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ESCOLA ARTÍSTICA SOARES DOS REIS PORTO ANO LECTIVO 2014/2015 SOARES DOS REIS QUEM FOI SOARES DOS REIS? Luís Gigante, nº13, 12ºD2 Trabalho elaborado para a disciplina de Multimédia, lecionada por Nuno Ferreira RESUMO: Documento que visa ilustrar o desenvolvimento da prova de aptidão artística realizada pelo aluno Luís Carronda Gigante, na tecnologia de Multimédia inserida no curso de Comunicação Audiovisual da Escola Artística de Soares dos Reis no âmbito de finalização de curso. A prova consiste na realização de uma curta metragem de animação subordinada ao tema Contos Infantis.

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ESCOLA ARTÍSTICA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015

SOARES DOS REIS

QUEM FOI SOARES DOS REIS?

Luís Gigante, nº13, 12ºD2

Trabalho elaborado para a disciplina

de Multimédia, lecionada por Nuno

Ferreira

RESUMO: Documento que visa ilustrar o desenvolvimento da prova de aptidão artística realizada pelo aluno Luís

Carronda Gigante, na tecnologia de Multimédia inserida no curso de Comunicação Audiovisual da Escola Artística de

Soares dos Reis no âmbito de finalização de curso. A prova consiste na realização de uma curta metragem de animação

subordinada ao tema Contos Infantis.

Escola Artística Soares dos Reis – Porto – Relatório de PAA – Disciplina de Multimédia

Luís Gigante, nº13, 12º D2

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO____________________________________pág. 3

1. PRÉ-PRODUÇÃO______________________________________________págs. 4-11 1.1 Pesquisa e conceito________________________________________________pág. 4

1.2 Texto Narrativo___________________________________________________pág. 4

1.3 Sinopse___________________________________________________________pág.5

1.4 Estudos Visuais e Opções Estéticas____________________________________pág.5

1.5 Personagens_______________________________________________________pág.7

1.5.1 Soares dos Reis__________________________________________________pág.7

1.5.2 Manuel Soares e Rita Nascimento___________________________________pág.8

1.6 Cenários___________________________________________________________pág.9

1.7 Soryboard_________________________________________________________pág.11

2. PRODUÇÃO___________________________________págs.12-17 2.1 Realização dos planos no Photoshop__________________________________pág.12

2.2 Animação dos planos no After Effects_________________________________pág.15

2.3 Gravação da voz-off________________________________________________pág.17

3. PÓS-PRODUÇÃO________________________________págs.18-20 3.1 Edição e montagem________________________________________________pág.18

3.2 Sonorização_______________________________________________________pág.18

3.3 Banda Sonora______________________________________________________pág.19

3.4 Genérico__________________________________________________________pág.19

CONCLUSÃO_____________________________________pág.21

ANEXOS_____________________________________págs. 22-40

BIBLIOGRAFIA____________________________________pág.41

Escola Artística Soares dos Reis – Porto – Relatório de PAA – Disciplina de Multimédia

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INTRODUÇÃO

No 12º ano de escolaridade na Escola Artística de Soares dos Reis é proposto a todos os

alunos a realização de uma Prova de Aptidão Artística (PAA) no âmbito da tecnologia em que

estes estão inseridos.

Como aluno de Multimédia, no curso de Comunicação Audiovisual, a proposta de

trabalho consistia na realização de uma curta-metragem de animação, utilizando as técnicas

de animação digital e/ou stop-motion, e que, ao contrário do que era pedido nos anos

anteriores, fosse direcionada no sentido pedagógico. Para além disto, a animação realizada

devia enquadrar-se no tema “A Cidade do Porto”, devendo este ser desconstruído noutros

temas mais fáceis de tratar, que também eles fossem englobados pelo tema geral.

O objetivo da Prova de Aptidão Artística é testar as capacidades técnicas e artísticas do

aluno. No caso de Multimédia, é necessário os alunos desenvolverem uma metodologia de

trabalho e conseguirem concluir uma curta-metragem de animação individualmente.

Assim, este relatório tem por objetivo descrever o desenvolvimento da minha Prova de

Aptidão Artística, estando incluídos os processos de pré-produção, produção e pós-produção.

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1. PRÉ-PRODUÇÃO

1.1 Pesquisa e conceito

Após recebermos a proposta para a Prova de Aptidão Artística, participei,

juntamente com o resto da turma e professor, em vários brainstorms, com o

objetivo de encontrar subtemas que se enquadrassem dentro do tema geral,

“Cidade do Porto”. Graças a isto e a bastante pesquisa individual sobre tópicos

que pudessem ser relevantes face ao tema, consegui selecionar 3 subtemas, tal

como o professor nos tinha sugerido, como ponto de partida.

Depois de termos escolhido esses 3 subtemas, foi-nos pedido que

realizássemos uma pesquisa, com o objetivo de reunir informação de fontes

diferentes acerca de cada um e que pensássemos como poderíamos transpor essas

ideias para uma curta-metragem animada. Terminada esta pesquisa inicial, escolhi

um dos subtemas, que se viria tornar no tema da minha PAA.

O tema que acabei por escolher foi a vida de António de Soares dos Reis,

porque acima de tudo, permitia-me abordar a curta-metragem como se fosse uma

história, porque no fundo, uma biografia é sempre uma história. Esta escolha

acabou por ser um fator-chave para o desenvolvimento da PAA, já que a sugestão

de a direcionar num sentido pedagógico (quase como um tutorial) me tinha

desmotivado um pouco. Assim, foi possível ter uma abordagem mais narrativa, não

deixando de ensinar alguma coisa, como tinha sido proposto.

1.2 Texto Narrativo

Terminada a seleção do tema, foi necessária uma pesquisa mais aprofundada

sobre a biografia de Soares dos Reis, com o objetivo de redigir um texto narrativo,

que seria posteriormente utilizado como voz-off no produto final. De forma a

melhor me orientar na construção deste texto, decidi guiar-me por uma pergunta,

para a qual a curta-metragem fosse uma resposta: Quem foi Soares dos Reis?

Posto isto, procurei descrever minuciosamente tanto os aspetos profissionais

como os aspetos mais pessoais do escultor Soares dos Reis e construí um texto que

ilustra a história desde o seu nascimento até à sua morte. Após finalizar o texto

narrativo, tentei idealizar como seria o produto final da minha PAA e realizei o

argumento técnico, descrevendo cada plano e as transições entre eles (Texto

narrativo: ver anexo nº 1) (Argumento técnico: ver anexo nº 3)

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1.3 Sinopse

Uma viagem pela vida de um homem que se dedicou à arte, desde que começou a

rabiscar, aos dez anos de idade, em papel de embrulho, passando pelo ponto

onde concebeu a sua obra mais célebre na capital italiana e relatando a sua

queda gradual na depressão que o levou ao seu fim trágico. Esta curta-metragem

animada visa relatar a vida de um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX

e responder à pergunta: Quem foi António Soares dos Reis?

1.4 Estudos visuais e opções estéticas

Como exemplo a ter para a execução da nossa Prova de Aptidão Artística,

foram-nos indicados os vídeos do TED Education, vídeos de caráter pedagógico,

maioritariamente realizados usando o método motion graphics e baseados numa

estética simples, plana e vetorial. No entanto, tendo eu já, devido ao meu hábito

de desenho, um estilo próprio minimamente definido, optei por investir mais nas

ilustrações, sendo estas bastante detalhadas e os personagens, mais realistas do

que habitualmente são numa curta-metragem de animação pedagógica. O meu

estilo surge de várias referências, principalmente de pintores, salientando-se o

pintor austríaco Egon Schiele.

Assim, transpus esta estética para a minha PAA, tentando com que cada plano

se assemelha-se a uma espécie de pintura estilizada.

Fora isto, foi necessário também, reunir fotografias, pinturas e esculturas,

tanto para me ajudarem a representar as obras de arte históricas que surgem ao

longo da curta-metragem, bem como para que o personagem Soares dos Reis fosse

esteticamente semelhante à figura real do escultor.

Fig. 2: “Autorretrato”, Egon Schiele, 1913 Fig. 1: “Autorretrato com camisa

às riscas”, Egon Schiele, 1910

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Figs. 3 e 4: Desenhos feitos por mim antes da realização da PAA.

Fig. 5 e 6: Estudos para personagem e cenário, respetivamente

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1.5 Personagens

1.5.1 Soares dos Reis

Visto que é o personagem principal, e no Prova de Aptidão Artística, foi

importante desenvolver bem a figura de António Soares dos Reis.

De acordo com a pesquisa que fiz, Soares dos Reis era uma pessoa

introspetiva, não necessariamente tímida, mas nunca exuberante. Sabendo isto,

tentei incorporar esta componente psicológica na sua aparência física,

representando-o semelhante às fotografias que consegui reunir, mas atribuindo-

lhe um aspeto mais triste (magro, com olheiras), que acaba por se relacionar

depois com a sua queda na depressão e a sua trágica morte por suicídio.

Além disto, visto este projeto ser uma curta-metragem biográfica, achei

importante representar o envelhecimento gradual do personagem. Deste modo, a

aparência de Soares dos Reis vai mudando consoante a sua idade nos diferentes

momentos da narrativa.

Fig. 7 e 8: Soares dos Reis em criança (~11 anos) e adulto (~23 anos)

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1.5.2 Manuel Soares e Rita Nascimento

Manuel Soares e Rita Nascimento são os pais de Soares dos Reis, e embora

sejam personagens secundários, não deixam de ser importantes para o trajeto

profissional que o personagem principal vai seguir, especialmente Manuel Soares.

A sua aparência foi inteiramente concebida por mim, visto que não encontrei

quaisquer registos fotográficos ou desenhos destes dois personagens.

Posto isto, fisicamente, Manuel Soares é um homem alto, forte e ligeiramente

baseado na aparência de Soares Reis, partilhando a mesma cor de cabelo e tom de

pele. Embora não se manifeste muito psicologicamente, pode ser caracterizado

como sendo um homem tradicional, teimoso mas também, embora possivelmente

o tente ocultar, sensível, pois acaba por deixar o filho seguir o seu sonho e

percorrer uma carreira artística.

Rita Nascimento é uma personagem mais secundária, surgindo apenas num

momento da curta-metragem, sendo portanto irrelevante criar um perfil

psicológico para ela. Fisicamente, pode ser caraterizada como sendo bonita,

delicada, de tez clara e cabelos castanho claros, quase loiros.

Fig. 9, 10 e 11: Manuel Soares e Rita Nascimento, evidenciando-se, nas duas figuras da

esquerda, o envelhecimento de Manuel Soares (surgimento de cabelo brancos)

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1.6 Cenários

Ao longo da curta-metragem, a carreira artística do personagem principal,

Soares dos Reis, leva-o a visitar diferentes cidades europeias: Porto, Paris e Roma.

Embora os planos que ilustram estas cidades sejam curtos e pouco numerosos, é

importante salientá-los:

Porto - representa o lar do artista e é sempre o ponto de partida das suas

viagens e, curiosamente, o ponto de regresso. É no Porto que Soares dos Reis

vive a sua infância e é o seu local de preferência para trabalhar.

Paris – é o centro cultural e artístico da Europa da época e surge como

oportunidade de aprender, é para lá que Soares dos Reis vai estudar depois de

terminar o curso de Belas Artes no Porto.

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Roma – outra cidade central no mundo das artes europeu do séc. XIX. Soares dos

Reis viaja para lá para estudar os mestres do Renascimento mas, acima de tudo,

é o local onde nasce a sua escultura mais célebre, “O Desterrado”.

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1.7 Storyboard

De forma a ter por onde me guiar durante o processo de criar as ilustrações

e de animação, desenvolvi um storyboard, onde pude estruturar cada plano e

definir como viriam a ser os movimentos de câmara e transições. (Storyboard: ver

anexo nº 2)

Com o objetivo de perceber a melhor forma de elaborar este documento,

realizei uma breve pesquisa onde reuni diferentes storyboards de filmes e filmes

de animação, que me ajudaram a planear melhor a minha curta-metragem.

Fig.15: Storyboards feitos por Hayao Miyazaki para o filme “My Neighbour Totoro”, utilizados como referência e

inspiração para a realização do storyboard da minha PAA.

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2. PRODUÇÃO

2.1 Realização dos planos no Photoshop

De modo a melhor complementar a estética que escolhi para a minha Prova

de Aptidão Artística, decidi realizar todas as minhas ilustrações no programa Adobe

Photoshop. Optei desta forma porque a estética que escolhi implica desenhos

bastante complexos, impossíveis de produzir em formato vetorial (em programas

como o Adobe Illustrator, por exemplo).

Assim, com o auxílio de uma mesa gráfica, fui produzindo individualmente

cada plano, consultando o storyboard previamente elaborado, e dividindo os vários

elementos em camadas diferentes, de forma a poderem ser animados

posteriormente no Adobe After Effects.

Esteticamente, os planos podem ser caracterizados como tendo uma paleta

de cores viva, excetuando os momentos em que é necessário evidenciar um

sentimento mais negativo, e em todos eles está presente uma forte luz amarela,

que incluí como forma de destacar os vários elementos e/ou personagens do fundo

ou ambiente que os rodeia.

É de apontar ainda o uso de uma textura recorrente em todos os fundos,

tanto nos céus como nos planos com fundo de cor quase homogénea, que simula a

textura de uma tela. Mais uma vez, esta incorporação ajuda a aproximar a

aparência de cada plano a uma pintura.

Fig. 16: Textura aplicada sobre diferentes cores

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Figs. 17, 18, 19, 20, 21 e 22: Ilustrações feitas no Photoshop para serem animadas

posteriormente.

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2.2 Animação dos planos no After Effects

Como ferramenta para animar as ilustrações feitas previamente no

Photoshop, utilizei o programa Adobe After Effects, visto não haver dúvida

quanto a ser o melhor programa no que toca a animar imagens separadas por

camadas, de uma forma rápida e eficiente.

O processo de animação que utilizei consistiu em importar os ficheiros do

Photoshop e em animar cada uma das camadas separadamente, tirando partido

do uso de keyframes e da Puppet Pin Tool, para animar partes onde fossem

necessários movimentos mais complexos.

Além de utilizar o After Effects para animar, foi também muito útil para

me ajudar a começar a montar o produto final, já que fui justapondo os planos

e animando as diferentes transições à medida que me adiantava no processo.

É importante salientar também que tentei conferir um ritmo lento e

calmo à minha curta-metragem, sendo isto conseguido pela conjugação de uma

voz-off pausada e de alguns planos com pouco movimento, por exemplo onde

aparecem as cidades, que transmitem, mais do que uma ação em concreto, o

ambiente das respetivas cidades.

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Fig. 23: Desenvolvimento de um dos planos iniciais no programa Adobe After Effects.

Fig. 24: Puppet Pin Tool, um processo de animação que consiste em posicionar diferentes pontos que

distorcem a imagem de modo a produzir movimento como, por exemplo, a animação do sorriso do

personagem acima

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2.3 Gravação da Voz-off

De maneira a auxiliar a minha curta-metragem animada, foi gravada uma

voz-off a partir do texto narrativo redigido na fase de pré-produção. (Texto

narrativo: ver anexo nº1)

Procurei que a narração da minha Prova de Aptidão Artística fosse calma,

serena e que a voz fosse a de um adulto do sexo masculino, de modo a melhor

ditar o ritmo da progressão dos planos e da narrativa, que desde início tive em

mente. Assim, pedi a um professor de filosofia, Miguel Pais, que gravasse uma

leitura expressiva do texto narrativo que lhe solicitei.

O processo acabou por ser bastante rápido, sendo necessários apenas 2

ou 3 takes para chegar a um resultado final próximo do desejado.

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3. PÓS-PRODUÇÃO

3.1 Edição e montagem

O processo de pós-produção consistiu essencialmente, na fase de edição e

montagem.

O meu objetivo principal ao fazer a montagem, foi tentar sincronizar a voz-

off com os vários planos, já que as transições tiveram de ser posicionadas em

momentos muito específicos.

No entanto, o que me facilitou esta fase de edição e montagem foi o facto

de ter começado a montar os vários planos à medida que os fui animando, o que

não só tornou a processo de animação muito mais eficiente, como me poupou

algum tempo que perderia acertar as durações dos planos no final de os ter

animado todos.

Além do que referi nos parágrafos anteriores, foi necessário também acertar

individualmente os níveis de saturação e contraste de cada plano. Isto deveu-se a

uma necessidade de trocar de computador a meio do desenvolvimento da PAA, pois

tive bastantes problemas a nível técnico, e o segundo computador que utilizei

tinha um ecrã com a imagem muito mais saturada, resultando numa discordância

entre os planos que realizei no primeiro computador (com uma saturação normal)

e os que fiz no segundo (com muito mais saturação). Posto isto, e como já referi,

tentei que todos os planos tivessem o mesmo nível de saturação, de forma a atingir

um produto final consistente a nível de cor.

3.2 Sonorização

O processo de sonorização consistiu numa fase de pesquisa e numa fase de

integração dos efeitos sonoros na curta-metragem, após ter concluído toda

animação.

A utilização de efeitos sonoros nesta curta-metragem é bastante pontual,

sendo utilizados apenas em momentos que achei necessitarem de algum som para

os auxiliar (ex. passos, som de um martelo a bater num prego).

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3.3 Banda sonora

A banda sonora para esta curta-metragem consiste inteiramente em três

músicas, todas grátis para uso. Optei por associar uma música a cada uma das três

cidades (Porto, Paris e Roma), pelo que se pode reparar, no produto final, na

transição entre as diferentes músicas, nos planos em que é traçado no mapa os

trajetos entre as várias cidades.

3.4 Genérico

Como proposto, realizei um genérico para o início da minha curta-metragem

que, tal como o resto da PAA, é acompanhado por voz-off que, neste caso, visa

introduzir o tema que vai ser tratado ao longo da animação.

Optei por um genérico bastante simples que, embora tenha uma estética

diferente da que escolhi para os outros planos, acaba por se enquadrar dentro da

escolha de aproximar cada plano a uma espécie de pintura, visto tentar replicar

desenhos a lápis, ou tinta, sobre papel antigo.

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Fig. 25: Planos do genérico inicial, que ilustram a estética escolhida.

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CONCLUSÃO

Tendo em conta o projeto que desenvolvi para a minha PAA, penso ter conseguido chegar

a um resultado que me agrada. Obviamente, há sempre erros e não foi, nem de perto, fácil

chegar ao produto final.

No entanto, este projeto enriqueceu-me imenso, foi a primeira vez que desenvolvi um

projeto desta escala, sozinho e do início ao fim. Aprendi a trabalhar melhor e de forma mais

eficiente sobre pressão, fui capaz de desenvolver um método de trabalho e de conhecer novas

técnicas, tanto a nível de animação, como de organização, que se mostrarão, certamente, úteis

em projetos futuros.

Além disto, apesar de a proposta de trabalho deste ano ser mais direcionada num sentido

pedagógico e possivelmente, não oferecer tanta liberdade ou espaço para criatividade, sinto

que consegui transpor bem o que queria para o resultado final, que reflete o meu estilo próprio

e que, acima de tudo, realizei por gosto e não por obrigação.

Em suma, estou contente com a curta-metragem final e com a bagagem profissional que

ganhei ao realizar um projeto desta dimensão, que espero poder aplicar daqui para a frente

noutros projetos, que, eventualmente, possam surgir.

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ANEXOS

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1. TEXTO NARRATIVO

Soares dos Reis foi um escultor de renome oriundo da zona da cidade do Porto

e é considerado um dos artistas mais importantes do séc. XIX em Portugal.

Sabemos tudo isto, mas, quem foi ao certo Soares dos Reis?

Vila Nova de Gaia, mil oitocentos e quarenta e sete, na outra margem da cidade

movimentada, fruto do casamento de Manuel Soares e Rita Nascimento, nasce

António Manuel Soares dos Reis. Finalmente um rapaz para ficar à frente da

venda da família!

O pai, desde cedo, educa o filho para o negócio familiar, mas Soares dos Reis

pouco interesse apresenta. O papel de embrulho vai servindo para desenhar e

toda a agitação da loja vai servindo de modelo para os olhos do rapaz.

Para além dos rabiscos nos papéis, António ganha ainda mais gosto por dar

forma, com o canivete, a pedaços de madeira que encontra, e por esculpir com

as mãos bocados de barro que sobravam d’A Fábrica de Louça da Torrinha, ali

perto, que colocava a cozer ao sol no quintal da sua casa.

Um dia, ao passar pela loja, Diogo de Macedo, homem conceituado ali na terra,

admira o jeito do rapaz e pede opinião a um seu amigo, Francisco de Resende,

professor de Belas Artes, que confirma o talento do jovem Soares dos Reis.

A custo, e após muito convencimento por parte de Diogo de Macedo, o pai de

lá lhe deixa prosseguir com o estudo das Artes, e António, com 14 anos, é

admitido na Academia das Belas Artes, no Porto.

Os cinco anos passam a correr e sem dificuldades para Soares dos Reis, que

acaba em grande, ao ganhar o primeiro prémio em escultura, arquitetura e

pintura com a sua escultura de prova final – “Viriato”.

Viaja depois para a Escola Imperial de Belas Artes de Paris para continuar os

seus estudos. Passa os dias a ter aulas na Academia, frequenta ateliers de

artistas influentes e ganha um gosto pelos passeios solitários na cidade, sempre

acompanhado pelo fiel caderno.

Rebenta entretanto a guerra franco-prussiana, Paris é cercada e num dos seus

passeios pela cidade, Soares dos Reis é confundido com um espião enquanto

traçava um esboço de uma porta. Embora venha a ser libertado passadas

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algumas horas, estes acontecimentos levam-no a deixar Paris e regressar a

Portugal.

Imediatamente após regressar ao Porto, a Academia propõe-lhe que vá exercer

um cargo de bolseiro em Roma, onde receberá uma generosa pensão.

Em Roma dedica-se a estudar e tirar apontamentos dos mestres clássicos do

Renascimento e vai cada vez mais adquirindo novos conhecimentos. No entanto,

tem de provar à Academia que merece a estadia paga na capital italiana e para

isso é-lhe pedida a execução de uma estátua

Embora lhe tenha sido retirada a pensão e pedido que regresse imediatamente

para Portugal, Soares dos Reis não desiste e acaba então uma das suas

esculturas mais emblemáticas: “O Desterrado”.

Regressa de novo ao Porto e instala-se num novo atelier. Graças ao sucesso d’O

Desterrado na Exposição de Madrid, surgem algumas encomendas importantes,

como a estátua de D. Afonso Henriques.

No entanto, nem tudo corre bem. A fama súbita de Soares dos Reis fá-lo entrar

numa depressão, sente-se incompreendido, sente que a sua arte é apreciada

pelos motivos errados. Numa tentativa de contrariar esta tristeza, decide casar-

se com a filha de Diogo de Macedo, mas de nada lhe serve. É engolido pelo seu

próprio desalento.

A 16 de Fevereiro de 1889 suicida-se no seu atelier sem deixar qualquer

mensagem ou explicação.

Mas como grande parte dos grandes artistas, é após a sua morte que desfrutará

de maior reconhecimento e é inegável o seu contributo para a cidade do Porto.

Dá nome a duas das instituições mais famosas da cidade: Ao Museu Soares dos

Reis, onde são dispostas obras de vários artistas, incluindo dele próprio, e à

Escola Artística de Soares dos Reis, antiga Escola de Desenho Industrial de Faria

de Guimarães do Bonfim, que se dedica desde 1884 ao ensino artístico

secundário.

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2. STORYBOARD

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3. ARGUMENTO TÉCNICO

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BIBLIOGRAFIA

PESQUISA HISTÓRICA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Soares_dos_Reis

https://en.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Soares_dos_Reis

http://www.vidaslusofonas.pt/soares_dos_reis.htm

https://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?p_pagina=antigos%20estudantes%20

ilustres%20-%20ant%C3%B3nio%20soares%20dos%20reis

EFEITOS SONOROS:

https://www.freesound.org/

MÚSICA:

MADDEFORD, Lee; “Le petit jardin (with Les Gauchers Orchestra)”

https://freemusicarchive.org/music/Lee_Maddeford/

GUALAZZI, Raphael; "Calda Estate (Dove Sei)

“Traditionel Musette”, música tradicional francesa