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UBERLÂNDIA 2018 VITOR GUILHERME DOS REIS SISTEMAS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DE UM PRÉDIO COMERCIAL NA CIDADE DE UBERLÂNDIA - MG

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UBERLÂNDIA 2018

VITOR GUILHERME DOS REIS

SISTEMAS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DE UM PRÉDIO COMERCIAL NA CIDADE DE UBERLÂNDIA -

MG

VITOR GUILHERME DOS REIS

SISTEMAS DE PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO DE UM PRÉDIO COMERCIAL NA CIDADE DE UBERLÂNDIA -

MG

Projeto apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Instituição Universidade Federal de Uberlândia.

Orientador: André Luiz de Oliveira

Uberlândia 2018

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me abençoado em toda essa caminhada.

Aos meus pais e ao meu irmão, por terem sido o suporte ao longo de toda

minha vida e terem feito o possível e o impossível durante toda minha vida.

Aos meus amigos, por terem me ajudado nos momentos em que tive mais

dificuldades, me incentivando e dando conselhos.

À Universidade Federal de Uberlândia, pela oportunidade de realizar este

sonho.

E por fim ao meu orientador, André Luiz de Oliveira, por todo ensinamento

dedicado durante esse período.

RESUMO

Caso ocorra em uma edificação, o fogo pode propagar-se rapidamente para outras

estruturas, especialmente se elas não estiverem de acordo com as normas de

segurança, por isso, muitos municípios contam com os serviços do corpo de

bombeiros para extinguir possíveis incêndios rapidamente. Um Incêndio é uma

ocorrência de fogo não controlado, que pode ser extremamente perigosa para os

seres vivos e as estruturas podendo produzir a morte, geralmente por inalação dos

gases (provocando desmaio) ou pelas queimaduras graves. Os incêndios em edifícios

podem começar de diversas maneiras como problemas nas instalações elétricas,

acidentes na cozinha, utilização de velas de cera ou cigarro. Neste sentido, quando

os incêndios ocorrem, as edificações devem estar preparadas para seu correto

combate. Assim, é previsto neste trabalho o dimensionamento dos sistemas de

extintores e de hidrantes para uma edificação comercial. Preliminarmente, o trabalho

descreve como se dá o desenvolvimento do incêndio e a forma de combatê-lo, com

foco posterior aos sistemas anteriormente citados. A metodologia aplicada no mesmo

é baseada nas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas

Gerais, uma vez que este é o órgão que fiscaliza os projetos de combate a incêndio

da cidade de Uberlândia, Minas Gerais.

Palavras-chaves: Incêndio, Projeto, Extintores, Hidrantes.

ABSTRACT

If it occurs in a building, fire can spread quickly to other structures, especially if they

do not meet safety standards, so many counties rely on fire services to extinguish fires

quickly. A fire is an uncontrolled fire hazard, which can be extremely dangerous to

living things and structures and can cause death, usually by inhalation of gas (causing

fainting) or severe burns. Building fires can begin in a variety of ways like electrical

installation problems, kitchen accidents, use of wax candles or cigarettes. In this sense,

when the fires occur, the buildings must be prepared for their correct combat. Thus, it

is foreseen in this work the dimensioning of fire extinguisher and hydrant systems for

a commercial building. Preliminarily, the work describes how the fire develops and how

to combat it, with a focus after the above mentioned systems. The methodology applied

in it is based on the Technical Instructions of the Fire Department of the State of Minas

Gerais, since this is the body that supervises the firefighting projects of the city of

Uberlândia, Minas Gerais.

Keywords: Fire, Project, Fire extinguishers, Fire hydrants.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10

2.1 OBJETIVO ........................................................................................................ 10

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 10

3.1 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................... 10

3.1.1 Formas de extinção do fogo ....................................................................... 11

3.1.2 Dinâmica do incêndio ................................................................................. 12

3.1.3 Classes de incêndio ................................................................................... 13

3.2 SISTEMA DE EXTINTORES ............................................................................ 14

3.2.1 Número de extintores e sua distribuição .................................................... 16

3.2.2 Identificação dos extintores ........................................................................ 17

3.3 SISTEMA DE HIDRANTES e mangotinhos ...................................................... 20

4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 24

4.1 SISTEMA DE EXTINTORES ............................................................................ 24

4.1.1 Fogo das classes A e B .............................................................................. 25

4.1.2 Fogos das classes C, D e K ....................................................................... 26

4.2 SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS ............................................... 26

5 DIMENSIONAMENTO ............................................................................................ 32

5.1 SISTEMA DE EXTINTORES ............................................................................ 34

5.2 SISTEMA DE HIDRANTES .............................................................................. 36

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tetraedro do fogo...................................................................................... 11

Figura 2- Rótulo do extintor ....................................................................................... 18

Figura 3- Anel de Identificação de Manutenção. ....................................................... 19

Figura 4 - Selo INMETRO. ........................................................................................ 20

Figura 5 - Hidrantes Urbanos. ................................................................................... 21

Figura 6 - Hidrante de Recalque. .............................................................................. 21

Figura 7 - Dispositivos de recalque no passeio. ........................................................ 22

Figura 8 - Hidrante interno......................................................................................... 23

Figura 9 - Planta baixa Hotel Pavimento Tipo. .......................................................... 32

Figura 10 - Vista lateral do Hotel. .............................................................................. 33

Figura 11 - Distribuição dos extintores na edificação. ............................................... 35

Figura 12 – Tubulação. ............................................................................................. 37

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Recomendações para cada unidade extintora ......................................... 16

Tabela 2 - Capacidade extintora mínima de extintor portátil ..................................... 17

Tabela 3 - Capacidade extintora mínima de extintor sobre rodas ............................. 17

Tabela 4 - Quadro de instruções ............................................................................... 18

Tabela 5 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga de incêndio .................................................................................................................................. 24

Tabela 6 - Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrido para risco classe A ..................................................................................................................... 25

Tabela 7 - Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrida para risco classe B ..................................................................................................................... 26

Tabela 8 - Distância máxima a ser percorrida para risco classe C, D e K ................. 26

Tabela 9 - Tipos de Sistemas de Proteção por Hidrantes ou Mangotinhos ............... 28

Tabela 10 - Fator “C” de Hazen-Williams .................................................................. 29

Tabela 11 - Tipo de Sistema e Volume de Reserva de Incêndio mínima (m³) ......... 30

Tabela 12 - Carga de incêndio .................................................................................. 34

Tabela 13 - Classificação da edificação .................................................................... 34

Tabela 14 - Tipo de Hidrante ..................................................................................... 36

9

1 INTRODUÇÃO

Nos primórdios da humanidade, a descoberta do fogo representou uma grande

evolução na vida humana, pois com ele o homem conseguiu se aquecer no inverno,

cozinhar seus alimentos, afastar animais selvagens, iluminar o seu ambiente e serviu

como auxilio na fundição de ferramentas para sua proteção e caça (MARCIA COSTA,

2018).

Com o domínio e a utilização do fogo pelo ser humano veio a necessidade da

prevenção e combate a incêndio. Pois, o fogo, que tanta ajuda deu ao homem, quando

fora de controle possui uma capacidade imensa de destruição, através dos

denominados incêndios. Seus efeitos são destruidores, tanto na forma de perdas

patrimoniais como também humanas. Com o intuito de proteger-se, uma série de

medidas de combate ao fogo foram sendo criadas, bem como o desenvolvimento de

novos equipamentos, novas técnicas e o mais importante, novas legislações e

constantes atualizações das mesmas (GOMES, 2014).

A proteção contra incêndio deve ser analisada em três aspectos principais, o

combate ao fogo propriamente dito, a proteção passiva e ativa. O presente trabalho

irá se aprofundar na proteção ativa, no qual, com base nas instruções técnicas do

corpo de bombeiros do estado de Minas Gerais, aborda o dimensionamento dos

sistemas de extintores e hidrantes de um prédio comercial.

10

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO

Realizar o dimensionamento, de acordo com as Instruções técnicas do Corpo

de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais, dos extintores e hidrantes de um

prédio comercial, localizado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo tem como fundamento revisar a bibliografia dos temas

utilizados no trabalho, para consolidar o conhecimento necessário para a elaboração

do projeto.

3.1 CONCEITOS BÁSICOS

Em uma prevenção e combate mais eficiente do incêndio, deve ser realizado

um estudo do fogo em todos os aspectos. Para isso, o primeiro entendimento do que

é o fogo, que é um processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz

(NBR 13860, 1997).

Para que ocorra esse processo de combustão é necessário a presença de três

elementos simultâneos, oxigênio, calor e combustível.

Para iniciar a queima é necessário uma energia, neste caso é o calor, já o

combustível pode ser encontrado no estado gasoso, liquido e/ou sólido e é qualquer

material que tem a capacidade de entrar em combustão. O oxigênio funciona como

comburente, que associado ao combustível, leva à queima (GOMES, 2014).

A junção desses elementos forma a clássica figura do Triangulo do Fogo, mas

para manter o fogo é necessário um quarto elemento, a reação em cadeia, que nada

mais é que a relação dos eventos que mantém o fogo autossustentável enquanto os

outros três elementos estiverem presentes. Todos os quatros elementos juntos

formam o tetraedro do fogo (Figura 1), e para a extinção do incêndio, basta isolar um

ou mais dos elementos (MARCIA COSTA, 2018).

11

Figura 1 - Tetraedro do fogo.

Fonte: Marcia Costa (2016).

3.1.1 Formas de extinção do fogo

Quando da ocorrência do foco de incêndio, as ações de combate devem seguir

quatro princípios básicos, descritos a seguir:

• Abafamento: É através do abafamento que se impede que o elemento

comburente, neste caso o oxigênio, se junte aos demais elementos, e não

havendo concentração suficiente deste no ar para reagir, não terá fogo

(OLIVEIRA FILHO, 2016).

• Resfriamento: Consiste na remoção ou diminuição do calor no material

incendiado, diminuindo a taxa de vapores que reajam com o oxigênio,

impedindo a proliferação do fogo. O agente mais utilizado neste caso é a água

(GOMES, 2014).

• Retirada do material: É o processo em que se isola as chamas. O método tem

como principal função a remoção ou controlo combustível que não foi atingido

pela combustão (OLIVEIRA FILHO, 2016).

• Quebra da reação em cadeia: Esse processo de extinção do fogo, se dá na

introdução de substâncias ou materiais inibidores da capacidade reativa do

comburente com o combustível, impedindo a quebra das moléculas do

combustível (OLIVEIRA FILHO, 2016).

12

3.1.2 Dinâmica do incêndio

Os incêndios desenvolvem-se em três estágios ou fases. Conhecendo as

diferentes fases, pode-se compreender melhor todo o desenvolvimento e assim,

combater o incêndio com as ferramentas mais adequadas para cada uma das etapas

demonstradas a seguir:

• No primeiro estágio ou pré-ignição: é a etapa de mais fácil controle, visto que o

calor e a fumaça como ainda são reduzidos, facilita a aproximação para o

combate. Esta fase se divide em duas, abrasamento e chamejamento. A

característica do abrasamento é a falta de chamas, pouca produção do calor e

pela pouca liberação de fumaça. No chamejamento já surge as chamas e

aumento da liberação de fumaça (MARCIA COSTA, 2018).

• No segundo estágio ou crescimento do incêndio: o fogo se propaga para os

materiais adjacentes e teto, e a temperatura da camada superior de fumaça

atinge 600ºC. Nesta fase há o súbito espalhamento das chamas a todo o

material combustível existente no local. Este fenômeno é conhecido por

“flashover” (combustão súbita generalizada) (MARCIA COSTA, 2018).

• Já no terceiro e último estágio: todos os materiais combustíveis estarão em

combustão e a temperatura ambiente poderá atingir valores acima de 1100°C.

Desnecessário afirmar que, neste ponto, o incêndio está fora de controle e não

é possível o acesso ao foco, sendo o combate indireto (MARCIA COSTA,

2018).

13

Gráfico 1 - Evolução do incêndio

Fonte: seito et al. (2008, p.22).

3.1.3 Classes de incêndio

Como mostrado na NBR 12693:2013 a natureza do fogo está dividida em cinco

classes:

• Classe A: Fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, que queimam em

superfície e profundidade através do processo de pirólise, deixando resíduos;

• Classe B: Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis,

plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente

em superfície;

• Classe C: Fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas energizados;

• Classe D: Fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio,

sódio, potássio e lítio;

• Classe K: Fogo em óleos e gorduras, animais e vegetais, utilizados na cocção

de alimentos.

14

De acordo com Gomes (2018), existe ainda mais uma classe, pouco conhecida

no Brasil, mas adotada em normas internacionais

• Classe E: fogo que envolve materiais radioativos e químicos em grandes

proporções, necessitando de equipamentos e equipes com treinamento

específico.

3.2 SISTEMA DE EXTINTORES

De acordo com Nogueira (2017), o bom uso de um sistema de extintores

depende não apenas do equipamento, mas da sua manutenção e de um uso com

eficiência. É de grande valia conhecer as características que diferem a origem do

incêndio, se o material está energizado eletricamente, se tem material combustível

envolvido, se há gordura animal ou vegetal, o que vai exigir a utilização de extintores

próprios para cada tipo de princípio de incêndio.

Os extintores são divididos em dois tipos: os portáteis, onde sua massa total

não deve ultrapassar os 20 kg e os extintores sobre rodas, onde seu peso não pode

ultrapassar 250 kg, e deve ser transportado e manuseado apenas por uma pessoa.

O agente extintor, que é a substancia utilizada para extinção do fogo, é uma

das formas utilizadas para classificar os extintores, e de forma geral, estes são

divididos em quatro tipos:

• Água: É indicada para incêndios de classe A, e nunca será empregada nos

fogos do tipo B e C. Ela atua resfriando o material que está em combustão

(MARCIA COSTA, 2018).

• Espuma: Indicada para incêndios de classe A e B, não pode ser empregada

nos incêndios do tipo C, pois tem água em sua composição que conduz

corrente elétrica. Este atua por resfriamento e abafamento (MARCIA COSTA,

2018).

• Dióxido de carbono (CO2): Substitui a espuma em produtos que causam a

dissolução do mesmo, tais como acetona, álcool metílico, butílico e etílico. O

CO2 não é corrosivo, não deixa resíduos e não perde suas características com

15

o tempo. Ë indicado para incêndios de classe C, mas também pode ser utilizado

classe B e no início de incêndios de classe A (MARCIA COSTA, 2018).

• Pó Químico Seco (PQS): O agente extintor é o bicarbonato de potássio ou de

sódio. Este é indicado para incêndios de classe C, também pode ser indicado

para incêndios de classe B e C, para a classe D o pó químico deve ser

especifico para cada tipo de material (MARCIA COSTA, 2018).

O extintor com agente de múltiplo uso ABC, pode substituir qualquer tipo de

extintor de classes especificas A, B e C dentro de uma edificação ou área de risco (IT

16-MG (2017)).

De acordo com a Instrução Técnica 16-MG (2017), a seleção dos extintores para

cada situação deve ser determinada pelas características e tamanho do fogo

esperado, tipo de construção e sua ocupação, risco a ser protegido e as condições de

temperatura do ambiente. A sua instalação deve ser de maneira que:

a) Seja visível, para que todos os usuários fiquem familiarizados com a sua

localização;

b) Permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial;

c) Permaneça desobstruído e devidamente sinalizado;

d) sejam adequadas as classes de incêndio predominante dentro da área de risco

a ser protegida;

e) Tenha menor probabilidade de o fogo bloqueie o seu acesso.

A Instrução Técnica 16-MG (2017), diz ainda que os extintores portáteis devem ser

fixados de forma que a parte inferior fique no mínimo a 0.20m do chão e de no máximo

1,60m do piso acabado. Quando for instalada em abrigos embutidos na parede ou

divisórias, além da sinalização, deve existir uma superfície transparente que possibilite

a visualização do extintor no interior do abrigo e é proibido que esses abrigos fiquem

trancados. Deve ter, no mínimo, um deste na porta principal de acesso a edificação,

e não deve ultrapassar uma distância de cinco metros.

Já os extintores de incêndio sobre rodas devem ser instalados para a proteção de

áreas de alto risco onde for necessário a alta vazão do agente extintor, maior tempo

de descarga e alcance de jato, tais como: postos de combustíveis, helipontos,

subestações elétricas e outros locais onde houver manipulação e/ou armazenamento

16

de explosivos, inflamáveis ou combustíveis cujos reservatórios não estejam

enterrados. Este extintor é complementar aos portáteis necessários para a edificação

ou área de risco, devendo ser fixados em pontos estratégicos, sendo sua proteção

restrita ao nível do piso em que se encontram. A distância máxima a ser percorrida

para se atingir um extintor sobre rodas deve ser de uma vez e meia os valores

estabelecidos para os extintores portáteis (IT 16-MG (2017)).

3.2.1 Número de extintores e sua distribuição

O número de extintores que devem ser instalados em uma edificação deve

obedecer a Tabela 1, abaixo, que leva em conta apenas o risco de incêndio e também

estabelece a distância máxima a ser percorrida por qualquer ocupante da edificação,

no momento do incêndio, desde o local de permanência do extintor até qualquer ponto

da área a ser protegida. Com base no critério de distância máxima e de área coberta

por cada unidade extintora, é possível realizar a distribuição dos extintores (GOMES,

2014).

Tabela 1 - Recomendações para cada unidade extintora

Fonte: Norma Regulamentadora 23 (2018).

A capacidade extintora mínima de cada tipo de extintor, para que se constitua uma

unidade extintora, está nas Tabelas 2 e 3 a seguir:

17

Tabela 2 - Capacidade extintora mínima de extintor portátil

Fonte: IT16-MG (2017).

Tabela 3 - Capacidade extintora mínima de extintor sobre rodas

Fonte: IT16-MG (2017).

O dimensionamento do número de extintores utilizando a NBR 12693/2013 ou a IT

16/2017 terão como critérios principais a carga de incêndio da edificação e a

capacidade extintora. A capacidade extintora é o poder do agente extintor de extinguir

o fogo, obtido em ensaio prático e normatizado, e a maneira mais correta de conseguir

esse dado é consultando as informações dadas pelo fabricante do extintor de incêndio

escolhido (GOMES, 2014).

3.2.2 Identificação dos extintores

Todo extintor deve possuir rótulo, no qual, deve conter informações do agente

extintor e o tipo de incêndio em que deve ser usado. As classes de fogo que o extintor

não abrange deve ser assinalado como na Figura 2, pois nem sempre o manuseio

deste é feito por pessoas treinadas (NOGUEIRA, 2017).

18

Figura 2- Rótulo do extintor

Fonte: Nogueira (2017).

“De uma forma mais completa há exigências pela ABNT e pelo INMETRO de um

quadro de instruções com no mínimo as informações da Tabela 4” (NOGUEIRA,

2017).

Tabela 4 - Quadro de instruções.

O tipo e a carga nominal de agente extintor;

O valor (em kg ou litros) da carga nominal de agente extintor;

Classe de incêndio;

Norma de fabricação;

Capacidade extintora;

Instruções de operação (tamanho das letras não inferior a 5mm);

Faixa de temperatura de operação;

Pressão normal de carregamento para extintores de pressurização direta;

A descrição do gás expelente e sua quantidade, para extintores de pressurização

indireta;

O termo “recarregar, quando aplicável, imediatamente após o uso ou ao termino da

garantia”;

A expressão “carga para baixa temperatura”, quando aplicável;

Declaração de uso de aditivo anticongelante ou anticorrosivo, quando aplicável;

Informações complementares ao consumidor;

Razão social;

CNPJ, endereço da empresa registrada prestadora de serviço.

Fonte: Adaptada de Fabricio Nogueira, 2017.

19

Este quadro de instruções deve ser feito sempre pela última empresa que fez a

manutenção dos extintores de incêndio. Esta empresa deve ser responsável pelos

lacres que devem estar nos extintores, esses lacres são:

• Anel de identificação externa de manutenção: De acordo com (Nogueira, 2017)

este anel trata-se de identificação por anéis com coloração, indicando que o

equipamento passou por manutenção naquele ano. O objetivo deste anel é

garantir que o extintor tenha sido aberto durante a verificação de componentes

e nova pressurização. Há exigência de que sejam usadas cores diferentes de

acordo com o ano. A base que regulamenta os anéis e suas cores é a portaria

412/2011, a qual orienta as cores que devem ser usadas até 2018.

Figura 3- Anel de Identificação de Manutenção.

Fonte: Fabricio Nogueira (2017).

• Selo INMETRO: Neste selo consta a data de manutenção do extintor, onde as

informações com a data da manutenção devem ser destacadas pela empresa

responsável (NOGUEIRA, 2017).

20

Figura 4 - Selo INMETRO.

Fonte: Fabricio Nogueira (2017).

3.3 SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS

O sistema de hidrantes e mangotinhos é um sistema fixo de combate a

incêndio. É constituído por tomadas de incêndio, que são distribuídos, de acordo com

o projeto, em locais da edificação, nas quais pode ter uma ou duas saídas de água.

Essas tomadas são formadas por válvulas angulares de 40mm ou 65mm de diâmetro

nominal, de acordo com o diâmetro da mangueira de hidrante, com seus tampões e

adaptadores (BRENTANO, 2017).

Geralmente, os hidrantes são divididos em três tipos, a saber:

• Hidrantes externos (HE): Esse tipo de hidrante não é de responsabilidade da

edificação, mas deve ser abastecido pela companhia de água da cidade. Estes

são instalados nas calcadas e possuem um registro, para que não seja aberto

por qualquer pessoa. Para sua abertura, o corpo de bombeiros possui uma

chave especifica no qual é utilizada para liberar o fluxo de água. (FABRICIO

NOGUEIRA, 2018). Também é comum tratar como hidrante externo aquele fora

da projeção da edificação, entretanto, dentro da área particular, que, nestes

casos, tem a mesma configuração dos hidrantes internos.

21

Figura 5 - Hidrantes Urbanos.

Fonte: Corpo de Bombeiros de Rondônia (2018).

• Hidrantes de recalque (HR): Normalmente são enterrados, quando estão nas

calcadas, e de coluna, quando são encontrados em passeios. A função

principal deste dispositivo é o abastecimento da reserva técnica de incêndio,

abastecimento este feito através do caminhão do corpo de bombeiros em

ocasiões de emergência, mas se um caminhão do corpo de bombeiro

necessitar da água da reserva da edificação para atender uma outra

emergência, ele poderá fazer uso da reserva técnica para reabastecer. Por isso

as válvulas devem ser instaladas para que seja permitido o fluxo nos dois

sentidos. (FABRICIO NOGUEIRA, 2018).

É proibido a instalação do dispositivo de recalque em lugar que tenha

movimentação de carros.

Figura 6 - Hidrante de Recalque.

Fonte: Fabrício Nogueira (2018).

22

Quando o dispositivo de recalque estiver situado em passeio público, deve ter

as seguintes características IT17-MG (2015):

o Deve ser enterrado em caixa feita de alvenaria, com fundo permeável

ou dreno IT17-MG (2015) IT17-MG (2015);

o A tampa deve ser de ferro fundido ou material semelhante, identificada

com a palavra “INCÊNDIO”, com dimensões de 0,40m x0,60m e pintada

na cor vermelha IT17-MG (2015);

o Afastamento de 0,50m da guia do passeio IT17-MG (2015);

o A introdução voltada para cima em ângulo de 45º e no máximo a 0,15

metros de profundidade em relação ao piso da calçada IT17-MG (2015);

o Registro tipo globo angular 45º ∅ 63mm situado no máximo 0,50m do

nível do piso acabado, Classe 300. Esta Válvula deve permitir o fluxo de

água nos dois sentidos e instalada de forma a garantir seu adequado

manuseio. Possuir vedação etileno propileno, com haste ascendente,

com castelo quadrado de uso específico do CBMMG IT17-MG (2015):

Figura 7 - Dispositivos de recalque no passeio.

Fonte: IT17-MG (2015).

• Hidrantes internos (HI): São encontrados principalmente na parte interna das

edificações comerciais e residenciais. As caixas de hidrante são chamadas de

abrigo e é obrigatório que esteja posicionada próximo às saídas de água.

Dentre deste abrigo, deve se encontrar mangueira ou mangotinhos e seus

componentes. (FABRICIO NOGUEIRA, 2018).

23

As mangueiras de incêndio devem ser colocadas dentro dos abrigos em

ziguezague ou aduchadas conforme especificado na NBR 12779, sendo que as

mangueiras semirrígidas podem ser colocadas enroladas, com ou sem o uso de

carretéis axiais ou em forma de oito, permitindo sua utilização com facilidade e

rapidez (IT17-MG (2015)).

Os abrigos não devem ser instalados a mais de 3,00m da válvula angular ou

esferas, abertura rápida, devendo estar em local visível e de fácil acesso. Estes

abrigos podem ser de alvenaria com caixa interna metálica, em madeira em fibra

ou em vidro laminado, desde que sinalizados de acordo com a IT – 15 –

Sinalização de Emergência. Devem ser pintados na cor vermelha, que contenha

apoio ou fixação própria, independentemente do tipo de tubulação que abastece o

hidrante IT17-MG (2015).

Figura 8 - Hidrante interno.

Fonte: Fabricio Nogueira (2018).

24

4 METODOLOGIA

4.1 SISTEMA DE EXTINTORES

Antes de começar a classificar a área de atuação dos extintores, é importante

que a carga de incêndio, seja dimensionada. Esse cálculo pode ser aplicado a

ambientes ou edificações como um todo. O objetivo é garantir que o risco previsto

esteja associado à quantidade de extintores necessária para o combate ao foco do

fogo. Para fazer isso se baseie na Instrução Técnica 09 de 2009 do Corpo de

Bombeiros de Minas Gerais (IT09-MG (2009), NOGUEIRA, 2017).

“A carga de incêndio pode ser entendida como a soma das energias calorificas

possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais

combustíveis em um espaço” (IT 16-MG (2017)).

Após o dimensionamento da carga de incêndio, adicionamos a informação da

capacidade extintora, que está balizada por ensaios normatizados, logo será possível

chegar ao projeto do sistema de extintores compatível com a carga de incêndio

estudada (NOGUEIRA, 2017). Os riscos deste foram padronizados da seguinte forma:

Tabela 5 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga de incêndio.

Fonte: IT16-MG (2017).

Para identificar em qual carga de incêndio o ambiente estudado se aplica,

devemos conhecer dois tipos de cálculos possíveis a serem aplicados: o método

probabilístico e o método determinístico (NOGUEIRA, 2017).

No método probabilístico é utilizado a tabela ANEXO A – Cargas de incêndio

especificas por ocupação (IT09-MG) que de acordo com estudos probabilísticos

apresenta a carga de incêndio que pode existir na maioria das edificações. Ocupações

que não estiverem listadas nas instruções técnicas podem ser aproximadas por

similaridade com outras edificações (NOGUEIRA, 2017).

25

Já no método determinístico aplica-se uma fórmula, com objetivo de calcular a

carga de incêndio especifica para edificações destinadas a depósitos, explosivos e

ocupações consideradas especiais (NOGUEIRA, 2017).

Todo equacionamento e tabelas necessárias para resolução desse método

baseia na Instrução Técnica 09 de 2009 do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

(IT09-MG (2009)), encontrada no ANEXO B.

Após a determinação da carga de incêndio, é possível classificar o risco da

edificação de acordo com a Tabela 5. Com a determinação do risco obtém-se a

capacidade extintora mínima e a distância máxima a ser percorrida por cada extintor

de acordo com sua classe.

Para obter esta capacidade extintora mínima e a distância máxima é utilizada

a Instrução Técnica 16 de 2017 do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (IT16-MG

(2016)).

4.1.1 Fogo das classes A e B

Para determinar a capacidade extintora mínima dos extintores de incêndio e a

distância máxima a ser percorrida, de acordo com o risco, deve-se utilizar as Tabelas

6 e 7 (IT16-MG (2016)).

A distância máxima a ser percorrida será de 50m, nos casos de extintores que

forem ser instalados em garagens e estacionamentos descobertos, que devem

possuir a medida de segurança contra incêndio e pânico “Hidrantes e mangotinhos”

protegendo a área de estacionamento nos moldes da Instrução Técnica 17 que diz

respeito ao sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio.

Tabela 6 - Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrido para risco classe A.

Fonte: Fonte: IT16-MG (2017).

26

Tabela 7 - Determinação da unidade extintora e distancia a ser percorrida para risco classe B.

Fonte: IT16-MG (2017).

4.1.2 Fogos das classes C, D e K

Os extintores de classe C, deve ser os não condutores de eletricidade, para

que os operadores em situação de risco se mantenham protegidos. Os de classe D

devem ser considerados os metais combustíveis especifico, sua configuração e a área

a ser protegida. Já os de classe K devem ser baseados nos combustíveis específicos,

seu volume e área a ser protegida, e como ainda não tem norma especifica para este

tipo de classe de extintores, poderá ser adotado os compatíveis da classe B (IT16-MG

(2016)).

A distância máxima a ser percorrida por cada uma dessas classes está na

Tabela 8, a seguir.

Tabela 8 - Distância máxima a ser percorrida para risco classe C, D e K.

Fonte: IT16-MG (2017).

4.2 SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS

A metodologia para todo o dimensionamento do sistema de hidrantes e

mangotinhos utilizada neste trabalho é baseada na Instrução Técnica 17 do Corpo de

Bombeiros do estado de Minas Gerais.

27

A primeira coisa a se pensar em relação aos hidrantes e mangotinhos, antes

de seu dimensionamento, é a sua distribuição. De acordo com o item 5.7 da Instrução

Técnica 17, os hidrantes devem ser distribuídos da seguinte maneira:

• Os pontos de tomada de água devem ser posicionados:

o “Nas proximidades das portas externas, escadas e/ou acesso principal

a ser protegido, a não mais de 10m” (IT17-MG (2015));

o Em posição central (IT17-MG (2015));

o Fora das escadas ou antecâmaras de fumaça, e de 1,0 a 1,5 metro do

piso (IT17-MG (2015)).

• Em caso de projetos que utilizem hidrantes externos, deverá atender o

afastamento mínimo de 15m ou uma vez e meia a altura da parede externa da

edificação a ser protegida, podendo utilizar no máximo 60m de mangueira, de

preferência, em lances de 15m, desde que seja devidamente dimensionada por

cálculo hidráulico. É recomendado o uso de mangueiras de 65mm de diâmetro

para reduzir a perda de carga e o último lance de 40mm para que o manuseio

se torne mais fácil (IT17-MG (2015)).

• A localização do sistema, quando estiver sendo utilizado, não deve

comprometer a fuga dos ocupantes da edificação, então, deve ser projetado de

uma maneira que dê proteção para toda edificação, sem a necessidade de

entrar nas escadas, antecâmaras ou outros locais determinados

exclusivamente para servirem de rota de fuga dos moradores (IT17-MG

(2015)).

• Quando não for possível o afastamento de no mínimo de 15m, os hidrantes

externos devem ser localizados em um local que a probabilidade de danos pela

queda de paredes seja pequena e que impeça que o operador seja bloqueado

pela fumaça e fogo (IT17-MG (2015)).

Para o dimensionamento, deve considerar o uso simultâneo dos dois hidrantes

mais desfavoráveis, ou seja, aquele que proporciona menor pressão dinâmica no

esguicho, considerando em cada jato de agua, no mínimo, as vazões obtidas pela

Tabela 9. O dimensionamento consiste na determinação do caminho das tubulações,

28

dos diâmetros dos acessórios, que são necessários para garantir o funcionamento do

sistema (IT17-MG (2015)).

Tabela 9 - Tipos de Sistemas de Proteção por Hidrantes ou Mangotinhos.

Fonte: IT17-MG (2015).

Em qualquer dimensionamento, é recomendado a utilização de esguichos

reguláveis para melhor efetividade do combate, desde que seja atendido a vazão

mínima para cada esguicho, conforme tabela 9 acima, e o alcance do jato compacto

produzido não seja inferior a 8m, medida está feita a partir da saída do esguicho ao

ponto de queda do jato, com o jato paralelo ao solo Fonte: IT16-MG (2017).

É recomendado que o sistema seja dimensionado de uma forma em que a pressão

máxima em qualquer ponto não ultrapasse o valor de 100 mca (metros de coluna

d’água). Só será aceito situações que requeiram pressões superiores, desde que

comprovado a adequação técnica dos componentes empregados (IT17-MG (2015)).

O cálculo hidráulico da somatória de perda de carga, deve ser feito

adequadamente, sendo que o resultado alcançado tem que satisfazer a uma das

seguintes equações a seguir (IT17-MG (2015)):

• Darcy-Weisbach (formula universal) e formula geral para perdas de carga

localizadas:

ℎ𝑓 = 𝑓 ∗ (𝐿 ∗ 𝑣2

𝐷 ∗ 2 ∗ 𝑔) + 𝑘 ∗ (

𝑣2

2 ∗ 𝑔) 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1

29

Onde:

hf - Perda de carga, em metros de coluna d’água;

f – Fator de atrito (Diagramas de Moody e Hunter-Rouse), onde fmangueira=0,031 e

ftubo=0.029;

L – Comprimento da tubulação (tubos), em metros;

D – Diâmetro interno, em metros;

v – Velocidade do fluido, em metros por segundo;

g – Aceleração da gravidade em metros por segundo, por segundo;

k – Somatória dos coeficientes de perda de carga das singularidades (conexões).

• Hazen-Williams:

ℎ𝑓 = 𝐽 ∗ (605 ∗ 𝑄1,85 ∗ 𝐷−4,87 ∗ 104) 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2

Onde:

hf – Perda de carga em metros de coluna d’água;

Lt – Comprimento total, sendo a soma dos comprimentos da tubulação e dos

comprimentos equivalentes das conexões;

J – Perda de carga por atrito em metros por metros;

Q – Vazão, em litros por minuto;

C – Fator de Hazen-Williams (conforme Tabela 10);

D – Diâmetro interno do tubo, em milímetros.

Tabela 10 - Fator “C” de Hazen-Williams.

Fonte: IT17-MG (2015).

30

“A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não deve ser

superior a 2m/s (sucção negativa) ou 3m/s (sucção positiva)”, nas tubulações este

valor não deve ser superior a 5m/s (IT17-MG (2015)), a qual deve ser calculada da

seguinte forma:

𝑉 =𝑄

𝐴 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3

Onde:

V – Velocidade da água, em metros por segundo;

Q – Vazão da água, em metros cúbicos por segundo;

A – Área interna da tubulação, em metros quadrados (Onde o cálculo da área deve

ser considerado o diâmetro interno da tubulação).

A reserva técnica de incêndio e o tipo de sistema de hidrantes deve ser definido

conforme Tabela 11 (IT17-MG (2015)), a seguir:

Tabela 11 - Tipo de Sistema e Volume de Reserva de Incêndio mínima (m³).

Fonte: IT17-MG (2015).

31

O reservatório deve ser construído conforme o anexo D (normativo), e pode ser

subdividido, desde que todas as unidades estejam interligadas a tubulação de sucção

da bomba de incêndio e tenha subdivisões em unidades mínimas de 3 m³ (IT17-MG

(2015)).

A tubulação do sistema de hidrantes não deve ter diâmetro nominal inferior a

65mm (IT17-MG (2015)).

Outras duas formulas bastante utilizadas como auxilio no dimensionamento de

hidrantes é a equação de Bernoulli (Equação 4) e a equação de vazão em um orifício

(Equação 5).

𝑃2𝛾+ 𝑧2 +

𝑣222 ∗ 𝑔

=𝑃1𝛾+ 𝑧1 +

𝑣212 ∗ 𝑔

− ∆ℎ 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 4

Onde:

zx – Altura do ponto em relação ao Plano horizontal de referência, em metros;

Px – Pressão do fluido no ponto, em Pa;

γ – Peso específico do fluido (N/m³);

v – Velocidade do fluido no ponto, em metros por segundo;

g – Aceleração da gravidade, em m/s²;

∆h – Perda de carga entre os pontos, em metros.

𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ √2 ∗ 𝑔 ∗𝑃

𝛾+ 𝑣² 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5

Onde:

Q – Vazão, m³/s;

Cd – Coeficiente de descarga, onde Cd em questão igual a 0,96;

A – Área do orifício ou bocal, em m²;

g – Aceleração da gravidade, em m/s²;

v – Velocidade do fluido no ponto, em metros por segundo;

γ – Peso específico do fluido (N/m³);

Px – Pressão no ponto, em Pa;

32

5 DIMENSIONAMENTO

No dimensionamento dos sistemas previstos neste trabalho foram utilizadas as

Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais, visto que, o

Hotel dimensionado (Figuras 9 e 10) se encontra na cidade de Uberlândia-MG. No

Anexo E encontra-se uma planta baixa em escala conveniente.

Figura 9 - Planta baixa Hotel Pavimento Tipo.

Fonte: Autor (2018).

33

Figura 10 - Vista lateral do Hotel.

Fonte: Autor (2018).

34

5.1 SISTEMA DE EXTINTORES

O primeiro passo como descrito no item 4.1 é calcular a carga de incêndio e

com isso determinar o tipo de risco, para isso utilizar o Anexo A e a tabela 4 para

determinação:

Tabela 12 - Carga de incêndio.

Fonte: Adaptado IT09-MG (2018).

Com a carga de incêndio encontrada no valor de 500MJ/m², e utilizando a

Tabela 5, é possível encontrar o risco da edificação:

Tabela 13 - Classificação da edificação.

Fonte: Adaptado IT16-MG (2018).

Encontrado o Risco de incêndio, no caso, médio, o próximo passo é a

determinação de qual tipo de extintores utilizar. O extintor escolhido é do tipo ABC,

pois de acordo com o item 3.2, o extintor com agente de múltiplo uso ABC, pode

substituir qualquer tipo de extintor de classes especificas A, B e C dentro de uma

edificação ou área de risco.

Por fim, precisamos do alcance máximo do extintor, para posicionar os extintores,

para isso, usando a tabela 5, 6 e 7, encontramos que a distância máxima a se

35

percorrer com cada extintor é de 20m, pois o fogo preponderante é o da classe A. A

planta em escala adequada é apresentada no Anexo F.

Figura 11 - Distribuição dos extintores na edificação.

Fonte: Autor (2018).

36

5.2 SISTEMA DE HIDRANTES

Primeiro passo é descobrir qual tipo de sistema se enquadra a edificação, para

isso utilizar tabela 10. Como a carga de incêndio encontrada no item 5.1 foi de

500MJ/m² e a área do hotel é de até 3000m², o sistema é do tipo 3 com Reserva de

Incêndio de 12m³.

Utilizando a tabela 9, é possível determinar qual hidrante será utilizado:

Tabela 14 - Tipo de Hidrante.

Fonte: Adaptado de IT17-MG (2015).

A tubulação utilizada para essa edificação será de aço galvanizado com DN65.

37

Fonte: Autor (2018).

Com a descoberta de qual tipo de sistema se enquadra a edificação, é necessário

descobrir as pressões, para depois achar a vazão no segundo hidrante mais

desfavorável, para isso é necessário utilizar a Equação 5:

𝑄 = 𝐶𝑑 ∗ 𝐴 ∗ √2 ∗ 𝑔 ∗𝑃

𝛾+ 𝑣²

Figura 12 – Tubulação.

38

Onde é conhecido o valor de Cd, a Área na ponta do esguicho, é possível encontrar

pois através do tipo de sistema, indica o diâmetro do esguicho e a velocidade é

possível achar com a Equação 3:

𝑉 =𝑄

𝐴

𝑉 =0.00416

𝜋 ∗ 0.0042

4

= 3.3106 𝑚/𝑠

Com o valor da velocidade encontrado, é possível achar a pressão no esguicho:

0.00416 = 0.96 ∗𝜋 ∗ 0.0162

4∗ √2 ∗ 9.81 ∗

𝑃𝑐𝛾+ (3.3106)²

0.00416 = 0.000193 ∗ √19.62 ∗𝑃𝑐𝛾+ 10.96

𝑃𝑐𝛾= 22.29 𝑚𝑐𝑎

É necessário saber a pressão no ponto B para encontrar a vazão no segundo

hidrante mais desfavorável, para isso é necessário utilizar Bernoulli (Equação 4),

antes disso será necessário encontrar a perda de carga, através da equação 1:

ℎ𝑓 = 𝑓 ∗ (𝐿 ∗ 𝑣2

𝐷 ∗ 2 ∗ 𝑔) + 𝑘 ∗ (

𝑣2

2 ∗ 𝑔)

∆ℎ = [(0.031 ∗ 30 ∗ 3.3162

0.04 ∗ 2 ∗ 9.81) + (

0.029 ∗ 7.34 ∗ 1.252

0.065 ∗ 2 ∗ 9.81)]

∆ℎ = 13.29 𝑚

𝑃2𝛾+ 𝑧2 +

𝑣222 ∗ 𝑔

=𝑃1𝛾+ 𝑧1 +

𝑣212 ∗ 𝑔

− ∆ℎ

𝑃𝑐𝛾=𝑃𝐵𝛾+ z − ∆ℎ

22.29 =𝑃𝐵𝛾+ 0.03 − 13.29

39

𝑃𝐵𝛾= 35.55 𝑚𝑐𝑎

Perda de carga de A até B:

∆ℎ = [

(

0.031 ∗ 30 ∗ (Q

π ∗0.042

4

0.04 ∗ 2 ∗ 9.81

)

+

(

0.029 ∗ 2.96 ∗ (Q

π ∗0.0652

4

0.065 ∗ 2 ∗ 9.81

)

]

∆ℎ = 756532.5Q²

Para achar a vazão no hidrante mais desfavorável é necessário utilizar a equação

acima na equação de Bernoulli e posteriormente na Equação 5, da seguinte forma:

𝑃𝐸𝛾=𝑃𝐵𝛾+ 𝑧 − ∆ℎ

𝑃𝐸𝛾= 38.5 − 756532.5𝑄²

Q = 0.96 ∗𝜋 ∗ 0.0162

4∗ √2 ∗ 9.81 ∗

𝑃𝐸𝛾+ (

Q

π ∗0.042

4

Q = 0.96 ∗𝜋 ∗ 0.0162

4∗ √2 ∗ 9.81 ∗ (38.5 − 756532.5𝑄

2) + (Q

π ∗0.042

4

𝑄 = 0.00433 𝑚3/𝑠 ou 260LPM

Assim é encontrado o valor da vazão no segundo hidrante mais desfavorável, com

isso voltando a equação da pressão em E é possível encontrar seu resultado.

𝑃𝐸𝛾= 38.5 − 756532.5𝑄²

𝑃𝐸𝛾= 38.5 − 756532.5(0.00433)2 = 24.4 𝑚𝑐𝑎

40

Para finalizar, achamos a altura manométrica para cálculo da bomba, aplicando

Bernoulli de A até B e posteriormente a potência.

𝑃A𝛾+ 𝑧A +

𝑣2A2 ∗ 𝑔

=𝑃B𝛾+ 𝑧B +

𝑣2B2 ∗ 𝑔

− ∆ℎ

𝐻𝑚 =𝑃B𝛾+ ( 𝑧A − 𝑧B) − ∆ℎ

𝐻𝑚 = 35 + (29.15 − 24.81) − ∆ℎ

Para a perda de carga de A até B:

∆ℎ =

(

0.029 ∗ 7.34 ∗ (0.00849

π ∗0.0652

4

0.065 ∗ 2 ∗ 9.81

)

= 1.09 𝑚

Voltando na Equação anterior

𝐻𝑚 = 35 + (29.15 − 24.81) − ∆ℎ

𝐻𝑚 = 35 + (29.15 − 24.81) − 1.09

𝐻𝑚 = 38.25 𝑚

Cálculo da potência da bomba necessária:

𝑃𝑜𝑡 =𝛾 ∗ 𝑄 ∗𝐻𝑚

75=1000 ∗ 0.00849 ∗ 38.25

75= 4.33 𝑐𝑣

41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Trabalho de conclusão de curso apresenta um estudo sobre o incêndio,

aprofundando em dois sistemas para combate, no caso extintores e hidrantes. Para

estes dois sistemas, foi feito um estudo completo, no qual utilizando a norma e as

Instruções Técnicas do corpo de bombeiro, foi possível consolidar este estudo.

Para a metodologia, levando em consideração que é o corpo de bombeiros de

cada estado que fiscaliza e regulariza as edificações providas de sistemas de combate

a incêndio, esta foi feita com base nas Instruções Técnicas, no caso a do Corpo de

Bombeiros de Minas Gerais.

Após feito estudo dos dois sistemas e com a planta do projeto foi possível

concluir que para o Hotel em questão será utilizado extintores do tipo ABC, no total de

3 extintores, localizados no Hall de circulação, distribuídos de acordo com a exigência.

Já os hidrantes, do Tipo 3, com comprimento da mangueira de 30m, foi feita a

instalação de 1 por pavimento, cumprindo as exigências do Corpo de Bombeiros.

42

REFERÊNCIAS

Marcia Costa. Fogo – O Começo de Tudo. Disponível em: <https://www.fogoeincendio.com>. Acesso em: 23 abr. 2018.

GOMES, Taís. Projeto de prevenção e combate a incêndio. 2014. 93 f. Dissertação (Trabalho de conclusão de curso) – Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-13860: Glossário de termos relacionados com segurança contra incêndio. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-12693: Sistemas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro, 2013.

OLIVEIRA FILHO, Sossigenes et al. Manual Básico de Combate a Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Distrito Federal, 2016. 164 p.

BRASIL. NR-23 – Proteção contra Incêndio. Aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, alterada pela Portaria n.º 221, de 6 de maio de 2011.

SEITO, A. I. Fundamentos de fogo e incêndio. In: SEITO, A. I. et al. (Coord.). A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 35-54.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica 16/03 - Sistema de proteção por extintores de incêndio, Minas Gerais, 2017.

NOGUEIRA, Fabrício. Extintores de incêndio: Uma Orientação técnica. 1. ed. Rio de Janeiro, 2017. 66 p.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica 09 - Carga de incêndio nas edificações e área de risco, Minas Gerais, 2009.

Fabrício Nogueira. Hidrantes e Mangotinhos – O que são e quais são os tipos? Disponível em: < https://www.gcbrazil.com.br/hidrantes/>. Acesso em: 29 maio 2018.

BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações. 3. Ed. Porto Alegre, 2007 455 p.

CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Instrução Técnica 17 - Sistema de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio, Minas Gerais, 2015.

43

Corpo de Bombeiros de Rondônia. Porto Velho/RO - Instalação do Sistema de Proteção por Hidrantes na capital. Disponível em: < http://cbm.ro.gov.br>. Acesso em: 28 abr. 2018.

44

ANEXOS

45

ANEXO A:

Cargas de incêndio especificas para ocupação (IT09-MG (2009)).

46

47

48

49

50

ANEXO B:

Método para levantamento de carga de incêndio especifica (IT09-MG (2009)).

51

ANEXO C:

Casos de isenção de sistemas de hidrantes e de mangotinhos (IT17-MG (2015)).

52

ANEXO D:

Reservatórios (IT17-MG (2015)).

53

54

55

56

57

Anexo E

Planta baixa

58

ANEXO F

Distribuição dos extintores na edificação.