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Número: 08 Título: Antenas para a Paz e para a Democracia Autor@: AJP / Celina M. dos Santos Data: Outubro 2004 Palavras Chaves: Paz, Democracia, Participação, Diálogo, Intercâmbio Referência(s): www.ajpaz.org.pt/AGITANCOS Relato do Grupo de Discussão no VIII Congresso de Ciências Sociais Luso-Afro-Brasileiro, Set 04, Coimbra (http://www.ces.uc.pt/lab2004/index.html ) organizado pela Rede Informal Transcontinental “Poro’rokas da Democracia e da Paz” Acção Jovem para a Paz (AJP) Rua São João - 3130-080 Granja do Ulmeiro – Portugal [email protected] - www.ajpaz.org.pt (T) 239642815 - (F) 239642816 - (TMV) 96 2477031

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Número: 08

Título: Antenas para a Paz e para a Democracia

Autor@: AJP / Celina M. dos Santos

Data: Outubro 2004

Palavras Chaves: Paz, Democracia, Participação, Diálogo, Intercâmbio

Referência(s): www.ajpaz.org.pt/AGITANCOS

Relato do Grupo de Discussão no VIII Congresso de Ciências

Sociais Luso-Afro-Brasileiro, Set 04, Coimbra

(http://www.ces.uc.pt/lab2004/index.html) organizado pela Rede

Informal Transcontinental “Poro’rokas da Democracia e da Paz”

Acção Jovem para a Paz (AJP)

Rua São João - 3130-080 Granja do Ulmeiro – Portugal

[email protected] - www.ajpaz.org.pt

(T) 239642815 - (F) 239642816 - (TMV) 96 2477031

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ANTENAS PARA A PAZ E PARA A DEMOCRACIA 2

VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro – A Questão Social no Novo Milénio Grupo de Discussão n.º 62

18 de Setembro de 2004

A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A

- R E S U M O 1 –

Introdução – Proposta de Grupo de Discussão ao VIII CLAB

Apresentação das Pessoas e Organizações

As Linhas de Força do Grupo das Poro’rokas/Antenas

Princípios e Ideias

Propostas, Temas e Metodologias no Concreto

Anexo I Transcrição das Notas da Relatora

Anexo II Contactos d@s Participantes e Organizações

Anexo III Comunicações

Anexo IV Sair do Quadrado é Preciso!

1 Este resumo apresenta somente a notas retiradas das comunicações, e que nem sempre estão pela ordem em que

foram ditas, tendo sido às vezes agrupadas na tentativa de simplificar este resumo.

tod@s @s que vierem por bem, são bem-vind@s 2

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A 1/ Introdução – Proposta de Grupo de Discussão ao VIII CLAB

Em nossos países, o autoritarismo social tem contribuído para o desenvolvimento de uma cultura fragmentada e cética em relação aos processos de deliberação e participação nos espaços públicos. Tais condições silenciam e ocultam a construção de outras culturas como aquelas da democracia, paz e cidadania participativa. Por isto, consideramos importante ligar antenas entre continentes e construir, através de redes, uma escuta permanente sobre novas possibilidades de articulação entre movimentos sociais e instituições que estão acontecendo e gerando ações concretas voltadas para uma mudança substantiva nos processos de socialização política de sujeitos de diferentes pensares e fazeres.

Neste Grupo de Discussão, participantes de entidades com variados estatutos sociais, sediadas em diferentes países, desejam realizar uma troca de informações, de conhecimentos e valores, estudos e experiências sobre vivências democráticas e de promoção da cultura da paz. Até o momento esta rede vem conectando suas antenas através de páginas web (AJP e Grupo Ino-vação), correio eletrônico, encontros no Fórum Social Mundial e circulação de textos teóricos. Para o encontro propiciado pelo VII Congresso foram2 discutidos: Movimentos de Cidadania Democrática (Br); Grupo Jovem Inovação e Democracia (Br), Caminhos para paz e as mulheres (Port), O Teatro do Oprimido na construção de uma cultura da paz (Port), Formação de compe-tências nas ONGs, Direitos Humanos (Br), A Violência nas escolas e a luta contra ela (Br), As estratégias emergentes de apoio e de inclusão (Br), A educação no campo (Br), As mulheres e as novas igrejas na reconstrução pós-bélica (Ang).

Como as condições objetivas, produzidas na dinâmica da contemporaneidade, engendram dificul-dades, impasses e limitações para a construção da cidadania democrática, não podemos nos imobilizar. Como seres humanos, somos capazes de escutar e aprender uns com os outros criando novas possibilidades de significação da existência. Nesta perspectiva nos aproximamos de Santos (1994) que enfatiza a necessidade de reinvenção do cotidiano da ação política, uma ação com clinamen que não reduza comportamentos e significações humanas, a produtos ine-xoráveis de determinações sociais, políticas ou econômicas. Esse engendramento e resignifica-ção das práticas serão discutidos no Grupo Antenas para a Paz, não como modelos a serem seguidos, mas como princípios capazes de desestabilizar o senso comum, problematizando as condições responsáveis pelo fechamento da construção de sentidos, das restrições à idéia de comunidade e propondo novas configurações para a democracia, cidadania participativa e a paz positiva.

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2 Esta parte do texto foi alterada para permitir uma visualização do que, efectivamente foi feito durante as ‘antenas’.

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A 2/ Apresentação das Pessoas e Organizações

Apresentação das Pessoas

Alípio de Freitas Agitador profissional ☺ AJP, Casa do Brasil e Movimentos dos Sem Terra Professor na Universidade Lusófona

Célia Caregnato

Professora do Centro Universitário Ritter dos Reis Grupo Inovação e Democracia (GID)

Celina M. dos Santos Administradora executiva e Formadora da Acção Jovem para a Paz Relatora do Grupo de Discussão

Denise Leite Organizadora do Grupo de Discussão Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Voluntária/Colaboradora na AFASO

Domingos da Silveira Procurador da República Federal do Brasil Professor de Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul Cátedra Sérgio Vieira de Mello sobre Direitos Humanos e Refugiad@s

Fátima Viegas3 Professora da Universidade de Luanda, Angola

Maria Cecília Leite Professora da Universidade Federal de Pelotas Grupo Inovação e Democracia (GID)

Maria Elly Genro Professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC)Voluntária/Colaboradora na AFASO Grupo Inovação e Democracia (GID)

Óscar Ballerine Voluntário da AFASO Professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Sandra Frade Coordenadora de Projectos de Animação Comunitária e formadora da Acção Jovem para a Paz

Sandra Silvestre Coordenadora de Projectos de animação Comunitária e Formadora da Acção Jovem para a Paz

Sérgio Kodato Professor da Universidade de São Paulo

Sônia Meire Professora da Universidade Federal de Sergipe Coordenadora da Educação no Campo da região norte e nordeste do Brasil

Teresa Cunha Presidente e formadora da Acção Jovem para a Paz Moderadora do Grupo de Discussão

3 A Fátima Viegas apenas pode estar na reunião de preparação, e não no Grupo de Discussão por razões profissionais.

Porém, também ela é parte da Rede Intercontinental “Poro’rokas para a Paz e para a Democracia”

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Apresentação das Organizações

Acção Jovem para a Paz

A Acção Jovem para a Paz (AJP) é uma Associação Nacional de Juventude que pertence a um Movimento Internacional Pacifista - YAP – Youth Action for Peace. É também uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD). Pertence igualmente a diversas redes com quem trabalha em parceria: Fórum Social Português e Fórum Social Mundial, Coordenação Portuguesa para o Comércio Justo, Plataforma Portuguesa das ONGD, Rede Lilás (Plataforma Portuguesa de Mulheres), Poro’rokas (rede transcontinental para a Paz e para a Democracia) e mantém contactos regulares com diversas organizações de desenvolvimento local e a sua Plataforma, ANIMAR.

Os objectivos centrais da AJP são: - A promoção da Cultura da Paz através dos Direitos Humanos, da Justiça, da Democracia e

Igualdade de Oportunidades entre mulheres e homens, da Cidadania, contra todas as formas de discriminação e opressão, contra barreiras e distâncias;

- A produção de actividades de Educação Não-Formal, seminários e formações sempre associadas a projectos e ideias concretas, tanto quanto à produção de conhecimentos sobre a Cultura da Paz;

- O intercâmbio de pessoas, projectos, métodos, ideias e ideais entre todo o Planeta (local, regio-nal, internacional, transnacional, trans-continental)

- A dinamização da aldeia e região onde está localizado o seu centro internacional: educação não-formal para as crianças e jovens, centro de recursos, etc.

As suas principais preocupações e prioridades são: - A Cultura da Paz, no quadro das relações Norte-Sul, especialmente no espaço dos países com

língua portuguesa; - A Juventude, como actor importante na mudança e na construção de um outro Mundo e de uma

Outra Globalização; - Mulheres e raparigas, enquanto seres humanos ainda discriminados e vulneráveis; - Democracia, como processo de participação e justice social par pessoas e povos; - Direitos Humanos e da Terra, garantindo um equilíbrio entre ambos, que são interdependentes, e

procurando abrir este entendimentos dos direitos a exigências de justice e de responsabilidades partilhadas;

Mais informação em www.ajpaz.org.pt

AFASO, Vila Fátima, Porto Alegre, Brasil

www.latamagica.art.br/fatima/

Casa do Brasil, Lisboa, Portugal

www.casadobrasildelisboa.rcts.pt/

Cátedra Sérgio Vieira de Mello, Brasil

www.ufrgs.br/acnur-ufrgs/psi.htm

Centro Universitário Ritter dos Reis, Brasil

www.uniritter.com.br/

Grupo Inovação e Democracia (GID), Porto Alegre, Brasil

Movimentos dos Sem Terra, Brasil

www.mst.org.br/

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC), Brasil

www.pucrs.br/

Procuradoria da República do Rio Grande do Sul, Brasil

http://www.prrs.mpf.gov.br/

Universidade Católica de Luanda, Angola

Universidade de São Paulo, Brasil

www.usp.br/

Universidade Federal de Pelotas, Brasil

www.ufpel.tche.br/

Universidade Federal de Sergipe, Brasil

www.ufs.br/

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil

www.ufrgs.br/universidadeviva/

Universidade Lusófona, Lisboa, Portugal

www.ulusofona.pt/

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A 3/ As Linhas de Força do Grupo das Poro’rokas/Antenas – Princípios e Ideias

As grandes linhas de força que se puderam identificar ao longo das intervenções são as que esquematicamente se apontam a seguir:

Parceria – Construção colectiva e partilhada de projectos e conhecimentos e Construção de Agendas Comuns para a Paz e para a Democracia

Sair do Quadrado – Inovação e Iniciativa, além da Teoria, por uma Ciência Cidadã e Pós-Colonial que procura novos significados e sentidos e compromissos com a realidade

Criação e Ocupação de Novos Espaços de Partilha/Intercâmbio de Experiências, de Exer-cício da Cidadania e de Construção da Paz

Comunicação com Tudo e Tod@s – uma Comunicação que Escuta no quadro de um Diá-logo Responsável e Diverso.

Mosaicos – Contrariar as Visões Unilaterais e Estreitas do Mundo, Promover Visões Múlti-plas e Diversas da Realidade, que assim originam Soluções igualmente Diversas

Valorizar o Contributo de cada Um@ e Pôr as Diferenças em Comum

Redes Amplas – Divulgar, Visibilizar e Multiplicar as Práticas que resultam em Democracia e Paz

Um Outro Mundo – Criar Produtos Comuns da Paz e da Democracia

Antenas – uso das novas tecnologias (pagina, fórum, grupos de discussão, imagem, som)

Metáforas Fundadoras e Inspiradoras “poro’rokas” e “antenas”

Praticar a Empatia – conseguir imaginar as dificuldades de algumas pessoas e de algumas coisas, ainda que estas sejam óbvio para outr@s

Educação Não-Formal

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A 4/ Propostas, Temas e Metodologias no Concreto

PROPOSTAS

PÁGINA DE INTERNET Deverá estar pronta no FSM 2005

OFICINAS FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2005: Objectivos: (1) estar e participar no fórum; (2) sair de lá com propostas para uma ciência-cidadã; (3) sair do quadrado

PEDAGOGIAS DA PAZ E DA DEMOCRACIA NAS PORO’ROKAS Construção conjunta e multicultural de oficinas de formação sobre a democracia e a cultura da paz

POSSIBILIDADES DE PESQUISA COMPARADA NAS PORO’ROKAS Ensaiar as possibilidades e as metodologias de uma pesquisa avançada comparada que envolva vários sujeitos, subjectividades e colectividades, que não apenas as universidades, os bairros, as ONG de modo a que fontes e métodos fervilhem

TEMAS DEMOCRACIA, CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO Promoção da CULTURA DA PAZ

ACTOR@S

As MULHERES, a Luta Feminista e na luta pela Paz EDUCADOR@S e JOVENS

METODOLOGIAS

COOPERAÇÂO PARTCIPAÇÂO EMPATIA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL INFO-INCLUSÃO: INTERNET E RÁDIO

TAREFAS

Resumo do Grupo de Discussão (celina) Envio dos contributos por Escrito (Tod@s) Criação Grupo de discussão electrónico (Óscar) Página – Construção (Sónia/Mónica) Página – Conteúdo (Celina, Teresa e Sandra) Registo do Domínio (Celina) Registo Marca Poro’rokas (Denise e Cecília) Oficinas FSM – inscrição (AJP) Oficinas FSM – tarefas e preparação (a preparar e decidir por e-mail)

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A Anexo I – Transcrição das Notas da Relatora

Denise Leite

A proposta deste grupo de discussão foi construída colectivamente por algumas/uns d@s presen-

tes, sobretudo através de e-mails e no pouco tempo que nos foi permitido viver em conjunto e estar neste espaço construtivo que criámos. Esta é uma possibilidade inédita de trabalho que nos permi-te ir para além do trabalho académico, onde dificilmente a paz e a democracia seriam discutidas desta forma e com o objectivo de criar e ocupar novos espaços de conhecimento e intervenção.

As “antenas” são uma metáfora enquanto aparato tecnológico da globalização, no sentido de nos permitirem ampliar e favorecer a comunicação com todos os cantos possíveis do mundo, pela escuta e pela troca para uma ciência-cidadã.

“Porquê? Para quê? Como?” são as grandes questões a que queremos responder a partir da nossa história comum, que começa com o III FSM, no âmbito do qual se realizou o nosso primeiro encon-tro e a partir do qual o contacto foi sempre mantido.

Queremos usar as “antenas” como espaço de experiências de democracia participativa e de contri-buição para a paz, no sentido da escuta permanente que, segundo BSS, evita a compreensão do mundo exclusivamente a partir do Norte e promove a compreensão plural do Mundo. Queremos usar as nossas questões, dilemas, experiências e problemas de que somos portador@s para avan-çar na construção de mais Justiça, Paz e Democracia, e não apenas usar a teoria para as com-preender.

O centro da nossa actividade é a nossa parceria enquanto produção conjunta do conhecimento e intervenção, porque será esta que nos liga mais e mais, todos os dias. É pela união do nosso saber e do permanente diálogo que pomos em comum, através de organizações tão diferentes, o que percebemos da realidade e até onde queremos ir. É aliás pela diferença que queremos produzir este conhecimento, tendo como conceitos-chave @ cidad@, o pós-colonial e o diálogo permanente e responsável.

Os nossos objectivos são a divulgação de espaços de cidadania onde e como quer que sejam e construir uma agenda comum para multiplicar e divulgar.

A dinâmica proposta é a de discutir no sentido de construir propostas comuns, sabendo que houve já uma reunião prévia que assinalou algumas das alternativas possíveis. Assim, propõe-se que cada um@ d@s presentes dê o seu contributo em 5 minutos.

Célia Caregnato

É o membro mais recente do grupo.

O seu trabalho vai no sentido da interligação entre paz e democracia através do diálogo com insti-tuições de ensino superior, das quais, no Brasil, 80% são privadas. Este é um sector muito forte e

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que no privado tem duas vias, com fins lucrativos e sem fins lucrativos, sendo esta última a sua área de intervenção.

O objectivo que a move é o de tornar este sector privado cada vez mais público. A este propósito Emir Sader contrapõe de forma clara o público ao mercantil, e não ao privado; BSS fala sobre o facto de o “público” se encontrar em muitos lugares;

O seu trabalho é em torno do compromisso ético-social das universidades com as sociedades e com @s alun@s, cujas famílias fazem grandes investimentos ara alterar/inverter os percursos e historiais de educação que se encontram sempre longe do ensino formal. O ensino deve vocacio-nar-se para a qualidade da formação e para colaborar com as alternativas sociais.

Uma outra proposta sua é a de trabalhar a educação formal também com a educação não formal.

Cecília Leite

O seu trabalho é a investigação no ensino público, em torno da avaliação e de políticas públicas de educação, trabalho esse que se articula com a perspectiva de proporcionar uma democracia mais ampla à sociedade. Refere aqui a sua tese de doutorado sobre as relações entre currículo, conhe-cimento e poder.

A sua proposta é a da socialização precoce do conhecimento jurídico, que circula sempre em espaços muito restritos, não potenciando significados mais amplos, mais colectivos e mais demo-cráticos. É preciso o desenvolvimento deste ensino do jurídico desde o início da escolaridade pri-mária, que é “universal”, para permitir um efectivo aprendizado gradual do conhecimento jurídico, democratizando assim a democracia.

Há 3 direitos pedagógicos que são incontornáveis para conhecer e perceber as regras que tornam as nossas sociedades ordens jurídicas e cujo conhecimento permite ao ser humano estar mais dentro da sua comunidade: (*) o direito ao desenvolvimento pleno; (*) o direito à inclusão; (*) o direito à participação na produção, reprodução, transformação, alteração e comunicação das regras da sociedade, que é sobretudo um complementos dos dois primeiros.

Tudo isto implica re-dimensionar o conceito de cidadania que tem de passar a incluir o acesso ao mundo jurídico. Deste modo, além da institucionalização da diferença, propicia-se o diálogo entre as diferenças. Sendo assim também é, em grande medida, um contributo para a paz.

Maria Elly Genro

Este contributo pautou-se por uma tentativa de desformalizar o espaço e o diálogo do grupo de dis-cussão. A construção da história comum passa por contributos individuais, mas também pelas arti-culações comuns. A história faz-se todos os dias e é quem nos permitiu ter chegado aqui. E por isso a história tem de ser enquadrada com todos os contributos possíveis.

Assim, para Maria Elly esta história comum começa com a sua tese de mestrado que se centrava no desenvolvimento da construção de uma democracia que não apenas formal, articulando univer-sidades com dimensões sociais e externas, não apenas pelos vínculos académicos e profissionais. E o mesmo se passa com o grupo de pesquisa do qual faz parte. Ambos têm e querem inserir-se em espaços socio-políticos mais amplos.

O objectivo é a construção colectiva de cidadanias por um mundo melhor, entre e através de dife-rentes mundos/dimensões. O grupo da GID na AFASO pretende isso mesmo. Redireccionar-se para um trabalho num espaço aberto, aplicando aí a academia no trabalho com jovens e educa-

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dor@s sobre a cultura de violência e da paz, relacionando-as sempre com as questões da demo-cracia. Paz essa que não é apenas interior, mas que depende muito de uma paz mais ampla no sentido ontológico e filosófico, porque é importante saber sobre que mundo e que seres humanos queremos construir. A AFASO representou a entrada num mundo desconhecido, mas que tem liga-ções e pontos comuns que vão no sentido da Mudança e do Projecto e da re-invenção da cidada-nia.

Domingos da Silveira

Ao longo da sua história pessoal, foi advogado de movimentos sociais e de sindicatos, como o

MST. Para ele estas sempre foram uma tentativa de articulação da academia com a realidade, pela afirmação do que há de mais importante no direito jurídico – os Direitos Humanos;

O seu trabalho agora centra-se em duas cadeiras: (*) os Direitos Humanos – Direitos das Crian-ças e (*) o Direitos das Coisas4, que só aparentemente são impermeáveis ao Direitos Humanos. Também coordena um grupo de pesquisa que foca especialmente o controlo democrático da mídia electrónicos, buscando assim contrariar a tendência de controlos que não são sentidos ou conhecidos, para usar um controlo democrático que promova a qualidade e os valores da Consti-tuição. Os mídia são no fundo quem constrói, acima de tudo, as nossas percepções e quem confere existência às coisas e às pessoas. Na procuradoria o grande debate é sobre mídia electrónica, em torno da qual há muito pensamento, mas também muita timidez. É importante perceber como controlar os mídia para serem promotores e não negadores de paz

Tudo isto pretende construir uma política de Direitos Humanos na universidade de forma mais arti-culada, mais pensada e mais estratégica, como forma específica de inserção na sociedade, sobre-tudo com as novas nomeações políticas no Brasil.

A sua motivação ao ler “antenas” foi a de mídia electrónica, mas no entanto, mostrou-se contente por conhecer este grupo.

Sandra Silvestre

Este contributo é de partilha de uma experiência da AJP que surgiu em Porto Alegre, no III FSM, quando se cruzou pela primeira vez com o Teatro d@ Oprimid@. A partir daqui decidiu-se realizar oficinas de TO na AJP, que se foram multiplicando ao longo de todo o Portugal.

O TO é muito importante para a AJP porque envolve princípios e atitudes centrais como a escuta, o debate e a reflexão. Além disso, é uma técnica “viva”, adaptável e flexível para com as pessoas e, por isso, é também democrática.

A figura do curinga é outro elemento de equilíbrio muito importante, porque é, no, fundo o “desbloqueador” das opressões, às vezes não ditas, criando ambientes para a libertação das pessoas e de trabalho sobre as opressões identificadas.

Pelo TO promove-se o empoderamento das pessoas que partilham e descobrem o que têm em comum e mesmo o seu contexto partilhado, revelando que há influências externas, como a globalização, por exemplo. É verdade que o TO não dá respostas, mas dá instrumentos e recusa o conformismo. Dá voz e espaço para que as pessoas mostrem a sua verdade e a sua interpretação dos problemas. Mas permanece apenas um ensaio, muito importante, para os problemas concretos

4 Propriedade

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nas vidas das pessoas. E isso traz dúvidas sobre a transposição para a realidade concreta das soluções encontradas.

Ao mesmo tempo, ao evidenciar a complexidade e subjectividade da opressão, torna todo o processo muito intenso e facilita laços de solidariedade e apoio entre @s participantes.

Os problemas que temos sobretudo encontrado nos diferentes lugares de Portugal envolvem a escola, as autoridades locais, entre outros. Porém, o TO e os problemas experienciados pelas pessoas estão ligados mundialmente em rede, porque somos muit@s a fazer este mesmo exercício, às vezes de maneiras muito diferentes;

Sandra Frade

Para esta reflexão sobre paz e democracia, parece importante trazer as Mulheres para o debate, porque também elas são actrizes e construtoras. Para esta inclusão das mulheres, fomos procurar no local, com toda a sua autenticidade, as mulheres anónimas, a sua visão da paz e da democracia e as ligações que elas fazem. As mulheres têm interpretações que devem ser valorizadas e que são também o sustento da paz global.

As questões levantadas foram, entre outras, “o que é ausência de paz”, “como resolvem ou não os obstáculos que se lhe colocam”, “como vêem e imaginam a paz”; não esquecendo as diferentes dimensões da paz, porque a paz é muito ampla e em todas temos um papel.

As mulheres são um pilar fundamental como vítimas e como fazedoras de paz. E nesta perspectiva elas destacam: (*) a violência doméstica; (*) o desemprego; (*) discriminação; (*) o serem chamadas sexo fraco; (*) a difícil conciliação entre filhos/emprego/trabalho em casa; (*) o não-acesso às chefias; (*) o machismo; (*) a dependência financeira; (*) a gravidez usada como argumento para a discriminação das mulheres; (*) a guerra; (*) a exploração sexual, etc.

A democracia/paz é uma relação que não lhes é muito fácil mas que as toca e por isso é importante aprofundá-la. Esta dificuldade em explicar a paz é ligada de forma concreta e real, pelas mulheres, às dificuldades que enfrentam nas suas vidas. Por outro lado, esta dificuldade de reflectir sobre este tema pode eventualmente estar ligada à falta de hábito em fazê-lo ou ao facto de nunca terem “sentido” paz;

Algumas citações5: (*) “as mulheres têm de inventar formas de engolir certas coisas para conseguir construir a paz”; (*) “isso é uma pergunta difícil”; (*) “a paz é um caminho difícil”; (*) é uma utopia do nunca”; (*) “seria bonita”; (*) “a paz é tudo”; (*) “é amor”; (*) “sinto, mas não consigo explicar”; (*) “é uma construção que exige uma preparação dura”; (*) “não se pode fazer tudo como se quer e tem-se de esperar que o outro faça o mesmo”.

Todas falam de ser possível re-inventar a paz nos espaços que nos estão mais próximos e através de contributos individuais. Os momentos de paz são muitos mas não permanentes;

Sérgio Kodato

O seu trabalho é centrado no índice de alcoolismo e de homicídio violento que entende que concentram em si todos os fenómenos de violência.

Um dos seus projectos é com a “representação da violência nas escolas públicas”, usando os conceitos de tragédia e trauma e fazendo as seguintes perguntas: “viver num século de guerras,

5 Estas citações não seguem exactamente as palavras ditas pelas mulheres entrevistadas, dado que são notas tiradas

da comunicação feita

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revoltas, catástrofes afectou-o no seu pensamento e produção? Ou acha que o mundo é o mesmo?”. Uma das grandes conclusões retiradas é que sem catástrofe não há representações, porque só esta/a sua existência permite o seu conhecimento e representação.

Também na escola se levantam problemas, ligados ao estado do sistema educativo, de onde saem ainda muitas pessoas semi-iletradas (à semelhança do que acontece em Portugal). O que agrava muitos dos problemas vividos: a desresponsabilização d@s professor@s e a impotência d@ professor@ no quotidiano, o que leva à infantilização no/do ensino. Neste projecto foram desenvolvidas oficinas para professor@s, bolsas de pesquisa para professor@s de escolas públicas, debates sobre a gestão da escola, rádios-escola que ligam salas de aula e universidades e um observatório da violência e de práticas exemplares. O que se percebeu com este projecto foi que o fenómeno da violência é geralmente tratado como uma batata quente, jogada de um@ para @ outr@ subindo progressivamente de instância. Aqui é proposto o princípio da subsidiariedade, que diz que os problemas têm de ser resolvidos onde foram originados, definindo-se assim competências e responsabilidades em cada nível da rede;

Sônia Meire

O seu trabalho foca a educação no campo (geralmente chamada de educação rural) construída com os movimentos sociais – movimentos de trabalhador@s e sindicatos – que identificaram a educação como um problema, (*) enquanto direito e (*) enquanto estratégia de mudança da realidade;

Neste momento está envolvida em 3 acções de pesquisa: (1) contributos para a construção de políticas públicas; (2) o papel das mulheres na construção da justiça social (estratégias internas perante a violência nos assentamentos e nas casas e externas perante a violênica do Estado); (3) coordenação da educação no campo que é muito dispersa;

A sua proposta é no sentido de criar articulações entre políticas do governo e dos movimentos sociais usando as tensões decorrentes das relações entre ambos para criar avanços e construir um olhar crítico sobre ambos e sobre os conhecimentos por eles produzidos;

Óscar Ballerine

Participante enquanto voluntário de uma ONG, a AFASO, sedeada num bairro de Porto Alegre, Vila Fátima, com 30.000 habitantes, e que trabalha igualmente com as questões da paz local, com a construção da cidadania no local e com o melhoramento da qualidade de vida;

A sua grande questão é saber como é que uma ONG tem tanto sucesso nas acções que desenvolve e ao mesmo tempo é uma “bagunça”. Dado que isto contraria toda a sua aprendizagem, foi pesquisar usando como metodologia um questionário feito a 48 voluntári@s. A sua conclusão é que a AFASO vive num sistema que se pode chamar de “adocracia” ou de “estratégias emergentes”. Aqui, @s voluntári@s juntam-se em torno de um objectivo comum e têm toda a liberdade de iniciativa desde que estejam virados para o mesmo objectivo;

É no sentido das “estratégias emergentes” para objectivos comuns que a AFASO está aberta à contribuição de tod@s. Não tem recursos financeiros, mas tod@s os que forem para contribuir têm acolhimento garantido e poderão participar do modo como entenderem, sabendo desde já de dois dos seus programas: “adopção à distância” e “projecto de inclusão digital”

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Alípio de Freitas

Tendo descoberto desde há muito tempo a sua vocação para agitador, tomou isso como profissão, o que o levou a muitas actividades e lugares diferentes e também a graves “dores de dentes”. Agora vive entre Portugal e Brasil;

Nestes últimos anos, ajudou a fundar a Casa do Brasil que vive em difíceis diálogos com o governo português, para que este perceba o grande número de imigrantes brasileir@s em Portugal, e com o governo brasileiro para o fazer perceber que @s brasileir@s emigrad@s são muit@s mais por todo o mundo, e não apenas em Portugal. Na Universidade onde dá aulas, não ensina, agita mentes e promove o pensamento, a escuta e a alteração das visões do mundo. No Brasil, participa no MST e em Portugal na AJP, desde que esta foi fundada. A sua casa no Alentejo está à sempre aberta para @s amig@s: Rua de Beja, 28 - Alvito;

Debate

Denise Foi preciso colocar todo este mosaico para perceber o que afinal de contas fazemos aqui, o que nos faz estar junt@s e o que queremos fazer disto. Somos diferentes mas algo nos une. Somos tod@s da academia, no entanto estamos também na busca de outros entendimentos em outras frentes porque sabemos que a academia nos limita o ver e o perceber deste mundo. Esta é uma sensibilidade muito presente em tod@s e que talvez ainda esteja para emergir em produtos. Agora cabe-nos descobrir como ir além das boas intenções e fazer delas uma realidade em novas formas de compreensão e convivência. Temos o “porquê”, o “como” e o “para quê” é que ainda não.

Teresa É preciso relembrar a pertença a este grupo de Angola, através da Fátima Viegas, que não pode estar presente. E isto significa também que queremos que este seja uma rede cada vez mais ampla.

Denise A metáfora “antena” é intencional e refere esta mesma rede, não uma rede como as outras, mas sim uma rede que deixe claro a transversalidade da paz e da democracia aqui e lá;

Sérgio Este processo tem a vantagem de romper com as tradições académicas, num momentos em que tod@s estão à procura de significados e sentidos, ao promover um engajamento activo e não só a observação.

Esta rede não deve ser só de troca de informação e de festa. Seria importante promover uma pesquisa comparativa. Por exemplo, em S. Paulo conhece que promoveria um projecto de avaliação de programas de TV, sabendo que temos de fazer alguma coisa contra o monopólio do medo que a mídia detém.

Esta rede deve envolver e trabalhar com tod@s e inventar maiores mecanismos de representação. Por exemplo, tem contactos no Japão que trabalham sobre violência familiar, que embora seja diferente a morfologia deste fenómeno no Japão, ele é importante para perceber a violência em si. Esta procura e comunicação de práticas exemplares tem de ser multiplicada além de nós, e deve ser combinada com comunicação papel e electrónica bem como com pesquisa qualitativa, que combina imagem, texto e som. De facto, temos de trocar a nossa metodologia de pesquisa, porque os nossos instrumentos e metodologias não evoluíram tanto quanto os fenómenos que queremos captar.

Óscar Objectivar as nossas ideias é também criar um grupo de discussão na Internet.

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Poder-se-ia fazer um site colectivo, pondo nele exactamente aquilo que nos une, o conhecimento que produzirmos, os nossos projectos partilhados, etc.

Teresa &

Sônia Sónia tem um colega profissional com quem irá falar para construir e actualizar a página.

Teremos no entanto ainda de inventar um modo democrático e participativo de manter o site. Começando desde já com a decisão partilhada sobre o conteúdo da página, que é uma estratégia também política, a partir de uma proposta inicial.

Será www.pororokasdemocraciapaz.org.

Denise Será também preciso ver como se pode fazer o registo da marca “poro’rokas”.

É preciso também explicar de onde vem a palavra “poro’rokas”. No fundo vem da força que existe no trabalho de cada um@. É uma metáfora a partir de um fenómeno natural extra-ordinário: (*) conjuga todas as emoções, preocupações e ideias que estão em combustão dentro de nós; (*) como movimento que rompe e que não é calmo, mas imenso e forte; (*) porque reconstrói um novo espaço; (*) porque tem uma beleza infinita; (*) porque só se acalma depois de ter transformado em seu redor; (*) junto com o seu movimento leva toda a vida que existe dentro da água.

É importante a compilação de casos ou práticas exemplares do que acontece, porque em si incluem outras práticas de vivência de cidadania, paz e democracia, remexendo definitivamente com as pessoas. Precisamos também de alargar para escutar e visibilizar o que em geral ignoramos que está a acontecer. Poderemos criar um produtinho que talvez seja idiota mas que é um mundo, um mundo nosso, um outro mundo;

Maria Elly

Juntamente com este processo é interessante a articulação com a pesquisa envolvendo também universidades na produção colectiva e no trabalho social, assim intercambiamos pessoas para perceber contextos velhos e novos;

Na AFASO, por exemplo, constituem-se novos grupos através da formação de educadores que querem agora re-historizar a vida da ONG para o seu 10º aniversário. Estes mandaram mensagens de amizade e paz a este grupo de discussão a que gostariam de ter resposta6;

Alípio O importante é conseguir imaginar as dificuldades que vivem @s outr@s, nomeadamente para fazer o que para nós é óbvio e que, no entanto, para outr@s pode ser imensamente difícil;

Um trabalho poderia focar o tema do jornalismo aqui e ali, porque é muito diferente nos diferentes lugares;

Denise É importante conduzir a discussão para propostas concretas, porque não queremos estar num ambiente de congresso. Não tem de haver desconforto, mas também não temos de produzir barbáries (?);

Sérgio Exaltou a formulação das mulheres como agentes de paz, o que é também uma superação da crítica feminista e que merece ser um sub-capítulo ou sub-projecto, as par d@s jovens. Porque assim faremos poro’rokas com diferentes ondas.

Proposta de duas oficinas para o FSM, que podem ser abertas a quem quiser participar. Isto

conceberia 2 produtos: (1) estar e participar no fórum e (2) sair de lá com proposta de investigação para uma ciência-cidadã, não com produções tradicionais, mas talvez com contribuições da pesquisa qualitativa;

1/ Trabalhar conjunta e multiculturalmente pedagogias da paz e da democracia

2/ Ensaiar as possibilidades e as metodologias de uma pesquisa comparada que envolva

6 Contactos: (endereço físico AFASO) ou [email protected]. Alguns dos nomes d@s jovens: Ademilson;

Aleidenira; Carolina; Franciele; Luís Fernando; Naira; Paloma

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vários sujeitos, subjectividades e colectividades, que não apenas as universidades, os bairros, as ONG de modo a que fontes e métodos fervilhem;

Tudo isto para encontrar/desvendar o círculo do quadrado ou o quadrado no círculo;

Podem desde já sair 3 grandes temas;

1/ Aplicação prática e actual de problemáticas (ex. migrações, rádio);

2/ Trabalho com mulheres, não apenas na luta feminista, mas na luta pela paz;

3/ Trabalho com educador@s, jovens e violência como trabalho e metodologia;

A página já deverá estar pronta no FSM 2005;

Tarefas: Resumo do Grupo de Discussão Celina Envio dos contributos por Escrito Tod@s Grupo de discussão electrónico Óscar Página – Construção Sônia Página – Conteúdo AJP Registo do Domínio Celina Registo Marca Poro’rokas Denise + Cecília Oficinas – inscrição AJP Oficinas – tarefas e preparação Discutir por e-mail

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A

Anexo II – Contactos d@s Participantes

Alípio de Freitas [email protected] Cecília Leite [email protected] Célia Caregnato [email protected] Celina M. dos Santos [email protected] Denise Leite [email protected] Domingos Silveira [email protected] Fátima Viegas [email protected] Maria Elly Genro [email protected] Óscar Leite [email protected] Frade [email protected] Sandra Silvestre [email protected] Sérgio Kodato [email protected] Sônia Meire [email protected] Teresa Cunha [email protected] AJP Rua São João // 3130-080 Granja do Ulmeiro // Portugal

[email protected] // www.ajpaz.org.pt (T) +351-239-642815 // (F) +351-239-642816 // (TMV) +351 96 2477031

AFASO Rua João Abott, 576 // 90460-150 Porto Alegre // Brasil

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A Anexo V – Comunicações

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A N T E N A S P A R A A P A Z E P A R A A D E M O C R A C I A Anexo IV – Sair do quadrado é preciso!

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