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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC MÁRIO ESDRAS FIQUEIREDO ACIOLY MÁRIO SANTANA FILHO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CARACTERIZAÇÃO DE CASO DE SUCESSO NA CASAL DE MACEIÓ-AL Maceió-AL 2018.1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

MÁRIO ESDRAS FIQUEIREDO ACIOLY

MÁRIO SANTANA FILHO

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CARACTERIZAÇÃO DE CASO DE

SUCESSO NA CASAL DE MACEIÓ-AL

Maceió-AL 2018.1

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MÁRIO ESDRAS FIQUEIREDO ACIOLY

MÁRIO SANTANA FILHO

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CARACTERIZAÇÃO DE CASO DE

SUCESSO NA CASAL DE MACEIÓ-AL

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como requisito final, para conclusão do curso de

Engenharia Civil, Centro Universitário CESMAC,

sob a orientação do Professor MSc. Sérgio

Venancio da Silva.

Maceió-AL

2018.1

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

S231s

Santana Filho, Mario

Sistema de gestão da qualidade na construção civil:

caracterização de caso de sucesso na casal de Maceió-AL

/ Mario Santana Filho, Mário Esdras Figueiredo Acioly

. -- Maceió: 2018

40 f.: il.

TCC (Graduação em Engenharia civil) - Centro Universitário

CESMAC, Maceió - AL, 2018.

Orientador: Sérgio Venâncio da Silva

1. Gestão da qualidade. 2. ISSO 9001.

3. PBQP-H. 4. Maximização dos serviços.

I. Silva, Sérgio Venâncio da. II. II. Título.

CDU: 624:005.6(813.5)

Evandro Santos Cavalcante

Bibliotecário CRB-4/1700

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MÁRIO ESDRAS FIQUEIREDO ACIOLY

MÁRIO SANTANA FILHO

SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CARACTERIZAÇÃO DE CASO DE

SUCESSO NA CASAL DE MACEIÓ-AL

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como requisito final, para conclusão do curso de

Engenharia Civil, Centro Universitário CESMAC,

sob a orientação do Professor MSc. Sérgio

Venancio da Silva.

________________________________________ SÉRGIO VENANCIO DA SILVA

________________________________________ ANTONIO EVERALDO VITORIANO DE ARAUJO

________________________________________ LUCAS TARDELLY LINS MARIZ FERREIRA

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AGRADECIMENTOS

MÁRIO ESDRAS FIQUEIREDO ACIOLY

Esta fase da minha vida é muito especial e não posso deixar de agradecer a

Deus por toda força, ânimo e coragem que me ofereceu para ter alcançado minha

meta. A este Centro universitário, seu corpo docente, direção e administração que

oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela

acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.

Aos professores reconheço um esforço gigante com muita paciência e

sabedoria. Foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco

mais todos os dias.

Ao meu orientador Sérgio Venancio da Silva, pelo suporte no pouco tempo que

lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Quero deixar um

agradecimento eterno a todas as pessoas que, de uma alguma forma, me ajudaram

a acreditar em mim, porque sem elas não teria sido possível.

MÁRIO SANTANA FILHO

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter me dado a felicidade de

realizar um sonho que sempre tive, por ter me dado saúde para que isso

acontecesse e muita força de vontade para que isso fosse possível e por ter me

sustentando em momentos adversos e muito difíceis que tive de passar.

Tive muita sorte de ter nascido na família que nasci, ter o aporte de meus pais

sempre fazendo de tudo para que eu pudesse realizar o meu sonho, sonho também

deles, em especial meu pai Mário e minha mãe Regina que movem o mundo pelo

bem de seu filho, gostaria de agradecer ao apoio que tive de dois primos que tenho

como irmãos, João e Lucas, a quem devo muito o amadurecimento como homem e

ao que sempre estou aprendendo no meu dia a dia.

Gostaria de agradecer aos amigos que tive na minha graduação, os quais irei

levar para vida toda e que sempre estarão em meu coração e nas minhas

lembranças por cada dia acadêmico que tive e ter passado por todas as situações,

das melhores às piores.

Por último, gostaria de agradecer ao orientador Sérgio Venancio da Silva, este o

qual tenho um carinho enorme por ter me ajudado neste fim de curso, que auxiliou de

todas as formas.

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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CARACTERIZAÇÃO DE CASO DE SUCESSO NA CASAL DE MACEIÓ-AL

QUALITY MANAGEMENT SYSTEM IN CIVIL CONSTRUCTION: CHARACTERIZATION OF CASE OF SUCCESS IN THE CASAL OF MACEIÓ-AL

Mário Esdras Figueiredo Acioly Mário Santana Filho

Graduandos do Curso de Engenharia Civil [email protected]

[email protected]

Sérgio Venancio da Silva Mestre em Engenharia

[email protected]

RESUMO

De forma que o tempo foi se passando, a gestão de qualidade foi surgindo para aperfeiçoar os modos de trabalho melhorando seu resultado e melhorando as práticas imposta. Surgindo com o interesse em melhorar toda a esfera que move o serviço prestado desde a matéria prima até o produto final, usando isso na construção civil, ocorreu melhoras em todos os pontos e então quando foi oficializado normas regulamentadoras como a ISO 9001, no Brasil foi incrementado o PBQP-H / Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, após isso, a gestão de qualidade passou a ser fundamental para que tenha maximização dos serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Qualidade. ISO 9001. PBQP-H. Maximização dos serviços.

ABSTRACT

So as time went by, quality management was emerging to perfect the ways of working improving its outcome and improving the imposed practices. Arising from the interest in improving the whole sphere that moves the service provided from the raw material to the final product, using this in civil construction, improvements have occurred in all points and then when it was made official regulatory standards such as ISO 9001, in Brazil was the PBQP-H / Brazilian Program for the Quality and Productivity of Habitat, after that, the quality management became fundamental to maximize the services, improving the quality of the workforce which leads to a better service, resulting in a final product in better condition.

KEY WORDS: Quality Management. ISO 9001. PBQP-H. Maximization of services.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

1.1 Considerações iniciais ........................................................................................... 9

1.2 Objetivos ............................................................................................................. 10

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 10

1.2.2 Objetivos específico ......................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 11

2.1 A história da qualidade ..................................................................................... 11

2.2 As eras de qualidade segundo Garvin.............................................................. 12

2.2.1 A 1ª Era: da Inspeção .................................................................................... 12

2.2.2 A 2ª Era: do Controle Estatístico da Qualidade ............................................. 12

2.2.3 A 3ª Era: da Garantia da Qualidade ............................................................... 14

2.2.4 A 4ª Era: da Gestão da Qualidade Total: Gestão Estratégica da Qualidade

(Total Quality Management -TQM). ........................................................................... 19

2.3 A evolução da gestão de qualidade no mundo ............................................... 25

2.3.1 As quatro etapas do PDCA de Deming: ........................................................ 27

2.4 A Evolução da Gestão de qualidade no Brasil ............................................... 28

2.5 A qualidade na construção civil ...................................................................... 30

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 35

4.1 Apresentação do projeto ..................................................................................... 35

4.1.1 O que a Casal entende por gestão de qualidade ............................................. 35

4.1.2 Como iniciou o uso de elementos que compõe a gestão de qualidade ............ 36

4.2 Em caso de reclamações e baixa ........................................................................ 36

4.2.1 O uso da ISO 9001 e PBQP ............................................................................. 37

4.2.2 O uso de terceirização ...................................................................................... 37

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

O uso de sistemas de gestão de qualidade na construção civil pode ser

alternativo com fins de melhorar o desempenho como um todo, na execução de

projetos.

Nos dias atuais, empresas do ramo da construção civil estão partilhando de

um momento onde a disputa e competitividade entre elas são muito grandes em

função das exigências de requisitos regulatórios, além dos inúmeros motivos sociais,

econômicos, políticos e tecnológicos presentes num mercado cada vez mais

competitivo. (MELHADO, 1999).

Dentro deste cenário tem-se as empresas gerenciadoras de obras que,

representadas por empreendedores, as vezes se mostram interessadas na

construção de imóveis, mas, por não terem aporte financeiro ou mão de obra

qualificada o suficiente para isto, deixam de aproveitar as oportunidades.

Nesse contexto entra em jogo um conjunto de práticas conhecido como

sistema de gestão da qualidade ou simplesmente SGQ, que tem por objetivo

aprimorar a capacidade da organização em atender aos requisitos do cliente e aos

requisitos regulatórios e, por consequência, trazer benefícios para a empresa que o

implementa. (SILVA; NOVAES, 2004).

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Caracterizar a situação de adoção de sistemas de gestão da qualidade na

CASAL na cidade de Maceió-AL.

1.2.2 Objetivos específico

Relacionar o atendimento aos requisitos das normas de referência dos

sistemas de gestão da qualidade ao desempenho quanto a prazos e

organização geral.

Propor roteiro de implantação de sistema de gestão da qualidade para

construtoras de pequeno porte.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Analisa a gestão pela qualidade e sua relação com a busca de soluções e

inovações coerentes na tentativa da maior produção das organizações, fazendo com

que essa gestão, seja otimizada de forma que englobe os maiores cargos da

empresa aos menores colaboradores. Analisa ainda os aspectos históricos que

conduziram a melhora gradativa da gestão de qualidade.

Nesse capítulo são apresentados os conceitos que organizam o campo de

conhecimento da temática Qualidade, assim como o histórico da Qualidade e sua

aplicabilidade.

2.1 A história da qualidade

O controle da qualidade moderno surgiu em meados dos anos 1930, nos

Estados Unidos, com o uso do gráfico de controle feito por Walter A. Shewhart na

área industrial, na empresa de telefonia Bell Telephone Laboratories. Em

memorando datado de 16 de maio de 1924, o Dr. Shewhart propôs o seu gráfico de

controle para análise de dados resultantes de inspeção, fazendo com que a

importância dada à inspeção, um procedimento baseado na detecção e correção de

produtos defeituosos, começasse a ser substituída por uma ênfase no estudo e

prevenção dos problemas relacionados à qualidade, de modo a impedir que os

produtos defeituosos fossem produzidos. (CARAVANTES, 1997)

Na época da revolução industrial, surgiram inúmeras ferramentas de trabalho

e de sistemas de unidades de medida e, na Inglaterra (DOLE B.G E PLUNKETT,

J.J.1990) (BARÇANTE, 1998), o controle de qualidade. Em 1935, os trabalhos sobre

controle da qualidade do estatístico E. S. Person foram utilizados como base para

criação dos Padrões Normativos Britânicos (British Standard BS 600). Nos Estados

Unidos, nesse mesmo período foram publicados sob a forma de normas, conhecidas

como American War Standarts Z1.1 – Z1.3., os procedimentos para o controle da

qualidade. Segundo Garvin (1992), a qualidade evoluiu até nossos dias

principalmente através de quatro Eras, dentro das quais a arte de obter Qualidade

assumiu formas especificas.

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2.2 As eras de qualidade segundo Garvin

2.2.1 A 1ª Era: da Inspeção

No final do século XVIII e princípio do século XIX, a Qualidade era alcançada

de uma forma muito diferente de hoje em dia. A atividade produtiva era basicamente

artesanal e em pequena escala. Os artesãos eram os responsáveis pelo produto e

pela qualidade final (BUZZEL, 1991).

Com o desenvolvimento da industrialização e o aparecimento da produção em

massa foi necessário um sistema baseado em inspeções, onde um ou mais atributos

do produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de garantir sua qualidade.

No início do século XX, Frederick W. Taylor, um engenheiro industrial, criou os

fundamentos, ou princípios da Administração Cientifica, e G.S. Radford, com a

publicação do livro The Control of Quality of Quality in Manufaturing legitimaram a

função do inspetor de qualidade, delegando a ele a responsabilidade e autoridade

pela qualidade dos produtos (GARVIN, 1992).

O objetivo nesta fase era obter qualidade igual e uniforme em todos os

produtos e a ênfase centrou-se na conformidade. Esta fase prevaleceu por muitos

anos, não havia uma análise crítica das causas do problema ou dos defeitos.

2.2.2 A 2ª Era: do Controle Estatístico da Qualidade

Na década de 1930, já saindo da Administração cientifica de Taylor e Fayol e

entrando nas Relações Humanas de Elton Mayor, surgem progressos significativos,

como o trabalho pioneiro de pesquisadores para resolver problemas referentes a

qualidade dos produtos da Bell Telephone, nos Estados Unidos. Este grupo pioneiro

da qualidade era composto por: Walter A. Shewhart criador da Carta de Controle que

foi aluno do professor Clarence Irwin Lews com sua Teoria Pragmática do

Conhecimento, Harold Dodge, Harry Romig, G.D. Edwards e, posteriormente, Joseph

Juran que dedicou esforços consideráveis em pesquisas que levaram ao surgimento

do Controle Estatístico de Processos.

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Stewart foi o mestre de W.E. Deming, que foi o primeiro a reconhecer a variabilidade

como inerente aos processos industriais, somando com utilizações de técnicas

estatísticas para obter o controle de processos. Uma ferramenta poderosa

desenvolvida por ele na época foi o Gráfico de Controle de Processo e até hoje muito

utilizada.

Figura 1: Exemplo de um Gráfico de Controle de Processo. Fonte: Joseph M. Juran 1997.

Acima um exemplo de um gráfico atual que segue o padrão de W.E. Deming.

O advento da 2° Grande Guerra Mundial iniciou uma série de alternativas para que

fossem criados alguns meios para lutar contra a ineficiência e impraticabilidade

apresentada pela inspeção 100% na produção em massa de armamentos e

munições. Com isso, Dodge e H. Romig (GARVIN, 1992) criaram algumas soluções

de amostragem, nos E.U.A., que obtiveram uma grande aceitação. Programas de

capacitação foram desenvolvidos para que fossem comercializados em uma larga

escala nos E.U.A. e Europa Ocidental, de modo que fizeram uma revolução na forma

padrão existente, sendo os novos programas tanto referente ao controle de

processo, quanto às técnicas de amostragem.

O foco inicial e principal era o de controlar a Qualidade através de métodos

estatísticos. Ênfase ao controle da variabilidade. Em julho de 1944 foi lançado o

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primeiro jornal especializado na área de Qualidade, Industrial Quality Control, que

iniciou logo mais a revista mundialmente conhecida, Quality Progress, editada pela

American Society for Quality Control (ASQC). A ASQC foi fundada em 1946 a partir

da formação, em outubro de 1945, da Society of Quality Enginers.

2.2.3 A 3ª Era: da Garantia da Qualidade

Entre 1950 e 1960 em plena atividade da Escola de Recursos Humanos e

com trabalhos de Maslow, McGregor e Herzberg no estudo da motivação humana,

vários trabalhos foram publicados no campo da qualidade. Mais uma ferramenta foi

criada, a prevenção e as técnicas foram além das ferramentas estatísticas, incluindo

conceitos, habilidades e técnicas gerenciais (JURAN,1951).

Os quatro principais movimentos que compõem esta era são:

A quantificação dos custos da qualidade;

Controle total da qualidade;

As técnicas de confiabilidade;

Programa Zero Defeitos de P. Crosby.

A Quantificação dos Custos da Qualidade

Os custos da qualidade dão embasamento ao programa da Qualidade e teve

seu pioneirismo e relevância quando Juran (1951) na publicação do livro Quality

Control Handbook que sinalizava aos gerentes os impactos das ações de qualidade

sobre os custos industriais, em seu foco principal, os decorridos das falhas internas e

externas nos produtos. O autor demonstrou com base em fatos e dados a evidência

dos custos da qualidade, ou da não qualidade e que o ideal seriam ações

preventivas para reduzir custos. Apontou os seguintes tipos de custos:

Custos Totais de uma Empresa conforme cita Barçante (1998), compreendem

todos os esforços e recursos alocados no fornecimento de produtos e serviços

aos clientes.

Custos de Produção compreendem os gastos com materiais diretamente

consumidos, com mão-de-obra direta, equipamentos utilizados e tecnologia

empregada.

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Custos de Fabricação são a soma dos custos de produção com os Custos

Indiretos de Produção, tais gastos como com engenharia, projeto, P&D” que é

o termo que define pesquisa e desenvolvimento”, controle da produção,

manutenção, além dos insumos utilizados, salários e gastos administrativos

associados a estas atividades de apoio a produção. Custos de Fabricação =

Custos de Produção + Custos Indiretos.

Custos de Comercialização são compostos pelos custos de marketing, vendas

e distribuição dos produtos e serviços.

Custos Totais da empresa envolvem os custos de Fabricação e os custos de

Comercialização, além de outros gastos indiretos, aluguéis, energia, etc. Os

(Custos Totais = Custos de Fabricação + Custos de Comercialização +

outros). Dentro dos Custos Totais da Empresa encontram os Custos Totais da

Qualidade, que podem ser contabilizados numa organização. Philip Crosby

aprofundou a contribuição pioneira de Juran (1951), a respeito do

conhecimento sobre os custos da qualidade, ou da não qualidade como

prefere Crosby.

Estes custos apontados por Juran (1951) estão associados à produção,

identificação, prevenção ou correção de produtos, processos e serviços que não

atendam aos requisitos, sendo classificados em quatro categorias: Custos de

Prevenção; Custos de Avaliação; Custos das Falhas Internas; Custos das Falhas

Externas.

O que é o Controle Total da Qualidade (TQC)

O Controle da Qualidade Total – TQC. O TQC - Total Quality Control ou Controle

da Qualidade Total é um sistema de gerenciamento, nascido nos EUA e

aperfeiçoado no Japão (TQC no estilo japonês).

Controle: Não é uma palavra muito simpática, por estar associada à ideia de

fiscalização ou limitação de liberdade. Mas no TQC seu significado é outro.

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Quando se diz que o processo está sob controle significa que as causas de

não conformidade estão dominadas, ou seja, o processo produz os resultados

desejados.

Qualidade: É o conjunto de características, intrínsecas ou extrínsecas,

concretas ou abstratas que fazem com que o consumidor ou usuário prefira

determinado produto ou serviço. Não é a simples ausência de defeitos (não-

conformidades) ou adequação ao uso. A qualidade do produto ou serviço deve

ser garantida em todas as fases de seu desenvolvimento: projeto, produção,

distribuição e assistência pós-venda.

Tratando-se de algo cuja forma de utilizar seja de cunho analítico e subjetivo, a

qualidade carece de medição, além da preferência do cliente. Seguindo também da

reclamação ou rejeição do cliente vindo sempre depois do produto estar no mercado,

sendo necessário estabelecer indicadores de qualidade que meçam as dimensões

da qualidade: qualidade, custo, atendimento, moral, e segurança, que serão

conceituadas mais adiante.

Total: O Controle de Qualidade é dito total por englobar a todos e ser

desempenhado em todos os lugares da empresa, envolvendo todos os níveis

e todas as unidades.

Quando se é referido ao termo qualidade, não se trata apenas das

características inerentes do produto, mas ao todo que está presente ou acompanha o

produto ou serviço. Para um melhor entendimento detalhamos a seguir as dimensões

da qualidade:

Qualidade: chamada de qualidade própria, são as características que

observadas diretamente no produto podem ser notadas. Para um produto

alimentício, as características de qualidade intrínsecas poderiam ser, por

exemplo: cor, textura, sabor, odor, carga microbiana, propriedades físico-

químicas, etc.

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Custo: Qual a importância de você possuir o melhor produto do mundo e não

ter o público alvo para comprar o mesmo. Mesmo que possa, o cliente só

pagará pelo produto que custar igual ou menor que o valor que ele perceber

no bem. Assim, todo o esforço deve ser atentado pelas pessoas da empresa

para reduzir os custos de produção, venda e assistência técnica. O TQC tem

várias ferramentas que possibilitam reduzir custos, entre elas o PDCA de

melhoria, também chamado de MASP (Metodologia de Análise e Solução de

Problemas).

Atendimento: O atendimento pode ser medido em termos de quantidade, local

e prazo de entrega.

Moral: De uma forma geral, a amostra de moral se tem na satisfação média

dos colaboradores, expressa em termos de sugestões apresentadas,

ausências ao trabalho, rotatividade, etc. Uma forma mais evidente de medir o

grau de satisfação da equipe é através de diagnósticos motivacionais,

realizados de forma a garantir o anonimato, com a totalidade ou parcela

representativa do quadro funcional e com questionário elaborado com a

participação dos próprios colaboradores.

Segurança: De modo geral, o fornecedor tem a obrigação de garantir que o

produto não coloque de formal alguma a integridade física do consumidor ou

usuário em risco. Isso é particularmente importante no caso de produtores e

prestadores de serviços em alimentação. Neste caso medidas importantes são

contagem de microrganismos patogênicos e análise de aditivos. Sobre essas

dimensões da qualidade são estabelecidos indicadores de qualidade e

produtividade, denominados Itens de Controle.

Em meados de 1956, Armand Feigenbaum estabeleceu e sistematizou os

princípios do que chamou de Total Quality Control – TQC, cuja finalidade básica era

a de criar um controle preventivo, desde o início do projeto até sua entrega final ao

cliente, com base num trabalho multifuncional. Feigenbaum definiu sua filosofia

básica: “a alta Qualidade dos produtos é difícil de ser alcançada se o trabalho for

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feito de maneira isolada”. Desse modo, ficou evidente que era necessário o

envolvimento de todas as áreas da empresa para garantir a qualidade do produto e

serviço. Seu trabalho foi o iniciador das normas de sistema de Garantia da Qualidade

a nível mundial, que mais tarde, na década de 1980, deram origem às normas

internacional ISO 9000 International Organization for Standardization-1987 com sede

em Genebra.

2.2.3.1 As Técnicas de Confiabilidade

No aprimoramento do âmbito das técnicas de confiabilidade, todas as teorias de

probabilidade estatística foram estudadas a exaustão, com objetivo o de evitar falhas

do produto ao longo de sua vida útil. As empresas pioneiras nesta forma de

abordagem foram: industriais espacial, eletrônica e militar. As técnicas

desenvolvidas, com impacto direto nos projetos dos produtos foram: Análise de efeito

e modo de falha (FMEA): que é uma revisão lógica e sistemática dos modos pelos

quais um componente de um sistema pode vir a falhar. Análise Individual de cada

componente: verificação da probabilidade de falhas da componente chave de um

dado sistema. Redundância: utilização de componentes em paralelo no sistema, a

fim de garantir seu funcionamento mesmo que um deles falhe.

2.2.3.2 O Programa Zero de Defeito de Crosby

O Programa Zero Defeitos iniciou nos Estados Unidos no ano de 1961 na

criação dos mísseis Pershing, liderado nos trabalhos de Philip Crosby. Sua

abordagem filosófica era fazer certo na primeira vez, mesmo que demorasse mais

um pouco. Desta forma, evitaria-se o retrabalho, os custos perdidos, etc. Foi dada

ênfase pela primeira vez a aspectos motivacionais que tinham sido estudados por

Maslow, Herzberg e McGregor desde 1940. Também foi considerado a importância

da iniciativa do fator humano através do treinamento, definição de objetivos e

divulgação de resultados da qualidade e o reconhecimento pelo resultado, trabalho

que foi também abordado por V. Vroom e F. Fournies na abordagem motivacional.

Em síntese, a Era da Garantia da Qualidade evidenciou-se pela valorização do

planejamento para obter a Qualidade, da coordenação das atividades entre os

departamentos, do estabelecimento de padrões da Qualidade, além das técnicas

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estatísticas. Tanto Feigenbaum quanto Juran perceberam a necessidade de as

empresas desenvolverem um novo tipo de especialista, não só de conhecimento de

estatística, mas principalmente gerenciais, surgiu o engenheiro da Qualidade

(CAMPOS, 1994).

2.2.4 A 4ª Era: da Gestão da Qualidade Total: Gestão Estratégica da Qualidade (Total Quality Management -TQM).

Foi dado início a esta era a partir da entrada com força no mercado americano

dos produtos japoneses de alta qualidade no final da década de 1970. A Era da

Gestão da Qualidade Total é a soma e consequência das três que a precederam e

está em curso até hoje, onde sofreu uma alteração para Gestão Estratégica da

Qualidade, onde se distribui dentro dos enfoques da moderna Gestão Estratégica de

Porter, Mintzberg, Prahalad & Hamel entre outros.

2.2.4.1 A Contribuição da Estratégia para a Qualidade Total

Diversos autores defendem que a Gestão pela Qualidade Total ou o TQC - Total

Quality Control é uma estratégia administrativa e que deve estar alinhada à

estratégia de negócio da empresa. O trabalho aqui apresentado segue esta ótica.

2.2.4.2 As origens da estratégia e sua contribuição para a Qualidade Total

A estratégia é um elemento importante para as organizações atuarem no

mercado de forma competitiva, pois é com o uso adequado da estratégia que as

organizações conseguem um melhor posicionamento e retorno financeiro de longo

prazo e obter a longevidade de suas empresas (DE GEUS,1999).

Os primeiros registros sobre estratégia datam de mais de dois mil anos a.C. e

tratam da seleção de estratégias especificadamente no contexto de batalhas

militares (ANSOFF, 1990). A origem do termo reside na atividade militar e deriva de

duas palavras gregas: “stratos”, que significa exército, e “legein”, significa conduzir.

Em sentido literal, estratégia significa o modo ou a arte de conduzir batalhas

para vencer a guerra. Esses escritos codificam e expressam a sabedoria do senso

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comum a respeito das condições ideais para se atacar um inimigo e defender a

própria posição (Mintzberg; Ahlstrand, Lampel, 2000).

Figura 2: inter-relação das eras da qualidade. Fonte: Barçante, 1998.

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21

Síntese das Quatro Eras da Qualidade – O Modelo de Garvin

Etapa do Movimento da

Qualidade

Identificação

de

Características

Inspeção

Controle

Estatístico da

Qualidade

Garantia da

Qualidade

Gerenciamento

Estratégico da

Qualidade

Preocupação

Básica

Verificação

Controle

Coordenação

Impacto

Estratégico

Visão da Qualidade

Um problema

a ser

resolvido

Um problema

a ser resolvido

Um problema

a ser resolvido,

mas que seja

enfrentado

proativamente

Uma

oportunidade de

concorrência

Ênfase

Uniformidade

do produto

Uniformidade

do produto

com menos

inspeção

Toda a cadeia

de produção,

desde o projeto

até o mercado,

e a

contribuição de

todos os

grupos

funcionais,

especialmente

os projetistas,

para impedir

falhas de

Qualidade

As

necessidades

do mercado e

do consumidor

Métodos

Instrumento

de medição

Instrumentos

e técnicas

estatísticas

Programas e

sistemas

Planejamento

estratégico,

estabelecimento

de objetivos e

mobilização da

organização

Papel dos profissionais da

Qualidade

Inspeção,

classificação,

contagem e

avaliação

Solução de

problemas e a

aplicação de

métodos

Mensuração

da

Qualidade, planejamento

Estabelecimento

de objetivos,

educação e

treinamento,

Page 21: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

22

estatísticos da Qualidade e projeto de programas

trabalho

consultivo com

outros

departamentos

e delineamento

de programas

Quem é o responsável pela Qualidade

O

departamento

de inspeção

Os

departamentos

de produção e

engenharia

Todos os

departamentos,

embora a alta

gerência só se

envolva

perifericamente

com o projeto,

o

planejamento,

a execução

das políticas da

Qualidade

Todos na

empresa, com a

alta gerência

exercendo forte

liderança

Orientação e

Abordagem

“Inspecionar”

a

Qualidade

“Controlar” a

Qualidade

“Construir” a

Qualidade

“Gerenciar” a

Qualidade

Figura 3: Síntese das Quatro Eras da Qualidade – O Modelo de Garvin

Fonte: Garvin, 1992.

Recentemente, o termo estratégia está presente no nosso dia-a-dia, tanto os

administradores quanto os profissionais como se fosse uma rotina. No entanto, cada

um lança mão de conjecturas diferentes. Mintzberg (1998), usando uma perspectiva

histórica, reúne as diversas contribuições em escolas.

Visando dar mais visibilidade à contribuição teórica sobre os novos conceitos

sobre estratégia será apresentada a seguir alguma das escolas de estratégia que

mais tem se destacado na atualidade.

Para Hamel (1998), pertencente à Escola do Aprendizado, estratégia é

revolução. “Na visão do autor, é preciso quebrar as velhas estruturas

empresariais para sobreviver no futuro. Não basta apenas uma pequena

alteração no processo tradicional de planejamento. É necessário um novo

alicerce filosófico”

Page 22: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

23

Enquanto Mintzberg (1998), autor reconhecido da Escola da Configuração,

aborda o conceito de estratégias emergentes como “aquelas que surgem sem

que haja uma intenção definida ou que, ainda que haja intenção, surgem como

se não houvesse”. Segundo o referido autor, na prática, todo o processo de

formulação de estratégia possui dois aspectos: um deliberado e outro

emergente.

O próprio Mintzberg afirma que não há estratégias puramente deliberadas ou

puramente emergentes. “Estratégias deliberadas ou emergentes são dois

extremos de uma série continua ao longo da qual encontram-se estratégias

que são esculpidas no mundo ideal de se formular uma estratégia”.

(MINTZBERG, 1998,)

Já a Escola da Concepção destaca que a formação da estratégia é

decorrente de um processo consciente e controlado. Acredita que a estratégia

não deveria ser o resultado de um processo intuitivo ou que ocorresse ao

acaso, mas sim o produto de procedimentos conscientes, deliberados e

advindos de treinamento. O modelo assenta-se na busca de um ajuste entre

ameaças e oportunidades observadas no meio ambiente e as forças e

fraquezas da organização (MINTZBERG, 1998).

A Escola do Planejamento teve seu início marcado pela publicação do livro

Corporate Strategy, de Igor Ansoff, em 1965. Esta escola aceita as premissas

da Escola de Concepção, porém distingue-se desta por ser mais detalhada e

específica em seus procedimentos construtivos (HEXSEL, 1993).

Segundo Mintzberg, Lampel & Ahlstrand(1999), analisando cada uma das 10

escolas, há muitas formas de definir estratégia. Dentre elas, estratégia é

posicionamento. “Lugar escolhido para determinados produtos em

determinados mercados”.

“A Escola do Posicionamento aceita as premissas metodológicas das duas

Escolas anteriores – Planejamento e Concepção, entretanto sua atenção

concentra-se na estratégia em si e menos nos processos do planejamento.

Seu foco é a relação entre ambiente e a estratégia competitiva prescritiva

decorrente” (HEXSEL, 1993,)

A Escola do Posicionamento conseguiu maior destaque a partir das

contribuições de Michael Porter com a publicação do livro Competitive

Page 23: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

24

Strategy, em 1980. Trouxe uma renovação no pensamento estratégico

tradicional.

O livro influenciou uma grande geração de profissionais. A partir daí surgiu um

forte movimento estratégico mundial, em pouco tempo, passou a ser a escola

dominante na área (MINTZBERG, 1998). A escola do posicionamento foi capaz de

criar e aperfeiçoar um conjunto de ferramentas analíticas dedicadas a ajustar a

estratégia correta à ambiência vigente.

As obras de Porter, em particular seu livro de 1980, seguido por outro, intitulado

Competitive Advantage, em 1985, ofereceram um conjunto de conceitos, entre os

quais encontra-se o modelo de análise competitiva, seu conjunto de estratégias

genéricas e sua noção da cadeia de valor (MINTZBERG, 1998).

Dentre as atuais e principais escolas de pensamento em estratégia, destaca-se

a do posicionamento, tendo Michael Porter como autor de maior destaque. Para

Porter, estratégia é a “criação de uma única e valiosa posição, envolvendo um

conjunto diferente de atividades”. Estratégia competitiva significa escolher um grupo

de atividades para empregar uma combinação única de valor.

Eficácia operacional significa desempenhar atividades similares melhor do que

os concorrentes. A eficácia operacional permite à empresa uma melhor utilização de

seus esforços, enquanto que estratégia significa desempenhar atividades diferentes

dos concorrentes ou desempenhar atividades similares de maneira diferente

(PORTER, 1986).

Algumas empresas apresentam maior eficácia operacional por otimizarem seus

esforços, eliminando ou reduzindo os desnecessários, empregando tecnologia mais

avançada, motivando seus funcionários ou tendo maior habilidade em manejar

atividades em particular ou conjunto de atividades. Melhoria constante na eficácia

operacional para alcançar maior rentabilidade geralmente não é suficiente. Poucas

empresas têm competido eficientemente nessas bases, permanecendo à frente dos

concorrentes por um período extenso. A razão mais óbvia para isto é a rápida

difusão das melhores práticas. Concorrentes podem imitar técnicas de

gerenciamento, novas tecnologias, melhoramento de recursos e práticas superiores

de alcançar as necessidades dos clientes (PORTER, 1986).

Porter (1986), separa o que é efetividade operacional de estratégia. Diz que o

Japão teve uma excelente efetividade operacional, não teve boas estratégias

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25

empresariais. No entanto, o Japão desenvolveu o melhor programa de qualidade

mundial e o programa de participação humana que se tornou benchmarking.

DEFINIÇÕES DA QUALIDADE

"É o conjunto de todas as características de um produto, desde o

marketing até assistência técnica, que determina o grau de satisfação

das exigências do cliente"

A. V. FEIGENBAUM

"É a adequação ao uso"

J.M. JURAN "É atendimento às necessidades atuais e futuras do consumidor"

W.E. DEMING

"É a busca contínua das necessidades do consumidor. Através de:

qualidade do produto, serviço, administração, pessoas, atendimento a

prazo certo"

K. ISHIKAWA "É conformidade aos requisitos"

P.B. CROSBY "A falta de qualidade é a perda que um produto causa à sociedade, após

ser expedido..."

G. TAGUCHYI

Figura 4: As definições de qualidade

Fonte: Crosby, 1990.

2.3 A evolução da gestão de qualidade no mundo

Desde os anos 80 até os dias atuais, com o acesso a informação e

comunicação cada vez mais eficiente, dentro dos padrões mundiais, intensificou-se o

intercâmbio de informações, cultura e conhecimento aprendido entre o Ocidente e o

Japão, tornando-se mais unificado o processo de evolução da Qualidade a nível

mundial.

Os diversos prêmios nacionais da Qualidade em diversos países refletem o

estado da arte da moderna Gestão da Qualidade Total em vigor na comunidade

técnica internacional. Pode-se observar na Figura 2 como a Qualidade evoluiu no

mundo ao longo dos anos, desde a Era da Inspeção até os dias atuais. A Qualidade

evoluiu sobre três eixos centrais:

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26

Evolução das áreas afins;

Evolução das técnicas;

Evolução do conceito Qualidade.

Os ideais de Deming têm uma maneira de atuar e ver as coisas meio que

revolucionário, pois exigem profundas mudanças no relacionamento e gerenciamento

entre a empresa e seus clientes, fornecedores, colaboradores e empregados.

Deming é um defensor da participação do trabalhador no processo decisório e

Brocka; Brocka, (1994), salienta que o gerenciamento é responsável por 94% dos

problemas da qualidade, apontando que é a tarefa do gerenciamento que auxilia as

pessoas a serem mais eficientes ao invés de difíceis. Deming criou o Círculo de

Deming ou o PDCA conforme a figura abaixo.

Figura 5: Círculo de Deming ou o PDCA: Adaptado sob a perspectiva da abordagem gestáltica.

Fonte: Deming, 1990.

O PDCA criado por Deming vem sendo uma influente ferramenta universal de gestão

da qualidade para todo tipo de organização.

O PDCA é um método de controle. Método é, por definição, um caminho para se

atingir a meta. O ciclo PDCA tem quatro etapas que produzem os resultados

esperados de um processo.

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27

2.3.1 As quatro etapas do PDCA de Deming são:

Planejamento (Plan). Consiste no estabelecimento da meta ou objetivo a ser

alcançado e do método (Plano) para atingimento da meta. A meta deve ser

clara, quantificável, realista, envolvente e contendo um desafio para estímulo

e crescimento das pessoas. A falta de uma definição clara da meta é uma das

principais razões do insucesso de muitos projetos. O método é a descrição

detalhada de uma estratégia para atingimento da meta previamente

estabelecida. Um bom Plano de Ação deve conter os chamados 5W2H: o que

fazer, quem deve fazer, quando fazer, onde fazer, como fazer, porque fazer

e, finalmente, quanto investir. Todos esses elementos são importantes, mas

os seguintes merecem cuidado especial: o responsável (quem), o prazo

(quando) e o motivo (porque). Após anos e anos, vai surgindo uma tendência

mundial a seguir devido a inúmeras teorias, Execução. Somente após a

educação e treinamento deve-se executar o plano, tomando cuidado para que

seja feito de acordo com o que foi realmente planejado.

Coleta de dados. Enquanto se executa, deve-se coletar dados, para viabilizar

a etapa seguinte.

Verificação (Check). Durante e após a execução, deve-se comparar os dados

obtidos com a meta planejada, para se saber se está indo à direção certa ou

se a meta foi atingida.

Ação corretiva (Action). A ação pode ser de duas formas distintas:

Padronização ou Contramedidas.

A padronização é feita quando a meta é atingida. Padronizar é transformar o

plano que deu certo na nova maneira de fazer as coisas, fazendo com que o PDCA

passe a ser chamado de SDCA (Standard, Do, Check, Action). Ação corretiva

consiste em se fazer uma análise para descobrir em que etapa se cometeu um erro

(meta, plano, educação, treinamento, execução) e tomar as medidas necessárias

para o atingimento da meta.

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28

A transformação para a qualidade sugerida por Deming (1990,) exige

mudanças profundas na política organizacional, podendo somente ser realizada pelo

homem.

Os administradores que negam a seus empregados dignidade e autoestima

reduzem drasticamente a motivação intrínseca criando o medo, autodefesa e perda

de credibilidade interna na organização. É necessário mudar radicalmente esta visão

obsoleta de gerenciamento autoritário e persecutório para liberar a potencialidade

genial das capacidades humanas represadas nos porões da mente e das emoções.

Motivação esta que vem de dentro para fora. O ser produz de acordo com a vontade

própria, não dependendo de nenhuma vontade externa (DEMING, 1990).

Segundo Deming (1990), a solução para o aperfeiçoamento da qualidade dos

insumos é tornar cada fornecedor um sócio, trabalhando conjuntamente numa

relação de confiança, lealdade e a longo prazo. Outra parceria de fundamental e

estratégica são as pessoas, considerando estas o ativo mais importante na operação

e sobrevivência da empresa.

2.4 A evolução da Gestão de qualidade no Brasil

Pode não parecer, entretanto, no Brasil, o movimento pela Qualidade é mais

antigo do que o Japão, onde realmente teve todo exponencial, porém faltou o mesmo

envolvimento e comprometimento que aconteceu no Japão e em outros países no

modo geral. A parti de 1990, teve no Brasil um crescimento gigantesco em direção a

Qualidade, que remonta à década de 1980, onde foram lançadas as bases deste

movimento. Até meados da década de 1990 ainda era incipiente um movimento

coordenado e global, acontecia ações isoladas de alguns segmentos empresariais

em especial das empresas multinacionais que recebiam orientação de suas matrizes

no exterior (MANSO, 2011).

O Brasil atualmente é considerado um dos países que mais tem evoluído em

favor da Qualidade a nível mundial. (BARÇANTE, 1998).

O Brasil dispõe de instituições ligadas a Qualidade desde 1876, portanto a

muito mais tempo do que o Japão e até mesmo os Estados Unidos. No Brasil é

realizado anualmente um congresso nacional sobre Qualidade e Produtividade desde

1991 coordenado pela União Brasileira de Qualidade-UBQ Através da Fundação

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29

Nacional para o Prêmio da Qualidade, desde 1991 são premiadas empresas que

possuem padrão de excelência mundial a exemplo do que acontece no Japão desde

a década de 1950 com o Prêmio Deming de Qualidade e com o Prêmio Malcolm

Baldrige nos Estados Unidos.

Quadro 2: Síntese do Movimento Brasileiro pela Qualidade

ANO EVENTO

1876 Criado do Instituto Nacional de Pesos e Mediadas – INPM, RJ.

1922 Criado o Instituto Nacional de Tecnologia – INT, RJ.

1930 Criado o Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT, SP.

1940 Criada a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,em 28/09/40,RJ.

1973 Criado o Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial-

INMETRO, em substituição ao INPM, RJ.

1974 Criada a Fundação Christiano Ottoni, ligada UFMG, BH.

1978 Criado o Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear- IBQN, RJ. Enviada ao Japão a

primeira turma de brasileiros para ser treinada pela Japanese Union of Scientist and

Engineers- JUSE.

1981 Criada a Associação Mineira de Círculos de Controle da Qualidade – AMCCQ, MG.

1982 Ishikawa ministra uma série de palestras a executivos brasileiros.

1983 Feigenbaum ministra uma série de palestras para executivos brasileiros. Realizado

o I Seminário da garantia da Qualidade do Instituto Brasileiro do Petróleo- IBP, SP.

1985 Crosby ministra uma série de palestras a executivos brasileiros.

1986 Deming ministra uma série de palestras para executivos brasileiros. Lançado, pelo

governo, o Projeto de Especialização em Gestão da Qualidade – PEGQ.

1987 Criado o curso de pós-graduação lato sensu em Controle de Qualidade, na

Universidade Católica de Petrópolis, RJ.

1988 Criada a subárea de mestrado Qualidade Industrial do Programa de Engenharia de

Produção da COPPE/UFRJ, e início da primeira turma.

1989 Emitido o primeiro certificado ISO 9000 no Brasil. Criada a marca de conformidade

do INMETRO.

1990 Lançado o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade –PBQP. Instituído o

mês de novembro como sendo o Mês da Qualidade. Promulgado o Código de

Proteção e Defesa do Consumidor. Lei n 8078, de 11/09/90. Realizado o Congresso

Internacional de Normatização e Qualidade da ABNT, São Paulo, SP. Lançado pela

presidência da VARIG, o Processo TQC – Compromisso VARIG com a Qualidade.

Lançada a série de normas NBR- 19000, tradução da série ISO 9000, pela ABNT.

1991 Realizado o I Congresso Brasileiro de Qualidade e produtividade da UBQ- I CBQP, Vitória, ES. Publicado um dos primeiros trabalhos no mundo (British Deming Association) sobre os Princípios aplicados à Educação: Deming vai à escola (anais do I Congresso Brasileiro de Qualidade & produtividade, UBQ (1991). Criada a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade- FPNQ.

1992 Criado o Comitê da Qualidade – CB 25, da ABNT. Concedido pela primeira vez o

Prêmio nacional da

Qualidade- PNQ, na categoria "Manufaturas" indústria, à IBM- Sumaré/SP.

Realizado o II CBQO da UBQ, Rio de Janeiro, RJ.

Page 29: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

30

1993 Realizado o III CBQP da UBQ, Gramado, RS. Concedido o PNQ, na categoria

indústria, à Xerox.

1994 Realizado o IV CBQP da UBQ, belo Horizonte, MG. Concedido o PNQ, na categoria

serviços, ao Citibank.

1995 Realizado o V CBQP da UBQ, Curitiba, PR. Concedido o PNQ à Serasa, primeira

empresa nacional a recebêlo, na categoria serviços.

1996 Emitido o milésimo certificado ISO 9000, em solenidade oficial no Rio de Janeiro.

Defendida e registrada a 42ª tese de mestrado em Qualidade na CPPE/UFRJ.

Realizado o VI CBQP da UBQ, Salvador, BA. Concedido o PNQ à Alcoa Alumínio

S/A- Poços de Caldas, na categoria industria.

1997 Citibank Corporate Banking, na categoria "Prestadoras de Serviços”. Copesul

Companhia Petroquímica do Sul na categoria "Manufaturas" Weg Motores Ltda. na

categoria "Manufaturas"

1998 Concedido o PNQ a Siemens Divisão Telecomunicações, na categoria

"Manufaturas"

1999 Concedido o PNQ a Caterpillar Brasil Ltda., na categoria "Manufaturas". Cetrel S.A.

- Empresa de Proteção

Ambiental

2000 Concedido o PNQ a SERASA Centralização de Serviços dos Bancos S/A, na

categoria "Grandes Empresas".

2001 Concedido o PNQ 2001.Bahia celulose S/A – Premiada na categoria Grandes

Empresas

Figura 6: Movimento brasileiro pela qualidade

Fonte: Barçante, 1998

2.5 A qualidade na construção civil

As normas da série ISO 9000, quando são seguidas à risca e utilizadas na

construção civil, sugerem que se tenha um rigoroso controle não somente dos

processos construtivos, mas também dos processos administrativos, planejamento

da obra, treinamento e qualificação dos funcionários, processo de venda do imóvel

etc. Neste caso específico, diferencia-se a idoneidade da construtora que incorpora

ao seu processo de venda (e o submete a auditoria do organismo de certificação) a

garantia de que dispõe do capital para concluir o empreendimento, com a qualidade

e o prazo prometidos (MANSO, 2011).

A ISO 9000 aplicada à construção civil entende que a qualidade começa no projeto

do imóvel, passa pela sua construção e processo de venda (prometer apenas o que

pode cumprir) e estende-se à assistência técnica pós-venda. Ela também estabelece

que a empresa deve publicar suas intenções, tanto para seus acionistas como para

clientes, fornecedores, funcionários e sociedade (MANSO, 2011).

Page 30: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

31

Aspectos a observar no planejamento e condução de um processo da qualidade:

1. O corpo diretivo-gerencial das empresas tem formação majoritariamente técnica,

mais precisamente em engenharia. Esse fator não representa um problema, ao

contrário; mas deve ser considerado, pois a tendência do engenheiro é a de buscar

soluções em tecnologia. Quando se trata de Sistema de Gestão da Qualidade, as

soluções são gerenciais e necessariamente passam pelas pessoas.

2. O relacionamento chefe/subordinado nos canteiros não é, normalmente, propício à

participação dos funcionários no processo (cultura do setor e desnível social).

3. O setor está começando a ser exposto à concorrência internacional. Essa

exposição, se traz os custos sociais da globalização, traz também os benefícios do

crescimento profissional e pessoal. Nos segmentos que já têm experiência de operar

no mercado global, aspectos como certificação da mão-de-obra, preocupação com a

rotatividade, índices de desempenho "classe mundial", gerenciamento da cadeia de

fornecedores e padronização são bastante conhecidos e difundidos.

4. Na maioria das empresas, o processo construtivo não é padronizado, mas sim

improvisado. O histórico número, muitas vezes divulgado, que indica um desperdício

da ordem de 30% nos processos construtivos é, certamente, exagerado, se

considerarmos como desperdício somente os materiais não utilizados e perdidos.

Mas é tímido, se considerarmos como desperdício uma série de perdas que são

entendidas como parte do processo: retrabalho, reprogramações, paradas por falta

ou recebimento de materiais, excesso de estoque (intermediários inclusive), falta de

qualidade dos materiais fornecidos, horas improdutivas nos canteiros etc. (MANSO,

2011).

De acordo com a (NBR ISO 9001, 2008), projeto é definido como o conjunto de

processos que transformam requisitos em características especificadas ou na

especificação de um produto, processo ou sistema. Os projetistas precisam ter

qualificações e cursos formais conseguidos, em geral, no mínimo que seja em

Page 31: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

32

escolas técnicas ou profissionalizantes. Sugerindo que no início da obra tem-se uma

baixa capacidade de influência e com o tempo aumenta-se a criação de valor do

projeto, é exatamente nessa etapa que o projeto deve ser valorizado e trabalhado.

Muitas vezes essa qualificação é condição para que o projetista integre uma

corporação profissional e possa exercer determinadas atividades de projeto.

A NBR ISO 9001:2008 tem uma forma de lhe dar com o processo para o

desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de gestão da

qualidade (Figura 2), visando aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento aos

seus requisitos. Essa abordagem permite um controle contínuo sobre as atividades

individuais dentro do sistema de gestão, bem como sua combinação e interação

(MANSO, 2011).

Figura 7: Modelo de um processo baseado no SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

Fonte: ABNT, NBR ISO 9001:2008, 2008.

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33

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento dessa pesquisa de natureza qualitativa adotou como

procedimentos o estudo de caso e pesquisa bibliográfica sobre o tema Qualidade. A

Gestão do Conhecimento é uma maneira de estabelecer o conhecimento que circula

na organização com o objetivo de facilitar a criação, acesso, uso e reuso do

conhecimento.

O gerenciamento do conhecimento é algo novo no ambiente da construção

civil. Muitas empresas o têm utilizado para buscar as causas da ineficiência em seus

processos e obter um melhor posicionamento no mercado. Segundo a ABNT ISO

9001 (2000), a adoção da Gestão da Qualidade é uma decisão estratégica,

influenciada por várias necessidades e ela está focada na eficácia do sistema de

gestão da qualidade em atender aos requisitos do cliente.

Para a implantação de um sistema de gestão da qualidade a organização

deve identificar os processos e sua aplicação por toda a organização, além de

monitorá-los e implementar ações necessárias para melhoria contínua destes (ABNT

ISO 9001, 2000).

Portanto, para atender aos requisitos da Norma a organização deve

padronizar todos os seus processos. Com os dados obtidos através da pesquisa e da

revisão bibliográfica, foi possível estabelecer as relações entre a questão da gestão

da qualidade e gestão do conhecimento no ambiente da construção. A análise e

discussão desta relação são apresentadas na conclusão, onde foi verificado se os

dados levantados são pertinentes ao tema abordado após a pesquisa e coleta de

dados na empresa CASAL.

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34

Figura 8- Fluxograma da metodologia adotada na seleção dos estudos.

Fonte: Autor (a) do trabalho, 2018.

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35

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Apresentação do projeto

A pesquisa em questão se resume em salientar a notoriedade apresentada por

o uso da gestão de qualidade, onde tendo em vista que se opera em todos os

setores presentes de uma empresa para maximizar todos os resultados e para isso

tivemos um auxílio da empresa Casal que permitiu a pesquisa e disponibilizou dados.

4.1.1 O que a Casal entende por gestão de qualidade

A Companhia de Saneamento de Alagoas – CASAL tem por missão Promover a

qualidade de vida da sociedade alagoana com ética e responsabilidade social

satisfazendo os clientes internos e externos, através da prestação de serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário de excelência, com sustentabilidade

socioambiental e financeira e como visão. Ser uma empresa modelo em

saneamento.

Ciente de que é necessário e imprescindível à existência de um Código de

Conduta Ética, para servir como instrumento de realização da missão e visão da

empresa, foi constituída uma Comissão de empregados, os quais baseados nos

estudos e planejamentos já existentes em outras empresas, e levando em conta os

princípios e valores internos da Companhia, elaborou o presente Código que deverá

nortear a maneira de atuação da CASAL e a forma de relacionamento com os seus

dirigentes, lideranças, empregados, clientes, fornecedores, meio ambiente,

comunidade e sociedade em geral.

Através de uma Resolução da Diretoria a Casal criou a Supervisão de Qualidade

Empresarial, com o objetivo de fomentar a busca pela excelência de gestão, e assim

se posicionar entre as empresas de Classe Mundial.

Para tal, a CASAL possui como principais atribuições para gestão de qualidade:

Uniformizar procedimentos e integrar as áreas meio e fim da empresa buscando melhorar a desempenho das Unidades da Companhia;

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36

Disseminar as melhores práticas de gestão entre as diversas Unidades da

empresa;

Coordenar a busca pelo reconhecimento da Companhia em premiações de

Qualidade nos âmbitos estadual e nacional.

4.1.2 Como iniciou o uso de elementos que compõe a gestão de qualidade

Em 2007 foi feita uma instauração destes métodos de trabalho dando ênfase na

melhoria do trabalho, do serviço prestado e na qualidade de produção, melhorando

especificamente como atuar, onde atuar e por que atuar de forma diferente, até por

isso, ouve uma melhora significativa em todos os setores pois de forma sucinta,

podemos classificar a melhora gradual passando pela seguinte sequência:

Melhor preparação do operário faz com quer o seu trabalho tenha maior

qualidade.

O serviço executado com maior entendimento, gera maior satisfação do

consumidor.

Consumidor satisfeito com o produto final gera lucro para a empresa a que

ofertou o serviço e ou produto.

4.2 Em caso de reclamações e baixa

A companhia tem direcionamentos para cada situação de desconforto ou

insatisfação do cliente. As rotinas de trabalho são operacionais para atender o

cliente. O setor corporativo procura levantar a posteriori o índice de satisfação e junto

às partes interessadas procura modelar soluções de melhorias contínuas fazendo

com quer sempre esteja antenada a qualquer erro que possa está ocorrendo em seu

modo de operar e logo em seguida concertando-o.

Page 36: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA … de...serviços, melhorando a qualidade da mão de obra o que acarreta num melhor serviço ocasionando um produto final em melhor condição

37

4.2.1 O uso da ISO 9001 e PBQP

Em empresas de saneamento, não há implantação de PBPQ-H, pois não é

habitação. É implantado o PNQS (Programa Nacional de Qualidade do Saneamento)

este o qual que visa as seguintes estratégias:

Estimular a busca e a aplicação de boas práticas de gestão pelas

organizações envolvidas com o setor de saneamento ambiental no País;

Reconhecer aquelas organizações que se destacam pela utilização dessas

práticas e que apresentem resultados competitivos de desempenho;

Captar e divulgar as práticas das organizações reconhecidas, em seminários

e publicações de relatórios de gestão e casos finalistas e vencedores;

Promover eventos de capacitação gerencial para essas organizações

4.2.2 O uso de terceirização

É feito o uso de terceirização somente de serviços não afins, como gestão de

infraestrutura de redes, de cabeamento estruturado, rebobinamento de motores,

consertos de computadores, cursos e treinamentos de segurança do trabalho.

Fazendo com que não tenha muito espaço para o desserviço na empresa

contrariando as normas de políticas da empresa. Para que haja terceirização, a

empresa se dá por meio de licitação de contratos pela Lei 8666/93 e a fiscalização se

dá por funcionários de setores competentes da empresa para que não ocorra corpo

mole ou seja feito de qualquer forma o serviço contratado.

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CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa proporcionou alcançar os objetivos traçados no

início da elaboração deste trabalho, pois, possibilitou avaliar alguns aspectos

relacionados ao impacto da implantação do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ)

na Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL) e entender o que é o SGQ,

assim como este funciona na Construção Civil.

A princípio pode-se concluir que a implantação do Sistema de Gestão de

Qualidade pela Companhia de Saneamento de Alagoas permite que ela alcance as

certificações ISO 9001 e PNQS através da adoção das ações indicadas que são

voltadas para promover a qualidade, em busca de resultados satisfatórios para

empresa e para sua clientela. A certificação da qualidade, atualmente, é considerada

como um fator essencial para enfrentar a demanda e a competitividade do mercado

da Construção Civil, uma vez que é uma forma de demonstrar ao cliente que o

produto ou serviço desenvolvido por essas empresas passaram por processos

controlados e padronizados de forma a garantir sua qualidade. Portanto, conclui-se

que a implantação de um Sistema da Qualidade tende a trazer grandes benefícios

tanto para a empresa quanto para os clientes. Através, do desempenho e interesse

dos funcionários o SGQ tenderá a evoluir a partir do momento em que a prática da

qualidade passar a ser mais valorizada e compreendida por todos que constituem a

empresa.

Sabe-se que é um processo lento e de persistência, mas através dos

treinamentos e da adoção das práticas sugeridas pelas normas ocorre a introdução

de novas rotinas, e novos procedimentos padronizados de trabalho que venha a

proporcionar uma melhor organização na empresa, assim gerando produtos com

qualidade visando satisfazer a vontade do cliente e alcançar os lucros

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