Pigmeus do Boulevard”, “Caninos ou meninos de rua?”), da violência (“Pixote II”; “Meninas prostitutas ou prostituídas?”; “Triste fim dos Curumins”), de ex-

ploração (“Crianças operárias”) e de es-perança (“Licença-maternidade: Seis meses é melhor!”).

“Até quando?” aprofunda também a questão da educação plena, como condi-ção para a cidadania, explicita o projeto do presidente da SBP para o ensino público em tempo integral e discute as mazelas da universidade atu-

al, assim como da maioridade penal, um “paliativo de sociedade doente”. Em “Da arte do cuidado à ciência da cura”, o autor trata da medicina em seus vários aspectos, do falso dilema entre a cura e a prevenção e à política de “‘despediatrização’ da Atenção Pri-mária à Saúde”.

Em ��9 páginas, textos “contunden-tes” revelam um “profissional engajado e apaixonado pelas causas sociais”, que utiliza, “não apenas seu conhecimento técnico e científico nas bandeiras que defende, mas, sobretudo, seu coração e suas emoções”, afirma a senadora Patrícia Saboya, da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente no Senado Federal, em seu prefácio.

– organismo deliberativo com o qual se reúne regularmente. Atualmente, dra. Alda Elizabeth Iglesias é conselheira titular do Conselho Nacional, onde representa a SBP.

Quatro entidades integram o Secreta-riado do Fórum DCA, agora formado por Jimena Grignani, da Associação Brasi-leira de Educação e Cultura – ABEC/Marista (Secretária Nacional do Fórum); Iolete Ribeiro, do Conselho Federal de Psicologia (Secretária de Finanças); Geraldo Gonçalves, da Federação Na-cional dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas (Secretário de Articulação) e pela dra.

Rachel, Secretária Adjunta.Na reunião de fevereiro, foi esta-

belecido o plano de ação, que dará continuidade ao trabalho, realizando cinco oficinas macro-regionais para intensificar a articulação entre os diversos fóruns estaduais; amplian-do a periodicidade do “Rapidim” – o boletim digital do Fórum DCA –; trabalhando para ampliar ainda mais a comunicação com o Conanda e fortalecendo a aproximação com a Frente Parlamentar de Defesa dos Di-reitos da Criança e do Adolescente. Para mais informações, acesse www.forumdca.org.br.

Adair A

guiar/Imagens do P

ovo

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CAPA

Manual para prevenir obesidade infantilAos �� anos

Paulo Henrique já era considerado obe-so, tinha um aumento expressivo da circun-ferência abdominal e colesterol bastante elevado. Suas refeições eram substituídas por lanches, comia alimentos gordurosos em excesso e não levava os exercícios físicos a sério. A descrição poderia até ser uma exceção para sua idade, mas tem se tornado cada vez mais comum no Brasil e no mundo, assim como também têm crescido as morbidades associadas à questão, que antes atingiam basicamente os adultos. Foi pensando nisso que o Departamento Científico (DC) de Nutrologia da SBP decidiu elaborar o Manual sobre “Obe-sidade na Infância e Adolescência”, cujo lançamento ocorrerá nos dias �3 e �4 de junho, em Belo Horizonte (MG).

Dirigido aos profissionais da saúde, trata-se do “primeiro material com foco prático, que reflete a posição de uma entidade científica nacional. Vai permitir à SBP subsidiar o trabalho dos pediatras na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da obesidade infantil no Brasil”, destaca a dra. Roseli Sar-ni, presidente do DC. Segundo ela, o relatório da Internacional Obesity Task Force (IOTF) de �003 para a OMS estima que aproximadamente �0% dos indivíduos entre cinco e �7 anos

apresentam excesso de gordura corporal, sendo que de � a 3% são obe-sos. No Brasil, o mode-lo vem se repetindo, como foi identificado na segunda etapa da Pesquisa de Orça-mentos Familiares �00�/�003 reali-zada pelo IBGE, que apontou ex-cesso de peso em

40,6% da população. Na faixa etária pediátrica, estudos na-cionais encontraram excesso de peso com variação de �0,8% a 33,8% nas diferentes regiões.

Para a dra. Roseli Sarni, o País cami-nha para “uma epidemia” e hoje o que se vê é “um grave problema de saúde pública”. O Manual trata a questão do ponto de vista nutricional e medica-mentoso e segundo a dra. Maria Arlete Escrivão, também do Departamento de Nutrologia, “havia uma carência mui-to grande desse tipo de publicação”. Entre as novidades, está o padrão de referência lançado recentemente pela OMS, com gráficos com distribuição em percentis, nos quais o Índice de Massa Corporal (IMC) vai do nascimento até o final da adolescência. “O profissio-nal calcula o IMC e o compara com as curvas, de acordo com a idade e o sexo da criança, o que ajuda muito na iden-tificação do problema”, explica a dra. Maria Arlete, exemplificando: “se uma criança está acima do peso e isso passa despercebido pela família, o IMC acusa o excesso e, dessa forma, o pediatra

poderá requerer exames laboratoriais de rotina para observar o coleste-

rol, fazer uma avaliação da glicemia, ultra-som do

fígado, etc”. Entre os dez

capítulos do Ma-nual, há um es-pecífico sobre a prevenção, com orientações sobre educação alimentar, e que

ressalta “a importância da vigilância do ganho de peso com o preenchimento adequado das curvas de crescimento do cartão da criança.”, comenta a dra. Roseli. A presidente do Departamento de Nutrologia assinala ainda que o alei-tamento materno é muito importante, pois a criança que mama no peito até o sexto mês têm menos probabilidade de se tornar obesa. “A cada mês a mais que mamar, as chances são reduzidas em �0% em relação ao grupo dos que não mamaram”, acrescenta. Quanto ao tratamento do problema, o Manual salienta que “não deve ser protelado, pois as chances de persistência na vida adulta estão diretamente relacionadas com o tempo de duração e sua gravida-de. Cerca de 30% dos adultos obesos foram crianças obesas e, quando a obe-sidade é grave, esta proporção aumenta para 50 a 75%”.

O texto informa sobre a “abordagem dietética”, frisando que os planos tera-pêuticos devem ser individualizados e instituídos gradativamente. Trata das etapas da conduta nutricional, da mo-dificação do estilo de vida, dos “ajustes na dinâmica familiar”, do incentivo à prática da atividade física e do apoio psicossocial. “O envolvimento de toda a família é fundamental para garantir o êxito do tratamento. Em situações de obesidade grave ou na presença de mor-bidades associadas, sempre que possí-vel, deve-se recorrer ao atendimento de uma equipe multiprofissional”, diz o Manual. Um capítulo é dedicado ao

vínculo mãe-filho. “Muitas vezes, a criança ou o adolescente acaba ingerin-do comida não apenas pra se alimentar, mas por outras razões relacionadas com a dinâmica familiar”, frisa a dra. Roseli.

O Manual mostra como o pediatra pode interferir nessa questão e, se for o caso, em que situações deve encaminhar o paciente para outros profissionais de saúde.

Há, no Manual, sugestões bem prá-ticas, como de cardápios apropriados para cada idade, uma forma “até mes-mo de a mãe ver se ela está abusando ou não na alimentação do filho”, diz a presidente do DC. A publicação aborda dúvidas freqüentes até mesmo entre os pediatras, como as diferenças e indicações de adoçantes, alimentos light e diet. Segundo o Manual, ali-mentos industrializados que possuem mais de 30% de gordura em relação ao valor calórico total devem ser evitados, mas é preciso muito cuidado ao tratar da questão com uma criança e com um adolescente, já que estão em fase de crescimento e desenvolvimento, precisando, portanto, receber todos os nutrientes necessários.

A publicação tem cerca de ��0 pági-nas, será enviada gratuitamente aos asso-ciados da SBP por mala direta e disponi-bilizada no portal. O objetivo é divulgar exemplos como o de Paulo Henrique que, bem orientado, pode dizer que venceu o desafio (foto): “Tenho �8 anos e já sou considerado um atleta, pratico judô e jiu-jitsu e participo de competições nas duas modalidades. Minha auto-estima melhorou muito”, diz. “Seu sucesso foi resultado de um acompanhamento multiprofissional muito bem realizado”, comenta a dra. Roseli.

O profissional calcula o IMC e o compara com as curvas, de acordo com a idade e o sexo da criança. Isso ajuda muito na identificação

do problema

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PSF

Volta Redonda tem mortalidade infantil de um dígito e mortalidade materna zero

Inserção da pediatria no PSF foi fundamental, diz prefeito

O índice de mortalidade infantil passou de �6,5 em �006 para 9,� por mil nascidos vivos em �007. Ao mesmo tempo, a mortalidade materna caiu de 60 por cem mil nascidos vivos para zero. Esse o resultado, um “recorde histórico” conquistado pelo município fluminense de Volta Re-donda, a partir de “ações integradas”, dentre as quais foi “fundamental” a reinserção da pediatria e da ginecologia-obste-trícia no Programa Saú-de da Família, comenta o prefeito Gothardo Lopes Neto.

“Com a inclusão dos dois especialistas, pude-mos implantar a linha de cuidados com a criança e a mulher. O aumento da mortalidade infantil registrado na época tinha nos assustado muito. Re-vimos todas as nossas ações e conclu-ímos que era importante retornar com a assistência que tinha sido perdida. Volta Redonda já tinha funcionado com pediatras e ginecologistas nas unidades básicas de saúde. Mas com a implanta-ção do PSF, muitos foram transferidos para unidades do Programa, passando a atuar como generalistas. Quem estava perdendo com isso eram as mulheres e as crianças”, lembrou a pediatra e en-tão secretária de Saúde, Neuza Jordão, responsável pela medida, juntamente com o prefeito, que é obstetra. “Agora, os resultados estão aí”, comemora, res-saltando a importância do envolvimento de toda a equipe.

Hoje, “90% das �7 unidades e 5� equipes do município já contam com pediatria e 60% com obstetras”, infor-ma o dr. Rodney Gomes, coordenador da Atenção Básica, da Urgência e Emer-gência e responsável pelo estudo que embasou o trabalho (disponível no por-tal da SBP/ ver “Notícias”, “Pediatria no PSF já”). Dr. Rodney lembra que, quando começaram a analisar a ques-

tão, verificaram que o serviço de Ur-gência e Emergência estava prestando “um número de atendimentos superior ao dobro preconizado pelo Ministério da Saúde, o que correspondia a cerca de �30 mil consultas por ano a mais do que o recomendado”. Em contrapartida,

a Atenção Básica precisaria aumentar �5% o número de consultas – ��0 mil em números absolutos, por ano –, para atingir o preconizado”.

Em abril, do ano passado, dr. Dio-clécio Campos Jr. aceitou convite do prefeito e esteve em Volta Redonda, se reunindo com a equipe de Saúde, conhecendo um Centro de Saúde lo-calizado na periferia e a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do Hospital São João Batista. O SBP Notícias 48 acompanhou a visita e pu-

blicou o histórico da questão, na edição 48: “O trabalho de problematização foi realizado inicialmente com a equipe do PSF do bairro Santo Agostinho, revelan-do a dificuldade dos médicos de família prestarem atendimento às crianças e às mulheres, por não se sentirem capaci-

tados. Diante da baixa resolutividade do Programa, a população optava por procurar os serviços de Urgência e Emergência, sobrecarregando-os. Inicialmente, a opção foi pela incorpo-ração da pediatria e da ginecologia em uma unidade, de maneira a estudar a

procedência da demanda e analisar a complexidade dos problemas apresen-tados pelos usuários”.

Depois de três meses, foi compro-vada uma redução significativa na taxa de encaminhamentos, tanto nos pedidos de exame, quanto na fila do hospital. “Comparamos as taxas de agosto, se-tembro e outubro do ano anterior com os que o antecederam. Ficou eviden-ciada a baixa capacidade técnica dos médicos generalistas para intervir de forma positiva na saúde da mulher e da criança. A partir daí, foi pactuada a descentralização do atendimento pedi-átrico e do ginecologista e obstetra, que passariam a dar suporte permanente às equipes do PSF”, informou, na época, o dr. Rodney.

Quanto ao financiamento da contra-tação dos especialistas, foram recursos do próprio município. Mas além de não ver como gasto, mas como investimento social, o prefeito Gothardo afirma que, mesmo economicamente, a cidade só tem a ganhar: Já diminuiu o tempo de internação hospitalar, assim como o índice de complicações em gravidez de alto risco”, disse, lembrando que

a qualidade da assistência pré-natal, o acompanhamento de puericultura, a assistência adequada ao parto, são ações que fazem toda a diferença. “É in-vestimento real em saúde pública, que se soma ao trabalho com saneamento básico, com a melhoria dos hospitais

e da habitação, da edu-cação, permitindo mais qualidade de vida para a população”, salienta.

O próximo passo, adianta o prefeito de Volta Redonda, é um programa voltado para a população de baixa renda, aquelas pessoas que estão na chamada “linha limite da pobre-za”. Intitulado “Nascer Feliz”, começou com a identificação de �60

gestantes, e um trabalho voltado para suas famílias, de acompanhamento do pré-natal até os seis meses do bebê. “Estamos providenciando orientação de cuidados de higiene e saúde, nu-tricional, cesta semanal com alimen-tos perecíveis, cesta mensal com os não-perecíveis (ambas orientadas por nutricionistas), assistência odontoló-gica, melhoria habitacional, com apoio técnico e de material de construção”, disse, acrescentando que em �007 também foi recorde a criação de postos de trabalho na cidade, “mas há quem não enxergue as possibilidades e por isso fazemos também a capacitação de mão-de-obra e incentivamos a formação de cooperativas”.

“A experiência de Volta Redonda nos incentiva a ver que nosso trabalho está no caminho certo”, assinala o dr. Dioclécio, lembrando que a SBP consi-dera o modelo adotado pelo município para o PSF uma referência de qualida-de. “O teste já foi feito, a comprovação científica está aí. Agora, é preciso que cada pediatra arregace as mangas e faça com que os avanços ocorram em seu município”, ressaltou o presidente.

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SBP E­M AÇAO ~

Governo cria Núcleos de Apoio ao PSF. Para a SBP, é caminho de luta

“Um caminho certo, seguro, mas de luta”. Assim o dr. Dioclécio Campos Jr. definiu a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) pelo Governo Federal. “Agora os pediatras, as filiadas, têm um instrumento formal que pode servir de base para a rei-vindicação que assegura o direito das crianças e dos adolescentes ao melhor atendimento. É um passo adiante, mas um desafio, que precisamos todos en-carar, com força”.

A nova resolução do Ministério da Saúde “pode ser uma ajuda importante, mas é preciso um bom planejamento e compromisso com a qualidade, caso contrário será apenas mais uma fonte de recursos para o município, sem que isso se traduza em melhor atendimen-to à população”, lembra o dr. Milton Macedo, presidente do Departamento de Defesa Profissional da Sociedade, salientando que hoje o PSF não tem boa resolutividade em relação às crianças e que é preciso ter os profissionais es-pecíficos para cada atendimento. “Para que se obtenha um avanço, é preciso mais qualidade na assistência. Não basta quantidade!”, ressaltou.

A portaria nº �54 foi publicada em �4 de janeiro e abre possibilidade de novos recursos para os municípios que instituírem os NASF, que podem ser de dois tipos, ambos para atuação “em parceria” com as equipes do PSF. O NASF � pode ser composto por no mínimo cinco profissionais de nível su-perior. As ocupações devem ser “não-coincidentes” e podem ser escolhidas entre �3 profissões listadas, entre as quais “médico pediatra” e “médico ginecologista”, além do “psicólogo”, do “médico psiquiatra” e também “médico acupunturista, assistente social, profes-sor de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico homeopata, nutricionista e terapeuta ocupacional”. Para o segundo tipo de Núcleo, que deve ser composto por “no mínimo três profissionais de nível su-perior”, são estabelecidas as seguintes ocupações: “assistente social, professor de educação física, farmacêutico, fisio-

terapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e terapeuta ocupacional”.

Além disso, a portaria (veja a íntegra em Notícias no portal da SBP) diz que os NASF devem funcionar em horário coincidente com o das equipes do PSF,

sendo que os médicos podem fazer 40 horas semanais, mas também podem ser dois profissionais cumprindo �0 horas. Quem define a composição de cada Núcleo são os gestores municipais, “se-guindo os critérios de prioridade identi-ficados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações”. A recomendação coincide com a resposta do Ministério da Saúde à reivindicação da SBP de inserção da pediatria no Programa, ou seja, o município tem “autonomia” para gerir o PSF.

“Se por um lado, o Governo peca ao não admitir que a pediatria, assim como a ginecologia e obstetrícia, não é uma especialidade como as demais, não é complementar, mas básica; que o pediatra é o generalista de todo um ciclo de vida, por outro, deixa uma porta aberta para a luta”, comenta o dr. Dio-clécio, assinalando que “infelizmente, nesse caso, o Ministério da Saúde não consultou as entidades representativas das especialidades”.

“O exemplo de Volta Redonda, que um ano depois de incluir a pediatria e a ginecologia-obstetrícia nas unidades

do PSF obteve índice de mortalidade infantil de um dígito, semelhante, por-tando, aos países mais avançados, e mortalidade materna zero, é o melhor argumento para que cada pediatra se mobilize, procure os colegas e sua en-

tidade regional, vá até as instâncias de decisão de seu município”, diz o presi-dente, assinalando que “a consciência do gestor é fundamental e as adesões à proposta da licença-maternidade de seis meses são exemplo disso”.

“O NASF está longe do ideal”, co-menta o presidente da SBP. A portaria estabelece ainda que os profissionais do Núcleo devem ser “cadastrados em uma única unidade de saú-de, preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família às quais estão vinculados”. Até aí coincide com a proposta da Sociedade praticada em Volta Redonda, onde os pediatras estão nas unidades, respon-sáveis pela capacitação dos médicos e pelo atendimento de crianças referenciadas. Mas se diferencia muito do que foi deliberado pelo Encontro Na-cional de Entidades Médicas (ENEM), no ano passado: “um mínimo de um pediatra para cada três equipes do PSF”. No caso dos Núcleos, a definição

do MS é que “cada NASF � realize suas atividades vinculado a, no mínimo, oito e no máximo �0 equipes”, com exceção dos municípios da Região Norte com menos de �00 mil habitantes, onde a relação pode ser de cinco a �0 equipes por profissional.

“Devemos ressaltar que o texto não faz alusão à isonomia salarial entre os médicos que estão nas equipes e os que estarão no NASF e essa é uma questão fundamental”, assinala o dr. Dioclécio. “E não se pode imaginar que, por exemplo, um pediatra que vai capacitar os colegas das equipes e atender os casos mais complexos ganhe menos que os generalistas da ponta”, ressalta o presidente. Dr. Milton Macedo observa também que não viu no texto nenhuma exigência de contrapartida do município ou do estado e sugere uma assessoria do MS para a operacionalização.

O presidente do Departamento fina-liza, fazendo um “alerta aos médicos”, para que se articulem com a comuni-dade. Lembrou a Pesquisa Datafolha, que apontou que as mães querem que o atendimento de seus filhos seja feito pelos pediatras, reforçando que “essa é uma luta da sociedade civil, pela melhoria do atendimento e dos índices de saúde da população”.

Pediatria e Programa Saúde da Família

Consulte os subsídios disponíveis no portal www.sbp.com.br. Na capa, você en-contra “Notícias”: Pediatria e PSF

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Reconhecimento internacional

SBP E­M AÇAO ~

A SBP passou a ser reconhecida como Organização Internacional de Treinamento (OIT) para capacitação de profissionais da saúde em Cursos Suporte Avançado de Vida em Pedia-tria (PALS) – que já vinha realizando há 8 anos – e em Cursos de Suporte Básico de Vida (Basic Life Support/BLS), este também para leigos. O credenciamento da Fundação SBP acaba de ser realizado pela American Heart Association (AHA), informa o coordenador dos Cursos de Reani-mação da SBP, dr. Paulo Carvalho. Nos últimos oito anos, a Sociedade treinou mais de 6.000 profissionais (especialmente pediatras) no curso PALS, através dos seus �3 pólos.

“O Suporte Básico de Vida é um curso de capacitação que deverá preencher uma grande lacuna e uma demanda histórica da SBP – o trei-namento de profissionais de saúde e de leigos no primeiro atendimento da criança vítima de trauma ou de potencial risco de morte”, afirma o

dr. Paulo. “Ambos são cursos de imer-são, nos quais os alunos mergulham por um ou dois dias, ficando sujeitos às rígidas normas de horário e de dinâmica de grupo. Os estudantes recebem previamente material es-crito para estudo, e durante o curso participam ativamente das atividades teórico-práticas, através de demons-trações e simulações com manequins e desafios de situações rotineiras do cotidiano ou da vida profissional, como em casa, no clube, na creche e na escola (no caso do BLS), ou no pronto-atendimento, no pronto-socorro ou no hospital (no PALS)”, explica o coordenador.

Dr. Paulo ressalta que os dois cur-sos têm grande aceitação tanto nos Estados Unidos como em inúmeros outros países, estando associados à redução de mortalidade em várias faixas etárias. Foram programados com base em dados científicos atu-alizados, bem como em técnicas pe-dagógicas constantemente revisadas.

As atualizações e adap-tações são coordenadas pela AHA, com seus inúmeros comitês de es-pecialistas, e repassadas às organizações de trei-namento. “Dessa manei-ra, os cursos dados pela SBP têm reconhecimento igual aos ministrados nos demais países, pois seguem o mesmo modelo e contam com as mesmas informações”, ressalta dr. Paulo, acrescentando que os alunos recebem uma “carteira de capa-citação”.

Começou a cooperação entre a Sociedade e Moçambique

Já estão no Brasil as pediatras Gizela Azambuja e Ester Fernando. Como parte do acordo de cooperação entre a SBP e o Ministério da Saúde de Moçambique, as duas iniciaram um estágio, em março, no Instituto Fernandes Figueira (RJ). Durante três meses e em 40 horas semanais, atua-rão na Unidade de Pacientes Graves, no Departamento de Neonatologia, entre outros setores. Em seguida, passarão um mês no Hospital da Universidade de Brasília (DF). Farão ainda o Curso de Reanimação Neo-natal e o de Reanimação Pediátrica da Sociedade.

Em dezembro, aproveitando viagem para Maputo, a coordenadora de cam-panhas da SBP, dra. Rachel Niskier, participou da primeira Conferência Moçambicana de Pediatria. O país tem cerca de �0 milhões de habitantes e em torno de 60 pediatras. Destes, 50 estavam presentes no evento que, de acordo com dra. Rachel, “foi um encon-tro muito bem organizado e contou com a presença de pesquisadores também de outros países, envolvidos em proje-tos de tecnologia de ponta”. Ao final, a representante da SBP presenciou a criação da Associação Moçambicana de Pediatria (AMP).

Sociedade prepara parceria com Programa DST/Aids

Dr. Dioclécio recebeu, em janeiro, no escritório da SBP de Brasília, a dra. Cristina Possas, coordenadora do Programa Nacional DST/Aids do Mi-nistério da Saúde (MS). “O Ministério nos procurou, porque pretende reforçar, com mais embasamento científico, o controle da Sífilis congênita e da transmissão vertical da Aids”, informa o dr. Dioclécio Campos Jr. A SBP fará um trabalho em parceria com o MS, começando por um levantamento, com objetivo de saber qual a percentagem, no País, de crianças que nascem expos-tas a esses riscos e, destas, quantas têm se infectado. O Brasil não tem dados nacionais sobre o assunto e a idéia é

que os números sejam apurados, em cada estado, com o envolvimento dos profissionais que se dedicam a estes pacientes, a partir da verificação dos prontuários. A Sociedade firmará um convênio com o DST/Aids e já colocou à disposição do Ministério sua estru-tura. “Vamos colaborar com estudos, definições, diagnósticos, o que for necessário”, acrescenta o presidente. Em cada estado a filiada da entidade indicará um coordenador e esse pro-cesso já foi iniciado. A coordenação nacional será indicada pelo Departa-mento de Infectologia. Em breve, será marcada uma reunião com todo o grupo, em Brasília.

TítulosA prova para obtenção do Título de

Especialista em Pediatria (TEP) será realizada no dia 3� de maio nas capitais onde houver mais de �0 can-didatos. O gabarito será divulgado no dia três de junho e o resultado final no dia �5 de julho. A inscrição e a documentação deverão ser enviadas até �5 de abril para a filiada regional do candidato.

Os pediatras interessados em candidatar-se ao Concurso para Obtenção do Certificado de Es-pecialista em Pediatria com Área de Atuação em Neonatologia também

deverão realizar a inscrição até �5 de abril. Para o Concurso para Obtenção do Certificado de Especialista em Pediatria com Área de Atuação em Neurologia Pediátrica as inscrições ter-minaram no dia �8 de março e no dia �9 de agosto será publicada no portal a chamada para a prova prática, que ocorrerá em novembro, em São Paulo. Para a seleção dos dois Certificados e do TEP, a confirmação da inscrição estará disponível no dia �9 de maio, no www.cepuerj.uerj.br. Para outras informações, acesse os editais, pelo www.sbp.com.br.

Fundação SBPO Conselho Curador da Fundação

SBP se reuniu em dezembro, em São Paulo, e aprovou o orçamento de �008. Participaram da reunião os drs. Gabriel Wolf Oselka (presidente do Conselho), Eduardo Vaz (vice-presidente), Fábio Ancona Lopez (secretário), Mário Roberto Hirschheimer (tesoureiro),

Anamaria Cavalcante e Silva, Fábio Augusto Castro Guerra, Gilnei Rodri-gues (da empresa Saúde Brasil), Jayme Murahovschi, Mauro Silva de Athayde Bohrer, Rosana Fiorini Puccini, Sidnei Ferreira e Dioclécio Campos Jr. (presi-dente da SBP e da FSBP).

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X Congresso Nacional de Pediatria Região Nordeste

Presidido pelo dr. Nelson Barros, o X Congresso Nacional de Pediatria- Região Nordeste ocorrerá entre os dias �� e �4 de junho, em Salvador (BA), integrando as comemorações dos �00 anos da implantação do ensi-no médico no Brasil, com a fundação da Faculdade de Medicina da Bahia (FAMED) da hoje Universidade Federal da Bahia (UFBA). Marca também os �0 anos da Sociedade Baiana de Pediatria (SOBAPE).

Com o tema “Pediatra do século XXI – Tradição e Tecnologia”, o evento vai discutir “as novas téc-nicas de diagnóstico e tratamento, ressaltando o modo pediátrico de

trabalhar, o acolhi-mento, a puericultura, o acompanhamento da criança em seu cres-cimento e desenvol-vimento, as relações entre o médico e a família, que muitas

vezes atravessam gerações”, assinala o presidente da SOBAPE e secretá-rio-geral do Congresso, dr. Fernando Barreiro.

Dra. Luciana Silva, coordena-dora do Grupo de Trabalho sobre a Doutrina Pediátrica da SBP e pre-sidente da Comissão Científica do evento, fará a conferência inaugural: “As características da pediatria e os novos desafios”. A programação será ampla, abordando assuntos das áreas de Neonatologia, Nutrologia, Adoles-cência, Saúde Escolar, Aleitamento Materno, Saúde Mental, dentre ou-tras. A participação valerá �0 pontos para a atualização do TEP.

VII Fórum da Academia enfatiza relação com paciente e família

Antecedendo o X Congresso Na-cional de Pedia-tria, nos dias �0 e �� de junho, Sal-vador receberá o VII Fórum da Aca-demia Brasileira de Pediatria “As Transformações da Família e da So-ciedade e seu impacto na Infância e Juventude”. Presidido pelo dr. Júlio Dickstein, será coordenado também pelo dr. Nelson Barros. Dr. José Tavares Neto, diretor da Faculdade de Medicina, está responsável pela conferência inaugural, e abordará a importância da instituição na forma-ção do médico brasileiro.

O Fórum vai enfatizar o relacio-namento do pediatra com o paciente e sua família, e estão programadas

palestras sobre câncer, depen-dência química, depressão pós-parto, ausência de um dos pais, as questões da mãe adolescente e os

chamados “distúrbios de comportamento”. Será discu-

tida também a influência do meio-ambiente no desenvolvimento da criança e do adolescente.

O encerramento vai contar com atividades artísticas e esportivas para a promoção da cidadania, com a participação de grupos que desenvolvem trabalhos sociais com crianças. Dr. Júlio cita como exemplo “o Projeto Axé e a recuperação de jovens envolvidos com drogas”. O Fórum é aberto para a população e tem entrada franca.

Tratado é reimpressoCom a primeira edição esgotada,

o Tratado de Pediatria foi reimpresso. Mais três mil exemplares já estão nas livrarias especializadas e nas grandes redes, com uma novidade – o índice remissivo, que segundo a Edi-tora Manole, estava sendo solicitado pelos leitores. Quem adqui-riu a primeira edição poderá fazer o download do índice na página do Tratado no sítio da Manole (que pode ser acessado pelo www.sbp.com.br), clicando em “atualizações”.

Organizador da publicação, jun-tamente com dr. Dioclécio, dr. Fabio Ancona lembra que o Tratado faz parte

da bibliografia básica do concurso para o TEP e comemora: “A gente sabia que

faltava no Brasil uma obra desse tipo, voltada para nossa realidade, abordan-do doenças típicas do País, discutindo o mercado de trabalho, a inserção da pediatria para melhorar a condição social das crianças. O Tratado já é uma obra de referên-cia no nosso meio e isso se refletiu nesse

sucesso”, disse. De fato, “os primeiros cinco mil exemplares foram vendidos em menos de um ano”, informa Daniela Manole, da Editora, acrescentando que, pelo sítio, o livro pode ser adquirido com �0% de des-conto e parcelado no cartão.

Bronquiolite

Com a aproximação do inverno, a SBP decidiu elaborar o curso pela internet de Atualização no Manejo e na Prevenção da Bronquiolite. Segundo o dr. Paulo Nader, presidente do Departamen-to Científico de Neonatologia e organiza-dor do curso, “90% das internações no período são por bronquiolite, atingindo principalmente crianças com até dois anos”. O curso é dirigido aos pediatras

e todos os médicos podem acessar, já que a doença “causa impacto do ponto de vista da saúde pública”, assinala o especialista. Além da prevenção, são abordados o tratamento, os agentes mais comuns e a epidemiologia

Ao todo são quatro aulas gravadas, cada uma com uma hora de duração, ministradas pelos drs. Nader, Otávio Augusto Cintra, José Dirceu Ribeiro e Renato Stein. Para o novo processo de certificação, a participação vale três pon-tos para a atualização do TEP e do Título de Especialista em Pediatria com Área de Atuação em Pneumologia Pediátrica, além de valer um ponto na Área de Atu-ação de Medicina Intensiva Pediátrica. O acesso é gratuito e pode ser feito até o final de abril, pelo www.sbp.com.br

Palestras e curso pelo portalAs palestras do Programa de Atuali-

zação Continuada à Distância ocorrem sempre às sextas-feiras (�0h) e sábados (9h30m), valem �5 pontos para o TEP e de � a �0 na certificação de várias áreas de atuação. Em abril, dr. Clóvis Silva falará sobre “A violência contra as crianças e adolescentes em suas várias dimensões” no dia �8 e sobre “Controle das injúrias contra crianças

e adolescentes” no dia �9. Assista, ao vivo, pelo www.sbp.com.br!

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Simpósio de Vacinas discute febre amarela

A febre amarela está entre os assuntos de destaque programados para o IX Simpósio B r a s i l e i r o de Vacinas , que a SBP e a Sociedade de Pe d i a t r i a d o Distrito Federal r e a l i z a r ã o , e m Brasília, de 22 a 24 de maio. O tema central é “a vacinação na infância e a qualidade de vida do adulto”, informa o presidente da

A febre amarela urbana não existe no Brasil desde 1942. Os casos ocorridos em 2008 foram de fe‑bre amarela silvestre, mas o núme‑ro de infectados aumentou?

O número vem oscilando. Au-mentou em relação ao ano passado, mas não em relação a outros anos. Devemos ponderar que são casos no-tificados e o aumento pode significar melhoria da vigilância.Aumentou o número de maca‑cos infectados. Há mais vírus circulando?

A vigilância de primatas foi im-plantada no Brasil há cerca de dois anos. Portanto, não podemos falar em aumento. No passado, a morte de primatas não era investigada da mesma forma que agora.Qual sua opinião sobre o ris‑co de reurbanização da febre amarela?

A população de áreas endêmicas foi imunizada com mais de �00 mi-lhões de doses aplicadas nos últimos �0 anos. Existe, no entanto, um pequeno número de pessoas susce-tíveis expostas que se deslocam para as áreas endêmicas. A presença do A. aegypti e sua comprovada capa-cidade de transmitir o vírus são, de fato, preocupantes. Principalmente os estados que não incluem a vacina na rotina devem ter grande cuidado na vigilância. Como deve ser a vacinação das

crianças e adolescentes?A vacinação é recomendada nos

estados onde a febre amarela silves-tre tem atingido seres humanos ou em regiões onde foi confirmada a epizootia. É feita a partir dos nove meses de idade e repetida de dez em dez anos. Os residentes em outras regiões devem ser vacinados �0 dias antes do deslocamento para as áreas de risco. A freqüência da doença em crianças tem sido pequena.Há riscos quanto à super dos‑agem?

Até o momento não foram de-monstrados. Em um hospital de Minas Gerais muitos trabalhadores foram vacinados com dose enorme e nenhum evoluiu mal. Os casos de óbito pela vacina ocorridos até agora foram em primo vacina-dos. No entanto todo procedi-mento desnecessário traz riscos condenáveis. Quem não pode tomar a vacina?

Não devem receber a vacina os portadores de alergia grave a ovo, as grávidas e os imunodeficientes. Em algumas situações epidemiológicas essas contra-indicações podem ser rela-tivizadas pelas autoridades de saúde. Os fatores de risco para eventos adversos à vacina são: primovacinação, idade (menores de seis meses e maiores de 60 anos) e histórico de doenças do timo e timectomia.

Começam os Serões Matogrossenses de PediatriaEm fevereiro, a programação do

Serão Matogrossense de Pediatria abriu �008 com a presença de �80 participantes, entre pediatras, médicos de outras especialidades, residentes e acadêmicos do 5º e 6º ano de medicina. “Fizemos enquetes para saber qual o melhor dia e os temas a serem abor-dados. Já estamos com a programação do ano pronta e pretendemos que os eventos sejam credenciados para a atualização dos títulos de especialis-ta”, disse a coordenadora, dra. Sandra Monteiro. Realizado mensalmente, cada encontro trata de dois temas

diferentes, e segue um dos módulos: “Consultório”, “Pronto-atendimento”, “Intra-hospitalar” e “Atualidades”. Em fevereiro, os drs. Sandoval Carneiro Filho e Lilian Salles apresentaram a “Febre Amarela” e “Síndrome Nefróti-ca, Nefrite/Enurese” – dentro da linha “Dicas do Especialista para o Pediatra”. O evento conta agora com a parceria da Secretaria Estadual de Saúde e da Coor-denação de Vigilância Epidemiológica do estado e a Sociedade Matogrossense de Pediatria (Somape) disponibiliza as palestras para download, pelo portal o www.somape.com.br.

Socep tem nova diretoriaEleita para presidir a Sociedade

Cearense de Pediatria (Socep) no triênio �008/�0��, dra. Regina Portela (foto) toma posse em maio, juntamente com as dras. Cristiane Rodrigues de Sousa (vice-presidente), Rosabelle Braz Si-drim (secretária-geral), Silvana Silton Torres (�ª secretária), Kátia de Pinho Pessoa Xavier (�ª secretária), Anamaria Cavalcante e Silva (tesoureira) e Eveline Campos Monteiro de Castro (�ª tesourei-ra). No dia 08 de março, comemorando também o Dia Internacional da Mulher, foi realizada uma reunião para o plane-jamento estratégico da gestão: “A data não podia ser mais significativa, uma vez que a nova diretoria é composta por �5 mulheres. Vamos buscar o aperfeiço-

amento científico dos pediatras e atrair para o estado mais congressos e cursos. Também pretendemos reforçar o trabalho social junto à comunidade, com projetos como o Bem-Te-Vi, voltado para a inclu-são social, e os de extensão de docentes e discentes das Faculdades de Medicina, desenvolvidos em parceria”, disse. Dra. Regina também preside o Departamento de Cuidados Hospitalares da SBP.

Rio Grande do Sul inaugura congressoA Socieda-

de de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) está inauguran-do o Congres-so Gaúcho de Atualização em Pediatria – “um evento que cer-

tamente veio para ficar”, assinala o presidente, dr. Eduardo Jaeger. Marcado para ocorrer de 5 a 7 de junho, em Porto Alegre, vai abordar módulos de alergia, imunologia, reumatologia, gastroentero-logia, pediatria ambulatorial, adolescên-cia, pneumologia, otorrinolaringologia e pediatria do desenvolvimento e do comportamento. Entre as palestras,

dr. Jaeger, cita “Colestase neonatal”; “Transtorno da Atenção e Hiperativi-dade (TDAH)”, manejo dos transtornos de comportamento”, “Uso de instru-mentos de triagem em desenvolvimento e comportamento”, “Sexualidade do adolescente – desafio do século XXI” e “Fenótipos de asma na infância”. “Vamos realizar o evento anualmente”, adianta o dr. José Paulo Vasconcellos, presidente da SPRS, acrescentando que haverá ênfase no espaço para perguntas aos professores. “O Congresso já está em processo de pontuação na Comissão Na-cional de Acreditação”, informa também o dr. Jaeger. As inscrições estão abertas e os associados da SBP pagam apenas R$ 50,00 até cinco de maio. Acesse www.sprs.com.br e saiba mais.

filiada, dr. Dennis Burns. A seguir, dr. Eitan Berezin, presidente

do Departamento de Infectologia da SBP, responde à entrevista, com a

colaboração do dr. José Geraldo Leite,

assessor do Programa Nacional de Imunização

(PNI) do Ministério da Saúde. Saiba mais sobre o evento, pelo www.vacinas2008.com.br e pelo www.sbp.com.br

FILIADAS

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DE­PARTAME­NTOS CIE­NTIFICOS´

SBP lança Calendário de Vacinação para Adolescentes“Detectamos que permaneciam

muitas dúvidas sobre o que fazer a partir da adolescência. Além do mais, é impor-tante incluir a vacina para Papilomavirus Humano (HPV), já indicada a partir dos

nove anos”, disse o dr. Eitan Berezin, presidente do Departamento de Infecto-logia da Sociedade, ao explicar porque a entidade decidiu lançar, pela primeira vez, um calendário específico para a fai-

xa etária. “A infecção pelo Papilomavirus Humano é uma doença sexualmente transmissível e as pessoas infectadas têm uma chance muito maior de contrair câncer de colo de útero”, lembrou. No

caso de vacinas como Hepatite A e B, Varicela, Menigococo C, “foram inclu-ídas nessa orientação específica para o caso de não terem sido aplicadas na idade adequada”, acrescentou.

1. Vacina contra Hepatite B O esquema vacinal deve ser de 0-�-6 meses, sendo

�6 semanas o intervalo mínimo entre a dose � e a dose 3. Até o momento não se recomenda uma quarta dose de reforço. Caso exista necessidade de vacinar para hepatite A e B pode-se utilizar vacina combinada.

2. Vacina Tríplice Bacteriana (contra difteria, tétano e coqueluche)

Se a vacinação básica (série primária com cinco doses) for completa, os reforços devem obedecer o intervalo de �0 em �0 anos e podem ser realizados com a vacina dT. Recomenda-se a aplicação de pelo menos um reforço com a vacina dTpa (tríplice bacteriana tipo adulto). Re-forços subseqüentes devem ser realizados com a vacina dT. Se a vacinação básica do adolescente for incompleta (inferior a três doses), deve-se completar o esquema

Idade: dos 9 aos 19 anosRecomendação Geral

Vacinas Primovacinação Reforço

SBP – Calendário Vacinal 2008 para adolescentes

Hepatite B1

dT ou dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluche acelular)2

Poliomielite (VIP)3

Sarampo, Caxumba e Rubéola (SCR)4

Varicela5

Hepatite A6

Meningocócica conjugada7 HPV8

Influenza9

Haemophilus influenzae tipo b10

Pneumocócica 23‑valente11

Febre Amarela12

Esquema completo com 3 doses: não é necessário repetirEsquema incompleto: somente completar o esquema com doses faltantesNão vacinado: 3 dosesEsquema completo com 3 doses: não é necessário repetirEsquema incompleto: somente completar o esquema com doses faltantesNão vacinado: 3 doses3 doses

� dose

� doses� doses� dose3 doses

� dose anual

� dose

� dose

� dose

� dose a cada �0 anos

� dose

� dose a cada �0 anos

Pacientes com Recomendações Especiais

Recomendadas de acordo com a condição epidemiológica

até três doses, sendo apenas uma delas dTpa. Seguir fazendo os reforços nos intervalos recomendados.

Se o adolescente nunca tiver sido vacinado ou desco-nhecer seu estado vacinal, um esquema de três doses deve ser indicado, sendo a primeira delas com dTpa, seguida por duas doses de dT. O intervalo entre a dose � e a dose � deve ser de, no mínimo, quatro semanas e entre a dose � e a dose 3 deve ser de, no mínimo, seis meses. É altamente recomendável que a vacina dTpa substitua UMA dose das três nesta série.

3. Vacina inativada contra Poliomielite (VIP)Adolescentes que receberam primovacinação adequa-

da com VOP ou VIP não necessitam doses de reforço de rotina para esta vacina. Indivíduos com idade superior a sete anos não vacinados com a série primária de OPV podem ser vacinados com três doses de VIP, respeitan-do-se o intervalo de quatro semanas entre as doses.

4. Vacina Tríplice ViralOs indivíduos que receberam apenas uma dose da

vacina, depois de um ano de idade, devem receber uma segunda dose completando o esquema vacinal indicado para as crianças com menos de seis anos de idade. Indivíduos não vacinados devem receber duas doses da vacina Tríplice Viral, com intervalo mínimo de 30 dias.

5. Vacina contra VaricelaAdolescentes susceptíveis com mais de �3 anos de

idade devem receber duas doses da vacina, com quatro semanas de intervalo entre as doses.

6. Vacina contra Hepatite AIndivíduos susceptíveis devem receber duas doses da

vacina com intervalo de 6-�� meses entre a dose � e a dose �. Aqueles que receberam apenas uma primeira dose da vacina devem completar o esquema vacinal.

7. Vacina conjugada contra Meningococo sorogrupo C

Aplicada em dose única, naqueles indivíduos não vacinados na série primária de vacinação.

8. Vacina contra Papilomavirus Humano (HPV)

Indicada para meninas e mulheres de nove até �6 anos de idade em três doses: 0-�-6 meses (com dois meses de intervalo entre a �ª e a �ª dose e a 3ª dose seis meses após a �ª dose) .

9. Vacina contra Influenza É indicada em dose única, anualmente, para indi-

víduos que se constituem em grupo de risco para a infecção, ou que convivem intimamente com pessoas que representam grupo de risco para a infecção, inde-pendente de terem feito o esquema básico de vacinação contra Influenza no primeiro ano de vida ou de seguirem recebendo a vacina anualmente. A vacina deve ser aplicada no início da estação de Influenza.

10. Vacina contra Haemophilus influenzae tipo B

Independente do tipo de vacina contra esse agente, conjugada ou polissacarídica, essa vacina não é reco-mendada para indivíduos com mais de 60 meses, a não ser existam fatores de risco conhecidos para a doença após essa faixa de idade. Deve ser aplicada em dose única nos indivíduos que têm indicação para essa vacina [grupos de alto risco para doenças invasivas causadas pelo Hib, como aqueles com asplenia funcional ou anatômica, imunossuprimidos (particularmente, pessoas com deficiências nas subclasses de IgE), imunossupri-midos devido a tratamento quimioterápico para câncer, indivíduos infectados pelo HIV].

11. Vacina polissacarídica 23‑valente contra pneumococos

Aplicada em dose única nos indivíduos que têm indicação para essa vacina (grupos de risco para a doença pneumocócica, como as pessoas com doenças crônicas - cardiopatas, pneumopatas, diabetes melli-tus, alcoolismo, cirrose, fistula liquórica-; indivíduos acima de 60 anos; pessoas imunossuprimidas-asplenia funcional ou anatômica, Doença de Hodgkin, linfoma, mieloma múltiplo, falência renal crônica, síndrome nefrótica ou transplantados, ou outras condições que levem à imunossupressão-;pessoas infectadas pelo HIV assintomáticas ou sintomáticas), e que não receberam vacinação primária com PC7V. Aplicar uma segunda dose da vacina cinco anos após a primeira em imuno-comprometidos ou acima de 60 anos de idade, quando vacinados com uma dose antes dessa faixa etária.

12 Vacina contra Febre AmarelaEm dose única, para todos que habitam áreas endê-

micas. Viajantes para áreas endêmicas recomendadas (em território nacional ou internacional), lembrando que os reforços são feitos a cada �0 anos.

Atenção especial com a dengue nas crianças!A dengue na criança merece uma

atenção especial por se expressar clinicamente, na maioria dos casos, como uma síndrome febril com sinais e sintomas inespecíficos, que podem ser confundidos com outros quadros infecciosos febris típicos da faixa etária (infecção urinária, gripe, ma-lária, doenças exantemáticas virais, dentre outras). Portanto, diante de uma criança com doença febril aguda é importante: definir se é caso suspeito de dengue; aferir a pressão arterial (duas posições); realizar prova do laço; incentivar a oferta de líquidos; informar a família

sobre os sinais de alarme (dor abdo-minal intensa e contínua, vômitos fre-qüentes e abundantes, queda brusca da temperatura, irritabilidade, sonolência) – que indicam tendência de evolução para formas mais graves –; orientar sobre os sintomáticos “permitidos”; notificar a vigilância epidemiológica.

A evolução para as formas mais severas pode ocorrer já na primeira infecção, entre o 3º e 4º dia de doença, na defervescência da febre. O processo é caracterizado por sintomas que traduzem o extravasamento de líquido (plasma) e precedem fenômenos hemorrágicos es-pontâneos ou induzidos, culminando com

sinais de insuficiência circulatória, típi-cos da febre hemorrágica da dengue.

As manifestações clínicas da den-gue atualmente estão mais severas, o que é atribuído a vários fatores, entre os quais a virulência da cepa viral, a circulação simultânea de vários sorotipos, a desregulação da resposta imune e a amplificação da resposta imune, como ocorre na reinfecção. Dentre as teorias mais aceitas está a chamada seqüencial, que explica a maior gravidade em uma segunda infecção, provocada por um sorotipo diferente da primeira, em função de uma resposta amplificada do organis-

mo, previamente sensibilizado.A forma clínica clássica da den-

gue é mais encontrada no adulto. As crianças, no entanto, são mais vulneráveis às formas graves, pela imaturidade imunológica. Além disso, anticorpos maternos trans-mitidos durante a gestação podem funcionar com a “primeira infecção”, ampliando a resposta do organismo, como a que ocorre na reinfecção no adulto. Por tudo isso, toda a atenção é pouca!

Dra. Consuelo OliveiraDepartamento de Infectologia da SBP

Presidente da Sociedade Paraense de Pediatria

Page 12: Sociedade Brasileira de Pediatria N 53 Ano X fevereiro ...€¦ · N O T Í C I A S Sociedade Brasileira de Pediatria No 53 Ano X fevereiro / março 2008 Sociedade lança Manual para

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O presidente do Departamento de Infectologia, dr. Eitan Berezin, informa que no Calendário dirigido às crianças foi acrescentada a recomendação de uma segunda dose da vacina contra varicela a partir de quatro anos, em

�. A vacina contra hepatite B deve ser aplicada nas primeiras �� horas de vida. A segunda dose pode ser feita com um ou dois meses de vida. Crianças com peso de nascimento igual ou inferior a � Kg ou com menos de 33 semanas de vida devem receber o seguinte esquema vacinal: �ª dose ao nascer; �ª dose um mês após, 3ª dose um mês após a �ª dose; 4ª dose, 6 meses após a �ª dose (esquema 0, �, � e 6 meses);

�. Os resultados dos estudos realizados no País para avaliação do efeito protetor da �ª dose da vacina BCG demonstraram que esta dose adicional não ofereceu proteção adicional. Em junho de �006, a aplicação da �ª dose da vacina BCG foi suspensa do Calendário Nacional de Imunização. A indicação fica mantida ape-nas para os comunicantes domiciliares de hanseníase independente da forma clínica, com intervalo mínimo de seis meses após a primeira dose;

3. A �ª dose da vacina contra rotavírus deve ser aplicada aos dois meses de idade (idade mínima de seis semanas e máxima de �4 semanas) e a �ª dose aos quatro meses (idade mínima de �4 semanas e máxima �5 semanas);

4. A vacina DTP (células inteiras) é eficaz e bem tolerada. Quando possível, aplicar a DTPa (acelular) devido à sua menor reatogenicidade;

5. Como alternativa à vacina dT, pode ser adminis-trada a vacina dTpa (tríplice acelular tipo adulto) aos �5 anos. Esta vacina apresenta proteção adicional para coqueluche;

6. Se usada uma vacina combinada Hib/DTPa (tríplice acelular), uma quarta dose da Hib deve ser aplicada aos �5 meses de vida. Essa quarta dose contribui para evitar o ressurgimento das doenças invasivas a longo prazo;

7. Recomenda-se que todas as crianças com me-nos de cinco anos de idade recebam VOP nos Dias Nacionais de Vacinação. A vacina inativada contra poliomielite (VIP) pode substituir a vacina oral

(VOP) em todas as doses, preferencialmente nas duas primeiras doses;

8. A vacina contra Influenza está recomendada dos seis meses aos dois anos para todas as crianças. A partir daí, passa a ser indicada para grupos de maior risco, conforme indicação do Centro de Imunobioló-gicos Especiais. A primovacinação de crianças com idade inferior a nove anos deve ser feita com duas doses e intervalo de um mês. A dose para aqueles com idade entre seis meses e 36 meses é de 0,�5ml e depois dos três anos de idade é de 0,5 ml / dose. A partir dos nove anos é administrada apenas uma dose (0,5 ml) anualmente. A doença é sazonal e a vacina é indicada nos meses de maior prevalência da gripe, estando disponível apenas nessa época do ano, sendo desejável a sua aplicação antes do início da estação;

9. A segunda dose da SCR (contra sarampo, caxumba e rubéola) pode ser aplicada dos quatro aos seis anos de idade, ou nas campanhas de seguimento. Todas as crianças e adolescentes devem receber ou ter recebido duas doses de SCR, com intervalo mínimo de um mês. Não é necessário aplicar mais de duas doses;

�0. A vacina de varicela em dose única protege contra formas graves da doença. Recomenda-se uma segunda dose em crianças menores de quatro anos de vida que receberam apenas uma dose da vacina e apresentem contato domiciliar ou em creche com criança com a doença. A vacina pode ser aplicada até 96 horas após o contato. O intervalo entre a primeira e segunda dose deve ser de três meses;

��. A vacina contra febre amarela está indicada para os residentes e viajantes para as áreas endêmicas, de transição e de risco potencial. A aplicação desta vacina deve ser feita a partir dos nove meses;

��. Recomendam-se duas doses da vacina conjugada contra Meningococo C no primeiro ano de vida, e uma dose de reforço entre �� e �8 meses de idade. Após os �� meses de vida, deve ser aplicada em dose única.

todas as que tenham recebido apenas uma dose. “Há relatos de casos da doença em pacientes já vacinados e acredita-se que, com a segunda dose, haja uma diminuição significativa desse quadro”, explicou.

Licença-maternidade de seis meses tem primeira vitória na Câmara

O projeto �5�3/07 foi aprovado em março, por unanimidade, pela Comissão de “Trabalho, Administração e Serviço Público” – a primeira a analisar a ma-téria na Câmara. Favorável à proposta, a relatora Thelma de Oliveira, assegu-rara, ao portal da Sociedade e ao SBP Notícias, que trabalharia para que a tramitação fosse acelerada. De fato, “demonstrou seu grande compromisso com a causa”, comenta o dr. Dioclécio Campos Jr., elogiando também os demais integrantes da Comissão (os nomes estão disponíveis no portal). Aprovado no ano passado também por unanimidade pelo Senado, o projeto segue agora para as Comissões de “Seguridade Social e Família” ”, “Finanças e Tributação” e “Constituição e Justiça e de Cidadania” e não deverá ir a plenário.

Idealizada pela SBP e apresentada pela senadora Patrícia Saboya, a proposta cria o Programa Empresa Cidadã, desti-nado a prorrogar a licença-maternidade por dois meses, mediante concessão de incentivo fiscal. O projeto também au-toriza a administração pública federal a conceder a licença para as suas servidoras e estende o direito às mães adotivas.

Conquistas e contramãoInspirados na campanha “Seis me-

ses é melhor!”, mais de 80 municípios, nove estados e várias empresas já estão adotando o benefício. No final do ano passado, a presidente da Sociedade Amazonense de Pediatria (Saped), dra. Corina Batista, esteve em Presi‑dente Figueiredo, onde entregou cer-tificado ao prefeito, dr. Antônio Fernando Vieira, pela sanção da licença ampliada. Estiveram presentes também os drs. Denise Nunes, represente da SBP para assuntos da Amazônia, e o diretor de Educação Continuada da Saped, dr. José Antônio Candeia. O prefeito ressaltou a importância do benefício “para a família, que deve ser cada vez mais valorizada”. Dra. Corina vem trabalhando pela ade-são de mais municípios à proposta.

Em Alcântara (MA), a iniciativa foi do vereador José Ribamar Castro Al-ves, que também incluiu os �5 dias de licença-paternidade, em lei promulgada em outubro e que, além de garantir o direito às mães adotantes, concede mais

dois meses em caso de gêmeos. A licen-ça-maternidade de seis meses também já é lei em Campos dos Goytacazes (RJ); em Paranaguá (PR), por decisão do prefeito José Baka Filho; em Ibiraçu (ES), onde o projeto do vereador Nil-son Ferreira foi aprovado pela Câmara por unanimidade e transformado em lei pelo prefeito Jauber Pignaton, em Blumenau (SC) e nos municípios per-nambucanos de Salgueiro e Vitória do Santo Antão.

Também no estado de São Paulo, a mobilização tem se ampliado. Em Tau‑baté, o prefeito Roberto Peixoto sancio-nou a licença-maternidade de seis meses proposta pelos vereadores Angelo Filip-pini e Pollyana Gama. Em Americana, na região metropolitana de Campinas, foi a vez do vereador Paulo Chocolate propor a nova lei. Em Lins, o prefeito Valdemar Sandoli Casadei sancionou, em junho de �007, o projeto dos vereadores Orelio Justiniano Rocha e Edgar de Souza.

Apenas na capital paulista, a pro-posta do vereador Roberto Trípoli, aprovada pela Câmara, foi vetada, em fevereiro, pelo prefeito Gilberto Kas-sab. Uma carta aberta foi enviada ao prefeito, assinada pelo presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dr. José Hugo Lins Pessoa, e pelo presidente da SBP, dr. Dioclécio. O texto assinala que “a licença-materni-dade de seis meses é direito da criança, fundado na ciência moderna” e salien-ta que “São Paulo não pode estar na contramão desse avanço social”. Dra. Valdenise Calil, presidente do Departa-mento de Aleitamento Materno da SPSP, pede que todos enviem mensagens ao prefeito ([email protected]) e aos vereadores, manifestando seu apoio do projeto. Acompanhe as notícias pelo www.sbp.com.br e participe!

Vacinas para crianças

Idades Vacina

SBP – Calendário Vacinal 2008 para crianças

Ao 1m 2m 3m 4m 5m 6m 7m 12m 15m 18m 4-6 14-16 nascer anos anos

SBP E­M AÇAO / DE­PARTAME­NTOS CIE­NTIFICOS ~ ´

Servidora pública d e P r e s i d e n t e Figueiredo (AM), R o s i n a l d a d e O l i v e i ra e sua f i l h a R o b e r t a foram beneficiadas com a l i cença-maternidade de 180 dias.

Hepatite B n n n

BCG‑id n

Rotavírus n n

DTP ou DTPa n n n n n

dT ou dTpa n

Hib n n n n

VOP ou VIP n n n n n

Pneumococo Conjugada n n n n

Influenza nn

SCR n n

Varicela n n

Hepatite A n n

Meningococo Conjugada n n n

Febre Amarela A partir de 9 meses de idade