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FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANDRESSA MARIA GATELLI
FRANCIELE NATACHA GIRALDI
VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA
DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL
CASCAVEL
2012
FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANDRESSA MARIA GATELLI
FRANCIELE NATACHA GIRALDI
VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA
DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL
Trabalho de curso apresentado como requisito
parcial para obtenção do titulo de Bacharel
emCiências Contábeis da Faculdade Assis Gurgacz.
Profª Orientadora: Ms Márcia Covaciuc
Kounrouzan
CASCAVEL
2012
FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANDRESSA MARIA GATELLI
FRANCIELE NATACHA GIRALDI
VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA
DE IRRIGAÇÃO SOB PIVÔ CENTRAL
Trabalho apresentado no Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade
Assis Gurgacz/ Dom Bosco, como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel Contabilidade, sob a orientação da Professora Ms. Márcia Covaciuc
Kounrouzan.
BANCA EXAMINADORA
___________________________
Márcia Covaciuc Kounrouzan
Faculdade Assis Gurgacz
___________________________
Suzana Burin Ponciano
Faculdade Assis Gurgacz
___________________________
Rildon Nogueira do Nascimento
Faculdade Assis Gurgacz
Cascavel, 04 de dezembro 2012.
DEDICATÓRIA
Eu, Andressa Maria Gatelli dedico à minha
família de quem sou herdeira de valores
riquíssimos, sendo a base e alicerce principal
da minha vida, pela confiança e por serem
meus verdadeiros amigos, bem como pelo
carinho e amor que me dedicaram.
Eu, Franciele Natacha Giraldi dedico à Deus
por tudo que me proporciona na vida. À minha
mãe e meu pai, os quais amo muito. Aos meus
amigos Andressa, Jhonata e Maysa por tudo
que me ajudaram até hoje. Ao meu namorado
Valmir, pelo carinho, compreensão e
companheirismo.
AGRADECIMENTOS ANDRESSA
À DEUS primeiramente, que conduz meus passos se fazendo presente a todo instante.
Obrigada pela capacitação concedida e pela infinidade de coisas maravilhosas que me
proporciona diariamente.
Aos meus PAIS, Aurelio e Albertina, responsáveis por cada sucesso alcançado, cada
degrau avançado na minha vida. Durante todos esses anos vocês foram referência
indispensável, fonte de inspiração e perseverança, um grande exemplo de força, coragem,
para jamais desistir diante das adversidades encontradas. A vossa presença proporciona em
minha vida extrema felicidade. Ambos são únicos e meu agradecimento é eterno.
À minha irmã Alexsandra por ter me aturado nos momentos de estresse, pela
paciência, compreensão, por me ajudar a achar soluções quando elas pareciam não aparecer,
pelo abraço e carinho espontâneo que se fez tão necessário. Ao meu irmão/paizão Andrei, que
representa minha segurança e pela força para seguir em frente, independente das dificuldades.
Ao meu irmão Alex, que mesmo distante se tornou tão presente, pelo constante incentivo, pela
confiança depositada, oferecendo-me apoio incondicional, bem como toda minha família e
amigos que são pessoas extremamente importantes em minha vida, participando direto e
indiretamente na construção de um futuro que começa agora, após quatro anos de esforço,
dedicados juntos.
Aos PROFESSORES que ao longo desses anos de graduação nos apoiaram e
transmitiram conhecimentos. Em especial agradeço à nossa ORIENTADORA Márcia, pelo
tempo dedicado, pela confiança, e principalmente pela vossa competência, auxiliando para a
conclusão deste trabalho.
Aos COLEGAS de turma, com os quais dividimos momentos de alegria e também os
de dificuldades e desânimo. À Franciele Giraldi, Jhonata D’Agostini e Maysa de Moraes pela
amizade e apoio incondicional, que sempre me escutaram e nunca deixaram desistir, em
especial, a minha dupla de TCC por ter me aturado nos últimos meses.
À TODOS que colaboraram, participando direto e indiretamente deste grande passo
pessoal e profissional, tornando possível essa conquista. Muito obrigada.
AGRADECIMENTOS FRANCIELE
A conclusão do curso de graduação é um desafio para todos os alunos que necessitam
passar por esse momento que exige muito esforço e dedicação. Agradeço esse momento
primeiramente a Deus, por iluminar constantemente o meu caminhar. Quero agradecer aos
meus pais que proporcionaram para a base de tudo para lidar com esses obstáculos advindos
em nosso cotidiano. Não posso esquecer-me de agradecer a todos os professores que
enfatizaram um aprendizado diferenciado e significativo para compor o meu lado profissional
e também pessoal, bem como, os professores que mesmo sem terem feito efetivamente parte
do meu ensino durante esses quatro anos de estudo, demonstraram muita paciência e
compreensão, auxiliando-me na elaboração desse trabalho que é primordial para minha
formação acadêmica. Nesse momento, sintetizo um agradecimento especial a todos os meus
amigos, Andressa, Jhonata e Maysa que fizeram parte da minha vida durante esses quatro
anos de graduação, proporcionando e ao mesmo tempo dividindo momentos de alegrias,
tristezas, experiências, conquistas,... Em especial minha amiga, e dupla de TCC, Andressa,
que sempre com muita humildade, soube usar de sua paciência e compreensão para
finalizarmos esse estudo. Enfatizo um agradecimento especial a minha professora orientadora
Márcia C. Kounrouzan que demonstrou muita paciência e compreensão, auxiliando-me na
elaboração desse trabalho. E Agradeço também ao professor Antonio Küilzer por estar sempre
presente, enriquecido de palavras encorajadoras que foram fundamentais “para meu avião não
cair”.
“O degrau de uma escada não serve
simplesmente para que alguém permaneça em
cima dele, destina-se a sustentar um pé de um
homem pelo tempo suficiente para que ele
coloque o outro um pouco mais alto.”
Thomas Huxley
RESUMO
Diminuição da produção e constantes alterações de produção da lavoura do milho e da soja
são decorrentes dos déficits hídricos durante as fases críticas da planta. A irrigação
complementar é uma eficiente técnica para contornar essa situação, suprindo a necessidade de
água que a planta eventualmente venha precisar. É neste contexto que o trabalho se insere
através de um estudo de caso na propriedade de terra rural localizada no Município de Santa
Helena-PR, visto que o mesmo busca analisar a viabilidade de implantação de sistema de
irrigação sob pivô central, bem como apurar os custos e despesas da plantação do das culturas
plantadas nos últimos três anos na lavoura estudada, uma vez que tais culturas têm como
principal produto no setor do agronegócio brasileiro, visando à geração crescente da
econômica no país. Diante do exposto, foi possível levantar os métodos necessários para
avaliação do projeto de investimento, onde através das análises demonstrou ser viável a
implantação da técnica de irrigação, gerando resultados satisfatórios, tornando-se uma
oportunidade de negócio altamente lucrativo, quanto à implantação de tal empreendimento.
PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade. Viabilidade. Irrigação. Pivô Central.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Comparativo de área, produtividade e produção de soja. ...................................... 42
Quadro 2 - Produtividade na cultura de soja e milho nos anos de 2010 à 2012. ...................... 64
Quadro 3 - Média das safras na produção do milho e soja ....................................................... 65
Quadro 4 - Cálculo IRPF nos anos de 2010, 2011 e 2012. ...................................................... 66
Quadro 5 - Média de custos da lavoura de milho e soja ........................................................... 67
Quadro 6 - Cálculo de energia elétrica ..................................................................................... 70
Quadro 7 - Previsão de produção na cultura do milho e soja com sistema de irrigação. ......... 71
Quadro 8 - Previsão de produção de milho, soja e feijão ......................................................... 72
Quadro 9 - Cálculo IRPF para possível receita em 2013. ........................................................ 73
Quadro 10 - Previsão de lucro para 2013 decorrentes de três safras ........................................ 73
Quadro 11 - Comparação da rentabilidade das safras com e sem irrigação ............................. 74
Quadro 12 - Cálculo Payback (A) ............................................................................................ 75
Quadro 13- Cálculo Payback (B).............................................................................................. 76
Quadro 14 - Cálculo VPL e TIR com recurso próprio. ............................................................ 77
Quadro 15 - Cálculo VPL e TIR com financiamento ............................................................... 78
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 – Fontes de economia no município de Santa Helena............................................20
Gráfico 02 – Comparativo da produção de milho entre as regiões brasileiras..........................38
Gráfico 03 –Produção de soja no Brasil...................................................................................41
Gráfico 04 –Precipitações Pluviométricas no Paraná...............................................................44
Gráfico 05 – Comparação dos resultados obtidos, com e sem o Pivô Central.........................74
LISTA DE IMAGENS
Imagem 01 - Área Total do Imóvel Rural.................................................................................21
Imagem 02 –Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel...................................49
Imagem 03 – Irrigação por aspersão do tipo autopropelido por carretel de cabo de aço..........49
Imagem 04 – Irrigação por Pivô Central...................................................................................51
Imagem 05 – Área irrigada por pivô central (A); Vista da distribuição uniforme na aplicação
da água (B)................................................................................................................................51
Imagem 06 – Sistema de irrigação localizada por gotejamento (A); Sistema de irrigação
localizada por microaspersão....................................................................................................52
Imagem 07 – Sistema de irrigação por superfície. Irrigação por sulco (A); irrigação por faixa
(B); irrigação por inundação (C)...............................................................................................53
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Evolução de área, produção e rentabilidade da 1ª e 2ª safra de milho..................39
Tabela 02 – Zoneamento Agrícola (Santa Helena, solo argiloso - tipo 3)……………………45
LISTA DE SIGLAS
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
CIIAGRO – Centro integrado de informações agrometeorologias.
CNA – Confederação Nacional de Agricultura do Brasil.
CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco.
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento.
COSIF – Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional.
DERAL - Departamento de Economia Rural.
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EUA – Estados Unidos da América.
FUNRURAL – Contribuição Social Rural.
IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
INSS - Instituto Nacional do Seguro Social.
IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física.
ITCG – Instituto de Terras, Cartografia e Geociências.
PAYBACK - Prazo de retorno do investimento inicial.
PGPM – Política de Garantia de Preços Mínimos.
PIN - Programa de Irrigação Noturna.
PROAGRO – Programa de Apoio à Agricultura.
PVC – Poli Cloreto de Vinita.
RAT – Registro de Acervo Técnico.
RFB – Receita Federal do Brasil.
SEAB – Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
TIR – Taxa interna de retorno.
VPL – Valor Presente Líquido.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16
1.1 FORMULAÇÃO DO TEMA ............................................................................................. 17
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................... 17
1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE ..................................................................................... 17
1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS .......................................................................... 18
1.4.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 18
1.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ............................................................................................... 18
1.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 18
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO ....................................................................................... 20
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 22
3.1 CONTABILIDADE DE CUSTO ....................................................................................... 22
3.1.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS ................................................................................ 24
3.1.1.1 CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS (RELACIONADOS AO PRODUTO) .............. 24
3.1.1.2 CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS (RELACIONADOS À PRODUÇÃO) ................... 25
3.1.2 TERMINOLOGIA DOS CUSTOS ................................................................................. 26
3.2 CONTABILIDADE RURAL ............................................................................................. 27
3.2.1 IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTO E SUA GESTÃO NA
ATIVIDADE RURAL .............................................................................................................. 28
3.2.2 MODALIDADE DE NEGÓCIO NA AGRICULTURA ................................................ 29
3.2.3 FORMA DE CONTABILIZAR ...................................................................................... 30
3.2.4 TERMINOLOGIA CONTÁBIL ..................................................................................... 32
3.3 ANÁLISE DE INVESTIMENTO ...................................................................................... 33
3.3.1 FLUXO DE CAIXA ........................................................................................................ 34
3.3.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETO DE INVESTIMENTO DE CAPITAL . 34
3.3.2.1 PAYBACK ..................................................................................................................... 35
3.3.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................... 36
3.3.2.3 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) .................................................................... 36
3.4 CULTURA DO MILHO .................................................................................................... 37
3.4.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO .............................................................................. 37
3.5 CULTURA DA SOJA ........................................................................................................ 39
3.5.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA SOJA ............................................................. 40
3.6 CULTURA DO FEIJÃO .................................................................................................... 43
3.7 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E ZONEAMENTO AGRÍCOLA ...................................... 44
3.8 IRRIGAÇÃO ...................................................................................................................... 46
3.8.1 BREVE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA IRRIGAÇÃO ................................................ 47
3.8.2 MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO ........................................................................................ 48
3.8.2.1 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO .................................................................................. 48
3.8.2.1.1 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO DO TIPO AUTOPROPELIDO ... 49
3.8.2.1.2 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL ........ 50
3.8.2.2 IRRIGAÇÃO LOCALIZADA ..................................................................................... 51
3.8.2.3 IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE ................................................................................ 53
3.8.3 IMPACTOS AMBIENTAIS DA IRRIGAÇÃO ............................................................. 54
3.8.4 PROGRAMA DE IRRIGAÇÃO NOTURNA (PIN) ...................................................... 55
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................... 56
4.1. TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................... 56
4.1.1 QUALITATIVA E QUANTITATIVA ........................................................................... 57
4.1.2 PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS ................................................................................... 58
4.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ..................................................... 58
4.2.1 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................ 58
4.3 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ........................................................ 59
4.3.1 ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA E RELATÓRIOS E DOCUMENTOS. ......... 59
4.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ......................................................................................... 59
4.4.1 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA .................................................... 59
4.5 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES .......................................................................... 60
4.5.1 SIGILO DAS INFORMAÇÕES ..................................................................................... 60
4.5.2 PROPRIEDADE DAS INFORMAÇÕES ....................................................................... 60
4.5.3 USO E DESTINAÇÃO DO MATERIAL E/OU DADOS COLETADOS ..................... 60
4.5.4 FORMAS DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA ........................................... 61
4.6 DELIMITAÇÕES, LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA E INFRAESTRUTURA
NECESSÁRIA. ........................................................................................................................ 61
4.6.1 PATROCINADOR .......................................................................................................... 61
4.7 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DO PROJETO DE PESQUISA .............................. 62
4.7.1 ORÇAMENTO ................................................................................................................ 62
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ............................................................. 63
5.1 CUSTOS E PRODUÇÃO SEM IRRIGAÇÃO NAS CULTURAS DE MILHO E SOJA 63
5.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL .......... 68
5.2.1 CUSTO E PRODUÇÃO COM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO ........................................ 68
5.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE ............................................................................................. 75
5.2.2.1 PAYBACK ..................................................................................................................... 75
5.2.2.2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO E TAXA INTERNA DE RETORNO. ..................... 76
6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO ............................................................................. 80
6.1 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 80
6.2 RECOMENDAÇÃO .......................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 82
ANEXO A – TABELA PROGRESSIVA PARA CÁLCULO ANUAL DO IRPF ............ 87
APÊNDICE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA SEMI -
ESTRUTURADA .................................................................................................................... 88
APÊNDICE B – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA
CULTURA DO MILHO ........................................................................................................ 89
APÊNDICE C – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA
CULTURA DA SOJA ............................................................................................................ 90
APÊNDICE D – TABELA PRICE ....................................................................................... 91
APÊNDICE E – ORÇAMENTO PIVÔ CENTRAL ........................................................... 93
16
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho no mundo. O milho, ao lado da soja,
representa cerca de 80% de toda a produção de grãos no país. Os maiores produtores são os
estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Esse percentual se dá por se
tratar de uma cultura que trás muitos benefícios a saúde humana e animal. (BRASIL
ESCOLA).
Existem projetos e estudos para aprimoramento genético do milho e da soja, na qual,
aumentam-se a produtividade e qualidade, formando um grão mais resistente a pragas e
doenças, fatores estes, que contribuem para a redução da produtividade e má formação do
grão, durante todo o desenvolvimento da cultura. (SILVA, 2006). Contudo, mesmo com
tamanha evolução cientifica, ainda há um fator que a ciência, não consegue controlar na
natureza, a previsão do tempo.
O clima afeta a cultura do milho e da soja quando passam por períodos extremos, tais
como muito frio ou calor, períodos prolongados de chuva ou seca, entre outras condições,
podendo variar sua volatilidade conforme a região. (TUBELIS, 2001).
No município de Santa Helena, onde o estudo foi realizado, o clima é propício a
sofrer períodos de estiagem frequentes, ocorrendo perdas na produção. Essas perdas podem
ser reduzidas com a implantação do sistema de irrigação sob Pivô Central, para suprir a
necessidade de água, o que torna relevante a pesquisa de sua viabilidade.
O sistema de Pivô Central é um sistema de irrigação por aspersão, irrigada com
movimentação circular, que se movem acionadas por motores elétricos, exigindo pouca mão
de obra, por ser um sistema automatizado. (MANTOVANI, BERNARDO E PALARETTI,
2007).
Nesse contexto, o presente projeto abordou uma análise de viabilidade para a
implantação do sistema de irrigação sob Pivô Central para a cultura do milho e da soja, no
Município de Santa Helena no Estado do Paraná.
17
1.1 FORMULAÇÃO DO TEMA
Através de um estudo de viabilidade na implantação de um projeto de irrigação sob
Pivô Central, dentro de uma área rural, localizada no município de Santa Helena, oeste do
Paraná, será determinado o tempo de retorno do investimento e os benefícios econômico-
financeiros, que essa implantação trará para as culturas plantadas nos últimos três anos, bem
como uma possível terceira safra, nestas condições e vantagens operacionais e financeiras
para o proprietário da área estipulada.
Assim, este trabalho trás como tema: “Análise da Viabilidade econômico-financeira
na Implantação de um sistema sob pivô central para o cultivo do milho e da soja”.
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
O problema da pesquisa pode ser definido como: “assunto controverso, ainda não
satisfatoriamente respondido em qualquer campo do conhecimento” (GIL 2010, p. 06).
Partindo desse parecer, ordenou-se, neste trabalho, o seguinte problema:
Qual é a viabilidade de implantar um sistema de irrigação com Pivô Central numa
área agrícola para o cultivo de milho, soja, bem como o tempo de retorno do investimento?
1.3 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE
A implantação de um sistema de irrigação sob Pivô Central trará maior produtividade
e lucratividade na propriedade estudada.
18
1.4 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
1.4.1 Objetivo Geral
Analisar a necessidade e a viabilidade econômica e financeira do uso da irrigação
com Pivô Central nas culturas plantadas nos últimos três anos, no município de Santa Helena
– PR.
1.4.2 Objetivo Específico
Os objetivos específicos, de acordo com Beuren (2003. p.65), "devem descrever
ações pormenorizadas, aspectos específicos para alcançar o objetivo geral estabelecido".
Desta forma, a pesquisa procurará:
a) Conhecer os aspectos que envolvem o cultivo do milho, soja;
b) Apurar os custos de implantação do sistema de irrigação sob pivô central;
c) Levantar as receitas incrementais, bem como os custos de manutenção do sistema;
d) Analisar a viabilidade econômico-financeira do projeto;
e) Obter o tempo de retorno do investimento.
1.5 JUSTIFICATIVA
Segundo FACHIN (2003, p. 65) “justificativa envolve aspectos de ordem teórica,
quando se faz uma reflexão crítica, e aspectos de ordem pessoal, que englobam o interesse e a
finalidade da pesquisa. É uma fase que leva o pesquisador a repensar a escolha do assunto e a
razão de sua escolha”.
19
Como citado no problema, esta pesquisa tem o propósito de levar ao conhecimento
geral, sobre os aspectos econômicos e financeiros que a implantação do sistema de irrigação
apresenta, destacando clara e objetivamente a sua importância à agricultura.
Pretende também, contribuir para aumentar o leque de oportunidades, melhorar a
qualidade da produção e incentivar os agricultores a continuar nesse ramo, atingindo a
sociedade com seus benefícios.
A implantação de irrigação na produção agrícola se enquadra como investimento em
longo prazo. Em muitos estudos mostra-se muito útil no que se diz respeito ao
desenvolvimento do agronegócio. Desta forma, as pesquisadoras colaboradoras utilizam, em
prol da propriedade de terra rural ora estudada, que almeja implantar um sistema de irrigação
sob pivô central, o conhecimento adquirido ao longo do curso de Ciências Contábeis, a fim de
trazer resultados específicos para que o proprietário possa ter fundamentos em optar ou não
por esse investimento.
20
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO
Este estudo será realizado em uma área de terra rural que está localizada no
município de Santa Helena na região do oeste do Paraná, em Esquina Rosa.
Segundo o IBGE no município de Santa Helena, a população estimada em 2012 é de
23.855 mil habitantes, com taxa de crescimento geométrico em 2010 de 1,34 hab./km², visto
que a área territorial (ITCG) é de 759.123 mil km².
No ano de 2010, conforme relata o IBGE, a produção de milho neste município foi
de 139.420 mil toneladas, já a soja 101.340 mil toneladas, correspondente as culturas mais
produzidas na região. A economia do município, também se baseia na agropecuária, sendo
que galináceos, suínos e bovinos, com 4.520.000, 58.600 e 34.360 cabeças respectivamente,
são as mais predominantes, seguidos de ovinos e eqüinos.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (DERAL), em 2011, ao
contrário do ano anterior, a soja teve um crescimento de 4% em relação ao a cultura do milho,
tornando-se uma das principais fontes de economia na cidade se Santa Helena, conforme
ilustrado no gráfico abaixo.
Gráfico 1 - Fontes de economia no município de Santa Helena
Fonte: Dados do SEAB/DERAL, compilados pelos autores (2012).
Adquirida por volta de 1980, de Mário Dalberto, a Fazenda atualmente tem como
principal atividade o plantio de milho e soja. Sendo que, 88% (oitenta e oito por cento) da
21
área total são destinadas para tais culturas, e os 12% (doze por cento) restantes são áreas
formadas por reserva florestal e pastagens, sendo esta a principal fonte de renda da família.
A fazenda tem como segmento a agricultura familiar, pois a mão-de-obra nas épocas
do plantio á colheita é feita essencialmente pelo núcleo familiar, necessitando nesse período
com um funcionário temporário apenas para auxilio, não havendo funcionários permanentes.
A produção é destinada a venda para cooperativas, cerealistas, indústrias, entre
outros, que darão destino aos grãos, como produzir alimentos para seres humanos e animais, e
ou exportar os grãos aos países interessados.
Por se tratar de produção agrícola privada, para obter todo o conhecimento desejado
as pesquisadoras colaboradoras realizaram entrevistas semi estruturadas e buscaram
documentos voltados às últimas safras, a fim de obter dados necessários para a realização do
mesmo. Todas as informações foram extraídas diretamente com o proprietário da fazenda, que
autorizou a realização da pesquisa, conforme anexo ao Comitê de Ética.
Afim de, ilustrar a localização do terreno onde o estudo será realizado, abaixo
figura com o mapa de localização da área total.
Imagem 1 - Área total do imóvel rural
Fonte: Dados Google Maps, acessados em 15 de maio de 2012.
22
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo apresenta-se todo o referencial bibliográfico necessário para embasar
a pesquisa sobre viabilidade econômica e financeira, registrando uma abordagem teórica
sobre o tema eleito, fundamentando as análises deste estudo.
3.1 CONTABILIDADE DE CUSTO
Martins (2003 p. 23) afirma que “a Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade
Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria”. Até a Revolução
Industrial, por volta do século XVIII, praticamente só existia a Contabilidade Financeira,
atendendo as empresas comerciais.
Anteriormente a esse período, os produtos na sua maioria eram todos produzidos por
artesãos que não constituía entidades jurídicas se preocupando pouco com o cálculo do custo,
por conseqüência de ser bastante simples a verificação do valor do produto nos documentos
de aquisição. Porém, com o advento da revolução industrial e a consequente propagação das
empresas industriais, a Contabilidade passou a focar no gerenciamento dos custos, bem como
na tomadas de decisões, surgindo à necessidade de cálculo de custo para a formação de
estoques. (MARTINS, 2003).
Segundo Martins (2003, p.19) “para a apuração do resultado de cada período, bem
como o levantamento do Balanço em seu final, bastava o levantamento dos estoques em
termos físicos, já que sua medida em valores monetários era extremamente simples”. A vista
disso verificava o montante pago nos itens estocados e valorizava as mercadorias. O cálculo
era bem simples: a diferença do estoque inicial e final adicionado às compras, assim, apurava-
se o valor das mercadorias vendidas. Afrontando esse saldo com as Receitas Liquidas relativo
na venda desses bens, encontrava-se o Lucro Bruto, de quem se subtrai todas as despesas
incorridas no período.
A Revolução Industrial trouxe uma nova perspectiva aos processos de produção, que
até então se baseava na manufatura e nas relações entre o comerciante, o fornecedor e o
23
cliente. Basicamente o empresário vendia a produção por um preço maior do que aquele pago
aos fornecedores. (MARTINS, 2003).
Desta forma, a Contabilidade de Custos recebeu um impulso a ponto de gerar um
novo campo de aplicação, conhecido como Contabilidade de Custo Industrial, onde com o
desenvolvimento do processo de produção, a concorrência mundial, e o crescimento acirrado
do setor de serviços, juntamente com o avanço tecnológico de informações, fizeram com que
muitos fabricantes dos EUA mudassem completamente sua maneira de operar negócios. E por
sua vez, a partir desse evento, a contabilidade passou de seu foco principal que era a avaliação
de estoques, para as diferentes técnicas de custeio. (MARTINS, 2003).
Em razão ao crescimento das empresas e a distância entre os cargos dentro de uma
organização, a Contabilidade de Custo passou a ser vista como uma indispensável forma de
auxilio de controle e decisões gerenciais, bem como subsidiar os dirigentes com informações
eficazes. (MARTINS, 2003).
Dessa forma, as informações devem ser geradas para os usuários internos como
administradores, diretores e executivos, além dos próprios donos, com necessidades e
interesses direcionados ao processo de decisão, motivo pelo qual as informações produzidas
pela organização devem ser úteis, claras e confiáveis, que atendam aos propósitos de cada
usuário. (MARTINS, 2003).
Os custos podem ser vistos como instrumentos de controle, planejamento e avaliação
de desempenho. Para a COSIF (Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro
Nacional), a Contabilidade de Custos visa “fornecer informações sobre a utilização de bens e
serviços na produção de outros bens ou serviços no ambiente onde são gerados, direcionados
para o fornecimento de subsídios para análise e avaliação do desempenho e da
produtividade”.
Silva Junior (2000, p. 80) define Contabilidade de Custo como:
[...] o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar
os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da produção
e das vendas, se torne possível à administração utilizar as contas para estabelecer os
custos de produção e de distribuição, tanto por unidade, quanto pelo total, para um,
ou para todos os produtos fabricados, ou serviços prestados e os custos das outras
diversas funções do negócio, com a finalidade de obter operação eficiente,
econômica e lucrativa.
A Contabilidade de Custos tem como objetivo determinar os custos por produto,
processo, tarefa, unidade e por departamento, controlar os gastos relacionados com a
24
produção, distribuição e a administração, promover as bases para estimativa do custo de
produto para a fixação de uma margem de lucro, medir a eficiência da força do trabalho
humano e dos materiais aplicados para a formação do preço de venda, conhecimento do nível
de rendimento econômico e do ponto de produtividade com vista no integral aproveitamento
dos meios de produção, ou seja, visa se o preço do produto produz rendimento satisfatório,
cobrindo todos os custos de produção, aquisição e mão de obra. (SILVA JUNIOR, 2000).
Por conseqüência disso, requer a existência de métodos de custeio para que, ao final
do processo, seja possível obter o valor a ser atribuído ao objeto de estudo. Neste sentido,
fornece informações importantes para a formação de preço de venda dos produtos da empresa,
“[...] determinação da quantidade a ser produzida, escolha de qual produto produzir, avaliação
de decisão sobre corte de produtos ou decisão de comprar ou fabricar” (SILVA JUNIOR,
2000, p. 80) e, em função disso, tem se tornado uma ferramenta indispensável para a
administração das entidades, qualquer que seja o seu ramo de atividade ou volume de
negócios.
3.1.1 Classificação dos custos
Martins (2003, p.25) afirma que “custo é um gasto relativo à bem ou serviço
utilizado na produção de outros bens e serviços”, e acrescenta ainda que “o custo é também
um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos
fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um
serviço”. Desta forma, a classificação dos custos depende de fatores, tais como, identificação
com a produção ou relação com o volume dessa produção e classificam-se em:
3.1.1.1 Custos Diretos e Indiretos (relacionados ao produto)
No que diz respeito à forma de distribuição e apropriação, os gastos podem ser
classificados em diretos e indiretos. (OLIVEIRA, 2000).
Custos diretos, segundo Oliveira (2000, p.72), são:
25
Os custos que podem ser quantificados e identificados aos produtos e serviços e
valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios de
rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, já que
são facilmente identificados. Os custos diretos, na grande maioria das indústrias,
compõem-se de materiais e mão-de-obra.
Já custos indiretos, são todos os outros custos que dependem da utilização de rateio
para sua locação. Neste sentido, Oliveira (2000, p.74) afirma que:
São aqueles custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou
serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades específicas,
ordens de serviço ou produto, serviços executados etc. Necessitam, portanto da
utilização de algum critério para rateio para sua locação.
3.1.1.2 Custos Fixos e Variáveis (relacionados à produção)
Quanto ao comportamento dos gastos em virtude das variações na quantidade da
produção e das vendas, os gastos classificam-se em custos fixos e variáveis. (OLIVEIRA,
2000).
Custos fixos existem independentes da fabricação ou não de determinado produto e
da sua quantidade produzida. De acordo com Oliveira (2000, p.66) “são aqueles custos que
permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independentemente do
volume de produção. Consequentemente, não são identificados como custos da produção do
período, mas como custos de um período de produção”.
Já os custos variáveis oscilam conforme a quantidade produzida. Para Oliveira (2000,
p.74):
São aqueles custos que mantém uma relação direta com o volume de produção ou
serviço e, conseqüentemente, podem ser identificados com os produtos. Dessa
maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume das atividades da
empresa aumenta, Na maioria das vezes, esse crescimento no total evolui na mesma
proporção do acréscimo no volume produzido.
26
3.1.2 Terminologia dos Custos
Martins (2003) afirma que para cada área existe, sobretudo nas sociais e econômicas,
uma abundância de nomes para apenas uma definição, bem como conceitos distintos para uma
palavra apenas. Sendo assim, cada área da Contabilidade, contém distintos conceitos quanto
as mesmas terminologias. Deste modo, segue abaixo as definições, para algumas
terminologias da área de custo.
Custos: “é o consumo de bens e serviços, empregados na produção de outros bens
e serviços. Consumo esse é representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos”
(BERTI, 2010, p. 20).
Gastos: para NEVES (2010, p.15) “o gasto se concretiza quando os bens ou
serviços adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa”. Contudo,
apenas será considerado um gasto no momento que haver o reconhecimento contábil da
redução do ativo de um pagamento ou da dívida.
Desembolso: saída de dinheiro do caixa ou das contas bancárias é uma forma de
se definir desembolso. “Os desembolsos ocorrem em virtude do pagamento de compras
efetuadas a vista ou de uma obrigação assumida anteriormente”. (OLIVEIRA, 2000, p. 29).
Investimento: “investimento é o gasto para aquisição de ativo, com a finalidade de
obtenção de benefícios a curto, médio e longo prazo”.(BERTI, 2010, p.20).
Despesas: “gasto que provoca redução do patrimônio constitui a despesa. Bem ou
serviço consumidos direto ou indiretamente para obtenção de receitas. O esforço no sentido
da obtenção da receita deve ter como contrapartida a entrega ou a promessa de entrega de
ativos”. Ex. Comissão de vendas. (BERTI, 2010, p. 20).
A despesa se diferencia do custo, tenda em vista, que essa, afetará diretamente o
resultado do exercício. Dessa forma, a despesa é reconhecida no momento que os produtos
são vendidos, ou seja, gastos incorridos na venda. Já os custos são os gastos obtidos com a
fabricação do produto. (BERTI, 2010).
Perda: as perdas são fatores negativos ocorridos involuntariamente ou de forma
anormal. Para Berti (2010, p. 21) “são gastos não intencionais decorrentes de fatores externos,
fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa. As perdas não mantêm nenhuma
relação com a operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não previstos”.
27
3.2 CONTABILIDADE RURAL
A atividade rural é caracterizada pela exploração das atividades voltadas a
agricultura, pecuária, extração e exploração vegetal e animal, apicultura, avicultura,
cunicultura, suinocultura, sericultura, piscicultura e outras explorações zootécnicas, bem,
como, a transformação dos produtos agrícolas ou pecuários sem que seja alterada sua
composição como, por exemplo, o processo de debulha do milho. (CREPALDI, 2005).
A agricultura tem um papel fundamental para o ser humano, é nela que está
representada toda a atividade de exploração da terra, tendo como finalidade, suprir a
necessidade humana. E mesmo com a industrialização e o aumento das tecnologias, a
agricultura se mantém indispensável como maior fonte produtora de alimento. (CREPALDI,
2005).
Para Crepaldi (2005, p. 23), Empresa Rural é:
A unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a
culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de
obtenção de renda. Qualquer tipo de empresa Rural, seja familiar ou patronal, é
integrada por um conjunto de recursos, denominados fatores de produção: Terra, o
Capital e o trabalho.
A terra é o fator de produção mais importante, pois se a terra é ruim, possivelmente
não conseguirá produzir o suficiente para trazer lucratividade. O capital na atividade rural é
representado pelo “[...] conjunto de bens colocados sobre a terra com o objetivo de aumentar
sua produtividade e ainda facilitar e melhorar a qualidade do trabalho humano [...]”
(CREPALDI, 2005, p.25). Alguns exemplos de capital agropecuário são benfeitorias, animais
de produção, animais de serviço, máquinas, implementos agrícolas e insumos agropecuários.
Crepaldi (2005) divide o capital da atividade rural em ativo circulante e capital fixo.
Sendo o capital fixo composto por capital de durabilidade longa, como por exemplo, uma casa
de madeira, um trator e uma construção de alvenaria e o ativo circulante composto por
capitais que são consumidos dentro do ano agrícola, ou seja, doze meses contados a partir do
início do cultivo até a colheita da atividade que mantém maior renda bruta, entretanto, esse
período é regido por um estatuto com base na escrituração mercantil da entidade, na qual o
diretor ruralista deverá elaborar, e terá como duração máxima de um ano.
28
Dessa forma, Crepaldi (2005) também explica que um capital que tem durabilidade
longa não deve ter ser seu valor de compra incluído como gasto daquele ano. Por exemplo,
muitos ruralistas ao adquirir um bem de longa durabilidade se utilizam de meios de
financiamentos, desta forma a soma das parcelas na qual irão representar o valor do bem para
o ano deve ser apropriada na despesa do ano.
Existem algumas características peculiares ligadas ao setor agrícola em geral, são
elas a dependência do clima e condições biológicas; correlação com o tempo de produção
versus tempo de trabalho; a qualidade da terra; incidência de riscos como por exemplo a seca,
geada, granizo; a competição econômica quando existem muitos produtos com pouca
diferenciação entre si, ou muitos agricultores e consumidores; produtos não uniformes
caracterizada pela dificuldade em obter produtos ao tamanho e qualidade; alto custo de saída
e/ou entrada, como por exemplo, altos investimentos com benfeitorias e máquinas, podendo
ter como conseqüência a volatilidade no preço de mercado na qual devem ser suportadas a
curto prazo. (CREPALDI, 2005).
3.2.1 Importância da Contabilidade de Custo e sua gestão na Atividade Rural
Atualmente, juntamente com o avanço tecnológico e o aprimoramento das técnicas
de produção, a agricultura vem se aperfeiçoando, refletindo diretamente na economia, geração
de empregos e na quantidade e qualidade dos grãos/produtos, necessitando, sobretudo, de um
bom gerenciamento financeiro. (MIRANDA, 2004).
Para Crepaldi (2005, p. 81) “O sucesso de qualquer empreendimento está
subordinado a uma administração eficiente”. Para que o ruralista obtenha êxito, é preciso ir
além de alcançar elevados níveis de produtividade e lucratividade, é preciso buscar o controle
das operações rurais por meio de relatórios contábeis a fim de alcançar o resultado e
maximizar o lucro.
O objetivo da Contabilidade Rural é o patrimônio e o seu uso embutidos nos
conceitos de controlar e planejar. O controle é a forma que o ruralista usa para observar o
comportamento da organização, e se a política adotada está sendo cumprida. Já o
planejamento “[...] é o conjunto de linhas de ação e a maneira de executá-las para alcance dos
objetivos.” (CREPALDI, 2005, p.85).
29
Com a competitividade do mercado do agronegócio, e a luta incessante por mais
espaço no mercado, a Contabilidade de Custo passou a ser um diferencial entre os
empresários rurais, visto que a necessidade de planejamento e controle é inevitável.
(MIRANDA, 2004).
Borilli (2005) relata que o ponto fundamental na Contabilidade é o uso da
informação como instrumento gerencial, evidenciado em relatórios e demonstrações
contábeis, suprindo as necessidades da administração e demais usuários, bem como
transformar “[...] as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a
evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração
financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados”
(MIRANDA, 2004).
A finalidade da Contabilidade Rural é o planejamento, a obtenção da situação real do
ruralista por meio das demonstrações contábeis, pois estas irão fornecer dados suficientes para
a tomada de decisão, tais como se cabe ao empresário rural reduzir custos, buscar recursos,
expandir. (CREPALDI, 2005).
Ribeiro, Ribeiro e Rogers (2005) complementam dizendo que a Contabilidade de
Custo tem por objetivo atingir finalidades precisas, “[...] o qual pode estar relacionado com o
fornecimento de dados de custos para a mensuração do lucro, determinação da rentabilidade e
avaliação do patrimônio, identificação dos métodos e procedimentos para o controle das
operações e atividades executadas”.
É relevante a necessidade de profissionais na área da Contabilidade, tanto pequenos,
médios ou grandes produtores rurais, “[...] como uma ferramenta gerencial que permite, por
meio da informação contábil, o planejamento e o controle orçamentário para tomada de
decisões, além de contribuir para o controle dos custos e comparação de resultados”, a fim de
proporcionar melhor resultado econômico e financeiro. (BORILLI et. al, 2005, p. 77).
3.2.2 Modalidade de negócio na Agricultura
No meio rural existem parcerias feitas com a finalidade de destinar por
obrigatoriedade ou não, o uso do imóvel rural, benfeitorias ou facilidades a outra pessoa,
30
obtendo em troca uma das formas de pagamentos definidos por contratos de parcerias.
(CREPALDI, 2005).
Existem diversos contratos de parcerias e cada contrato é desenvolvido para cada
tipo de atividade rural exercida. No caso do produtor rural, que exerce a atividade de plantar,
é feito o contrato de arrendamento rural para plantio. (CREPALDI, 2005).
Crepaldi (2005) define arrendamento rural como um contrato na qual existe uma
relação de obrigatoriedade por tempo determinado ou não ao uso do imóvel rural,
benfeitorias, entre outros, para fim de exercer e explorar as atividades rurais mediante
retribuição ou aluguel. Todo o contrato deve ser elaborado observando os princípios e limites
designados na lei.
O contrato é distribuído em três participantes da seguinte forma: o arrendador na qual
é o proprietário do imóvel; o arrendatário que é a pessoa que recebe o direito de explorar o
imóvel ou parte dele em troca de aluguel ou de outros meios de pagamento conforme for
designado no contrato; e o terceiro participante definido como o subarrendatário é a pessoa
que, com a permissão do arrendador, o arrendatário transfere os direitos e obrigações em
partes ou no total para o uso do imóvel rural. (CREPALDI, 2005).
Todo o contrato de arrendamento é regido por normas que definem a obrigação das
partes e limites. (CREPALDI, 2005).
3.2.3 Forma de contabilizar
A Contabilidade Rural tem como a forma de escrituração escolhida pelo ruralista,
“[...] desde que seja mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos das
legislações comercial e fiscal e aos princípios fundamentais de contabilidade.” (CREPALDI
2005, p. 83).
Por sua vez, Crepaldi (2005) divide a classificação contábil em dois grupos: cultura
temporária e cultura permanente.
Na cultura temporária, é classificada “[...] aquelas sujeitas ao replantio após cada
colheita como o milho, trigo, feijão, arroz, cebola etc.”, onde seus gastos para a formação no
período de sua realização são caracterizados como despesas de custeio. (CREPALDI, 2005, p.
103).
31
Portando, entende-se que este estudo ficou classificado dentro da cultura temporária,
por se tratar de safras voltada ao cultivo de milho e soja, cujo ciclo completo de
desenvolvimento da planta ocorre entre 4 meses até a sua colheita, podendo variar conforme a
qualidade da semente, clima, temperatura, entre outros fatores técnicos.
“Os custos na cultura temporária serão contabilizados em uma conta do Ativo
Circulante com o título de Culturas Temporárias. Esses custos podem ser: sementes
fertilizantes defensivos, mão-de-obra. Acumulados até o termino da colheita [...]” após esse
período todo o saldo deverá ser transferidos para a conta de Produtos Agrícolas na qual será
adicionado todo o custo para deixar o produto apresentável para a venda. E ao vender o
produto transfere todo o valor, que corresponde à quantidade vendida, para a conta de Custo
de Produtos Vendidos. E o custo para armazenamento do produto destinado a venda deverá
ser classificado como despesa. (CREPALDI, 2005, p. 103).
Caracteriza-se a cultura permanente “[...] aquelas não sujeitos a replantio após cada
colheita”. Como, por exemplo, plantação de maça, laranja, eucalipto. Sendo todos os custos
dessa cultura transcorridos para sua formação, em que, serão contabilizados no ativo
permanente, porém assim que a cultura permanente começar a produzir, os seus custos
incorridos para sua formação deverá ser repassados na conta de ativo circulante que “[...] será
transferida para custo de produtos vendidos, no resultado, por ocasião da venda da colheita”
(CREPALDI, 2005 p. 95).
Crepaldi (2005, p. 105), explica o processo da cultura permanente da seguinte forma:
Na cultura permanente os custos de formação são classificados no Ativo
Permanente Imobilizado, acumulados na Conta Cultura Permanente em
formação, especificando o tipo de cultura. Após a formação da cultura, que
pode levar vários anos, transfere-se o saldo acumulado da conta Cultura
Permanente em Formação para a conta Cultura Permanente Formada, no
Ativo Permanente Imobilizado especificando a cultura. Logo após a cultura
formada iniciar-se-á a primeira produção ou colheita.
Os custos da primeira floração serão contabilizados na conta denominada como
Colheita em Andamento classificada no estoque (Ativo Circulante). “Aos custos de formação
da colheita serão também adicionado às quotas de depreciação (ou exaustão) da Cultura
Permanente Formada” (CREPALDI, 2005, p. 105). Já no encerramento da colheita transfere
o saldo, e adiciona os custos com acondicionamento, silagem entre outros, para a conta
Produtos Agrícolas classificada no Estoque (Ativo Circulante).
32
3.2.4 Terminologia Contábil
A Contabilidade Rural necessita distinguir os custos das despesas, gastos e
desembolsos, investimentos e perdas. Para distinção, abaixo conceitos das terminologias
contábeis. (CREPALDI, 2005 p. 97). São elas:
Gasto: é o que incorpora o valor uma promessa de entrega de um ativo, ou de bem
e serviço, este se concretiza quando o bem passa a ser da propriedade rural ou quando os
serviços são prestados. Segue alguns exemplos são: gastos com mão-de-obra, com aquisição
de insumos, máquinas e equipamentos agrícolas; gastos com energia elétrica, com aluguel de
terras e com assistência técnica. (CREPALDI, 2005).
Desembolso: é o pagamento da aquisição do bem adquirido ou de prestação de
serviço, podendo ser a vista ou a prazo. (CREPALDI, 2005).
Investimento: é o gasto em função da aquisição de um bem ou serviço em prol da
função de sua vida útil ou benefícios atribuídos a exercícios futuros. Segue alguns exemplos
de investimentos: Aquisição de móveis e utensílios, imóveis rurais, despesas pré-
operacionais, aquisição de insumos. (CREPALDI, 2005).
Custo: são todos os gastos incorporados à atividade rural. Exemplos de custos:
salários de pessoal da propriedade, insumos utilizados no processo produtivo, combustíveis e
lubrificantes usados nos equipamentos agrícolas, depreciação e gastos com manutenção de
equipamentos agrícolas. Na qual são classificados em custos diretos e indiretos, fixos e
variáveis, relata Crepaldi (2005).
Custos diretos são aqueles apropriados de forma direta, ou seja, sem efetuar o rateio,
aos produtos agrícolas, pois existe uma medida objeto do seu consumo como, por exemplo,
quilos, horas de mão-de-obra ou de máquina, quantidade de força consumida, entre outros.
Segue exemplos de custos diretos: Insumos, mão-de-obra direta (trabalhadores da produção
agrícola), material de embalagem, depreciação de equipamentos agrícolas, energia elétrica das
máquinas agrícolas. Os custos indiretos são aqueles que necessitam de estimativas para serem
apropriados em diferentes produtos agrícolas, também conhecido como critérios de rateio. São
considerados como custos indiretos o aluguel, iluminação, depreciação, salários de
administradores, manutenção e conservação de equipamentos agrícolas, impostos e taxas da
propriedade rural, entre outros. (CREPALDI, 2005).
33
Custos fixos são aqueles que independentemente da quantidade produzida sempre
existirá, por exemplo, aluguéis, impostos, entre outros. Custos variáveis oscilam conforme a
quantidade produzida, como por exemplos os insumos e a mão de obra. (CREPALDI, 2005).
Despesas: para Crepaldi, (2005) são gastos de bens e prestação de serviços na qual
não são utilizados nas atividades agrícolas, mas são necessários para a obtenção da receita.
Contudo, “[...] todos os custos que estão incorporados nos produtos agrícolas que são
produzidos pela empresa rural são reconhecidos como despesas no momento em que os
produtos são vendidos” (CREPALDI, 2005 p. 98).
Perdas: para Crepaldi “[...] é um gasto não intencional decorrente de fatores
externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa rural”. Sendo as perdas
fortuitas pertence à natureza das despesas e são atribuídas diretamente ao resultado do
exercício. E as perdas da atividade produtiva rural são integradas ao custo de produção do
exercício, por exemplo, as perdas normais de insumos na produção agrícola. (2005, p. 98).
3.3 ANÁLISE DE INVESTIMENTO
Os indicadores econômicos financeiros são necessários para verificar a viabilidade
financeira do projeto no qual envolvem decisões sobre projetos de médio e longo prazo, e tem
como objetivo apresentar o retorno do investimento. Esses indicadores estão divididos em
cinco grupos para análise: rentabilidade; nível de atividade; estrutura de capitais; capacidade
de pagamento de dívida; gestão do capital de giro. (MOTTA; CALÔBA, 2002).
O investimento financeiro é uma forma de converter recursos financeiros que se
encontram em moeda corrente em algo que possibilite obter um retorno igual ou superior que
uma aplicação financeira. “Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de
capital de alguma forma, podendo ser em um projeto novo, na compra de uma empresa
existente etc.; buscando com isso criação de valor, ou seja, recuperação de valor investido
(taxa de juros), em determinado prazo” (MOTTA; CALÔBA, 2002, p. 34).
A análise de investimento é feita com base em fluxo de caixa e na avaliação de
projeto de investimento de capital, de acordo com informações financeiras, relevantes na
determinação da viabilidade econômica e financeira. (GITMAN, 2002).
34
3.3.1 Fluxo de caixa
Como fator fundamental, para iniciar o processo de análise de investimentos, devem-
se observar os fluxos de caixa, que de acordo com Gitman (2002) é um conjunto de
movimentações de caixa, registrando as entradas e saídas de dinheiro, ao longo de um período
de tempo.
Os principais componentes do fluxo de caixa existente em um projeto de
investimento são compostos por três elementos básicos: investimento inicial, que são todos os
gastos necessários para implantação do referido em longo prazo; As entradas de caixa
operacional, que são as entrada de caixas relevantes após o imposto de renda e; fluxo de caixa
residual que é o fluxo de caixa não operacional, decorrente da liquidação do investimento em
longo prazo no final da sua vida. (GITMAN, 2002).
3.3.2 Métodos de avaliação de projeto de investimento de capital
A avaliação de projetos de investimentos abrange um conjunto de técnicas que visam
buscar sua viabilidade econômica e financeira, considerando uma determinada Taxa Mínima
de Atividade. (GITMAN, 2002). Brunoro (2005), compilados por Gatelli e Gottwytz (2006),
salienta a importância de parâmetros mínimos de atratividade, visto que a taxa mínima de
atratividade (TMA) é a taxa mínima a ser alcançada em determinado projeto se o mesmo não
ocorrer deverá ser rejeitado. Além de ser taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa
quando se usa o método do valor presente liquido (VPL). O critério de comparação para a
TIR, é o rendimento mínimo de uma segunda melhor alternativa.
Dessa forma, essa avaliação de projeto de investimento de capital, é geralmente
medida pelo Payback (prazo de retorno do investimento inicial), Valor Presente Líquido
(VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). (GITMAN, 2002).
35
3.3.2.1 Payback
Trata-se de um período necessário de tempo para o proprietário recuperar os recursos
iniciais investidos no projeto, levando em consideração o fluxo de caixa e não os lucros
contábeis. (LEMES JR, 2002).
O payback possui dois métodos (apresentados abaixo) para avaliar esse período,
contudo, trazendo a equação de que quanto menor é o payback maior é a liquidez. Desta
forma, o mesmo, muitas vezes é utilizado como um indicador de fator de risco que o projeto
pode apresentar. (WESTON; BRIGHAM, 2004).
Por ser visto como uma medida de risco o uso do payback é utilizado tanto por
grandes empresas, para análise e decisões de um investimento em longo prazo, quanto por
pequenas empresas. Quanto maior for o tempo de retorno do investimento, maior será a
possibilidade de perda, portanto quanto menor for o período de payback, menor será a
exposição da empresa aos riscos. (WESTON; BRIGHAM, 2004).
Um método do uso payback, também conhecido como payback regular, é o tempo
esperado para que haja retorno do custo de um investimento através de suas receitas, onde se
soma os fluxos de caixa futuros para cada ano do seu pagamento ate que o custo inicial do
investimento seja abatido, não levando em conta seu capital próprio. (WESTON; BRIGHAM,
2004).
Um método bastante semelhando ao payback regular, é aquele que considera além do
tempo necessário para recuperar o investimento é preciso fazer a partir do fluxo de caixa
liquida descontado. Sendo este, um cálculo de equilíbrio visto que o fluxo de caixa se
equipara a taxa esperada até o ano de payback levando em conta os custo e capital próprio.
(WESTON; BRIGHAM, 2004).
36
3.3.2.2 Valor presente líquido (VPL)
Weston e Brigham (2004) ponderaram em sua obra, que podem ocorrer falhas nos
métodos antigos de payback, com isso, as pessoas começaram a aperfeiçoar tal técnica de
análise considerando o VPL como uma visão mais eficiente.
Gitman (2002, p. 329) define VPL como “uma técnica sofisticada de análise de
orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor
presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa”.
Neste método, se o VPL implicar num resultado negativo, o projeto deverá ser
rejeitado, entretanto se o resultado apresentado for maior que zero, ou positivo, aceita-se o
projeto, pois obterá um retorno maior do que seu custo de capital. (WESTON, BRIGHAM,
2004).
Para Weston e Brigham (2004, p. 533), as técnicas de fluxo de caixa descontado são
métodos para avaliar propostas de investimento que utilizam conceitos de valor do dinheiro
no tempo, dois desses é o valor presente líquido e a taxa interna de retorno.
3.3.2.3 Taxa interna de retorno (TIR)
A taxa de retorno é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das
entradas de caixa do investimento inicial referente a um projeto. (GITMAN, 2002).
É um método determinante considerado um indicador fundamental para relação de
propostas de investimento em novos projetos sendo menos robusta que a VPL. Assim, em
relação ao critério de decisão, poderá ser aceito o projeto, se a TIR for maior que os custos de
capital, caso contrário não. “Esse critério garante que a empresa esteja obtendo pelo menos
sua taxa requerida de retorno. Tal resultado deveria aumentar o valor de mercado das
empresas, conseqüentemente, a riqueza dos seus proprietários” (GITMAN, 2002, p. 330).
37
3.4 CULTURA DO MILHO
A importância econômica da cultura do milho se dá por se tratar de uma cultura com
maior consumo e com uma variada linha de produtos, utilizada desde a alimentação animal
até a industrial de alta tecnologia. Pode ser usado na forma de, grãos verdes ou seco,
consumido cru ou cozido, transformado em óleo, sucos, bolos, sobremesas, biscoitos, xaropes,
cervejas, sorvestes, bem como rações, silagem, enfim, a utilização do milho na alimentação
humana e animal é muito abrangente. Seu consumo proporciona inúmeros benefícios à saúde,
por se tratar de um cereal rico em fonte de fibras, carboidratos, vitaminas e sais minerais
(BRASIL ESCOLA).
Destina-se a produção brasileira de milho para o consumo rural e à oferta do produto
no mercado consumidor. O primeiro é direcionado ao consumo humano e animal, o segundo
para exportações e indústrias químicas, bem como comercializações direcionadas a produção
de ração. (EMBRAPA, 2006).
No Brasil, o plantio do milho é feita em duas épocas. A primeira safra é plantada no
verão em épocas chuvosas, entre agosto a novembro na região Sul. Nos demais estados os
plantios da cultura variam de acordo com os períodos chuvosos. A segunda safra, mais
conhecida como safrinha, no Paraná é plantada em fevereiro ou março. “Embora realizados
em uma condição desfavorável de clima, os plantios da safrinha são conduzidos dentro de
sistemas de produção que gradativamente são adaptados e essas condições, o que tem
contribuído para elevar os rendimentos das lavouras dessa época”. (EMBRAPA, 2006).
3.4.1 Breve história e evolução
Uma das culturas mais antigas do mundo, o milho, tem descobrimento na América há
aproximadamente cinco mil anos. Posteriormente, foi levado para Europa onde era cultivado
em jardins, até seu valor alimentício se tornar conhecido. Logo depois, passando a ser
plantado em escala comercial espalhando-se por toda a região de norte a sul. (LAVOURA
S/A).
38
Ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, atualmente, o Brasil é o
terceiro maior produtor do milho. No Paraná, somente no século XX que a cultura alcançou
representação econômica. Produzidas inicialmente de forma familiar, o crescimento da
produção se deu a partir da década de 30, nas regiões norte, sobretudo do oeste e sudoeste
(LAVOURA S/A).
O gráfico abaixo apresenta o comparativo da produção de milho entre as regiões do
Brasil no período de 2011/2012, considerando a safra normal.
Gráfico 2 - Comparativo da produção de milho entre as regiões brasileiras
Fonte: Dados do SEAB/DERAL acessados 30 de set. 2012, compilados por GATELLI, A. M.
Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o estado do Paraná
produziu em torno de 6 milhões de toneladas de milho na última safra 11/12. Como pode se
observar, juntamente com Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o sul do Brasil se torna a
região de maior produção, seguida do sudoeste e da região norte, contribuindo
significativamente com a economia do país.
A tabela a seguir apresenta a evolução da área colhida, produção, rendimento,
participação e colocação Paraná/Brasil entre os anos 2000 e 2010.
39
Tabela 1- Evolução da área, produção e rentabilidade da 1ª e 2ª safra de milho
Fonte: IBGE/DERAL (2010).
Observa-se que o Paraná em relação ao Brasil, contribui 24.66 % de toda a produção
de grãos no país no ano de 2010.
3.5 CULTURA DA SOJA
No Brasil, a soja é considerada a cultura de maior expressão comercial. A nível
mundial, a principal oleaginosa produzida e consumida. Fatores estes, que justifica o
crescimento constante, a importância da produção, comercialização e importação dos grãos na
economia do Brasil. (INSUMOS).
Tempos atrás, a soja servia somente para a produção de óleos e rações para animais.
Atualmente, com melhoramento genético, além desses dois destinos a cultura tem uma
infinita gama de utilização e consumo, tais como, farinha, sabão, cosméticos, resinas, tintas,
solventes, biodiesel, além de ser um alimento importantíssimo para uma vida saudável, rico
em nutrientes, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais. (INSUMOS).
São inúmeros fatores que indicam se uma lavoura de soja apresentará ou não uma
boa produtividade. Dessa forma Garcia (2007, p. 01) explica que:
40
Na maioria dos casos, os fatores climáticos são os mais determinantes,
especialmente a distribuição de chuvas, sem diminuir a importância de outros
fatores, como a capacidade produtiva do solo, por exemplo. Mas, mesmo quando a
ocorrência desses fatores se apresenta de forma satisfatória a boa, pode-se não
alcançar bons resultados em termos de rendimentos e altura das plantas em soja, se a
instalação da lavoura não permitir que as plantas sejam beneficiadas por esses
fatores. Isso pode acontecer em função da época de semeadura, da cultivar, da
densidade de plantas e sua uniformidade e em função da combinação desses fatores
com problemas fitossanitários da cultura, especialmente a interação de época de
semeadura e ocorrência de pragas e doenças.
Segundo o Agrônomo Garcia (2007) o período mais indicado para semeadura da soja
está em meados de novembro a dezembro, onde oferece clima quente, condições favoráveis a
umidade e temperatura, no entanto, saindo do ciclo propício a produção poderá cair
significativamente. A necessidade de água é maior entre o florescimento e o enchimento de
grãos, quando a cultura demanda de 7 a 8 mm/dia.
3.5.1 Breve história e evolução da soja
Originário na China Antiga, a soja é uma das primeiras plantas cultivadas no mundo,
sendo considerado um dos cincos grãos sagradas juntamente com arroz, trigo, cevada e
milheto. (EMBRAPA, 2003).
A variedade de soja cultivada hoje é diferente daquela que era produzida
antigamente, onde consistiam plantas de espécie rasteiras. Sua evolução teve como partida o
surgimento de plantas provenientes de cruzamentos naturais com duas diferentes espécies de
soja. Desde então, a planta passou por melhoramento genético tornando mais pertinente a
produção e ao consumo, expandindo-se de forma lenta na Coréia, Japão e Ásia. (INSUMOS).
Somente entre o século XV e XVI que a soja foi introduzida no Ocidente. Entretanto,
foi em 1979 que tal cultura passou a ter um destaque internacionalmente, passando a investir
na utilização dos grãos como matéria prima para vários produtos. (INSUMOS).
Apenas em 1901 a soja foi cultivada no Brasil, vindo com maior influência sete anos
depois, com a chegada dos japoneses e [...] “introduzida oficialmente no Rio Grande do Sul
em 1914. Porém, a expansão da soja no Brasil aconteceu nos anos 70, com o interesse
crescente da indústria de óleo e a demanda do mercado internacional”, tornando-se a principal
cultura do agronegócio brasileiro, não apenas pelo aumento da área cultivada, mas também ao
incentivo do desenvolvimento tecnológico. (INSUMOS, p. 30).
41
Como maior produtor de soja está os Estados Unidos, seguido do Brasil, Argentina,
China, Índia e o Paraguai. (DEMARCHI, 2011).
Abaixo Gráfico 03, comparação de produção de grãos de soja no Brasil, com
evolução por estado, mostrando o crescimento da produção de soja em uma extensão de 43
anos (1960 - 2003).
Gráfico 3 - Produção de soja no Brasil
Fonte: Dados da EMBRAPA (2003).
Conforme gráfico exposta acima, o estado do Mato Grosso tornou-se maior
representante na produção de grãos de soja em todo o território brasileiro, seguido do Paraná,
no ano de 2003. Em contrapartida, ficando com menor índice de produção, no mesmo ano,
encontra-se os estados de Maranhão e Santa Catarina. (EMBRAPA, 2003)
A frequência do clima seco nas áreas de produção, basicamente na região Sul do
Brasil, registrado principalmente no estado do Rio Grande do Sul seguido do Paraná,
diminuiu a produção de grãos de soja para 65,6 milhões de toneladas. (CONAB, 2012). O
quadro a seguir, mostra um comparativo de área, produtividade e produção de soja entre as
42
safras de 2009/2010 e 2010/2011, para melhor compreender tais situações e maior
conhecimento dos demais estados brasileiros.
Quadro 1 - Comparativo de área, produtividade e produção de soja.
Fonte: CONAB - Levantamento: Abril/2012.
Na região Sul, devido às diferentes condições climáticas ocasionados pelo fenômeno
La Niña, provocou consideráveis perdas à lavoura de soja. A seca que teve início em
novembro de 2011 diminuiu a produtividade em 1.191 kg/ha (3.14 - 1.933) nos estados do Sul
do Brasil. (CONAB, 2012).
A produção prevista em 9,93 milhões de toneladas, para o estado do Paraná, relata
uma perda de 5,49 milhões (15.424,1 – 9.932,1) em relação à 2010/2011, como especificado
na quadro 01. Esse efeito foi devido à falta de chuvas, nos períodos de dezembro e meados de
janeiro no ano seguinte, onde o ciclo necessita de uma grande quantidade de água, visto que é
o período de floração e enchimento de grãos. (CONAB, 2012).
43
3.6 CULTURA DO FEIJÃO
Considerado o prato típico brasileiro, o feijão, é um dos principais elementos
composto na dieta alimentar da população brasileira, visto que os grãos são ricos em ferro,
carboidratos e fonte de proteína, com elevado valor nutritivo. Consumir diariamente esta
leguminosa pode ser peça fundamental no tratamento alternativo contra doenças. (VIEIRA;
PAULA JÚNIOR; BORÉM, 2006).
Há vários indícios na origem da cultura do feijão, alguns arqueólogos acreditam que
se originou em 10.000 a. C. na América o Sul, no Peru e conduzido para a América do Norte.
Outros ressaltam que havia cultivos na Grécia antiga e no Império Romano, sendo utilizado
na votação, onde o branco correspondia um sim e o preto um não, além de representar o
símbolo de vida, era uma forma de pagamento de apostas. Em 1540, a cultura chegou à
Europa diminuindo a fome, aumentando a perspectiva de vida. No Brasil o feijão já era
consumido pelos índios, mas foi com a chegada dos portugueses que o alimento se expandiu,
tornando o alimento principal no prato dos brasileiros. (BOTELHO).
Diversas são as alternativas que o feijão pode ser consumido, dentre eles destacam-
se: como grãos secos onde é preparada a feijoada; grãos verdes que é conhecido no Brasil
como vagens; grãos tostados, conhecido principalmente na Bolívia e Peru, que depois de
aquecido estouram como milho pipoca. (ANTUNES; BEVILAQUA, 2010).
De acordo com o Antunes e Bevilaqua (2010), o Brasil é o maior produtor de feijão,
com uma média de produção de 3,5 milhões de toneladas por ano. O Paraná é o maior estado
produtor, seguido de Minas Gerais e Bahia.
Na cultura do feijão, a semeadura e colheita são feita o ano todo em três safras: a
primeira é considerada como feijão das águas, representando 57% da safra; a segunda safra é
chamada de feijão das secas, correspondente a 37% e; a terceira, com 6% da safra, é
denominada feijão de inverno. Foram assim denominadas, devido a safra serem em períodos
chuvosos, em épocas de escassez de água e necessidade de irrigação para garantir a produção,
respectivamente. (VIEIRA; PAULA JÚNIOR; BORÉM, 2006).
O feijoeiro tem um ciclo curto de 90 dias (3 meses), é uma cultura com maior
exigência climática, pouco tolerante a estresse hídrico em algumas etapas de
desenvolvimento, podendo acarretar uma perda de produtividade. Em relação “[...] ao fator
44
hídrico considera-se que o mais importante é não faltar umidade no solo, em todo o período
vegetativo desde o plantio até a maturação das vagens. A cultura é beneficiada com a
diminuição das precipitações após a maturação e durante a colheita do produto.” (CIIAGRO).
3.7 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E ZONEAMENTO AGRÍCOLA
A atividade agrícola vem exigindo muitos cuidados na hora de investir, em vista dos
custos envolvidos serem elevados. Inúmeros fatores se não estudados e analisados, podem
levar o pequeno, médio e grande produtor à prejuízos irreparáveis. (SILVA, 2006).
As condições ambientais é um fator de risco da natureza que o homem não tem
influência, períodos prolongados de chuva ou seca, muito frio ou calor, são fatores que acaba
por minimizar o potencial produtivo das lavouras, diminui a qualidade e quantidade dos
grãos, causando frustrações de safras. (SILVA, 2006).
“O engenheiro agrônomo, Renato Sabbi, revela que o clima da região é propício
para este cultivo, devido principalmente à amplitude térmica (diferença de temperaturas
diurnas e noturnas) e à altitude ao redor de 800m.” Porém nos últimos anos houve quebra de
safra, devido às intempéries climáticas. (LAVOURA CEICOM).
O gráfico 04 a baixo apresenta as precipitações pluviométricas nas regiões
paranaense. Observa-se que no oeste onde é localizada a área de estudo deste projeto, depara
com uma média em relação as demais regiões.
Gráfico 4 - Precipitações pluviométricas no Paraná
Fonte: IAPAR; SIMEPAR; SEAB/DERAL (2012), compilados pelas autoras (2012).
45
Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) no mês Julho de
2012 a região oeste obteve um percentual de 54,60 % a menos que o sudoeste onde ocorreu a
maior concentração de chuva.
O clima é um dos fatores fundamentais para a boa formação de qualquer outra
cultura, entretanto, na região oeste do Paraná, em virtude do aumento de calor devido à
proximidade do lago de Itaipu, a produção passa a ser afetada pelo reflexo da água,
apresentando uma baixa produtividade dos grãos. (RAÍCES, 2003).
Um meio para obter indicações confiáveis sobre o clima “[...] é o zoneamento
agrícola, um instrumento que pode ajudar o produtor na decisão do plantio e na definição
sobre fazer ou não um seguro privado (caso haja essa possibilidade) ou optar pelo Programa
de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)”. Na tentativa de evitar perdas maiores, o
agricultor faz tal seguro tornando uma garantia, uma vez que cobre o custo da produção,
permitindo plantar com mais tranquilidade. “Ao avaliar a necessidade do seguro, vale a pena
comparar o custo da apólice com o risco embutido na decisão de expor a plantação, sem
nenhuma garantia, às imprevisíveis condições climáticas.” (RAÍCES, 2003, p.13).
O zoneamento agrícola define a melhor época de plantio e cultivares habilitados para
o local, analisando o tipo de solo, ciclo da planta e fenômenos climáticos, um instrumento de
controle de risco para os agricultores; seguradoras e demais usuários. Permite o agricultor a
plantar com mais segurança, evitando que as intempéries climáticas prejudiquem sua lavoura,
nas fases mais críticas da cultura, em diferentes municípios e ou regiões. (IAPAR).
Os solos são divididos em 3 (três) grupos referente a sua capacidade de retenção de
água, são eles, arenoso ou tipo 1, textura média ou tipo 2, e argiloso ou tipo 3. (IAPAR).
Neste caso, a Tabela 02 mostra-se as épocas de semeadura, início e término, indicado para o
solo tipo 3 (argiloso), de acordo com a propriedade ora estudada. (IAPAR).
Tabela 2 - Zoneamento Agrícola (Santa Helena, solo argiloso - Tipo 3)
Zoneamento Agrícola
Cultura Início para plantio Término de plantio OBS:
Milho 2ª safra 01/jan 28/fev Semiprecoce e precoce e super precoce
Feijão 3ª safra 11/fev 10/mar Ciclo precoce (feijão das secas)
Trigo 21/mar 31/mai Super precoce e precoce
Feijão 1ª safra 01/jul 20/ago (feijão das águas)
Milho Verão 21/ago 20/nov Precoce, médio, semiprecoce
Soja 21/set 31/dez Grupo 2 e 3 - solo tipo 3
Fonte: IAPAR (2012).
46
O plantio do trigo é considerado praticamente impróprio no oeste do Paraná, devendo
ser evitadas, em conseqüência de a região ser quente e bastante seca. (IAPAR).
Atualmente a busca pela qualidade dos produtos é prioridade para muitos produtores,
em virtude disso, apostam em novas tecnologias, dentre elas, destacam-se os sistemas de
irrigação, visando o desenvolvimento da planta durante todo seu ciclo, permitindo um
crescimento do agronegócio no país. (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).
3.8 IRRIGAÇÃO
A agricultura irrigada no momento e quantidade adequada proporciona uma
otimização da produção de alimentos, bem como obter renda de forma constante. Nos últimos
anos, se tornou essencial, visto que metade da população depende de produtos que são
cultivados em áreas irrigadas. (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).
Irrigação não é apenas arremessar água, é uma técnica agrícola que se compara á
uma chuva, porém com um processo artificial, adaptando a cada solo e cultura, através de
métodos diferenciados suprindo a falta ou má distribuição das chuvas, garantindo uma boa
produtividade de colheita. (VIEIRA, 1989).
O objetivo da irrigação de acordo com Codevasf (2010) é:
[...] proporcionar umidade adequada ao desenvolvimento normal das plantas,
suprindo a falta, a insuficiência ou a má distribuição das chuvas, com o propósito de
incrementar a produção sem o inconveniente de provocar a erosão ou o acúmulo de
sais no solo, ou seja, minimizando impactos ambientais adversos.
A busca pela qualidade dos grãos torna a irrigação um fator primordial no que diz
respeito ao seu desenvolvimento. Sendo vantajoso em vários aspectos, dentre eles, melhor
produtividade, qualidade e rentabilidade na produção, maior eficiência no uso de fertilizantes,
bem como maior número de safra, com colheitas fora da época tradicional, além de seguro
contra estiagem, minimizando o risco do investimento, fatores estes que proporcionam ao
produtor uma segurança no seu investimento. (VIEIRA, 1989).
47
3.8.1 Breve história e evolução da irrigação
A prática da irrigação já era empregada desde 4.500 a. C. no continente asiático pelos
Assírios, Caldeus e Babilônios. O primeiro registro relacionado à irrigação foi no Egito
Antigo, com a construção de diques, represas e canais no Rio Nilo. (GIACOIA NETO).
Aproximadamente 1.500 anos depois, a população se mudou para regiões onde a
chuva era mais frequente, dessa forma, a irrigação deixou de ser necessária para ser utilizada
em raras ocasiões. Com o passar do tempo houve aglomeração de pessoas nestes locais que
sentiram obrigadas a explorar quase toda a região cultivável, na qual se fez necessário utilizar-
se da irrigação para aumentar a produção. “Com o contínuo crescimento demográfico, a
humanidade se viu compelida a praticar a irrigação, tanto para suplementar as chuvas nas
regiões úmidas, como para tornar produtivas as zonas áridas e semi-áridas.” (GIACOIA
NETO).
Embora haja registro em 1589 que os Jesuítas praticavam a irrigação no Rio de
Janeiro, a produção de grãos no Brasil não era baseada na irrigação, por se tratar de regiões
úmidas. Na década de 50, a irrigação por aspersão foi utilizada para a cultura do feijão no
Estado de São Paulo. (GIACOIA NETO).
Na região central do Brasil as chuvas são concentradas no verão e escassa no
inverno, o que possibilita o cultivo do milho, soja, arroz, que são culturas anuais, embora não
há total garantia de safra. Entretanto, para as culturas como café, pastagem, cana-de-açúcar,
entre outras culturas mais duradouras, dificulta ainda mais seu desenvolvimento por incerteza
das chuvas, causando colheitas menores ou nulas. (CODEVASF, 2010).
Até no século 19 a irrigação ainda era feita sem equipamentos específicos e
utilizava-se somente o método de inundação (especialmente na cultura do arroz) e
através de sulcos. Com o início da produção de tubulações específicas e estudos de
aplicação de água, é que realmente começamos a verificar uma grande evolução nos
sistemas de irrigação e métodos. (GIACOIA NETO).
48
3.8.2 Métodos de Irrigação
Bernardo, Soares e Mantovani (2006, p. 259) afirmam que “a escolha do método de
irrigação a ser usado em cada área deve ser baseada na viabilidade técnica, econômica e
ambiental do projeto e nos seus benefícios sociais”, ou seja, precisa observar as características
da planta, solo, clima, qualidade e quantidade da água, bem como custo/benefício.
O sistema de irrigação é dividido em três métodos: Irrigação por aspersão, irrigação
localizada e irrigação por superfície. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006). A
seguir será apresentado um breve resumo dos métodos.
3.8.2.1 Irrigação por Aspersão
Atualmente um dos métodos mais utilizados, é a irrigação por aspersão que consiste
na aplicação de água sobre a planta simulando uma chuva, isso ocorre devido à segmentação
do jato de água em forma de gotas. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).
Os sistemas de irrigação por aspersão podem ser móvel ou fixo, com movimentação
manual ou mecânica, “[...] é na maioria das vezes, mais usada em terrenos de encosta, terraços
e nos platôs mais elevados. Naquelas com declividade mais acentuada e superfície menos
uniforme, a aspersão é mais empregada por não existir a sistematização” (BERNARDO;
SOARES; MANTOVANI, 2006, p. 361).
Neste método, fatores climáticos como, vento, umidade e temperatura do ar,
comprometem a distribuição uniforme da água, bem como a perda por evaporação. Segundo
Bernardo, Soares e Mantovani (2006) não são aconselháveis usar água salina, visto que
porventura causam estragos nas folhas das plantas, além da redução da vida útil dos
equipamentos. Por outro lado, a grande vantagem por aspersão é a permissão, juntamente com
a água, a aplicação de fertilizantes e produtos defensivos, o que proporciona uma redução de
mão de obra.
A seguir serão abordados os dois métodos mais usados na irrigação por aspersão que
são do tipo autopropelido e pivô central.
49
3.8.2.1.1 Sistema de irrigação por aspersão do tipo autopropelido
Movimentado por energia elétrica, é composto por um aspersor de grande ou médio
alcance, mondado sobre uma plataforma, que se move sobre o terreno irrigando com
sincronismo médio (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2007).
Conforme Mantovani, Bernardo e Palaretti (2007), no mercado há, sobretudo, dois
tipos de autopropelido, dependendo do tipo de movimentação, podendo ser por aço ou por
carretel enrolador.
Quando a unidade é tracionada por um cabo de aço, a mangueira que conecta o
hidrante da linha principal à carreta tem um comprimento igual à metade do
comprimento de deslocamento na faixa a ser irrigada. Já o cabo de aço tem
comprimento igual ao deslocamento. Quando o carrinho com aspersor é tracionada
pela própria mangueira, esta é bobinada em uma unidade com um carretel maior, o
qual fica posicionado na metade da faixa que está sendo irrigada (BERNARDO,
SOARES, MANTOVANI, 2006, p. 468).
Imagem 2 - Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel
Fonte: BISCARO
Imagem 3 - Irrigação por asperção do tipo autopropelido por carretel de cabo de aço.
Fonte: CIENTEC
50
É necessária a mudança de lugar pelo operador para molhar as áreas vizinhas. O
sistema autopropelido tem como vantagem a economia de mão de obra, porém consome uma
grande quantidade de energia, é sensível ao vento, podendo ocorrer interferência no alcance e
na eficiência de aplicação da água e também tem como desvantagens a vida útil das
mangueiras. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).
3.8.2.1.2 Sistema de Irrigação por aspersão do tipo pivô central
“O pivô central é um sistema de irrigação no qual uma linha lateral suspensa por
torres de sustentação dotadas de rodas e motores gira em torno de um ponto central, que é
chamado de pivô”, movido por energia elétrica, o qual é abastecido por uma adutora e um
conjunto de motobomba, bombeando água de rios e/ou represas. (BISCARO).
A torre central, chamada de pivô, é fixa, já as linhas laterais são móveis. “Alguns
pivôs possuem rodas na torre central permitindo que o conjunto possa ser rebocado para outra
área. Este sistema não é muito empregado, pois o deslocamento freqüente do pivô de uma
área para outra pode afetar a estrutura do mesmo.” (LIMA).
Sistema de irrigação do tipo pivô central, oferece como principais vantagens a
economia de mão de obra, por se tratar de um equipamento inteiramente automatizado;
mantém uniformidade e velocidade na aplicação; pode ser aplicados fertilizantes via água;
fácil adaptação em terrenos planos e ondulados com até 20%, além disso, poderá ser instalado
um aspersor para irrigar as áreas além do projetado, tendo assim, um maior aproveitamento do
investimento, conforme ilustra a Imagem 05 - B. Como desvantagens apontam-se a perda de
20 % do terreno, visto que a área irrigada é circular, bem como encharcamento na
extremidade da linha do pivô. (LIMA).
Como componentes do sistema podemos citar a unidade de bombeamento (elétrico
ou diesel); adutora (PVC ou metálica); torre central do pivô; linha lateral montada sobre torres
móveis e estrutura metálica; painel de comando na torre central; aspersores ou sprayers
(LIMA).
51
Imagem 4 - Irrigação por Pivô Central
Fonte: VALLEY IRRIGATION
Imagem 5 - Área irrigada por pivô central (A); Vista da distribuição uniforme na aplicação da
água (B)
Fonte: VALLEY IRRIGATION
3.8.2.2 Irrigação Localizada
Neste método de irrigação, a água é aplicada na superfície do terreno diretamente na
zona radicular, com pouca vazão, entretanto com maior freqüência, mantendo a umidade do
solo, obtendo efeitos positivos na produção e no desenvolvimento da planta. (MANTOVANI;
BERNRDO; PALARETTI, 2007).
Trata-se de um método fixo, disposto na superfície do solo, sem poder se deslocar de
uma região para outra. Nessa circunstância, o custo da implantação do sistema de irrigação
localizada é elevado, sendo usado somente para culturas com maior retorno, como plantas
ornamentais, fruteiras, cafeicultura e alguns hortigranjeiros. (BERNARDO; SOARES;
MANTOVANI, 2006).
Os principais sistemas de irrigação localizada são as irrigações por gotejamento e
microaspersão. O primeiro sistema é composto por emissores chamados de gotejadores, gota a
52
gota. Sua aplicação de água é feito diretamente a superfície do solo, molhando sob forma
circular ou contínua. No segundo sistema, a água é borrifada através de miniaturas de
aspersores. “Assim, somente uma porção da superfície do solo será molhada, o que diminui a
evaporação direta da água do solo para a atmosfera, quando comparada com a irrigação por
aspersão e por superfície.” (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006 p. 484).
Imagem 6 - Sistema de irrigação localizada por gotejamento (A); Sistema de irrigação
localizada por microasperção
Fonte: AGROVISÃO
As principais vantagens de se obter tal sistema estão relacionadas a grande economia
de água, possibilitando o controle fornecido a planta; se adaptar a quaisquer tipos de terreno,
podendo ser irregular ou acidentados; pouca mão de obra para o manejo do sistema; redução
de doenças e pragas, devido a irrigação ser somente na superfície do solo; maior
produtividade com a uniformidade na aplicação da água. (BERNARDO; SOARES;
MANTOVANI, 2006).
Como desvantagens, Bernardo, Soares e Mantovani (2006), cita a grande ocorrência
de entupimentos, decorrente de impurezas e a distribuição do sistema radicular, pois onde há
incidência de ventos fortes, ocorre o tombamento das arvores frutíferas, em virtude do solo
ser úmido constantemente.
53
3.8.2.3 Irrigação por Superfície
Irrigação por superfície é o método de irrigação onde a água do sistema de
distribuição (canais e tubulações) é realizada diretamente sobre a superfície do terreno. Tal
irrigação requer terrenos uniformes com pouca declividade. Caso contrário, o custo para
adequar à área as exigências desse sistema e os gastos com a sistematização será elevado,
tornando inviável a implantação. (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2006).
O sistema de irrigação por superfície tem sido utilizado em diversas culturas.
Existem inúmeros métodos, os três principais são: irrigação por sulco apropriado a maioria
das culturas, como feijão, trigo, uva, algodão entre outras culturas cultivadas em linha;
irrigação por faixa consiste na aplicação de água ao solo em faixas com pouca distância entre
uma planta e outra, usado principalmente nas pastagens, alfafa e algumas culturas em fileiras;
irrigação por inundação um dos mais utilizados e mais simples métodos superficiais de
aplicação de água, é o que mais se adapta a cultura do arroz. (MANTOVANI; BERNARDO;
PALARETTI, 2007).
Os sistemas de irrigação por superfície caracterizam-se por promover a distribuição
da água sobre a superfície do terreno, utilizando a força da gravidade para
movimentá-la. Nessas circunstâncias, as condições superficiais e a declividade do
terreno devem ser de forma a não gerar a erosão (VIEIRA, 1989, p.79).
Imagem 7 - Sistema de irrigação por superfície. Irrigação por sulco (A); irrigação por faixa
(B); irrigação por inundação (C).
Fonte: CIENTEC.
As principais vantagens na obtenção do método de irrigação por superfície têm como
menor custo de implantação e manutenção, baixo consumo de energia, fácil operação e
adaptação as condições de solo. Como desvantagem apresenta a dificuldade de circulação das
máquinas e grande necessidade de mão de obra, é inadequado aos terrenos muito inclinados e
54
com superfície irregular. Todavia, a irrigação bem planejada e projetada concede ótimos
resultados ao proprietário. (VIEIRA, 1989).
3.8.3 Impactos ambientais da irrigação
A irrigação constitui uma técnica que visa obter máxima produção. Embora haja
imensos benefícios ao meio ambiente com a implantação do sistema, esta tem criado pontos
negativos, quanto à qualidade do solo e da água, á saúde pública e ao aspecto socioeconômico
da região. Diante do exposto, Bernardo (2008, p. 05) aponta seis tipos de impacto ambientais
da irrigação:
Modificação do meio ambiente: ocasionado principalmente pela irrigação por
superfície, causando alterações nas condições naturais do local, extinguindo toda vegetação
nativa, e alterando a microflora e fauna regional.
Salinização do solo: com as irrigações freqüentes, o sal se acumula na superfície
do solo, afetando negativamente o crescimento da planta, especialmente em regiões mais
secas.
Contaminação dos recursos hídricos: a água que não evapora pelas culturas
devido o excesso aplicado na irrigação, retorna aos rios e córregos levando junto sais solúveis
e elementos tóxicos, causando a contaminação dos recursos hídricos.
Consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região: em algumas regiões,
após implantação de diversos projetos de irrigação sem antes quantificar o volume de água
disponível no local, ocasiona a falta de água para os seres humanos e animais, ocorrendo
impactos ambientais.
Consumo elevado de energia: “dentre às atividades rurais, a irrigação é uma das
práticas utilizada na produção agrícola que mais consome energia”. Já está sendo propostas
modificações para redução da mesma, visto que a energia é uma fonte limitada.
(BERNARDO 2008, p. 10).
Problemas de saúde pública: ocorrem durante a movimentação e condução da
irrigação, contaminação nas regiões mais próximas e dos usuários que consomem tais
produtos, são efeitos negativos que a saúde da população.
55
Os possíveis impactos causados pela irrigação podem ser amenizados nas fases do
dimensionamento e planejamento do projeto fazendo as modificações necessárias para tais
impactos serem reduzidos. (BERNARDO, 2008).
A irrigação destaca-se por ser de grande importância no desenvolvimento
socioeconômico, representando um dos principais sistemas de produção, pois sem esse
processo não seria possível suprir a necessidades dos usuários, que segundo o jornal Agroguia
(maio/2012) a irrigação é responsável pela a produção de 40% dos alimentos. “A irrigação
significa progresso e crescimento, sendo assim, não deve ser vista como algo que destrói o
meio ambiente, mas sim, como fator de boa utilização dos seus recursos, claro, se bem
implementada”. (JORNAL AGROGUIA, 05/2012, p. 35).
3.8.4 Programa de Irrigação Noturna (PIN)
Principalmente quando há épocas de seca e estiagem, a aplicação da água na planta,
torna-se de suma importância para garantir a produtividade e a qualidade dos grãos. Para
efeito disso, foi lançado no Paraná, um programa que estimula a irrigação noturna o que ajuda
os pequenos produtores a reduzir os custos com energia elétrica. (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS).
Trata-se do PIN (Programa de Irrigação Noturna), desenvolvido em parceria com a
Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná e a Copel (Companhia Paranaense de
Energia Elétrica). A economia chega a 70% na conta de luz dos produtores que
utilizam energia elétrica fora do horário de pico, entre 21h30 e 6h. (NOTÍCIAS
AGRÍCOLAS).
Com foco na agricultura familiar, os agricultores que de uma forma ou de outra não
tinha condições financeiras poderão melhorar e garantir uma boa produção no campo. Com o
PIN, além de economizar energia, também ajuda na economia de água, visto que a planta
necessita de menor quantidade à noite. (NOTÍCIAS AGRÍCOLAS).
56
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto aos procedimentos metodológicos há vários tipos de pesquisa, onde se
destacam a pesquisa exploratória, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e o estudo de
caso, nas quais foi realizada com base para o desenvolvimento desta pesquisa.
4.1. TIPO DE ESTUDO
A pesquisa exploratória é definida sobre o tema irrigação sobre Pivô Central e o
problema da viabilidade na implantação de tal sistema, onde o pesquisador tem pouco
conhecimento sobre o assunto, portanto é necessário buscar elementos para resolvê-lo.
No que diz respeito à pesquisa exploratória Gil (1996, p. 41) afirma que:
Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explicito ou a constituir hipóteses, pode se dizer que estas pesquisas
têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.
Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos
casos essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com
pessoas que tiveram experiências praticas com o problema pesquisado; e (c) análise
de exemplos que “estimulem a compreensão”.
“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em materiais já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”, utilizado neste projeto para dar
fundamentação teórica e qualidade na pesquisa bem como buscar maior conhecimento nas
áreas de Contabilidade de Agronegócio, direcionada a Contabilidade de Custo. Segundo Gil,
um dos beneficio na utilização da mesma consiste em permitir ao pesquisador uma ampla
gama de dados já comprovados. (GIL, 1996, p. 44).
De acordo com Beuren (2004, p. 89):
A pesquisa documental vale-se de materiais que ainda não receberam nenhuma
analise aprofundada. Esse tipo de pesquisa vida, assim, selecionar, tratar e
interpretar a informação bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir-lhe
algum valor, podendo, desse modo, contribuir com a comunidade cientifica afim de
que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.
57
Beuren (2003, p.84) também afirma que “a pesquisa do tipo estudo de caso
caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Este estudo é
preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de
determinado caso específicos”.
Deste modo, o estudo de caso esteve voltado nesta pesquisa sobre um tema bem
definido, o qual será implantado em uma área de terra rural definida. Viabilidade de
implantação de sistema de irrigação sob Pivô Central.
4.1.1 Qualitativa e Quantitativa
“Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema analisar a interação de certas variáveis, compreender
e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais” destaca Richardson (1999,
p.80), tende a destacar, com mais profundidade, características que não foram observadas por
meio de uma pesquisa quantitativa.
O estudo quantitativo se preocupa com o comportamento dos fatos ocorridos,
garantido a exatidão dos resultados obtidos, bem como evitar torcer tais informações,
proporcionando uma margem de segurança. (BEUREN, 2004).
No que concerne a pesquisa quantitativa, Richardson (1999, p.70) ressalta que esse
estudo:
Caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de
informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as
mais simples como percentual. Média, desvio-padrão, às mais complexas, como
coeficiente de correlação, análise de regressão etc.
A pesquisa qualitativa representou neste projeto a viabilidade de implantação de
sistema de Pivô Central, analisando o resultado desta pesquisa, bem como o retorno esperado
de seu investimento. Já, a quantitativa é o resultado numérico, que neste estudo representa os
custos, a viabilidade econômica e financeira, tal resultado é representado por valor financeiro,
devido ao grande volume de elementos que consiste a própria viabilidade.
58
4.1.2 Primários e Secundários
Os elementos e instrumentos de autoria desta pesquisa são considerados os dados
primários, os dados secundários pertencem aos autores que deram sustentação teórica e os
documentos necessários para conclusão da pesquisa.
4.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
4.2.1 Definição da população e amostra
Defini-se uma amostra como o “Subconjunto do universo ou da população, por meio do
qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população.” (Gil, 1999,
p.100).
É factível a impossibilidade de analisar toda uma população para obter um resultado
íntegro, desta forma é analisado um grupo menor cientificamente correto para obter informações
necessárias e estender o resultado para o numero total do desejado inicialmente.
Como se trata de um estudo de caso em uma fazenda, não há definição de população e
amostra. Para complementação do estudo, far-se-á necessária uma entrevista com o proprietário do
imóvel rural.
59
4.3 INSTRUMENTOS PARA A COLETA DE DADOS
4.3.1 Entrevista semi-estruturada e relatórios e documentos.
Por se tratar de um estudo com base em documentos, relatórios, e entrevistas semi-
estruturadas na modalidade não dirigida e de forma não estrutural com o proprietário da
lavoura, buscando informações necessárias para estudar a viabilidade de implantação do
sistema de irrigação sob Pivô Central, não haverá riscos inerentes e existentes nesse estudo.
Entretanto, é importante enfatizar que durante a entrevista uma aspiração, das
acadêmicas, foi evitar possíveis desconfortos, por parte do proprietário com relação às
perguntas respondidas, contudo as pesquisadoras colaboradoras estarão prontas para contornar
a situação e não gerar nenhum constrangimento para ambas as partes envolvidas.
Todos os dados tabulados neste trabalho foram feitas a partir da utilização pelos
softwares titulados como Excel e Word, juntamente com o auxílio da calculadora HP-12C.
4.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
4.4.1 Critérios para interromper a pesquisa
A qualquer momento existiu a possibilidade do estudo ser interrompido, caso não
fossem cedidas informações pertinentes à continuidade da pesquisa ou os dirigentes da
propriedade utilizada para estudo, desistir da implantação do projeto. Houve também a
possibilidade de desistência por parte dos pesquisadores, lembrando que caso ocorresse, a
desistência, não iria causar nenhum prejuízo às partes envolvidas.
60
4.5 TRATAMENTO DAS INFORMAÇÕES
4.5.1 Sigilo das Informações
As informações obtidas com base em dados particulares do proprietário da área de
terra rural ora estudadas serão preservadas sigilosamente. Sendo assim, esta pesquisa terá
resultados que poderão tornar-se público, porém os dados sigilosos ficarão apenas sob
custódia do responsável e do colaborador pela pesquisa, garantindo a confidencialidade deste
estudo.
4.5.2 Propriedade das informações
As informações ficarão em poder do pesquisador responsável e do colaborador,
podendo ser cedidas a terceiros com consentimento do proprietário da área de terra rural ora
estudada.
4.5.3 Uso e destinação do material e/ou dados coletados
Os materiais, dados e informações obtidas para conclusão de resultados e finalização
do estudo ficarão arquivados sob responsabilidade da pesquisadora responsável por 5 (cinco)
anos, face este ser o prazo necessário para revisão do conteúdo. Prescrito o prazo, todo o
material poderá será incinerado, não havendo riscos de ser reutilizado por terceiro.
61
4.5.4 Formas de acompanhamento e assistência
Para acompanhamento e assistência, os colaboradores ficarão disponíveis para
orientações e sanar dúvidas que possam surgir durante o desenvolvimento da pesquisa.
4.6 DELIMITAÇÕES, LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA E INFRAESTRUTURA
NECESSÁRIA.
O estudo será realizado em uma área de terra rural localizada na cidade de Santa
Helena, estado do Paraná, correspondente a 74,88 hectares, ou seja, 30,94 alqueires, com base
nas últimas safras. Os dados serão coletados no período de 01/08/2012 à 31/08/2012.
4.6.1 Patrocinador
Este estudo não receberá auxilio de um patrocinador. As despesas serão de
responsabilidade das pesquisadoras colaboradoras.
62
4.7 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DO PROJETO DE PESQUISA
Atividades Fev
2012
Mar
2012
Abr
2012
Maio
2012
Jun
2012
Jul
2012
Ago
2012
Set
2012
Out
2012
Nov
2012
DEZ
2012
Introdução do Artigo X X X X X X X X X
Coleta de dados X X
Tabulação dos dados X X
Analise dos dados X X X
Resultados da discussão X X
Considerações finais X
Finalização do artigo X
Entrega do trabalho X
Defesa em banca X
4.7.1 Orçamento
ITENS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL
Combustível 200 Litros 2,79 558,00
Telefone 100,00
Cartuchos p/ impressora 01 45,00 45,00
Folhas A4 1.500 0,021 31,50
Encadernação 04 3,00 12,00
Envelopes 20 0,50 10,00
Canetas 08 0,55 4,40
MATERIAL PERMANENTE
**Computador 01 1.650,00
**Impressora 01 180,00
**Pen Drive 01 30,00
RECURSOS HUMANOS
*** Orientadora 01 - -
63
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Neste capítulo, no primeiro momento abordam-se as receitas e os custos das culturas
sem o sistema de irrigação e posteriormente com o Pivô Central. Em seguida, apresentam-se
os índices de avaliação do projeto de investimento. Por último dispõe-se da análise de todos
os dados oriundos do projeto, analisando a viabilidade econômica e financeira do mesmo.
Para encontrar os custos e receitas para as próximas safras, e obter dados próximos
da realidade e informações fidedignas, analisam-se as três últimas colheitas, 2010, 2011, e
2012, visto que os custos e produção oscilaram em função das intempéries climáticas,
analisando a viabilidade em safras boas e ruins. Dessa forma, para melhor visualização e
simplificação dos resultados, os custos bem como as receitas dispostas nos quadros descritos
abaixo, são trabalhados, a maioria, em média das safras nos três últimos anos.
Lembrando que todos os dados utilizados, para os cálculos, foram baseados no que
foi disponibilizado pelo proprietário do imóvel rural. É importante destacar que, para os
cálculos utilizou-se de uma análise pessimista, argumentando-se um mercado em constantes
oscilações.
5.1 CUSTOS E PRODUÇÃO SEM IRRIGAÇÃO NAS CULTURAS DE MILHO E SOJA
Os primeiros dados coletados para realização da pesquisa se deram através da
visualização das Notas Fiscais fornecido pelo proprietário, na qual foi possível encontrar o
valor de todos os custos gerados do plantio à colheita, nas culturas de milho e soja, bem como
o valor de venda das sacas, incorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, em 112 hectares (ha)
ou 46,28 alqueires.
O valor da receita depende do valor da saca, que sofre oscilações diárias, e da
quantidade produzida por hectare. Dessa forma foi elaborado um quadro com a produtividade
e o detalhamento da receita por safra nos três últimos anos ora estudados e posteriormente
feitos a média entre eles.
64
Quadro 2 - Produtividade na cultura de soja e milho nos anos de 2010 a 2012.
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Em 2010 a produção de milho foi de 8.332 sacas, 26,14% a mais que na colheita
seguinte, para a cultura da soja essa queda foi de 7,48% apresentando queda de safra, afetada
de acordo com o proprietário, pelas condições climáticas (geada e estiagem) que
caracterizaram o referido ano. Contudo, para a soja, em 2012, foi realizada uma previsão de
produção de 60 (uma saca equivale a 60 kg) sacas por hectare à R$ 51,00 cada, totalizando
uma receita de R$ 342.720,00.
Em relação aos custos, os mesmos foram divididos em fixos e variáveis: o primeiro
mostra os custos com manutenção de máquinas e equipamentos, seguro de capital e
PROAGRO, sendo este último considerado um custo fixo, visto que é uma condição certa a
ser feita todo ano, pois, trata-se de uma garantia cobrindo os custos na hora de plantar; o
segundo, mostra no primeiro momento, os custos com sementes, fertilizantes, adubos,
agrotóxicos, dessecação, plantio direto/diesel, aplicação de herbicida e inseticida, colheita
mecanizada, mão de obra temporária, transporte, assistência técnica, juros e despesas gerais.
Com base nessas informações, foram apurados os valores totais de custos e receitas
anuais por safra, conforme Apêndice B e Apêndice C, e posteriormente feito uma média dos
últimos três anos, apresentado no quadro abaixo.
65
Quadro 3 - Média das safras na produção do milho e soja
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Com estes dados foi possível chegar à média dos custos totais anual dessas atividades
de R$ 269.436,34, durante os três últimos anos em estudo, sem descontar os impostos, sendo
R$ 255.848,40 custos variáveis e R$ 13.587,94 custos fixos.
Uma vez encontrados os custos totais na produção das culturas, é preciso descontar,
do valor bruto, os impostos que incidem ao produtor rural pessoa física. Ou seja, calcula-se o
FUNRURAL, que é a contribuição social destinada ao custeio do seguro de acidente do
trabalhador rural, e o valor do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física).
A taxa do FUNRURAL que é estabelecida no Art. 25 da Lei n° 8.212/91, com a
redação fornecida nas Leis nos
8.540/92, 9.528/97 e 10.256/01, determina um percentual 2,3%
sobre a Receita Bruta, sendo distribuído da seguinte forma: 2% para destinado ao INSS; 0,1%
destinado ao RAT (Riscos Ambientais do trabalho) na qual irá financiar as prestações por
acidente de trabalho e; 0,2% ao SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
O Imposto de Renda Pessoa Física é feito por um programa disponível pela Receita
Federal, onde todo o ano, os contribuintes que estiverem enquadrados a declarar, conforme
disposto na lei n° 9.779 de 19 de Janeiro de 1999, na Lei 11.482 de 31 de maio de 2007,
alterada pela Lei n° 12.469 de 26 de agosto de 2011, e na Instrução Normativa RFB do ano,
66
devem apresentar os rendimentos e custos referentes ao exercício anterior. (RECEITA
FEDERAL, 2012)
A partir da soma de todos os rendimentos deduzido dos custos, é possível chegar ao
valor bruto que servirá de base para o cálculo do Imposto de Renda,
Para cálculo do IRPF é possível escolher entre o método completo e o método
simplificado. Com o método Simplificado é possível deduzir 20% do Lucro Bruto real,
obtendo uma base para aplicar a alíquota menor, contudo esse valor de dedução se limita ao
valor de R$ 13.916,36. E só é possível optar por esse método caso o contribuinte não tenha
pretensão de compensar prejuízos ou impostos pagos no exterior. (RECEITA FEDERAL,
2012).
Após ter a base para aplicar a alíquota é preciso saber o percentual que se enquadra a
renda para a base de estudo, diante disso, foi utilizada a tabela progressiva referente a cada
exercício e ano calendário correspondente, conforme Anexo A.
A fim de simular os cálculos acima descritos, segue quadro 04 exemplificando os
dois métodos que o contribuinte tem a opção de escolher.
Quadro 4 - Cálculo IRPF nos anos de 2010, 2011 e 2012.
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Ao elaborar a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, o contribuinte elegeu o
método simplificado nos três anos, cujo valor é mais viável. Dessa forma, com os dois
impostos calculados encontramos o Lucro Bruto, conforme mostra quadro 05.
67
Quadro 5 - Média de custos da lavoura de milho e soja
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Outro fator a ser analisado, foi o recebimento de seguro nos anos de 2011 e 2012
decorrentes de safras com baixas produtividades, devido o clima e outros fatores envolventes,
incluindo como receita não operacional. Demonstrando assim, um Lucro Líquido de R$
188.668,20, conforme pode ser observado no quadro acima.
68
5.2 IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO DO TIPO PIVÔ CENTRAL
Considera-se o sistema de irrigação do tipo Pivô Central uma ferramenta positiva, na
qual vem contribuir para que a planta desenvolva todo o seu ciclo, de forma a suprir a
necessidade de água (período da seca) e minimizar perdas decorrentes da geada.
Contudo, é preciso saber se é viável para o produtor, implantar o sistema de irrigação
sob Pivô Central, em sua propriedade, e para isso, serão apresentados no contexto a seguir,
todos os dados que se faz necessário a fim de descobrir a sua viabilidade.
No entanto, é importante lembrar que somente a aplicação da irrigação, não é o
suficiente para uma safra rentável e de boa qualidade, depende também de um plano de
manejo com boas variedades, bem como, uma boa fertilidade do solo, entre outras condições
que envolvam as fases do plantio á colheita, o que acarretará em resultados positivos.
5.2.1 Custo e produção com sistema de irrigação
Para melhor compreender a parte da composição dos custos e despesas, bem como as
receitas, foram divididos tais fatores envolventes, em quatro aspectos, sendo eles:
a) Análise do impacto que o Pivô Central obterá na produção;
Com relação à produção, o fornecedor do Pivô Central, repassou ao produtor à
quantidade de sacas que seria possível colher com o sistema de irrigação. Sendo que, estes
dados foram confirmados com outros produtores da cidade de Santa Helena - PR, na qual já
possuem tal sistema.
É importante destacar que o sistema de irrigação não irá aumentar a produção de
modo substancial, mas sim garantirá a safra plantada, de forma que a produtividade possa
atingir números consideravelmente normais, para a região próxima á Santa Helena. Deste
modo, o produtor consegue obter quantidade de sacas por hectare semelhantes a dos
produtores como Cascavel-PR, por exemplo, que sem o auxílio do sistema, obtém em torno
de 200 sacas de milho por hectare. Tal diferença ocorre por Santa Helena se encontrar em
uma região mais baixa, favorecendo climas secos e quentes, dificultando o ciclo da planta.
69
b) Preço da venda da produção
Se faz importante destacar que este oscila conforme a situação do mercado agrícola.
O Governo Federal juntamente com a CNA (Confederação Nacional de Agricultura no
Brasil), cria diversos planos, como por exemplo, o plano de PGPM (Política de Garantia de
Preços Mínimos), que são elaborados em favor da agricultura brasileira com o objetivo de
diminuir os impactos causados pelas oscilações. (GRAÇA; CARRANÇA).
É dessa forma que para a formação dos preços de venda nas culturas do milho e da
soja, foi baseado em uma média dos últimos três anos, obtendo um resultado mais próximo da
realidade. Com essas informações será possível formar uma estimativa do valor da Receita
Bruta com o Pivô Central.
c) Composição dos custos da produção
Este último aspecto consiste analisar os custos da produção, na qual foi utilizada a
média dos gastos do plantio à colheita, nas culturas do milho e da soja, incorridas nos três
últimos anos, sendo acrescido, devido à implantação do Pivô Central, o custo com energia
elétrica e manutenção do pivô.
Considera-se o valor de manutenção do sistema, aquele gasto com reparos para
preservação do mesmo, sem levar em consideração fatores imprevisíveis. Sendo assim, o
valor adicionado aos custos de manutenção de equipamento do Pivô Central, foi
disponibilizado pelo fornecedor do sistema de irrigação.
Para cálculo de energia elétrica, precisa levar em conta o PIN (Programa de Irrigação
Noturna), que foi criado com a finalidade de auxiliar os pequenos agricultores, no período das
21h00min as 06h00min, com uma taxa de R$ 0,05523 KW/h. Conforme apresenta o quadro
06, tem-se o valor consumido no mês e de acordo com o fornecedor do sistema, o Pivô
Central trabalhará aproximadamente 8h por dia, durante 18 dias no mês, podendo variar de
acordo com períodos menores ou maiores de chuvas.
70
Quadro 6 - Cálculo de energia elétrica
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Neste projeto não foram considerados gastos com água, devido o orçamento estar
projetado para retirar água de um açude já localizado na propriedade.
d) Minimização dos custos através do Pivô Central
Existe a possibilidade de reduzir custo referente às aplicações de alguns produtos
químicos, que são utilizados para prevenção e eliminação de pragas e ervas daninhas, com a
utilização do sistema de irrigação do tipo Pivô Central, sem o emprego de outros maquinários
para este fim.
Contudo, trata-se de uma atividade arriscada e que requer cuidados de um
profissional competente, pois dependendo da quantidade pulverizada, poderá danificar a
planta ou até mesmo não alcançar o resultado esperado. Sendo assim, essa possibilidade de
redução de custos foi excluída deste estudo.
Com todos esses aspectos supramencionados, foi possível simular uma previsão de
produção com o sistema de irrigação, na qual será projetada para o ano de 2013 uma
estimativa de safra nas culturas de soja e milho, detalhada no quadro 07, abaixo:
71
Quadro 7 - Previsão de produção na cultura do milho e soja com sistema de irrigação.
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
A Receita Bruta de venda aumentou, com o sistema de irrigação do tipo Pivô
Central, em 52,92% na cultura do milho, onde foi a cultura de maior rentabilidade.
Com o Pivô Central, é possível incluir mais uma safra, devido dispor de água sempre
que se fizer necessário, além de ter a possibilidade de escolher qual cultura plantar,
permitindo a colheita de até três vezes por ano, conforme apresentado no referencial teórico.
Em virtude disso, escolhemos a cultura do feijão, de acordo com a tabela de Zoneamento
Agrícola também citada no referencial teórico, para representar a terceira safra, conforme
quadro 08 a seguir.
Segundo o Zoneamento Agrícola, poderá ser plantada no início de julho, uma safra
de feijão (feijão das águas) que precisa aproximadamente de 100 dias para seu
desenvolvimento. Em início de setembro a cultura de soja, e posteriormente o milho 2° safra
(ou milho safrinha), onde as duas últimas já ocorrem na lavoura, neste mesmo período.
É importante seguir a tabela de Zoneamento Agrícola, pois a mesma é criada, tendo
em vista o clima da região de cada estado e cidade, é fator crucial para o recebimento do
seguro caso exista perdas significativas na produção.
72
Para composição da produção por hectare e dos custos decorrentes do plantio do
feijão, foram baseado em média nacional de estimativa de custo por cultura, disponíveis no
site do SEAB (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento). O preço de venda teve como
referência o valor atual, pois a cultura nunca foi plantada pelo produtor. Com essas
informações, será possível formar uma estimativa do valor da Receita Bruta com o Pivô
Central.
Desta forma, a quadro 08, apresenta o resumo dos custos fixos e variáveis, bem como
a possível receita de venda a ser atingida, agora com as três possíveis culturas.
Quadro 8 - Previsão de produção de milho, soja e feijão
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Uma vez calculados os custos envolventes nas culturas do milho, soja e feijão, pode-
se, então, calcular o Lucro Bruto. Para isso, deve-se descontar o FUNRURAL e IRPF.
Para cálculo do FUNRURAL, considera-se a Receita Bruta de Venda subtraindo os
referidos custos, descontando a alíquota de 2,3% de FUNRURAL retido pela empresa
adquirente do produto. Ou seja, R$ 433.473,59 (base de cálculo) vezes 2,3% (alíquota
FUNRURAL) resultam em R$ 9.969,89 de FUNRURAL.
Para calcular o IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física), dos anos de 2010, 2011, e
2012, pela base legal e pelo método simplificado conforme apresentado no quadro abaixo,
foram utilizados a tabela progressiva fornecida pela receita federal, de acordo com Anexo A.
73
Quadro 9 - Cálculo IRPF para possível receita em 2013.
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
De fato, fica evidente que o melhor método para o produtor nesse estudo, seria o
método simplificado. Após obter os valores dos dois impostos, é possível chegar ao Lucro
Líquido estimado com a implantação do Pivô Central.
Quadro 10 - Previsão de lucro para 2013 decorrentes de três safras
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Como o sistema de irrigação garante a safra, não obteve recebimento de seguro nas
possíveis produções de 2013, de acordo com a boa produtividade nas três culturas. Observa-se
acima que o milho representa a cultura de maior lucratividade com 55,17%, seguido de soja e
feijão com 23,76% e 21,07% respectivamente, totalizando uma estimativa de receita para o
ano de 2013 no valor de R$ 317.612,36.
Observa-se a seguir o quadro de comparação que serve de parâmetro para analisar a
diferença de produtividade sem e com o sistema de irrigação, em uma previsão de produção
em 2013, nas três possíveis culturas.
74
Quadro 11 - Comparação da rentabilidade das safras com e sem irrigação
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Fica evidente, observando estes dados que, com o sistema houve uma variação bem
acentuada de produção em relação a safra sem irrigação. Pode-se observar que esse
acréscimo foi de 46,75%, obtendo rentabilidade de 41,02%, resultando em previsão de Lucro
Liquido no valor de R$ 317.612,36, que servirá de base para calcular sua viabilidade. Abaixo
gráfico 00, para melhor visualização dos resultados.
Gráfico 5 - Comparação dos resultados obtidos, com e sem o Pivô Central.
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
O gráfico acima mostra a contribuição que o sistema de irrigação traz para as
culturas do milho, soja e feijão, sendo elemento necessário, para garantir resultados positivos.
75
5.2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE
Para iniciar o processo de avaliação do projeto, onde ajudará na tomada de decisão
em implantar ou não o sistema de irrigação, foram calculadas as seguintes técnicas de análise
financeira: Payback,Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.
O Lucro Líquido apurado sem o Pivô Central foi de R$ 132.823,88 e com o Pivô foi
de R$ 317.612,36 a diferença de R$ 184.788,48 servirá como base para calcular a viabilidade
do projeto.
O projeto tem como custo total o valor de R$ 499.000,00, sendo inclusos todos os
equipamentos necessários para implantação do sistema de irrigação, bem como a mão-de-obra
para instalação do mesmo.
Para melhor compreensão da origem do valor total do Pivô Central, o detalhamento
do orçamento está disponível no apêndice E.
5.2.2.1 Payback
Payback é o prazo mínimo para que o projeto tenha retornado seu investimento, ou
seja, o tempo esperado de retorno. (GITMAN, 2002). Para descobrir o prazo nesse estudo, o
valor base do investimento inicial que é de R$ 499.000,00, foi subtraído pela diferença do
Lucro Líquido com o pivô e sem o pivô, que é de R$ 184.788,48, e a quantidade de vezes que
for preciso subtrair é a quantidade de anos que o produtor rural vai precisar para obter 100%
do retorno. Segue no quadro abaixo a exemplificação para maior entendimento.
Quadro 12 - Cálculo Payback (A)
Ano Investimento Inicial Diferença do LL
sem e com o Pivô
Saldo a quitar
499.000,00 - 499.000,00
01 184.788,48 314.211,52
02 184.788,48 129.423,04
03 129.423,04 0,00
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
76
Visto que o terceiro ano não apresentou um valor inferior aos R$ 184.788,48 segue
abaixo exemplificação da regra de três, que foi utilizada para descobrir quantos meses se
refere o valor de R$ 129.423,04.
Quadro 13- Cálculo Payback (B).
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Onde o X = 0,70 ano.
0,70 x 12 (meses) = 8,4 meses
0,4 (meses) x 30 (dias) = 12 dias
Neste caso, na implantação de um sistema de irrigação do tipo Pivô Central, o
investimento será recuperado em 2 anos, 8 meses e 12 dias considerando a capacidade de
pagamento por recurso próprio.
Pode-se observar que já no primeiro ano, o projeto recupera 37,03 % do valor do
investimento inicial, juntamente com o segundo ano recupera um total de R$ 369.597,62 ,
restando apenas 25,93% para o terceiro ano.
5.2.2.2 Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno.
De acordo com Weston e Brigham (2004), após o cálculo para descobrir se o
investimento é viável, o resultado do Valor Presente Líquido, deve ser maior que zero, caso
for negativo, deverá ser re-analisado ou rejeitado. A TIR é um método de avaliar o
investimento, referente à taxa de retorno.
Este estudo vai detalhar duas possibilidades de pagamento, sendo a primeira análise
feita com base no pagamento por recurso próprio e a segunda com base do pagamento com o
R$ Ano
184.788,48 1
184.788,48 2
129.423,04 X
77
auxílio de um empréstimo baseado nas taxas de juros bancárias disponíveis no mês de outubro
de 2012.
É importante lembrar que para calcular o VPL e a TIR pode ser levado em
consideração um percentual de aumento na renda, projetando aumento na produção, para isso
existe a possibilidade dos R$ 184.788,48 sofrer um aumento pequeno anual, devido a
melhoramentos genéticos, por exemplo, contudo esse aumento não será trabalhado nesse
estudo devido à volatilidade que o valor das sacas sofrem diariamente.
Outro fator importante a destacar é que esse estudo está se baseando em um fluxo de
caixa de 10 anos, e no décimo ano além dos R$ 184.788,48 deve ser adicionado o valor que o
Pivô Central estará valendo após dez anos de uso. Nesse caso, o fornecedor afirmou que o
valor de mercado do Pivô Central ao final do décimo ano será aproximadamente R$
292.415,00.
Segue cálculo do Valor Presente liquido na calculadora financeira, tendo como a
análise feita para pagamento com o recurso próprio.
Quadro 14 - Cálculo VPL e TIR com recurso próprio.
Investimento Inicial 499.000,00 CHS G CFO
Ano 1 184.788,48 G CFJ
Ano 2 184.788,48 G CFJ
Ano 3 184.788,48 G CFJ
Ano 4 184.788,48 G CFJ
Ano 5 184.788,48 G CFJ
Ano 6 184.788,48 G CFJ
Ano 7 184.788,48 G CFJ
Ano 8 184.788,48 G CFJ
Ano 9 184.788,48 G CFJ
Ano 10 477.203,48 (184.788,48 + 292.415,00) G CFJ
Taxa de Juro 7,0 % i
VPL F NPV 947.525,92
TIR F IRR 36,32
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
78
Como o VPL é maior que zero para se considerar positivo, assim demonstrado no
cálculo, aceita-se o projeto, pois está gerando riqueza para o produtor rural. O resultado da
TIR foi positivo correspondente a uma taxa de 36,32% ao ano, onde assegura a viabilidade do
projeto juntamente com o resultado do VPL, acentuando um efeito satisfatório com relação ao
investimento no projeto.
A segunda analise será feita observando junto com a tabela PRICE, conforme
Apêndice D, na qual foi feita embasada no programa de financiamento estabelecida Banco de
Desenvolvimento (BNDES) através da circular Nº 62/2012-BNDES emitida em 16 de outubro
de 2012, em que estabelece uma taxa anual de 2,5% a.a., sendo assim o cálculo será feito da
seguinte forma:
Quadro 15 - Cálculo VPL e TIR com financiamento
Investimento Inicial 0,00 G CFO
Ano 1 122.861,17 (184.788,48 - 61.927,31) G CFJ
Ano 2 124.102,92 (184.788,48 - 60.685,56) G CFJ
Ano 3 125.347,87 (184.788,48 - 59.440,61) G CFJ
Ano 4 126.474,73 (184.788,48 - 58.313,75) G CFJ
Ano 5 127.748,17 (184.788,48 - 57.040,31) G CFJ
Ano 6 128.970,45 (184.788,48 - 55.818,03) G CFJ
Ano 7 130.267,32 (184.788,48 - 54.521,16) G CFJ
Ano 8 131.501,07 (184.788,48 - 53.287,41) G CFJ
Ano 9 132.751,35 (184.788,48 - 52.037,13) G CFJ
Ano 10 422.239,18 [477.203,48 - 54.964,30]
(184.788,48 + 292.415,00)
G CFJ
Taxa de Juros 3,0 % i
VPL F NPV 1.307.207,10
Fonte: Dados da pesquisa (2012).
Não haverá apresentação da TIR, face se tratar de uma análise cujo valor inicial é de
R$ 0,00, não sendo possível apresentar uma taxa de retorno visto que não teve capital inicial
investido, pois se trata de um financiamento disponível pelo governo aonde pode financiar até
100% do bem adquirido. Conforme o quadro 15, o investimento será recuperado em 4 anos e
1 dia, tendo como base a fórmula do payback.
79
Em ambos os casos, o investimento se mostrou viável em todos os indicadores.
Entretanto, a aquisição de financiamento favorece resultados mais satisfatórios, tanto por
adiar algumas saídas como por diminuir a taxa adotada.
80
6 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
6.1 CONCLUSÃO
O objetivo desse estudo foi analisar a viabilidade de implantação de um sistema de
irrigação do tipo Pivô Central em uma propriedade no município de Santa Helena, Oeste do
Paraná. Tal estudo de viabilidade auxilia o produtor a tomar decisões importantes, com foco
no crescimento.
Para cálculo e análise, considerou-se um fluxo de caixa de 10 anos, com a diferença
do lucro com e sem sistema, o mesmo para todos os anos. O tempo de retorno do capital
investido por recurso próprio dar-se-á em 2 (dois) anos, 8 (oito) meses e 12 (doze) dias, e com
financiamento o investimento será recuperado em 4 (quatro) anos e 1 (um) dia. Em ambos os
casos o investimento de tornou viável. Contudo, a aquisição de financiamento favorece
resultados mais satisfatórios, visto que é possível adiar algumas saídas de caixa e diminuir a
taxa adotada para cálculo do VPL. Lembrando que para todos os cálculos apresentados neste
estudo foram considerados as incertezas de um mercado que está em constante mudança.
Diante do exposto, dos dados apresentados e resultados encontrados, conclui-se que,
a implantação do referido sistema, apresenta a viabilidade econômico-financeira positiva,
evidentemente, isso é confirmado com os índices apresentados. Nesse sentido, o objetivo
geral e os objetivos específicos foram alcançados.
Diversos são as vantagens e benefícios gerados pela adoção do sistema de irrigação,
onde garante o suprimento hídrico da planta, dentre eles, melhor produtividade e qualidade do
produto final, garantia de safra, fatores estes que proporcionam ao produtor uma segurança no
seu investimento. Portanto, é possível obter maior lucratividade, alterando as épocas de
plantio e culturas plantadas, no período em que o mercado é mais favorável ao produtor.
Além de contribuir para aumentar o leque de oportunidades, melhorar a qualidade da
produção e incentivar os agricultores a continuar nesse ramo, com a introdução do sistema,
contribuirá para ampliar as oportunidades e acompanhar a evolução do setor, principalmente
no que tange a questão de melhoria na qualidade no produto, atingindo a sociedade com seus
benefícios.
81
6.2 RECOMENDAÇÃO
Recomenda-se assim, alternar as culturas plantadas, e como o sistema de irrigação
poderá também controlar as épocas de plantio, produzindo em períodos de carência no
mercado, acarretando dessa forma, uma maximização dos lucros.
Produzir milho para semente é uma sugestão de cultura, visto que atualmente é o
mercado de maior rentabilidade. O interessante é o diferencial, ganhando uma quantidade
considerável fixa por hectare, dispensado de todos os custos incorridos do plantio á colheita,
desde os insumos e frete até despesas com manutenção de máquinas e equipamentos.
Espera-se ter contribuído por meio do conhecimento obtido ao longo deste estudo,
através de bibliografia pesquisada e de exemplo prático, a fim de alcançar resultados positivos
no setor da agricultura, estimulando o proprietário a adotar tal técnica de irrigação.
82
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87
ANEXO A – TABELA PROGRESSIVA PARA CÁLCULO ANUAL DO IRPF
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício
de 2013, ano-calendário de 2012. *
Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 19.645,32 - -
De 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40
De 29.442,01 até 39.256,56 15,0 3.681,55
De 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79
Acima de 49.051,80 27,5 9.078,38
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício
de 2012, ano-calendário de 2011. *
Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 18.799,32 - -
De 18.799,33 até 28.174,20 7,5 1.409,95
De 28.174,21 até 37.566,12 15,0 3.523,01
De 37.566,13 até 46.939,56 22,5 6.340,47
Acima de 46.939,56 27,5 8.687,45
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de Renda de Pessoa Física a partir do exercício de
2011, ano-calendário de 2010. **
Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 17.989,80 -
De 17.989,81 até 26.961,00 7,5 1.349,24
De 26.961,01 até 35.948,40 15,0 3.371,31
De 35.948,41 até 44.918,28 22,5 6.067,44
Acima de 44.918,28 27,5 8.313,35
Tabela Progressiva para o cálculo anual do Imposto de Renda de Pessoa Física para o exercício de
2010, ano-calendário de 2009. **
Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$
Até 17.215,08 - -
De 17.215,09 até 25.800,00 7,5 1.291,13
De 25.800,01 até 34.400,40 15,0 3.226,13
De 34.400,41 até 42.984,00 22,5 5.806,16
Acima de 42.984,00 27,5 7.955,36
* Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 1º da Lei nº 12.469, de 26 de
agosto de 2011.
** Tabela aprovada pela Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pelo art. 23 da Lei nº 11.945, de 4 de
junho de 2009.
Fonte: Receita Federal
88
APÊNDICE A – ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA SEMI -
ESTRUTURADA
1. Qual a história e evolução da Fazenda?
2. Como funciona a Fazenda? (clientes, fornecedores, funcionários)
3. Quantos hectares têm a fazenda, quanto desses é área planta e quanto de reflorestamento
e/ou pastagens?
4. Quais são os tipos de cultivos da fazenda? Época de plantio?
5. De que forma são alternados os cultivos?
6. Como funciona a questão das máquinas e equipamentos do plantio à colheita. É
terceirizado? Comente.
7. Quais períodos geralmente são feito o plantio e colheita?
8. Qual o retorno obtido nas ultimas safras de milho e soja?
9. Quais as dificuldades climáticas encontradas para o plantio, nos últimos três anos nas
culturas de milho e soja?
10. Com a implantação do pivô central, qual é a expectativa de retorno?
89
APÊNDICE B – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA
CULTURA DO MILHO
90
APÊNDICE C – RECEITAS E CUSTOS TOTAIS NOS TRÊS ÚLTIMOS ANOS NA
CULTURA DA SOJA
91
APÊNDICE D – TABELA PRICE
92
93
APÊNDICE E – ORÇAMENTO PIVÔ CENTRAL
94