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FACULDADE ASSIS GURGACZ ANDRESSA MARIA GATELLI FRANCIELE NATACHA GIRALDI VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL CASCAVEL 2012

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Page 1: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

FACULDADE ASSIS GURGACZ

ANDRESSA MARIA GATELLI

FRANCIELE NATACHA GIRALDI

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA

DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL

CASCAVEL

2012

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

ANDRESSA MARIA GATELLI

FRANCIELE NATACHA GIRALDI

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA

DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL

Trabalho de curso apresentado como requisito

parcial para obtenção do titulo de Bacharel

emCiências Contábeis da Faculdade Assis Gurgacz.

Profª Orientadora: Ms Márcia Covaciuc

Kounrouzan

CASCAVEL

2012

Page 3: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

FACULDADE ASSIS GURGACZ

ANDRESSA MARIA GATELLI

FRANCIELE NATACHA GIRALDI

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA

DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL

Trabalho apresentado no Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade

Assis Gurgacz/ Dom Bosco, como requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel Contabilidade, sob a orientação da Professora Ms. Márcia Covaciuc

Kounrouzan.

BANCA EXAMINADORA

___________________________

Márcia Covaciuc Kounrouzan

Faculdade Assis Gurgacz

___________________________

Suzana Burin Ponciano

Faculdade Assis Gurgacz

___________________________

Rildon Nogueira do Nascimento

Faculdade Assis Gurgacz

Cascavel, 04 de dezembro 2012.

Page 4: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

DEDICATÓRIA

Eu, Andressa Maria Gatelli dedico à minha

família de quem sou herdeira de valores

riquíssimos, sendo a base e alicerce principal

da minha vida, pela confiança e por serem

meus verdadeiros amigos, bem como pelo

carinho e amor que me dedicaram.

Eu, Franciele Natacha Giraldi dedico à Deus

por tudo que me proporciona na vida. À minha

mãe e meu pai, os quais amo muito. Aos meus

amigos Andressa, Jhonata e Maysa por tudo

que me ajudaram até hoje. Ao meu namorado

Valmir, pelo carinho, compreensão e

companheirismo.

Page 5: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

AGRADECIMENTOS ANDRESSA

À DEUS primeiramente, que conduz meus passos se fazendo presente a todo instante.

Obrigada pela capacitação concedida e pela infinidade de coisas maravilhosas que me

proporciona diariamente.

Aos meus PAIS, Aurelio e Albertina, responsáveis por cada sucesso alcançado, cada

degrau avançado na minha vida. Durante todos esses anos vocês foram referência

indispensável, fonte de inspiração e perseverança, um grande exemplo de força, coragem,

para jamais desistir diante das adversidades encontradas. A vossa presença proporciona em

minha vida extrema felicidade. Ambos são únicos e meu agradecimento é eterno.

À minha irmã Alexsandra por ter me aturado nos momentos de estresse, pela

paciência, compreensão, por me ajudar a achar soluções quando elas pareciam não aparecer,

pelo abraço e carinho espontâneo que se fez tão necessário. Ao meu irmão/paizão Andrei, que

representa minha segurança e pela força para seguir em frente, independente das dificuldades.

Ao meu irmão Alex, que mesmo distante se tornou tão presente, pelo constante incentivo, pela

confiança depositada, oferecendo-me apoio incondicional, bem como toda minha família e

amigos que são pessoas extremamente importantes em minha vida, participando direto e

indiretamente na construção de um futuro que começa agora, após quatro anos de esforço,

dedicados juntos.

Aos PROFESSORES que ao longo desses anos de graduação nos apoiaram e

transmitiram conhecimentos. Em especial agradeço à nossa ORIENTADORA Márcia, pelo

tempo dedicado, pela confiança, e principalmente pela vossa competência, auxiliando para a

conclusão deste trabalho.

Aos COLEGAS de turma, com os quais dividimos momentos de alegria e também os

de dificuldades e desânimo. À Franciele Giraldi, Jhonata D’Agostini e Maysa de Moraes pela

amizade e apoio incondicional, que sempre me escutaram e nunca deixaram desistir, em

especial, a minha dupla de TCC por ter me aturado nos últimos meses.

À TODOS que colaboraram, participando direto e indiretamente deste grande passo

pessoal e profissional, tornando possível essa conquista. Muito obrigada.

Page 6: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

AGRADECIMENTOS FRANCIELE

A conclusão do curso de graduação é um desafio para todos os alunos que necessitam

passar por esse momento que exige muito esforço e dedicação. Agradeço esse momento

primeiramente a Deus, por iluminar constantemente o meu caminhar. Quero agradecer aos

meus pais que proporcionaram para a base de tudo para lidar com esses obstáculos advindos

em nosso cotidiano. Não posso esquecer-me de agradecer a todos os professores que

enfatizaram um aprendizado diferenciado e significativo para compor o meu lado profissional

e também pessoal, bem como, os professores que mesmo sem terem feito efetivamente parte

do meu ensino durante esses quatro anos de estudo, demonstraram muita paciência e

compreensão, auxiliando-me na elaboração desse trabalho que é primordial para minha

formação acadêmica. Nesse momento, sintetizo um agradecimento especial a todos os meus

amigos, Andressa, Jhonata e Maysa que fizeram parte da minha vida durante esses quatro

anos de graduação, proporcionando e ao mesmo tempo dividindo momentos de alegrias,

tristezas, experiências, conquistas,... Em especial minha amiga, e dupla de TCC, Andressa,

que sempre com muita humildade, soube usar de sua paciência e compreensão para

finalizarmos esse estudo. Enfatizo um agradecimento especial a minha professora orientadora

Márcia C. Kounrouzan que demonstrou muita paciência e compreensão, auxiliando-me na

elaboração desse trabalho. E Agradeço também ao professor Antonio Küilzer por estar sempre

presente, enriquecido de palavras encorajadoras que foram fundamentais “para meu avião não

cair”.

Page 7: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

“O degrau de uma escada não serve

simplesmente para que alguém permaneça em

cima dele, destina-se a sustentar um pé de um

homem pelo tempo suficiente para que ele

coloque o outro um pouco mais alto.”

Thomas Huxley

Page 8: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

RESUMO

Diminuição da produção e constantes alterações de produção da lavoura do milho e da soja

são decorrentes dos déficits hídricos durante as fases críticas da planta. A irrigação

complementar é uma eficiente técnica para contornar essa situação, suprindo a necessidade de

água que a planta eventualmente venha precisar. É neste contexto que o trabalho se insere

através de um estudo de caso na propriedade de terra rural localizada no Município de Santa

Helena-PR, visto que o mesmo busca analisar a viabilidade de implantação de sistema de

irrigação sob pivô central, bem como apurar os custos e despesas da plantação do das culturas

plantadas nos últimos três anos na lavoura estudada, uma vez que tais culturas têm como

principal produto no setor do agronegócio brasileiro, visando à geração crescente da

econômica no país. Diante do exposto, foi possível levantar os métodos necessários para

avaliação do projeto de investimento, onde através das análises demonstrou ser viável a

implantação da técnica de irrigação, gerando resultados satisfatórios, tornando-se uma

oportunidade de negócio altamente lucrativo, quanto à implantação de tal empreendimento.

PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade. Viabilidade. Irrigação. Pivô Central.

Page 9: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparativo de área, produtividade e produção de soja. ...................................... 42

Quadro 2 - Produtividade na cultura de soja e milho nos anos de 2010 à 2012. ...................... 64

Quadro 3 - Média das safras na produção do milho e soja ....................................................... 65

Quadro 4 - Cálculo IRPF nos anos de 2010, 2011 e 2012. ...................................................... 66

Quadro 5 - Média de custos da lavoura de milho e soja ........................................................... 67

Quadro 6 - Cálculo de energia elétrica ..................................................................................... 70

Quadro 7 - Previsão de produção na cultura do milho e soja com sistema de irrigação. ......... 71

Quadro 8 - Previsão de produção de milho, soja e feijão ......................................................... 72

Quadro 9 - Cálculo IRPF para possível receita em 2013. ........................................................ 73

Quadro 10 - Previsão de lucro para 2013 decorrentes de três safras ........................................ 73

Quadro 11 - Comparação da rentabilidade das safras com e sem irrigação ............................. 74

Quadro 12 - Cálculo Payback (A) ............................................................................................ 75

Quadro 13- Cálculo Payback (B).............................................................................................. 76

Quadro 14 - Cálculo VPL e TIR com recurso próprio. ............................................................ 77

Quadro 15 - Cálculo VPL e TIR com financiamento ............................................................... 78

Page 10: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Fontes de economia no município de Santa Helena............................................20

Gráfico 02 – Comparativo da produção de milho entre as regiões brasileiras..........................38

Gráfico 03 –Produção de soja no Brasil...................................................................................41

Gráfico 04 –Precipitações Pluviométricas no Paraná...............................................................44

Gráfico 05 – Comparação dos resultados obtidos, com e sem o Pivô Central.........................74

Page 11: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

LISTA DE IMAGENS

Imagem 01 - Área Total do Imóvel Rural.................................................................................21

Imagem 02 –Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel...................................49

Imagem 03 – Irrigação por aspersão do tipo autopropelido por carretel de cabo de aço..........49

Imagem 04 – Irrigação por Pivô Central...................................................................................51

Imagem 05 – Área irrigada por pivô central (A); Vista da distribuição uniforme na aplicação

da água (B)................................................................................................................................51

Imagem 06 – Sistema de irrigação localizada por gotejamento (A); Sistema de irrigação

localizada por microaspersão....................................................................................................52

Imagem 07 – Sistema de irrigação por superfície. Irrigação por sulco (A); irrigação por faixa

(B); irrigação por inundação (C)...............................................................................................53

Page 12: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Evolução de área, produção e rentabilidade da 1ª e 2ª safra de milho..................39

Tabela 02 – Zoneamento Agrícola (Santa Helena, solo argiloso - tipo 3)……………………45

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LISTA DE SIGLAS

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

CIIAGRO – Centro integrado de informações agrometeorologias.

CNA – Confederação Nacional de Agricultura do Brasil.

CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco.

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento.

COSIF – Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional.

DERAL - Departamento de Economia Rural.

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EUA – Estados Unidos da América.

FUNRURAL – Contribuição Social Rural.

IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social.

IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física.

ITCG – Instituto de Terras, Cartografia e Geociências.

PAYBACK - Prazo de retorno do investimento inicial.

PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos.

PIN - Programa de Irrigação Noturna.

PROAGRO – Programa de Apoio à Agricultura.

PVC – Poli Cloreto de Vinita.

RAT – Registro de Acervo Técnico.

RFB – Receita Federal do Brasil.

SEAB – Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

TIR – Taxa interna de retorno.

VPL – Valor Presente Líquido.

Page 14: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

1.1 FORMULAÇÃO DO TEMA ............................................................................................. 17

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................... 17

1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE ..................................................................................... 17

1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS .......................................................................... 18

1.4.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 18

1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ............................................................................................... 18

1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 18

2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO ....................................................................................... 20

3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 22

3.1 CONTABILIDADE DE CUSTO ....................................................................................... 22

3.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ................................................................................ 24

3.1.1.1 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS (RELACIONADOS AO PRODUTO) .............. 24

3.1.1.2 CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS (RELACIONADOS À PRODUÇÃO) ................... 25

3.1.2 TERMINOLOGIA DOS CUSTOS ................................................................................. 26

3.2 CONTABILIDADE RURAL ............................................................................................. 27

3.2.1 IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTO E SUA GESTÃO NA

ATIVIDADE RURAL .............................................................................................................. 28

3.2.2 MODALIDADE DE NEGÓCIO NA AGRICULTURA ................................................ 29

3.2.3 FORMA DE CONTABILIZAR ...................................................................................... 30

3.2.4 TERMINOLOGIA CONTÁBIL ..................................................................................... 32

3.3 ANÁLISE DE INVESTIMENTO ...................................................................................... 33

3.3.1 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 34

3.3.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETO DE INVESTIMENTO DE CAPITAL . 34

3.3.2.1 PAYBACK ..................................................................................................................... 35

3.3.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................... 36

Page 15: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

3.3.2.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................................... 36

3.4 CULTURA DO MILHO .................................................................................................... 37

3.4.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO .............................................................................. 37

3.5 CULTURA DA SOJA ........................................................................................................ 39

3.5.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA SOJA ............................................................. 40

3.6 CULTURA DO FEIJÃO .................................................................................................... 43

3.7 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E ZONEAMENTO AGRÍCOLA ...................................... 44

3.8 IRRIGAÇÃO ...................................................................................................................... 46

3.8.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA IRRIGAÇÃO ................................................ 47

3.8.2 MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO ........................................................................................ 48

3.8.2.1 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO .................................................................................. 48

3.8.2.1.1 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO DO TIPO AUTOPROPELIDO ... 49

3.8.2.1.2 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL ........ 50

3.8.2.2 IRRIGAÇÃO LOCALIZADA ..................................................................................... 51

3.8.2.3 IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE ................................................................................ 53

3.8.3 IMPACTOS AMBIENTAIS DA IRRIGAÇÃO ............................................................. 54

3.8.4 PROGRAMA DE IRRIGAÇÃO NOTURNA (PIN) ...................................................... 55

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 56

4.1. TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................... 56

4.1.1 QUALITATIVA E QUANTITATIVA ........................................................................... 57

4.1.2 PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS ................................................................................... 58

4.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ..................................................... 58

4.2.1 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................ 58

4.3 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ........................................................ 59

4.3.1 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E RELATÓRIOS E DOCUMENTOS. ......... 59

4.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ......................................................................................... 59

4.4.1 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA .................................................... 59

Page 16: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

4.5 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES .......................................................................... 60

4.5.1 SIGILO DAS INFORMAÇÕES ..................................................................................... 60

4.5.2 PROPRIEDADE DAS INFORMAÇÕES ....................................................................... 60

4.5.3 USO E DESTINAÇÃO DO MATERIAL E/OU DADOS COLETADOS ..................... 60

4.5.4 FORMAS DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA ........................................... 61

4.6 DELIMITAÇÕES, LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA E INFRAESTRUTURA

NECESSÁRIA. ........................................................................................................................ 61

4.6.1 PATROCINADOR .......................................................................................................... 61

4.7 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DO PROJETO DE PESQUISA .............................. 62

4.7.1 ORÇAMENTO ................................................................................................................ 62

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................. 63

5.1 CUSTOS E PRODUÇÃO SEM IRRIGAÇÃO NAS CULTURAS DE MILHO E SOJA 63

5.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL .......... 68

5.2.1 CUSTO E PRODUÇÃO COM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO ........................................ 68

5.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE ............................................................................................. 75

5.2.2.1 PAYBACK ..................................................................................................................... 75

5.2.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO E TAXA INTERNA DE RETORNO. ..................... 76

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO ............................................................................. 80

6.1 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 80

6.2 RECOMENDAÇÃO .......................................................................................................... 81

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 82

ANEXO A – TABELA PROGRESSIVA PARA CÁLCULO ANUAL DO IRPF ............ 87

APÊNDICE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA SEMI -

ESTRUTURADA .................................................................................................................... 88

APÊNDICE B – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA

CULTURA DO MILHO ........................................................................................................ 89

APÊNDICE C – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA

CULTURA DA SOJA ............................................................................................................ 90

Page 17: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

APÊNDICE D – TABELA PRICE ....................................................................................... 91

APÊNDICE E – ORÇAMENTO PIVÔ CENTRAL ........................................................... 93

Page 18: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

16

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o terceiro maior produtor de milho no mundo. O milho, ao lado da soja,

representa cerca de 80% de toda a produção de grãos no país. Os maiores produtores são os

estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Esse percentual se dá por se

tratar de uma cultura que trás muitos benefícios a saúde humana e animal. (BRASIL

ESCOLA).

Existem projetos e estudos para aprimoramento genético do milho e da soja, na qual,

aumentam-se a produtividade e qualidade, formando um grão mais resistente a pragas e

doenças, fatores estes, que contribuem para a redução da produtividade e má formação do

grão, durante todo o desenvolvimento da cultura. (SILVA, 2006). Contudo, mesmo com

tamanha evolução cientifica, ainda há um fator que a ciência, não consegue controlar na

natureza, a previsão do tempo.

O clima afeta a cultura do milho e da soja quando passam por períodos extremos, tais

como muito frio ou calor, períodos prolongados de chuva ou seca, entre outras condições,

podendo variar sua volatilidade conforme a região. (TUBELIS, 2001).

No município de Santa Helena, onde o estudo foi realizado, o clima é propício a

sofrer períodos de estiagem frequentes, ocorrendo perdas na produção. Essas perdas podem

ser reduzidas com a implantação do sistema de irrigação sob Pivô Central, para suprir a

necessidade de água, o que torna relevante a pesquisa de sua viabilidade.

O sistema de Pivô Central é um sistema de irrigação por aspersão, irrigada com

movimentação circular, que se movem acionadas por motores elétricos, exigindo pouca mão

de obra, por ser um sistema automatizado. (MANTOVANI, BERNARDO E PALARETTI,

2007).

Nesse contexto, o presente projeto abordou uma análise de viabilidade para a

implantação do sistema de irrigação sob Pivô Central para a cultura do milho e da soja, no

Município de Santa Helena no Estado do Paraná.

Page 19: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

17

1.1 FORMULAÇÃO DO TEMA

Através de um estudo de viabilidade na implantação de um projeto de irrigação sob

Pivô Central, dentro de uma área rural, localizada no município de Santa Helena, oeste do

Paraná, será determinado o tempo de retorno do investimento e os benefícios econômico-

financeiros, que essa implantação trará para as culturas plantadas nos últimos três anos, bem

como uma possível terceira safra, nestas condições e vantagens operacionais e financeiras

para o proprietário da área estipulada.

Assim, este trabalho trás como tema: “Análise da Viabilidade econômico-financeira

na Implantação de um sistema sob pivô central para o cultivo do milho e da soja”.

1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O problema da pesquisa pode ser definido como: “assunto controverso, ainda não

satisfatoriamente respondido em qualquer campo do conhecimento” (GIL 2010, p. 06).

Partindo desse parecer, ordenou-se, neste trabalho, o seguinte problema:

Qual é a viabilidade de implantar um sistema de irrigação com Pivô Central numa

área agrícola para o cultivo de milho, soja, bem como o tempo de retorno do investimento?

1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE

A implantação de um sistema de irrigação sob Pivô Central trará maior produtividade

e lucratividade na propriedade estudada.

Page 20: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

18

1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar a necessidade e a viabilidade econômica e financeira do uso da irrigação

com Pivô Central nas culturas plantadas nos últimos três anos, no município de Santa Helena

– PR.

1.4.2 Objetivo Específico

Os objetivos específicos, de acordo com Beuren (2003. p.65), "devem descrever

ações pormenorizadas, aspectos específicos para alcançar o objetivo geral estabelecido".

Desta forma, a pesquisa procurará:

a) Conhecer os aspectos que envolvem o cultivo do milho, soja;

b) Apurar os custos de implantação do sistema de irrigação sob pivô central;

c) Levantar as receitas incrementais, bem como os custos de manutenção do sistema;

d) Analisar a viabilidade econômico-financeira do projeto;

e) Obter o tempo de retorno do investimento.

1.5 JUSTIFICATIVA

Segundo FACHIN (2003, p. 65) “justificativa envolve aspectos de ordem teórica,

quando se faz uma reflexão crítica, e aspectos de ordem pessoal, que englobam o interesse e a

finalidade da pesquisa. É uma fase que leva o pesquisador a repensar a escolha do assunto e a

razão de sua escolha”.

Page 21: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

19

Como citado no problema, esta pesquisa tem o propósito de levar ao conhecimento

geral, sobre os aspectos econômicos e financeiros que a implantação do sistema de irrigação

apresenta, destacando clara e objetivamente a sua importância à agricultura.

Pretende também, contribuir para aumentar o leque de oportunidades, melhorar a

qualidade da produção e incentivar os agricultores a continuar nesse ramo, atingindo a

sociedade com seus benefícios.

A implantação de irrigação na produção agrícola se enquadra como investimento em

longo prazo. Em muitos estudos mostra-se muito útil no que se diz respeito ao

desenvolvimento do agronegócio. Desta forma, as pesquisadoras colaboradoras utilizam, em

prol da propriedade de terra rural ora estudada, que almeja implantar um sistema de irrigação

sob pivô central, o conhecimento adquirido ao longo do curso de Ciências Contábeis, a fim de

trazer resultados específicos para que o proprietário possa ter fundamentos em optar ou não

por esse investimento.

Page 22: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

20

2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO

Este estudo será realizado em uma área de terra rural que está localizada no

município de Santa Helena na região do oeste do Paraná, em Esquina Rosa.

Segundo o IBGE no município de Santa Helena, a população estimada em 2012 é de

23.855 mil habitantes, com taxa de crescimento geométrico em 2010 de 1,34 hab./km², visto

que a área territorial (ITCG) é de 759.123 mil km².

No ano de 2010, conforme relata o IBGE, a produção de milho neste município foi

de 139.420 mil toneladas, já a soja 101.340 mil toneladas, correspondente as culturas mais

produzidas na região. A economia do município, também se baseia na agropecuária, sendo

que galináceos, suínos e bovinos, com 4.520.000, 58.600 e 34.360 cabeças respectivamente,

são as mais predominantes, seguidos de ovinos e eqüinos.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (DERAL), em 2011, ao

contrário do ano anterior, a soja teve um crescimento de 4% em relação ao a cultura do milho,

tornando-se uma das principais fontes de economia na cidade se Santa Helena, conforme

ilustrado no gráfico abaixo.

Gráfico 1 - Fontes de economia no município de Santa Helena

Fonte: Dados do SEAB/DERAL, compilados pelos autores (2012).

Adquirida por volta de 1980, de Mário Dalberto, a Fazenda atualmente tem como

principal atividade o plantio de milho e soja. Sendo que, 88% (oitenta e oito por cento) da

Page 23: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

21

área total são destinadas para tais culturas, e os 12% (doze por cento) restantes são áreas

formadas por reserva florestal e pastagens, sendo esta a principal fonte de renda da família.

A fazenda tem como segmento a agricultura familiar, pois a mão-de-obra nas épocas

do plantio á colheita é feita essencialmente pelo núcleo familiar, necessitando nesse período

com um funcionário temporário apenas para auxilio, não havendo funcionários permanentes.

A produção é destinada a venda para cooperativas, cerealistas, indústrias, entre

outros, que darão destino aos grãos, como produzir alimentos para seres humanos e animais, e

ou exportar os grãos aos países interessados.

Por se tratar de produção agrícola privada, para obter todo o conhecimento desejado

as pesquisadoras colaboradoras realizaram entrevistas semi estruturadas e buscaram

documentos voltados às últimas safras, a fim de obter dados necessários para a realização do

mesmo. Todas as informações foram extraídas diretamente com o proprietário da fazenda, que

autorizou a realização da pesquisa, conforme anexo ao Comitê de Ética.

Afim de, ilustrar a localização do terreno onde o estudo será realizado, abaixo

figura com o mapa de localização da área total.

Imagem 1 - Área total do imóvel rural

Fonte: Dados Google Maps, acessados em 15 de maio de 2012.

Page 24: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

22

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresenta-se todo o referencial bibliográfico necessário para embasar

a pesquisa sobre viabilidade econômica e financeira, registrando uma abordagem teórica

sobre o tema eleito, fundamentando as análises deste estudo.

3.1 CONTABILIDADE DE CUSTO

Martins (2003 p. 23) afirma que “a Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade

Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria”. Até a Revolução

Industrial, por volta do século XVIII, praticamente só existia a Contabilidade Financeira,

atendendo as empresas comerciais.

Anteriormente a esse período, os produtos na sua maioria eram todos produzidos por

artesãos que não constituía entidades jurídicas se preocupando pouco com o cálculo do custo,

por conseqüência de ser bastante simples a verificação do valor do produto nos documentos

de aquisição. Porém, com o advento da revolução industrial e a consequente propagação das

empresas industriais, a Contabilidade passou a focar no gerenciamento dos custos, bem como

na tomadas de decisões, surgindo à necessidade de cálculo de custo para a formação de

estoques. (MARTINS, 2003).

Segundo Martins (2003, p.19) “para a apuração do resultado de cada período, bem

como o levantamento do Balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em

termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples”. A vista

disso verificava o montante pago nos itens estocados e valorizava as mercadorias. O cálculo

era bem simples: a diferença do estoque inicial e final adicionado às compras, assim, apurava-

se o valor das mercadorias vendidas. Afrontando esse saldo com as Receitas Liquidas relativo

na venda desses bens, encontrava-se o Lucro Bruto, de quem se subtrai todas as despesas

incorridas no período.

A Revolução Industrial trouxe uma nova perspectiva aos processos de produção, que

até então se baseava na manufatura e nas relações entre o comerciante, o fornecedor e o

Page 25: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

23

cliente. Basicamente o empresário vendia a produção por um preço maior do que aquele pago

aos fornecedores. (MARTINS, 2003).

Desta forma, a Contabilidade de Custos recebeu um impulso a ponto de gerar um

novo campo de aplicação, conhecido como Contabilidade de Custo Industrial, onde com o

desenvolvimento do processo de produção, a concorrência mundial, e o crescimento acirrado

do setor de serviços, juntamente com o avanço tecnológico de informações, fizeram com que

muitos fabricantes dos EUA mudassem completamente sua maneira de operar negócios. E por

sua vez, a partir desse evento, a contabilidade passou de seu foco principal que era a avaliação

de estoques, para as diferentes técnicas de custeio. (MARTINS, 2003).

Em razão ao crescimento das empresas e a distância entre os cargos dentro de uma

organização, a Contabilidade de Custo passou a ser vista como uma indispensável forma de

auxilio de controle e decisões gerenciais, bem como subsidiar os dirigentes com informações

eficazes. (MARTINS, 2003).

Dessa forma, as informações devem ser geradas para os usuários internos como

administradores, diretores e executivos, além dos próprios donos, com necessidades e

interesses direcionados ao processo de decisão, motivo pelo qual as informações produzidas

pela organização devem ser úteis, claras e confiáveis, que atendam aos propósitos de cada

usuário. (MARTINS, 2003).

Os custos podem ser vistos como instrumentos de controle, planejamento e avaliação

de desempenho. Para a COSIF (Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro

Nacional), a Contabilidade de Custos visa “fornecer informações sobre a utilização de bens e

serviços na produção de outros bens ou serviços no ambiente onde são gerados, direcionados

para o fornecimento de subsídios para análise e avaliação do desempenho e da

produtividade”.

Silva Junior (2000, p. 80) define Contabilidade de Custo como:

[...] o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar

os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da produção

e das vendas, se torne possível à administração utilizar as contas para estabelecer os

custos de produção e de distribuição, tanto por unidade, quanto pelo total, para um,

ou para todos os produtos fabricados, ou serviços prestados e os custos das outras

diversas funções do negócio, com a finalidade de obter operação eficiente,

econômica e lucrativa.

A Contabilidade de Custos tem como objetivo determinar os custos por produto,

processo, tarefa, unidade e por departamento, controlar os gastos relacionados com a

Page 26: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

24

produção, distribuição e a administração, promover as bases para estimativa do custo de

produto para a fixação de uma margem de lucro, medir a eficiência da força do trabalho

humano e dos materiais aplicados para a formação do preço de venda, conhecimento do nível

de rendimento econômico e do ponto de produtividade com vista no integral aproveitamento

dos meios de produção, ou seja, visa se o preço do produto produz rendimento satisfatório,

cobrindo todos os custos de produção, aquisição e mão de obra. (SILVA JUNIOR, 2000).

Por conseqüência disso, requer a existência de métodos de custeio para que, ao final

do processo, seja possível obter o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Neste sentido,

fornece informações importantes para a formação de preço de venda dos produtos da empresa,

“[...] determinação da quantidade a ser produzida, escolha de qual produto produzir, avaliação

de decisão sobre corte de produtos ou decisão de comprar ou fabricar” (SILVA JUNIOR,

2000, p. 80) e, em função disso, tem se tornado uma ferramenta indispensável para a

administração das entidades, qualquer que seja o seu ramo de atividade ou volume de

negócios.

3.1.1 Classificação dos custos

Martins (2003, p.25) afirma que “custo é um gasto relativo à bem ou serviço

utilizado na produção de outros bens e serviços”, e acrescenta ainda que “o custo é também

um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos

fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um

serviço”. Desta forma, a classificação dos custos depende de fatores, tais como, identificação

com a produção ou relação com o volume dessa produção e classificam-se em:

3.1.1.1 Custos Diretos e Indiretos (relacionados ao produto)

No que diz respeito à forma de distribuição e apropriação, os gastos podem ser

classificados em diretos e indiretos. (OLIVEIRA, 2000).

Custos diretos, segundo Oliveira (2000, p.72), são:

Page 27: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

25

Os custos que podem ser quantificados e identificados aos produtos e serviços e

valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de

rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já que

são facilmente identificados. Os custos diretos, na grande maioria das indústrias,

compõem-se de materiais e mão-de-obra.

Já custos indiretos, são todos os outros custos que dependem da utilização de rateio

para sua locação. Neste sentido, Oliveira (2000, p.74) afirma que:

São aqueles custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou

serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas,

ordens de serviço ou produto, serviços executados etc. Necessitam, portanto da

utilização de algum critério para rateio para sua locação.

3.1.1.2 Custos Fixos e Variáveis (relacionados à produção)

Quanto ao comportamento dos gastos em virtude das variações na quantidade da

produção e das vendas, os gastos classificam-se em custos fixos e variáveis. (OLIVEIRA,

2000).

Custos fixos existem independentes da fabricação ou não de determinado produto e

da sua quantidade produzida. De acordo com Oliveira (2000, p.66) “são aqueles custos que

permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independentemente do

volume de produção. Consequentemente, não são identificados como custos da produção do

período, mas como custos de um período de produção”.

Já os custos variáveis oscilam conforme a quantidade produzida. Para Oliveira (2000,

p.74):

São aqueles custos que mantém uma relação direta com o volume de produção ou

serviço e, conseqüentemente, podem ser identificados com os produtos. Dessa

maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume das atividades da

empresa aumenta, Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma

proporção do acréscimo no volume produzido.

Page 28: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

26

3.1.2 Terminologia dos Custos

Martins (2003) afirma que para cada área existe, sobretudo nas sociais e econômicas,

uma abundância de nomes para apenas uma definição, bem como conceitos distintos para uma

palavra apenas. Sendo assim, cada área da Contabilidade, contém distintos conceitos quanto

as mesmas terminologias. Deste modo, segue abaixo as definições, para algumas

terminologias da área de custo.

Custos: “é o consumo de bens e serviços, empregados na produção de outros bens

e serviços. Consumo esse é representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos”

(BERTI, 2010, p. 20).

Gastos: para NEVES (2010, p.15) “o gasto se concretiza quando os bens ou

serviços adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa”. Contudo,

apenas será considerado um gasto no momento que haver o reconhecimento contábil da

redução do ativo de um pagamento ou da dívida.

Desembolso: saída de dinheiro do caixa ou das contas bancárias é uma forma de

se definir desembolso. “Os desembolsos ocorrem em virtude do pagamento de compras

efetuadas a vista ou de uma obrigação assumida anteriormente”. (OLIVEIRA, 2000, p. 29).

Investimento: “investimento é o gasto para aquisição de ativo, com a finalidade de

obtenção de benefícios a curto, médio e longo prazo”.(BERTI, 2010, p.20).

Despesas: “gasto que provoca redução do patrimônio constitui a despesa. Bem ou

serviço consumidos direto ou indiretamente para obtenção de receitas. O esforço no sentido

da obtenção da receita deve ter como contrapartida a entrega ou a promessa de entrega de

ativos”. Ex. Comissão de vendas. (BERTI, 2010, p. 20).

A despesa se diferencia do custo, tenda em vista, que essa, afetará diretamente o

resultado do exercício. Dessa forma, a despesa é reconhecida no momento que os produtos

são vendidos, ou seja, gastos incorridos na venda. Já os custos são os gastos obtidos com a

fabricação do produto. (BERTI, 2010).

Perda: as perdas são fatores negativos ocorridos involuntariamente ou de forma

anormal. Para Berti (2010, p. 21) “são gastos não intencionais decorrentes de fatores externos,

fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. As perdas não mantêm nenhuma

relação com a operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não previstos”.

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27

3.2 CONTABILIDADE RURAL

A atividade rural é caracterizada pela exploração das atividades voltadas a

agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e animal, apicultura, avicultura,

cunicultura, suinocultura, sericultura, piscicultura e outras explorações zootécnicas, bem,

como, a transformação dos produtos agrícolas ou pecuários sem que seja alterada sua

composição como, por exemplo, o processo de debulha do milho. (CREPALDI, 2005).

A agricultura tem um papel fundamental para o ser humano, é nela que está

representada toda a atividade de exploração da terra, tendo como finalidade, suprir a

necessidade humana. E mesmo com a industrialização e o aumento das tecnologias, a

agricultura se mantém indispensável como maior fonte produtora de alimento. (CREPALDI,

2005).

Para Crepaldi (2005, p. 23), Empresa Rural é:

A unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a

culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de

obtenção de renda. Qualquer tipo de empresa Rural, seja familiar ou patronal, é

integrada por um conjunto de recursos, denominados fatores de produção: Terra, o

Capital e o trabalho.

A terra é o fator de produção mais importante, pois se a terra é ruim, possivelmente

não conseguirá produzir o suficiente para trazer lucratividade. O capital na atividade rural é

representado pelo “[...] conjunto de bens colocados sobre a terra com o objetivo de aumentar

sua produtividade e ainda facilitar e melhorar a qualidade do trabalho humano [...]”

(CREPALDI, 2005, p.25). Alguns exemplos de capital agropecuário são benfeitorias, animais

de produção, animais de serviço, máquinas, implementos agrícolas e insumos agropecuários.

Crepaldi (2005) divide o capital da atividade rural em ativo circulante e capital fixo.

Sendo o capital fixo composto por capital de durabilidade longa, como por exemplo, uma casa

de madeira, um trator e uma construção de alvenaria e o ativo circulante composto por

capitais que são consumidos dentro do ano agrícola, ou seja, doze meses contados a partir do

início do cultivo até a colheita da atividade que mantém maior renda bruta, entretanto, esse

período é regido por um estatuto com base na escrituração mercantil da entidade, na qual o

diretor ruralista deverá elaborar, e terá como duração máxima de um ano.

Page 30: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

28

Dessa forma, Crepaldi (2005) também explica que um capital que tem durabilidade

longa não deve ter ser seu valor de compra incluído como gasto daquele ano. Por exemplo,

muitos ruralistas ao adquirir um bem de longa durabilidade se utilizam de meios de

financiamentos, desta forma a soma das parcelas na qual irão representar o valor do bem para

o ano deve ser apropriada na despesa do ano.

Existem algumas características peculiares ligadas ao setor agrícola em geral, são

elas a dependência do clima e condições biológicas; correlação com o tempo de produção

versus tempo de trabalho; a qualidade da terra; incidência de riscos como por exemplo a seca,

geada, granizo; a competição econômica quando existem muitos produtos com pouca

diferenciação entre si, ou muitos agricultores e consumidores; produtos não uniformes

caracterizada pela dificuldade em obter produtos ao tamanho e qualidade; alto custo de saída

e/ou entrada, como por exemplo, altos investimentos com benfeitorias e máquinas, podendo

ter como conseqüência a volatilidade no preço de mercado na qual devem ser suportadas a

curto prazo. (CREPALDI, 2005).

3.2.1 Importância da Contabilidade de Custo e sua gestão na Atividade Rural

Atualmente, juntamente com o avanço tecnológico e o aprimoramento das técnicas

de produção, a agricultura vem se aperfeiçoando, refletindo diretamente na economia, geração

de empregos e na quantidade e qualidade dos grãos/produtos, necessitando, sobretudo, de um

bom gerenciamento financeiro. (MIRANDA, 2004).

Para Crepaldi (2005, p. 81) “O sucesso de qualquer empreendimento está

subordinado a uma administração eficiente”. Para que o ruralista obtenha êxito, é preciso ir

além de alcançar elevados níveis de produtividade e lucratividade, é preciso buscar o controle

das operações rurais por meio de relatórios contábeis a fim de alcançar o resultado e

maximizar o lucro.

O objetivo da Contabilidade Rural é o patrimônio e o seu uso embutidos nos

conceitos de controlar e planejar. O controle é a forma que o ruralista usa para observar o

comportamento da organização, e se a política adotada está sendo cumprida. Já o

planejamento “[...] é o conjunto de linhas de ação e a maneira de executá-las para alcance dos

objetivos.” (CREPALDI, 2005, p.85).

Page 31: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

29

Com a competitividade do mercado do agronegócio, e a luta incessante por mais

espaço no mercado, a Contabilidade de Custo passou a ser um diferencial entre os

empresários rurais, visto que a necessidade de planejamento e controle é inevitável.

(MIRANDA, 2004).

Borilli (2005) relata que o ponto fundamental na Contabilidade é o uso da

informação como instrumento gerencial, evidenciado em relatórios e demonstrações

contábeis, suprindo as necessidades da administração e demais usuários, bem como

transformar “[...] as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a

evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração

financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados”

(MIRANDA, 2004).

A finalidade da Contabilidade Rural é o planejamento, a obtenção da situação real do

ruralista por meio das demonstrações contábeis, pois estas irão fornecer dados suficientes para

a tomada de decisão, tais como se cabe ao empresário rural reduzir custos, buscar recursos,

expandir. (CREPALDI, 2005).

Ribeiro, Ribeiro e Rogers (2005) complementam dizendo que a Contabilidade de

Custo tem por objetivo atingir finalidades precisas, “[...] o qual pode estar relacionado com o

fornecimento de dados de custos para a mensuração do lucro, determinação da rentabilidade e

avaliação do patrimônio, identificação dos métodos e procedimentos para o controle das

operações e atividades executadas”.

É relevante a necessidade de profissionais na área da Contabilidade, tanto pequenos,

médios ou grandes produtores rurais, “[...] como uma ferramenta gerencial que permite, por

meio da informação contábil, o planejamento e o controle orçamentário para tomada de

decisões, além de contribuir para o controle dos custos e comparação de resultados”, a fim de

proporcionar melhor resultado econômico e financeiro. (BORILLI et. al, 2005, p. 77).

3.2.2 Modalidade de negócio na Agricultura

No meio rural existem parcerias feitas com a finalidade de destinar por

obrigatoriedade ou não, o uso do imóvel rural, benfeitorias ou facilidades a outra pessoa,

Page 32: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

30

obtendo em troca uma das formas de pagamentos definidos por contratos de parcerias.

(CREPALDI, 2005).

Existem diversos contratos de parcerias e cada contrato é desenvolvido para cada

tipo de atividade rural exercida. No caso do produtor rural, que exerce a atividade de plantar,

é feito o contrato de arrendamento rural para plantio. (CREPALDI, 2005).

Crepaldi (2005) define arrendamento rural como um contrato na qual existe uma

relação de obrigatoriedade por tempo determinado ou não ao uso do imóvel rural,

benfeitorias, entre outros, para fim de exercer e explorar as atividades rurais mediante

retribuição ou aluguel. Todo o contrato deve ser elaborado observando os princípios e limites

designados na lei.

O contrato é distribuído em três participantes da seguinte forma: o arrendador na qual

é o proprietário do imóvel; o arrendatário que é a pessoa que recebe o direito de explorar o

imóvel ou parte dele em troca de aluguel ou de outros meios de pagamento conforme for

designado no contrato; e o terceiro participante definido como o subarrendatário é a pessoa

que, com a permissão do arrendador, o arrendatário transfere os direitos e obrigações em

partes ou no total para o uso do imóvel rural. (CREPALDI, 2005).

Todo o contrato de arrendamento é regido por normas que definem a obrigação das

partes e limites. (CREPALDI, 2005).

3.2.3 Forma de contabilizar

A Contabilidade Rural tem como a forma de escrituração escolhida pelo ruralista,

“[...] desde que seja mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos das

legislações comercial e fiscal e aos princípios fundamentais de contabilidade.” (CREPALDI

2005, p. 83).

Por sua vez, Crepaldi (2005) divide a classificação contábil em dois grupos: cultura

temporária e cultura permanente.

Na cultura temporária, é classificada “[...] aquelas sujeitas ao replantio após cada

colheita como o milho, trigo, feijão, arroz, cebola etc.”, onde seus gastos para a formação no

período de sua realização são caracterizados como despesas de custeio. (CREPALDI, 2005, p.

103).

Page 33: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

31

Portando, entende-se que este estudo ficou classificado dentro da cultura temporária,

por se tratar de safras voltada ao cultivo de milho e soja, cujo ciclo completo de

desenvolvimento da planta ocorre entre 4 meses até a sua colheita, podendo variar conforme a

qualidade da semente, clima, temperatura, entre outros fatores técnicos.

“Os custos na cultura temporária serão contabilizados em uma conta do Ativo

Circulante com o título de Culturas Temporárias. Esses custos podem ser: sementes

fertilizantes defensivos, mão-de-obra. Acumulados até o termino da colheita [...]” após esse

período todo o saldo deverá ser transferidos para a conta de Produtos Agrícolas na qual será

adicionado todo o custo para deixar o produto apresentável para a venda. E ao vender o

produto transfere todo o valor, que corresponde à quantidade vendida, para a conta de Custo

de Produtos Vendidos. E o custo para armazenamento do produto destinado a venda deverá

ser classificado como despesa. (CREPALDI, 2005, p. 103).

Caracteriza-se a cultura permanente “[...] aquelas não sujeitos a replantio após cada

colheita”. Como, por exemplo, plantação de maça, laranja, eucalipto. Sendo todos os custos

dessa cultura transcorridos para sua formação, em que, serão contabilizados no ativo

permanente, porém assim que a cultura permanente começar a produzir, os seus custos

incorridos para sua formação deverá ser repassados na conta de ativo circulante que “[...] será

transferida para custo de produtos vendidos, no resultado, por ocasião da venda da colheita”

(CREPALDI, 2005 p. 95).

Crepaldi (2005, p. 105), explica o processo da cultura permanente da seguinte forma:

Na cultura permanente os custos de formação são classificados no Ativo

Permanente Imobilizado, acumulados na Conta Cultura Permanente em

formação, especificando o tipo de cultura. Após a formação da cultura, que

pode levar vários anos, transfere-se o saldo acumulado da conta Cultura

Permanente em Formação para a conta Cultura Permanente Formada, no

Ativo Permanente Imobilizado especificando a cultura. Logo após a cultura

formada iniciar-se-á a primeira produção ou colheita.

Os custos da primeira floração serão contabilizados na conta denominada como

Colheita em Andamento classificada no estoque (Ativo Circulante). “Aos custos de formação

da colheita serão também adicionado às quotas de depreciação (ou exaustão) da Cultura

Permanente Formada” (CREPALDI, 2005, p. 105). Já no encerramento da colheita transfere

o saldo, e adiciona os custos com acondicionamento, silagem entre outros, para a conta

Produtos Agrícolas classificada no Estoque (Ativo Circulante).

Page 34: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

32

3.2.4 Terminologia Contábil

A Contabilidade Rural necessita distinguir os custos das despesas, gastos e

desembolsos, investimentos e perdas. Para distinção, abaixo conceitos das terminologias

contábeis. (CREPALDI, 2005 p. 97). São elas:

Gasto: é o que incorpora o valor uma promessa de entrega de um ativo, ou de bem

e serviço, este se concretiza quando o bem passa a ser da propriedade rural ou quando os

serviços são prestados. Segue alguns exemplos são: gastos com mão-de-obra, com aquisição

de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas; gastos com energia elétrica, com aluguel de

terras e com assistência técnica. (CREPALDI, 2005).

Desembolso: é o pagamento da aquisição do bem adquirido ou de prestação de

serviço, podendo ser a vista ou a prazo. (CREPALDI, 2005).

Investimento: é o gasto em função da aquisição de um bem ou serviço em prol da

função de sua vida útil ou benefícios atribuídos a exercícios futuros. Segue alguns exemplos

de investimentos: Aquisição de móveis e utensílios, imóveis rurais, despesas pré-

operacionais, aquisição de insumos. (CREPALDI, 2005).

Custo: são todos os gastos incorporados à atividade rural. Exemplos de custos:

salários de pessoal da propriedade, insumos utilizados no processo produtivo, combustíveis e

lubrificantes usados nos equipamentos agrícolas, depreciação e gastos com manutenção de

equipamentos agrícolas. Na qual são classificados em custos diretos e indiretos, fixos e

variáveis, relata Crepaldi (2005).

Custos diretos são aqueles apropriados de forma direta, ou seja, sem efetuar o rateio,

aos produtos agrícolas, pois existe uma medida objeto do seu consumo como, por exemplo,

quilos, horas de mão-de-obra ou de máquina, quantidade de força consumida, entre outros.

Segue exemplos de custos diretos: Insumos, mão-de-obra direta (trabalhadores da produção

agrícola), material de embalagem, depreciação de equipamentos agrícolas, energia elétrica das

máquinas agrícolas. Os custos indiretos são aqueles que necessitam de estimativas para serem

apropriados em diferentes produtos agrícolas, também conhecido como critérios de rateio. São

considerados como custos indiretos o aluguel, iluminação, depreciação, salários de

administradores, manutenção e conservação de equipamentos agrícolas, impostos e taxas da

propriedade rural, entre outros. (CREPALDI, 2005).

Page 35: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

33

Custos fixos são aqueles que independentemente da quantidade produzida sempre

existirá, por exemplo, aluguéis, impostos, entre outros. Custos variáveis oscilam conforme a

quantidade produzida, como por exemplos os insumos e a mão de obra. (CREPALDI, 2005).

Despesas: para Crepaldi, (2005) são gastos de bens e prestação de serviços na qual

não são utilizados nas atividades agrícolas, mas são necessários para a obtenção da receita.

Contudo, “[...] todos os custos que estão incorporados nos produtos agrícolas que são

produzidos pela empresa rural são reconhecidos como despesas no momento em que os

produtos são vendidos” (CREPALDI, 2005 p. 98).

Perdas: para Crepaldi “[...] é um gasto não intencional decorrente de fatores

externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa rural”. Sendo as perdas

fortuitas pertence à natureza das despesas e são atribuídas diretamente ao resultado do

exercício. E as perdas da atividade produtiva rural são integradas ao custo de produção do

exercício, por exemplo, as perdas normais de insumos na produção agrícola. (2005, p. 98).

3.3 ANÁLISE DE INVESTIMENTO

Os indicadores econômicos financeiros são necessários para verificar a viabilidade

financeira do projeto no qual envolvem decisões sobre projetos de médio e longo prazo, e tem

como objetivo apresentar o retorno do investimento. Esses indicadores estão divididos em

cinco grupos para análise: rentabilidade; nível de atividade; estrutura de capitais; capacidade

de pagamento de dívida; gestão do capital de giro. (MOTTA; CALÔBA, 2002).

O investimento financeiro é uma forma de converter recursos financeiros que se

encontram em moeda corrente em algo que possibilite obter um retorno igual ou superior que

uma aplicação financeira. “Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de

capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa

existente etc.; buscando com isso criação de valor, ou seja, recuperação de valor investido

(taxa de juros), em determinado prazo” (MOTTA; CALÔBA, 2002, p. 34).

A análise de investimento é feita com base em fluxo de caixa e na avaliação de

projeto de investimento de capital, de acordo com informações financeiras, relevantes na

determinação da viabilidade econômica e financeira. (GITMAN, 2002).

Page 36: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

34

3.3.1 Fluxo de caixa

Como fator fundamental, para iniciar o processo de análise de investimentos, devem-

se observar os fluxos de caixa, que de acordo com Gitman (2002) é um conjunto de

movimentações de caixa, registrando as entradas e saídas de dinheiro, ao longo de um período

de tempo.

Os principais componentes do fluxo de caixa existente em um projeto de

investimento são compostos por três elementos básicos: investimento inicial, que são todos os

gastos necessários para implantação do referido em longo prazo; As entradas de caixa

operacional, que são as entrada de caixas relevantes após o imposto de renda e; fluxo de caixa

residual que é o fluxo de caixa não operacional, decorrente da liquidação do investimento em

longo prazo no final da sua vida. (GITMAN, 2002).

3.3.2 Métodos de avaliação de projeto de investimento de capital

A avaliação de projetos de investimentos abrange um conjunto de técnicas que visam

buscar sua viabilidade econômica e financeira, considerando uma determinada Taxa Mínima

de Atividade. (GITMAN, 2002). Brunoro (2005), compilados por Gatelli e Gottwytz (2006),

salienta a importância de parâmetros mínimos de atratividade, visto que a taxa mínima de

atratividade (TMA) é a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto se o mesmo não

ocorrer deverá ser rejeitado. Além de ser taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa

quando se usa o método do valor presente liquido (VPL). O critério de comparação para a

TIR, é o rendimento mínimo de uma segunda melhor alternativa.

Dessa forma, essa avaliação de projeto de investimento de capital, é geralmente

medida pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial), Valor Presente Líquido

(VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). (GITMAN, 2002).

Page 37: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

35

3.3.2.1 Payback

Trata-se de um período necessário de tempo para o proprietário recuperar os recursos

iniciais investidos no projeto, levando em consideração o fluxo de caixa e não os lucros

contábeis. (LEMES JR, 2002).

O payback possui dois métodos (apresentados abaixo) para avaliar esse período,

contudo, trazendo a equação de que quanto menor é o payback maior é a liquidez. Desta

forma, o mesmo, muitas vezes é utilizado como um indicador de fator de risco que o projeto

pode apresentar. (WESTON; BRIGHAM, 2004).

Por ser visto como uma medida de risco o uso do payback é utilizado tanto por

grandes empresas, para análise e decisões de um investimento em longo prazo, quanto por

pequenas empresas. Quanto maior for o tempo de retorno do investimento, maior será a

possibilidade de perda, portanto quanto menor for o período de payback, menor será a

exposição da empresa aos riscos. (WESTON; BRIGHAM, 2004).

Um método do uso payback, também conhecido como payback regular, é o tempo

esperado para que haja retorno do custo de um investimento através de suas receitas, onde se

soma os fluxos de caixa futuros para cada ano do seu pagamento ate que o custo inicial do

investimento seja abatido, não levando em conta seu capital próprio. (WESTON; BRIGHAM,

2004).

Um método bastante semelhando ao payback regular, é aquele que considera além do

tempo necessário para recuperar o investimento é preciso fazer a partir do fluxo de caixa

liquida descontado. Sendo este, um cálculo de equilíbrio visto que o fluxo de caixa se

equipara a taxa esperada até o ano de payback levando em conta os custo e capital próprio.

(WESTON; BRIGHAM, 2004).

Page 38: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

36

3.3.2.2 Valor presente líquido (VPL)

Weston e Brigham (2004) ponderaram em sua obra, que podem ocorrer falhas nos

métodos antigos de payback, com isso, as pessoas começaram a aperfeiçoar tal técnica de

análise considerando o VPL como uma visão mais eficiente.

Gitman (2002, p. 329) define VPL como “uma técnica sofisticada de análise de

orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor

presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa”.

Neste método, se o VPL implicar num resultado negativo, o projeto deverá ser

rejeitado, entretanto se o resultado apresentado for maior que zero, ou positivo, aceita-se o

projeto, pois obterá um retorno maior do que seu custo de capital. (WESTON, BRIGHAM,

2004).

Para Weston e Brigham (2004, p. 533), as técnicas de fluxo de caixa descontado são

métodos para avaliar propostas de investimento que utilizam conceitos de valor do dinheiro

no tempo, dois desses é o valor presente líquido e a taxa interna de retorno.

3.3.2.3 Taxa interna de retorno (TIR)

A taxa de retorno é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das

entradas de caixa do investimento inicial referente a um projeto. (GITMAN, 2002).

É um método determinante considerado um indicador fundamental para relação de

propostas de investimento em novos projetos sendo menos robusta que a VPL. Assim, em

relação ao critério de decisão, poderá ser aceito o projeto, se a TIR for maior que os custos de

capital, caso contrário não. “Esse critério garante que a empresa esteja obtendo pelo menos

sua taxa requerida de retorno. Tal resultado deveria aumentar o valor de mercado das

empresas, conseqüentemente, a riqueza dos seus proprietários” (GITMAN, 2002, p. 330).

Page 39: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

37

3.4 CULTURA DO MILHO

A importância econômica da cultura do milho se dá por se tratar de uma cultura com

maior consumo e com uma variada linha de produtos, utilizada desde a alimentação animal

até a industrial de alta tecnologia. Pode ser usado na forma de, grãos verdes ou seco,

consumido cru ou cozido, transformado em óleo, sucos, bolos, sobremesas, biscoitos, xaropes,

cervejas, sorvestes, bem como rações, silagem, enfim, a utilização do milho na alimentação

humana e animal é muito abrangente. Seu consumo proporciona inúmeros benefícios à saúde,

por se tratar de um cereal rico em fonte de fibras, carboidratos, vitaminas e sais minerais

(BRASIL ESCOLA).

Destina-se a produção brasileira de milho para o consumo rural e à oferta do produto

no mercado consumidor. O primeiro é direcionado ao consumo humano e animal, o segundo

para exportações e indústrias químicas, bem como comercializações direcionadas a produção

de ração. (EMBRAPA, 2006).

No Brasil, o plantio do milho é feita em duas épocas. A primeira safra é plantada no

verão em épocas chuvosas, entre agosto a novembro na região Sul. Nos demais estados os

plantios da cultura variam de acordo com os períodos chuvosos. A segunda safra, mais

conhecida como safrinha, no Paraná é plantada em fevereiro ou março. “Embora realizados

em uma condição desfavorável de clima, os plantios da safrinha são conduzidos dentro de

sistemas de produção que gradativamente são adaptados e essas condições, o que tem

contribuído para elevar os rendimentos das lavouras dessa época”. (EMBRAPA, 2006).

3.4.1 Breve história e evolução

Uma das culturas mais antigas do mundo, o milho, tem descobrimento na América há

aproximadamente cinco mil anos. Posteriormente, foi levado para Europa onde era cultivado

em jardins, até seu valor alimentício se tornar conhecido. Logo depois, passando a ser

plantado em escala comercial espalhando-se por toda a região de norte a sul. (LAVOURA

S/A).

Page 40: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

38

Ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, atualmente, o Brasil é o

terceiro maior produtor do milho. No Paraná, somente no século XX que a cultura alcançou

representação econômica. Produzidas inicialmente de forma familiar, o crescimento da

produção se deu a partir da década de 30, nas regiões norte, sobretudo do oeste e sudoeste

(LAVOURA S/A).

O gráfico abaixo apresenta o comparativo da produção de milho entre as regiões do

Brasil no período de 2011/2012, considerando a safra normal.

Gráfico 2 - Comparativo da produção de milho entre as regiões brasileiras

Fonte: Dados do SEAB/DERAL acessados 30 de set. 2012, compilados por GATELLI, A. M.

Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o estado do Paraná

produziu em torno de 6 milhões de toneladas de milho na última safra 11/12. Como pode se

observar, juntamente com Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o sul do Brasil se torna a

região de maior produção, seguida do sudoeste e da região norte, contribuindo

significativamente com a economia do país.

A tabela a seguir apresenta a evolução da área colhida, produção, rendimento,

participação e colocação Paraná/Brasil entre os anos 2000 e 2010.

Page 41: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

39

Tabela 1- Evolução da área, produção e rentabilidade da 1ª e 2ª safra de milho

Fonte: IBGE/DERAL (2010).

Observa-se que o Paraná em relação ao Brasil, contribui 24.66 % de toda a produção

de grãos no país no ano de 2010.

3.5 CULTURA DA SOJA

No Brasil, a soja é considerada a cultura de maior expressão comercial. A nível

mundial, a principal oleaginosa produzida e consumida. Fatores estes, que justifica o

crescimento constante, a importância da produção, comercialização e importação dos grãos na

economia do Brasil. (INSUMOS).

Tempos atrás, a soja servia somente para a produção de óleos e rações para animais.

Atualmente, com melhoramento genético, além desses dois destinos a cultura tem uma

infinita gama de utilização e consumo, tais como, farinha, sabão, cosméticos, resinas, tintas,

solventes, biodiesel, além de ser um alimento importantíssimo para uma vida saudável, rico

em nutrientes, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais. (INSUMOS).

São inúmeros fatores que indicam se uma lavoura de soja apresentará ou não uma

boa produtividade. Dessa forma Garcia (2007, p. 01) explica que:

Page 42: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

40

Na maioria dos casos, os fatores climáticos são os mais determinantes,

especialmente a distribuição de chuvas, sem diminuir a importância de outros

fatores, como a capacidade produtiva do solo, por exemplo. Mas, mesmo quando a

ocorrência desses fatores se apresenta de forma satisfatória a boa, pode-se não

alcançar bons resultados em termos de rendimentos e altura das plantas em soja, se a

instalação da lavoura não permitir que as plantas sejam beneficiadas por esses

fatores. Isso pode acontecer em função da época de semeadura, da cultivar, da

densidade de plantas e sua uniformidade e em função da combinação desses fatores

com problemas fitossanitários da cultura, especialmente a interação de época de

semeadura e ocorrência de pragas e doenças.

Segundo o Agrônomo Garcia (2007) o período mais indicado para semeadura da soja

está em meados de novembro a dezembro, onde oferece clima quente, condições favoráveis a

umidade e temperatura, no entanto, saindo do ciclo propício a produção poderá cair

significativamente. A necessidade de água é maior entre o florescimento e o enchimento de

grãos, quando a cultura demanda de 7 a 8 mm/dia.

3.5.1 Breve história e evolução da soja

Originário na China Antiga, a soja é uma das primeiras plantas cultivadas no mundo,

sendo considerado um dos cincos grãos sagradas juntamente com arroz, trigo, cevada e

milheto. (EMBRAPA, 2003).

A variedade de soja cultivada hoje é diferente daquela que era produzida

antigamente, onde consistiam plantas de espécie rasteiras. Sua evolução teve como partida o

surgimento de plantas provenientes de cruzamentos naturais com duas diferentes espécies de

soja. Desde então, a planta passou por melhoramento genético tornando mais pertinente a

produção e ao consumo, expandindo-se de forma lenta na Coréia, Japão e Ásia. (INSUMOS).

Somente entre o século XV e XVI que a soja foi introduzida no Ocidente. Entretanto,

foi em 1979 que tal cultura passou a ter um destaque internacionalmente, passando a investir

na utilização dos grãos como matéria prima para vários produtos. (INSUMOS).

Apenas em 1901 a soja foi cultivada no Brasil, vindo com maior influência sete anos

depois, com a chegada dos japoneses e [...] “introduzida oficialmente no Rio Grande do Sul

em 1914. Porém, a expansão da soja no Brasil aconteceu nos anos 70, com o interesse

crescente da indústria de óleo e a demanda do mercado internacional”, tornando-se a principal

cultura do agronegócio brasileiro, não apenas pelo aumento da área cultivada, mas também ao

incentivo do desenvolvimento tecnológico. (INSUMOS, p. 30).

Page 43: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

41

Como maior produtor de soja está os Estados Unidos, seguido do Brasil, Argentina,

China, Índia e o Paraguai. (DEMARCHI, 2011).

Abaixo Gráfico 03, comparação de produção de grãos de soja no Brasil, com

evolução por estado, mostrando o crescimento da produção de soja em uma extensão de 43

anos (1960 - 2003).

Gráfico 3 - Produção de soja no Brasil

Fonte: Dados da EMBRAPA (2003).

Conforme gráfico exposta acima, o estado do Mato Grosso tornou-se maior

representante na produção de grãos de soja em todo o território brasileiro, seguido do Paraná,

no ano de 2003. Em contrapartida, ficando com menor índice de produção, no mesmo ano,

encontra-se os estados de Maranhão e Santa Catarina. (EMBRAPA, 2003)

A frequência do clima seco nas áreas de produção, basicamente na região Sul do

Brasil, registrado principalmente no estado do Rio Grande do Sul seguido do Paraná,

diminuiu a produção de grãos de soja para 65,6 milhões de toneladas. (CONAB, 2012). O

quadro a seguir, mostra um comparativo de área, produtividade e produção de soja entre as

Page 44: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

42

safras de 2009/2010 e 2010/2011, para melhor compreender tais situações e maior

conhecimento dos demais estados brasileiros.

Quadro 1 - Comparativo de área, produtividade e produção de soja.

Fonte: CONAB - Levantamento: Abril/2012.

Na região Sul, devido às diferentes condições climáticas ocasionados pelo fenômeno

La Niña, provocou consideráveis perdas à lavoura de soja. A seca que teve início em

novembro de 2011 diminuiu a produtividade em 1.191 kg/ha (3.14 - 1.933) nos estados do Sul

do Brasil. (CONAB, 2012).

A produção prevista em 9,93 milhões de toneladas, para o estado do Paraná, relata

uma perda de 5,49 milhões (15.424,1 – 9.932,1) em relação à 2010/2011, como especificado

na quadro 01. Esse efeito foi devido à falta de chuvas, nos períodos de dezembro e meados de

janeiro no ano seguinte, onde o ciclo necessita de uma grande quantidade de água, visto que é

o período de floração e enchimento de grãos. (CONAB, 2012).

Page 45: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

43

3.6 CULTURA DO FEIJÃO

Considerado o prato típico brasileiro, o feijão, é um dos principais elementos

composto na dieta alimentar da população brasileira, visto que os grãos são ricos em ferro,

carboidratos e fonte de proteína, com elevado valor nutritivo. Consumir diariamente esta

leguminosa pode ser peça fundamental no tratamento alternativo contra doenças. (VIEIRA;

PAULA JÚNIOR; BORÉM, 2006).

Há vários indícios na origem da cultura do feijão, alguns arqueólogos acreditam que

se originou em 10.000 a. C. na América o Sul, no Peru e conduzido para a América do Norte.

Outros ressaltam que havia cultivos na Grécia antiga e no Império Romano, sendo utilizado

na votação, onde o branco correspondia um sim e o preto um não, além de representar o

símbolo de vida, era uma forma de pagamento de apostas. Em 1540, a cultura chegou à

Europa diminuindo a fome, aumentando a perspectiva de vida. No Brasil o feijão já era

consumido pelos índios, mas foi com a chegada dos portugueses que o alimento se expandiu,

tornando o alimento principal no prato dos brasileiros. (BOTELHO).

Diversas são as alternativas que o feijão pode ser consumido, dentre eles destacam-

se: como grãos secos onde é preparada a feijoada; grãos verdes que é conhecido no Brasil

como vagens; grãos tostados, conhecido principalmente na Bolívia e Peru, que depois de

aquecido estouram como milho pipoca. (ANTUNES; BEVILAQUA, 2010).

De acordo com o Antunes e Bevilaqua (2010), o Brasil é o maior produtor de feijão,

com uma média de produção de 3,5 milhões de toneladas por ano. O Paraná é o maior estado

produtor, seguido de Minas Gerais e Bahia.

Na cultura do feijão, a semeadura e colheita são feita o ano todo em três safras: a

primeira é considerada como feijão das águas, representando 57% da safra; a segunda safra é

chamada de feijão das secas, correspondente a 37% e; a terceira, com 6% da safra, é

denominada feijão de inverno. Foram assim denominadas, devido a safra serem em períodos

chuvosos, em épocas de escassez de água e necessidade de irrigação para garantir a produção,

respectivamente. (VIEIRA; PAULA JÚNIOR; BORÉM, 2006).

O feijoeiro tem um ciclo curto de 90 dias (3 meses), é uma cultura com maior

exigência climática, pouco tolerante a estresse hídrico em algumas etapas de

desenvolvimento, podendo acarretar uma perda de produtividade. Em relação “[...] ao fator

Page 46: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

44

hídrico considera-se que o mais importante é não faltar umidade no solo, em todo o período

vegetativo desde o plantio até a maturação das vagens. A cultura é beneficiada com a

diminuição das precipitações após a maturação e durante a colheita do produto.” (CIIAGRO).

3.7 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E ZONEAMENTO AGRÍCOLA

A atividade agrícola vem exigindo muitos cuidados na hora de investir, em vista dos

custos envolvidos serem elevados. Inúmeros fatores se não estudados e analisados, podem

levar o pequeno, médio e grande produtor à prejuízos irreparáveis. (SILVA, 2006).

As condições ambientais é um fator de risco da natureza que o homem não tem

influência, períodos prolongados de chuva ou seca, muito frio ou calor, são fatores que acaba

por minimizar o potencial produtivo das lavouras, diminui a qualidade e quantidade dos

grãos, causando frustrações de safras. (SILVA, 2006).

“O engenheiro agrônomo, Renato Sabbi, revela que o clima da região é propício

para este cultivo, devido principalmente à amplitude térmica (diferença de temperaturas

diurnas e noturnas) e à altitude ao redor de 800m.” Porém nos últimos anos houve quebra de

safra, devido às intempéries climáticas. (LAVOURA CEICOM).

O gráfico 04 a baixo apresenta as precipitações pluviométricas nas regiões

paranaense. Observa-se que no oeste onde é localizada a área de estudo deste projeto, depara

com uma média em relação as demais regiões.

Gráfico 4 - Precipitações pluviométricas no Paraná

Fonte: IAPAR; SIMEPAR; SEAB/DERAL (2012), compilados pelas autoras (2012).

Page 47: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

45

Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) no mês Julho de

2012 a região oeste obteve um percentual de 54,60 % a menos que o sudoeste onde ocorreu a

maior concentração de chuva.

O clima é um dos fatores fundamentais para a boa formação de qualquer outra

cultura, entretanto, na região oeste do Paraná, em virtude do aumento de calor devido à

proximidade do lago de Itaipu, a produção passa a ser afetada pelo reflexo da água,

apresentando uma baixa produtividade dos grãos. (RAÍCES, 2003).

Um meio para obter indicações confiáveis sobre o clima “[...] é o zoneamento

agrícola, um instrumento que pode ajudar o produtor na decisão do plantio e na definição

sobre fazer ou não um seguro privado (caso haja essa possibilidade) ou optar pelo Programa

de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)”. Na tentativa de evitar perdas maiores, o

agricultor faz tal seguro tornando uma garantia, uma vez que cobre o custo da produção,

permitindo plantar com mais tranquilidade. “Ao avaliar a necessidade do seguro, vale a pena

comparar o custo da apólice com o risco embutido na decisão de expor a plantação, sem

nenhuma garantia, às imprevisíveis condições climáticas.” (RAÍCES, 2003, p.13).

O zoneamento agrícola define a melhor época de plantio e cultivares habilitados para

o local, analisando o tipo de solo, ciclo da planta e fenômenos climáticos, um instrumento de

controle de risco para os agricultores; seguradoras e demais usuários. Permite o agricultor a

plantar com mais segurança, evitando que as intempéries climáticas prejudiquem sua lavoura,

nas fases mais críticas da cultura, em diferentes municípios e ou regiões. (IAPAR).

Os solos são divididos em 3 (três) grupos referente a sua capacidade de retenção de

água, são eles, arenoso ou tipo 1, textura média ou tipo 2, e argiloso ou tipo 3. (IAPAR).

Neste caso, a Tabela 02 mostra-se as épocas de semeadura, início e término, indicado para o

solo tipo 3 (argiloso), de acordo com a propriedade ora estudada. (IAPAR).

Tabela 2 - Zoneamento Agrícola (Santa Helena, solo argiloso - Tipo 3)

Zoneamento Agrícola

Cultura Início para plantio Término de plantio OBS:

Milho 2ª safra 01/jan 28/fev Semiprecoce e precoce e super precoce

Feijão 3ª safra 11/fev 10/mar Ciclo precoce (feijão das secas)

Trigo 21/mar 31/mai Super precoce e precoce

Feijão 1ª safra 01/jul 20/ago (feijão das águas)

Milho Verão 21/ago 20/nov Precoce, médio, semiprecoce

Soja 21/set 31/dez Grupo 2 e 3 - solo tipo 3

Fonte: IAPAR (2012).

Page 48: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

46

O plantio do trigo é considerado praticamente impróprio no oeste do Paraná, devendo

ser evitadas, em conseqüência de a região ser quente e bastante seca. (IAPAR).

Atualmente a busca pela qualidade dos produtos é prioridade para muitos produtores,

em virtude disso, apostam em novas tecnologias, dentre elas, destacam-se os sistemas de

irrigação, visando o desenvolvimento da planta durante todo seu ciclo, permitindo um

crescimento do agronegócio no país. (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).

3.8 IRRIGAÇÃO

A agricultura irrigada no momento e quantidade adequada proporciona uma

otimização da produção de alimentos, bem como obter renda de forma constante. Nos últimos

anos, se tornou essencial, visto que metade da população depende de produtos que são

cultivados em áreas irrigadas. (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).

Irrigação não é apenas arremessar água, é uma técnica agrícola que se compara á

uma chuva, porém com um processo artificial, adaptando a cada solo e cultura, através de

métodos diferenciados suprindo a falta ou má distribuição das chuvas, garantindo uma boa

produtividade de colheita. (VIEIRA, 1989).

O objetivo da irrigação de acordo com Codevasf (2010) é:

[...] proporcionar umidade adequada ao desenvolvimento normal das plantas,

suprindo a falta, a insuficiência ou a má distribuição das chuvas, com o propósito de

incrementar a produção sem o inconveniente de provocar a erosão ou o acúmulo de

sais no solo, ou seja, minimizando impactos ambientais adversos.

A busca pela qualidade dos grãos torna a irrigação um fator primordial no que diz

respeito ao seu desenvolvimento. Sendo vantajoso em vários aspectos, dentre eles, melhor

produtividade, qualidade e rentabilidade na produção, maior eficiência no uso de fertilizantes,

bem como maior número de safra, com colheitas fora da época tradicional, além de seguro

contra estiagem, minimizando o risco do investimento, fatores estes que proporcionam ao

produtor uma segurança no seu investimento. (VIEIRA, 1989).

Page 49: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

47

3.8.1 Breve história e evolução da irrigação

A prática da irrigação já era empregada desde 4.500 a. C. no continente asiático pelos

Assírios, Caldeus e Babilônios. O primeiro registro relacionado à irrigação foi no Egito

Antigo, com a construção de diques, represas e canais no Rio Nilo. (GIACOIA NETO).

Aproximadamente 1.500 anos depois, a população se mudou para regiões onde a

chuva era mais frequente, dessa forma, a irrigação deixou de ser necessária para ser utilizada

em raras ocasiões. Com o passar do tempo houve aglomeração de pessoas nestes locais que

sentiram obrigadas a explorar quase toda a região cultivável, na qual se fez necessário utilizar-

se da irrigação para aumentar a produção. “Com o contínuo crescimento demográfico, a

humanidade se viu compelida a praticar a irrigação, tanto para suplementar as chuvas nas

regiões úmidas, como para tornar produtivas as zonas áridas e semi-áridas.” (GIACOIA

NETO).

Embora haja registro em 1589 que os Jesuítas praticavam a irrigação no Rio de

Janeiro, a produção de grãos no Brasil não era baseada na irrigação, por se tratar de regiões

úmidas. Na década de 50, a irrigação por aspersão foi utilizada para a cultura do feijão no

Estado de São Paulo. (GIACOIA NETO).

Na região central do Brasil as chuvas são concentradas no verão e escassa no

inverno, o que possibilita o cultivo do milho, soja, arroz, que são culturas anuais, embora não

há total garantia de safra. Entretanto, para as culturas como café, pastagem, cana-de-açúcar,

entre outras culturas mais duradouras, dificulta ainda mais seu desenvolvimento por incerteza

das chuvas, causando colheitas menores ou nulas. (CODEVASF, 2010).

Até no século 19 a irrigação ainda era feita sem equipamentos específicos e

utilizava-se somente o método de inundação (especialmente na cultura do arroz) e

através de sulcos. Com o início da produção de tubulações específicas e estudos de

aplicação de água, é que realmente começamos a verificar uma grande evolução nos

sistemas de irrigação e métodos. (GIACOIA NETO).

Page 50: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

48

3.8.2 Métodos de Irrigação

Bernardo, Soares e Mantovani (2006, p. 259) afirmam que “a escolha do método de

irrigação a ser usado em cada área deve ser baseada na viabilidade técnica, econômica e

ambiental do projeto e nos seus benefícios sociais”, ou seja, precisa observar as características

da planta, solo, clima, qualidade e quantidade da água, bem como custo/benefício.

O sistema de irrigação é dividido em três métodos: Irrigação por aspersão, irrigação

localizada e irrigação por superfície. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006). A

seguir será apresentado um breve resumo dos métodos.

3.8.2.1 Irrigação por Aspersão

Atualmente um dos métodos mais utilizados, é a irrigação por aspersão que consiste

na aplicação de água sobre a planta simulando uma chuva, isso ocorre devido à segmentação

do jato de água em forma de gotas. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).

Os sistemas de irrigação por aspersão podem ser móvel ou fixo, com movimentação

manual ou mecânica, “[...] é na maioria das vezes, mais usada em terrenos de encosta, terraços

e nos platôs mais elevados. Naquelas com declividade mais acentuada e superfície menos

uniforme, a aspersão é mais empregada por não existir a sistematização” (BERNARDO;

SOARES; MANTOVANI, 2006, p. 361).

Neste método, fatores climáticos como, vento, umidade e temperatura do ar,

comprometem a distribuição uniforme da água, bem como a perda por evaporação. Segundo

Bernardo, Soares e Mantovani (2006) não são aconselháveis usar água salina, visto que

porventura causam estragos nas folhas das plantas, além da redução da vida útil dos

equipamentos. Por outro lado, a grande vantagem por aspersão é a permissão, juntamente com

a água, a aplicação de fertilizantes e produtos defensivos, o que proporciona uma redução de

mão de obra.

A seguir serão abordados os dois métodos mais usados na irrigação por aspersão que

são do tipo autopropelido e pivô central.

Page 51: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

49

3.8.2.1.1 Sistema de irrigação por aspersão do tipo autopropelido

Movimentado por energia elétrica, é composto por um aspersor de grande ou médio

alcance, mondado sobre uma plataforma, que se move sobre o terreno irrigando com

sincronismo médio (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).

Conforme Mantovani, Bernardo e Palaretti (2007), no mercado há, sobretudo, dois

tipos de autopropelido, dependendo do tipo de movimentação, podendo ser por aço ou por

carretel enrolador.

Quando a unidade é tracionada por um cabo de aço, a mangueira que conecta o

hidrante da linha principal à carreta tem um comprimento igual à metade do

comprimento de deslocamento na faixa a ser irrigada. Já o cabo de aço tem

comprimento igual ao deslocamento. Quando o carrinho com aspersor é tracionada

pela própria mangueira, esta é bobinada em uma unidade com um carretel maior, o

qual fica posicionado na metade da faixa que está sendo irrigada (BERNARDO,

SOARES, MANTOVANI, 2006, p. 468).

Imagem 2 - Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel

Fonte: BISCARO

Imagem 3 - Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel de cabo de aço.

Fonte: CIENTEC

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50

É necessária a mudança de lugar pelo operador para molhar as áreas vizinhas. O

sistema autopropelido tem como vantagem a economia de mão de obra, porém consome uma

grande quantidade de energia, é sensível ao vento, podendo ocorrer interferência no alcance e

na eficiência de aplicação da água e também tem como desvantagens a vida útil das

mangueiras. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).

3.8.2.1.2 Sistema de Irrigação por aspersão do tipo pivô central

“O pivô central é um sistema de irrigação no qual uma linha lateral suspensa por

torres de sustentação dotadas de rodas e motores gira em torno de um ponto central, que é

chamado de pivô”, movido por energia elétrica, o qual é abastecido por uma adutora e um

conjunto de motobomba, bombeando água de rios e/ou represas. (BISCARO).

A torre central, chamada de pivô, é fixa, já as linhas laterais são móveis. “Alguns

pivôs possuem rodas na torre central permitindo que o conjunto possa ser rebocado para outra

área. Este sistema não é muito empregado, pois o deslocamento freqüente do pivô de uma

área para outra pode afetar a estrutura do mesmo.” (LIMA).

Sistema de irrigação do tipo pivô central, oferece como principais vantagens a

economia de mão de obra, por se tratar de um equipamento inteiramente automatizado;

mantém uniformidade e velocidade na aplicação; pode ser aplicados fertilizantes via água;

fácil adaptação em terrenos planos e ondulados com até 20%, além disso, poderá ser instalado

um aspersor para irrigar as áreas além do projetado, tendo assim, um maior aproveitamento do

investimento, conforme ilustra a Imagem 05 - B. Como desvantagens apontam-se a perda de

20 % do terreno, visto que a área irrigada é circular, bem como encharcamento na

extremidade da linha do pivô. (LIMA).

Como componentes do sistema podemos citar a unidade de bombeamento (elétrico

ou diesel); adutora (PVC ou metálica); torre central do pivô; linha lateral montada sobre torres

móveis e estrutura metálica; painel de comando na torre central; aspersores ou sprayers

(LIMA).

Page 53: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

51

Imagem 4 - Irrigação por Pivô Central

Fonte: VALLEY IRRIGATION

Imagem 5 - Área irrigada por pivô central (A); Vista da distribuição uniforme na aplicação da

água (B)

Fonte: VALLEY IRRIGATION

3.8.2.2 Irrigação Localizada

Neste método de irrigação, a água é aplicada na superfície do terreno diretamente na

zona radicular, com pouca vazão, entretanto com maior freqüência, mantendo a umidade do

solo, obtendo efeitos positivos na produção e no desenvolvimento da planta. (MANTOVANI;

BERNRDO; PALARETTI, 2007).

Trata-se de um método fixo, disposto na superfície do solo, sem poder se deslocar de

uma região para outra. Nessa circunstância, o custo da implantação do sistema de irrigação

localizada é elevado, sendo usado somente para culturas com maior retorno, como plantas

ornamentais, fruteiras, cafeicultura e alguns hortigranjeiros. (BERNARDO; SOARES;

MANTOVANI, 2006).

Os principais sistemas de irrigação localizada são as irrigações por gotejamento e

microaspersão. O primeiro sistema é composto por emissores chamados de gotejadores, gota a

Page 54: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

52

gota. Sua aplicação de água é feito diretamente a superfície do solo, molhando sob forma

circular ou contínua. No segundo sistema, a água é borrifada através de miniaturas de

aspersores. “Assim, somente uma porção da superfície do solo será molhada, o que diminui a

evaporação direta da água do solo para a atmosfera, quando comparada com a irrigação por

aspersão e por superfície.” (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006 p. 484).

Imagem 6 - Sistema de irrigação localizada por gotejamento (A); Sistema de irrigação

localizada por microasperção

Fonte: AGROVISÃO

As principais vantagens de se obter tal sistema estão relacionadas a grande economia

de água, possibilitando o controle fornecido a planta; se adaptar a quaisquer tipos de terreno,

podendo ser irregular ou acidentados; pouca mão de obra para o manejo do sistema; redução

de doenças e pragas, devido a irrigação ser somente na superfície do solo; maior

produtividade com a uniformidade na aplicação da água. (BERNARDO; SOARES;

MANTOVANI, 2006).

Como desvantagens, Bernardo, Soares e Mantovani (2006), cita a grande ocorrência

de entupimentos, decorrente de impurezas e a distribuição do sistema radicular, pois onde há

incidência de ventos fortes, ocorre o tombamento das arvores frutíferas, em virtude do solo

ser úmido constantemente.

Page 55: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

53

3.8.2.3 Irrigação por Superfície

Irrigação por superfície é o método de irrigação onde a água do sistema de

distribuição (canais e tubulações) é realizada diretamente sobre a superfície do terreno. Tal

irrigação requer terrenos uniformes com pouca declividade. Caso contrário, o custo para

adequar à área as exigências desse sistema e os gastos com a sistematização será elevado,

tornando inviável a implantação. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).

O sistema de irrigação por superfície tem sido utilizado em diversas culturas.

Existem inúmeros métodos, os três principais são: irrigação por sulco apropriado a maioria

das culturas, como feijão, trigo, uva, algodão entre outras culturas cultivadas em linha;

irrigação por faixa consiste na aplicação de água ao solo em faixas com pouca distância entre

uma planta e outra, usado principalmente nas pastagens, alfafa e algumas culturas em fileiras;

irrigação por inundação um dos mais utilizados e mais simples métodos superficiais de

aplicação de água, é o que mais se adapta a cultura do arroz. (MANTOVANI; BERNARDO;

PALARETTI, 2007).

Os sistemas de irrigação por superfície caracterizam-se por promover a distribuição

da água sobre a superfície do terreno, utilizando a força da gravidade para

movimentá-la. Nessas circunstâncias, as condições superficiais e a declividade do

terreno devem ser de forma a não gerar a erosão (VIEIRA, 1989, p.79).

Imagem 7 - Sistema de irrigação por superfície. Irrigação por sulco (A); irrigação por faixa

(B); irrigação por inundação (C).

Fonte: CIENTEC.

As principais vantagens na obtenção do método de irrigação por superfície têm como

menor custo de implantação e manutenção, baixo consumo de energia, fácil operação e

adaptação as condições de solo. Como desvantagem apresenta a dificuldade de circulação das

máquinas e grande necessidade de mão de obra, é inadequado aos terrenos muito inclinados e

Page 56: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

54

com superfície irregular. Todavia, a irrigação bem planejada e projetada concede ótimos

resultados ao proprietário. (VIEIRA, 1989).

3.8.3 Impactos ambientais da irrigação

A irrigação constitui uma técnica que visa obter máxima produção. Embora haja

imensos benefícios ao meio ambiente com a implantação do sistema, esta tem criado pontos

negativos, quanto à qualidade do solo e da água, á saúde pública e ao aspecto socioeconômico

da região. Diante do exposto, Bernardo (2008, p. 05) aponta seis tipos de impacto ambientais

da irrigação:

Modificação do meio ambiente: ocasionado principalmente pela irrigação por

superfície, causando alterações nas condições naturais do local, extinguindo toda vegetação

nativa, e alterando a microflora e fauna regional.

Salinização do solo: com as irrigações freqüentes, o sal se acumula na superfície

do solo, afetando negativamente o crescimento da planta, especialmente em regiões mais

secas.

Contaminação dos recursos hídricos: a água que não evapora pelas culturas

devido o excesso aplicado na irrigação, retorna aos rios e córregos levando junto sais solúveis

e elementos tóxicos, causando a contaminação dos recursos hídricos.

Consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região: em algumas regiões,

após implantação de diversos projetos de irrigação sem antes quantificar o volume de água

disponível no local, ocasiona a falta de água para os seres humanos e animais, ocorrendo

impactos ambientais.

Consumo elevado de energia: “dentre às atividades rurais, a irrigação é uma das

práticas utilizada na produção agrícola que mais consome energia”. Já está sendo propostas

modificações para redução da mesma, visto que a energia é uma fonte limitada.

(BERNARDO 2008, p. 10).

Problemas de saúde pública: ocorrem durante a movimentação e condução da

irrigação, contaminação nas regiões mais próximas e dos usuários que consomem tais

produtos, são efeitos negativos que a saúde da população.

Page 57: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

55

Os possíveis impactos causados pela irrigação podem ser amenizados nas fases do

dimensionamento e planejamento do projeto fazendo as modificações necessárias para tais

impactos serem reduzidos. (BERNARDO, 2008).

A irrigação destaca-se por ser de grande importância no desenvolvimento

socioeconômico, representando um dos principais sistemas de produção, pois sem esse

processo não seria possível suprir a necessidades dos usuários, que segundo o jornal Agroguia

(maio/2012) a irrigação é responsável pela a produção de 40% dos alimentos. “A irrigação

significa progresso e crescimento, sendo assim, não deve ser vista como algo que destrói o

meio ambiente, mas sim, como fator de boa utilização dos seus recursos, claro, se bem

implementada”. (JORNAL AGROGUIA, 05/2012, p. 35).

3.8.4 Programa de Irrigação Noturna (PIN)

Principalmente quando há épocas de seca e estiagem, a aplicação da água na planta,

torna-se de suma importância para garantir a produtividade e a qualidade dos grãos. Para

efeito disso, foi lançado no Paraná, um programa que estimula a irrigação noturna o que ajuda

os pequenos produtores a reduzir os custos com energia elétrica. (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS).

Trata-se do PIN (Programa de Irrigação Noturna), desenvolvido em parceria com a

Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná e a Copel (Companhia Paranaense de

Energia Elétrica). A economia chega a 70% na conta de luz dos produtores que

utilizam energia elétrica fora do horário de pico, entre 21h30 e 6h. (NOTÍCIAS

AGRÍCOLAS).

Com foco na agricultura familiar, os agricultores que de uma forma ou de outra não

tinha condições financeiras poderão melhorar e garantir uma boa produção no campo. Com o

PIN, além de economizar energia, também ajuda na economia de água, visto que a planta

necessita de menor quantidade à noite. (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS).

Page 58: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

56

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quanto aos procedimentos metodológicos há vários tipos de pesquisa, onde se

destacam a pesquisa exploratória, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e o estudo de

caso, nas quais foi realizada com base para o desenvolvimento desta pesquisa.

4.1. TIPO DE ESTUDO

A pesquisa exploratória é definida sobre o tema irrigação sobre Pivô Central e o

problema da viabilidade na implantação de tal sistema, onde o pesquisador tem pouco

conhecimento sobre o assunto, portanto é necessário buscar elementos para resolvê-lo.

No que diz respeito à pesquisa exploratória Gil (1996, p. 41) afirma que:

Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a

torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses, pode se dizer que estas pesquisas

têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.

Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a

consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos

casos essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com

pessoas que tiveram experiências praticas com o problema pesquisado; e (c) análise

de exemplos que “estimulem a compreensão”.

“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em materiais já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos”, utilizado neste projeto para dar

fundamentação teórica e qualidade na pesquisa bem como buscar maior conhecimento nas

áreas de Contabilidade de Agronegócio, direcionada a Contabilidade de Custo. Segundo Gil,

um dos beneficio na utilização da mesma consiste em permitir ao pesquisador uma ampla

gama de dados já comprovados. (GIL, 1996, p. 44).

De acordo com Beuren (2004, p. 89):

A pesquisa documental vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma

analise aprofundada. Esse tipo de pesquisa vida, assim, selecionar, tratar e

interpretar a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe

algum valor, podendo, desse modo, contribuir com a comunidade cientifica afim de

que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.

Page 59: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

57

Beuren (2003, p.84) também afirma que “a pesquisa do tipo estudo de caso

caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Este estudo é

preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de

determinado caso específicos”.

Deste modo, o estudo de caso esteve voltado nesta pesquisa sobre um tema bem

definido, o qual será implantado em uma área de terra rural definida. Viabilidade de

implantação de sistema de irrigação sob Pivô Central.

4.1.1 Qualitativa e Quantitativa

“Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexidade de determinado problema analisar a interação de certas variáveis, compreender

e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais” destaca Richardson (1999,

p.80), tende a destacar, com mais profundidade, características que não foram observadas por

meio de uma pesquisa quantitativa.

O estudo quantitativo se preocupa com o comportamento dos fatos ocorridos,

garantido a exatidão dos resultados obtidos, bem como evitar torcer tais informações,

proporcionando uma margem de segurança. (BEUREN, 2004).

No que concerne a pesquisa quantitativa, Richardson (1999, p.70) ressalta que esse

estudo:

Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de

informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as

mais simples como percentual. Média, desvio-padrão, às mais complexas, como

coeficiente de correlação, análise de regressão etc.

A pesquisa qualitativa representou neste projeto a viabilidade de implantação de

sistema de Pivô Central, analisando o resultado desta pesquisa, bem como o retorno esperado

de seu investimento. Já, a quantitativa é o resultado numérico, que neste estudo representa os

custos, a viabilidade econômica e financeira, tal resultado é representado por valor financeiro,

devido ao grande volume de elementos que consiste a própria viabilidade.

Page 60: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

58

4.1.2 Primários e Secundários

Os elementos e instrumentos de autoria desta pesquisa são considerados os dados

primários, os dados secundários pertencem aos autores que deram sustentação teórica e os

documentos necessários para conclusão da pesquisa.

4.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

4.2.1 Definição da população e amostra

Defini-se uma amostra como o “Subconjunto do universo ou da população, por meio do

qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.” (Gil, 1999,

p.100).

É factível a impossibilidade de analisar toda uma população para obter um resultado

íntegro, desta forma é analisado um grupo menor cientificamente correto para obter informações

necessárias e estender o resultado para o numero total do desejado inicialmente.

Como se trata de um estudo de caso em uma fazenda, não há definição de população e

amostra. Para complementação do estudo, far-se-á necessária uma entrevista com o proprietário do

imóvel rural.

Page 61: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

59

4.3 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS

4.3.1 Entrevista semi-estruturada e relatórios e documentos.

Por se tratar de um estudo com base em documentos, relatórios, e entrevistas semi-

estruturadas na modalidade não dirigida e de forma não estrutural com o proprietário da

lavoura, buscando informações necessárias para estudar a viabilidade de implantação do

sistema de irrigação sob Pivô Central, não haverá riscos inerentes e existentes nesse estudo.

Entretanto, é importante enfatizar que durante a entrevista uma aspiração, das

acadêmicas, foi evitar possíveis desconfortos, por parte do proprietário com relação às

perguntas respondidas, contudo as pesquisadoras colaboradoras estarão prontas para contornar

a situação e não gerar nenhum constrangimento para ambas as partes envolvidas.

Todos os dados tabulados neste trabalho foram feitas a partir da utilização pelos

softwares titulados como Excel e Word, juntamente com o auxílio da calculadora HP-12C.

4.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

4.4.1 Critérios para interromper a pesquisa

A qualquer momento existiu a possibilidade do estudo ser interrompido, caso não

fossem cedidas informações pertinentes à continuidade da pesquisa ou os dirigentes da

propriedade utilizada para estudo, desistir da implantação do projeto. Houve também a

possibilidade de desistência por parte dos pesquisadores, lembrando que caso ocorresse, a

desistência, não iria causar nenhum prejuízo às partes envolvidas.

Page 62: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

60

4.5 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES

4.5.1 Sigilo das Informações

As informações obtidas com base em dados particulares do proprietário da área de

terra rural ora estudadas serão preservadas sigilosamente. Sendo assim, esta pesquisa terá

resultados que poderão tornar-se público, porém os dados sigilosos ficarão apenas sob

custódia do responsável e do colaborador pela pesquisa, garantindo a confidencialidade deste

estudo.

4.5.2 Propriedade das informações

As informações ficarão em poder do pesquisador responsável e do colaborador,

podendo ser cedidas a terceiros com consentimento do proprietário da área de terra rural ora

estudada.

4.5.3 Uso e destinação do material e/ou dados coletados

Os materiais, dados e informações obtidas para conclusão de resultados e finalização

do estudo ficarão arquivados sob responsabilidade da pesquisadora responsável por 5 (cinco)

anos, face este ser o prazo necessário para revisão do conteúdo. Prescrito o prazo, todo o

material poderá será incinerado, não havendo riscos de ser reutilizado por terceiro.

Page 63: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

61

4.5.4 Formas de acompanhamento e assistência

Para acompanhamento e assistência, os colaboradores ficarão disponíveis para

orientações e sanar dúvidas que possam surgir durante o desenvolvimento da pesquisa.

4.6 DELIMITAÇÕES, LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA E INFRAESTRUTURA

NECESSÁRIA.

O estudo será realizado em uma área de terra rural localizada na cidade de Santa

Helena, estado do Paraná, correspondente a 74,88 hectares, ou seja, 30,94 alqueires, com base

nas últimas safras. Os dados serão coletados no período de 01/08/2012 à 31/08/2012.

4.6.1 Patrocinador

Este estudo não receberá auxilio de um patrocinador. As despesas serão de

responsabilidade das pesquisadoras colaboradoras.

Page 64: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

62

4.7 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DO PROJETO DE PESQUISA

Atividades Fev

2012

Mar

2012

Abr

2012

Maio

2012

Jun

2012

Jul

2012

Ago

2012

Set

2012

Out

2012

Nov

2012

DEZ

2012

Introdução do Artigo X X X X X X X X X

Coleta de dados X X

Tabulação dos dados X X

Analise dos dados X X X

Resultados da discussão X X

Considerações finais X

Finalização do artigo X

Entrega do trabalho X

Defesa em banca X

4.7.1 Orçamento

ITENS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL

Combustível 200 Litros 2,79 558,00

Telefone 100,00

Cartuchos p/ impressora 01 45,00 45,00

Folhas A4 1.500 0,021 31,50

Encadernação 04 3,00 12,00

Envelopes 20 0,50 10,00

Canetas 08 0,55 4,40

MATERIAL PERMANENTE

**Computador 01 1.650,00

**Impressora 01 180,00

**Pen Drive 01 30,00

RECURSOS HUMANOS

*** Orientadora 01 - -

Page 65: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

63

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Neste capítulo, no primeiro momento abordam-se as receitas e os custos das culturas

sem o sistema de irrigação e posteriormente com o Pivô Central. Em seguida, apresentam-se

os índices de avaliação do projeto de investimento. Por último dispõe-se da análise de todos

os dados oriundos do projeto, analisando a viabilidade econômica e financeira do mesmo.

Para encontrar os custos e receitas para as próximas safras, e obter dados próximos

da realidade e informações fidedignas, analisam-se as três últimas colheitas, 2010, 2011, e

2012, visto que os custos e produção oscilaram em função das intempéries climáticas,

analisando a viabilidade em safras boas e ruins. Dessa forma, para melhor visualização e

simplificação dos resultados, os custos bem como as receitas dispostas nos quadros descritos

abaixo, são trabalhados, a maioria, em média das safras nos três últimos anos.

Lembrando que todos os dados utilizados, para os cálculos, foram baseados no que

foi disponibilizado pelo proprietário do imóvel rural. É importante destacar que, para os

cálculos utilizou-se de uma análise pessimista, argumentando-se um mercado em constantes

oscilações.

5.1 CUSTOS E PRODUÇÃO SEM IRRIGAÇÃO NAS CULTURAS DE MILHO E SOJA

Os primeiros dados coletados para realização da pesquisa se deram através da

visualização das Notas Fiscais fornecido pelo proprietário, na qual foi possível encontrar o

valor de todos os custos gerados do plantio à colheita, nas culturas de milho e soja, bem como

o valor de venda das sacas, incorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, em 112 hectares (ha)

ou 46,28 alqueires.

O valor da receita depende do valor da saca, que sofre oscilações diárias, e da

quantidade produzida por hectare. Dessa forma foi elaborado um quadro com a produtividade

e o detalhamento da receita por safra nos três últimos anos ora estudados e posteriormente

feitos a média entre eles.

Page 66: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

64

Quadro 2 - Produtividade na cultura de soja e milho nos anos de 2010 a 2012.

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Em 2010 a produção de milho foi de 8.332 sacas, 26,14% a mais que na colheita

seguinte, para a cultura da soja essa queda foi de 7,48% apresentando queda de safra, afetada

de acordo com o proprietário, pelas condições climáticas (geada e estiagem) que

caracterizaram o referido ano. Contudo, para a soja, em 2012, foi realizada uma previsão de

produção de 60 (uma saca equivale a 60 kg) sacas por hectare à R$ 51,00 cada, totalizando

uma receita de R$ 342.720,00.

Em relação aos custos, os mesmos foram divididos em fixos e variáveis: o primeiro

mostra os custos com manutenção de máquinas e equipamentos, seguro de capital e

PROAGRO, sendo este último considerado um custo fixo, visto que é uma condição certa a

ser feita todo ano, pois, trata-se de uma garantia cobrindo os custos na hora de plantar; o

segundo, mostra no primeiro momento, os custos com sementes, fertilizantes, adubos,

agrotóxicos, dessecação, plantio direto/diesel, aplicação de herbicida e inseticida, colheita

mecanizada, mão de obra temporária, transporte, assistência técnica, juros e despesas gerais.

Com base nessas informações, foram apurados os valores totais de custos e receitas

anuais por safra, conforme Apêndice B e Apêndice C, e posteriormente feito uma média dos

últimos três anos, apresentado no quadro abaixo.

Page 67: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

65

Quadro 3 - Média das safras na produção do milho e soja

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Com estes dados foi possível chegar à média dos custos totais anual dessas atividades

de R$ 269.436,34, durante os três últimos anos em estudo, sem descontar os impostos, sendo

R$ 255.848,40 custos variáveis e R$ 13.587,94 custos fixos.

Uma vez encontrados os custos totais na produção das culturas, é preciso descontar,

do valor bruto, os impostos que incidem ao produtor rural pessoa física. Ou seja, calcula-se o

FUNRURAL, que é a contribuição social destinada ao custeio do seguro de acidente do

trabalhador rural, e o valor do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física).

A taxa do FUNRURAL que é estabelecida no Art. 25 da Lei n° 8.212/91, com a

redação fornecida nas Leis nos

8.540/92, 9.528/97 e 10.256/01, determina um percentual 2,3%

sobre a Receita Bruta, sendo distribuído da seguinte forma: 2% para destinado ao INSS; 0,1%

destinado ao RAT (Riscos Ambientais do trabalho) na qual irá financiar as prestações por

acidente de trabalho e; 0,2% ao SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

O Imposto de Renda Pessoa Física é feito por um programa disponível pela Receita

Federal, onde todo o ano, os contribuintes que estiverem enquadrados a declarar, conforme

disposto na lei n° 9.779 de 19 de Janeiro de 1999, na Lei 11.482 de 31 de maio de 2007,

alterada pela Lei n° 12.469 de 26 de agosto de 2011, e na Instrução Normativa RFB do ano,

Page 68: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

66

devem apresentar os rendimentos e custos referentes ao exercício anterior. (RECEITA

FEDERAL, 2012)

A partir da soma de todos os rendimentos deduzido dos custos, é possível chegar ao

valor bruto que servirá de base para o cálculo do Imposto de Renda,

Para cálculo do IRPF é possível escolher entre o método completo e o método

simplificado. Com o método Simplificado é possível deduzir 20% do Lucro Bruto real,

obtendo uma base para aplicar a alíquota menor, contudo esse valor de dedução se limita ao

valor de R$ 13.916,36. E só é possível optar por esse método caso o contribuinte não tenha

pretensão de compensar prejuízos ou impostos pagos no exterior. (RECEITA FEDERAL,

2012).

Após ter a base para aplicar a alíquota é preciso saber o percentual que se enquadra a

renda para a base de estudo, diante disso, foi utilizada a tabela progressiva referente a cada

exercício e ano calendário correspondente, conforme Anexo A.

A fim de simular os cálculos acima descritos, segue quadro 04 exemplificando os

dois métodos que o contribuinte tem a opção de escolher.

Quadro 4 - Cálculo IRPF nos anos de 2010, 2011 e 2012.

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Ao elaborar a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, o contribuinte elegeu o

método simplificado nos três anos, cujo valor é mais viável. Dessa forma, com os dois

impostos calculados encontramos o Lucro Bruto, conforme mostra quadro 05.

Page 69: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

67

Quadro 5 - Média de custos da lavoura de milho e soja

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Outro fator a ser analisado, foi o recebimento de seguro nos anos de 2011 e 2012

decorrentes de safras com baixas produtividades, devido o clima e outros fatores envolventes,

incluindo como receita não operacional. Demonstrando assim, um Lucro Líquido de R$

188.668,20, conforme pode ser observado no quadro acima.

Page 70: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

68

5.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL

Considera-se o sistema de irrigação do tipo Pivô Central uma ferramenta positiva, na

qual vem contribuir para que a planta desenvolva todo o seu ciclo, de forma a suprir a

necessidade de água (período da seca) e minimizar perdas decorrentes da geada.

Contudo, é preciso saber se é viável para o produtor, implantar o sistema de irrigação

sob Pivô Central, em sua propriedade, e para isso, serão apresentados no contexto a seguir,

todos os dados que se faz necessário a fim de descobrir a sua viabilidade.

No entanto, é importante lembrar que somente a aplicação da irrigação, não é o

suficiente para uma safra rentável e de boa qualidade, depende também de um plano de

manejo com boas variedades, bem como, uma boa fertilidade do solo, entre outras condições

que envolvam as fases do plantio á colheita, o que acarretará em resultados positivos.

5.2.1 Custo e produção com sistema de irrigação

Para melhor compreender a parte da composição dos custos e despesas, bem como as

receitas, foram divididos tais fatores envolventes, em quatro aspectos, sendo eles:

a) Análise do impacto que o Pivô Central obterá na produção;

Com relação à produção, o fornecedor do Pivô Central, repassou ao produtor à

quantidade de sacas que seria possível colher com o sistema de irrigação. Sendo que, estes

dados foram confirmados com outros produtores da cidade de Santa Helena - PR, na qual já

possuem tal sistema.

É importante destacar que o sistema de irrigação não irá aumentar a produção de

modo substancial, mas sim garantirá a safra plantada, de forma que a produtividade possa

atingir números consideravelmente normais, para a região próxima á Santa Helena. Deste

modo, o produtor consegue obter quantidade de sacas por hectare semelhantes a dos

produtores como Cascavel-PR, por exemplo, que sem o auxílio do sistema, obtém em torno

de 200 sacas de milho por hectare. Tal diferença ocorre por Santa Helena se encontrar em

uma região mais baixa, favorecendo climas secos e quentes, dificultando o ciclo da planta.

Page 71: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

69

b) Preço da venda da produção

Se faz importante destacar que este oscila conforme a situação do mercado agrícola.

O Governo Federal juntamente com a CNA (Confederação Nacional de Agricultura no

Brasil), cria diversos planos, como por exemplo, o plano de PGPM (Política de Garantia de

Preços Mínimos), que são elaborados em favor da agricultura brasileira com o objetivo de

diminuir os impactos causados pelas oscilações. (GRAÇA; CARRANÇA).

É dessa forma que para a formação dos preços de venda nas culturas do milho e da

soja, foi baseado em uma média dos últimos três anos, obtendo um resultado mais próximo da

realidade. Com essas informações será possível formar uma estimativa do valor da Receita

Bruta com o Pivô Central.

c) Composição dos custos da produção

Este último aspecto consiste analisar os custos da produção, na qual foi utilizada a

média dos gastos do plantio à colheita, nas culturas do milho e da soja, incorridas nos três

últimos anos, sendo acrescido, devido à implantação do Pivô Central, o custo com energia

elétrica e manutenção do pivô.

Considera-se o valor de manutenção do sistema, aquele gasto com reparos para

preservação do mesmo, sem levar em consideração fatores imprevisíveis. Sendo assim, o

valor adicionado aos custos de manutenção de equipamento do Pivô Central, foi

disponibilizado pelo fornecedor do sistema de irrigação.

Para cálculo de energia elétrica, precisa levar em conta o PIN (Programa de Irrigação

Noturna), que foi criado com a finalidade de auxiliar os pequenos agricultores, no período das

21h00min as 06h00min, com uma taxa de R$ 0,05523 KW/h. Conforme apresenta o quadro

06, tem-se o valor consumido no mês e de acordo com o fornecedor do sistema, o Pivô

Central trabalhará aproximadamente 8h por dia, durante 18 dias no mês, podendo variar de

acordo com períodos menores ou maiores de chuvas.

Page 72: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

70

Quadro 6 - Cálculo de energia elétrica

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Neste projeto não foram considerados gastos com água, devido o orçamento estar

projetado para retirar água de um açude já localizado na propriedade.

d) Minimização dos custos através do Pivô Central

Existe a possibilidade de reduzir custo referente às aplicações de alguns produtos

químicos, que são utilizados para prevenção e eliminação de pragas e ervas daninhas, com a

utilização do sistema de irrigação do tipo Pivô Central, sem o emprego de outros maquinários

para este fim.

Contudo, trata-se de uma atividade arriscada e que requer cuidados de um

profissional competente, pois dependendo da quantidade pulverizada, poderá danificar a

planta ou até mesmo não alcançar o resultado esperado. Sendo assim, essa possibilidade de

redução de custos foi excluída deste estudo.

Com todos esses aspectos supramencionados, foi possível simular uma previsão de

produção com o sistema de irrigação, na qual será projetada para o ano de 2013 uma

estimativa de safra nas culturas de soja e milho, detalhada no quadro 07, abaixo:

Page 73: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

71

Quadro 7 - Previsão de produção na cultura do milho e soja com sistema de irrigação.

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

A Receita Bruta de venda aumentou, com o sistema de irrigação do tipo Pivô

Central, em 52,92% na cultura do milho, onde foi a cultura de maior rentabilidade.

Com o Pivô Central, é possível incluir mais uma safra, devido dispor de água sempre

que se fizer necessário, além de ter a possibilidade de escolher qual cultura plantar,

permitindo a colheita de até três vezes por ano, conforme apresentado no referencial teórico.

Em virtude disso, escolhemos a cultura do feijão, de acordo com a tabela de Zoneamento

Agrícola também citada no referencial teórico, para representar a terceira safra, conforme

quadro 08 a seguir.

Segundo o Zoneamento Agrícola, poderá ser plantada no início de julho, uma safra

de feijão (feijão das águas) que precisa aproximadamente de 100 dias para seu

desenvolvimento. Em início de setembro a cultura de soja, e posteriormente o milho 2° safra

(ou milho safrinha), onde as duas últimas já ocorrem na lavoura, neste mesmo período.

É importante seguir a tabela de Zoneamento Agrícola, pois a mesma é criada, tendo

em vista o clima da região de cada estado e cidade, é fator crucial para o recebimento do

seguro caso exista perdas significativas na produção.

Page 74: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

72

Para composição da produção por hectare e dos custos decorrentes do plantio do

feijão, foram baseado em média nacional de estimativa de custo por cultura, disponíveis no

site do SEAB (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento). O preço de venda teve como

referência o valor atual, pois a cultura nunca foi plantada pelo produtor. Com essas

informações, será possível formar uma estimativa do valor da Receita Bruta com o Pivô

Central.

Desta forma, a quadro 08, apresenta o resumo dos custos fixos e variáveis, bem como

a possível receita de venda a ser atingida, agora com as três possíveis culturas.

Quadro 8 - Previsão de produção de milho, soja e feijão

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Uma vez calculados os custos envolventes nas culturas do milho, soja e feijão, pode-

se, então, calcular o Lucro Bruto. Para isso, deve-se descontar o FUNRURAL e IRPF.

Para cálculo do FUNRURAL, considera-se a Receita Bruta de Venda subtraindo os

referidos custos, descontando a alíquota de 2,3% de FUNRURAL retido pela empresa

adquirente do produto. Ou seja, R$ 433.473,59 (base de cálculo) vezes 2,3% (alíquota

FUNRURAL) resultam em R$ 9.969,89 de FUNRURAL.

Para calcular o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), dos anos de 2010, 2011, e

2012, pela base legal e pelo método simplificado conforme apresentado no quadro abaixo,

foram utilizados a tabela progressiva fornecida pela receita federal, de acordo com Anexo A.

Page 75: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

73

Quadro 9 - Cálculo IRPF para possível receita em 2013.

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

De fato, fica evidente que o melhor método para o produtor nesse estudo, seria o

método simplificado. Após obter os valores dos dois impostos, é possível chegar ao Lucro

Líquido estimado com a implantação do Pivô Central.

Quadro 10 - Previsão de lucro para 2013 decorrentes de três safras

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Como o sistema de irrigação garante a safra, não obteve recebimento de seguro nas

possíveis produções de 2013, de acordo com a boa produtividade nas três culturas. Observa-se

acima que o milho representa a cultura de maior lucratividade com 55,17%, seguido de soja e

feijão com 23,76% e 21,07% respectivamente, totalizando uma estimativa de receita para o

ano de 2013 no valor de R$ 317.612,36.

Observa-se a seguir o quadro de comparação que serve de parâmetro para analisar a

diferença de produtividade sem e com o sistema de irrigação, em uma previsão de produção

em 2013, nas três possíveis culturas.

Page 76: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

74

Quadro 11 - Comparação da rentabilidade das safras com e sem irrigação

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Fica evidente, observando estes dados que, com o sistema houve uma variação bem

acentuada de produção em relação a safra sem irrigação. Pode-se observar que esse

acréscimo foi de 46,75%, obtendo rentabilidade de 41,02%, resultando em previsão de Lucro

Liquido no valor de R$ 317.612,36, que servirá de base para calcular sua viabilidade. Abaixo

gráfico 00, para melhor visualização dos resultados.

Gráfico 5 - Comparação dos resultados obtidos, com e sem o Pivô Central.

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

O gráfico acima mostra a contribuição que o sistema de irrigação traz para as

culturas do milho, soja e feijão, sendo elemento necessário, para garantir resultados positivos.

Page 77: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

75

5.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE

Para iniciar o processo de avaliação do projeto, onde ajudará na tomada de decisão

em implantar ou não o sistema de irrigação, foram calculadas as seguintes técnicas de análise

financeira: Payback,Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.

O Lucro Líquido apurado sem o Pivô Central foi de R$ 132.823,88 e com o Pivô foi

de R$ 317.612,36 a diferença de R$ 184.788,48 servirá como base para calcular a viabilidade

do projeto.

O projeto tem como custo total o valor de R$ 499.000,00, sendo inclusos todos os

equipamentos necessários para implantação do sistema de irrigação, bem como a mão-de-obra

para instalação do mesmo.

Para melhor compreensão da origem do valor total do Pivô Central, o detalhamento

do orçamento está disponível no apêndice E.

5.2.2.1 Payback

Payback é o prazo mínimo para que o projeto tenha retornado seu investimento, ou

seja, o tempo esperado de retorno. (GITMAN, 2002). Para descobrir o prazo nesse estudo, o

valor base do investimento inicial que é de R$ 499.000,00, foi subtraído pela diferença do

Lucro Líquido com o pivô e sem o pivô, que é de R$ 184.788,48, e a quantidade de vezes que

for preciso subtrair é a quantidade de anos que o produtor rural vai precisar para obter 100%

do retorno. Segue no quadro abaixo a exemplificação para maior entendimento.

Quadro 12 - Cálculo Payback (A)

Ano Investimento Inicial Diferença do LL

sem e com o Pivô

Saldo a quitar

499.000,00 - 499.000,00

01 184.788,48 314.211,52

02 184.788,48 129.423,04

03 129.423,04 0,00

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Page 78: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

76

Visto que o terceiro ano não apresentou um valor inferior aos R$ 184.788,48 segue

abaixo exemplificação da regra de três, que foi utilizada para descobrir quantos meses se

refere o valor de R$ 129.423,04.

Quadro 13- Cálculo Payback (B).

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Onde o X = 0,70 ano.

0,70 x 12 (meses) = 8,4 meses

0,4 (meses) x 30 (dias) = 12 dias

Neste caso, na implantação de um sistema de irrigação do tipo Pivô Central, o

investimento será recuperado em 2 anos, 8 meses e 12 dias considerando a capacidade de

pagamento por recurso próprio.

Pode-se observar que já no primeiro ano, o projeto recupera 37,03 % do valor do

investimento inicial, juntamente com o segundo ano recupera um total de R$ 369.597,62 ,

restando apenas 25,93% para o terceiro ano.

5.2.2.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.

De acordo com Weston e Brigham (2004), após o cálculo para descobrir se o

investimento é viável, o resultado do Valor Presente Líquido, deve ser maior que zero, caso

for negativo, deverá ser re-analisado ou rejeitado. A TIR é um método de avaliar o

investimento, referente à taxa de retorno.

Este estudo vai detalhar duas possibilidades de pagamento, sendo a primeira análise

feita com base no pagamento por recurso próprio e a segunda com base do pagamento com o

R$ Ano

184.788,48 1

184.788,48 2

129.423,04 X

Page 79: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

77

auxílio de um empréstimo baseado nas taxas de juros bancárias disponíveis no mês de outubro

de 2012.

É importante lembrar que para calcular o VPL e a TIR pode ser levado em

consideração um percentual de aumento na renda, projetando aumento na produção, para isso

existe a possibilidade dos R$ 184.788,48 sofrer um aumento pequeno anual, devido a

melhoramentos genéticos, por exemplo, contudo esse aumento não será trabalhado nesse

estudo devido à volatilidade que o valor das sacas sofrem diariamente.

Outro fator importante a destacar é que esse estudo está se baseando em um fluxo de

caixa de 10 anos, e no décimo ano além dos R$ 184.788,48 deve ser adicionado o valor que o

Pivô Central estará valendo após dez anos de uso. Nesse caso, o fornecedor afirmou que o

valor de mercado do Pivô Central ao final do décimo ano será aproximadamente R$

292.415,00.

Segue cálculo do Valor Presente liquido na calculadora financeira, tendo como a

análise feita para pagamento com o recurso próprio.

Quadro 14 - Cálculo VPL e TIR com recurso próprio.

Investimento Inicial 499.000,00 CHS G CFO

Ano 1 184.788,48 G CFJ

Ano 2 184.788,48 G CFJ

Ano 3 184.788,48 G CFJ

Ano 4 184.788,48 G CFJ

Ano 5 184.788,48 G CFJ

Ano 6 184.788,48 G CFJ

Ano 7 184.788,48 G CFJ

Ano 8 184.788,48 G CFJ

Ano 9 184.788,48 G CFJ

Ano 10 477.203,48 (184.788,48 + 292.415,00) G CFJ

Taxa de Juro 7,0 % i

VPL F NPV 947.525,92

TIR F IRR 36,32

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Page 80: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

78

Como o VPL é maior que zero para se considerar positivo, assim demonstrado no

cálculo, aceita-se o projeto, pois está gerando riqueza para o produtor rural. O resultado da

TIR foi positivo correspondente a uma taxa de 36,32% ao ano, onde assegura a viabilidade do

projeto juntamente com o resultado do VPL, acentuando um efeito satisfatório com relação ao

investimento no projeto.

A segunda analise será feita observando junto com a tabela PRICE, conforme

Apêndice D, na qual foi feita embasada no programa de financiamento estabelecida Banco de

Desenvolvimento (BNDES) através da circular Nº 62/2012-BNDES emitida em 16 de outubro

de 2012, em que estabelece uma taxa anual de 2,5% a.a., sendo assim o cálculo será feito da

seguinte forma:

Quadro 15 - Cálculo VPL e TIR com financiamento

Investimento Inicial 0,00 G CFO

Ano 1 122.861,17 (184.788,48 - 61.927,31) G CFJ

Ano 2 124.102,92 (184.788,48 - 60.685,56) G CFJ

Ano 3 125.347,87 (184.788,48 - 59.440,61) G CFJ

Ano 4 126.474,73 (184.788,48 - 58.313,75) G CFJ

Ano 5 127.748,17 (184.788,48 - 57.040,31) G CFJ

Ano 6 128.970,45 (184.788,48 - 55.818,03) G CFJ

Ano 7 130.267,32 (184.788,48 - 54.521,16) G CFJ

Ano 8 131.501,07 (184.788,48 - 53.287,41) G CFJ

Ano 9 132.751,35 (184.788,48 - 52.037,13) G CFJ

Ano 10 422.239,18 [477.203,48 - 54.964,30]

(184.788,48 + 292.415,00)

G CFJ

Taxa de Juros 3,0 % i

VPL F NPV 1.307.207,10

Fonte: Dados da pesquisa (2012).

Não haverá apresentação da TIR, face se tratar de uma análise cujo valor inicial é de

R$ 0,00, não sendo possível apresentar uma taxa de retorno visto que não teve capital inicial

investido, pois se trata de um financiamento disponível pelo governo aonde pode financiar até

100% do bem adquirido. Conforme o quadro 15, o investimento será recuperado em 4 anos e

1 dia, tendo como base a fórmula do payback.

Page 81: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

79

Em ambos os casos, o investimento se mostrou viável em todos os indicadores.

Entretanto, a aquisição de financiamento favorece resultados mais satisfatórios, tanto por

adiar algumas saídas como por diminuir a taxa adotada.

Page 82: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

80

6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

6.1 CONCLUSÃO

O objetivo desse estudo foi analisar a viabilidade de implantação de um sistema de

irrigação do tipo Pivô Central em uma propriedade no município de Santa Helena, Oeste do

Paraná. Tal estudo de viabilidade auxilia o produtor a tomar decisões importantes, com foco

no crescimento.

Para cálculo e análise, considerou-se um fluxo de caixa de 10 anos, com a diferença

do lucro com e sem sistema, o mesmo para todos os anos. O tempo de retorno do capital

investido por recurso próprio dar-se-á em 2 (dois) anos, 8 (oito) meses e 12 (doze) dias, e com

financiamento o investimento será recuperado em 4 (quatro) anos e 1 (um) dia. Em ambos os

casos o investimento de tornou viável. Contudo, a aquisição de financiamento favorece

resultados mais satisfatórios, visto que é possível adiar algumas saídas de caixa e diminuir a

taxa adotada para cálculo do VPL. Lembrando que para todos os cálculos apresentados neste

estudo foram considerados as incertezas de um mercado que está em constante mudança.

Diante do exposto, dos dados apresentados e resultados encontrados, conclui-se que,

a implantação do referido sistema, apresenta a viabilidade econômico-financeira positiva,

evidentemente, isso é confirmado com os índices apresentados. Nesse sentido, o objetivo

geral e os objetivos específicos foram alcançados.

Diversos são as vantagens e benefícios gerados pela adoção do sistema de irrigação,

onde garante o suprimento hídrico da planta, dentre eles, melhor produtividade e qualidade do

produto final, garantia de safra, fatores estes que proporcionam ao produtor uma segurança no

seu investimento. Portanto, é possível obter maior lucratividade, alterando as épocas de

plantio e culturas plantadas, no período em que o mercado é mais favorável ao produtor.

Além de contribuir para aumentar o leque de oportunidades, melhorar a qualidade da

produção e incentivar os agricultores a continuar nesse ramo, com a introdução do sistema,

contribuirá para ampliar as oportunidades e acompanhar a evolução do setor, principalmente

no que tange a questão de melhoria na qualidade no produto, atingindo a sociedade com seus

benefícios.

Page 83: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

81

6.2 RECOMENDAÇÃO

Recomenda-se assim, alternar as culturas plantadas, e como o sistema de irrigação

poderá também controlar as épocas de plantio, produzindo em períodos de carência no

mercado, acarretando dessa forma, uma maximização dos lucros.

Produzir milho para semente é uma sugestão de cultura, visto que atualmente é o

mercado de maior rentabilidade. O interessante é o diferencial, ganhando uma quantidade

considerável fixa por hectare, dispensado de todos os custos incorridos do plantio á colheita,

desde os insumos e frete até despesas com manutenção de máquinas e equipamentos.

Espera-se ter contribuído por meio do conhecimento obtido ao longo deste estudo,

através de bibliografia pesquisada e de exemplo prático, a fim de alcançar resultados positivos

no setor da agricultura, estimulando o proprietário a adotar tal técnica de irrigação.

Page 84: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

82

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Page 89: SISTEMAS DE IRRIGACAO.pdf

87

ANEXO A – TABELA PROGRESSIVA PARA CÁLCULO ANUAL DO IRPF

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício

de 2013, ano-calendário de 2012. *

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 19.645,32 - -

De 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40

De 29.442,01 até 39.256,56 15,0 3.681,55

De 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79

Acima de 49.051,80 27,5 9.078,38

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício

de 2012, ano-calendário de 2011. *

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 18.799,32 - -

De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95

De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01

De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47

Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de Renda de Pessoa Física a partir do exercício de

2011, ano-calendário de 2010. **

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 17.989,80 -

De 17.989,81 até 26.961,00 7,5 1.349,24

De 26.961,01 até 35.948,40 15,0 3.371,31

De 35.948,41 até 44.918,28 22,5 6.067,44

Acima de 44.918,28 27,5 8.313,35

Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de Renda de Pessoa Física para o exercício de

2010, ano-calendário de 2009. **

Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 17.215,08 - -

De 17.215,09 até 25.800,00 7,5 1.291,13

De 25.800,01 até 34.400,40 15,0 3.226,13

De 34.400,41 até 42.984,00 22,5 5.806,16

Acima de 42.984,00 27,5 7.955,36

* Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de

agosto de 2011.

** Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 23 da Lei nº 11.945, de 4 de

junho de 2009.

Fonte: Receita Federal

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA SEMI -

ESTRUTURADA

1. Qual a história e evolução da Fazenda?

2. Como funciona a Fazenda? (clientes, fornecedores, funcionários)

3. Quantos hectares têm a fazenda, quanto desses é área planta e quanto de reflorestamento

e/ou pastagens?

4. Quais são os tipos de cultivos da fazenda? Época de plantio?

5. De que forma são alternados os cultivos?

6. Como funciona a questão das máquinas e equipamentos do plantio à colheita. É

terceirizado? Comente.

7. Quais períodos geralmente são feito o plantio e colheita?

8. Qual o retorno obtido nas ultimas safras de milho e soja?

9. Quais as dificuldades climáticas encontradas para o plantio, nos últimos três anos nas

culturas de milho e soja?

10. Com a implantação do pivô central, qual é a expectativa de retorno?

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APÊNDICE B – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA

CULTURA DO MILHO

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APÊNDICE C – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA

CULTURA DA SOJA

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APÊNDICE D – TABELA PRICE

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APÊNDICE E – ORÇAMENTO PIVÔ CENTRAL

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