sistema digestÓrio: estratégias lúdicas no ensino de … · 2014-04-22 · assim, o lúdico...

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ESTRATÉGIAS LÚDICAS NO ENSINO DO SISTEMA DIGESTÓRIO: CÉLULAS PARIETAIS

Autora: Roneide Damiati Azevedo1

Orientadora: Ednéia Fátima Brambilla Torquato2

RESUMO

O ensino de ciências baseado em aulas teóricas expositivas, sem atividades práticas, com poucas estratégias metodológicas e o excesso de terminologia científica, torna o ambiente escolar não atrativo para o educando levando-o ao desânimo e consequentemente a desmotivação. Cabe ao professor usar metodologias que despertem o interesse do aluno para o aprendizado. Atividades lúdicas são ferramentas didáticas que auxiliam o professor a mediar, envolver e conduzir aprendizagem significativa e prazerosa aos alunos, possibilitando ainda, a realização do conhecimento científico. Assim, o lúdico surge como um suporte didático, pedagógico e científico, fundamental para o ensino das ciências. Diante desse aspecto, o presente trabalho elaborou uma Unidade Didática relacionada ao conteúdo Sistema Digestório, no qual o órgão em destaque é o estômago com enfoque nas células parietais. A unidade didática é composta de atividades lúdicas como: modelos didáticos e quebra-cabeça, que mobilizam o uso de pinturas, recortes e colagens para estimular o exercício da memorização do conteúdo. Após a sua elaboração, a unidade didática foi aplicada em sala de aula, na 7ª série ou 8º Ano. Para auxiliar no desenvolvimento das atividades, foram utilizados filmes de vídeo, imagens em banner, textos didáticos, torso do sistema digestório e pesquisa na Internet. As atividades lúdicas aplicadas foram producentes para o processo de ensino e aprendizagem, mostrando resultados bastante significativos, deixando claro, portanto, que quando trabalhado de forma adequada e diversificada, o lúdico se torna uma ferramenta importante e necessária para o efetivo processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Unidade Didática; Atividades lúdicas; Ensino de ciências; Sistema digestório; Células parietais.

1 Professora graduada em Ciências Físicas e Biológicas, especializada em Administração,

Supervisão e Orientação Educacional, PDE em Ciências, lotada na escola Estadual Guimarães Rosa – Assis Chateaubriand – Paraná. 2 Doutora em Ciências Biológicas – Área de Concentração – Biologia Celular, graduada em Ciências

Biológicas, Professora de Biologia Celular, Tecidual e do Desenvolvimento Humano, UNIOESTE – Campus Cascavel – Paraná.

ABSTRACT

The teaching of science based in expository lectures without a practical activity, with few methodological strategies and excess scientific terminologies, makes the school environment not attractive to the student takes him to discouragement and therefore discouraged. The teacher needs to use methods that arouse the interest of the students to learning. Playful activities are teaching tools that help the teacher to mediate engage and lead meaningful and enjoyable learning to the students, also enabling the creation of scientific knowledge. Therefore, the playful emerges like a didactic support, educational and scientific, essential to the teaching of science. Considering this aspect, the present study realized a teaching united related to the Digestive System, in which the highlighted organ is the stomach with a focus on the parietal cells. The teaching unit consists of playful activities such as didactic models and puzzles, which activate the use of paintings, collages and cutouts to encourage the practice of the content memorizing. After this preparation, the teaching unit was applied on the classroom, in 7th grade or 8th Year. To assist on the development of the activities, it was used video films, banner images, textbooks, torso of the digestive system and Internet research. The applied playful activities were significant to the process of teaching and learning, showing significant results, making it clear therefore, that when worked properly diversified, the playful becomes an important and necessary tool for effective learning process.

Keywords: Teaching Unit; playful activities, teaching science; digestive system; parietal cells.

INTRODUÇÃO

Ensinar Ciências é desafiador ao docente, pois requer conhecimento

científico sobre os conteúdos a serem abordados, e o lúcido entendimento de que,

ensinar não é transferir conhecimento (FREIRE, 1999). A disciplina nos desafia a

buscar, constantemente, a inovação de metodologias para que a aula de ciências

torne-se prazerosa, significativa e compreensiva.

Uma metodologia tradicional, hoje, impossibilita-nos de alcançar nossos

objetivos, pois nossos alunos têm contato com um grande aparato de possibilidades

tecnológicas que os cativa, e a escola, quando trabalha apenas com repasse de

informações, utilizando-se apenas do livro didático ou aulas expositivas, acaba

fragilizando a vontade do discente de aprender. O que nos é de responsabilidade,

que é fazê-los assimilar os saberes ensinados, é pouco apropriado por eles. Esta

constatação fica bastante evidente quando, através de avaliação diagnóstica,

coletamos dados que nos preocupam, pois são revelados baixos índices de

conhecimento sobre conteúdos que já fizeram parte de estudos anteriores. Nesta

avaliação, no iniciar do projeto, obtivemos 23,2% de acertos, e posterior a ele

atingimos 73,7% com a proposta lúdica.

Diante do baixo índice, alguns questionamentos são feitos, a exemplo: O

que faz com que os alunos estudem os conteúdos, mas não os internalizem com

conhecimento de causa? Por que não conseguem assimilar o conteúdo se foi bem

trabalhado? Discussões a respeito vêm sendo motivo de reflexões por diferentes

profissionais como: intelectuais da educação, psicopedagogos, psicólogos,

pedagogos, além, é claro, dos docentes.

Diante destas indagações, propomos uma metodologia que vem de

encontro com o que é mais singular ao aluno do Ensino Fundamental, a arte do

brincar e do construir enquanto se estuda; o lúdico como instrumento didático-

pedagógico (KRAMER, 2000). Ensinar com recursos lúdicos oportuniza a criança

despertar os cinco sentidos, pois há atividades que se utilizam da música, outras das

cores e recortes, outras das imagens, outras do toque, da comparação e

constatação, e até da degustação. Isso tudo, as tornam sujeitos da aprendizagem,

as oportunizam a compreensão através de sua atuação, sem empobrecimento do

conteúdo científico, e sem serem meros expectadores. Esta proposta pedagógica

não descaracteriza as aulas expositivas, mas acrescenta a elas instrumentos

didáticos que facilitam a socialização com os demais colegas e professor, e

principalmente, a apropriação dos conteúdos através de recursos audiovisuais,

artísticos e interdisciplinares.

Para alguns estudiosos, como Kishimoto (2010), brinquedos e

brincadeiras assumem funções lúdica e educativa. No caso do lúdico o brinquedo

propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente; e no

caso da função educativa, o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o

indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. A autora

utiliza-se destas duas definições para elucidar a importância da brincadeira no

processo de ensino e aprendizagem, principalmente quando indaga: "como reunir

dentro de uma mesma situação o brincar e o educar?". Ela, ainda, alerta para que o

professor entenda que a atividade lúdica nem sempre estará a favor do ato

educativo, às vezes a criança apenas brinca com o objeto, cabe ao professor

direcionar este brincar lúdico a seus objetivos educacionais.

O brincar proposto, é um brincar com resultados, junto ao prazer vem o

compromisso com a aprendizagem. Quando vemos os alunos manejando as

atividades, dando vida a elas, pois estas os instigam a isso, porque passam a ter

significado, o simbolismo ali gerado, transfere ao imaginário toda uma compreensão,

e esta representação faz com que o educando assimile os conteúdos brincando, o

bem estar fica nitidamente presente e o sentimento de pertença, também presente, o

satisfaz de tal forma que a aula torna-se mágica, prazerosa e significativa. E o bom

disso tudo, é que não se esquece mais daquilo que se estudou porque a

compreensão se fez presente. "Quando vemos uma criança brincando de faz de

conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira

impressão que nos causa é que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar

dúvida do significado que os objetos assumem dentro de um contexto” (KISHIMOTO

et al, 2010, p.63).

Nesse sentido, o presente trabalho desenvolveu uma Unidade Didática

com atividades lúdicas que explicam a importância de células do sistema digestório

do organismo humano no processo de digestão. As atividades apresentadas

contemplam modelos didáticos, jogo de quebra-cabeça, entre outros que facilitam a

assimilação desse conteúdo fascinante, porém de difícil compreensão para os

alunos quando apresentada de forma tradicional.

Nosso objetivo com esta proposta é ensinar com propriedade os

conteúdos, através da viabilização de atividades lúdicas que os cativem a tomar

gosto pelo que está sendo ensinado, pois os alunos participam de todo o processo

estudando, refletindo e discutindo com o professor e colegas, os assuntos

abordados.

As atividades propostas na Unidade Didática, motivadas pela ludicidade,

conferem a este trabalho uma perspectiva inovadora, pois os resultados obtidos

foram promissores, e por isso mesmo, instigadores para novas pesquisas,

constatações e busca de soluções por parte de todos os docentes.

METODOLOGIA

O projeto foi desenvolvido junto aos alunos da sétima série ou oitavo ano

da Escola Estadual Guimarães Rosa – Ensino Fundamental, localizado no Jardim

América, município de Assis Chateaubriand, Paraná, Brasil. O trabalho contemplou

duas etapas: a primeira compreendeu a produção de uma Unidade Didática

contendo atividades lúdicas; e a segunda consistiu na aplicação, em sala de aula,

dessas atividades lúdicas entre outras para auxiliar na fixação do conteúdo

trabalhado.

A Unidade Didática elaborada apresenta duas partes, uma com conteúdo

teórico contemplando o estudo morfológico e fisiológico do sistema digestório

humano, com ênfase nas células parietais ou oxínticas; e outra parte com atividades

lúdicas para fixação do conteúdo. As atividades lúdicas produzidas foram

organizadas e numeradas de 1 a 6, de acordo com o conteúdo teórico abordado. As

atividades têm como objetivo a fixação de termos biológicos do sistema digestório

humano, a localização e função dos seus órgãos, bem como, a constituição celular

do epitélio do estômago, morfologia e a fisiologia das suas células, em especial das

parietais ou oxintícas. Referências bibliográficas das áreas de ciências e biologia

(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2005; LOPES e ROSSO, 2005), foram necessariamente

utilizadas para a construção da unidade didática.

A Unidade Didática foi apresentada ao corpo docente da escola para

conhecimento do material produzido. E na sequência, durante o desenvolvimento

on line3 do curso, participantes do GTR-2011, tiveram a oportunidade de conhecer,

3 online" ou “on line”:"estar disponível ao vivo". Outros significados: web site: estar disponível para

acesso imediato a uma página de Internet, em tempo real. Na comunicação instantânea: estar pronto

para a transmissão imediata de dados, seja por meio falado ou escrito. No contexto de um outro

sistema de informação: estar em plena operação, de acordo com as funções desempenhadas nessa

rede ou sistema.

analisar, refletir e avaliar as atividades lúdicas propostas.

Após esse processo, no primeiro dia de aula, a direção e equipe

pedagógica da escola participaram expondo o objetivo do projeto aos alunos,

explicando-lhes sobre sua importância.

Na sequência, iniciamos o trabalho com a turma aplicando um

questionário (Apêndice 01), contendo questões objetivas sobre a importância do

sistema digestório no processo de digestão e absorção de nutrientes. A aplicação

do questionário teve a finalidade de levantar junto aos alunos o conhecimento prévio

do conteúdo.

Com a correção e análise do questionário, observado o resultado pouco

satisfatório, foi organizado várias atividades pedagógicas para auxiliar na fixação do

conteúdo das atividades da unidade didática produzida na primeira etapa. Os

materiais utilizados nas atividades pedagógicas para auxiliar nos estudos do sistema

digestório foram: filmes de vídeo, imagens em banner, textos didáticos, torso do

sistema digestório e pesquisa na Internet.

As atividades tiveram início com o vídeo intitulado "Funcionamento do

Sistema Digestório", onde foi apresentado o trabalho exercido por este sistema.

Paralelamente, um banner foi fixado no quadro para mostrar detalhes da anatomia

do sistema digestório e comparar com as imagens do vídeo que iam sendo

pausadas para explicar as teorias científicas do conteúdo.

Na sequência, os alunos fizeram uma leitura individual do texto "A

Digestão Passo a Passo” descrito no livro de Alvarenga et al. (2008), e depois o

conteúdo foi discutido com a turma. As teorias do texto foram relacionadas com as

imagens tanto do banner como do vídeo assistido.

Em seguida, o torso do sistema digestório do corpo humano foi

manuseado e montado pelos alunos, que observavam a sequência correta dos

órgãos, conforme o caminho percorrido pelo alimento durante o processo de

digestão. Depois, fizeram as atividades 01, 02 e 03 da Unidade Didática para

localizar os órgãos do sistema digestório; identificar as diferentes regiões do

estômago (cárdia, fundo, corpo e piloro) e; reconhecer a posição anatômica da

cárdia, fundo, corpo e piloro, respectivamente. Na realização das atividades 01 e 02

foi usado lápis de cor para pintar os órgãos e as regiões do estômago, conforme as

cores da legenda.

Posteriormente, os alunos pesquisaram na Internet, no laboratório de

informática da escola, sobre a composição celular do tecido epitelial do estômago.

Ao retornarem para sala de aula realizaram a atividade 04 da unidade didática com a

finalidade de identificar os principais tipos celulares do epitélio do estômago

(Neuroendócrina, Principal, Parietal e Mucossecretora) e reconhecer suas

morfologias. Também fizeram a atividade 05 para observar a organização das

células no epitélio do estômago. Na realização dessas atividades, também foi usado

lápis de cor para pintar as células conforme as cores da legenda e cada célula foi

recortada no seu contorno e colada em cartolina com sua identificação.

Para reconhecer uma célula, os alunos visualizaram os alvéolos do

endocarpo da laranja, ou seja, as células macroscópicas da laranja. Depois

visualizaram a imagem da célula da cebola (microscópica) e explicações dos

constituintes da célula através de vídeo na TV multimídia4 para entenderem que o

citoplasma celular, onde se encontra o núcleo e organelas, é protegido por uma

membrana plasmática. E que cada célula tem uma forma diferente.

Na sequência foi realizada a atividade 06 da unidade didática, cujo

objetivo é reconhecer a morfologia da célula parietal ou oxíntica e sua principal

organela, a mitocôndria. Para identificar cada estrutura da célula, o citoplasma, o

núcleo e as mitocôndrias foram coloridos conforme as cores identificadas na legenda

da atividade.

Para fixar melhor o conteúdo trabalhado junto às diversas atividades

realizadas, os alunos fizeram leitura de um texto informativo sobre a função do

estômago na trituração dos alimentos, e a importância da ingestão de alimentos

saudáveis, descrito no livro de Oliveira (1990). Também foi proposto aos alunos que

elaborassem uma paródia sobre o que aprenderam a respeito do Sistema

Digestório. Os alunos escreveram a paródia e utilizaram a música "Ai se eu te pego,

do cantor Michel Teló" para apresentar a paródia, que foi cantada ao som de um

4 Equipamento de cor laranja com tela inicial que a identifica como um patrimônio da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná. Além dos atributos de uma TV comum possui entradas para cartão

memória e para pen drive – dispositivo de armazenamento de arquivos.

violão, tocado por um dos alunos da sala. Fizemos a tarde da deglutição com

alimentos saudáveis para enfatizar, de maneira agradável, a importância do sistema

digestório. Conforme os alunos se alimentavam, comentavam entre eles sobre o

caminho percorrido pelo alimento no sistema digestório e as transformações

ocorridas em cada órgão.

Para enfatizar a importância de uma alimentação saudável para o bom

funcionamento do organismo, os alunos foram pesados para que seu IMC (Índice de

Massa Corporal) fosse calculado e avaliado. Todos participaram e aqueles que

estavam fora do peso ideal refletiram sobre sua alimentação.

E para concluir o trabalho, o questionário inicial foi aplicado novamente

para verificar o nível de aprendizagem, após a realização das atividades lúdicas de

ensino.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A unidade didática produzida foi intitulada "Sistema Digestório: Estratégias

Lúdicas no Ensino de Células Parietais", com um conteúdo bastante didático,

preservando-se a linguagem técnica e científica, de suma importância para o

processo de ensino e aprendizagem, conforme colocado por Leite e Almeida (2001).

A primeira parte da Unidade Didática constitui-se de uma abordagem teórica

sobre a importância do sistema digestório humano no processo de digestão dos

alimentos. Foi dado ênfase nas células parietais ou oxínticas localizadas no

estômago, pois são responsáveis pela produção do ácido gástrico, que atua na

digestão do alimento e, produz também, uma glicoproteína que ajuda na absorção

da vitamina B12, de extrema importância para o organismo.

A segunda parte contempla atividades lúdicas que foram elaboradas com o

objetivo de auxiliar na fixação do conteúdo abordado na primeira parte da Unidade

Didática. As atividades propostas na Unidade Didática foram: Atividade 01 –

Localização anatômica dos órgãos do sistema digestório humano – para localizar a

posição dos órgãos no sistema; Atividade 02 – Regiões do estômago humano –

para identificar a cárdia, fundo, corpo e piloro (regiões do estômago) Atividade 03 –

Quebra-cabeça do estômago – para reconhecer a posição anatômica das diferentes

regiões do estômago; Atividade 04 – Células do tecido epitelial do estômago – para

identificar os principais tipos de células (mucossecretoras, principais,

neuroendócrinas e parietais) do epitélio do estômago; Atividade 05 – O tecido

epitelial do estômago – para localizar as células no epitélio do estômago; Atividade

06 – Célula parietal ou oxíntica – para reconhecer a morfologia da célula parietal ou

oxíntica e identificar o núcleo, o citoplasma e as mitocôndrias (organela mais

numerosa). (Apêndice 02).

O lúdico permite maior interação entre os assuntos abordados e, quanto

mais intensa for esta interação, maior será o nível de percepções e reestruturações

cognitivas realizadas pelo estudante (PARANÁ, 2008).

O conteúdo trabalhado foi adequado ao nível de desenvolvimento

cognitivo dos alunos, mantendo-se o necessário rigor conceitual, com linguagem

adequada à série, Assim, diversos livros didáticos de Ciências foram pesquisados

para a construção do presente trabalho. As atividades propostas foram elaboradas,

considerando-se os limites e possibilidades de cada um conforme colocado pelas

Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ciências - DCE (PARANÁ, 2008).

Muitas leituras foram realizadas para que houvesse clareza sobre a

proposta almejada. Referências bibliográficas das áreas de ciências foram

necessariamente utilizadas, e o instrumento de apoio didático, pelo qual buscamos

fundamentação para a avaliação diagnóstica e teorias, foi o Livro Ciências

integradas de Alvarenga et al. (2010).

Após análise do primeiro questionário observou-se um resultado pouco

satisfatório, alguns alunos não sabiam a localização do esôfago e outros órgãos do

sistema digestório. Nesse sentido, foi feito um levantamento mais apurado junto aos

alunos sobre o tema, onde o professor fazia perguntas e cada um respondia de

acordo com seus conhecimentos prévios. Observou-se assim, que apresentavam

muitas dúvidas a respeito do funcionamento do sistema digestório.

Segundo Piaget (1975), o desenvolvimento cognitivo é um processo

contínuo, que depende da ação do sujeito e de sua interação com os objetos.

Quando a educação almeja promover este desenvolvimento, deve-se favorecer o

crescimento do aluno por seus próprios meios, oferecendo condições para que isso

ocorra. Assim, cabe ao professor desenvolver novas práticas que permitam aos

alunos um melhor aprendizado utilizando-se de metodologias apropriadas no sentido

de fazer o aluno encontrar suas próprias respostas e construir soluções para os

problemas apresentados. Tendo em vista estes objetivos o professor pode

desenvolver suas aulas utilizando atividades lúdicas. E, como citado por Chaguri

(2006), a intervenção do professor deve ocorrer no momento certo, estimulando os

alunos a uma reflexão, para que possa ocorrer a estruturação do conhecimento.

A primeira atividade realizada, o vídeo "Funcionamento do Sistema

Digestório", fez com que os alunos se concentrassem no conteúdo, eles se

interessaram muito pelo assunto e ficaram maravilhados com as imagens, pois elas

mostraram o funcionamento do sistema digestório tal qual ele é, com uma aparência

bastante próxima do real. Alguns alunos apalpavam seu pescoço até o estômago,

buscando sentir os órgãos que apareciam no vídeo. O banner exposto no quadro

facilitou a comparação com as imagens do vídeo, que iam sendo pausadas para que

o professor explicasse as teorias científicas. Os materiais utilizados tornaram as

aulas atrativas, interessantes, significativas e compreensivas.

A leitura do texto "A Digestão Passo a Passo” do livro de Alvarenga et al.

(2010), teve como objetivo o estudo científico do sistema digestório, o que facilitou a

fixação do conteúdo estudado após a realização das atividades anteriores. Ficou

evidente que houve um avanço na aprendizagem, pois os alunos debateram o

assunto com entusiasmo, entre eles e com o professor. As teorias, nitidamente,

foram confrontadas com o vídeo assistido e os alunos levantavam-se de suas

carteiras para identificar no banner, o que estava sendo estudado. A aula foi

bastante dinâmica e divertida, e a discussão entre eles abriu margem para a

socialização das ideias, memorização do que estava sendo trabalhado e

principalmente, sua compreensão.

Segundo Saviani (1989), o professor deve considerar o que o aluno sabe,

ou seja, o que tem de conhecimento sobre os temas abordados, mesmo que

informal, e ir introduzindo gradativamente os conteúdos científicos, fazendo-os

participar, interagir, discutir até chegar ao conhecimento científico almejado. O lúdico

é uma alternativa metodológica que auxilia nesse processo, e ainda, segundo

Mauricio (2008), o lúdico traz uma significante melhora no desenvolvimento humano

no que tange ao crescimento pessoal, social, cultural, motor, além da comunicação,

expressão e construção do pensamento.

Na montagem do torso do sistema digestório, os alunos manusearam as

peças observando a morfologia de cada órgão e o encaixe das peças uma a outra

no organismo. Como já haviam visualizado as imagens do sistema no vídeo e

banner, a montagem anatômica do torso foi fácil de realizar. O manuseio foi

promovedor de curiosidade e aproveitavam para comentar sobre o trajeto do

alimento da boca até o ânus. Expectativa e sorrisos não faltavam nesta atividade,

eles brincavam com a montagem das peças e iam relatando o nome de cada órgão

do sistema digestório. Então nesse momento, lembraram-se das respostas que

deram no questionário inicial e riam de si mesmos, pois antes não sabiam onde

ficava o esôfago e com a realização das atividades, a dúvida foi esclarecida e

compreendida.

Na realização das atividades 01, 02 e 03 da unidade didática, ficou claro

que houve aprendizagem, pois todos os alunos fizeram as atividades com mais

segurança, e sem nenhum erro. Na atividade 01 pintaram os órgãos no modelo do

sistema digestório, conforme as cores pintadas na legenda com nome dos órgãos; e

na atividade 02 pintaram o modelo das regiões do estômago, conforme as cores

pintadas na legenda com os nomes das regiões.

No caso da atividade 03, produziram as peças do estômago conforme os

moldes da atividade, pintaram, recortaram e montaram o quebra-cabeça,

reconhecendo a posição anatômica das diferentes regiões do estômago. O fato de

trabalhar com cores diferentes, conforme as da legenda, facilitou visualizar a

localização de cada órgão. E ainda, a atividade 02 auxiliou a realização da atividade

03, pois a legenda contendo os nomes científicos das diferentes regiões do

estômago (Cárdia, Fundo, Corpo e Piloro) contribuiu na montagem do quebra-

cabeça.

Ao terminarem as atividades o professor enfatizou a importância do

estômago e suas diferentes regiões, para entenderem que cada região apresenta

uma função. A atividade 02 e 03 fizeram com que o aluno refletisse sobre a

importância do estômago para o bem estar humano, e ainda, questionaram sobre os

hábitos alimentares não saudáveis e as consequências para a saúde. O que parecia

distante se tornara realidade, pois tomaram consciência de que o estômago

necessita de cuidados, pois nele ocorrem funções importantes para o bem estar do

organismo.

Verifica-se, portanto, que a sequência de atividades empregadas nesse

conteúdo foi fundamental para os alunos serem motivados a aprender. De acordo

com Sanmarti (2002), para se efetuar uma aprendizagem significativa deve ser

oferecido aos alunos uma quantidade diversificada de tarefas e, segundo Tapia

(2004), é o professor que deve criar condições para propiciar a motivação.

Esta perspectiva do ensino de Ciências pode ser observada nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), ao considerar que é

imprescindível no processo de ensino aprendizagem o incentivo às atitudes de

curiosidade, de respeito à diversidade de opiniões, à persistência na busca e

compreensão das informações das provas obtidas, de valorização da vida, de

preservação do ambiente, de apreço e respeito à individualidade e a coletividade.

Intermediando na realização das atividades 04, 05 e 06 (Células do tecido

epitelial, o tecido epitelial e célula parietal ou oxíntica do estômago,

respectivamente), várias outras atividades foram realizadas, o que tornou a aula

bastante dinâmica e estimulou a curiosidade nos alunos. O fato de pesquisarem na

Internet sobre “a composição celular do tecido epitelial do estômago” e em seguida

realizarem as atividades 04 e 05, foi dinâmico e muito interessante, pois se

mostraram muito motivados na realização dessas atividades. Ficou claro para eles

entenderem “o que é um tecido do organismo” e que “o tecido é formado por células

de vários tipos e com formas diferentes”. As cores das células, conforme as da

legenda e o recorte no contorno das células facilitaram muito na identificação dos

tipos celulares, suas funções e a posição ocupada no epitélio do estômago. Quando

entenderam que a função do estômago é atuar na digestão do alimento, auxiliado

por estas células, questionaram muito com o professor sobre a importância da

mastigação, a ingestão de líquidos, fibras e alimentos saudáveis, para que o

estômago consiga digerir melhor.

Visualizar e saber que os alvéolos do endocarpo da laranja são células

(macroscópicas) facilitou muito na compreensão de que os tecidos do organismo

são formados por células e que estas são microscópicas, conforme fotomicrografias

do epitélio da cebola, mostradas em vídeo na TV Multimídia. Essas células são

grandes, então mostrou claramente as regiões do núcleo e citoplasma e sua

morfologia. Apesar de não ser visualizado, foi explicado pela professora que no

citoplasma, localizam-se as organelas e que o mesmo é envolvido pela membrana

plasmática.

A atividade 06, apresentando o modelo da célula parietal mostra com

muita evidência, sua morfologia, o núcleo e o citoplasma repleto de mitocôndrias, de

forma que os alunos não tiveram dúvidas e a realizaram com facilidade. O fato de

trabalhar com cores diferentes e contrastantes, conforme as da legenda, destaca

com clareza a localização de cada região da célula.

Os alunos se mostraram muito entusiasmados na realização das

atividades, o que favoreceu a cada um expressar-se livremente e a agir e interagir

em sala de aula. Atitudes essas que são defendidas por Santos (2001), pois o autor

frisa que, trabalhar com atividades que apresentam desafio, estimula a atenção e a

concentração dos alunos. O aluno aprende o conteúdo de uma forma gostosa e

prazerosa. Assim, trabalhar a ludicidade é fundamental para o aprendizado.

A paródia elaborada (Apêndice 03), e cantada pelos alunos e os

comentários sobre a importância do sistema digestório, enquanto se alimentavam na

tarde de deglutição, indicou que o trabalho realizado foi bastante eficiente, pois

confirmaram a compreensão do conteúdo. A atividade realizada na forma de paródia

musical foi tão divertida e envolvente que se organizaram para apresentá-la num

evento que ocorrerá na escola, na Semana de Integração Escola/Comunidade, a

realizar-se no período de 02 a 04 de julho de 2012.

A música, quando apresenta um ritmo agradável e divertido, estimula a

atenção do aluno, fazendo com que entenda o que esta sendo anunciado na letra.

Aproveitando essas características da música, os alunos adaptaram o conteúdo

científico apropriado por eles e com humor, o transmitiram. Segundo Colares

(1991), a adaptação da música na educação nada mais é do que a adequação de

temas melódicos e literários, ou seja, a criação de composições pedagógicas que

faz da música um veículo de integração entre matérias no currículo escolar.

A atividade onde os alunos foram pesados para avaliar o IMC foi

enriquecedora para a conscientização, pois cada um refletia sobre a sua

alimentação, principalmente aqueles que estavam muito acima do peso. Além disso,

essa atividade acabou tendo um caráter interdisciplinar, pois eles mesmos

realizaram as contas matemáticas para os cálculos do IMC, chegando à conclusão

da importância da matemática para conhecer a massa do seu corpo, ou seja, a

relação da massa muscular e gordura.

Com a análise do questionário que fora aplicado no início e no final das

atividades lúdicas de ensino, verificou-se que a metodologia aplicada foi

fundamental para o processo de aprendizagem, notando-se que as atividades

incentivaram o aluno a construir seu próprio conhecimento. O número de acertos no

questionário inicial foi de 23,2% (Figura A), enquanto que o acerto do questionário

aplicado no final das atividades foi de 73,7% (Figura B). É importante frisar que o

questionário foi respondido pelos alunos sem estudo prévio do conteúdo, ou seja,

eles não foram avisados sobre o questionário e para respondê-lo, buscaram na

memória o que tinham aprendido com as atividades realizadas previamente. Assim,

nossos resultados mostram que as atividades lúdicas aplicadas em nosso trabalho

induziram o armazenamento de informações e a apropriação dos conteúdos.

Figura 01. Gráfico dos resultados dos questionários aplicados antes (A) e depois (B) da realização das atividades lúdicas. Na legenda ( Certo) representa o número de questões respondidas corretamente; ( Errado) representa o número de questões respondidas de forma incorreta.

Figura A Figura B

Os gráficos mostram que houve avanços significativos na aprendizagem,

demonstrando assim, que a ludicidade, desperta o interesse do educando, mesmo

porque, ao aluno do ensino fundamental, ainda lhe é bastante peculiar a brincadeira

e a imaginação. Reconhecemos o que é específico da infância: seu poder de

imaginação, a fantasia, a criação, a brincadeira entendida como experiência de

cultura (KRAMER, 2006). As experiências adquiridas vão gerando conhecimentos e

estes geram cultura, ou seja, o contato com novas possibilidades que fornecem

compreensão e apropriação dos saberes, passa de conhecimento prévio para

conhecimento erudito; a cultura popular abre espaço para a cultura científica, esta

que somente a escola é capaz de promover. Os alunos ao estudarem com a

proposta lúdica sentem-se seguros, arriscam mais ao fazerem perguntas à

professora e entre si, demonstram felicidade e entusiasmo, pois são agentes da

construção do conhecimento. Segundo Krasilchik (2005), as perguntas feitas pelos

alunos os motivam no raciocínio, facilitando a aprendizagem e memorizando quando

os docentes fazem uso de atividades lúdicas.

A Unidade Didática produzida foi trabalhada conforme a relação do aluno

com estímulos associados ao que já sabe, sua participação nas atividades,

questionamentos e confrontação dos saberes, e tudo isso, associado ao aprender

brincando. Kishimoto (2011) coloca o seguinte “A ação comunicativa que se

desenrola entre mãe e filho dá significado aos gestos e permite à criança decodificar

contextos e aprender a falar”. Com base nessas palavras podemos dizer que, em

sala de aula a mediação entre alunos-professor, aluno-alunos, alunos-atividades fará

com que a comunicação, os exemplos e a discussão teórica interajam de tal forma

que todos aprendem participando de maneira lúdica.

Pois, assistir a vídeos, pesquisar sobre as células na internet, analisar as

imagens contidas no banner, estudar coletivamente textos teóricos com a mediação

do professor e participação do aluno nos questionamentos, recortar moldes de

células, montar quebra-cabeças de moldes e do torso humano, deglutir alimentos

saudáveis imaginando todo o processo metabólico, e por fim, elaborar paródia, cujo

conteúdo fora o que se aprendeu, é uma maneira gostosa de apropriar-se do

conteúdo científico. Neste caso, o aluno torna-se sujeito de sua aprendizagem,

observa nos conteúdos o sentido para a aprendizagem, logo, passa a obter um

conhecimento capaz de fazê-los associar ao que se está aprendendo. Sua

imaginação vai além dos conteúdos propostos.

Em cada atividade proposta, o aluno teve oportunidade de relacioná-las

com o conhecimento já existente. Krasilchik (2005) e Oliveira (2005) colocam que a

aprendizagem de novos conceitos torna-se significativa quando o aluno o relaciona

aos conhecimentos prévios que possui. Assim, as imagens observadas no vídeo,

Internet, banner, apostila, TV Multimídia; as pinturas e montagens dos órgãos do

sistema digestório e partes do estômago, conforme moldes e recorte e colagem de

quebra-cabeça despertam a curiosidade para entenderem e associarem ao que já

sabe.

Além do aprendizado do conteúdo proposto, as atividades lúdicas

parecem ter despertado interesse dos educandos por outras áreas. Conforme o

relato de uma professora da escola, os alunos estavam mais questionadores, tinham

maturidade ao fazer perguntas relacionadas ao conteúdo, faziam-nas com

propriedade e entusiasmo. Outra comprovação sobre o bom desempenho da

proposta lúdica, foi a fala da pedagoga da escola que, segundo ela, em reunião com

os pais dos alunos para entrega de boletins, os mesmos disseram que os filhos

estavam gostando muito do projeto sobre o sistema digestório, que estavam

mudando alguns hábitos alimentares, e que gostariam de participar de outros

projetos.

Verifica-se assim, que a proposta de trabalho foi bem aceita, trouxe-nos

bons resultados e vontade de continuar investindo nesse trabalho, pois o aluno

como sujeito de sua aprendizagem, tornou-se motivado para estudar. Ao docente

vale frisar que a proposta pedagógica lúdica acarretar-lhe-á maior disponibilidade de

tempo, pois há necessidade de realizar várias pesquisas científicas, além de

confeccionar e organizar o material com atividades lúdicas. Porém, apesar do tempo

dispensado, entendemos que vale a pena investir nesse tipo de trabalho, basta

observar nossos resultados que apresentam uma aprendizagem significativa.

CONCLUSÃO

A escola precisa se dar conta que através do lúdico os alunos têm

chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico deve ser

considerado como parte integrante da vida do homem não só no aspecto de

divertimento, mas também no aspecto de adquirir conhecimento.

O lúdico, ao ser compreendido como proposta pedagógica, é capaz de

envolver o aluno à aprendizagem, pois esta metodologia os torna coadjuvantes do

saber, eles fazem parte da construção da aprendizagem, tendo como mediador do

processo, o professor, que será o porta voz dos conteúdos científicos, o articulador

dos saberes. Estes quando historicamente constituídos pela humanidade, devem ser

apreendidos e vivenciados no dia a dia dos alunos, no presente de suas vidas, é o

básico para uma aprendizagem ampla e significativa. A ludicidade, por ser uma

estratégia educativa, deve valorizar o saber do aluno e dispor-lhe a vontade de

compreender e aprender os conhecimentos científicos ensinados pelo docente, o

qual tem papel fundamental neste processo.

Quanto mais rica for a experiência pelo aluno, maior será o material

disponível e acessível à sua imaginação, daí a necessidade do professor ampliar

cada vez mais, as vivências do aluno com modelos didáticos, quebra cabeça,

vídeos, entre outros. A ludicidade deve permear o espaço escolar a fim de

transformá-lo num espaço de descobertas, de imaginação, de criatividade, enfim,

num lugar onde os alunos sintam prazer pelo ato de aprender.

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APÊNDICE 01

QUESTIONÁRIO

Aluno/a:

Marque a alternativa certa.

1. O tubo digestório começa:

a) ( ) no nariz.

b) ( ) na boca.

c) ( ) no esôfago.

d) ( ) na traqueia.

2.O esôfago está situado entre:

a) ( ) o estômago e o intestino delgado.

b) ( ) o pâncreas e o estômago.

c) ( ) a boca e o estômago.

d) ( ) o intestino delgado e o intestino grosso.

3. O estômago é responsável pela:

a) ( ) digestão mecânica e química dos alimentos.

b) ( ) digestão das gorduras.

c) ( ) digestão mecânica dos alimentos.

d) ( ) absorção de água e sais minerais.

4. A digestão das proteínas começa:

a) ( ) na boca.

b) ( ) no esôfago.

c) ( ) no estômago.

d) ( ) no intestino delgado.

5. São glândulas anexas ao Sistema Digestório:

a) ( ) o fígado e a hipófise.

b) ( ) a faringe e a vesícula biliar.

c) ( ) as glândulas salivares, pâncreas e fígado.

d) ( ) a hipófise e a tireoide.

6. São regiões do estômago:

a) ( ) duodeno, jejuno e íleo.

b) ( ) cárdia, fundo, corpo e piloro.

c) ( ) ceco, cólon e reto.

d) ( ) faringe, laringe e esôfago.

7. Células responsáveis pela produção do ácido clorídrico e o fator intrínseco aliado à Vitamina B12:

a) ( ) absortivas.

b) ( ) parietais.

c) ( ) pancreáticas.

d) ( ) endócrinas.

8. A falta da Vitamina B12 pode causar:

a) ( ) disenteria.

b) ( ) anemia.

c) ( ) hemorragia.

d) ( ) taquicardia.

9. Organelas citoplasmáticas presentes em grande quantidade nas células parietais:

a) ( ) lisossomos.

b) ( ) ribossomos.

c) ( ) mitocôndrias.

d) ( ) retículo endoplasmático.

10. O sistema digestório possui:

a) ( ) movimentos involuntários.

b) ( ) movimentos peristálticos.

c) ( ) movimentos voluntários.

d) ( ) movimentos enzimáticos.

11. É no intestino delgado que ocorre:

a) ( ) absorção de água e sais minerais.

b) ( ) absorção de nutrientes, aminoácidos.

c) ( ) absorção de gorduras.

d) ( ) eliminação das fezes.

12. As funções do intestino grosso são:

a) ( ) absorção de nutrientes e formação de fezes.

b) ( ) absorção de água, sais minerais e formação de fezes.

c) ( ) a formação de gases e a eliminação de água.

d) ( ) a produção de enzimas e absorção das fezes.

APÊNDICE 02

Atividades Lúdicas da Unidade Didática.

APÊNDICE 03

Letra da Paródia desenvolvida pelos alunos da sétima série ou oitavo ano da Escola Estadual Guimarães Rosa – Ensino Fundamental.

SAÚDE SIM, DOENÇA NÃO (Ritmo da música: Ai se eu te pego - Michel Teló)

Saúde, saúde É o que me interessa. Doença não me pega Doença não me pega. Ingiro lipídios, Glicídios e proteínas. Doença não me pega Doença não me pega. Sábado, lá em casa Com a família vou comprar Mais frutas, legumes e hortaliças Pra melhor me alimentar. Saúde, saúde É o que me interessa Não fico doente Pois sou inteligente. Sal e açúcar Assim vocês me matam. Ai se adoeço Ai, ai se adoeço. Sábado, lá em casa Uma horta fomos plantar Alimentos frescos e orgânicos Vamos todos cultivar

Saúde, saúde É o que me interessa. Doença não me pega Doença não me pega. Ingiro lipídios, Glicídios e proteínas. Doença não me pega Doença não me pega. Com estes alimentos Meu estômago me agradece A digestão fica fácil E eu fico saudável. Saúde, saúde É o que me interessa. Doença não me pega Doença não me pega.