sobre inhotim
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Sobre INHOTIM
Bernardo Paz é o proprietário. Ele se dedica ao ramo da mineração e adquiriu uma fazenda em Brumadinho. Aos poucos, foi comprando fazendas vizinhas. Hoje, são 110 hectares para visitação.
Na década de 1980, Burle Marx visitou a fazenda de Bernardo Paz em Brumadinho. Então, sugeriu ideias para o jardim, mas nunca fez projetos.
Na área, há Mata Atlântica, embora não original, mas replantada. Há
inclusive locais que foram devastados para pecuária, replantados, novamente devastados para mineração e novamente replantados.
Em toda a região, a terra não é propícia à agricultura: sendo extremamente rica em minérios, torna-se tóxica para as plantas e o cultivo exige muito manejo.
O minério é a riqueza da região. Bem ao lado do Instituto Inhotim há uma mineradora. Do outro lado, há uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), cuja área é o dobro da parte de visitação.
Bernardo Paz doou ao Instituto Inhotim seu acervo botânico e artístico.
No Inhotim encontram-se 1500 espécies de palmeiras - a maior coleção do
mundo. Caminhando por lá, a cada ângulo o olhar depara com paisagem que é um buquê diferente e lindo - como provam as fotos que Thereza enviou.
São realizadas pesquisas botânicas pelo Instituto Inhotim. Vimos evidências de pesquisa sobre palmeiras e plantas medicinais (Thereza enviou fotos dos jardins medicinais e aromáticos). No parque, há um Viveiro Educador.
Para controlar a quantidade de mosquitos sem comprometer o meio ambiente, as bromélias são pulverizadas com o Bacilo Turigiense.
Em um único ponto da área do Instituto Inhotim a vegetação não é Mata Atlântica nem palmeiras: na Casa da Vovó. Trata-se da única residência remanescente de tantas espalhadas nas fazendas incorporadas ao Inhotim. Suas fachadas foram preservadas, sua última moradora foi uma idosa, no seu terreno ainda há rosas e cana-de-açúcar, goiaba, jabuticaba e romã que ela cultivava. Hoje, é a Galeria Rivane Neuenschwander, onde o vento torna-se arte contemporânea enquanto os antigos moradores são homenageados.
Já não há mais residentes na área. Mas há 1200 empregados no Instituto
Inhotim.
Três curadores viajam o mundo em busca de artistas e obras para exporem no Inhotim.
Três grandes eixos de exposição no Inhotim: Artes Plásticas, Arquitetura e Paisagismo.
Três ações precedem a exposição de uma obra: o artista vem, sobrevoa e se reúne com a equipe.
Do ar, o artista observa e escolhe o ponto do parque em que quer instalar sua obra.
Os prédios das galerias são construções marcantes, mas não dissonantes: surpreendentemente, cada um é uma obra em si; cada um se relaciona com o que está exposto em seu interior, integrando-se assim à obra; nenhum destoa do ambiente exterior, integrando-se assim ao paisagismo.
O parque é enorme e afastado do centro da cidade de Brumadinho. O visitante precisa beber e comer durante as horas em que vaga por lá. Como bem disse a Fátima, se houvesse um restaurante ruinzinho, ainda assim o visitante lá comeria.
Mas o restaurante em que comemos é um primor: comida farta e saborosa, arquitetura acolhedora e elegante, higiene impecável, equipe atenta e atenciosa. A excelência é ordem, a simpatia é ordem.
Dois dias bastam para visitar o INHOTIM. E para despertar a admiração pelo empenho de Bernardo Paz e de todos os que lá trabalham. Recomendo que a visita seja com um guia.
Quando visitarem o Inhotim, façam-no na companhia de pessoas bacanas como as que me acompanharam. Como é bom ter gente sensível e inteligente por perto em ocasiões assim!