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Súmula n. 34

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  • Súmula n. 34

  • SÚMULAN.34

    Compete à Justiça Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento particular de ensino.

    Precedentes:

    CC l13-SP CC 1.383-SP CC 1.390-SP CC 1.430-SP

    (2a S, 25.10.1989 -DJ 04.12.1989) (2a S, 14.12.1990 -DJ 25.02.1991) (2a S, 24.04.1991- DJ 27.05.1991) (2a S, 10.04.1991- DJ 27.05.1991)

    Segunda Seção, em 13.11.1991

    DJ21.l1.1991,p.16.774

  • CONFlITO DE COMPETÊNCIAN. 113-SP (1989/0007314-1)

    Relator: Ministro Fontes de Alencar

    Suscitante: Juízo Federal da 17a Vara-SP

    Suscitado: Juízo de Direito da 4a Vara da Fazenda Estadual-SP

    Partes: Adelaide Pereira Guabiraba e outros, e Presidente do Conselho

    Estadual de Educação e outro

    Advogada: DF. Silvia Bueno Arruda

    ElVIENTA

    Competência. Conselho Estadual de Educação e Fundação de Ensi-no Superior. Mensalidade. Reajuste. Incompetência da Justiça Federal.

    I - Quando reajustam suas mensalidades, as fundações de ensinQ superior não agem como delegadas do Poder Público, ainda que o façam em decorrência de atos desse último.

    II - Conflito conhecido. Declarada a competência, para a causa, do Magistrado Estadual suscitado.

    ACÓRDÃO

    Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, prosseguindo no julgamento, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da 4a Vara da Fazenda Estadual de São Paulo-SP na forma do relatório e notas taquigrá-ficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas, como de lei.

    Brasília (DF), 25 de outubro de 1989 (data dojulgamento).

    Ministro Bueno de Souza, Presidente

    Ministro Fontes de Alencar, Relator

    DJ 04.12.1989

    Adenda ao relatório de folha 29

    O Sr. Ministro Fontes de Alencar: Adoto o relatório de fl. 29, com a seguinte adenda: Acolhendo voto preliminar do eminente Ministro Vicente Cernicchiaro, a Primeira Seção, "por maioria, vencidos os Srs. Ministros Miguel Ferrante (Relator), Ilmar Galvão e Garcia Vieira, não conheceu do conflito por entender tratar-se de matéria de competência da Segunda Seção, à qual determinou fossem os autos remetidos, independentemente de acórdão."

    Assim relato.

  • SUPERlOR TRlBUNAL DE JUSTIÇA

    VOTO

    O Sr. Ministro Fontes de Alencar (Relator): Prende-se o conflito a uma ação movida por particulares contra o Presidente do Conselho Estadual de Educação-SP e a Universidade São Francisco - USF, entidade mantenedora Casa Nossa Senhora da Paz - Ação Social Franciscana, na pessoa de seu Reitor, Frei Constâncio Nogara, como se vê da petição de fls. 7 a 13; convindo registrar, ainda, que os autores, em aditamento à peça inicial, chegaram a requerer, sem êxito embora,

    "que a Fazenda do Estado integre o pólo passivo da ação, bem como a sua citação para responder aos termos desta." (fi. 16).

    Transcrevo da exposição do magistrado suscitante o seguinte trecho:

    "(. .. ) os requeridos não possuem personalidade jurídica que os sujeite à jurisdição desta Justiça Federal- tanto que o MM. Juiz procura justificar seu entendimento dizendo que a presente cautelar 'faz as vezes de verdadeiro subs-titutivo do mandado de segurança' e que legitimado a figurar no pólo passivo não seria o Presidente do Conselho Estadual mas do Federal de Educação, nada tendo a Fazenda do Estado a ver com matéria pertinente a estabeleci-mento de nível superior'.

    Se tal é o entendimento do MM. Juiz deveria ter declarado extinto o processo (CPC, art. 267, VI), não substituir uma parte por outra que entende legítima, não se podendo olvidar que o ato contra o qual se insurgem os requerentes não foi praticado por órgão federal, mas pelo Conselho Estadual de Educação.

    Ajurisprudência invocada na decisão questionada, por outro lado, não tem a menor aplicação à espécie. A competência da Justiça Federal para processar e julgar mandado de segurança contra ato que diga respeito ao ensino superior, praticado por dirigente de estabelecimento particular, acha-se afirmada pelo egrégio Tribunal Federal de Recursos (Súmula n. 15).

    Assim se entendeu por dispor o art. 176 da Constituição Federal que a educação 'é direito de todos e dever do Estado', agindo os estabelecimentos privados por delegação do Poder Público.

    Não é, contudo, o que ocorre relativamente à questão pertinente à fixa-ção e à cobrança de mensalidades escolares, onde, por não se tratar de 'ato que diga respeito ao ensino superior' propriamente dito, inexiste delegação. Tal entendimento foi recentemente consagrado pela egrégia Primeira Turma do Tribunal Federal de Recursos.

    Como se pode ver da seguinte ementa:

    'Competência. Fundação de ensino superior. Mensalidade. Reajuste. Incompetência da Justiça Federal.

    As fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público quando, mesmo em decorrência de atos desse último, reajusta suas mensalidades.

  • SÚMULAS - PRECEDENTES

    Remessa oficial provida para cassar a segurança por incompetên-cia da Justiça Federal'. (AMS n. 122.086-RS (Registro n. 9183175), Relator Ministro William Patterson, DJ de 24.03.1988, p. 6.193).

    Tais razões levam-me a afirmar a incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o presente feito."

    Tenho como correta a posição do Juiz Federal suscitador.

    Em conseqüência, conheço do conflito e declaro competente para a causa o suscitado.

    Éomeuvoto.

    VOTO-VISTA

    O Sr. Ministro Barros Monteiro: Cuida-se de medida cautelar inominada re-querida por estudantes universitários contra o Presidente do Conselho Estadual de Educação e contra a Universidade São Francisco, através da qual os requerentes se insurgem contra a fixação dos reajustes das mensalidades escolares, sob alegação de fraude na aprovação das planilhas de custos apresentadas pela instituição de ensino.

    Por primeiro, tratando-se de questão concernente ao mero reajuste de mensa-lidades, não há que se falar em delegação, pois inexiste ato que diga respeito ao ensino superior propriamente dito. Nesse sentido o julgado trazido à colação pelo MM. Juízo suscitante, de que foi Relator o Ministro William Patterson no antigo Tribunal Federal de Recursos (Apelação em Mandado de Segurança n. 122.086-RS). Tal entendimento foi reiterado ainda há pouco pela egrégia Primeira Seção desta Corte no Conflito de Competência n. 166-Sp, Relator Ministro Américo Luz, cuja, ementa assim se enunciou: "Por se tratar, in casu, de mero reajuste de mensalidade, não age a autoridade como delegada do Poder Público. Precedentes. Competência da Justiça Estadual".

    Ainda que assim não fosse, consoante bem salientou o Juiz de Direito susci-tante, não figurando no pólo passivo da ação cautelar qualquer das pessoas indica-das no art. 125, n. I, da Carta Política de 1967 (Emenda Constitucional n. 1/1969) e no art. 109, n. I, da vigente Lei Maior, inexiste fundamento que as sujeite à jurisdição da Justiça Federal, descabendo a simples substituição de uma parte por outra, que se considera legítima.

    Nesses termos, acompanho o Sr. Ministro-Relator, conhecendo do conflito e declarando competente o MM. Juiz de Direito suscitado.

    Éomeuvoto.

    RSSTJ, a. 1, (2): 357·372, dezembro 2005

  • SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    CONFLITO DE COMPETÊNCIAN. 1.383-SP (1990/069890)

    Relator: Ministro Nilson Naves

    Suscitante: Juízo de Direito da 3a Vara Cível de São José dos Campos-SP

    Suscitado: Juízo Federal da 22a Vara em São José dos Campos-SP

    Partes: Edson Feber Teixeira e outros, e Fundação Valeparaibana de Ensino Advogados: Drs. Waldmir Antônio de Carvalho e outro, e Ricciotti Orlando

    Pettinati e outro

    EMENTA:

    Estabelecimento particular de ensino superior. Reajuste de mensali-dade. Competência. 1. Em casos que tais, inexiste delegação do Poder Público, sendo de ordem estadual a competência para processar e julgar as ações propostas. 2. Hipótese de ação de consignação em pagamento: conflito conhecido e declarado competente o suscitante.

    ACÓRDÃO

    Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da 3a Vara Cível de São José dos Campos-SP nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas, como de lei.

    Brasília (DF), 14 de dezembro de 1990 (data do julgamento).

    Ministro Eduardo Ribeiro, Presidente

    Ministro Nilson Naves, Relator

    DJ 25.02.1991

    RELATÓRIO

    O Sr. Ministro Nilson Naves: Foi o conflito suscitado, por ofício, pelo juiz substituto da 3a Vara Cível de São José dos Campos, in verbis:

    "Edson Feber Teixeira e outros ingressaram neste juízo com uma ação de consignação em pagamento em face da Fundação Valeparaibana de Ensino, entidade de ensino superior, alegando que ela majorou o valor das mensalida-des em índices superiores aos fixados pelo Conselho Estadual de Educação, e recusa-se a receber os valores por ele determinados.

    A ação foi distribuída à 3a Vara Cível desta Comarca, e teve regular processamento. Contudo, ante a informação de que tramitava junto à 22a Vara

  • SÚMULAS - PRECEDENTES

    da Justiça Federal um mandado de segurança envolvendo as mesmas partes e com a mesma causa petendi, este juízo, entendendo que havia conexão entre as duas ações, determinou a remessa dos autos da consignatória à Justiça Federal (fl.124).

    Inicialmente, aquele juízo se declarou incompetente (fls. 129 e 129 v.), mas reconsiderou a decisão à fl. 134 v., por reconhecer a existência da cone-xão. Posteriormente, porém, voltou a se declarar incompetente, e determinou o retorno dos autos a esta Vara (fls. 227/231).

    Entendo, porém, que a competência para o julgamento da ação de con-signação em pagamento é da Justiça Federal, uma vez que por lá tramita um mandado de segurança (fls. 196/207), por meio do qual se impugna ato do Diretor do estabelecimento de ensino, por haver fixado os valores das mensa-lidades em desacordo com os limites legalmente estabelecidos.

    Tal entendimento decorre precisamente da decisão proferida pelo egré-gio Supremo Tribunal Federal, no Conflito de Jurisdição n. 6.692, em que foi Relator o Ministro Sydney Sanches:

    'Compete à Justiça Estadual, e não à Federal, processar e julgar ações cautelar e de conhecimento (declaratória), proposta por alunos contra estabelecimento particular de ensino superior, mesmo quando se discuta interpretação de normas federais a este relativos, quando não ocon-e qualquer das hipóteses previstas no art. 125, inciso I, nem se im-pugna ato de seu Diretor mediante mandado de segurança' (grifei) DJ, 24.06.1988, p. 16.113.

    Infere-se, pois, que havendo impugnação de ato do Diretor, mediante mandado de segurança, a competência para processar e julgar as ações refe-ridas, se tiverem o mesmo fundamento jurídico, deixa de ser da Justiça Esta-dual e desloca-se para a Federal, pois é perante esta que tramita o mandamus.

    É o que ocorre no caso em tela. Tanto o mandado de segurança como a consignatória se fundam na mesma causa de pedir, qual seja, a majoração ilegal dos encargos educacionais. Sendo idêntico o fundamento jurídico, o risco de serem proferidas decisões conflitantes para as mesmas partes é imi-nente, e somente poderá ser afastado se as ações forem julgadas simultanea-mente.

    Isto posto, com fulcro no art. 115, inciso n, do Código de Processo Civil, suscito o presente conflito negativo de competência, aguardando serenamente este juízo a decisão a ser proferida por Vossa Excelência. Ocorrendo o acolhi-mento da exceção, deverão os autos serem remetidos à 22a Vara da Justiça Federal."

    2. Anteriormente, manifestou-se assim o Juiz Federal da 22a Vara:

    "Trata a presente ação de consignação em pagamento movida contra a Fundação Valeparaibana de Ensino onde se discute valor de mensalidades escolares envolvendo o estabelecimento de ensino e os alunos.

    RSSTJ, a. 1, (2): 357-372, dezembro 2005

  • SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    Não há na causa matéria suficiente a afetar a União, que não demonstrou qualquer interesse (art. 109, I, da CF), razão pela qual este Juízo Federal é incompetente para sua apreciação, consoante iterativas decisões superiores: ... "

    c. .. ) "Nessa conformidade remetam-se os autos ao Juízo Estadual competente,

    com nossas homenagens, antes, porém, dando-se baixa na distribuição."

    3. Pela Subprocuradoria Geral da República opinou a Dra . Yedda de Lourdes Pereira:

    "Pela cópia anexada, do mandado de segurança, se constata que os obje-tivos das ações são diferentes. A segurança pleiteou autorização para freqüen-tar aulas, fazer provas, colar grau, retirar guias de transferências e demais atos relacionados com atividade acadêmica, enquanto a consignatária discu-tiu o efetivo valor das mensalidades.

    Ocorre, ainda, que a segurança não apresenta o nome do consignante que, também, não consta da procuração.

    Não demonstrada a conexão ou continência entre os fatos, o Ministério Público se manifesta pela competência da Justiça Comum para conhecer e processar a ação de consignação de mensalidades escolares, visto não se dis-cutir medida que afete diretamente a União em sua autoridade legislativa, relacionada com as diretrizes e bases da educação nacional ou mesmo com o acesso à cultura e educação, porque se refere a ato administrativo entre as partes, decorrente de relações contratuais."

    É o relatório.

    VOTO

    O Sr. Ministro Nilson Naves (Relator): O que se acha proposto no presente conflito é a definição da competência para processar e julgar a ação de consigna-ção em pagamento, ajuizada, na Comarca de São José dos Campos, perante Juiz Estadual, por Edson Feber Teixeira e outros contra a Fundação Valeparaibana de Ensino (mantenedora da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia), e onde se discute reajuste de mensalidade, in verbis:

    "Na lide em tela, os Autores agasalhados pelas normas pertinentes à educação, pretendem pagar à Ré valores previamente fixados a título de men-salidades, porém, ela se recusa a receber os valores que o Conselho Estadual de Educação determinou, emite carnês segundo o seu próprio critério, se posiciona intransigentemente, e acaba por provocar a mora creditoris."

    c. .. ) "Isto posto, é a presente, para nos fundamentos legais invocados inicial-

    mente, requerer de Vossa Excelência:

    Autorização para que os Autores efetuem a consignação em pagamento, das mensalidades vencidas e vincendas e de acordo com os valores estabelecidos

  • SÚMULAS - PRECEDENTES

    pelo Decreto n. 95.921/1988, sendo a partir do mês dejulho/1989, acrescido de 144,06% (cento e quarenta e quatro vírgula seis por cento), sobre a mensa-lidade de dezembro/1988".

    Conheço do conflito.

    2. No Tribunal Federal de Recursos, em 1986 e 1988, assim ementei, respecti-vamente os CC's ns. 6.965 e 8.103:

    - "Constitucional e Processo Civil. Estabelecimento particular de ensino superior. Medida cautelar. Competência. Do que se deduz da Súmula n. 15-TFR e da sua referência, cinge-se a competência federal ao mandado de segu-rança; as demais ações e medidas contra estabelecimento particular de ensino superior, em princípio, competem ao juiz local. Conflito conhecido, declaran-do-se a competência do suscitado." (DJ de 23.10.1986).

    - "Medida cautelar inominada contra estabelecimento particular de en-sino superior. Competência. Não é a de ordem federal, a teor da Súmula n. 15-TFR, que só diz respeito ao mandado de segurança, mas, sim, a de ordem estadual. Precedentes, entre outros, o CC n. 6.965. Conflito conhecido e decla-rada a competência do suscitante." (DJ de 13.02.1989).

    3. Ainda no Tribunal Federal de Recursos, mas em mandado de segurança, o Sr. Ministro William Patterson ementou dessa forma a AMS n. 122.086:

    "Competência. Fundação de Ensino Superior. Mensalidade. Reajuste. In-competência da Justiça Federal.

    As fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público quando, mesmo em decorrência de atos desse último, reajustam suas mensalidades.

    Remessa oficial provida para cassar a segurança por incompetência da Justiça Federal. (DJ de 24.03.1988 - p. 6.193)."

    4. No Superior Tribunal de Justiça, Primeira Seção, o Sr. Ministro lImar Galvão ementou assim o CC n. 236:

    "Processual Civil. Conflito de competência. Ação proposta contra entida-de universitária particular, envolvendo o valor das mensalidades escolares.

    Competência da Justiça do Estado para o feito, sendo desinfluente para alterá-la o fato de tratar-se de pessoa jurídica com função delegada do Poder Público Federal, já que não se trata de mandado de segurança, ação que é dirigida contra autoridade pública, conceito em que se inserem os dirigentes de pessoas jurídicas delegatárias de tais funções. Acresce que a questão do valor das mensalidades escolares envolve apenas o estabelecimento de ensino e os alunos, não sendo suficiente para afetar a União eventual controle de preço por esta exercido.

    Procedência do conflito." (DJ de 21.08.1989).

    5. Agora, nesta Seção, o Sr. Ministro Fontes de Alencar, em julgamento de 25.10.1989, ementou dessa forma o CC n. 113:

    RSSTJ, a. 1, (2): 357-372, dezembro 2005

  • SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    "Competência. Conselho Estadual de e Fundação de Ensino Superior. Mensalidade. Reajuste Incompetência da Justiça Federal.

    I - Quando reajustam suas mensalidades, as fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público, ainda que o façam em decorrên-cia de atos desse último.

    conhecido. Declarada a gistrado estadual suscitado."

    pC-lCHI_la, para a causa, do ma-

    6. Ante o contexto, admito como exatas, primeiro, a competência desta Seção (Segunda) para dizer nos presentes autos, segundo, a competência do Juiz Estadual para ambas as ações.

    7. Acha-se, no momento, em causa a competência para processar e julgar a ação de consignação em pagamento (item 1, acima). Para tanto, declaro compe-tente o Juízo de Direito da 3a Vara Cível de São José dos Campos-SP suscitante.

    8. Determino remessa de cópia do acórdão a ambos os juízos.

    CONFLITO DE 1.390-SP

    Relator: Ministro Sálvio de Figueiredo

    Suscitante: Juízo de Direito da 2a Vara da Fazenda Pública de São Paulo-SP

    Suscitado: Juízo Federal da 4a Vara-SP

    Partes: Marcelo dos Reis Sampaio e outros, e Pontifícia Universidade Católica

    de São Paulo - PUC-SP

    Advogados: Drs. Marcelo dos Reis Sampaio e outros, e Waldyr Teixeira e outro

    EMENTA

    Conflito de competência. Ensino superior. Mensalidades. Reajuste. Competência da Justiça Estadual. Conflito improcedente.

    - Na linha de precedentes do Tribunal, o reajuste de mensalidades de instituições de ensino superior não se insere entre os atos delegados do Poder Público, razão pela qual não se apresenta competente a Justiça Federal para conhecer de mandado de segurança no qual versada a matéria.

    Vistos e relatados os autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da 2a Vara da Fazenda Pública de

  • SÚMULAS - PRECEDENTES

    São Paulo-SP nos termos do relatório e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam parte integrante do presente julgado. Custas, como de lei.

    Brasília 24 de abril de 1991 (data do julgamento).

    Ministro Nilson Naves, Presidente

    Ministro de Relator

    DJ 27.05.1991

    o Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo: Perante a Justiça Federal foi impetrado mandado de segurança contra o Reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), em face do reajustamento dos encargos escolares.

    O Juiz Federal da 4a Vara declinou de sua competência porque o ato impugna-do não seria atinente com a regulamentação do ensino, normatização das ativida-des docentes, discentes, curriculares, matérias do Poder Público.

    Na 2a Vara da Fazenda Pública foi suscitado conflito negativo, ao argumen-to de estar a autoridade coatora, que praticara o ato, subordinada ao controle federal.

    A douta Subprocuradoria Geral da República opina no sentido da competên-cia da Justiça Federal, tendo em vista que o não se insurge contra a matéria delegada mas contra a administração do estabelecimento.

    É o relatório.

    VOTO O Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo (Relator): Cuida-se de matéria que se

    uniformiza nesta Corte, concernente à impetração de mandado de segurança con-tra dirigente de estabelecimento de ensino superior tendo em vista a majoração, segundo os impetrantes, abusiva e acima dos limites legais.

    Esta Seção tem se orientado no sentido de que

    "O ato praticado por dirigente de estabelecimento de ensino superior, quando não se revela com a conotação daqueles nos quais se inserem aqueles que integram o interesse público, não se o considera com os efeitos emanados da função pública delegada" (CC n. 631, Relator Ministro Waldemar Zveiter, DJ de 19.02.1990)

    Na espécie, trata-se de ato de majoração de mensalidade, hipótese que já conta com precedentes assemelhados, conforme se verifica, dentre outros, do CC n. 113-Sp' Relator o Ministro Fontes de Alencar, que estampa a seguinte ementa:

    "Competência. Conselho Estadual de Educação e Fundação de Ensino Superior. Mensalidade. Reajuste. Incompetência da Justiça Federal.

    RSSTJ, a. 1, (2); 357-372, dezembro 2005

  • SUPERlOR TRlBUNAL DE JUSTIÇA

    I - Quando reajustam suas mensalidades, as fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público, ainda que o façam em decorrência de atos desse último.

    11 - Conflito conhecido. Declarada a competência, para a causa, do Magistrado Estadual suscitado".

    O contexto é, como se constata, semelhante, razão pela qual, na linha dos precedentes referidos, conheço do conflito mas para julgá-lo improcedente, decla-rando competente o MM. Juízo suscitante, a saber, o Juízo da 2a Vara da Fazenda Pública de São Paulo, para onde os autos deverão ser remetidos, dando-se ciência, por cópia, ao MM. Juízo suscitado.

    CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 1.430-SP (1990/8578-0)

    Relator: Ministro Barros Monteiro

    Suscitante: Juízo de Direito da 4a Vara Cível de Sorocaba-SP

    Suscitado: Juízo Federal da 20a Vara-SP

    Partes: Paulo de Castro Moura e outros e Diretor-Geral do Centro de Ciências

    Médicas e Biológicas da Fundação São Paulo

    Advogado: Dr. Iazides de Castro Moura

    EMENTA

    Competência. Mandado de segurança. Ensino superior. Entidade Privada. Reajuste de mensalidade.

    Tratando-se de mero reajuste de mensalidade, não age o impetrado como delegado do Poder Público. Competência da Justiça EstaduaL Pre-cedentes do TFR e do ST J.

    Conflito conhecido, declarado competente o suscitante.

    ACÓRDÃO

    Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Segunda Seção, por unanimidade, conhecer do conflito para declarar competente o Juízo de Direito da 4a Vara Cível de Sorocaba-SP nos termos do relatório e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Custas, como de lei.

    Brasília (DF), 10 de abril de 1991 (data do julgamento).

    Ministro Nilson Naves, Presidente

    Ministro Barros Monteiro, Relator

    DJ 27.05.1991

  • SÚMULAS - PRECEDENTES

    RELATÓRIO

    O Sr. Ministro Barros Monteiro: Paulo de Castro Moura e outros impetraram mandado de segurança contra ato do "Diretor-Geral do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da Fundação São Paulo", sob a alegação de que o impetrado está obstando-os de efetuarem suas matrículas, exigindo o pagamento da mensalidade de Cz$ 4.488,00, quando o certo seria Cz$ 2.992,00.

    O MM. Juiz de Direito da 4a Vara da Comarca de Sorocaba-SP com base na Súmula n. 15-TFR, declinou de sua competência em favor da Justiça Federal.

    Redistribuído o feito, o Juiz Federal da 20a Vara-SP invocando precedente do extinto Tribunal Federal de Recursos, da relatoria do Ministro William Patterson, restituiu os autos ao Juiz Estadual, que então suscitou o presente conflito negativo de competência.

    O Ministério Público Federal é pelo conhecimento do conflito, declarado com-petente o suscitado.

    É o relatório.

    VOTO

    O Sr. Ministro Barros Monteiro (Relator): Em recente julgamento (Conflito de Competência n. 1.622-DF datado de 27.02.1991), o eminente Ministro Nilson Naves lembrou diversos precedentes desta Corte e do antigo Tribunal Federal de Recursos a respeito da matéria ora em exame, dos quais destaco os seguintes:

    'Competência. Fundação de ensino superior. Mensalidade. Reajuste. Incompetência da Justiça Federal.

    AB fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público quando, mesmo em decorrência de atos desse último, reajustam suas mensalidades.

    Remessa oficial provida para cassar a segurança por incompetência da Justiça Federal. (DJ de 24.03.1988 - p. 6.193).' (AMS 122.086, Sr. Ministro William Patterson, TFR).

    'Competência. Conselho Estadual de Educação e Fundação de Ensino Superior. Mensalidade. Reajuste. Incompetência da Justiça Federal.

    I - Quando reajustam suas mensalidades, as fundações de ensino superior não agem como delegadas do Poder Público, ainda que o façam em decorrên-cia de atos desse último.

    II - Conflito conhecido. Declarada a competência, para a causa, do Ma-gistrado Estadual suscitado.' (CC n. 113, Sr. Ministro Fontes de.Alencar, STJ).

    'Competência. Mandado de Segurança. Ensino superior. Entidade privada. Mensalidade. Reajuste.

    - Por se tratar, in casu, de mero reajuste de mensalidade, não age a autoridade como delegada do Poder Público. Precedentes.

    RSSTJ, a. 1, (2): 357-372, dezembro 2005 I

  • SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

    - Competência da Justiça Estadual.' (CC n. 166, Sr. Ministro Américo Luz, STJ)."

    Na linha dos precedentes apontados, conheço do conflito e declaro competente o Juiz Estadual, o suscitante.

    É como voto.

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