sÍntese, caracterizaÇÃo e aplicaÇÃo do Óxido de …

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI LÚCIO OTÁVIO NUNES SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE GRAFITE E GRAFENO EM ESTUDOS ELETROQUÍMICOS ENVOLVENDO ÁCIDO ASCÓRBICO, ÁCIDO ÚRICO, DOPAMINA E EPINEFRINA DIAMANTINA MG 2013

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Page 1: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

LÚCIO OTÁVIO NUNES

SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE GRAFITE E

GRAFENO EM ESTUDOS ELETROQUÍMICOS ENVOLVENDO ÁCIDO

ASCÓRBICO, ÁCIDO ÚRICO, DOPAMINA E EPINEFRINA

DIAMANTINA – MG

2013

Page 2: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

LÚCIO OTÁVIO NUNES

SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE GRAFITE E

GRAFENO EM ESTUDOS ELETROQUÍMICOS ENVOLVENDO ÁCIDO

ASCÓRBICO, ÁCIDO ÚRICO, DOPAMINA E EPINEFRINA

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Química da

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha

e Mucuri – UFVJM como pré-requisito

necessário para a obtenção grau de Mestre em

Química.

Área de concentração: Química Analítica

Orientador: Prof. Dr. Flávio Santos Damos

DIAMANTINA – MG

2013

Page 3: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

Ficha Catalográfica - Serviço de Bibliotecas/UFVJM

Bibliotecária: Jullyele Hubner Costa CRB-6/2972

N972s

Nunes, Lúcio Otávio

Síntese, caracterização e aplicação do óxido de grafite e grafeno em estudos

eletroquímicos envolvendo ácido ascórbico, ácido úrico, dopamina e epinefrina

/ Lúcio Otávio Nunes. – Diamantina: UFVJM, 2013.

85 p.

Orientador: Prof. Dr. Flávio Santos Damos

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha

e Mucuri. Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas. Programa de Pós-

Graduação em Química, 2013.

1. Óxido de grafite. 2. Grafeno. 3. Ácido úrico. 4. Epinefrina. 5. Eletrodo

de pasta. I. Flávio Santos Damos. II. Título.

CDD 543

Elaborada com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Page 4: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE GRAFITE E

GRAFENO EM ESTUDOS ELETROQUÍMICOS ENVOLVENDO ÁCIDO

ASCÓRBICO, ÁCIDO ÚRICO, DOPAMINA E EPINEFRINA

Lúcio Otávio Nunes

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Química, nível de

Mestrado, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre.

APROVADO EM 20 / 06 / 2013

Prof. Arnaldo César Pereira – UFSJ

Prof.ª Rita de Cássia Silva Luz – UFVJM

Prof. Flávio Santos Damos – UFVJM

Presidente

DIAMANTINA

2013

Page 5: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

Dedico esse trabalho a minha mãe Sirlei, meus

irmãos Ana Paula e Michel e meu sobrinho Miguel .

Page 6: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me concedido a dádiva da existência.

À minha mãe, por toda a dedicação e empenho em minha criação e formação.

A meus irmãos Ana Paula e Michel pelo auxílio nas horas de dificuldade bem como

pelos bons momentos e a meu sobrinho Miguel por tornar meus dias mais divertidos.

Ao professor Dr. Flávio Santos Damos pela orientação, ensinamentos e por toda

contribuição no meu crescimento pessoal e profissional.

À professora Dra. Rita de Cássia Silva Luz pelo auxílio nas horas de necessidade.

Ao Delton, por ter ajudado a concretizar esse trabalho.

Aos colegas Vanessa, Neiviane, Gabi, Bel, Dilton, Cátia, Abraão e Neuma pelos

momentos de descontração.

À professora Bethe e ao pessoal do LABMET pelo acolhimento.

Aos colegas do GOU e do GPP pela força e amizade.

A todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho.

Ao CNPq e à FAPEMIG pelos apoios financeiros concedidos, os quais foram

essenciais à realização deste trabalho.

Page 7: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

i

RESUMO

O presente trabalho descreve a síntese, caracterização e aplicação do óxido de grafite e do

grafeno visando o desenvolvimento de sensores. Inicialmente, o material sintetizado foi

caracterizado por microscopia eletrônica de varredura, difração de raios-X e espectroscopia

no infravermelho. Microscopia eletroquímica de varredura foi empregada para a obtenção de

“imagens eletroquímicas” e informações sobre a cinética de transferência de elétrons dos

materiais. Por fim, o óxido de grafite e o grafeno foram empregados na oxidação seletiva de

epinefrina, dopamina, ácido ascórbico e ácido úrico.

Palavras-chave: Óxido de grafite, grafeno, ácido ascórbico, ácido úrico, epinefrina,

dopamina, eletrodo de pasta.

Page 8: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

ii

ABSTRACT

The present work describes the synthesis, characterization and application of graphite oxide

and graphene in sensor development. Initially, the material was characterized by scanning

electron microscopy, X-ray diffraction and Fourier transform infrared spectroscopy. Scanning

electrochemical microscopy was employed to obtain electrochemical images and the rate

constant of electron transfer of graphene and graphite oxide. Finally, the graphite oxide and

graphene were used in selective oxidation of epinephrine, dopamine, uric acid and ascorbic

acid.

Keywords: graphite oxide, graphene, ascorbic acid, uric acid, epinephrine, dopamine, paste

electrode.

Page 9: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

iii

LISTA DE ABREVIATURAS

AA Ácido ascórbico

Ag Prata

AgCl Cloreto de prata

SIDA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

AU Ácido úrico

DA Dopamina

E Potencial elétrico

EA Eletrodo auxiliar

Eoxi Potencial de oxidação

EP Epinefrina

EQM Eletrodo Quimicamente Modificado

ER Eletrodo de referência

ET Eletrodo de trabalho

FT-IR Infravermelho por Transformada de Fourier, do inglês Fourier Transform

Infrared

I Corrente elétrica

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

n Número de medições

ne Número de elétrons

np Número de prótons

NC Nanotubos de carbono

NTCPM Nanotubos de Carbono de Paredes Múltiplas

NTCPS Nanotubos de Carbono de Paredes Simples

pH Potencial hidrogeniônico

r Coeficiente de correlação linear

rpm Rotações por minuto

SECM Microscopia Eletroquímica de Varredura, do inglês Scanning Electrochemical

Microscopy

UME Ultramicroeletrodo

v Velocidade(s) de varredura

VC Voltametria Cíclica

Page 10: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

iv

vs Versus

VPD Voltametria de pulso diferencial

Page 11: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

v

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Representação genérica de um sensor químico.....................................................5

FIGURA 2 – Fatores a serem considerados na escolha de um sensor........................................6

FIGURA 3 – (a) Vista transversal de um NTCPM. Fonte: He; Xu; Fang, 2006. (b) Vista

externa de um NTCPM. Fonte: Ajayan, 1999. .........................................................................15

FIGURA 4 – (a) Vista de um NTCPS cortado transversalmente. (b) Vista externa de NTCPM.

(a) Fonte: Ferreira; Rangel, 2009. (b) Fonte: Khare; Bose, 2005.............................................15

FIGURA 5 – Esquema da síntese de NC pelo método de descarga por arco. Fonte:

Thostenson; Renb; Choua, 2001. .............................................................................................17

FIGURA 6 – Esquema geral do método de síntese de NC por ablação por lazer. Fonte:

Hirlekar et al., 2009. ................................................................................................................17

FIGURA 7 – Esquema do método de deposição química de vapor. Fonte: Oliveira,

2009. .........................................................................................................................................18

FIGURA 8 – Estrutura do fulereno C60. Fonte: Leandro, 2010. ..............................................19

FIGURA 9 – Óxido de grafite: (a) representação plana; (b) representação em três dimensões.

Fonte: Cote; Kim; Huang, 2008. ..............................................................................................20

FIGURA 10 – Grafeno: (a) representação esquemática; (b) microscopia eletrônica de

varredura. Fonte: (a) Kampouris; Banks, 2010. (b) Kim, 2011. ..............................................21

FIGURA 11 – Representação esquemática da microscopia eletroquímica de varredura. Fonte:

adaptado de http://www.chinstruments.com/chi900.shtml. Acesso em 10 de abril de

2013. .........................................................................................................................................25

Page 12: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

vi

FIGURA 12 – Esquema de feedback positivo e negativo. (a) Um UME está posicionado

próximo a um substrato condutor onde os produtos realimentam o UME; na parte inferior da

figura é apresentado o perfil simulado de concentração na região entre o UME e o substrato.

Neste caso observa-se uma pequena camada de difusão. (b) Um UME está posicionado

próximo a um substrato isolante, na parte inferior da figura é apresentado o perfil simulado de

concentração na região entre o UME e o substrato. Neste caso observa-se um bloqueio das

espécies que alimentam o UME. Fonte: Lopez, 2010...............................................................26

FIGURA 13 – Potenciostato/galvanostato da Echo Chemie modelo PGSTAT 128N acoplado

a microcomputador...................................................................................................................30

FIGURA 14 – Microscópio eletrônico de varrredura, marca TESCAN, modelo VEGA 3

LM.............................................................................................................................................31

FIGURA 15 – Espectrofotômetro FT-IR marca VARIAN e modelo 640 IR............................31

FIGURA 16 – Difratômetro de raio-X modelo XRD-6000 da Shimadzu................................32

FIGURA 17 – Microscópio eletroquímico de varredura marca CH Instruments e modelo

920C..........................................................................................................................................32

FIGURA 18 – ER = eletrodo de referência, EA = eletrodo auxiliar e ET = eletrodo de

trabalho......................................................................................................................................33

FIGURA 19 – Óxido de grafite obtido após a síntese...............................................................34

FIGURA 20 – Grafeno obtido após a síntese...........................................................................35

FIGURA 21 – Grafite, óxido de grafite e grafeno, respectivamente, em dispersões de 1 mg em

5 mL de água.............................................................................................................................35

FIGURA 22 – Microscopia eletrônica de varredura do grafeno sintetizado............................40

FIGURA 23 – Microscopia eletrônica de varredura do óxido de grafite sintetizado...............40

FIGURA 24 – Microscopia eletrônica de varredura do grafite.................................................40

FIGURA 25 – Difratograma de raio-X para o grafeno, grafite e o óxido de grafite.................41

FIGURA 26 – Espectro de infravermelho comparativo entre o grafite e o óxido de grafite e

grafeno......................................................................................................................................42

Page 13: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

vii

FIGURA 27 – Modelo de Lerf-Klinouski para o óxido de grafite. Fonte: Lerf et al., 1998. ..42

FIGURA 28 – Imagens de microscopia eletroquímica para a superfície de G (a), G/NTCPS

(b), G/NTCPM (c), G/GO (d) e G/rGO (e) (região dos filmes de 100 µm × 100 µm). Solução

de ferrocianeto 1 mmol L-1

em KCl 0,1 M como mediador redox...........................................44

FIGURA 29 – Curvas de aproximação obtidas para (a) G, (b) G/NTCPS, (c) G/NTCMP, (d)

G/GO e (e) G/rGO sob polarização da tip em + 500 mV vs Ag/AgCl e do substrato em

diferentes potenciais elétricos: -200, -100, 0, 100 e 200 mV vs Ag/AgC.................................45

FIGURA 30 – Voltamogramas cíclicos para a tríade AA, AU e DP em concentrações de 10 -3

mol L-1

de tampão fosfato (pH 7), velocidade de varredura 50 mV/s sobre as seguintes pastas:

(a) G, (b) G/NTCPS, (c) G/NTCPM, (d) G/GO e (e) G/rGO...................................................48

FIGURA 31 – Voltamogramas cíclicos para a tríade AA, AU e EP em concentração de 10-3

em

solução de tampão fosfato (pH 7), velocidade de varredura 50 mV/s sobre as seguintes pastas:

(a) G, (b) G/NTCPS, (c) G/NCPM, (d) G/GO e (e) G/rGO......................................................49

FIGURA 32 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico da epinefrina. Os valores de

pH avaliados foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o potencial de

oxidação da EP e o pH da solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A concentração da EP

investigada foi 1 mmol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s

empregados...............................................................................................................................52

FIGURA 33 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico do ácido ascórbico. Os

valores de pH avaliados foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o

potencial de oxidação do AA e o pH da solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A

concentração da AA investigada foi 1 mmol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s e

amplitude de 50 mV/s empregados...........................................................................................53

FIGURA 34 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico do ácido úrico. Os valores

de pH avaliados foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o potencial

de oxidação do AU e o pH da solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A concentração do

AU investigado foi 1 mmol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s

empregados...............................................................................................................................54

Page 14: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

viii

FIGURA 35 – Voltamogramas cíclicos referentes ao eletrodo de pasta de G/GO 2,44% em 0,1

mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) e velocidades de varredura de 0,01 a 0,1 V s-1

da (a)

epinefrina, (c) ácido ascórbico, (e) ácido úrico e gráfico de log ν versus log I da (b) epinefrina,

(d) ácido ascórbico e (f) ácido úrico.........................................................................................56

FIGURA 36 – (a) Efeito do pH na corrente de pico da epinefrina. pH: 2,07; 3,10; 4,13; 5,12;

6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s, amplitude

de 50 mV/s e (b) relação entre o potencial e o pH da solução no intervalo do pH de 2,07; 3,10;

4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

..........................................................57

FIGURA 37 – (a) Efeito do pH na corrente de pico do ácido úrico. pH: 2,07; 3,10; 4,13; 5,12;

6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s, amplitude

de 50 mV/s e (b) relação entre o potencial e o pH da solução no intervalo do pH de 2,07; 3,10;

4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

..........................................................58

FIGURA 38 – Voltamogramas cíclicos referentes ao eletrodo de pasta de G/rGO 2,44% em

0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) e velocidades de varredura de 0,01 a 0,1 V s-1

da (a)

epinefrina, (c) ácido úrico, e gráfico de log ν versus log I da (b) epinefrina, (d) ácido

úrico..........................................................................................................................................59

FIGURA 39 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [EP] versus I para o

eletrodo de pasta de G/GO 2,44% em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 4 µmol

L-1

de AU e diferentes concentrações de epinefrina: 3,0; 4,0; 5,0; 10,0 e 19 µmol L-1

.

Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.................................................61

FIGURA 40 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [AU] versus I para o

eletrodo de pasta de G/GO 2,44% em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 10 µmol

L-1

de EP e diferentes concentrações de ácido úrico: 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10 µmol L-1

.

Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.................................................62

FIGURA 41 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [EP] versus I para o

eletrodo de pasta de G/rGO 2,44% em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 20

µmol L-1

de AU e diferentes concentrações de epinefrina: 40,0; 50,0; 60,0; 70,0 e 90,0 µmol

L-1

. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s...........................................62

Page 15: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

ix

FIGURA 42 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [AU] versus I para o

eletrodo de pasta de G/rGO 2,44% em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 30

µmol L-1

de EP e diferentes concentrações de epinefrina: 20,0; 30,0; 50,0; 60,0 e 70,0 µmol L-

1. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s..............................................63

FIGURA 43 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial para a oxidação simultânea de EP e AU

nas seguintes concentrações: EP: (1) 8,0; (2) 12,0; (3) 16,0; (4) 18,0; (5) 20,0 µmol L-1

; AU:

(1) 6,80; (2) 10,2; (3) 13,6; (4) 15,3; (5) 17,0. Medidas conduzidas em solução 0,1 mol L-1

de

tampão fosfato (pH 7); (b) curva analítica obtida a partir dos voltamogramas de pulso

diferencial para a epinefrina e (c) curva analítica obtida a partir dos voltamogramas de pulso

diferencial para o ácido úrico....................................................................................................64

FIGURA 44 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial para a oxidação simultânea de EP e AU

nas seguintes concentrações: EP: (1) 30,0; (2) 40,0; (3) 50,0; (4) 70,0; (5) 80,0 µmol L-1

; AU:

(1) 30,0; (2) 40,0; (3) 50,0; (4) 70,0; (5) 80,0. Medidas conduzidas em solução 0,1 mol L-1

de

tampão fosfato (pH 7); (b) curva analítica obtida a partir dos voltamogramas de pulso

diferencial para a epinefrina e (c) curva analítica obtida a partir dos voltamogramas de pulso

diferencial para o ácido úrico....................................................................................................66

Page 16: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

x

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Sensores e seus princípios de operação................................................................7

TABELA 2 – Principais métodos de imobilização do agente modificador na superfície do

eletrodo........................................................................................................................................9

TABELA 3 – Descrição das pastas empregadas ao longo do trabalho.....................................36

TABELA 4 – Valores da constante de velocidade para cada material de eletrodo frente à sonda

redox empregada.......................................................................................................................47

TABELA 5 – Potencial de pico e corrente de pico para a tríade ácido úrico, ácido ascórbico e

dopamina...................................................................................................................................50

TABELA 6 – Diferença de potencial de pico entre DA-AU e DA-AA....................................50

TABELA 7 – Potencial de pico e corrente de pico para a tríade epinefrina, ácido ascórbico e

ácido úrico.................................................................................................................................51

TABELA 8 – Diferença entre os potenciais de pico entre EP-AU e EP-AA............................51

Page 17: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

xi

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................... i

ABSTRACT ............................................................................................................................... ii

LISTA DE ABREVITATURAS ............................................................................................... iii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................... v

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

2 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 3

3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 4

3.1 Sensores ............................................................................................................................ 4

3.2 Sensores Eletroquímicos .................................................................................................. 7

3.3 Eletrodos quimicamente modificados .............................................................................. 8

3.3.1 Adsorção ................................................................................................................. 10

3.3.2 Imobilização por oclusão ........................................................................................ 10

3.3.3 Materiais inorgânicos .............................................................................................. 11

3.3.4 Ligação covalente .................................................................................................... 11

3.3.5 Recobrimento com filmes poliméricos ................................................................... 12

3.3.6 Materiais compósitos .............................................................................................. 13

3.4 Principais materiais à base de carbono para confecção de eletrodos quimicamente

modificados: nanotubos de carbono, fulerenos, óxido de grafite e grafeno ........................ 14

3.4.1 Nanotubos de carbono ............................................................................................. 14

3.4.2 Fulerenos ................................................................................................................. 18

3.4.3 Óxido de grafite ....................................................................................................... 20

3.4.4 Grafeno .................................................................................................................... 21

3.5 Microscopia Eletroquímica de Varredura ....................................................................... 24

Page 18: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

xii

3.6 Alguns compostos eletroativos detectáveis com eletrodos a base de materiais de

carbono: ácido ascórbico, ácido úrico, dopamina e epinefrina ............................................ 27

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 29

4.1 Reagentes e soluções ...................................................................................................... 29

4.2 Instrumentação ............................................................................................................... 29

4.3 Eletrodos e célula eletroquímica .................................................................................... 33

4.4 Síntese do óxido de grafite ............................................................................................. 33

4.5 Síntese do grafeno .......................................................................................................... 34

4.6 Confecção das pastas ..................................................................................................... 35

4.7 Caracterização do óxido de grafite e grafeno sintetizados através de microscopia

eletrônica de varredura, difração de raio-X e espectroscopia no infravermelho............. ..... 36

4.8 Microscopia eletroquímica de varredura das pastas ...................................................... 36

4.9 Estudo do comportamento eletroquímico por voltametria cíclica e voltametria de pulso

diferencial do eletrodo de pasta de grafite puro e eletrodos de pasta compósitos sobre as

tríades: dopamina, ácido ascórbico, ácido úrico (DA, AA, AU) e epinefrina, ácido

ascórbico, ácido úrico (EP, AA, AU) .................................................................................. 37

4.10 Efeito do pH e da velocidade de varredura do potencial elétrico na resposta das pastas

de G/GO e G/rGO utilizando VPD para a tríade EP, AA, AU ............................................ 37

4.11 Estudo da interferência de um analito (AU e EP) sobre o outro empregando o eletrodo

de G/GO e G/rGO ................................................................................................................ 38

4.12 Determinação simultânea de EP e AU com eletrodo de G/GO e G/rGO .................... 38

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 39

5.1 Caracterização do óxido de grafite e grafeno sintetizados através de microscopia

eletrônica de varredura, difração de raio-X e espectroscopia no infravermelho ................. 39

5.2 Microscopia eletroquímica de varredura das pastas G, G/NTCPS, G/NTCPM, G/GO e

G/rGO ................................................................................................................................... 43

5.3 Comportamento eletroquímico dos compostos: dopamina, epinefrina, ácido ascórbico e

ácido úrico sobre G, G/GO, G/rGO, G/NTCPS, G/NTCPM, GO/NTCPS e GO/NTCPM . 47

Page 19: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

xiii

5.4 Efeito do pH e da velocidade de varredura do potencial elétrico na oxidação dos

compostos EP, AA e AU por VPD para a pasta de G/GO e G/rGO .................................... 51

5.5 Estudo da interferência de um analito (ácido úrico e epinefrina) sobre o outro

emregando os eletrodos de G/GO e G/rGO ......................................................................... 60

5.6 Determinação simultânea de EP e AU em eletrodo com pasta de G/GO e G/rGO ....... 63

6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 68

PERSPECTIVAS .................................................................................................................... 69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 70

Page 20: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

1

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a busca por melhora nos processos produtivos tem sido crescente

uma vez que muitos materiais que servem para aplicação em manufatura estão sendo

substituídos pelos chamados materiais nanoestruturados, para assim diminuir as dimensões

físicas dos produtos bem, como aumentar seu desempenho. Com isso a quantidade de

materiais atualmente disponíveis para as mais variadas aplicações científicas e industriais tem

aumentado em tipo e número (JAHAN, 2009).

A Ciência está cada vez mais interdisciplinar e a cada momento vê-se diferentes ramos

do conhecimento levando a um conhecimento cientifico e tecnológico cada vez mais

integrado. Ao mesmo tempo que a ciência avança, os sistemas envolvendo a tecnologia

caminham, de uma maneira geral, para a miniaturização e menores tempos de análises. Neste

sentido, no futuro próximo, prevê-se a manipulação dos materiais em níveis cada vez menores

e com isso a nanotecnologia desponta como uma área que sofre um crescimento exponencial

no que tange novas descobertas.

A nanotecnologia vem provocando uma grande revolução no mundo científico e

tecnológico. Há atualmente um grande desenvolvimento nesse setor devido à diversidade de

áreas em que a nanotecnologia pode ser aplicada. O foco desse segmento da ciência é o

desenvolvimento de novos materiais para elaboração de novos produtos e processos, tendo em

vista a grande capacidade da tecnologia moderna de manipular átomos e moléculas. A

nanotecnologia pode, portanto ser aplicada a uma gama de áreas da ciência e setores

industriais (BORSCHIVER et al., 2005). Neste sentido, a Química vem explorando a

nanotecnologia para desenvolvimento de novos materiais com um número grande de

propósitos, como por exemplo o desenvolvimento de novas plataformas para sensores

químicos.

Os sensores químicos são dispositivos integrados que transformam uma reação

química ou um evento bioquímico em um sinal analítico útil. Eles não necessitam de adição

contínua de reagente para sua operação e fornecem resultados confiáveis. O desenvolvimento

de sensores químicos tem sido ponto chave na instrumentação analítica moderna pois muitas

vezes esses sistemas dispensam o uso de aparelhos complexos e maior infraestrutura. Mais

especificamente, os sensores eletroquímicos tem sofrido amplo desenvolvimento nos últimos

anos uma vez que tem havido a necessidade cada vez maior de testes analíticos rápidos,

baratos e mais simples para detecção de compostos químicos e biológicos em baixas

quantidades (ALFAYA; KUBOTA, 2002). Portanto, o desenvolvimento dos sensores

Page 21: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

2

eletroquímicos tem envolvido, de maneira intensa, o uso de nanomateriais incluindo os

materiais à base de carbono.

Neste contexto, os nanomateriais que têm como base de sua estrutura o carbono são,

nos dias de hoje, muito atrativos devido às suas diferentes formas e baixo custo. Entre esses

nanomateriais incluem-se o óxido de grafite, grafeno, fulerenos e nanotubos de carbono.

Como resultado da grande versatilidade desses materiais, tem havido um aumento

significativo na exploração desses materiais na confecção de sensores eletroquímicos e,

principalmente, o óxido de grafite e o grafeno, tem despontado como novos compostos a

serem entendidos tendo em vista o pouco conhecimento que há sobre as potencialidades

destes materiais.

O presente trabalho teve por objetivo a síntese de óxido de grafite e do grafeno,

materiais à base de carbono, cuja produção e aplicação têm recebido grande atenção da

comunidade científica, bem como sua caracterização e utilização como novas plataformas

úteis ao desenvolvimento de sensores para o ácido ascórbico, ácido úrico, dopamina e

epinefrina.

Page 22: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

3

2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é a síntese e a caracterização do óxido de grafite e do

grafeno bem como a aplicação desses materiais em estudos eletroquímicos envolvendo os

compostos AA, AU, DP e EP utilizando eletrodos em forma de pasta. Para atingir o geral

objetivo em questão os seguintes objetivos específicos foram estabelecidos:

a) Tratar o grafite com fortes agentes oxidantes para a síntese do óxido de grafite e

reduzir o óxido de grafite com hidrazina para a síntese do grafeno;

b) Caracterizar o óxido de grafite e o grafeno empregando a microscopia eletrônica

de varredura, difração de raios-X e espectroscopia no infravermelho por

transformada de Fourier;

c) Analisar o comportamento dos eletrodos de pastas de grafite puro, grafite/grafeno,

grafite/óxido de grafite bem como pastas de grafite/NTCPS e grafite/NTCPM

confeccionados empregando a técnica de microscopia eletroquímica de varredura

(imagens e curvas de aproximação);

d) Analisar o comportamento eletroquímico das pastas por voltametria cíclica e

voltametria de pulso diferencial frente à tríade dopamina, ácido ascórbico e ácido

úrico bem como da tríade epinefrina, ácido ascórbico e ácido úrico frente ao

eletrodo de pasta de grafite puro, pastas mistas grafite/grafeno, grafite/óxido de

grafite bem como pastas de grafite/NTCPS e grafite/NTCPM;

e) Estudar a influência do pH e velocidade de varredura sobre o comportamento

eletroquímico dos analitos sobre os eletrodos de pasta;

f) Avaliar a interferência de um analito sobre o outro empregando os eletrodos de

pasta confeccionados;

g) Determinar simultaneamente epinefrina e ácido úrico em eletrodo com pasta de

óxido de grafite/grafite e eletrodo com pasta de grafeno/grafite.

Page 23: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Sensores

Sensores são importantes devido as suas inúmeras aplicações na ciência motivadas

pela simplicidade envolvida no seu desenvolvimento e aplicação (JACOBS; PEAIRS;

VENTON, 2010). Tais dispositivos são definidos como instrumentos que possuem a

capacidade de responder a certos estímulos de forma que mediante a variação de uma

determinada propriedade mensurável do sistema seja possível monitorar determinados

eventos químicos (FUCHS; SOPPERA; HAUPT, 2012). Um sensor é composto basicamente

por três partes: o elemento de reconhecimento, cuja interação com uma molécula de interesse

gera uma variação em determinada propriedade do sistema; o elemento transdutor, que

converte o sinal analítico resultante da interação entre o elemento de reconhecimento e o

analito em um sinal mensurável, e o elemento condutor, que como o próprio nome faz

referência, conduz o sinal analítico ao equipamento que irá lê-lo (DORST et al., 2010). Vários

são os tipos de sensores desenvolvidos ao longo dos anos e, dentre esses, os sensores

químicos se destacam. O destaque deve-se à facilidade de construção, à eficiência e a grande

variedade de materiais que podem ser utilizados na confecção desses sensores o que

consequentemente gera uma grande variedade de configurações a estes sistemas

(GONÇALVES, 2010).

Sensor químico é um aparelho que transforma uma informação química em um sinal

analítico útil. O sinal analítico mencionado pode ser uma variação em decorrência de uma

reação química entre o analito e o elemento de reconhecimento ou variação em uma

propriedade física do sistema investigado (ROCHA-SANTOS; DUARTE, 2010). Sensores

químicos são constituídos por um elemento quimicamente seletivo, cujo objetivo é interagir

química ou fisicamente com determinado analito e gerar um sinal mensurável que quantifique

ou qualifique esse analito (RONKAINEN; HALSSALL; HEINEMAN, 2010). As respostas

produzidas por sensores químicos estão relacionadas ao elemento quimicamente seletivo do

sensor, ou seja, ao elemento de reconhecimento. Essas respostas são analisadas em termos de

alguns parâmetros como linearidade, repetibilidade, tempo de resposta e estabilidade

(ADHIKARI; MAJUMDAR, 2004; FRADEN, 2003). Entretanto, sensibilidade e seletividade

são dois dos fatores que mais influenciam na aplicação de um sensor químico (GONÇALVES,

2010). A seletividade está relacionada à resposta do sensor ao analito de interesse, mesmo

quando esse analito situa-se em uma matriz com outros compostos. Já a sensibilidade diz

Page 24: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

5

respeito à capacidade do sensor em discriminar a menor variação na quantidade de analito, de

maneira reprodutível (FRADEN, 2003).

Os sensores químicos podem ser classificados de acordo com o princípio físico de

operação do transdutor. Sensores ópticos transformam fenômenos ópticos, que são resultado

da interação entre o analito e o receptor, em um sinal mensurável. Sensores eletroquímicos

transformam as interações eletroquímicas entre o analito e o elemento de reconhecimento em

um sinal analítico útil. Em sensores elétricos não ocorre nenhum processo eletroquímico, mas

o sinal é gerado por mudanças nas propriedades elétricas que ocorrem devido às interações

entre o analito e o sensor, e com isso é gerado um sinal analiticamente útil. Por sua vez, os

sensores que operam através de fenômenos sensíveis à massa associam a mudança de massa,

em uma superfície modificada, em uma mudança de propriedade do material suporte. A

mudança de massa é causada por acúmulo do analito sobre o material de suporte e, por

exemplo, em sistemas piezelétricos ocorre uma mudança na frequência de ressonância

fundamental do cristal piezelétrico de quartzo. Por fim, sensores termométricos são

caracterizados de acordo com os efeitos do calor gerado em uma reação química específica

(HULANICKI; GLAB; INGMAN, 1991). A FIGURA 1 traz uma representação genérica de

um sensor químico.

FIGURA 1 – Representação genérica de um sensor químico.

Tendo em vista a grande complexidade das amostras analisadas atualmente bem como

o grande número de parâmetros envolvidos no desenvolvimento e aplicação de sensores

Page 25: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

6

químicos, inúmeros fatores devem ser considerados na escolha apropriada de um sensor

químico para a realização de uma análise. Esses fatores estão esquematizados na FIGURA 2.

FIGURA 2 – Fatores a serem considerados na escolha de um sensor.

Tendo em vista os inúmeros fatores descritos na escolha adequada de um sensor frente

a um determinado par analito/amostra, destaca-se a classe de sensores eletroquímicos uma vez

que aliado à possibilidade de integração de um elemento de reconhecimento está o baixo

custo operacional evolvido nas técnicas eletroquímicas bem como a possibilidade de

miniaturização destes sistemas.

A TABELA 1 traz um resumo dos principais tipos de sensores classificados de acordo

com o princípio de transdução do sinal.

Page 26: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

7

TABELA 1 – Sensores e seus princípios de operação.

Tipo de sensor Mecanismo de operação Referência

Óptico Transformam fenômenos ópticos como

resultado da interação entre o analito e

o receptor em um sinal mensurável. Ex.

mudança no índice de refração.

Qazi; Mohammad; Akram, 2012

Eletroquímico Transformam as interações

eletroquímicas entre o analito e o

eletrodo em um sinal analítico útil. Ex.

eletrooxidação.

Yingpan; Miao; Hongbing, 2012

Elétrico Transformam mudanças nas

propriedades elétricas ocorridas devido

a interações entre o analito e o sensor

em um sinal de saída. Ex.

condutividade.

Hulanicki; Glab; Ingman, 1991

Sensibilidade à massa Transformam mudança de massa, em

uma superfície modificada, em uma

mudança de propriedade do material

suporte, gerando um sinal.

Piezoeletricidade.

Chen et al., 2002

Termométrico Funcionam de acordo com os efeitos

do calor gerado por uma reação

química específica. Ex. temperatura.

Xie; Ramanathan; Danielsson,

2000

3.2 Sensores Eletroquímicos

Sensores eletroquímicos são dispositivos cujo princípio de transdução baseia-se na

variação de uma propriedade eletroquímica na interface eletrodo/solução associada com a

interação entre o analito e o receptor. As medidas eletroquímicas podem ser essencialmente

efetuadas sob duas condições: a condição de equilíbrio e a condição fora do equilíbrio. Na

condição de equilíbrio a passagem de corrente elétrica é desprezível e nesse modo de

operação os sensores podem ser potenciométricos ou impedimétricos. Nos sensores

potenciométricos o potencial de equilíbrio é medido de forma que o mesmo é usado na análise

quantitativa. Por sua vez, nos sensores impedimétricos uma perturbação mínima é aplicada ao

sistema (geralmente uma perturbação senoidal de corrente ou potencial) tal que o sistema

opere em regime estacionário.

Na condição fora do equilíbrio tem-se a passagem de corrente elétrica ou potencial

Page 27: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

8

elétrico de forma expressiva. Dentre as subclasses de sensores em que o sistema

eletroquímico encontra-se fora do equilíbrio são de amplo uso os chamados sensores

voltamétricos, condutimétricos e os sensores amperométricos. Um sensor amperométrico

mensura a corrente elétrica quando se aplica um determinado potencial elétrico ao sistema.

Por outro lado, nos sensores voltamétricos varre-se uma região de potencial elétrico e tem-se

com isso uma corrente elétrica proporcional à concentração do analito. Por sua vez, os

sensores codutimétricos operam através do monitoramento da condutividade do meio que

contem o analito, e desta forma mudanças na composição do meio devido às reações químicas

podem ser monitoradas. As medidas eletroquímicas fora do equilíbrio permitem a mensuração

de parâmetros cinéticos e termodinâmicos do sistema eletroquímico, já as medidas feitas em

equilíbrio fornecem parâmetros termodinâmicos diretamente. Dessa maneira, a

potenciometria é util para a determinação de atividade e concentração e a voltametria e

amperometria permite que se conheça outros parâmetros, incluindo os parâmetros cinéticos do

processo de interação analito-receptor (MORETO, 2006).

Em sensores eletroquímicos o sinal analítico está associado à interação entre o analito

e uma membrana, filme, monocamada, entre outros, comumente posicionada na extremidade

do transdutor. A fase que contém o elemento de reconhecimento pode ser imobilizada na

superfície do sensor de várias maneiras e esse é um dos fatores mais importantes associados à

qualidade das medidas produzidas pelo sensor de forma que, a adequada escolha do método

de imobilização se faz essencial para que os processos químicos envolvidos no evento de

reconhecimento sejam mantidos em sua plenitude (LOWINSOHN; BERTOTTI, 2006).

3.3 Eletrodos quimicamente modificados

O termo eletrodo quimicamente modificado (EQM) surgiu em 1975 (MOSES; WIER;

MURRAY, 1975) e designa eletrodos com espécies quimicamente ativas, imobilizadas na

superfície eletródica, com intuito de interferir na natureza físico-química da interface eletrodo

solução, bem como controlar essa interface. A modificação é aplicada sobre a superfície do

eletrodo e tem como objetivo controlar a seletividade e reatividade do sistema eletródico,

possibilitando a utilização de eletrodos em várias aplicações (SOUZA, 1997).

Um EQM consiste em duas partes: o eletrodo base e o modificador químico. O

eletrodo é preparado de acordo com as características que se deseja no sensor. A escolha do

eletrodo base é um ponto muito importante na preparação do sensor uma vez que este

substrato deve possuir as características eletroquímicas apropriadas bem como ser adequado

Page 28: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

9

ao método de modificação escolhido. Vários são os materiais utilizados como eletrodo base,

entre eles pode-se citar o ouro, a platina, o carbono vítreo, grafite pirolítico (ordinário ou

altamente orientado e rico em planos EDGE ou BASAL), fibras de carbono, pasta de carbono,

entre outros (PEREIRA; SANTOS; KUBOTA, 2002).

Em eletroquímica, a aplicação de camadas de agentes modificadores sobre a superfície

do eletrodo tem sido a técnica mais comum de modificação de eletrodo. De maneira geral, os

métodos mais usados para introdução de um agente modificador na superfície de um eletrodo

são adsorção física irreversível, materiais compósitos, imobilização por oclusão, materiais

inorgânicos, ligação covalente a sítios específicos dos eletrodos, bem como recobrimento com

filmes poliméricos (VENDRAME, 2004). A TABELA 2 mostra os principais métodos de

introdução do agente modificador na superfície do eletrodo.

TABELA 2 – Principais métodos de imobilização do agente modificador na superfície do eletrodo.

Método de imobilização Principais características Referência

Adsorção Incorporação de maneira simples

e rápida de compostos em uma

grande variedade de eletrodos

base

Kong; Hu, 2012

Imobilização por oclusão Acoplamento de vários

componentes em uma matriz

polimérica ou sua inserção em

membrana semipermeável

Garcia; Oliveira Neto; Kubota, 1998

Materiais inorgânicos

Matrizes inorgânicas são

utilizadas como modificadores,

como por exemplo, sílica-gel

Mujahidemail; Lieberzeitemail;

Dickert, 2010

Ligação covalente Incorporação de grande número

de substâncias, de forma estável,

por meio da manipulação de

grupos funcionais na superfície do

eletrodo

Massafera; Torresi, 2009

Recobrimento com filme

polimérico

Imobilização de várias camadas

da espécie ativa na superfície do

eletrodo

Yao-Zu; Mei-Rong; Xin-Gui, 2009

Materiais compósitos Permite a modificação no interior

do material eletródico

Rahim et al., 2011

Page 29: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

10

3.3.1 Adsorção

A adsorção é um método no qual ocorre a dissolução do agente modificador em

determinado solvente e o eletrodo é exposto, por imersão, à solução contendo o modificador

(EMR; YACYNYCH, 1995; ALBAREDA-SIRVENT; MERKOCI; ALEGRET, 2000).

Eletrodos de carbono apresentam a característica de quimiossorver compostos que possuem

sistemas de elétrons π estendidos, como os compostos orgânicos aromáticos. Essa adsorção

ocorre devido à interação do plano basal do eletrodo de carbono com os elétrons π da

molécula aromática (SOUZA, 1997). Além da quimiossorção verifica-se a existência de outro

processo adsortivo, a adsorção física, ou fisiossorção. Na fisiossorção a atração entre

adsorvente e adsorbato ocorre devido a forças de Van Der Walls e/ou interações eletrostáticas.

Nesse processo pode casualmente ocorrer deslocamento de elétrons, entretanto esses elétrons

não são compartilhados entre adsorvente e adsorbato (HINES; MADOXX, 1985).

O método de adsorção é muito empregado devido a sua simplicidade e eficiência. Esse

método apresenta, contudo, a desvantagem de produzir EQM com o máximo de uma

monocamada de modificador, limitando assim a faixa de resposta linear destes sistemas. Outra

desvantagem está no fato de a adsorção ser um processo de equilíbrio. Isso pode levar à

ocorrência de dessorção do modificador durante sua utilização e consequente perda de

reprodutibilidade das medidas, além da diminuição de vida útil do eletrodo preparado dessa

forma (SOUZA, 1997).

Uma variante do processo de adsorção é a eletroadsorção. A eletroadsorção ocorre

quando se tem adsorção induzida pela aplicação de um potencial elétrico ao sistema. Por meio

desse método é possível a formação de multicamadas e a deposição é, em geral, tanto maior

quanto maior for o tempo de aplicação do potencial. O potencial aplicado determina a

velocidade da adsorção bem como a estrutura da camada adsorvida. Sob baixas velocidades

de varredura “há mais tempo” para a formação de uma camada com estrutura cristalina mais

perfeita, entretanto o emprego de baixas velocidades de varredura na etapa de eletroadsorção

nem sempre compensam em virtude dos longos tempos, muitas vezes, necessários para

imobilização de espécies. (OLIVEIRA-BRETT; BRETT, 1993).

3.3.2 Imobilização por oclusão

Um outro método utilizado para imobilização de modificadores é a oclusão em gel

(OLIVEIRA NETO, 1999) que se baseia em acoplar vários componentes em uma matriz

Page 30: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

11

polimérica ou inserindo-os em uma membrana semipermeável. Materiais como enzimas,

organelas, células e outros são biocomponentes apropriados para serem imobilizados através

desse método. Esse método apresenta a vantagem de o componente biológico não se ligar à

matriz, o que é muito importante para evitar a diminuição da atividade enzimática devido à

imobilização. Por outro lado, a desvantagem é a possibilidade de a enzima se lixiviar da rede

polimérica (PEREIRA; SANTOS; KUBOTA, 2002).

3.3.3 Materiais inorgânicos

Em eletrodos modificados com materiais inorgânicos várias matrizes inorgânicas têm

sido usadas como modificadores. Como exemplo pode-se citar sílica-gel, óxidos, fosfatos

metálicos, zeólitas e outros. A existência de grande número de materiais à base de sílica e a

rica química da superfície desse material implica em um grande potencial para sua aplicação

em eletroquímica. Outra matriz inorgânica bastante interessante, provinda dos silicatos, são os

chamados óxidos mistos, obtidos através do processo sol-gel (BRINKER; SCHERER, 1990).

As zeólitas também merecem destaque devido ao seu promissor uso em eletroquímica. Esse

material, assim como os fosfatos, incorpora espécies eletroativas por mecanismo de troca

iônica. As matrizes à base de zeólitas possuem outra característica importante: melhoram a

seletividade em um mecanismo baseado no tamanho e forma do reagente juntamente com a

estrutura tridimensional da zeólita (SONG; VILLEMURE, 2001).

3.3.4 Ligação covalente

O modificador também pode ser ligado de maneira covalente ao substrato do eletrodo.

Nesse processo são empregados vários tipos de reações, como por exemplo a reação de

silanização. Esse método de modificação é muito usado para imobilização de enzimas na

superfície do eletrodo. Superfícies de carbono podem apresentar grupos funcionais como

álcoois, cetonas, ácidos carboxílicos e anidridos resultantes da oxigenação dos átomos de

carbono do plano vertical contendo ligações incompletas. Essas funções são passíveis de

derivatização. Com isso a modificação da superfície do eletrodo via ligação covalente é, em

grande parte, baseada na manipulação dos grupos funcionais oxigenados, presentes na

superfície do eletrodo. Esses grupos oxigenados mostram boa reatividade frente a grupos

funcionais como amina, organosilanos, cloretos de tionila e outros. Vale ressaltar que na

modificação por ligação covalente são também utilizados carbonos livres de óxidos,

Page 31: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

12

envolvendo, nesse caso, os átomos do carbono do plano vertical. Fratura sob atmosfera inerte

ou outros tratamentos como abrasão mecânica, “decapagem” por plasma de argônio ou

termólise sob vácuo, são processos capazes de gerar superfícies livres de óxidos, com grande

reatividade frente a um bom número de reagentes (SOUZA, 1997). Outra classe de

modificadores que operam via ligação covalentes são as monocamadas auto-organizadas.

Monocamadas organizadas de tióis são “organizados” moleculares onde as moléculas

compartilham, preferencialmente, uma orientação comum devido a afinidade do átomo de

enxofre (grupo cabeça) destas moléculas por determinados substratos. Em tais sistemas, em

geral, o grupo cabeça corresponde a um átomo de enxofre (que possui elevada afinidade por

determinados substratos metálicos) e o “corpo” corresponde a uma cadeia orgânica.

Desta forma, a auto-organização nestes sistemas está intimamente relacionada com a

afinidade do “grupo cabeça” das moléculas pelo substrato e associado à interação favorável

entre os grupos que constituem o “corpo” da molécula. Como resultado, estes sistemas podem

formar filmes finos (dimensões nanométricas e sub-nanométricas) que tem possibilitado um

amplo controle de propriedades físico-químicas das mais variadas superfícies metálicas.

De forma geral, os eletrodos modificados através de ligação covalente são mais

estáveis que eletrodos modificados pelos demais métodos, porém sua preparação é um pouco

mais complexa porque envolve a ocorrência de reação química na superfície do eletrodo.

Semelhante ao método de adsorção, a modificação via ligação covalente gera somente

cobertura com, no máximo, uma camada imobilizada (ALEGRET, 2000).

3.3.5 Recobrimento com filmes poliméricos

Nesse método de modificação a superfície do eletrodo é recoberta com uma ou mais

camadas de filme polimérico condutor ou permeável ao eletrólito suporte e ao analito de

interesse. A modificação com membrana polimérica permite a imobilização de muitas

monocamadas na superfície do eletrodo, o que aumenta a resposta eletroquímica. Filmes

poliméricos têm sido usados no desenvolvimento de sensores para proteger a superfície dos

eletrodos de impurezas, bloquear interferentes, imobilizar biocomponentes, incorporar

mediadores e fornecer biocompatibilidade. Em geral os filmes poliméricos são classificados

em quatro classes: condutores, de troca iônica, não-condutores e de membranas compostas.

Devido à grande variedade de polímeros existentes pode-se explorar as propriedades dos

mesmos de acordo com o fim pretendido (BIAGIOTTI et al., 2007).

Page 32: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

13

3.3.6 Materiais compósitos

Um eletrodo compósito é um material no qual o substrato base é combinado a um

agente modificador de forma que um comportamento sinérgico resultante da combinação seja

observado. Esse método mostra-se útil na modificação de eletrodos à base de carbono em pó

(negro de carbono, grafite), como eletrodos de pasta de carbono, de grafite-epóxi, eletrodos

impressos (screen-printed) e pastilhas. Quando há possibilidade é preferível a utilização de

uma variante do método descrito: mistura-se o carbono em pó em uma solução adequada do

agente modificador e quando o solvente evapora as partículas do pó de carbono ficam

recobertas pelo modificador, com isso tem-se uma distribuição mais homogênea desse

modificador. Em ambos os casos pode ocorrer perda do modificador para a solução de

medida, diminuindo a reprodutibilidade do método (VENDRAME, 2004).

Cada fase do compósito tem suas características individuais, mas a mistura pode

apresentar novas características físicas, químicas ou biológicas. Compósitos com

propriedades condutoras são, com excelentes resultados, utilizados em eletroquímica para o

desenvolvimento de sensores (ALEGRET, 1996).

O eletrodo de pasta de carbono é um dos sistemas utilizados, quando se trata de

materiais compósitos. A utilização de eletrodo de pasta de carbono foi registrada pela

primeira vez por Adams (1958), propondo a preparação de um eletrodo de carbono renovável,

usado em uma ampla faixa de potenciais positivos em que o eletrodo de mercúrio não poderia

ser utilizado por ser facilmente oxidado.

Atualmente o eletrodo de pasta de carbono é amplamente utilizado devido à sua

versatilidade, baixo custo e baixo ruído, modificação conveniente e facilidade de renovação

da superfície. Esse eletrodo permite ainda a incorporação de matrizes inorgânicas, que

conferem características específicas ao sistema eletródico (ADAMS, 1958; ALEMU;

CHANDRAVANSHI, 1998).

A pasta de carbono consiste em um pó de grafite, um material a ser escolhido, para ser

misturado ao pó de grafite, e um aglutinante (líquido orgânico) que auxilia na fixação da pasta

ao eletrodo (LIMA, 1998). O grafite em pó a ser utilizado no preparo do eletrodo deve ser de

alta pureza, apresentar baixa capacidade de adsorção de nitrogênio e de impurezas

eletroativas, além de possuir distribuição granulométrica uniforme (SILVA, 2006). O

aglutinante é normalmente um líquido orgânico como parafina, óleo mineral, óleo de silicone,

entre outros. Esse material é utilizado para preencher as cavidades existentes entre o grafite e

o outro material e dar consistência à pasta. O aglutinante deve ser puro, quimicamente inerte,

Page 33: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

14

não-eletroativo, imiscível com água e com as soluções do analito e ter baixa volatilidade

(SILVA, 2006; LIMA, 1998).

O desenvolvimento de eletrodos de pasta de carbono permite o aumento do limite de

detecção para o analito de interesse além de aumentar a seletividade em relação aos eletrodos

convencionais. Uma grande vantagem desse tipo de eletrodos é o fato de sua confecção ser

bem simples, em relação aos métodos de modificação de eletrodo que se se observa

convencionalmente. Adicionalmente, os eletrodos de pasta permitem que uma gama de

materiais com as mais variadas propriedades sejam empregados na confecção de novos

eletrodos. Estes sistemas têm sido empregados de forma extensiva e a literatura relata

milhares de referências bibliográficas acerca destes materiais. Dentre os materiais usados

como materiais condutores para confecção da pasta estão o grafite, os nanotubos de carbono,

fulerenos e mais recentemente, óxido de grafite e o grafeno. Neste sentido, uma avaliação

adequada destes materiais é essencial para que se encontre suas adequadas aplicabilidades no

que tange ao desenvolvimento de sensores químicos.

3.4 Principais materiais à base de carbono para confecção de eletrodos quimicamente

modificados: nanotubos de carbono, fulerenos, óxido de grafite e grafeno

3.4.1 Nanotubos de carbono

Carbono elementar com hibridização sp2

pode formar uma variedade (POPOV, 2004)

incrível de estruturas. Partindo do bem conhecido grafite, o carbono pode construir estruturas

abertas e fechadas com arranjo atômico em forma de hexágonos regulares. A primeira de tais

estruturas descoberta foi o C60 (KROTO et al., 1985). Embora as estruturas de carbono

tenham sido estudadas anteriormente, Ijima (1991) foi quem primeiro sintetizou uma estrutura

tubular de carbono. Os nanotubos consistem em um sistema contendo vários tubos

concêntricos em um arranjo chamado de nanotubo de carbono de paredes múltiplas NTCPM

(KHARE; BOSE, 2005), conforme apresentado nas FIGURAS 3 (a) e (b).

Page 34: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

15

FIGURA 3 – (a) Vista transversal de um NTCPM. Fonte: HE; XU; FANG, 2006. (b) Vista externa de um

NTCPM. Fonte: AJAYAN, 1999.

Ou podem se apresentar como um único cilindro em um arranjo chamado nanotubo de

carbono de parede simples NTCPS (KHARE; BOSE, 2005) conforme apresentado nas

FIGURAS 4 (a) e (b).

FIGURA 4 – (a) Vista de um NTCPS cortado transversalmente. Fonte: FERREIRA; RANGEL, 2009. (b) Vista

externa de NTCPM. Fonte: KHARE; BOSE, 2005.

Os NC são formados pelo enrolamento de folhas de grafeno formando um cilindro

(OLIVEIRA, 2009), sendo arranjados sob as formas de nanotubos de paredes simples e de

parede múltiplas. Outra forma de carbono filamentar que se assemelha aos nanotubos são as

nanofibras de carbono. A diferença crucial entre nanofibras e nanotubos é a forma como as

folhas de grafeno se organizam. Nanofibras são formadas por empilhamento de folhas de

grafeno formando cones ou copos, o que não ocorre nos nanotubos de carbono (OLIVEIRA,

2009).

Page 35: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

16

Os NC possuem propriedades elétricas únicas (AVOURIS et al., 2003), possuem

resistência elétrica extremamente baixa. A resistência ocorre quando os elétrons colidem com

algum defeito na estrutura pela qual passam e esse defeito pode ser uma impureza atômica,

uma anormalidade estrutural ou vibração de um átomo em relação a sua posição atômica. As

colisões com as imperfeições defletem os elétrons de sua rota, porém os elétrons, nos

nanotubos de carbono, não desviam facilmente de seu trajeto eletrônico o que confere aos

mesmos alta condutividade eletrônica (TANS; VERSCHUEREN; DEKKER, 1998). A baixa

resistência elétrica faz com que os NC tenham alta condutividade eletrônica e essa

propriedade torna os NC um excelente material para ser utilizado em eletroquímica. Os NC,

devido às suas características únicas, são muito utilizados no desenvolvimento de sensores

eletroquímicos para uma gama de compostos, além de poderem ser modificados, formando

compósitos com propriedades elétricas ainda melhores do que os NC não modificados. Os

NC possuem alta resistência mecânica como resultado das ligações carbono-carbono sp2

(ROBERTSON; BRENNER; MINTMIRE, 1992). Anteriormente à descoberta dos NC o

diamante era o melhor condutor térmico conhecido. Neste sentido, os nanotubos de carbono

têm mostrado propriedades de condução térmica até duas vezes melhor que a condução no

diamante (HONE, 2001).

As técnicas comumente utilizadas para síntese de NC são descarga por arco, ablação

por laser e deposição química de vapor. A técnica de descarga por arco é baseada na geração

de um arco elétrico entre dois eletrodos de grafite sob uma atmosfera inerte de argônio ou

hélio, à pressão reduzida. Com isso produzem-se temperaturas maiores que 3000 ºC, levando

à vaporização do carbono do ânodo, que deposita sobre o cátodo, formando nanotubos e

outros subprodutos de carbono como fulereno, carbono amorfo e fuligem. Essa técnica

permite a produção de nanotubos de parede mútiplas e simples, porém para a síntese de

nanotubos de paredes multiplas os eletrodos devem ser dopados com pequena quantidade de

catalisador metálico (OLIVEIRA, 2009). A representação esquemática dessa técnica é

ilustrada na FIGURA 5.

Page 36: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

17

FIGURA 5 – Esquema da síntese de NC pelo método de descarga por arco. Fonte: THOSTENSON; RENB;

CHOUA, 2001.

Na técnica de ablação a laser utiliza-se um lazer para vaporizar um alvo de grafite em

um forno a uma temperatura de 1200ºC, sob fluxo de um gás inerte. A vaporização gera

espécies que são levadas pelo gás a uma região de alta temperatura e depositadas em um

coletor de cobre em forma de cone, resfriado por água (HIRLEKAR et al., 2009). A FIGURA

6 representa o esquema geral de síntese de NC pelo método de ablação por lazer.

FIGURA 6 – Esquema geral do método de síntese de NC por ablação por laser. Fonte: HIRLEKAR et al., 2009.

Apesar do progresso ocorrido nos métodos de síntese dos nanotubos, remanescia, até

pouco tempo atrás, alguns problemas em relação à sua síntese, dentre os quais pode-se citar a

dificuldade de produção em larga escala. O método de deposição química de vapor emergiu,

então, como um novo candidato na síntese de nanotubos. Através desse método foi possível

controlar a direção de crescimento dos nanotubos em um substrato e produzir em larga escala

(LI et al., 1996). Nesse processo uma mistura de gás hidrocarboneto, acetileno, metano ou

Page 37: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

18

etileno e nitrogênio são introduzidos na câmara de reação. Durante a reação, nanotubos são

formados no substrato pela decomposição de hidrocarbonetos a temperaturas de 700 a 900ºC

(MAMALIS; VOGTLÄNDER; MARKOPOULOS, 2004) sob pressão atmosférica. O

processo tem como uma das vantagens o fato de os nanotubos serem obtidos a temperaturas

mais baixas, embora sejam de qualidade inferior (KHARE; BOSE, 2005). A FIGURA 7

representa o método de deposição química de vapor.

FIGURA 7 – Esquema do método de deposição química de vapor. Fonte: OLIVEIRA, 2009.

Os métodos mais comuns para a síntese de NC ainda são muito complexos, o que leva

a um alto custo na produção de NC. Neste sentido, pesquisas tem sido feitas de maneira a se

desenvolver novos materiais que podem complementar ou substituir os NC em suas

aplicações bem como tem havido uma intensa busca por novos métodos mais simples e

baratos de síntese de NC.

3.4.2 Fulerenos

Os fulerenos constituem uma classe de moléculas em forma de poliedros formados

unicamente por átomos de carbono. De maneira diferente a outras formas alotrópicas do

carbono, como o grafeno, óxido de grafite, diamante e grafite, nos fulerenos os carbonos estão

em sua forma molecular. Até o presente momento oito formas de fulerenos estáveis foram

isoladas em quantidades significativas (LEANDRO, 2010). A FIGURA 8 representa a

estrutura de um dos tipos de fulerenos sintetizados, o C60.

Page 38: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

19

FIGURA 8 – Estrutura do fulereno C60. Fonte: LEANDRO, 2010.

A partir da síntese do C60 em quantidades suficientemente grandes as propriedades

físicas dessa incrível forma alotrópica do carbono têm sido investigadas. Entre as descobertas

mais interessantes sabe-se que a molécula de C60, embora rica em elétrons, se comporta como

uma espécie eletronegativa, possuindo a capacidade de aceitar de maneira reversível de um

até seis elétrons, formando os ânions correspondentes (ECHEGOYEN; ECHEGOYEN 1998).

Outra propriedade surpreendente é que a molécula de C60 pode se tornar

supracondutora em espécies do tipo M3C60 (onde M = metal alcalino) (HOLCZER et al.,

1991), além de possuir propriedades ópticas não lineares (TUTT, 1992). Grande parte das

propriedades do C60 estão relacionadas à sua elevada simetria, na qual os 60 átomos de

carbono são equivalentes (LEANDRO, 2010).

O método mais comum para síntese de fulerenos é o método de Krätschmer et al.

(1990). Esse método consiste na incidência de um arco voltaico entre tubos de grafite de alta

pureza em uma atmosfera de hélio e pressão de 100-200 Torr. A temperatura que se necessita

para a síntese de fulerenos é de cerca de 2000ºC. O rendimento do fulereno C60 na fuligem

produzida pelo processo é de cerca de 5%. Esse método permite a obtenção de gramas de C60

bem como produz ainda C70 e fulerenos superiores (o total de fulerenos produzidos é de cerca

de 10 a 15%) (LEANDRO, 2010).

São descritos na literatura outros métodos menos comuns para a síntese de fulerenos,

com destaque para aqueles representados pela combustão de benzeno em uma atmosfera

deficiente de oxigênio (HOWARD et al., 1992) e pela condensação de hidrocarbonetos

aromáticos policíclicos por desidrogenação ou desidro-halogenação (SCOTT, 2004).

Page 39: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

20

3.4.3 Óxido de grafite

O óxido de grafite é caracterizado como um sólido de uma camada de átomos de

carbono funcionalizados com oxigênio cuja estrutura exata ainda permanece incerta devido à

sua baixa cristalinidade, composição não estequiométrica e instabilidade térmica (HE et al.,

1998; DREYER et al., 2010).

As FIGURAS 9 (a) e (b) representam o óxido de grafite em estrutura plana e em três

dimensões, respectivamente.

FIGURA 9 – Óxido de grafite: (a) representação plana; (b) representação em três dimensões. Fonte: COTE;

KIM; HUANG, 2008.

Sugere-se que, no óxido de grafite, em cada estrutura em forma de folha, os carbonos

são funcionalizados com grupos como cetona e epóxi, no plano basal, e grupos fenólicos e

carboxílicos nas extremidades laterais (DREYER et al., 2010). Essas funções contendo

oxigênio aumentam a hidrofilicidade das lâminas de óxido de grafite e abrem a rica

possibilidade de intercalação química (MATSUO; NIWA; SUGIE, 1999).

Devido a sua inerente carga negativa o óxido de grafite pode eletrostaticamente atrair

ou repelir algumas moléculas (RAMESH; BHAGYALAKSHMI; SAMPATH, 2004). Essa

propriedade pode ser explorada para detecção seletiva de neurotransmissores sob condições

apropriadas. Embora tenha aumentado o número de estudos realizados sobre o óxido de

grafite, ainda são poucos os estudos em que se utiliza esse composto no desenvolvimento de

sensores (CHANG et al., 2010).

O óxido de grafite é a forma oxidada do grafite obtida pelo forte tratamento oxidativo

do pó de grafite. Na síntese do óxido de grafite o grafite é tratado com agentes oxidantes

Page 40: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

21

como ácido sulfúrico, permanganato de potássio, nitrato de sódio e água oxigenada

(HUMMERS; OFFEMAN, 1958). Os primeiros estudos realizados sobre as aplicações do

óxido de grafite foram principalmente orientados para o desenvolvimento de capacitores e

nanocompósitos de óxido de grafeno (HAMWI; MARCHAND, 1996; LIU et al., 2009). Nos

dias atuais o óxido de grafite tem sido extensivamente estudado e utilizado em aplicações

atreladas ao desenvolvimento de sensores eletroquímicos.

3.4.4 Grafeno

O grafeno é um dos alótropos do carbono elementar. Consiste em átomos de carbono

arranjados em monocamada em uma estrutura de duas dimensões. Para formar as “folhas” de

grafeno os átomos organizam-se em estrutura semelhante ao favo de mel, ou seja, hexagonal,

como observado nos NC (SLONCZEWSKI; WEISS, 1958). As FIGURAS 10 (a) e (b)

representam respectivamente a estrutura do grafeno e uma microscopia eletrônica de

varredura (MEV) desse mesmo composto.

FIGURA 10 – Grafeno: (a) representação esquemática; (b) microscopia eletrônica de varredura. Fonte: (a)

KAMPOURIS; BANKS, 2010; (b) KIM, 2011.

Os elétrons se comportam, no grafeno, como partículas relativísticas, o que contribui

para as propriedades peculiares desse material à base de carbono (ZHANG et al., 2005;

NOVOSELOV et al., 2007). O grafeno tem mostrado propriedades intrigantes, como a alta

mobilidade dos elétrons (NOVOSELOV et al., 2005; NOVOSELOV et al., 2004),

excepcional condutividade térmica (BALANDIN et al., 2008) e propriedades mecânicas

superiores (LEE et al., 2008) se comparado a outros compostos. Suas potenciais aplicações

Page 41: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

22

incluem a detecção de gases, eletrodos condutores transparentes, compósitos e aparelhos para

estocagem de energia como supercapacitores e bateriais de íons de lítio (LI et al., 2008). Não

há dúvidas de que o grafeno surgiu como uma excelente alternativa, no caminho dos

cientistas, que buscam por novos materiais a serem utilizados na indústria eletrônica, química

entre outras áreas.

A mais fascinante das propriedades do grafeno á sua alta condutividade elétrica.

Quando usado associado a uma matriz polimérica ou algum outro modificador o grafeno pode

aumentar substancialmente a condutividade do modificador no compósito formado. Vários

fatores que influenciam a condutividade dos compósitos de grafeno têm sido comprovados

experimentalmente. Dentre esses fatores inclui-se, por exemplo a presença de grupos

funcionais nas folhas de grafeno (SINGH et al., 2011).

A condutividade térmica de um material é governada pela vibração da rede estrutural

do composto. Na estrutura bidimensional do grafeno tem-se observado alta condutividade

térmica (BALANDIN et al., 2008), fazendo desse material um excelente candidato a

aumentar o transporte de calor, quando associado a matrizes poliméricas. Os compósitos de

grafeno associado a matrizes poliméricas, com boa condutividade térmica, tem potenciais

aplicações em circuitos eletrônicos e sistemas de controle de temperatura de alta performance

(SINGH et al., 2011).

As propriedades mecânicas das folhas de grafeno também tem atraído a atenção dos

pesquisadores. Compósitos de grafeno e matrizes poliméricas demonstram grande força

intrínseca. Semelhante a outros compósitos, as propriedades mecânicas do grafeno associado

a polímeros são dependentes de fatores como distribuição do polímero na matriz de grafeno,

natureza da ligação entre o material polimérico e o grafeno entre outros (FANG, 2009). Neste

sentido, inúmeros pesquisadores interessados no desenvolvimento de materiais compósitos

têm se esforçado para melhorar as propriedades mecânicas dos sistemas contendo grafeno

(LIANG, 2009).

Alguns métodos comuns de síntese de grafeno são a esfoliação mecânica, sublimação

de carbetos, deposição química de vapor e síntese química. Cada tipo de síntese tem suas

vantagens, desvantagens e peculiaridades. Na esfoliação mecânica grafite de alta pureza é

esfoliado com uma fita adesiva. Adere-se a fita adesiva com grafite esfoliado a um substrato

de silício com 100 ou 300 nm de óxido (NOVOSELOV et al., 2004). Para que ocorra a

transferência, fita é bem pressionada em direção ao silício com uma pinça de plástico, por

alguns segundos, para que o grafeno fique bem aderido à matriz de silício. Nesses dois

substratos, fita e silício, é possível verificar a existência de grafeno e grafite em poucas

Page 42: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

23

camadas através de microscópio óptico (GEIM; NOVOSELOV, 2007). Esse método apresenta

a desvantagem de não produzir grafeno em larga escala, entretanto pode ser utilizado na

ausência de métodos mais eficientes de produção do grafeno (BARCELOS, 2011).

No método de síntese do grafeno por sublimação de carbetos ocorre sublimação do

elemento químico constituinte do carbeto de maneira que o elemento sublimado não seja o

carbono. Dessa forma o carbono restante religa-se e forma o grafeno. O carbeto mais utilizado

é o carbeto de silício (SiC) e o grafeno é produzido em atmosfera inerte ou em vácuo

(SPRINKLE et al., 2010). O grafeno é formado tanto na fase do silício quanto na fase do

carbeto de silício, com características peculiares em cada uma das fases (TEDESCO et al.,

2010). A obtenção de grafeno a partir de um substrato possibilita a aplicação desse material

em nanoeletrônica e uma grande vantagem desse método é que o carbeto de silício serve

como substrato (BARCELOS, 2011).

Com intuito de fazer crescer um filme de grafeno, um substrato de silício (com 300 nm

de SiO2) com uma camada de metal depositado ou uma superfície metálica é colocada dentro

de um tubo de quartzo e em seguida dentro de um forno de deposição química de vapor.

Anteriormente ao processo de crescimento, é preciso que os grãos do metal catalisador

aumentem de tamanho através de tratamento térmico. Grãos com maior tamanho permitem

uma deposição mais uniforme. A fase de crescimento do grafeno pode ser realizada em

atmosfera de argônio ou hidrogênio, podendo ainda ser realizado em vácuo (LI et al, 2011) ou

sob pressão atmosférica (GAO et al., 2010).

A conversão química de grafite ao grafeno tem surgido como uma rota viável para

síntese de grafeno em grandes quantidades (STANKOVICH, et al., 2006). O óxido de grafite

é usualmente sintetizado utilizando-se fortes agentes oxidantes como ácido sulfúrico

concentrado, ácido nítrico e permanganato de potássio (HUMMERS; OFFEMAN, 1958).

Após sintetizado o óxido de grafite, o mesmo é reduzido quimicamente a grafeno através do

uso de compostos redutores como a hidrazina (EDA; FANCHINI; CHHOWALLA, 2008) ou

boro-hidreto de sódio (ATHANASIOS et al., 2003).

O óxido de grafite e o grafeno mostram-se como alternativas muito viáveis na busca

por novos materiais a serem utilizados em sensores eletroquímicos. Isso se deve ao fato

desses materiais possuírem propriedades interessantes, como a alta condutividade elétrica, que

os tornam únicos. Devido às suas propriedades, esses compostos podem ser utilizado no

desenvolvimento de sensores pois é possível que permitam detecção de compostos

eletroativos sem sobreposição de picos, o que ocorre com muitos materiais hoje utilizados em

eletroquímica. Tendo em vista a grande dificuldade existente no desenvolvimento de sensores

Page 43: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

24

seletivos, materiais que tragam maior seletividade a um sistema eletroquímico é o que se tem

buscado. Dentre os vários sistemas em que se busca seletividade, sistemas contendo

moléculas biológicas são muito importantes, uma vez que o monitoramento de determinados

compostos pode permitir o conhecimento da evolução de determinadas patologias. Dessa

forma, estudo de sistemas que contenham ácido ascórbico, ácido úrico, dopamina e

epinefrina, que são observados em processos biológicos, são muito importantes.

3.5 Microscopia Eletroquímica de Varredura

Em meados dos anos 80 os pesquisadores Royce C. Engstrom e Allen J. Bard

realizaram, quase que simultaneamente em seus grupos de pesquisa, experimentos que podem

ser considerados percursores no desenvolvimento da microscopia eletroquímica de varredura

(WITTSTOCK, BUCHARDT et al., 2007). O termo “Scanning Eletrochemical Microscopy

(SECM)” foi criado por Bard e colaboradores em um artigo publicado em 1989 (KWAK;

BARD, 1989).

A SECM pode ser utilizada para o estudo de inúmeros processos eletródicos incluindo

estudos sobre propriedades químicas, eletroquímicas, cinéticas e topográficas das interfaces

em estudo. A técnica SECM tem, dentre suas mais interessantes características, a

possibilidade de uso com os mais variados tipos de substratos, incluindo superfícies sólidas,

como ouro, platina, carbono (grafite, carbono vítreo, fibra de carbono), materiais poliméricos,

membranas biológicas assim como alguns líquidos e óleos que formam duas fases (BARD;

MIRKIN, 2001). Tal característica confere à SECM uma característica única, que é seu vasto

campo de aplicação que vai desde materiais condutores a materiais isolantes.

O microscópio eletroquímico de varredura é composto basicamente por uma célula

eletroquímica de quatro eletrodos, um sistema de deslocamento piezelétrico com movimento

controlado de alta resolução nos planos x, y e z, com velocidade constante da ordem de µm/s,

um bipotenciostato para o controle preciso do potencial aplicado no ultramicroeletrodo

(UME) e/ou no substrato, uma interface de hardware que permite o controle da célula, e de

um computador que fornece uma interface fácil de usar com o hardware, e que permite

controlar os parâmetros do experimento (HOLMES et al., 2011). A FIGURA 11 mostra um

esquema simplificado do SECM.

Page 44: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

25

FIGURA 11 – Representação esquemática da microscopia eletroquímica de varredura. Fonte: adaptado de

http://www.chinstruments.com/chi900.shtml. Acesso em 10 de abril de 2013.

A SECM pode operar em diferentes modos, os principais são modo de feedback

(“feedback mode”) e modo gerador/coletor (KWAK; BARD, 1989; KARNICKA et al, 2007;

LU; WANG; LIU, 2007). No modo feedback o UME é polarizado a um potencial capaz de

conduzir uma reação de transferência de elétrons (reação eletroquímica), e este é posicionado

próximo a superfície do substrato, onde ambos são mergulhados em solução do eletrólito

contendo um mediador redox apropriadamente escolhido. Neste modo é observada uma

corrente no UME resultante de processos faradaicos que é função da composição da solução,

da natureza do substrato e da distância entre o UME e o substrato. (KWAK; BARDK, 1989;

WITTSTOCK; BUCHARDT et al., 2007).

Quando o UME se encontra afastado do substrato a uma distância d > 10 raio do

UME (10r), condição de difusão semi-infinita, a corrente limite monitorada no UME (iT,)

está relacionada com as reações eletroquímicas das espécies que chegam até a superfície do

UME via difusão, e neste caso, o substrato não exerce qualquer influência sobre a corrente

medida. Por sua vez, quando o UME se encontra próximo do substrato (d < 2r) a corrente

medida depende da natureza do substrato. No caso de um substrato condutor o produto

formado na sua forma oxidada na superfície do UME difunde para a superfície do substrato,

ocorrendo a reação reversa, regenerando a forma reduzida. Os inúmeros ciclos redox

proporcionam uma retroalimentação, o que provoca um aumento na corrente medida. Esse

fenômeno é conhecido como feedback positivo (KWAK; BARD, 1989; BARD et al., 1989).

No caso de um substrato isolante, a chegada de espécies eletroativas até a superfície do UME

é limitada, ocorrendo o bloqueio de sua área ativa, isso provoca uma diminuição na corrente

medida. Esse fenômeno é conhecido como feedback negativo (BARD et al., 1989; WIPF;

BARD, 1991). A FIGURA 12 representa os esquemas de feedback positivo e negativo.

Page 45: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

26

FIGURA 12 – Esquema de feedback positivo e negativo. (a) Um UME está posicionado próximo a um substrato

condutor onde os produtos realimentam o UME; na parte inferior da figura é apresentado o perfil simulado de

concentração na região entre o UME e o substrato. Neste caso observa-se uma pequena camada de difusão. (b)

Um UME está posicionado próximo a um substrato isolante; na parte inferior da figura é apresentado o perfil

simulado de concentração na região entre o UME e o substrato. Neste caso observa-se um bloqueio das espécies

que alimentam o UME. Fonte: LOPEZ, 2010.

Na FIGURA 12, o estado oxidado da sonda redox (O) está representado em azul e o

estado reduzido (R) em vermelho. Desta forma, fica evidente que quando um substrato

isolante é posicionado a uma pequena distância do UME o produto R torna a difusão da forma

oxidada O para o UME mais difícil. Desta forma, substratos isolantes provocam um feedback

negativo no UME e como resultado a aproximação do UME ao substrato isolante resulta em

valores de correntes inferiores à iT,∞. Por outro lado, para o substrato condutor, a espécie O

consumida pelo UME é regenerada pelo substrato de forma que os valores de corrente no

UME são superiores à iT,∞. Como resultado, diferenças na capacidade do substrato em

promover processos eletroquímicos podem ser monitorados pela SECM.

Adicionalmente, os valores das correntes podem ser medidos em função da posição do

microeletrodo na direção z em relação à superfície do substrato. Isso nos fornece a curva

denominada de curva de aproximação, que mostra a relação da corrente monitorada no

microeletrodo (i), em função da distância entre o UME e o substrato (d). Essa relação pode

fornecer informações sobre o perfil de concentração, a reatividade da superfície e a distância

entre o microeletrodo e o substrato (YOGESWARAN; THIAGARAJAN; CHEN, 2007;

PELLISSIER et al., 2008; SANTOS et al., 2008).

Page 46: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

27

A curva de aproximação obtida nos experimentos, para diferentes valores de potencial

aplicados ao substrato condutor, pode ser usada após sofrer tratamento de dados, conforme

descrito na literatura, para fornecer informações sobre parâmetros cinéticos (TURYAN et al.,

2003; LI; BERTONCELLO et al., 2008). Adicionalmente, o modo de feedback pode ser

empregado em associação com a varredura lateral do UME sobre a superfície do substrato de

forma que um mapeamento superficial das características do substrato possa ser conduzido

gerando uma imagem dos processos eletroquímicos de superfície.

3.6 Alguns compostos eletroativos detectáveis com eletrodos a base de materiais de

carbono: ácido ascórbico, ácido úrico, dopamina e epinefrina

Ácido ascórbico é uma vitamina e tem vital importância para o organismo dos

humanos. Está presente no cérebro dos mamíferos e coexiste nesse meio com muitos

neurotransmissores como a epinefrina. O ácido ascórbico tem sido usado no tratamento do

resfriado comum, doenças mentais, câncer e SIDA (ARRIGONI; TULLIO, 2002).

O ácido úrico é o produto primário do metabolismo da purina (KAUR, HALLIWELL,

1990). O monitoramento contínuo dos níveis de ácido úrico no corpo é essencial pois

concentrações elevadas desse composto pode levar a gota e hiperuricemia (MILAND et al.,

1996; SHI; SHIU, 2001). Outras doenças como leucemia e pneumonia estão associadas a

níveis elevados de ácido úrico no corpo (MILAND et al., 1996).

A dopamina é uma importante catecolamina neurotransmissora no sistema biológico

humano. É amplamente distribuída em tecidos cerebrais e transmite mensagens sinápticas no

sistema nervoso central de mamíferos. Deficiência de dopamina pode acarretar algumas

desordens biológicas como doença de Parkinson e esquizofrenia (DREMENCOV et al., 2004;

PERRY; FULLER, 1992)

A epinefrina é um dos mais importantes neurotransmissores no sistema nervosa central

e é responsável por vários processos químicos e biológicos no organismo humano (XUE,

1978; SIVANESAN, JOHN, 2008). A epinefrina existe no sangue e tecido nervoso sob a

forma de cátions orgânicos (XUE, 1978; HERNANDEZ et al. 1998) Esse biocomposto

pertence ao grupo dos neurotransmissores inibitórios e em níveis anormais também conduz o

organismo a disfunções biológicas como Parkinson (TSAI et al., 2012).

Pelo exposto ressalta-se que a determinação das espécies acima são de extrema

importância na área clínica. No contexto apresentado, o objetivo do presente trabalho é

sintetizar o óxido de grafite e grafeno e utilizá-los em alguns estudos voltamétricos

Page 47: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

28

envolvendo os neurotransmissores, epinefrina e dopamina, além dos compostos ácidos

ascórbico e úrico com o propósito de desenvolver novas plataformas para estas moléculas

empregando estes novos materiais de carbono. Realizou-se ainda alguns estudos de

microscopia eletroquímica de varredura das pastas confeccionadas.

Page 48: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

29

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Reagentes e soluções

O grafite em pó, a epinefrina, a dopamina, o sulfato de hidrazina, o ácido úrico, os

nanotubos de carbono de paredes múltiplas (pureza > 95%, 7-15 nm x 0,15-10 µm) e os

nanotubos de carbono de paredes simples (pureza > 90%, 1-2 nm x 0,5-2 µm) foram

adquiridos da Sigma-Aldrich®, St Louis, EUA). O sulfato de amônio foi adquirido da

Proquímios, Rio de Janeiro, Brasil. O ácido ascórbico e o hidróxido de sódio foram

adquiridos da Vetec Química Fina, Rio de Janeiro, Brasil. O ácido cítrico anidro foi adquirido

da Isofar Indústria e Comércio de produtos Químicos LTDA, Rio de Janeiro, Brasil e o fosfato

de sódio bibásico anidro foi adquirido da Dinâmica® Reagentes Analíticos, São Paulo, Brasil.

Para ajuste do pH das soluções tampão utilizou-se solução de hidróxido de sódio 0,2

mol L-1

. Todos os reagentes utilizados foram de grau analítico e as soluções foram preparadas

água com resistividade maior ou igual a 18 Mohm cm-1

, purificada pelo sistema PURELAB,

modelo Classic DI-MK2.

4.2 Instrumentação

As medidas eletroquímicas foram feitas utilizando-se um potenciostato/galvanostato

Autolab®

PGSTAT 128N da Eco Chemie (Ultrech, Netherlands) integrado a um

microcomputador que possui uma interface contendo o software GPES 4.9 para controle dos

parâmetros na realização dos experimentos bem como para a aquisição de dados. As respostas

eletroquímicas de corrente de pico e potencial foram obtidas através das técnicas de

voltametria cíclica e voltametria de pulso diferencial. A FIGURA 13 representa o

potenciostato/galvanostato e o microcomputador utilizados.

Page 49: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

30

FIGURA 13 – Potenciostato/galvanostato da Echo Chemie modelo PGSTAT 128N acoplado a microcomputador.

No processo de secagem das pastas foi utilizada estufa modelo EL-1.2 (Odontobrás,

Ribeirão Preto, SP, Brasil). O pH das soluções tampão foi medido utilizando-se um pHmetro

modelo DM-20 (Digimed, São Paulo, Brasil). Na determinação da massa, no preparo das

soluções, foi utilizada uma balança analítica com precisão de 0,1 mg, modelo AY220 (Marte,

Santa Rita do Sapucaí/MG, Brasil). Para dispersar os reagentes utilizou-se um banho

ultrassom com frequência de 25 Hz, marca Unique, modelo MaxiClean 14000 (Indaiatuba,

SP, Brasil). As centrifugações foram feitas utilizando-se duas centrífugas, uma centrífuga

modelo 2K15 e marca Sigma e a outra de marca Edutec e modelo EEQ-9004A.

As imagens do óxido de grafite e grafeno foram obtidas utilizando um microscópio

eletrônico de varredura marca TESCAN e modelo VEGA 3 LM, conforme apresentado na

FIGURA 14, localizado no Laboratório de Pesquisa em Química da Universidade Federal dos

Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Page 50: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

31

FIGURA 14 – Microscópio eletrônico de varredura, marca TESCAN, modelo VEGA 3 LM.

Os espectros para o óxido de grafite e grafite, de espectroscopia na região do

infravermelho, foram obtidos através do uso de um espectrofotômetro, marca VARIAN e

modelo 640 IR, conforme mostrado na FIGURA 15, localizado no Laboratório de Pesquisa e

Pós-Graduação para o Vale do Jequitinhonha da Universidade Federal dos Vales do

Jequitinhonha e Mucuri.

FIGURA 15 – Espectrofotômetro FT-IR marca VARIAN e modelo 640 IR.

Os difratogramas de difração de raio-X do grafite, óxido de grafite e grafeno foram

obtidos utilizando-se um difratômetro de raio-X modelo XRD-6000 da Shimadzu conforme

observado na FIGURA 16, localizado no Laboratório de Pesquisa em Química, da

Page 51: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

32

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

FIGURA 16 – Difratômetro de raio-X modelo XRD-6000 da Shimadzu.

As imagens de microscopia eletroquímica de varredura bem como as curvas de

aproximação foram obtidas utilizando-se um microscópio eletroquímico da CH Instruments,

modelo 920C (FIGURA 17), Localizado no laboratório de Pesquisa em Química da

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

FIGURA 17 – Microscópio eletroquímico de varredura, marca CH Instruments e modelo 920C.

Page 52: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

33

4.3 Eletrodos e célula eletroquímica

Na realização dos ensaios foi utilizada uma célula eletroquímica com capacidade para

10 mL, um eletrodo de prata/cloreto de prata como eletrodo de referência (ER), um eletrodo

de fio de platina como eletrodo auxiliar (EA) e um eletrodo de pasta de carbono como

eletrodo de trabalho (ET). A FIGURA 18 representa os três eletrodos utilizados. Os eletrodos

foram inseridos na célula através de entradas em uma tampa de Teflon®.

FIGURA 18 – ER = eletrodo de referência, EA = eletrodo auxiliar e ET = eletrodo de trabalho.

4.4 Síntese do óxido de grafite

Adicionou-se em um béquer de 1 L, em banho de gelo e sob agitação constante, 2,7 g

de grafite, 2,7 g de nitrato de sódio e 124,2 mL de ácido sulfúrico. Em seguida, foram

adicionados 16,2 g de permanganato de potássio. Uma vez misturada, a solução foi transferida

para banho-maria a 35º C e agitada por cerca de uma hora, até que foi observada a formação

de uma pasta grossa de cor marrom. 216 mL de água foram adicionados e a solução foi

agitada por 30 minutos, percebendo-se um aumento de temperatura até cerca de 90º C. Por

fim, 540 mL de água foram inseridos no sistema, além de 16,2 mL de peróxido de hidrogênio

(30%). Com isso a cor da solução mudou de marrom para amarelo. A solução foi então

filtrada e lavada com 540 mL de água. A torta obtida foi então dispersa em água sob agitação

mecânica e centrifugada a 1000 rpm por dois minutos. A centrifugação foi repetida por mais

duas vezes até que as partículas visíveis fossem removidas. O líquido sobrenadante da etapa

anterior foi então centrifugado novamente, a 8000 rpm por 15 minutos. O precipitado foi

Page 53: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

34

então separado, disperso em água novamente filtrado e seco em estufa a 40º C. Após a

secagem completa obteve-se o óxido de grafite (COTE; KIM; HUANG, 2009). Na FIGURA

19 tem-se o óxido de grafite obtido após a síntese.

FIGURA 19 – Óxido de grafite obtido após a síntese.

4.5 Síntese do grafeno

Foram pesados 100 mg de óxido de grafite que foram dispersos em 500 mL de água.

Pesou-se 88,61 mg de sulfato de hidrazina e adicionou-se a quantidade pesada em 700 µL de

água. A dispersão de sulfato de hidrazina foi adicionada à água contendo o óxido de grafite e

o sistema foi sonicado até que todo o sulfato de hidrazina se dissolvesse. Hidróxido de

amônio foi adicionado ao sistema até que o pH atingisse o valor de dez unidades. A solução

final foi então colocada sob refluxo, em um banho de óleo a 95ºC, por uma hora. Após o

término do refluxo o sistema foi centrifugado a 3000 rpm e o precipitado foi seco em estufa a

60ºC. Após a secagem obteve-se o grafeno (JIANG et al., 2011). A FIGURA 20 representa o

grafeno obtido após a síntese.

Page 54: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

35

FIGURA 20 – Grafeno obtido após a síntese.

A FIGURA 21 mostra sistemas de grafeno, óxido de grafite e grafite em que foram

dispersos 1 mg de cada um dos compostos em 5 mL de água.

FIGURA 21 – Grafite, óxido de grafite e grafeno, respectivamente, em dispersões de 1 mg em 5 mL de água.

4.6 Confecção das pastas

Inicialmente foram realizados estudos de otimização da razão massa de grafite / massa

dos materiais de carbono explorados (NTCPS, NTCPM, óxido de grafite e grafeno). Pastas

foram preparadas a diversas razões massa/massa. As pastas na razão em massa de 2,44 % de

material de carbono em relação à massa de grafite produziram melhores seletividades e

sensibilidades em relação aos compostos escolhidos como analitos.

Assim sendo, foram preparadas pastas de razão massa/massa de 2,44% (massa de X /

massa de grafite) em que X representa: óxido de grafite, grafeno, NTCPS ou NTCPM.

Page 55: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

36

Preparou-se ainda uma pasta óxido de grafite/NTCPM cuja razão massa / massa foi 2,44%

para fins comparativos. Na confecção das pastas as misturas foram homogeneizadas

utilizando-se pequena quantidade de tampão fosfato, pH 7, e secas em estufa. Após secagem,

adicionou-se à mistura cerca de 8 µL de óleo de silicone (THOMAS et al., 2011). A

TABELA 3 mostra a notação usada ao longo do texto na descrição dos eletrodos de pasta

confeccionados.

TABELA 3 – Descrição das pastas empregadas ao longo do trabalho.

Abreviação empregada Descrição do material

G Pasta de grafite

G/GO Pasta de grafite com grafite oxidado

G/rGO Pasta de grafite com grafeno

G/NTCPS Pasta de grafite com NTCPS

G/NTCPM Pasta de grafite com NTCPM

4.7 Caracterização do óxido de grafite e grafeno sintetizados através de microscopia

eletrônica de varredura, difração de raio-X e espectroscopia no infravermelho

Com o intuito de caracterizar os materiais sintetizados foram obtidas imagens de

microscopia eletrônica de varredura bem como difratogramas de raio-X do óxido de grafite e

do grafeno. Foram obtidos ainda espectros de espectroscopia na região do infravermelho do

óxido de grafite e do grafite. Para a realização da microscopia eletrônica de varredura

utilizou-se 2 mg de cada composto e o microscópio operou em 20 kV, na leitura de difração

de raio-X utilizou-se 10 mg de cada composto e a leitura foi feita no intervalo de 15 a 60º e na

espectroscopia na região do infravermelho utilizou-se 3 mg de cada composto, usou-se

pastilha de KBr e o intervalo de leitura foi de 500 a 4000 cm-1

.

4.8 Microscopia eletroquímica de varredura das pastas

Com o objetivo de verificar como as pastas de G, G/NTCPS, G/NTCPM, G/GO e G/rGO se

comportam foram realizados estudos de microscopia eletroquímica de varredura. Através

dessa técnica foram feitas imagens das pastas, nas quais verificou-se o padrão de distribuição

da corrente elétrica nos materiais estudados bem como também foram feitas curvas de

Page 56: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

37

aproximação em que o potencial da tip (ultramicroeletrodo) permanecia fixo e variava-se o

potencial do substrato em questão de modo que o substrato consiste na pasta analisada.

4.9 Estudo do comportamento eletroquímico por voltametria cíclica e voltametria de

pulso diferencial do eletrodo de pasta de grafite puro e eletrodos de pasta compósitos

sobre as tríades: dopamina, ácido ascórbico, ácido úrico (DA, AA, AU) e epinefrina,

ácido ascórbico, ácido úrico (EA, AA, AU)

Os processos de oxídação da DA, AA, AU e EP sobre os eletrodos de pasta (G, G/GO,

G/rGO, G/NTCPS, G/NTCPM) foram avaliados individualmente através da técnica de

voltametria cíclica (VC) bem como por voltametria de pulso diferencial (VPD). As medidas

de VC foram conduzidas, em cada uma das pastas, a uma velocidade de varredura de 50

mV/s. Por outro lado, as medidas de VPD foram conduzidas a uma velocidade de varredura

de 50 mV s-1

e amplitude de 50 mV.

Os estudos iniciais de caracterização por VC e VPD foram conduzidos utilizando-se

como eletrólito suporte 10,0 mL de solução 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7,0) na

concentração de 10-3

mol L-1

de DA, 10-3

mol L-1

de AA, 10-3

mol L-1

de AU 10-3

mol L-1

de

EP.

Após realizadas as leituras, verificou-se qual foi o potencial de pico e a corrente de

pico de cada um dos compostos em cada uma das pastas e confeccionou-se tabelas com

potenciais de pico e corrente de pico para cada uma das tríades além de tabela com a diferença

de potenciais de pico entre cada dois compostos em cada tríade.

4.10 Efeito do pH e da velocidade de varredura do potencial elétrico na resposta das

pastas de G/GO e G/rGO utilizando VPD para a tríade EP, AA, AU

A tríade EP, AU, AA foi escolhida inicialmente para os estudos eletroquímicos devido

à importância biológica desses compostos. O pH no sistema foi estudado mediante a variação

do mesmo utilizando-se o tampão McIlvaine (MORITA; ASSUNÇÃO, 2001). A fim de se

verificar a influência do pH sobre a resposta do sistema em questão foram feitas leituras

utilizando-se a VPD a uma velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s. O

estudo foi conduzido utilizando-se como eletrólito suporte 10,0 mL de tampão McIlvaine nos

seguintes valores de pH: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. As concentrações usadas

foram: 10-3

mol L-1

de DA, 10-3

mol L-1

de AA, 10-3

mol L-1

de AU e 10-3

mol L-1

de EP.

Page 57: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

38

Após a realização dos voltamogramas plotou-se o gráfico de pH versus potencial de pico para

cada um dos compostos.

Por sua vez, foram feitas várias leituras variando-se a velocidade de varredura do

potencial elétrico para o AA, AU bem como a EP. A velocidade de varredura foi variada de 10

a 100 mV/s. O estudo foi conduzido utilizando-se como eletrólito suporte 10,0 mL de solução

0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7,0) nas concentrações de 10-3

mol L-1

de AA, 10-3

mol L-1

de AU e 10-3

mol L-1

de EP. Após a realização dos voltamogramas cíclicos plotou-se o gráfico

do logarítmo da velocidade de varredura (log ν) versus o logarítmo da corrente elétrica (log I)

para os três compostos analisados.

4.11 Estudo da interferência de um analito (AU e EP) sobre o outro empregando o

eletrodo de G/GO e G/rGO

Tendo em vista a separação obtida por VPD encontrada para os picos de oxidação dos

compostos EP e AU, foram feitos estudos com intuito de se verificar o efeito da variação da

concentração de um dos compostos sobre o outro visando a quantificação simultânea de ácido

úrico e epinefrina. Dois diferentes experimentos foram realizados em solução 0,1 mol L-1

de

tampão fosfato (pH 7), em cada experimento variou-se a concentração de um dos dois analitos

enquanto foi mantida constante a concentração do outro. Nesses experimentos variou-se a

concentrção de um analito por vez em uma certa faixa de concentração a velocidade de

varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV. Após obtidos os voltamogramas utilizou-se o

recurso “Baseline Correction” do programa GPS para correção das linhas de base dos

voltamogramas obtidos.

4.12 Determinação simultânea de EP e AU com eletrodo de G/GO e G/rGO

A curva analítica para a determinação simultânea de AU e EP em solução 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) foi construída empregando a VPD. Nesses experimentos variou-se a

concentração dos dois analitos simultaneamente. A velocidade de varredura empregada foi 50

mV/s e amplitude de 50 mV. Após obtidos os voltamogramas, para efeito de análise, utilizou-

se o recurso “Baseline Correction” do programa GPS para correção da linha de base dos

gráficos obtidos.

Page 58: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

39

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização do óxido de grafite e grafeno sintetizados através de microscopia

eletrônica de varredura, difração de raio-X e espectroscopia no infravermelho

Inicialmente, foram obtidas imagens por microscopia eletrônica de varredura (MEV)

do óxido de grafite e grafeno sintetizados a fim de se analisar a morfologia dos mesmos

(FIGURAS 22 a 24). A FIGURA 22 apresenta a imagem obtida para o grafeno e a FIGURA

23 para óxido de grafite. Ambas as imagens são apresentadas na mesma escala e pode-se

observar nas figuras que o grafeno e o óxido de grafite apresentam morfologia que lembra

folhas em um emaranhado, conforme era esperado, pois trata-se de um composto formado

pela abertura da estrutura do grafite. Comparativamente é apresentada a imagem obtida por

MEV do grafite usado na síntese do óxido de grafite e do grafeno (FIGURA 24). Conforme

pode ser observado, o grafite se apresenta na forma de partículas cujas dimensões variaram

entre 30-70 µm aproximadamente.

Além da microscopia eletrônica de varredura os materiais sintetizados também foram

caracterizados através da técnica de difração de raio-X (FIGURA 25). Conforme pode se

observar na FIGURA 25, em conformidade com o previsto na literatura, observa-se a

presença de um pico de intensidade elevada, a 2 de 26,56o, que corresponde a um

espaçamento basal de 3,35 Å (d002 = 3,35 Å). O grafite apresentou também um pico de baixa

intensidade a 2 de 44º e um pico de baixíssima intensidade a 2 de 54º. Esse padrão está de

acordo com o previsto na literatura para o grafite (HAN et al., 1998). O óxido de grafite

apresentou um pico em a 2 de 10,5º. O espaçamento basal calculado pela Equação de Bragg

foi de 9 Å para o pico “0 0 2”

n = 2 d sen (1)

onde λ corresponde ao comprimento de onda da radiação incidente, “n” a um número inteiro

(ordem de difração), “d” à distância interplanar para o conjunto de planos h k l (índice de

Miller) da estrutura cristalina e θ ao ângulo de incidência dos raio-X (medido entre o feixe

incidente e os planos cristalinos). O aumento na distância interplanar para o espaçamento

basal observado ao comparar o grafite e o grafite oxidado é comumente observado na

literatura e é associado ao significante aumento no grau de oxidação do grafite oxidado

quando comparado ao grafite descrito devido à introdução de grupos oxigenados na estrutura

como epóxi, hidroxila, carboxila e carbonila (BISSESSUR; SCULLY, 2007).

Page 59: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

40

FIGURA 22 – Microscopia eletrônica de varredura do grafeno sintetizado.

FIGURA 23 – Microscopia eletrônica de varredura do óxido de grafite sintetizado.

FIGURA 24 – Microscopia eletrônica de varredura do grafite.

Page 60: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

41

O pico de difração do óxido de grafite em cerca de 43º está relacionado com o plano

da estrutura hexagonal do carbono (LI et al., 2010). Por sua vez, o grafeno apresenta picos

característicos com 2 a 24º e 43º (TANG et al., 2012). Outra característica destes picos é o

relativo alargamento dos mesmos comparados aos observados para o grafite. Ao compararmos

o espectro obtido por difração de raios-X obtido para o grafeno em relação ao espectro de

DRX do grafite oxidado, observamos que o espaçamento basal (d002) diminui de 9 Å para 3,5

– 3,8 Å nas amostras reduzidas e esta diminuição no valor do espaçamento basal sugere a

conversão do grafite oxidado em grafeno (MENG; PARK, 2012).

FIGURA 25 – Difratograma de raios-X para grafeno, grafite e o óxido de grafite.

Com o propósito de avaliar os materiais sintetizados no que diz respeito aos seus

grupos de superfície, os mesmos foram caracterizados também por espectroscopia no

infravermelho com transformada de Fourrier (FIGURA 26).

10 20 30 40 50 60

d002

= 3.35 Angstrom

d002

= 3.6 Angstrom

d002

= 9.0 Angstrom

Grafeno

Grafite

Óxido de grafite

Inte

nsid

ad

e r

ela

tiva

2 / degree

Page 61: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

42

500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000

skeletal graphene vibration

tertiary C-OH

streching (1100 cm-1

)O-H bending ( 1350 cm

-1)

C=O streching (1750 cm-1

)

O-H streching (3442 cm-1

)

Tra

ns

mit

ân

cia

/ %

Wavenumber / cm-1

grafite

grafite oxidado

grafeno

FIGURA 26 – Espectro de infravermelho comparativo entre o grafite e o óxido de grafite e grafeno.

Conforme pode ser observado, o óxido de grafite apresentou picos em cerca de 3450

cm-1

devido aos grupos hidroxil (-C-OH), 1100 cm-1

(C-O, estiramento), 1350 cm-1

(O-H,

deformações dos grupos C-OH) e 1750 cm-1

(C=O, estiramento dos grupos –COOH), sendo

esses picos relacionados à estrutura do óxido de grafite, confirmando a sua síntese. Esses

grupos contendo oxigênio foram introduzidos no grafite após tratamento oxidativo do mesmo,

para a formação do óxido de grafite (TANG; ZHANG; ZENG; LIN; GUO, 2012). Após o

tratamento químico do óxido de grafite o espectro de infravermelho do grafeno obtido revela

uma supressão de grande número de picos e bandas presentes na superfície do material final

obtido.

A partir de tais evidências fica aparente que o óxido de grafite produzido apresenta

uma estrutura rica em grupos funcionais conforme a proposta por Lerf-Klinouski (1998). A

FIGURA 27 representa o modelo proposto para o óxido de grafite.

FIGURA 27 – Modelo de Lerf-Klinouski para o óxido de grafite. Fonte: LERF et al., 1998.

Page 62: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

43

5.2 Microscopia eletroquímica de varredura das pastas de G, G/NTCPS, G/NTCPM,

G/GO e G/rGO

Experimentos de SECM foram realizados utilizando um ultramicroeletrodo (tip) de Pt

de raio 5 µm sob um potencial aplicado ET = 500 mV vs Ag/AgCl, sendo o potencial escolhi-

do pela tip por voltametria cíclica a distância tip-substrato d > 200 µm.

Imagens de microscopia eletroquímica para a G, G/NTCPS, G/NTCPM, G/GO e

G/rGO (região dos filmes de 100 µm × 100 µm) são apresentadas na FIGURA 28 (a) a 28 (e)

respectivamente, onde os resultados mostrados são para uma região do filme de 100 µm × 100

µm, de modo que a tip de Pt estava bem próxima à superfície do eletrodo modificado. O po-

tencial da tip e do substrato (filme) foram de 500 mV e -100 mV, vs Ag/AgCl, respectivamen-

te.

Page 63: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

44

FIGURA 28 – Imagens de microscopia eletroquímica para superfície de G (a), G/NTCPS (b), G/NTCPM (c),

G/GO (d) e G/rGO (e) (região dos filmes de 100 µm × 100 µm). Solução de ferrocianeto 1 mmol L-1

em KCl 0,1

M como mediador redox.

Observa-se na FIGURA 28 (a) as menores variações na corrente de feedback positivo

registrada na tip para o grafite puro. Por outro lado, o feedback positivo para grafite oxidado e

grafeno foram os maiores observados. As pastas contendo NTCPS e NTCPM apresentaram

valores de feedback positivo intermediários quando comparados ao grafite puro (menores

valores de feedback) e ao G/GO e G/rGO. Com o propósito de avaliar quantitativamente a

capacidade de cada material em trocar elétrons com a sonda redox, a cinética envolvida nos

(a) (b)

(c) (d)

(e)

Page 64: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

45

processos redox de cada material (G, G/NTCPS, G/NTCPM, G/GO e G/rGO) foi investigada

mediante a obtenção das curvas de aproximação (FIGURA 29 (a) a (e)).

Curvas de aproximação obtidas por SECM para a G, G/NTCPS, G/NTCPM, G/GO e

G/rGO são apresentadas nas FIGURA 29 (a) FIGURA 29 (e) respectivamente. O potencial

aplicado à tip foi de 500 mV enquanto que ao substrato foram aplicados diferentes valores de

potencial elétrico -200, -100, 0, 100 e 200 mV, vs Ag/AgCl, respectivamente.

5 4 3 2 1 00.50

0.75

1.00

1.25

1.50

-200 mV

-100 mV

0 mV

100 mV

200 mVCo

rre

nte

No

rma

liza

da

L = d / a

(a)

5 4 3 2 1 00.50

0.75

1.00

1.25

1.50(b)

(a)

-200 mV

-100 mV

0 mV

100 mV

200 mVCo

rre

nte

No

rma

liza

da

L = d / a

5 4 3 2 1 00.5

0.8

1.0

1.3

1.5(c)

(a)

200 mV

100 mV

0 mV

-100 mV

-200 mV

Core

nte

Norm

aliz

ada

L = d / a

6 4 2 00.50

0.75

1.00

1.25

1.50(d)

-200 mV

-100 mV

0 mV

100 mV

200 mVCorr

ente

Norm

aliz

ada

L = d / a

5 4 3 2 1 00.50

0.75

1.00

1.25

1.50(e)

-200 mV

-100 mV

0 mV

100 mV

200 mV

Co

rre

nte

No

rma

liza

da

L = d / a

FIGURA 29 – Curvas de aproximação obtidas para (a) G, (b) G/NTCPS, (c) G/NTCPM, (d) G/GO e (e) G/rGO

sob polarização da tip em + 500 mV vs Ag/AgCl e do substrato em diferentes potenciais elétricos: -200, -100, 0,

100 e 200 mV vs Ag/AgCl.

Page 65: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

46

As curvas de aproximação consistem na medida da corrente da tip à medida que há

uma aproximação da tip ao substrato, que por sua vez é polarizado em potencial distinto ao da

tip. De acordo com a teoria aplicável à SECM, as seguintes equações podem ser usadas para

que se possa extrair a constante de velocidade efetiva (keff) (WEI; BARD; MIRKIN, 1995):

(

)

(2)

(

) [ (

)]

[ ( )] (3)

onde ,

, representa a corrente da tip normalizada para o substrato condutor controla-

da pela difusão do mediador , corrente normalizada do substrato controlada cineticamente, e a

corrente da tip para o substrato isolante controlada por difusão, respectivamente, a uma sepa-

ração tip-substrato, L = d/a; representa a corrente da tip controlada cineticamente; Λ =

kd/D, onde k é a constante de velocidade aparente (cm / s), e F(L,Λ) = (11+2.3Λ)/[Λ(110-

40L)].

As correntes apresentadas foram normalizadas pela corrente da tip a uma separação

tip-substrato considerada semi-infinita, iT,∞. As aproximações analíticas para e

(MIRKIN; FAN; BARD, 1992) são:

(

) (4)

(

) [

] (5)

Conforme pode ser observado, as curvas de aproximação apresentam um padrão con-

dizente com as imagens obtidas por SECM e com o propósito de avaliar quantitativamente o

sistema, foram simuladas curvas de aproximação e comparadas às obtidas empiricamente.

Após o melhor ajuste entre as curvas obtidas empiricamente e por simulação foram obtidos os

valores da constante de velocidade efetiva para cada material de eletrodo frente à sonda redox

empregada (TABELA 4).

Page 66: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

47

TABELA 4 – Valores da constante de velocidade para cada material de eletrodo frente à sonda redox empregada.

Material k / cm s-1

G 0.013

G/NTCPS 0.460

G/NTCPM 0.530

G/GO 0.814

G/rGO 0.792

Conforme pode ser observado, os materiais a base de grafite oxidado e grafeno foram

os que apresentaram maiores valores de constante de velocidade efetiva. Com o propósito de

melhor avaliar as propriedades eletroquímicas dos materiais propostos (G, G/NTCPS,

G/NTCPM, G/GO e G/rGO), duas tríades formadas pelos compostos (dopamina, epinefrina,

ácido ascórbico e ácido úrico) foram avaliadas conforme a seguir.

5.3 Comportamento eletroquímico dos compostos: dopamina, epinefrina, ácido ascórbi-

co e ácido úrico sobre G, G/GO, G/rGO, G/NTCPS e G/NTCPM

Inicialmente, o comportamento eletroquímico dos analítos foram avaliados sobre os

eletrodos de pasta tipo G, G/GO, G/rGO, G/NTCPS e G/NTCPM por VC e VPD, em solução

de 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) a uma velocidade de varredura de 50 mV/s. Os

voltamogramas cíclicos obtidos são mostrados nas FIGURAS 30 e 31. Com o propósito de

avaliar a sensibilidade e a seletividade das pastas os analitos foram agrupados em duas tríades

comumente empregadas em estudos analíticos devido suas importâncias em estudos clínicos

(ARRIGONI; TULLIO, 2002; MILAND et al., 1996; DREMENCOV et al., 2004; TSAI et

al., 2012). A primeira tríade foi dopamina, ácido ascórbico e ácido úrico (Tríade 1) e a

segunda tríade foi epinefrina, ácido ascórbico e ácido úrico (Tríade 2).

Page 67: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

48

FIGURA 30 – Voltamogramas cíclicos para a tríade AA, AU e DP em concentração de 10-3

mol L-1

em solução

0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7), velocidade de varredura 50 mV/s sobre as seguintes pastas: (a) G, (b)

G/NTCPS, (c) G/NTCPM, (d) G/GO e (e) G/rGO.

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

DP

(a)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

DP

(b)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

I/

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

DP

(c)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

DP

(d)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-160

-140

-120

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

140

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

DP

(e)

Page 68: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

49

FIGURA 31 – Voltamogramas cíclicos para a tríade AA, AU e EP em concentração de 10-3

mol L-1

em solução

0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7), velocidade de varredura 50 mV/s sobre as seguintes pastas: (a) G, (b)

G/NTCPS, (c) G/NTCPM, (d) G/GO e (e) G/rGO.

Conforme se pode observar na FIGURA 30, os melhores resultados relacionados à

maior separação entre os potencials de pico da tríade dopamina, ácido ascórbico e ácido úrico

foi obtida utilizando-se a pasta de G/GO, cujos voltamogramas correspodem à FIGURA 30

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

EP

(a)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-80

-60

-40

-20

0

20

40

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

EP

(b)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

EP

(c)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

AU

AA

EP

(d)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

IA

E/V vs Ag/AgCl

AA

AU

EP

(e)

Page 69: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

50

(d). Esses resultados deixam evidente que o óxido de grafite é um material promissor para

utilização em sensores eletroquímicos, principalmente devido a verificação de que esses

resultados são melhores se comparados ao NTCPS e NTCPM sob as mesmas condições.

De forma similar, o comportamento eletroquímico da tríade EP, AA e AU foi avaliada

sobre os eletrodos de pasta tipo G, G/GO, G/rGO, G/NTCPS, G/NTCPM, GO/NTCPS e

GO/NTCPM por voltametria cíclica, em solução de 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) a

uma velocidade de varredura de 50 mV/s. Os voltamogramas cíclicos obtidos são mostrados

na FIGURA 31. Conforme se pode observar, o melhor resultado em termos da separação entre

os potencials de pico das três espécies analisadas (AA, AU, EP) foi obtido utilizando-se a

pasta G/GO, cujos voltamogramas correspodem à FIGURA 31 (d). Esses resultados deixam

evidente que o óxido de grafite é promissor também para a tríade EP, AA, AU.

Adicionalmente, foram obtidos voltamogramas de pulso diferencial da tríade: DP, AU,

AA bem como da tríade: EP, AU, AA. A partir dos voltamogramas de pulso diferencial foram

avaliados os potenciais de pico e corrente de pico bem como foram calculadas as diferenças

entre os potenciais de pico para duplas de compostos em cada tríade. A TABELA 5 e a

TABELA 6 mostram os resultados obtidos para a tríade DP, AU, AA, enquanto que a

TABELA 7 e a TABELA 8 mostram os resultados obtidos para a tríade EP, AU, AA.

TABELA 5 – Potencial de pico e corrente de pico para a tríade ácido úrico, ácido ascórbico e dopamina.

Pasta E/V I/A

DA AU AA DA AU AA

G 0,171 0,279 0,185 5,04 x 10-5

1,11 x 10-5

1,65 x 10-5

G/GO 0,203 0,380 0,013 1,16 x 10-5

1,14 x 10-5

4,51 x 10-6

G/rGO 0,312 0,330 0,100 4,8 x 10-5

1,26 x 10-5

4,3 x 10-5

G/NTCPS 0,192 0,315 0,260 2,30 x 10-5

4,40 x 10-5

4,98 x 10-6

G/NTCPM 0,171 0,350 0,067 3,11 x 10-5

4,02 x 10-5

6,85 x 10-6

TABELA 6 – Diferença de potencial de pico entre DA-AU e DA-AA.

Pasta DA-AU DA-AA

G 0,108 0,014

G/GO 0,177 0,190

G/rGO 0,212 0,010

G/NTCPS 0,123 0,068

G/NTCPM 0,179 0,104

Page 70: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

51

TABELA 7 – Potencial de pico e corrente de pico para a tríade epinefrina, ácido ascórbico e ácido úrico.

Pasta E/V I/A

AA AU EP AA AU EP

G 0,185 0,279 0,258 1,65 x 10-5

1,11 x 10-5

4,12 x 10-5

G/GO 0,013 0,380 0,220 4,51 x 10-6

1,14 x 10-5

2,45 x 10-5

G/rGO 0,110 0,312 0,194 4,2 x 10-5

4,44 x 10-5

4,16 x 10-5

G/NTCPS 0,260 0,315 0,221 4,98 x 10-6

4,40 x 10-5

1,80 x 10-5

G/NTCPM 0,067 0,350 0,208 6,85 x 10-6

4,02 x 10-5

1,03 x 10-5

TABELA 8 – Diferença entre os potenciais de pico entre EP-AU e EP-AA

Pasta AA-EP EP-AU

G 0,073 0,021

G/GO 0,207 0,160

G/rGO 0,084 0,118

G/NTCPS 0,039 0,094

G/NTCPM 0,141 0,142

Ao que observamos, a pasta de G/GO resultou em uma excelente seletividade quando

comparada às pastas de G, G/rGO, G/NTCPS e G/NTCPM. Ao que indica os estudos de ca-

racterização, a presença de grupos na superfície do óxido de grafite se mostram fundamental-

mente importantes na capacidade destes materiais em segregar os potenciais redox de espécies

cujos potenciais de oxidação/redução são muito próximos. Com o propósito de avaliar mais

adequadamente o processo de oxidação e redução dos analitos escolhidos a tríade 2 (EP, AA e

AU) foi escolhida como modelo e estudos do efeito do pH na oxidação destas moléculas so-

bre o eletrodo de pasta de G/GO foram realizados.

5.4 Efeito do pH e da velocidade de varredura do potencial elétrico na oxidação dos

compostos EP, AA e AU por VPD para a pasta de G/GO e G/rGO

A fim de analisar a influência do pH na oxidação dos compostos EP, AA e AU

empregando o eletrodo de pasta G/GO, o pH da solução foi variado (pH: 2,17; 2,93; 3,90;

4,90; 5,90; 6,95 e 7,95) utilizando-se tampão McIlvaine (MORITA; ASSUNÇÃO, 2001).

Foram feitas leituras utilizando-se a técnica de VPD, a uma velocidade de varredura de 50

mV/s e amplitude de 50 mV/s. Todos os analitos estavam em concentração 1 mmol L-1

. A

técnica de voltametria de pulso diferencial foi escolhida em detrimento de outras técnicas

eletroquímicas, como a voltametria de onda quadrada. Escolheu-se a VPD devido ao fato de

nessa técnica obter-se maiores valores de separação de pico entre os analitos quando se

Page 71: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

52

compara essa técnica com a voltametria de onda quadrada, por exemplo.

Conforme pode ser observado na FIGURA 32 (a) a corrente de pico aumenta até o pH

de 4,90; onde é observada a maior corrente de pico. A partir desse valor de pH ocorre um

decréscimo nos valores de corrente de pico. Pode-se observar ainda que conforme o pH

aumenta, ocorre um deslocamento negativo no potencial de pico da epinefrina. Na FIGURA

32 (b) pode-se observar uma correlação linear entre o potencial de oxidação da EP (Eox) e o

pH da solução no intervalo de pH estudado (2,17 – 7,95). O coeficiente angular do gráfico foi

0,0585 V/pH, estando esse valor próximo ao esperado para um sistema nernstiano (0,0595

V/pH a 25ºC), o que indica que o número de prótons (np) envolvidos nesse processo é igual ao

número de elétrons (ne) (PAPOUCHADO et al., 1975).

FIGURA 32 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico da epinefrina. Os valores de pH avaliados

foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o potencial de oxidação da EP e o pH da

solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A concentração da EP investigada foi 1 mmol L-1

, velocidade de

varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s empregados.

Posteriormente, o efeito do pH foi verificado sobre a oxidação do AA para o mesmo

material de eletrodo. Como pode ser verificado na FIGURA 33 (a) a corrente de pico diminui

até o pH de 5,90 e a partir desse valor a corrente aumenta, atingindo um valor máximo no pH

6,95. Pode-se observar ainda que conforme se aumenta o pH ocorre um deslocamento

negativo no potencial de pico de oxidação do ácido ascórbico. Na FIGURA 33 (b) pode-se

observar uma correlação linear entre o Eoxi do AA e o pH da solução no intervalo de pH

compreendido entre 2,17 e 7,95. O coeficiente angular do gráfico foi 0,0562 V/pH, estando

esse valor também próximo ao esperado para um sistema nernstiano (0,0595 V/pH a 25ºC), o

que indica que o número de prótons (np) envolvidos nesse processo é igual ao número de

-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

0

10

20

30

40

50

60

pH = 2.17

pH = 2.93

pH = 3.90

pH = 4.90pH =5.90

pH = 6.95

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

pH = 7.95

(a)

2 3 4 5 6 7 8

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

E

/V v

s.

Ag

/Ag

Cl

pH

Coef. angular = 0,0585 V/pH

(b)

Page 72: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

53

elétrons (ne) (PAPOUCHADO et al., 1975).

FIGURA 33 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico do ácido ascórbico. Os valores de pH

avaliados foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o potencial de oxidação do AA e o

pH da solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A concentração da AA investigada foi 1 mmol L-1

, velocidade

de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s empregados.

Por fim, para o eletrodo de G/GO, o efeito do pH foi avaliado para o AU. Conforme se

observa na FIGURA 34 (a) as correntes de pico atingem os valores máximos nos pHs de 2,17

e 7,95 e correntes mínimas nos pHs de 5,9 e 2,93. Pode-se observar ainda que conforme

aumenta-se o pH ocorre um deslocamento negativo no potencial de pico do ácido úrico. Na

FIGURA 34 (b) pode-se observar uma correlação linear entre o Eox do AU e o pH da solução

no intervalo de pH compreendido entre 2,17 e 7,95. O coeficiente angular do gráfico foi

0,0600 V/pH, estando esse valor próximo ao esperado para um sistema nernstiano (0,0595

V/pH a 25ºC), o que indica que o número de prótons (np) envolvidos nesse processo é igual ao

número de elétrons (ne) (PAPOUCHADO et al., 1975).

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

2

3

4

5

6

7

8

pH = 5.9

pH = 6.95

pH = 7.95

pH = 4.9

pH = 3.9

pH = 2.93

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

pH = 2.17

(a)

2 3 4 5 6 7 8

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

E/V

vs.

Ag

/Ag

Cl

pH

Coef. angular = 0,0562 V/pH

(b)

Page 73: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

54

FIGURA 34 – (a) Efeito do pH no comportamento eletroquímico do ácido úrico. Os valores de pH avaliados

foram: 2,17; 2,93; 3,90; 4,90; 5,90; 6,95 e 7,95. (b) Relação entre o potencial de oxidação do AU e o pH da

solução no intervalo de pH de 2,17 a 7,95; A concentração do AU investigado foi 1 mmol L-1

, velocidade de

varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s empregados.

Com o propósito de avaliar o efeito da velocidade de varredura do potencial elétrico, v,

sobre a corrente de pico referente à oxidação de EP, AA e AU foram realizados

voltamogramas cíclicos para cada um dos compostos variando-se v entre 0,01 V e 0.1 V vs

Ag/AgCl (FIGURA 35).

No estudo do efeito da velocidade de varredura na oxidação da epinefrina sobre

eletrodo de pasta G/GO pode-se observar os voltamogramas obtidos com a variação da

velocidade de varredura (FIGURA 35 (a)). O gráfico log ν versus log I para esse composto

pode ser observado na FIGURA 35 (b) (o gráfico foi feito utilizando-se os valores de corrente

do pico de maior intensidade na oxidação da epinefrina, que corresponde ao pico mais

deslocado para a direita, nos voltamogramas cíclicos). Nesse gráfico verifica-se uma

correlação linear entre log ν e log I. A equação da reta para tal correlação foi obtida, e

observou-se um coeficiente de correlação linear de 0,956 e o coeficiente angular da reta foi de

0,4475. Como o coeficiente angular da reta foi mais próximo de 0,5 (processo controlado por

difusão) do que de 1 (processo controlado por adsorção) pode-se dizer que a oxidação da EP

ocorreu sob controle difusional na superfície do eletrodo de trabalho.

Posteriormente, o efeito da velocidade de varredura do potencial elétrico foi avaliado

para o AA sobre o eletrodo de pasta do tipo G/GO (FIGURA 35 (c)). O gráfico log ν versus

log I para esse mesmo composto pode ser observado na FIGURA 35 (d). Nesse gráfico

verifica-se uma correlação linear entre log ν e log I. A equação da reta para tal correlação foi

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

5

10

15

20

25

30

35

pH = 7.95

pH = 6.95

pH = 5.9

pH = 4.9

pH = 3.9

pH = 2.93

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

pH = 2.17(a)

2 3 4 5 6 7 8

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

0.55

0.60

0.65

E/V

vs. A

g/A

gC

l

pH

Coef. angular = 0.0600 V/pH

(b)

Page 74: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

55

obtida, observou-se um coeficiente de correlação linear de 0,993 e o coeficiente angular da

reta foi de 0,567. Como o coeficiente angular da reta foi mais próximo de 0,5 (processo

controlado por difusão) do que de 1 (processo controlado por adsorção) em analogia ao

verificado para EP, pode-se também dizer que a oxidação do AA ocorreu sob controle

difusional na superfície do eletrodo de trabalho.

Page 75: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

56

-2.0 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1.0

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

log

(I/A

)

log (/Vs-1)

(b)

Y = 1,295 + 0,447 X

r = 0,992

FIGURA 35 – Voltamogramas cíclicos referentes ao eletrodo de pasta de G/GO 2,44% em 0,1 mol L-1

de

tampão fosfato (pH 7) e velocidades de varredura de 0,01 a 0,1 Vs-1

da (a) epinefrina, (c) ácido ascórbico, (e)

ácido úrico e gráfico de log ν versus log I da (b) epinefrina, (d) ácido ascórbico e (f) ácido úrico.

Por fim, o estudo dos efeitos da velocidade de varredura foram conduzidos para AU

sobre o eletrodo de pasta de G/GO (FIGURA 35 (e)). O gráfico log ν versus log I para esse

mesmo composto pode ser observado na FIGURA 35 (f). Nesse gráfico verifica-se uma

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(a)

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-60

-40

-20

0

20

40

60

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(c)

-2.0 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1.0

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

1.1

log (

I/A

)

log (/Vs-1)

(d)

Y = 1,655 + 0,567 X

r = 0.993

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

-10

-5

0

5

10

15

20

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(e)

-2.0 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1.0

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

log

(I/A

)

log (/Vs-1)

(f)

Y = 1,719 + 0,640 X

r = 0,973

Page 76: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

57

correlação linear entre log ν e log I. A equação da reta para tal correlação foi obtida,

observou-se um coeficiente de correlação linear de 0,973 e o coeficiente angular da reta foi de

0,640. Como o coeficiente angular da reta foi mais próximo de 0,5 (processo controlado por

difusão) do que de 1 (processo controlado por adsorção) em analogia ao verificado para EP e

ao AA, pode-se dizer que a oxidação do AU ocorreu sob controle difusional na superfície do

eletrodo de trabalho. Do exposto, fica evidente que os processos redox das espécies EP, AA e

AU sobre o eletrodo de pasta de grafite/óxido de grafite ocorre sem a adsorção irreversível

dos compostos sobre a superfície do material de eletrodo.

De forma similar, com o fim de analisar a influência do pH nos processos redox da EP

e AU na pasta de G/rGO, o pH do meio foi variado utilizando-se tampão McIlvaine

(MORITA; ASSUNÇÃO, 2001) empregando-se os seguintes valores de pH: 2,07; 3,10; 4,13;

5,12; 6,12; 7,13 e 8,30. Devido ao fato de o ácido ascórbico não ter apresentado boa resposta

eletroquímica no eletrodo de pasta de G/rGO, o AA foi excluído dos estudos posteriores na

pasta de G/rGO. Conforme pode ser observado na FIGURA 36 (a) a corrente de pico aumenta

até o pH de 3,10; onde é observada a maior corrente de pico. A partir desse valor ocorre um

decréscimo nos valores de corrente de pico até o pH de 5,12; a partir do qual a corrente passa

a novamente aumentar com um segundo pico em 7,13. A partir do pH 7,13 a corrente diminui.

Pode-se observar ainda que conforme o pH aumentou houve um deslocamento negativo no

potencial de pico da epinefrina. Na FIGURA 36 (b) pode-se observar uma correlação linear

entre o Eoxi e o pH da solução no intervalo de pH compreendido entre 2,07 e 8,30.

FIGURA 36 – (a) Efeito do pH na corrente de pico da epinefrina. pH: 2,07; 3,10; 4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30;

concentração 10-3

mol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s, amplitude de 50 mV/s e (b) relação entre o

potencial e o pH da solução no intervalo do pH de 2,07; 3,10; 4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

.

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

34

36

38

40

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

pH 8,3

pH 2,07

pH 3,10

pH 4,13

pH 5,12

pH 6,12pH 7,13

(a)

2 3 4 5 6 7 8 9

-0.1

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

E/V

vs.

Ag

/Ag

Cl

pH

(b)

Coef. angular = 0,0658 V/pH

Page 77: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

58

O coeficiente angular do gráfico foi 0,0658 V/pH, estando esse valor próximo ao

esperado para um sistema nernstiano (0,0595 V/pH a 25ºC), o que indica que o número de

prótons (np) envolvidos nesse processo é igual ao número de elétrons (ne) (PAPOUCHADO et

al., 1975).

De forma similar, o efeito do pH foi avaliado para o AU. De acordo com o que se

observa na FIGURA 37 (a) a corrente de pico aumenta até o pH de 7,13; onde é observada a

maior corrente de pico. A partir desse valor ocorre um decréscimo no valores de corrente de

pico até o pH de 8,3. Pode-se observar ainda que conforme aumenta-se o pH ocorre um

deslocamento negativo no potencial de pico do ácido úrico. Na FIGURA 37 (b) pode-se

observar uma correlação linear entre o Eoxi e o pH da solução no intervalo de pH

compreendido entre 2,07 e 8,30. O coeficiente angular do gráfico foi 0,0695 V/pH, estando

esse valor próximo ao esperado para um sistema nernstiano (0,0595 V/pH a 25ºC), o que

indica que o número de prótons (np) envolvidos nesse processo é igual ao número de elétrons

(ne) (PAPOUCHADO et al., 1975).

FIGURA 37 – (a) Efeito do pH na corrente de pico do ácido úrico. pH: 2,07; 3,10; 4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30;

concentração 10-3

mol L-1

, velocidade de varredura de 50 mV/s, amplitude de 50 mV/s e (b) relação entre o

potencial e o pH da solução no intervalo do pH de 2,07; 3,10; 4,13; 5,12; 6,12; 7,13 e 8,30; concentração 10-3

mol L-1

.

Por fim, foi conduzida a análise da velocidade de varredura sobre eletrodo de pasta

G/rGO. Os voltamogramas cíclicos para variação da velocidade de varredura na análise da

epinefrina são apresentados na FIGURA 38 (a). O gráfico log ν versus log I para esse mesmo

composto pode ser observado na FIGURA 38 (b). Nesse gráfico verifica-se uma correlação

linear entre log ν e log I. A equação da reta para tal correlação foi obtida, observou-se um

-0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(a)

pH 2,07

pH 3,10

pH 4,13

pH 5,12pH 6,12

pH 7,13

pH 8,3

2 3 4 5 6 7 8 9

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

E/V

vs.

Ag

/Ag

Cl

pH

(b)

Coef. angular = 0,0695 V/pH

Page 78: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

59

coeficiente de correlação linear de 0,979 e o coeficiente angular da reta foi de 0,375. Como o

coeficiente angular da reta foi mais próximo de 0,5 (processo controlado por difusão) do que

de 1 (processo controlado por adsorção) pode-se dizer que ocorreram processos difusionais na

superfície do eletrodo de trabalho.

No estudo da velocidade de varredura sobre eletrodo de pasta G/rGO pode-se verificar

uma correlação linear entre a corrente de pico, para o ácido úrico, e a velocidade de varredura

(FIGURA 38 (c)). O gráfico log ν versus log I para esse mesmo composto pode ser observado

na FIGURA 38 (d). Nesse gráfico verifica-se uma correlação linear entre log ν e log I. A

equação da reta para tal correlação foi obtida, observou-se um coeficiente de correlação linear

de 0,998 e o coeficiente angular da reta foi de 0,463. O coeficiente angular da reta foi mais

próximo de 0,5 (processo controlado por difusão) do que de 1 (processo controlado por

adsorção) indicando que o processo de oxidação do AU foi controlado por difusão.

FIGURA 38 – Voltamogramas cíclicos referentes ao eletrodo de pasta de G/rGO 2,44% em 0,1 mol L-1

de

tampão fosfato (pH 7) e velocidades de varredura de 0,01 a 0,1 V s-1

da (a) epinefrina, (c) ácido úrico, e gráfico

de log ν versus log I da (b) epinefrina, (d) ácido úrico.

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(a)

-2.0 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1.0

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

log (

I/A

)

log (/Vs-1)

(b)

Y = 1,783 + 0,375 X

r = 0,979

-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(c)

-2.0 -1.8 -1.6 -1.4 -1.2 -1.0

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

log

(I/A

)

log (/Vs-1)

(d)Y = 1,956 + 0,463 X

r = 0,998

Page 79: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

60

5.5 Estudo da interferência de um analito (ácido úrico e epinefrina) sobre o outro

empregando os eletrodos de G/GO e G/rGO

Com o objetivo de avaliar o efeito da oxidação de um analito sobre o outro durante a

utilização do eletrodo de pasta de óxido de grafite/grafite para a quantificação simultânea de

epinefrina e ácido úrico, dois experimentos foram realizados em solução de 0,1 mol l-1

de

tampão fosfato (pH 7). Em cada experimento variou-se a concentração de um dos dois

analitos enquanto que a concentração do outro analito foi mantida constante. Nestes

experimentos foram evitadas variações na concentração de AA uma vez que concentrações

inferiores a 0.1 mmol L-1

deste composto não produziram variações na corrente de pico do

mesmo observáveis por VPD. É possível que o fato do óxido de grafite apresentar elevado

nível de funcionalização de superfície, incluindo grupos eletroativos e negativamente

carregados (grupos epóxi, quinona, hidroxil, carboxil), seus processos redox (o pico em cerca

de 0 V verificado na FIGURA 39 (a) corresponde ao pico do óxido de grafite) sobreponham

aos do AA em baixas concentrações deste composto, por isso o AA foi excluído dos estudos

de interferência de um analito sobre o outro e da determinação simultânea com pasta de

G/GO.

A FIGURA 39 (a) apresenta os voltamogramas de pulso diferencial obtidos para a

variação da concentração de EP na faixa de 3,0 a 19,0 µmol L-1

na presença de 4 µmol L-1

de

AU. A partir desses voltamogramas foi possível obter o gráfico que relaciona a corrente de

pico com a concentração de EP (FIGURA 39 (b)), no qual se verifica uma correlação linear

entre esses parâmetros, com coeficiente de correlação (r) igual a 0,998; o que demonstra que a

presença de AU não afeta a resposta eletroquímica da pasta G/GO para a oxidação de EP.

Além disso, verifica-se que nenhuma alteração significativa ocorre nas correntes de pico do

AU, mostrando que o aumento da concentração de EP não interfere significativamente na

resposta da pasta de G/GO para o outro analito.

Page 80: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

61

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4

-2

0

2

4

6

8

10

I/

E/V vs. Ag/AgCl

EP

AU

(a)

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

0

1

2

3

4

5

6

7

I/A

[EP]/molL-1

(b) r = 0,998 (n = 5)

FIGURA 39 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [EP] versus I para o eletrodo de pasta de

G/GO em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 4 µmol L-1

de AU e diferentes concentrações de

epinefrina: 3,0; 4,0; 5,0; 10,0 e 19 µmol L-1

. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.

A FIGURA 40 (a) apresenta os voltamogramas de pulso diferencial obtidos para a

variação da concentração de AU na faixa de 2,0 a 10,0 µmol L-1

na presença de 10 µmol L-1

de EP. A partir desses voltamogramas foi possível obter o gráfico que relaciona a corrente de

pico com a concentração de EP (FIGURA 40 (b)), no qual se verifica uma correlação linear

entre esses parâmetros, com coeficiente de correlação (r) igual a 0,994; o que demonstra que a

presença de EP não afeta a resposta eletroquímica da pasta de G/GO para a oxidação de AU.

Além disso, verifica-se que nenhuma alteração significativa ocorre nas correntes de pico da

EP, mostrando que o aumento da concentração de AU não interfere na resposta da pasta de

G/GO para o EP.

Page 81: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

62

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4

-2

0

2

4

6

8

10

12

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

(a) EP

AU

FIGURA 40 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [AU] versus I para o eletrodo de pasta de

G/GO em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 19 µmol L-1

de EP e diferentes concentrações de ácido

úrico: 2,0; 4,0; 6,0; 8,0 e 10 µmol L-1

. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.

A FIGURA 41 (a) apresenta os voltamogramas de pulso diferencial obtidos para a

variação da concentração de EP na faixa de 40,0 a 90,0 µmol L-1

na presença de 20 µmol L-1

de AU sobre o eletrodo de G/rGO. A partir desses voltamogramas foi possível obter o gráfico

que relaciona a corrente de pico com a concentração de EP (FIGURA 41 (b)), no qual se

verifica uma correlação linear entre esses parâmetros, com coeficiente de correlação (r) igual

a 0,997; o que demonstra que a presença de AU não afeta a resposta eletroquímica da pasta de

G/rGO para a oxidação de EP.

-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6

0

2

4

6

8

10

12

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

EP

AU

(a)

FIGURA 41 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [EP] versus I para o eletrodo de pasta de

G/rGO em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 20 µmol L-1

de AU e diferentes concentrações de

epinefrina: 40,0; 50,0; 60,0; 80,0 e 90,0 µmol L-1

. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.

Além disso, verifica-se que nenhuma alteração significativa ocorre nas correntes de

pico da AU, mostrando que o aumento da concentração de EP não interfere significativamente

na resposta da pasta de G/rGO para o outro analito.

2 4 6 8 10

1

2

3

4

5

6

7

(b) r = 0,998 (n = 5)

I/

A

[AU]/molL-1

40 50 60 70 80 90

3

4

5

6

7

8

9

10 (b) r = 0,997 (n = 5)

I/

A

[EP]/molL-1

Page 82: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

63

A FIGURA 42 (a) apresenta os voltamogramas de pulso diferencial obtidos para a

variação da concentração de AU na faixa de 20,0 a 70,0 µmol L-1

na presença de 30 µmol L-1

de EP sobre o eletrodo de G/rGO. A partir desses voltamogramas foi possível obter o gráfico

que relaciona a corrente de pico com a concentração de EP (FIGURA 42 (b)), no qual se

verifica uma correlação linear entre esses parâmetros, com coeficiente de correlação (r) igual

a 0,997; o que demonstra que a presença de EP não afetou a resposta eletroquímica da pasta

de G/rGO para a oxidação de AU. Além disso, verifica-se que nenhuma alteração significativa

ocorre nas correntes de pico da EP, mostrando que o aumento da concentração de AU não

interfere na resposta da pasta de G/rGO para o outro analito.

-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6

-2

0

2

4

6

8

10

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

EP

AU

(a)

FIGURA 42 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial e (b) gráfico [AU] versus I para o eletrodo de pasta de

G/rGO em 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7) contendo 30 µmol L-1

de EP e diferentes concentrações de ácido

úrico: 20,0; 30,0; 40,0; 60,0 e 70,0 µmol L-1

. Velocidade de varredura de 50 mV/s e amplitude de 50 mV/s.

5.6 Determinação simultânea de EP e AU em eletrodo com pasta de G/GO e G/rGO

Com o objetivo de obter curvas analíticas para a determinação simultânea de EP e AU

sobre eletrodo de G/GO, voltamogramas de pulso diferencial foram obtidos para diferentes

concentrações de cada analito (FIGURA 43 (a)). As curvas analíticas obtidas a partir dos

voltamogramas são mostradas nas FIGURAS 43 (b) e (c). Para a epinefrina observa-se que o

eletrodo G/GO apresentou resposta linear no intervalo de concentração de 8,0 a 20,0 µmolL-1

,

com coeficiente de correlação (r) igual a 0,978 (n = 5). A expressão matemática que define

essa curva pode ser escrita da seguinte forma:

I (µA) = -0,0365 (± 0,134) + 0,0711 (± 0,0087) [EP] (µmol L-1

)

Por outro lado, para o ácido úrico observa-se que o eletrodo G/GO apresentou resposta

linear no intervalo de concentração de 6,80 a 17,0 µmol L-1

, com coeficiente de correlação (r)

20 30 40 50 60 70

1

2

3

4

5

6

7

8

9

(b) r = 0,997 (n = 5)

I/

A

[AU]/molL-1

Page 83: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

64

igual a 0,998 (n = 5). A expressão matemática que define essa curva pode ser escrita da

seguinte forma:

I (µA) = 0,0275 (± 0,0282) + 0,0556 (± 0,00218) [AU] (µmol L-1

)

0.0 0.1 0.2 0.3 0.4

0

5

10

15

IA

E/V vs. Ag/AgCl

(a) EP

AU

8 10 12 14 16 18 20

2

3

4

5

6

7

I/A

[EP]/molL-1

(b)

6 8 10 12 14 16 18

4

5

6

7

8

9

10

I/A

[AU]/molL-1

(c)

FIGURA 43 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial para a oxidação simultânea de EP e AU nas seguintes

concentrações: EP: (1) 8,0; (2) 12,0; (3) 16,0; (4) 18,0; (5) 20,0 µmol L-1

; AU: (1) 6,80; (2) 10,2; (3) 13,6; (4)

15,3; (5) 17,0. Medidas conduzidas em solução 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7); (b) curva analítica obtida a

partir dos voltamogramas de pulso diferencial para a epinefrina e (c) curva analítica obtida a partir dos

voltamogramas de pulso diferencial para o ácido úrico.

Adicionalmente, a estabilidade do eletrodo de G/GO foi avaliada na presença de 10

µmol L-1

de EP e 10 µmol L-1

de AU mediante sucessivas medidas voltamétricas em tampão

fosfato 0,1 mol L-1

(pH 7,0). Não foram observadas alterações no perfil voltamétrico mesmo

após 50 medidas bem como quando o eletrodo modificado G/GO foi armazenado à

temperatura ambiente por até 1 mês.

Uma série de 10 eletrodos de pasta de G/GO foi preparada seguindo o mesmo

procedimento experimental e os mesmos foram testados em tampão fosfato (pH 7,0) contendo

Page 84: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

65

10 µmol L-1

de EP e 10 µmol L-1

de AU. O desvio padrão relativo observado foi menor que

5,0 % para cada um dos compostos. Estes resultados indicam que o eletrodo modificado com

G/GO apresenta boa estabilidade e reprodutibilidade.

De forma similar, com o objetivo de se obter a curva analítica para a determinação

simultânea de EP e AU sobre eletrodo de pasta de G/rGO, voltamogramas de pulso diferencial

foram obtidos para diferentes concentrações de cada analito. As curvas analíticas obtidas a

partir dos voltamogramas são mostradas nas FIGURAS 44 (b) e (c).

Para a epinefrina observa-se que o eletrodo de pasta de óxido de grafite/grafite 2,44%

apresentou resposta linear no intervalo de concentração de 30,0 a 80,0 µmol L-1

, com

coeficiente de correlação (r) igual a 0,998 (n = 5). A expressão matemática que define essa

curva pode ser escrita da seguinte forma:

I (µA) = -0,324 (± 0,178) + 0,0932 (± 0,00311) [EP] (µmol L-1

)

Para o ácido úrico observa-se que o eletrodo de pasta de grafeno/grafite 2,44%

apresentou resposta linear no intervalo de concentração de 30,0 a 80,0 µmol L-1

, com

coeficiente de correlação (r) igual a 0,990 (n = 5). A expressão matemática que define essa

curva pode ser escrita da seguinte forma:

I (µA) = -2,0121 (± 0,0696) + 0,152 (± 0,0122) [AU] (µmol L-1

)

Page 85: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

66

FIGURA 44 – (a) Voltamogramas de pulso diferencial para a oxidação simultânea de EP e AU nas seguintes

concentrações: EP: (1) 30,0; (2) 40,0; (3) 50,0; (4) 70,0; (5) 80,0 µmol L-1

; AU: (1) 30,0; (2) 40,0; (3) 50,0; (4)

70,0; (5) 80,0. Medidas conduzidas em solução 0,1 mol L-1

de tampão fosfato (pH 7); (b) curva analítica obtida a

partir dos voltamogramas de pulso diferencial para a epinefrina e (c) curva analítica obtida a partir dos

voltamogramas de pulso diferencial para o ácido úrico.

Adicionalmente, a estabilidade do eletrodo de G/rGO foi avaliada na presença de 10

µmol L-1

de EP e 10 µmol L-1

de AU mediante sucessivas medidas voltamétricas em tampão

fosfato 0,1 mol L-1

(pH 7,0). Não foram observadas alterações no perfil voltamétrico mesmo

após 50 medidas bem como quando o eletrodo modificado G/rGO foi armazenado à

temperatura ambiente por até 1 mês.

O eletrodo modificado com G/rGO apresentou boa repetibilidade na determinação de

epinefrina e ácido úrico. Uma série de 10 eletrodos de pasta de G/rGO foi preparada seguindo

o mesmo procedimento experimental e os mesmos foram testados em tampão fosfato (pH 7,0)

contendo 10 µmol L-1

de EP e 10 µmol L-1

de AU. O desvio padrão relativo observado foi

menor que 5,0 % para cada um dos compostos. Estes resultados indicam que o eletrodo

-0.2 0.0 0.2 0.4 0.6

-2

0

2

4

6

8

10

12

I/A

E/V vs. Ag/AgCl

EP

AU(a)

30 40 50 60 70 80

2

3

4

5

6

7

8

I/A

[EP]/molL-1

(b)

30 40 50 60 70 80

2

4

6

8

10

12

I/A

[AU]/molL-1

(c)

Page 86: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

67

modificado com G/rGO apresenta boa estabilidade e reprodutibilidade.

Page 87: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

68

6 CONCLUSÕES

O Presente trabalho demonstrou que o óxido de grafite e o grafeno são excelentes

alternativas de materiais para utilização em sensores e que esses materiais podem ser

utilizados na determinação simultânea de ácido úrico e epinefrina com eletrodo na forma de

pasta sem elevados custos uma vez que estes materiais podem ser obtidos a partir do grafite.

As imagens de MEV, os espectros de FT-IR e os difratogramas de raio-X do óxido de grafite e

grafeno confirmaram a síntese desses compostos bem como as significantes mudanças

sofridas na estrutura dos mesmos. As medidas de SECM confirmam o óxido de grafite como

excelente material para confecção de eletrodos e desenvolvimento de sensores eletroquímicos.

Adicionalmente, a pasta de óxido de grafite/grafite apresentou os maiores valores de

separação de pico entre DP-AA, DP-AU, EP-AA e EP-AU demonstrado que o óxido de

grafite tem promissora utilização em sensores eletroquímicos.

Estudos de variação de pH demostraram que todos os compostos avaliados

apresentaram processos de transferência eletrônica nos quais o número de prótons igual ao

número de elétrons e os estudos de velocidade de varredura do potencial elétrico

demonstraram que para a epinefrina, ácido ascórbico e ácido úrico, em eletrodo de pasta de

grafite/óxido de grafite e epinefrina e ácido úrico em pasta de grafite/grafeno, predominam

fenômenos difusionais na superfície do eletrodo.

Estudos de interferência entre os analitos EP e AU deixam evidente que, nos intervalos

de concentração avaliados, ambas as pastas (G/GO e G/rGO) podem ser aplicadas na

determinação simultânea de EP e AU.

Assim sendo, o óxido de grafite e grafeno apresentaram-se como excelente alterantiva

de materiais a serem utilizados em sensores eletroquímicos. Esses materiais tornam-se

altenativas ainda mais viáveis quando se compara seu custo com o custo dos nanotubos de

carbono, que são muito utilizados em eletroquímica. Óxido de grafite e grafeno são obtidos

através de síntese relativamente simples a partir do grafite, que é muito mais barato do que os

nanotubos de carbono.

Page 88: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

69

PERSPECTIVAS

Prestende-se utilizar os eletrodos de pasta de óxido de grafite em grafite e grafeno em

grafite na determinação de outros compostos bem como cogita-se a utilização desses eletrodos

em amostras biológicas.

Page 89: SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ÓXIDO DE …

70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1958.

ADHIKARI, B.; MAJUMDAR, S. Polymer in sensor aplication. Progress in polymer

Science, v. 29, n.7, p. 699-766, 2004.

AJAYAN P. M. Nanotubes from carbon. Chemical Reviews, v. 99, n. 7, p. 1787-1799, 1999.

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screen-printed enzymatic biosensors. A review. Sensors and Actuators B, v. 69, n. 1-2, p.

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