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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC
Edson Carvalho Rocha Junior
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE
FERTILIZANTES
SÃO PAULO
2007
Livros Grátis
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EDSON CARVALHO ROCHA JUNIOR
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE
FERTILIZANTES
Dissertação Apresentada ao Centro Universitário SENAC Campus Santo Amaro como Requisito à Obtenção do Título de Mestrado em Gestão Integrada. Orientador Prof. Alcir Vilela Junior.
SÃO PAULO
2007
Rocha Junior, Edson Carvalho R672s Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional:
Estudo de caso em uma indústria de fertilizantes/ Edson Carvalho Rocha Junior -- São Paulo, 2007.
103 f. : il. color. ; 31 cm Orientador: Alcir Vilela Junior Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário Senac, Campus Santo Amaro.
1. Segurança 2. Saúde 3.Sistemas de Gestão I. Alcir Vilela Junior (Orient.) II. Título.
CDD 363.7
SISTEMA DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL: ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA DE
FERTILIZANTES
Dissertação Apresentada ao Centro Universitário SENAC Campus Santo Amaro como Requisito à Obtenção do Título de Mestrado em Gestão Integrada. Orientador Prof. Alcir Vilela Junior
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada
em ___/___/______, considerou o(a) candidato(a):
1) Examinador(a)
2) Examinador(a)
3) Presidente
“Dedico este estudo aos meus
familiares, mestres e amigos...”.
AGRADECIMENTOS
A Deus por tudo em minha vida,
Aos meus familiares pelo apoio e incentivo de sempre,
Aos meus amigos pela amizade e companheirismo,
Aos mestres pela excelência no ensino.
RESUMO
Esta dissertação trata de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde
Ocupacional (SGSSO), e visa abordar a importância da mudança significativa no
comportamento organizacional em busca de uma cultura de segurança total,
assim como a preocupação na utilização por parte da organização dos
indicadores pró-ativos, que com sua evolução trará reflexos nos indicadores
reativos, indicadores esses ainda adotados como base de gestão para as
indústrias de fertilizantes. Portanto o sistema proposto tem como premissa a
melhoria do desempenho em SSO, atuando nos elementos organizacionais e no
foco dos indicadores pró-ativos, considerando como influenciadores e/ou
representativos da saúde e segurança. Dentre os elementos estão a cultura
organizacional, práticas e comportamentos rotineiros, gerenciamento de riscos,
procedimentos operacionais e gestão de pessoas. Para a estruturação do SGSSO
aplicou-se um questionário a fim de diagnosticar as necessidades nos diversos
elementos organizacionais indicados. Os resultados oriundos do questionário
foram tabulados e estatisticamente tratados. Dos resultados obtidos avaliaram-se
as necessidades que foram admitidas como oportunidades de desenvolvimento,
que se espera atender com o SGSSO apresentado. Para validação do Sistema de
Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional, este foi implementado na mesma
indústria de fertilizantes diagnosticada. Resultados preliminares como a adoção
de indicadores pró-ativos (número de treinamentos, abordagem direta com os
colaboradores, pesquisa sistemática de avaliação, aplicação de acordo com o
planejado, metodologias para estabelecimento de prioridades, grau de
comprometimento e participação) são apresentados, indicando a eficácia do
SGSSO.
Palavras - Chave: Segurança, Saúde, Sistemas de Gestão.
ABSTRACT
This essay describes of a System of Safety Management and Health Occupational
(SGSSO), aiming at dealing with the importance of corporation behavior changes,
in order to achieve a total safety culture, as well as the concern of the importance
of the corporation pro-active indicators usage. As a consequence of these pro-
active indicators usage, there will be an improvement on the reactive indicators,
which are commonly used by the fertilizer industries. Therefore the proposed
system has as a premise, an SSO performance improvement, focusing on
corporation elements and pro-active indicators based on health and safety
representative factors. Amongst the elements, there are the organizational culture,
practical and routine behavior, operational management of risks, procedures and
management of people. For the development of the SGSSO a questionnaire was
applied for the diagnosis of the necessities in the several organization elements
indicated. The application as well as the results were statistically planned and
treated. From the results, all the necessities admitted as development chances
were evaluated and our goal is to achieve this level of development through the
SGSSO. For validation of the SGSSO, this was implemented in the same fertilizer
industry diagnosed. Preliminary results, as the adoption of pro-active indicators
(number of training, direct contact with the collaborators, systematic research of
evaluation, application in accordance with the plans, methodologies for
establishment of priorities, degree of compromise and participation) are presented,
indicating the effectiveness of the SGSSO.
Key -Words: Safety, Health, System of Management.
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1 – Guia de implementação dos procedimentos dos módulos do
SGSSO...............................................................................................................91
Anexo 2 – Cronograma para implementação do SGSSO............................. 99
Anexo 3 – Carta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas,
Farmacêuticas e de Fertilizantes da Baixada Santista....................................103
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Pirâmide da relação dos acidentes............................................... 22
Figura 2 - Princípio do iceberg....................................................................... 22
Figura 3 - Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action) ........................................ 24
Figura 4 – Melhoria contínua em SSO ......................................................... 33
Figura 5 - A hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação,
Maslow .......................................................................................................... 35
Figura 6 – Gestão do conhecimento requer um sistema ............................... 37
Figura 7 - Atuação comportamental responsável ........................................ 40
Figura 8 – Esquema geral para identificação da causa e tratamento de
riscos............................................................................................................ 41
Figura 9 – Processo de gestão de risco – detalhamento............................ 42
Figura 10 – Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional........... 51
Figura 11 – Curva de experiência .................................................................. 53
Figura 12 – Probabilidade de acidentes X tempo de experiência ................ 53
Figura 13 – Modelo básico para análise das condições inseguras....................55
Figura 14 – Fluxograma de processo de gestão de riscos........................... 58
Figura 15 – Condições inseguras – correias transportadoras....................... 58
Figura 16 – Condições inseguras – freios elevadores.................................. 59
Figura 17 – Utilização de cinto de segurança............................................... 59
Figura 18 – Anti-quedas para o carregamento de caminhões ...................... 60
Figura 19 – Carregamento de vagões............................................................ 60
Figura 20 – Representação gráfica do sistema informatizado para
registro de incidentes.................................................................................... 65
Figura 21 – Evolução dos indicadores pró-ativos ........................................ 67
Figura 22 – Evolução da taxa de freqüência ............................................ 68
Figura 23 – Evolução da taxa de gravidade ................................................. 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Taxa de freqüência e gravidade de indústrias produtoras de
fertilizantes.................................................................................................... 17
Tabela 2 - Resultados relevantes obtidos por meio dos dados da
pesquisa......................................................................................................... 49
Tabela 3 – Critérios de avaliação quantitativa e qualitativa da condição de risco
(CAT)............................................................................................................... 56
Tabela 4 – Critérios de avaliação quantitativa e qualitativa da probabilidade
da ocorrência (PO)........................................................................................ 56
Tabela 5 - Planos de ações preventivas e corretivas.................................... 63
Tabela 6 - Análise crítica pela alta administração......................................... 64
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Lista de indicadores reativos e pró-ativos........................................20
Quadro 2 - Relação entre CAT e PO............................................................... 57
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................13
1.1. Contexto 13
1.2. Justificativa 15
1.3. Objetivo, delimitação e importância do estudo 15
1.4. Referencial teórico ou conceitual 19
1.4.1. Indicadores reativos e pró-ativos 19
1.4.2. A importância do fator comportamental 21
1.4.3. Considerações sobre sistemas de gestão 23
2. REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................26
2.1. A questão da segurança e saúde do trabalhador 26
2.2. Segurança e saúde no trabalhador 28
2.3. Sistema de gestão 31
2.3.1. Sistemas de gestão de segurança e saúde
ocupacional 31
2.4. Cultura organizacional e gestão de pessoas 34
2.5. Importância dos fatores pessoais e comportamentais na
SSO 39
2.6. Gestão de riscos 40
2.7. A relação entre aspectos ambientais e SSO 43
3. METODOLOGIA .....................................................................................45
3.1. Descrição do perfil da empresa 45
3.2. Fundamentação e proposta de pesquisa 45
3.3. Coleta de dados 46
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA
PESQUISA DE CAMPO E DO SISTEMA DE SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL (SGSSO)..........................................................................49
4.1. Apresentação dos resultados na pesquisa de campo 50
4.2. Estruturação do modelo de sistema de gestão de
segurança e saúde ocupacional - SGSSO 50
4.2.1. Estrutura 50
4.2.2. Responsabilidades 61
4.2.3. Implementação 62
4.2.4. Auditorias 62
4.2.5. Planos de ações preventivas e corretivas 63
4.2.6. Análise crítica pela alta administração 64
4.2.7. Disposições gerais 64
4.3. Sistema informatizado para registro de incidentes 65
4.4. Grupos de trabalho de colaboradores 66
4.5. Comunicação direta 66
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................67
REFERÊNCIAS..................................................................................................71
APÊNDICES.......................................................................................................76
ANEXOS.............................................................................................................91
13
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contexto
O desenvolvimento industrial, desde meados do século XIX, abriu caminho ao
desenvolvimento tecnológico e absorção de mão de obra que, apesar de trazer
grandes benefícios à humanidade, veio acompanhada de novos riscos
tecnológicos, como substâncias químicas, máquinas e outros geradores de
perigo, dentre os quais agentes químicos e físicos da saúde ocupacional.
Somam-se aos referidos perigos, novas relações de trabalho, pressões de
produtividade devido à globalização, resultando num aumento da quantidade de
acidentes, doenças trabalhistas e stress no cotidiano dos trabalhadores.
As estatísticas têm um valor importante na apresentação do diagnóstico
nacional sobre os acidentes de trabalho. Os dados do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) de 2005, refletem a cruel realidade brasileira dos ambientes de
trabalho. Mesmo sendo dados oficiais, estes números podem ser ainda maiores,
pois muitas doenças e acidentes do trabalho não são notificados, quer seja em
conseqüência do trabalho informal ou por desconhecimento da legislação ou até
mesmo porque determinados acidentes e doenças profissionais só apresentam
seus efeitos na saúde muito depois de cessada a atividade profissional.
À despeito do rigor da lei, das normas técnicas, das estruturas
governamentais e, das organizações internacionais que doutrinam a saúde e
segurança no trabalho, o Brasil perde 2,2% do PIB em acidentes do trabalho, que
de acordo com a última estatística oficial do MTE de 2005, vitimaram 2.437
trabalhadores e afastaram 17.470 por acidente. Estes números têm
conseqüências significativas para os cofres públicos, cerca de R$2 bilhões por
ano.
O Brasil é dotado de um parque industrial moderno, se comparado a outros
países nesta mesma situação, e ainda possui um elevado número de acidentes,
que o apontam entre os 15 maiores em ocorrências no trabalho com nove mortes
por dia e mais de 16 mil pessoas inválidas por ano.
Mudar o cenário atual relativo às condições de saúde e segurança do
trabalhador brasileiro não é só um desafio de governo, mas da sociedade de uma
14
forma geral, exigindo o envolvimento dos trabalhadores e empresários.
Intrinsecamente ligada à prevenção de acidentes e doenças do trabalho está a
má qualidade de vida do brasileiro. A melhoria nas condições do ambiente e do
exercício do trabalho, diminuie o custo social com os acidentes de trabalho,
valoriza a auto-estima e proporciona a melhoria contínua da qualidade de vida
dos trabalhadores. (OLIVEIRA, 2003a)
Com a evolução dos níveis motivacionais dos trabalhadores, juntamente com
o fortalecimento dos sindicatos, nota-se que o tema segurança e saúde
ocupacional (SSO), apesar de todo contexto negativo, vem desenvolvendo ao
longo dos anos, uma importância significativa nas organizações, pois está
havendo uma obrigatoriedade de atendimento a requisitos legais.
O tema SSO cada vez mais é incorporado como uma parte importante na
estratégia de negócio. Em alguns este tema (SSO) vem sendo incorporado como
ponto de vulnerabilidade e de preocupações das organizações.
Se bem trabalhadas essas questões podem transformar-se em oportunidades
dentro de um planejamento estratégico, uma vez que estão em jogo, parâmetros
essenciais de uma avaliação da sustentabilidade empresarial que são:
• imagem (credibilidade e reputação);
• credibilidade junto às partes interessadas – os stakeholders ;
• custos relacionados a perdas, inclusive decorrentes de acidentes,
• capital humano, principalmente.
Nesse momento, o papel do gestor do negócio, que possui um comando
hierárquico, deve demonstrar uma liderança e comprometimento ao se
estabelecer, deixando claras as responsabilidades de cada função para o sucesso
na implementação de um sistema voltado à SSO.
Os princípios que fundamentam a gestão em SSO devem ser incorporados
aos diversos setores e níveis hierárquicos, sob a coordenação dos gestores, de
modo que estes princípios se incorporem à cultura organizacional da empresa,
podendo inclusive extrapolar os limites da organização, chegando à cultura da
sociedade da vizinhança.
15
1.2. Justificativa
O desafio do trabalho tema desta dissertação nasceu da experiência e
vivência em se gerenciar indústrias de fertilizantes. Indústrias estas
caracterizadas por uma fraca incorporação de SSO à sua gestão de negócios,
atualmente muito reativa. A falta de uma abordagem preventiva de gestão quanto
à SSO nessas industriais, vem despertando preocupações em relação à
sustentabilidade do negócio, juntamente com as questões ambientais.
As empresas do setor de fertilizantes, apesar da grande projeção no cenário
nacional, tipicamente atuam apenas nos indicadores reativos como taxa de
freqüência (TF) e taxa de gravidade (TG), e poucas ações preventivas são
encontradas.
A própria Associação Nacional de Difusão de Adubos (ANDA) possui somente
estatísticas de TF e TG, o que dificulta a realização ou estabelecimento de um
benchmarking com grandes empresas multinacionais, que atuam em atividades
similares.
Outra questão importante e de difícil compreensão é que essas empresas
ainda apresentam acidentes de extrema gravidade como óbitos e perdas de
membros, contexto inadmissível para os dias de hoje.
Visando entender o “porquê” do insucesso das iniciativas adotadas pelas
empresas do setor, fez-se necessária a adoção de coletas sistemáticas de
informação, a fim de se obter novas frentes de pesquisa.
Desta forma, reforça-se que se deve desenvolver um modelo de Sistema de
Gestão Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) que possa estabelecer novas
práticas para a busca de uma excelência nesse ramo de atividade industrial, que
se constitui num desafio que motivou a escolha deste tema.
1.3. Objetivo, delimitação e importância do estudo
O presente estudo parte do pressuposto de que a gestão de segurança e
saúde ocupacional de uma organização depende fortemente da dimensão
comportamental/ cultural e de que esta dimensão só pode ser adequadamente
considerada e gerida a partir de diagnóstico especifico que deve orientar a
adoção do programas e indicadores compatíveis.
16
Nesse contexto, a adoção dos indicadores reativos tradicionalmente utilizados
pelas empresas é insuficiente, devendo ser completados pela adoção de
indicadores pró-ativos (ARAÚJO, 2004& LIMA, 2003).
Este trabalho analisa o caso de um sistema de gestão de segurança e saúde
ocupacional (SGSSO) de uma indústria de fertilizantes, no qual se aplicou um
método focado nos aspectos comportamentais associados a indicadores pró-
ativos. A partir dessa experiência especifica e dos resultados obtidos, se discute a
relevância para a eficácia global do desempenho de segurança e saúde
ocupacional (SSO) da organização.
Pra o desenvolvimento do caso em questão realizou-se um diagnóstico inicial,
em uma indústria localizada na baixada santista, com o objetivo de identificar
fatores organizacionais e culturais, que afetam a segurança do trabalhador. A
partir desses resultados, buscaram-se as melhores práticas que pudessem ser
adotadas para se solucionar os problemas identificados.
O diagnóstico inicial da organização baseou-se em dados e informações
obtidas a partir de diferentes instrumentos e abordagens, quais sejam:
• identificação junto à empresa dos principais problemas de acidentes
e eventos ocorridos no passado;
• levantamento junto ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
Químicas, Farmacêuticas e de Fertilizantes informações dos reais
problemas ocorridos no passado, por se tratar de uma fonte
importante pelo conhecimento dos problemas freqüentes da região e
do setor de fertilizantes ;
• diagnóstico as principais preocupações dos funcionários da
empresa estudada, por meio de um questionário sobre o tema da
gestão de segurança e saúde ocupacional;
• análise dos resultados estatisticamente apontados da aplicação do
questionário acima citado, e que serviu como base para o
desenvolvimento dos módulos do SGSSO apresentado.
Cabe ressaltar, que em indústrias de fertilizantes há uma importante
interface entre aspectos e impactos ambientais associados aos principais
poluentes e efeitos adversos à saúde humana (Apêndice A e B) que têm a sua
relevância sobre o tema da segurança e saúde ocupacional.
17
Neste estudo, no entanto, não foram considerados os problemas ambientais,
haja visto que os objetivos são analisar e demonstrar a importância da utilização
dos indicadores pró-ativos e da mudança organizacional, voltada para um modelo
prevencionista no planejamento e implementação de um sistema de gestão e
segurança ocupacional (SGSSO).
A partir da implementação das ações baseadas no diagnóstico inicial,
essencialmente, focadas em aspectos organizacionais e comportamentais, foram
levantadas evidências de melhoria do desempenho da organização em segurança
e saúde ocupacional por meio de indicadores reativos, comparando-se com o
histórico existente da empresa estudada.
Dessa maneira, avaliaram-se os resultados com as novas práticas que serão
adotadas e comparando com as informações disponíveis na ANDA (Associação
Nacional de Difusão de Adubos) a qual só possui dados históricos dos
indicadores reativos indicados na tabela 1.
Tabela 1
Taxa de Freqüência e Gravidade de Indústrias Produtoras de Fertilizantes
Fechamento 2004 Nº de Empregados 8.634 Horas de Exposição 18.999.404 Nº de Acidentes (com afastamento) 222 Nº de Acidentes (sem afastamento) 305 Nº de Dias Perdidos 38.700 Taxa de Freqüência* 11,7 Taxa de Gravidade* 2.036.9
Fonte: ANDA – Associação Nacional de Difusão de Adubos – 2005a * Calculado a partir do número de acidentes por milhão de
horas-homem de exposição ao risco, em determinado período.
Um estudo dessa natureza configura-se como mais um elemento para que as
organizações direcionem suas preocupações em esforços para a segurança e
saúde ocupacional (SSO). Não só pela responsabilidade social, mas também para
ajudar a alcançar seus objetivos em sua busca da competitividade; combinando
assim o exercício da responsabilidade social e a contribuição para diminuição de
seus custos, relacionados com os acidentes de trabalho (ZADEK 2001 apud
BARREIROS 2002).
18
BRAUER (1994) salienta ainda que em relação aos custos decorrentes de
acidentes de trabalho questiona-se que as organizações devem refletir sobre o
ônus social causados aos trabalhadores, ressaltando que a reparação é
insuficiente sob o ponto de vista social e que devem ser considerados os custos
com danos à propriedade e suas instalações. Ao quantificarem esses custos,
perceberão claramente a importância de se trabalhar de um modo prevencionista
em relação à segurança e saúde ocupacional.
19
1.4. Referencial teórico ou conceitual
1.4.1. Indicadores reativos e pró-ativos
Os indicadores são expressões quantitativas ou qualitativas que revelam
informações sobre determinadas variáveis e suas inter-relações (KRAUSE, 1995).
HOPKINS (1994) denomina que indicadores pró-ativos são capazes de
detectar ou medir resultados ou impactos negativos em fases suficientemente
precoces a fim de gerar informações que levem a ações que permitam ou
possibilitem interromper o curso evolutivo, reverter o processo, e evitar o fato ou a
sua ocorrência.
Segundo esse autor, denominam-se indicadores reativos aqueles que são
capazes de detectar ou medir resultados ou impactos após a ocorrência de
eventos, cuja análise ainda que post factum avaliem com informações para
realimentar o processo de melhoria contínua.
REASON (1997) apud Barreiros (2002) recomenda que o SGSSO contemple
entre seus elementos mecanismos adequados para se obter e processar
informações que sejam capazes de proporcionar não somente interpretações
adequadas sobre os eventos passados (medidas reativas), mas assegurar a
compreensão dos processos organizacionais (medidas pró-ativas), a fim de que
essas informações possam ser incorporadas ao ciclo de melhoria contínua.
Segundo HOPKINS (1994), a avaliação do desempenho do SSO
tradicionalmente realizada e restrita às medidas de freqüência e gravidade dos
acidentes, embora tenham sua importância, não satisfazem os preceitos que vêm
sendo preconizados pelos métodos atuais de SGSSO, que requerem uma
avaliação sistemática que priorize indicadores pró-ativos, proporcionando
informações para que os tomadores de decisão possam agir preventivamente
sobre os perigos e riscos existentes no ambiente de trabalho.
Dessa forma, quando os indicadores reativos e os pró-ativos são usados
concomitantemente, os mesmos possibilitam ao SGSSO uma intervenção de
forma mais precisa do que isoladamente. Em conseqüência disso, a utilização
do(s) indicador(es) reativo(s) geram informações para a criação de um
acompanhamento dos indicadores pró-ativos.
20
PICCHI (1993) menciona que devem ser criados relatórios com o objetivo de
monitorar adequadamente cada usuário, caso contrário têm-se diversos dados e
poucas informações objetivas.
ARAÚJO (2004) e LIMA (2003) mencionam que os indicadores reativos não
devem ser utilizados isoladamente, mas sim, concomitantemente com os
indicadores pró-ativos conforme indicado abaixo no Quadro 1.
Quadro 1
Lista de Indicadores Reativos e Pró-ativos
Indicadores Reativos Indicadores Pró-ativos Taxa de Freqüência (TF) Número de Treinamentos Taxa de Gravidade (TG) Abordagem Direta com os Colaboradores Número Absoluto de Acidentes Pesquisa Sistemática de Avaliação Taxa de Absenteísmo Aplicação de acordo com o planejado Metodologias para estabelecimento de
prioridades Grau de comprometimento e participação Fonte: Araújo, 2004; Lima 2003
Somente dessa forma, ter-se-á uma correta avaliação da cultura
organizacional, da evolução e maturidade do sistema de gestão e ferramentas
para determinar a melhoria contínua do sistema.
A seguir exploram-se melhor os indicadores reativos em SSO:
Taxa de Freqüência (TF) – é o indicador reativo que revela o número de
acidentes com ou sem afastamento por horas-homem trabalhada de exposição ao
risco, sendo calculada pela equação (1);
TF = N x 1.000.000 (1)
HHT
Onde: N = número de acidentes com e sem afastamento
HHT = Horas-homem trabalhada de exposição ao risco
21
Taxa de Gravidade (TG): é outro indicador reativo que revela o número de
dias perdidos por afastamento por horas-homem trabalhada de exposição ao
risco, sendo calculada pela equação (2);
TG = DP x 1.000.000 (2)
HHT
Onde: DP = número de dias perdidos por afastamento
HHT = Horas-homem trabalhada de exposição ao risco
Entretanto, nos dias atuais as organizações do setor de fertilizantes entendem
que as reduções da taxa de freqüência e de gravidade são suficientes para se
verificar a eficácia de seus sistemas de gestão.
1.4.2. A importância do fator comportamental
Os sistemas de gestões em SSO objetivam cada vez mais a
redução/diminuição das ocorrências dos acidentes, mostrando ao trabalhador a
importância do fator comportamental tais como: atitude, conhecimento,
conscientização, prevenção.
De acordo com a norma BSI-OHSAS-18001:1999 (Occupational Health and
Safety Assessment Series), acidente é definido como: “evento indesejável que
resulta em morte, doença, lesão, danos ou outro tipo de perda” e o incidente
como: “evento que dá origem a um acidente ou que tem potencial para tal”.
É importante frisar também que um incidente em que não ocorra doença,
lesão, dano ou outro tipo de perda é também chamado de “quase-acidente”. O
termo “incidente” inclui o “quase-acidentes”.
Para as organizações, o conhecimento do termo “quase-acidentes”, mais
conhecidos como incidentes, é muito importante, pois identificam as deficiências e
estabelecem as devidas medidas de controle, permitindo-se eliminar ou reduzir a
probabilidade de que se tornem acidentes reais em situações futuras.
ALBERTON (1996) menciona que as organizações devem dar mais destaque
aos incidentes como um dos sinais de que algo não vai bem dentro das
organizações.
22
A Pirâmide da Relação dos Acidentes mostra essa importância (figura 1).
Figura 1 - Pirâmide da Relação dos Acidentes – adaptado de Alberton (1996)
ARAUJO (2004) destaca também os incidentes, mas principalmente a falta de
relato dos mesmos, da identificação de riscos potenciais e a falta de treinamentos
adequados demonstrado na figura 2 pelo autor e denominado pelo mesmo como
o princípio do iceberg.
Figura 2 - Princípio do Iceberg. “Os fatores ambientais e comportamentais devem ser considerados pelos
sistemas de gestão”(Araújo, 2004, p. 304)
A norma OHSAS 18001:1999 define risco como: “combinação da
probabilidade e conseqüência da ocorrência de um evento perigoso”.
BENITE (2004) deixa claro que os quase-acidentes ocorrem em quantidades
significativamente maiores, mas deve considerar também os números que
600
30
Danos à propriedade
10
1 Lesões graves ou incapacitantes
Sem lesões incapacitantes (lesões leves)
Incidentes
Mortes Acidentes com lesão com perda de tempo Acidentes com perdas materiais Incidentes
Fatores Ambientais Fatores Pessoais / Falta de Treinamentos Fatores Comportamentais/ Identificação de riscos
23
efetivamente deixam de ser relatados por parte dos envolvidos. Assim, os quase-
acidentes ou incidentes, devem ser entendidos como um alerta para possíveis
ocorrências de acidentes potenciais, caso a organização continue a ignorar a
existências dos mesmos, sem uma ação para tratá-los adequadamente.
De acordo com essas considerações, viu-se a importância de se utilizar os
indicadores pró-ativos dentro do sistema de gestão de SSO. “Um dos grandes
paradigmas a ser superado, que contribue negativamente para a maioria dos
problemas de SSO, é o estabelecimento do nexo causal dos acidentes, tomando-
se como base o comportamento dos trabalhadores.” (OLIVEIRA, 2003a, p. 5).
1.4.3. Considerações sobre sistemas de gestão
Uma das melhores formas de se praticar o gerenciamentos dos riscos e
questões comportamentais, é por meio da adoção de um sistema de gestão.
O modelo aplicado no gerenciamento de riscos por meio de um “Sistema de
Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional” está baseado no ciclo PDCA (Plan,
Do, Check, Action), garantindo assim a busca da melhoria contínua.
24
Figura 3 – Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action) de autoria do próprio autor.
Outros termos apresentados no ciclo PDCA acima são definidos na norma
OHSAS 18001:1999 como:
• Sistema de gestão de SSO: parte do sistema geral de gestão, propicia o
gerenciamento dos riscos de SSO associados aos negócios da
organização. Isto inclui a estrutura organizacional, as atividades de
planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos para o desenvolvimento, implementação, realização, revisão e
manutenção da Política de SSO da organização.
• Auditoria: exame sistemático para determinar se as atividades e resultados
relacionados estão de acordo com o planejado e se as atividades estão
efetivamente implementadas de maneira a atender á política e aos
objetivos da organização.
• Objetivos: metas, em termos de desempenho de SSO, que uma
organização se propõe a alcançar.
25
Como normas/guias de referência para sistemas de gestão de segurança e
saúde ocupacional destacam-se a BS (British Standard) 8800:1996 e OHSAS
18001:1999.
A OHSAS 18001:1999 (Occupational Health and Safety Assessment Series) é
uma norma de referência para sistemas de gestão de segurança e saúde
ocupacional. A certificação, por essa norma, garante o compromisso e
comprometimento da empresa, com a redução dos riscos e melhoria contínua de
seu desempenho em saúde ocupacional e segurança de seus colaboradores.
A OHSAS 18001 entrou em vigor em 1999, após estudos de um grupo de
organismos certificadores e de entidades de normatização da Irlanda, África do
Sul, Austrália, Espanha e Malásia. A criação dessa norma considerou normas já
existentes como a BS 8800 na Inglaterra.
A norma se baseia no conceito de que as organizações devem
periodicamente analisar e avaliar seu sistema de gestão de SSO, e buscar a
maneira de identificar oportunidades de melhorias e implementá-las. Por isso ela
não estabelece requisitos absolutos para desempenho de SSO, mas exige que às
empresas atendam integralmente à legislação e regulamentos aplicáveis e se
comprometam com o aperfeiçoamento contínuo dos processos.
CICCO (1999) apud MEDEIROS (2003) refere-se aos benefícios que as
organizações podem desfrutar oriundos da implantação de um sistema de gestão
em SSO, em conformidade com a OHSAS 18001, como:
• fortalecer sua imagem junto ao mercado;
• assegurar aos clientes o compromisso e comprometimento com uma
gestão voltada a SSO;
• demonstrar e manter um bom relacionamento junto aos sindicatos,
trabalhadores e outras partes interessadas;
• prevenir e reduzir acidentes que impliquem em responsabilidade cível,
tendo como conseqüência melhorar o ambiente de trabalho e a
produtividade;
• agilizar a obtenção de licenças e autorizações;
• fortalecer as relações entre órgãos governamentais e a organização.
26
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. A questão da segurança e saúde do trabalhador
O novo cenário global envolve diversas forças inter-relacionadas que afetam
atualmente o relacionamento entre organizações e sociedade e define novas
questões de gestão para as empresas conhecidas como temas emergentes, que
podem ser resumidas em ecologia e meio ambiente, saúde e bem-estar,
diversidade, direitos humanos e comunidades (GRAYSON, 2002).
Em todos estes temas, existem componentes diferentes que podem ter efeitos
próprios como cumulativos, influenciando nas decisões de negócios e
responsabilidades das empresas. A importância dos mesmos é função de uma
série de fatores que dependem de variáveis interdependentes, como lugar de
atuação da empresa, os hábitos culturais do local e setor em que a empresa atua,
legislações locais, atuação de grupos do terceiro setor, etc. Decisões tomadas por
executivos das organizações não conectadas com este contexto podem ocasionar
sérios prejuízos à imagem e conseqüentemente aos negócios das empresas. Por
esta razão, os planos estratégicos das empresas cada vez mais consideram os
temas emergentes e suas prováveis conseqüências para diversos cenários.
Para Grayson ( 2002, p.32):
[..] a tecnologia atual permite aos executivos empresariais definir
instrumentos para monitorar com precisão os poluentes oriundos dos
processos industriais e também aprimorar os processos de produção
para a redução destas emissões ao meio ambiente. Aspectos
relacionados com o desenvolvimento industrial em países do terceiro
mundo, aumento pela demanda dos recursos naturais e
conseqüentemente o nível de rejeitos dos processos industriais, criação
de leis severas em relação ao controle das emissões, progressos
tornaram mais acessíveis regiões remotas para o turismo e
conseqüentemente uma ameaça para o meio ambiente, o aquecimento
do planeta em razão devido à emissão em excesso do dióxido de
carbono, a utilização da engenharia genética e suas conseqüências ao
meio ambiente, fazem com que as empresas tenham que planejar suas
ações cuidadosamente para atender as expectativas de seus clientes e
27
sociedade com um todo para garantir a sustentabilidade de seus
negócios.
A qualidade de relacionamento entre as empresas e as comunidades nos dias
atuais definem mais um tema emergente conhecido como Comunidades. Este
tema basicamente está relacionado com as forças inter-relacionadas do mundo
contemporâneo, que interfaceiam as empresas e comunidades organizadas, com
mais voz ativa e poder que influenciam as empresas positivamente e
negativamente.
Algumas ações consideradas opcionais no passado em relação as
comunidades, passaram a ser obrigatórias para o sucesso das empresas.
Os tipos de ações estão relacionados diretamente aos países em que a
empresa atua, pois em alguns deles o grau de intervenção do Estado na
economia é maior, sendo ele provedor dos serviços sociais e do bem-estar social.
Neste cenário, as empresas podem optar por suplementar esses serviços em
razão de uma maior ou menor eficiência do Estado para benefício das
comunidades. Isto tem sido uma constante em razão da grande competição
mundial para atrair investimentos privados através da redução de impostos, que
indiretamente reduzem as fontes de recursos do Estado para investimentos nas
áreas sociais, degradando por conseqüência o nível de serviço para a sociedade.
Também é crescente por parte das comunidades que as empresas dêem algo
em troca à localidade onde atuam e produzem lucros para seus acionistas. Desta
forma, as grandes empresas têm procurado corresponder a estas expectativas da
comunidade ajudando a satisfazer suas necessidades por meio de provimento
direto: assistência médica a seus funcionários e apoio a grupos comunitários,
pressionando as autoridades públicas para melhorarem seus serviços sociais,
como também desenvolverem processos de parcerias ajudando com recursos e
idéias para projetos em benefício da região onde estão inseridas. (OLIVEIRA,
2003b).
Outro tema emergente de suma importância para as empresas está
relacionado à questão de saúde e bem-estar dos funcionários, consumidores e
comunidade onde atuam. Em razão das atuais forças globais de mudança e os
seus efeitos nocivos a sociedade nos dias de hoje, pelas atividades ou produtos
das empresas, passa a existir uma preocupação muito maior com os aspectos de
28
proteção das pessoas. Saúde e bem-estar passam a ter um conceito muito mais
abrangente, não somente em relação à saúde física e preocupações com a
proteção, como também com influências externas a saber: pressões diversas,
assistência dos dependentes, necessidade de aprendizado contínuo e aquisição
de novas habilidades e equilíbrio entre o trabalho e lazer(GRAYSON, 2002).
2.2. Segurança e saúde do trabalhador
Saúde e segurança dos trabalhadores, objeto maior de análise deste trabalho,
está inserido dentro do tema emergente saúde e bem-estar e tem sido fator de
destaque das empresas na definição de suas ações estratégicas, pelas
conseqüências para sua imagem no ambiente interno da empresa, como também
externo no que diz respeito aos seus clientes, fornecedores, acionistas e
sociedade. A razão para uma maior importância na Saúde e Segurança dos
trabalhadores está relacionada diretamente ao reconhecimento que a saúde
engloba não somente o aspecto físico como também o mental, o que faz entender
que a pressão do trabalho é um problema da empresa e pode influenciar no
rendimento do funcionário (GRAYSON, 2002).
Da mesma forma, é importante salientar que a evolução tecnológica dos
processos industriais introduziu novos riscos que podem afetar diretamente as
pessoas que trabalham nestes processos. A diminuição da assistência médica
pelo Estado acaba gerando uma expectativa nas empresas que passam a ocupar
este espaço, em benefício da saúde de seus empregados; as empresas que
propiciam benefícios com pacotes assistenciais aos seus funcionários,
conseguem por parte destes mais lealdade, maior produtividade, flexibilidade e
receptividade a mudanças.
Existe hoje também um interesse crescente por saúde pessoal e boa forma
física, especialmente nos países desenvolvidos, gerando uma expectativa para
que as empresas contribuam com ações neste sentido. No Brasil, lugar de
decorrência das altas taxas de acidentes no trabalho, a opinião pública tem
acompanhado com maior atenção as empresas como também os órgãos
fiscalizadores têm dedicado especial atenção em razão das perdas físicas e
financeiras para o país.
29
Passa a ser imperativo para as empresas e também um fator de vantagem
competitiva perante suas concorrentes, que ela tenha uma postura ativamente
positiva em relação às questões de Saúde e Segurança no trabalho. Estes
aspectos passam a ter uma importância muito grande para a imagem da empresa
perante seus funcionários, acionistas, fornecedores, clientes e sociedade. A
falência de empresas como conseqüência de uma “falência moral” tem levado
estas a repensarem seus valores e, entre eles, destaca-se a responsabilidade
social corporativa.
A norma Social Accountability 8000 (SA 8000), criada em 1997, é uma norma
de Sistema de Gestão de Responsabilidade Social que verifica a produção das
empresas dentro de certos parâmetros éticos, norteados pelos princípios
estabelecidos nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e
na Declaração Universal do Direitos Humanos e dos Direitos da Criança
propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e vem ocupando um
papel significativo dentro deste novo contexto.
A SA 8000 promove uma revolução na forma das empresas tratarem seus
funcionários e colaboradores externos, centradas na ética e na responsabilidade
social, e desde sua criação tem se tornado um objeto de desejo das empresas
obterem o selo, sendo que 162 empresas em 27 países já se qualificaram para
receber o certificado SA 8000. (BRUCKER, 2002)
No Brasil, a carência de serviços sociais básicos afeta uma grande parte da
população, entre elas: desigualdade de renda, baixa qualidade da educação
básica, trabalho infantil, analfabetismo persistente e uma das mais altas taxas de
acidentes do trabalho do mundo. Portanto há muito espaço para o
desenvolvimento da Responsabilidade Social Corporativa.
Os valores para as pessoas têm mudado rapidamente em todo o mundo. A
confiança nas instituições privadas, governamentais e nos processos políticos
diminuiu sensivelmente nos últimos anos, agravada principalmente pelos últimos
escândalos de corrupção e falta de responsabilidade, levando os cidadãos a
questionarem diversos comportamentos e conceitos adotados no passado. A
iniciativa privada, pelo seu atual poder e em razão da diminuição do poder do
Estado na sociedade, passa a ser um foco de atenções, com a necessidade de
uma postura de maior responsabilidade perante às expectativas da sociedade em
geral. As preocupações com a responsabilidade das empresas aparecem em
30
paralelo ao questionamento de seus objetivos e seu papel no mundo atual. Hoje,
há uma grande expectativa em relação às empresas como grande fator de
desenvolvimento, crescimento e geração de riquezas, exigindo que as mesmas
tenham um papel mais participativo de liderança. Adotar um espectro mais amplo
dentro da sociedade, do que um simples papel de produtor de bens e serviços
significa agir como produtor de riqueza coletiva, composta pela somatória de suas
externalidades (GRAYSON, 2002).
As ações das empresas têm provocado certo efeito de expectativa nas
pessoas que são partes interessadas nas suas ações. Para as empresas, estas
pessoas podem influenciar o sucesso dos negócios e dentro destes grupos de
pessoas pode-se citar os clientes, fornecedores, empregados, governos, órgão
fiscalizadores e reguladores, parceiros, acionistas, e grupos que tenham
interesses especiais como os ambientalistas, religiosos e organizações do
terceiro setor. Em razão das constantes mudanças que estão correndo em uma
velocidade jamais observada, estas expectativas têm mudado, e o sucesso do
negócio passa a ser também saber como agir diante destas expectativas.
Este novo ambiente traz impactos significativos na estratégia empresarial das
corporações. As empresas em um mercado mundial repleto e competitivo têm a
necessidade de ampliar a participação de sua marca e diferenciar seus produtos
da oferta dos concorrentes. Hoje, pela exigência de consumidores e outros grupos
com novas expectativas, a empresa só atingirá seus objetivos se tiver uma
postura socialmente correta. “As marcas que se tornarão importantes são as que
se associarem às mudanças sociais que estão ocorrendo”, (ROBBINS,2005).
ROBBINS (2005) menciona ainda que os executivos das empresas
necessitam estar preparado para responder aos riscos que crescem em uma
sociedade globalizada, pois estes podem causar impacto em todos os setores,
prejudicando a lucratividade dos negócios. Para isto é importante que estes
executivos tenham plena visão das ansiedades da sociedade onde estão
inseridos e também ter preocupações com as questões sociais das comunidades
que proporcionam lucros para os negócios. Desta forma, é imperativo para a
sustentabilidade das empresas que as mesmas tenham compromisso social na
gestão empresarial de seus negócios.
31
2.3. Sistemas de gestão
Há várias definições sobre sistemas de gestão que são formas organizadas e
sistematizadas de se buscar a melhoria de resultados por meio da combinação de
processos, procedimentos e práticas adotadas por uma organização, podendo-se
atingir dessa forma, mais eficiência nos objetivos indispensáveis à atual
sociedade globalizada. As organizações podem decidir pelo sistema que mais
convêm, em função de diferentes critérios como: cultura organizacional, tempo de
resposta dos resultados, país de origem, afinidade com a metodologia, entre
outras (GARCIA, 2004).
Na norma NBR ISO 9000:2000 ( Associação Brasileira de Normas Técnicas)
o termo sistema de gestão caracteriza-se por: “identificar, entender e gerir
processos inter-relacionados como um sistema fazendo que a organização atinja
seus objetivos de maneira eficaz e eficiente”.
ZILBOVICIUS (1997), diz que “Modelos de Gestão podem ser definidos como
idéias de gerenciamento, sugestões e proposições para garantir a continuidade
de atividades”. Diz ainda que: “são aqueles que se referem ao modo de pensar os
problemas organizacionais, constituídos por princípios interligados segundo uma
lógica na qual se baseiam decisões de escolha organizacionais”.
FEIGENBAUM (1986), menciona que sistemas de gestão devem: incorporar a
melhoria contínua nas organizações, buscar o comprometimento da alta direção,
prover uma maior ênfase à pró-atividade e permitir a integração com outros
sistemas de gestão que a organização possa ter.
Concluindo, percebe-se que sistemas de gestão podem ser compreendidos
como um conjunto de fatores dinamicamente relacionados e que interagem,
objetivando controlar e dirigir uma organização com propósito determinado.
2.3.1 Sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional
BRAUER (1994) cita um princípio que estabelece que as ações de prevenção
dos acidentes deveriam focar mais na investigação, devendo ocorrer um
posicionamento da forma de atuação das organizações, modificando sua cultura
organizacional de uma ação exclusivamente reativa, e que depende da ocorrência
32
de acidentes para uma atuação proativa, antecipando-se desta maneira na
identificação dos perigos antes que os acidentes ocorram.
A OIT(1998),Organização Internacional do Trabalho, define sistema de gestão
para segurança e saúde ocupacional como sendo o “conjunto de elementos inter-
relacionados ou interativos que têm por objetivo estabelecer uma política de SSO
com o propósito de alcançar estes objetivos” conceitua também o SGSSO como
sendo “uma estrutura gerencial suportada nos pilares do princípio da melhoria
contínua e na atuação pró-ativa, que possibilite atingir limite e metas aceitáveis
pelas partes interessadas (organizações, colaboradores, etc.), que não venham a
se tornar causas de acidentes.
De acordo com APAU (1992), há diversos fatores que justificam a
implantação de um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional nas
empresas que são:
• redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais;
• redução de custos com acidentes e doenças profissionais;
• maior rigor no cumprimento da legislação de segurança e saúde;
• melhoria das condições nos ambientes de trabalho;
• melhoria das relações trabalhistas;
• melhoria da qualidade e produtividade;
• melhoria da imagem publica da empresa.
APAU (1992) destaca ainda as limitações de um SGSSO por falta de:
• investigação de acidentes e incidentes de forma detalhada;
• auditoria eficaz de segurança e saúde.
Para a implantação efetiva e eficaz de um SGSSO é necessário uma
transformação e/ou mudança na cultura organizacional e de seus colaboradores,
com enfoque em uma cultura de segurança em busca de ações continuadas a fim
de estabelecer o equilibrio entre a gestão de produção e o trabalhador. À medida
que se tem um maior desempenho em SSO ao longo do tempo, solucionando os
problemas por meio do ciclo PDCA, certamente ter-se-á uma melhoria continua
da segurança e saúde do trabalhador. Essa sistematica é exemplificada a seguir
de acordo com a figura 4.
33
Figura 4 – Melhoria Contínua em SSO – adaptado de BARREIROS (2002)
É importante conhecer para a implantação do SGSSO os níveis de
desempenho em relação à SSO, que as organizações podem apresentar; sendo
que o propósito básico do sistema é atuar sobre esse desempenho. Para
KRAUSE (1995), as organizações em geral encontram-se em um dos três níveis
de desempenho: ciclo dos acidentes (sem esforços contínuos e sem melhoria
continua); patamar de desempenho (com esforços contínuos e sem melhorias
contínuas); melhoria contínua do desempenho (com esforços contínuos e com
melhoria contínua).
FATURETO (1998) destaca ainda:
[..]Convém frisar que não se pode esperar retorno rápido de
investimentos realizados na prevenção, como que num toque de mágica,
levando em conta as necessidades de treinamento e a própria mudança
de comportamento das pessoas envolvidas.
Os projetos desenvolvidos com sucesso, necessitam de capital, tempo e
administração, e levam anos para dar resultados efetivos.
Vale destacar que se uma empresa quer sobreviver no mercado, não
será às custas da atuação do tipo "apagar incêndio" que terá sucesso,
mas sim com ações efetivas e duradouras.
O trabalho de melhoria da segurança e do controle de perdas depende
da dedicação intensiva de todos os envolvidos na organização, incluindo
apoio dos participantes, trabalho de motivação e conscientização das
pessoas.
Não se pode esquecer, no entanto, que fazer segurança não é apenas
buscar retorno financeiro, outros motivos podem ser destacados para
realçar a importância dos investimentos alocados na prevenção de
acidentes.
M E LH O R IA C O N TÍN U A E M SST
T e m p o
Des
empe
nho
em S
S O
M E LH O R IA C O N TÍN U A E M SST
T e m p o
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em S
S O
34
Com isso, fica notório que os Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança
Ocupacional contribuem fortemente para que as organizações obtenham o nível
de melhoria contínua de desempenho apresentando formas sistêmicas de
melhoria fundamentadas em ações pró-ativas.
Parece simples estabelecer uma cultura de segurança, mas passa a ser difícil
se todas as partes não estiverem completamente envolvidas e comprometidas
com a segurança.
2.4. Cultura organizacional e gestão de pessoas
Atualmente as organizações são indiscutivelmente os tipos de sistema social
predominante das sociedades industriais. Antes a sociedade era constituída de
inúmeros pequenos sistemas sociais desorganizados, hoje são as organizações
que estão cada vez maiores e melhor estruturadas, dominando o panorama social
contemporâneo.
A sociedade moderna se caracteriza pelas organizações. Entre as
características da época atual, temos um grande número de organizações e a
predominância desse tipo de sistema social em relação aos demais.
O princípio fundamental que rege a vida das organizações é o princípio da
eficiência. Um sistema social qualquer não necessita ser eficiente, produtivo. Já
nas organizações, a eficiência ou pelo menos a procura da eficiência é uma
condição primordial para a sua existência.
A sociedade moderna é caracterizada pela competitividade do contexto
global, e para acompanhar a conjuntura econômica é fundamental um
gerenciamento dinâmico, engajado com todas as necessidades da sociedade
moderna. O fenômeno é mundial. É mais amplo e rápido do que se supõe. Estão
ocorrendo mudanças rápidas e intensas no mundo das empresas. As mudanças
mais profundas e marcantes, não são percebidas pelo grande público, que
somente consegue perceber o que ocorre na ponta do iceberg. Essas mudanças
são definitivas e irreversíveis, de tal modo que as empresas nunca mais serão as
mesmas. (CHIAVENATO, 1997)
O mesmo autor afirma que para se compreender a motivação humana, o
primeiro passo é o conhecimento do que a provoca e dinamiza. A motivação
existe dentro das pessoas e se dinamiza através das necessidades humanas.
35
Todas as pessoas têm suas necessidades próprias que podem ser chamadas
de desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. As necessidades
humanas ou motivos são forças internas que impulsionam e influenciam cada
pessoa determinando seus pensamentos.
Figura 5 - A hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação- Maslow, ALBERTON (1996).
Conforme as afirmações CHIAVENATO (1997), acima, e pelo que podemos
ver na Figura 5 (hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação),
pode-se notar a importância da segurança e sentimento junto aos colaboradores
dentro de uma empresa, facilitando assim, os processos de motivação e
conseqüente aumento de produtividade.
O outro ponto relevante para o estudo citado pelo autor é que o clima
organizacional influencia a motivação, o desempenho e a satisfação no trabalho.
O desempenho do trabalhador está relacionado a uma complexidade de
fatores que atuam e interagem entre si de forma dinâmica. Em situações onde
objetivos e metas foram explicitados, a tarefa foi estabelecida de forma clara para
o colaborador, e se ele está motivado para executar e atingir esses objetivos e
metas propostos, seguramente o trabalhador esforçar-se-á proporcionalmente a
sua motivação.
Como buscar então a plena motivação a fim de proporcionar a satisfação para
o trabalho, tendo como conseqüência o sucesso no desempenho das tarefas
desenvolvidas, que é o grande desafio o qual pode ser alcançado, se a
- Trabalho criativo e desafiante - Diversidade e autonomia - Participação nas decisões
- Responsabilidade por resultados - Orgulho e reconhecimento - Promoções
- Amizade dos colegas - Interação com Clientes - Gerente Amigável
- Condições seguras de trabalho - Remuneração e benefícios - Estabilidade no emprego
- Intervalos de descanso - Conforto físico - Horário de trabalho razoável
Auto -realização
Estima
Sociais
Segurança
Necessidades Fisiológicas
36
organização estabelecer e acompanhar todos os passos da equipe e de cada
membro que a integra.
Para MINTZBERG (2003), essa satisfação para o trabalho pode ocorrer por
meio da multifuncionalidade que é quando um trabalhador engaja-se em ampla
variedade de tarefas não as executando para cumprir apenas o determinado, mas
para obter um maior controle sobre elas. Menciona ainda que esse envolvimento
por intermédio da ampliação de seu trabalho, desperta nos trabalhadores uma
maior motivação no desenvolvimento de suas tarefas, compensando as perdas
com a especialização técnica dos trabalhos repetitivos.
O autor ainda estabelece as vantagens e os problemas com as possíveis
estruturas que as empresas podem adotar, porém como mencionado no
parágrafo anterior o fato de termos trabalhadores mais motivados e engajados é
significativo, ao se estabelecer o modelo de sistema voltado para o aspecto da
segurança e saúde do trabalhador.
Segundo RODRIGUEZ (2002), as organizações aprendizes e junto com elas
o conceito do auto-aprendizado, proporcionam aos funcionários organizados em
equipes de trabalho desenvolver teorias e a sua imediata aplicação, com o uso
das mais diversas formas de aprendizado: como o treinamento durante o trabalho
(on the job) e outras formas de capacitação, também contribuindo para que os
trabalhadores cada vez mais sejam conscientes e engajados no tema.
De acordo com o autor, uma empresa que seja considerada aprendiz deve
estar atenta a diversas questões e, principalmente, ter uma cultura de aprender
com os erros e de estabelecer formas onde os trabalhadores possam participar do
seu permanente desenvolvimento.
Freitas (2000) afirma que
“a flexibilidade não se restringe só aos processos técnicos, nos produtos
e nos mercados, mas também no saber e nas qualificações dos
trabalhadores da fábrica, porque não se pode confiar equipamentos tão
caros a mão-de-obra não especializada. Daí a necessidade de cada vez
mais aliar o trabalho e tarefas baseado no conhecimento e treinamento
aos trabalhadores, a fim de produzir para uma sociedade baseada no
conhecimento e na informação intensiva. Para a autora o especialista dá
lugar ao polivalente, ainda que seja para apertar botões de diferentes
máquinas.Estando comprometidas apenas com o aumento da
37
produtividade, segundo a autora, muitas empresas trocariam de bom
grado todos os seus colaboradores por máquinas, se isso fosse possível,
a fim de se verem livres das exigências legais e complicações que a
presença humana implica”.
A autora menciona que as novas estruturas organizacionais exercem um
controle diferente nas relações de autoridade, dando ênfase nos grupos, equipes
e comitês formados por membros que possuem o conhecimento. O poder
funcional manifestado pelas ordens por intermédio das linhas hierárquicas é cada
vez mais substituído por uma relação mais aberta e participativa, em outras
palavras: o que antes se baseava na obediência se transformou em relações cujo
mundo fechado dos especialistas é substituído pelos profissionais de perfil
generalista e polivalente em que a educação deve ser constante.
Figura 6 – Gestão do conhecimento requer um sistema – FREITAS (2.000)
Sob a ótica da SSO, um dos aspectos fundamentais que podem facilitar a
melhoria do desempenho da gestão de uma organização é a forma como ela lida
com suas experiências, como ela mantém ou altera suas diretrizes e como ela
explicita e operacionaliza sua visão de SSO para o seu negócio.
HÖPFL (1994) chama a atenção para a ligação entre cultura organizacional e
cultura de segurança. Segundo este autor, as duas últimas décadas caracterizam-
se por mudanças organizacionais relevantes e por vários acidentes maiores,
38
afetando diversas áreas de tecnologia. A partir daí, a atenção dada a fatores, tais
como a complexidade das causas contribuidoras e intervenientes para a
ocorrência de um acidente; a multiplicidade de formas pela qual um sistema pode
falhar; a predominância das contribuições do fator humano para essas falhas; as
dificuldades de informação e comunicação e, sobretudo, a apreciação da
dimensão histórica que os desastres possuem, contribuíram para uma nova forma
de visão empresarial.
A preocupação de HÖPFL (1994) era a de examinar a abrangência e o grau
de influência que as mudanças ou as manipulações da cultura organizacional têm
ou possam ter sobre as questões de segurança e saúde, no sentido de reduzir a
inquietação e a preocupação com SSO a um exercício cosmético ou
simplesmente retórico.
A existência de um modelo de gestão de SSO é essencial, mas apesar de
sua existência os resultados podem não ser alcançados se a cultura e a
aprendizagem organizacional não forem suportadas, influenciadas e decorrentes
de uma visão genuína de SSO, devidamente contextualizada e incorporada pela
estratégia do negócio.
Assim sendo, o grande desafio para uma organização é o de definir, explicitar
e pôr em prática uma cultura genuína e autêntica de SSO. Para isso é necessário
entender o significado de cultura de segurança, o que significa compreender os
pressupostos básicos de uma organização, os seus aspectos intrínsecos, o
modelo dinâmico adotado para orientar sua aprendizagem, sua transmissão e
renovação dos valores relativos à segurança e à saúde em todos os seus níveis,
bem como os motivos que determinam e explica o porquê de se praticar a gestão
da SSO no contexto organizacional.
A cultura de segurança torna-se uma idéia atrativa, pois apresenta um caminho
para superar as limitações dos modelos existentes para a gestão da SSO desde
que cuidados especiais e atenção sejam sempre dispensados à cultura e à
aprendizagem organizacional na sua integra. O reconhecimento e a compreensão
da relação e das interfaces entre cultura, aprendizagem organizacional e a
dinâmica de um sistema de gestão são essenciais para que uma organização
consiga concretizar ações para a melhoraria de seu desempenho de SSO.
39
2.5. Importância dos fatores pessoais e comportamentais na SSO
Fatores comportamentais e pessoais representam a dinâmica humana da
segurança ocupacional. Essa discussão examina 10 princípios básicos que
sustentam os procedimentos humanos para se alcançar uma cultura de
segurança total. Os dez princípios da cultura de segurança total, segundo Geller
(1994) são:
1. A cultura deve direcionar o procedimento de segurança;
2. Os fatores relacionados ao pessoal e ao comportamento determinam o
sucesso;
3. A focalização no processo e não nos resultados;
4. O comportamento é direcionado por ativadores (atos que precedem
comportamentos e direcionam outros) e motivado por conseqüências
(seguem comportamentos e determinam que comportamentos devem
ocorrer);
5. A focalização em alcançar o sucesso e não em evitar o fracasso;
6. A observação e feedback levam a comportamentos seguros;
7. O feedback eficaz acontece por treinamento relativo a comportamento e a
fatores pessoais.
8. A observação e treinamento são processos básicos da atuação
comportamental responsável. Segundo ainda Geller (1994), a cultura de
segurança requer atenção contínua sobre os três processos ilustrados na
figura abaixo. Isto porque eles são dinâmicos e mudanças de um processo
podem, no final, causar impacto nos outros dois. Para exemplificar melhor
quando os funcionários decidem incorporar e praticar a segurança
buscando a redução de acidentes de trabalho muitas vezes pode envolver
mudanças ambientais;
40
Figura 7 - Atuação Comportamental Responsável - adaptado de GELLER (1994).
9. A auto-estima e participação aumentam a atuação comportamental
responsável para a segurança;
10. À consideração à segurança como um valor e não apenas uma prioridade.
Quando os empregados compreendem esses princípios, qualquer processo
baseado neles não é visto como “a onda do mês”, mas como um plano de ação
que exemplifica um ou mais desses princípios. Quando os empregados aceitam
esses princípios, eles podem ajudar a identificar, desenvolver e implementar
planos de ações relevantes. Na realidade, o envolvimento dos empregados é
essencial para o desenvolvimento da cultura de segurança total (GELLER, 1994).
2.6. Gestão de riscos
A gestão de riscos tem como finalidade a busca do equilíbrio apropriado entre
o reconhecimento de oportunidades de ganhos e a redução de perdas. Ela é
integrante das boas práticas de gestão e é também um elemento essencial da
boa governança corporativa.
Para que seja mais eficaz, a gestão de riscos deve passar a fazer parte da
cultura da organização e deve estar inserida na filosofia, nas práticas e nos
processos de negócio da organização, em vez de ser vista ou praticada como
Pessoal
Tentativa de fazer outra pessoa se sentir feliz.
Ambiental
Reorganização ou redistribuição de recursos na
intenção de beneficiar outros
Comportamental
Tentativa de influenciar o comportamento de outros em
direções desejadas.
41
uma atividade em separado. Embora o conceito de risco seja freqüentemente
interpretado em termos de perigo ou impacto negativo, a gestão de riscos define
os riscos como a exposição às conseqüências da incerteza ou como potenciais
desvios do que foi planejado ou do que é esperado. As organizações que
gerenciam seus riscos de maneira eficaz e eficiente têm maior probabilidade de
atingir seus objetivos a um custo total menor. (DE CICCO, 2004)
DE CICCO (2004) aborda ainda que o tratamento de riscos deve procurar
entender como estes riscos surgem. Isso inclui a compreensão não somente das
causas imediatas de um evento, mas também dos fatores chamados de ‘causas-
raiz’ e elas têm origem nas necessidades, crenças e circunstâncias implícitas.
Figura 8 - Esquema Geral para identificação da causa e tratamento de riscos (DE CICCO, 2004, p.56)
As causas-raiz podem incluir facetas da cultura organizacional, tais como
práticas e processos que precisam mudar para que o risco não se materialize ou
ocorra novamente.
As abordagens utilizadas para identificar os riscos incluem: listas de
verificação (checklists), fluxogramas, brainstorming, análise de sistemas, análise
de cenários e técnicas de engenharia de sistemas, sendo que a abordagem
dependerá da natureza das atividades que estão sendo analisadas criticamente,
dos tipos de riscos, do contexto organizacional e da finalidade do estudo de
gestão de riscos.
C a u sas-R aiz
F on te d e r isco
C on seq ü ên cias p oten c ia is
C a u sas-R aiz E ven to C on seq ü ên cias
C on seq ü ên cias p ré- even to T ra tam en to p ós-ev en to
M o d ificação da pro b ab ilid ad e e das co n seqü ênc ias
M o d ificação d as co n seqü ênc ias
C a u sas-R aiz
F on te d e r isco
C on seq ü ên cias p oten c ia is
C a u sas-R aiz E ven to C on seq ü ên cias
C on seq ü ên cias p ré- even to T ra tam en to p ós-ev en to
M o d ificação da pro b ab ilid ad e e das co n seqü ênc ias
M o d ificação d as co n seqü ênc ias
42
Os detalhes do processo de gestão de riscos são mostrados conforme a
figura abaixo
.
Figura 9 - Processo de Gestão de Risco – Detalhamento (DE CICCO, 2005, p.17)
Estabelecim ento dos contextos•C ontexto interno•C ontexto externo•C ontexto da gestão de riscos•D esenvolvim ento de critérios•D efinição da estrutura
Identificação de risco•O que pode acontecer?•Q uando e onde?•C om o e por quê?
Avaliação de riscos
• Com parar com critérios
•Estabelecer prioridades
Tratar os riscos?
Tratam ento de riscos•Identificar as opções•A nalisar e avaliar as opções•Prepara e im plem entar os planos de tratam ento•A nalisar e avaliar os riscos residuais
Com
unic
ação
e c
onsu
lta
junt
o às
par
tes
inte
ress
adas
Monitoram
ento e análise crítica
Análise de riscosIdentificar os controles existentes
D eterm inar as conseqüências
D eterm inar a probabilidade
Determ inar o nível de risco
Sim
Estabelecim ento dos contextos•C ontexto interno•C ontexto externo•C ontexto da gestão de riscos•D esenvolvim ento de critérios•D efinição da estrutura
Identificação de risco•O que pode acontecer?•Q uando e onde?•C om o e por quê?
Avaliação de riscos
• Com parar com critérios
•Estabelecer prioridades
Tratar os riscos?
Tratar os riscos?
Tratam ento de riscos•Identificar as opções•A nalisar e avaliar as opções•Prepara e im plem entar os planos de tratam ento•A nalisar e avaliar os riscos residuais
Com
unic
ação
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adas
Monitoram
ento e análise crítica
Análise de riscosIdentificar os controles existentes
D eterm inar as conseqüências
D eterm inar a probabilidade
Determ inar o nível de risco
Análise de riscosIdentificar os controles existentes
D eterm inar as conseqüências
D eterm inar a probabilidade
Determ inar o nível de risco
Sim
43
2.7. A Relação entre Aspectos Ambientais e SSO
Outro importante aspecto a ser considerado é a importância da gestão
responsável pela questão ambiental, uma vez que o assunto está intimamente
ligado à Segurança e Saúde Ocupacional nas empresas de fertilizantes.
“Disputas ideológicas sobre o uso de fertilizantes minerais não deveriam ser
permitidas para se tirar a atenção do principal problema, que é o uso ineficiente
de fertilizantes minerais que representam um desperdício de recursos, uma
grande perda econômica e que contribui para significativos problemas ambientais
e, consequentemente, para a saúde do trabalhador. Uma maior eficiência no uso
de fertilizantes pode também reduzir o impacto ambiental”. (ANDA, 2005b, p. 54).
Silva (2006), destaca em seus estudos as principais fontes poluidoras
encontradas na atmosfera, no solo e na água. Evidenciou as substâncias
perigosas encontradas e seus efeitos nocivos à saúde humana como:
• Deposição Atmosférica: observa o pesquisador que o fluxo de vento e,
conseqüentemente, as condições de difícil dispersão dos poluentes dentro
da área de Cubatão influenciadas pela topografia local é uma grande
preocupação. Há um grande volume de emissões poluentes com altas
concentrações de partículas inaláveis. Em seu estudo, identificou-se 260
fontes, consideradas de importância quanto ao seu impacto. São
provenientes de indústrias químicas, de fertilizantes, petroquímicas,
celulose etc.
Substâncias perigosas como metais pesados, micronutrientes, rocha
fosfática, enxofre, etc, provocam transtornos gastrintestinais, irritação da
mucosa estomacal, vômitos, diarréias; o chumbo que em altas
concentrações prejudica o sangue, os ossos e tecidos moles; o cromo, cuja
exposição por via oral leva ao acúmulo desse metal nos rins, fígado,
pulmão, coração e pâncreas.
• Solos Contaminados: Silva aponta, entre outros, a disposição de metais
pesados; os depósitos irregulares de resíduos sólidos industriais que por
sua proximidade ao rio Cubatão, a montante da principal fonte de captação
de água da baixada santista, aumenta de modo significativo seu potencial
de risco à saúde para a região.
44
• Outra substância de grande preocupação é a amônia, que se inalado pode
levar á morte.
Apesar de não ser objeto dessa dissertação, como mencionado na seção
secundária 1.3, é importante mencionar os efeitos de fontes poluidoras em
detrimento à saúde do trabalhador. Conclui-se com isso que ao implementar o
SGSSO, deve-se buscar uma forma de integrá-lo a outros sistemas, já existentes
ou não, como o da qualidade e do meio ambiente.
19/01/200619619/01/2006
45
3. METODOLOGIA
Este capítulo trata sobre a fundamentação e estrutura da proposta de
pesquisa, apresenta a descrição do perfil da empresa, objeto do estudo de caso,
onde foi aplicada a pesquisa de campo por meio de um questionário, coleta dos
dados, tratamento e análise dos mesmos.
3.1. Descrição do perfil da empresa
A empresa XYZ apresenta as seguintes características:
• Organização privada;
• Sociedade anônima de capital aberto;
• Localizada na Baixada Santista – Estado de São Paulo
• Atua na produção de fertilizantes (ácidos, fosfatados, nitrogenados e
mistura NPK);
• Devido à sazonalidade de produção trabalha com funcionários no processo
produtivo contratados por prazo determinados, denominados safristas;
• Jornada de trabalho em 3 turnos de oito horas todos os dias da semana;
• Certificada pelas normas NBR ISO 9000:2000 e 14000:96;
• Quadro de 650 funcionários (próprios e terceiros);
• No início da proposta do modelo de SGSSO a empresa possuía somente
indicadores reativos (TG e TF) e não havia uma cultura de segurança;
• Em relação ainda a SSO não possuía nada organizado e seu histórico de
acidentes era de muitos acidentes graves, com mutilações e óbitos.
3.2. Fundamentação e proposta de pesquisa
Por ser um estudo de caso com coleta de dados, buscou-se uma revisão
bibliográfica adequada a metodologia a ser seguida. A metodologia baseia-se em
algumas recomendações das citações bibliográficas abaixo:
46
BASTOS (2004) destaca que uma boa metodologia consiste na importância
da análise e interpretação de dados de um levantamento de campo que por meio
de questionário têm-se como pontos relevantes: a elaboração adequada do
questionário, a correta tabulação dos dados obtidos, como foi definida a
população (universo da pesquisa) e a escolha da amostra calculada por meio de
fórmulas estatísticas apropriadas.
Para GIL (1991), os fatores importantes e que devem ser considerados na
análise e interpretação dos dados são: estabelecer um planejamento da análise
dos dados coletados e tratá-los de forma correta para ter-se uma base precisa
dos resultados obtidos.
SALOMON (2001) e KÖCHE (2003) salientam que alguns fatores são
importantes como: em estudos de casos, o diagnóstico do problema a ser
estudado leva à personalização do problema e por isso pode facilitar a interação
dos fatos que produzem mudança, porém o processo de investigação que se
interessa em descobrir a relação existente entre os aspectos, fatos, situações e
acontecimentos devem ser cuidadosamente extraídos dos dados levantados
durante a pesquisa científica realizada.
Os autores acima ressaltam a importância da análise, interpretação de dados
obtidos, a correta definição da população, tamanho da amostra e o diagnóstico de
caso que leva a personalização do problema.
3.3. Coleta de dados
A coleta de dados é uma etapa do trabalho que por se tratar de pesquisa de
campo tem-se que ter alguns cuidados.
MOREIRA (2000) apud MAFFEI (2001), destaca que as entrevistas utilizando
questionários podem ser padronizadas ou não, destaca ainda que a elaboração
do questionário depende de dois aspectos: a forma das questões ( perguntas ou
afirmativas, questões abertas ou fechadas). Menciona ainda que os fatores que
compõem um questionário são os seguintes:
• dados de identificação do respondente;
• instruções/orientações de preenchimento;
47
• pedido de cooperação;
• informações a serem pesquisadas.
Após a análise e interpretação das recomendações dos autores anteriormente
estudados, decidiu-se aplicar um questionário com questões de múltipla escolha
para identificar os anseios e problemas que efetivamente ocorriam na empresa
XYZ ( vide Apêndice C – Questionário sobre Segurança)
Esse levantamento da pesquisa de campo ocorreu em maio de 2005, pela
área de treinamento da empresa XYZ de fertilizantes, onde aplicou-se o
questionário acima citado.
Para determinar-se o tamanho da amostra a ser estudada, os seguintes
dados foram utilizados: população finita, intervalo de confiança de 99%, variável
nominal e erro amostral de 3%.
Com base nessas variáveis, aplicou-se o modelo estatístico estabelecido por
MARTINS (2002, p.187), de acordo com a equação abaixo:
Em que:
Z = intervalo de confiança;
_ _
p e q = são valores adotados;
N = tamanho da amostra;
d = erro amostral
Logo temos:
Z = 99 %;
_ _
p e q = 0,50;
N = 650 funcionários (próprios e terceiros);
d = 3%
d2 x (N – 1) + (Z2 x p x q)
Z2 x p x q x Nn =
d2 x (N – 1) + (Z2 x p x q)d2 x (N – 1) + (Z2 x p x q)
Z2 x p x q x NZ2 x p x q x Nn =n =
48
)]}5,0()5,0()99,0[()]1650()03,0{[(
)]650()5,0()5,0()99,0[(22
2
xxx
xxxn
+−
=
osfuncionárin 192=
As respostas do questionário aplicado foram tabuladas para explicitar o
resultado da pesquisa e quais os pontos mais importantes dentro de uma cultura
pró-ativa, voltada para a segurança, devem ser trabalhados. Os resultados
relevantes são apresentados na tabela 2 e a análise da tabulação das respostas
do questionário encontram-se no Apêndice D.
Com relação ao Apêndice D, as respostas em negrito foram consideradas de
maior relevância pelos colaboradores que participaram da amostragem.
De acordo com esses resultados, foi possível determinar quais os pontos
importantes para nortear o SGSSO e que é abordado no capítulo a seguir.
49
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS
NA PESQUISA DE CAMPO E DO SISTEMA DE GESTÃO DE
SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL (SGSSO)
Esse capítulo trata da apresentação dos resultados obtidos e da
apresentação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional.
Além do Sistema de Gestão, indica-se adicionalmente um sistema
informatizado para registro de incidentes, grupos de trabalho de colaboradores e
comunicação direta, visando uma maior integração entre a empresa e seus
colaboradores.
Outro ponto relevante foi a exposição do SGSSO ao Sindicato dos
Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Fertilizantes da
Baixada Santista, entidade que avaliou positivamente o modelo de gestão
proposto – vide anexo 3.
4.1. Apresentação dos resultados na pesquisa de campo
Elaborou-se a tabela 2 com os resultados relevantes extraídos da pesquisa de
campo. Com esses pontos relevantes temos um Sistema de Gestão de
Segurança e Saúde Ocupacional, que além de atender a todos os pré-requisitos
legais, também apresentasse um enfoque nas melhorias organizacionais e na
utilização de um comportamento pró-ativo.
Tabela 2
Resultados relevantes obtidos por meio dos Dados da Pesquisa
Questão Pontos Relevantes
01 Dar maior enfoque nos procedimentos de tarefas e treinamento. Análises de tarefas que precisam ser refeitas e re-treinadas, com base na experiência dos operadores.
02 Discrepância entre a visão das reais necessidades dos operadores e chefia. Indicando falha na comunicação operador x chefia.
03 Apesar de existir um comprometimento da chefia com a segurança, nem todos conhecem os procedimentos corretos.
04 Necessidade de alinhamento entre as normas de segurança da empresa com os prestadores de serviço.
05 Há uma boa comunicação entre operadores, independentemente das turmas.
50
06 Apesar de demonstrar melhorias com as certificações, quando se implanta o sistema de segurança, precisa ser adequado a nossa realidade.
07 Falta efetiva de informação e participação na CIPA.
08 É conhecida a necessidade dos EPI’s, mas sem a presença de postura pró-ativa com os colegas.
09 Apesar de investimentos em segurança, há falha na definição de prioridades em relação à proteção dos equipamentos.
10 Necessidade de reforçar o treinamento quanto às normas de segurança. 11 Os safristas são treinados, mas sem foco na segurança. 12 Foco excessivo na produção em detrimento da segurança.
13 Falta de comprometimento com a segurança, por parte dos prestadores de serviço motivado pelas diferenças dos benefícios.
14 Falha na comunicação e não aproveitamento das idéias oriundas dos operadores. 15 Insegurança em opinar frente à chefia.
16 A metodologia da multifuncionalidade é um estímulo ao desenvolvimento do trabalhador.
17 É conhecida a necessidade dos EPI’s, mas as opiniões dos operadores não são levadas em conta.
4.2. Estruturação do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional –
SGSSO
A estruturação do SGSSO é composto por onze módulos conforme figura 10.
O detalhe de cada módulo é explicado na seqüência.
4.2.1. Estrutura
O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SGSSO) é
estruturado no modelo de gestão do P.D.C.A. (Plan, Do, Check, Action). Este
sistema é formado por um conjunto de procedimentos divididos em onze módulos,
demonstrado na figura 10, e de acordo com o Anexo 1 - Guia de Implantação dos
Procedimentos dos Módulos do SGSSO.
51
Figura 10 – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional
Estes módulos são:
1. Inspeção de Equipamentos: tem a finalidade de estabelecer procedimentos
para o gerenciamento da adequação de não conformidades em SSO, por
meio de rotinas de inspeções dos equipamentos, classificação às
prioridades e ações de melhorias. A priorização das não conformidades
encontradas, seguirá o estabelecido no módulo 9, descrito a seguir,
levando-se em consideração a gravidade ou severidade X probabilidade de
ocorrência.
2. Controle de Processos: tem a finalidade de estabelecer procedimentos
visando à redução de riscos de acidentes ao trabalhador e às instalações
industriais, procurando identificar as fontes de risco e atuando na prevenção
desses possíveis problemas, principalmente relacionados a incêndios,
explosões, liberações acidentais de produtos químicos, e uma análise
criteriosa quando houver modificações ou introduções de novos processos
produtivos.
3. Comunicação e Análise de Acidentes: têm a finalidade de estabelecer
procedimentos para a efetiva comunicação de acidentes ocorridos às partes
interessadas, assim como a sua análise de modo a identificar as reais
causas e providenciar as ações corretivas e preventivas que se fizerem
necessárias.
52
4. Atendimento à Emergência: busca o estabelecimento de requisitos mínimos
para a garantia de um adequado preparo e atendimento às emergências,
primeiros socorros e atendimento à fiscalização de órgãos governamentais.
5. Gerenciamento de Rotina: estabelece procedimentos para a melhoria
contínua das melhores condições de trabalho nas unidades, visando manter
em suas instalações um ambiente adequado, que não crie problemas à
saúde e segurança dos que lá trabalham, sejam eles funcionários próprios
ou prestadores de serviço.
6. Treinamentos: estabelece as diretrizes para o atendimento aos
treinamentos com foco em SSO, assegurando o atendimento à legislação
vigente e os requisitos do SGSSO.
O SGSSO estabelece como 1ª etapa, o treinamento específico dos
colaboradores recém contratados por um período de 15 (quinze) dias,
capacitando e mostrando-lhes a organização como um todo. Neste módulo o
colaborador conhece a política e a cultura organizacional da empresa, bem como
o conhecimento teórico do processo produtivo, os perigos e as precauções do
setor de trabalho o qual ele será destinado durante sua jornada de trabalho.
Em uma 2ª etapa do treinamento, o colaborador deverá passar por
treinamentos específicos já em seu local de trabalho, possibilitando ao
colaborador um maior conhecimento da área (ART’s – Análise de Risco da Tarefa
e IT’s – Instruções de Trabalho) e uma melhor integração com os seus futuros
colegas de trabalhos.
Os objetivos primordiais desses treinamentos são o de proporcionar ao
colaborador uma maior capacidade de interação com seu meio de trabalho e um
melhor conhecimento do SGSSO, dos riscos, perigos e procedimentos das áreas
fabris.
ROBBINS (2005) reforça a importância dos novos colaboradores estarem
familiarizados com a cultura da nova organização, seus valores, suas crenças e
costumes. Cita a importância de se propiciar a ambientação desses novos
colaboradores e que as organizações devem procurar modos para sua
integração, vindo assim reforçar ainda mais o estabelecido nesse módulo.
53
Como se observa na Figura 11, o grau de experiência de cada colaborador
tem uma relação direta ao tempo de experiência, ou seja, quanto maior o tempo
do funcionário em uma determinada função, maior o seu conhecimento.
Figura 11 – Curva de Experiência – adaptado de MACÊDO (2006).
Contudo, um ponto importante que dever ser analisado é a relação do grau de
conhecimento obtido com o tempo de serviço do colaborador e a probabilidade de
ocorrência de acidente.
Como se verifica na Figura 12, o ponto de inflexão da curva mostra o período
ideal para a aplicação de treinamentos que visam à reciclagem dos métodos e
procedimentos do setor de trabalho, bem como a política e os conceitos e
culturais da instituição. A inflexão da curva e conseqüentemente o possível
aumento da probabilidade de acidentes são frutos da alta confiança obtida pelo
colaborador ao longo do tempo, sua atitude e o seu fator comportamental.
Figura 12 – Probabilidade de Acidentes x Tempo de Experiência - adaptado de MACÊDO (2006).
Tempo de experiência
Gra
u d e
exp
eriê
ncia
Tempo de experiência
Gra
u d e
exp
eriê
ncia
Tempo de experiência
Gra
u d e
exp
eriê
ncia
Tempo de experiência
Pro
babi
lidad
e de
Aci
den t
es
Ponto de equilíbrio
Tempo de experiência
Pro
babi
lidad
e de
Aci
den t
es
Ponto de equilíbrio
54
7. Segurança do Produto: estabelece procedimentos em relação à
preservação da saúde e segurança em todas as fases do desenvolvimento,
produção, armazenagem, manuseio, utilização e descarte de produtos
químicos. Além disso, tem a finalidade de estabelecer procedimentos de
manuseio, movimentação e armazenagem de produtos perigosos tais como:
ácido sulfúrico, nitratos, cloretos, amônia, etc.
8. Prestadores de Serviço: estabelece procedimentos para assegurar que
todos os terceiros estejam executando serviços nas instalações da
empresa, atendendo a política de segurança estabelecida pelo SGSSO e
requisitos legais.
9. Na contratação dos prestadores de serviços deve se exigir o real
conhecimento dos perigos e a rigorosa obediência das análises de riscos de
tarefas e das instruções de trabalhos, conforme anexo 2.
10. Outro ponto a ser observado é deixar claro que como prestadores de
serviços, eles têm as mesmas obrigações e direitos dos funcionários da
empresa. Portanto, em sua integração estabelece as mesmas rotinas e
alertas que são realizados quando de um novo colaborador.
11. Gestão de Riscos: de acordo com DE CICCO (2003) a gestão de risco
refere-se à identidade de variações potenciais em relação ao que se planeja
ou se espera, e à gestão dessas variações para que seja possível
maximizar oportunidades, minimizar perdas e melhorar as decisões e os
resultados. Gerenciar riscos significa identificar oportunidades e utilizá-las
para, melhorar o desempenho, bem como implementar ações para evitar ou
reduzir as possibilidades de que algo saia errado.
Sistemas de gestão de riscos são fundamentadas de acordo com os
seguintes parâmetros: visão futura e profunda dos acontecimentos, comunicação,
raciocínio equilibrado e responsabilidade na tomada de decisões.
Com isso alguns benefícios, segundo DE CICCO (2003), são alcançados
como a redução das surpresas (imprevistos), aproveitamento das oportunidades,
melhoria do planejamento, desempenho e eficácia, economia e eficiência,
melhoria das relações das partes envolvidas e das informações para a tomada de
decisão, melhoria da reputação e/ou imagem da organização, proteção de
diretores e gerentes, responsabilidade, garantia e bem estar pessoal.
55
Para a análise preliminar dos possíveis riscos, ou seja, as verificações e
ações preventivas e/ou corretivas que deverão ser tomadas pelos responsáveis, o
SGSSO segue o seguinte modelo para identificação das condições inseguras: por
meio da figura 13, verifica-se que há a “alimentação” de dados das condições
inseguras por todas as partes envolvidas (DDS – Diálogo Diário de Segurança,
CIPA – Comitê Interno de Prevenção de Acidentes, comunicação direta dos
funcionários ou prestadores de serviços etc.) na organização da empresa de
fertilizante XYZ, que será avaliada e priorizada de acordo com a gravidade ou
severidade e a probabilidade da ocorrência conforme explicado na seqüência,
para a posterior análise de risco da tarefa em questão.
Figura 13: Modelo Básico para Análise das Condições Inseguras - de própria autoria.
As priorizações das condições inseguras propostas pelo SGSSO foram
baseadas e adaptadas de SALIM (2002), que relaciona a condição de risco,
gravidade ou severidade e a probabilidade da ocorrência. A condição de risco
(CAT) é definida como os danos provocados pela condição insegura e resultada
em acidente, sendo que a probabilidade da ocorrência (PO) é a possibilidade da
ocorrência de acidente.
Condições Inseguras
CIPA
COLABORADORES (administração, produção, terceiros, etc.)
COMUNICAÇÃO DIRETA
DDS PRIORIDADE
ANÁLISE DE RISCO DA TAREFA
PARTES DIRETAS
Condições InsegurasCondições Inseguras
CIPA
COLABORADORES (administração, produção, terceiros, etc.)
COMUNICAÇÃO DIRETA
DDS PRIORIDADE
ANÁLISE DE RISCO DA TAREFA
PARTES DIRETAS
56
A CAT é entendida e quantificada e qualificada conforme a Tabela 3.
Tabela 3
Critério de avaliação quantitativa e qualitativa da condição de risco (CAT)
Adaptado: SALIM (2002)
E PO também é quantificado e qualificado de acordo com a Tabela 4,
Tabela 4
Critério de avaliação quantitativa e qualitativa da probabilidade da ocorrência (PO)
Adaptado: SALIM (2002)
São aqueles que provocam danos ao trabalhador tais como: queimaduras, fraturas, cortes profundos, etc, e afastam o colaborador por mais de 15 dias mas com
previsão de retorno
São aqueles que provocam grandes danos ao trabalhador tais como: fraturas graves , contaminações
e intoxicações graves , amputações, mortes, etc, e afastam o colaborador por mais tempo indeterminado ou
definitivo, podendo provocar invalidez parcial ou total.
2
3
São aqueles que provacam pequenos danos ao trabalhador (pequenas lesões, contusões, gripes, cortes, virose,etc.) e que afastam o trabalhador no máximo 15
dias de sua função.
Critério Pontuação
1
Gravidade da Lesão
BAIXA
MÉDIA
ALTA
Probabilidade Critério Pontuação
BAIXAAcidentes improváveis de ocorrer, ou seja, as medidas
de controle existentes são consideradas eficientes.1
MÉDIAAcidentes prováveis de ocorrer, ou seja, já houve relatos
de acidentes e as medidas de controle existentes não são consideradas totalmente eficientes.
2
ALTA
São acidentes com grande possibilidade de ocorrer, ou seja, já houve relatos de acidentes e as medidas de controle existentes não dão garantias nenhuma de
eficiência.
3
57
Com isso, a relação entre CAT e PO define a importância da condição
insegura encontrada e que é estabelecida de acordo com o Quadro 2.
Quadro 2 - Relação entre CAT e PO.
Adaptado SALIM (2002).
Por fim, a condição insegura encontrada é analisada e caracterizada por meio
do fluxograma de processo de gestão de riscos, em que os responsáveis pelo
SGSSO, juntamente com a direção da organização deverão estabelecer metas e
procedimento para a minimização e/ou exclusão da condição insegura em
questão.
58
Figura 14: Fluxograma de Processo de Gestão de Riscos - adaptado de Barreiros (2002)
Outro ponto importante seria catalogar todas as condições inseguras identificadas
para que todos possam acompanhar as melhorias que estão sendo introduzidas.
Esse catálogo deve estar acessível por meio eletrônico e sempre ter em seu
registro a condição identificada “antes” e “depois” de sua melhoria, criando assim,
um banco de dados para futuras consultas ou mesmo troca de experiências com
outras empresas.
Antes Depois
Figura 15 - Condições inseguras - Correias Transportadoras
Revisa a Análise De Risco De
Tarefa
Revisa a Análise De Risco De
Tarefa
Sim Aprova a Análise De Risco De
Tarefa
Não
OK?
Sim
Não
Disponibiliza a Análise de Risco
no SIG
OKSim Não
Houve alteração no Processo, Riscos,
Medidas de Controle
Treina os funcionários na
Análise de Risco
Envia para Secretaria Normativa
Solicita as assinaturas e
disponibiliza as ART´s nas pastas
Elabora a Análise De Risco de Tarefa
OK
Fim
SUPERVISOR DE ÁREA / OPERADOR / TEC. SEGURANÇA
ENGº SEGURANÇA
GERÊNCIA INDUSTRIAL
SECRETARIA NORMATIVA
RESPONSABILIDADES
59
Antes Depois
Figura 16 - Condições inseguras - Freio Elevadores.
12. Trabalho em Altura: tem a finalidade de identificar as necessidades e buscar
alternativas para tornar a tarefa mais segura, estabelecendo procedimentos
de padronização do trabalho em altura, tanto com relação a recursos
materiais, como na gestão de pessoas, envolvendo todos os colaboradores
da instituição. Para esse propósito, este módulo foi divido em três etapas de
implementação: identificar as principais carências de informação sobre
trabalho em altura; realizar uma avaliação crítica em todas as instruções
internas sobre trabalho em altura; elaboração e implantação atualizada dos
procedimentos e requisitos legais relacionados ao sobre trabalho em altura
com todos os colaboradores que realizam tal atividade.
Figura 17 – Utilização do cinto de segurança
13. Expedição – Carregamento e Recebimento de Matérias Primas: tem a
finalidade de estabelecer a padronização dos procedimentos de
60
carregamento e recebimento de matérias-prima, verificando-se a
adequação dos locais e sua correta armazenagem, principalmente quando
se tratam de produtos químicos, capacitar os colaboradores envolvidos;
estabelecer os epi’s necessários para a execução das tarefas; condição dos
locais de trabalho, etc. Como citado no módulo 7, os manuseios destes
produtos deverão seguir os procedimentos legais estabelecidos pelas
organizações federais, estaduais e municipais. Além disso, todos os meios
de transporte de matérias-primas sejam eles por meio de tubovias,
caminhões, trens, aviões entre outros deverão seguir normas e regimentos
estabelecidos pelo SGSSO.
14. Como primeiro passo para a implantação do SGSSO, algumas ações
preventivas foram tomadas no setor de expedição pelo comitê de
implementação do SGSSO, com o intuito de conscientizar os colaboradores
da empresa XYZ de fertilizantes, focando a importância das ações
preventivas e do fator comportamental responsável dos colaboradores
como mostram as Figuras 18 e 19.
Figura 18 – Anti-quedas para o carregamento de caminhões
Figura 19 – Carregamento de vagões
61
Com isso, buscou-se encontrar uma maneira prevencionista de se eliminar ou
minimizar as condições inseguras para os trabalhadores daqueles setores.
A Política de Segurança e Saúde Ocupacional deve ser autorizada pela alta
Administração, declarando claramente os objetivos globais de saúde e segurança
e o compromisso da melhoria contínua do seu desempenho nessa área, devendo
ser compatível com as políticas gerais da empresa e com os seus sistemas de
gestão ambiental e da qualidade.
A Política de Segurança e Saúde Ocupacional deve ser divulgada a todos os
funcionários e prestadores de serviço, visando conscientizá-los de suas
obrigações pessoais com relação à saúde e segurança no trabalho, e estar
disponível às partes interessadas. Além disso, a política deve ser revisada
periodicamente para assegurar que permaneça relevante e adequada à
organização.
4.2.2. Responsabilidades
Para que o SGSSO tenha êxito faz-se necessário o claro estabelecimento das
responsabilidades nos diversos níveis hierárquicos.
Direção: tem a responsabilidade de estabelecer a Política de Segurança e
Saúde Ocupacional, declarando claramente os objetivos globais em relação à
saúde e segurança e o seu compromisso em busca de melhoria contínua. Ela
deve garantir o cumprimento das políticas e diretrizes do SGSSO e revisar
periodicamente a política estabelecida, para garantir que permaneça relevante e
adequada à organização.
Gerentes Industriais: responsáveis pela implantação do SGSSO nas unidades
sob sua responsabilidade, coordenando o comitê de implantação. Eles devem
cumprir e disseminar as políticas e as diretrizes do sistema de gestão,
acompanhar o andamento de implantação do programa, conforme os resultados
das auditorias internas.
Comitê de Implantação e Coordenação nas Unidades: implantar e coordenar
os módulos estabelecidos no SGSSO na unidade em que trabalha, elaborar os
planos de ação necessários de acordo com as diretrizes dos responsáveis,
envolver e motivar os funcionários, incentivando uma postura proativa e a troca de
experiências, visando a mudança da cultura de segurança da organização.
62
Auditores Internos: realizam as auditorias internas periódicas do programa, de
forma a evidenciar o cumprimento dos objetivos estabelecidos.
Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional: auxilia no suporte técnico na
implementação do SGSSO de modo a:
1. assessorar o comitê de implementação nas unidades, de modo a
garantir sua efetiva implementação;
2. realizar as revisões necessárias dos procedimentos de SSO, com o
consenso do Comitê e a aprovação final da alta direção;
3. alinhar os processos de gestão de SSO com os demais membros do
comitê, de modo a garantir que os procedimentos sejam aplicados
sob um único procedimento de entendimento e objetivos;
4. estabelecer um contato permanente com os demais membros do
comitê, visando a garantia das ações a serem implementadas,
reportando periodicamente a alta direção sobre o andamento das
atividades.
Demais funcionários: têm a obrigação de cumprir todas as diretrizes
estabelecidas no SGSSO, participando efetivamente de sua implementação e
promovendo a difusão do espírito prevencionista junto à organização.
4.2.3. Implementação
O processo de implementação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde
Ocupacional deve ser realizado conforme o Anexo 2 “Cronograma para
Implementação de SGSSO”, onde são apresentadas e planejadas as ações
necessárias para cada procedimento.
4.2.4. Auditorias
O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional deve ser avaliado
criticamente pela alta administração em suas reuniões mensais, por meio dos
resultados das auditorias internas, cujo objetivo é avaliar a aderência aos
requisitos dos procedimentos estabelecidos como também das observações
externas. A pontuação final obtida deve levar em consideração não só os
63
resultados das auditorias internas realizadas semanalmente do SGSSO, mas
também nas auditorias de normas regulamentadoras cabíveis, realizada
mensalmente, preferencialmente por uma consultoria externa.
4.2.5. Planos de ações preventivas e corretivas
As ações preventivas e corretivas estabelecidas no Sistema de Gestão de
Segurança e Saúde Ocupacional devem ser sistematizadas, garantindo a
adequação de não conformidades encontradas, assim como da melhoria contínua
do sistema, conforme estrutura a seguir:
Tabela 5
Planos de Ações Preventivas e Corretivas
OBJETIVO RESPONSÁVEL QUANDO COMO FAZER
Comitê de Implementação nas unidades
Na etapa de implementação do SGSSO, e após a realização das auditorias internas.
Por meio de reuniões periódicas com o comitê de implementação e coordenação do programa .
Planos de Ação para implementação e padronização de não conformidades do SGSSO
Comitê de SSO Durante a revisão periódica do programa e do manual do SGSSO
Por meio de reuniões periódicas com o comitê de SSO
Tabela 5 – Planos de Ações preventivas e corretiva – adaptado de BENITE (2004)
64
4.2.6. Análise crítica pela alta administração
O Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional deve ser analisado
criticamente pela alta administração, conforme estrutura abaixo:
Tabela 6
Análise Crítica pela Alta Administração
OBJETIVO RESPONSÁVEL QUANDO COMO FAZER Análise crítica dos planos de ação para implementação do SGSSO
Gerente e/ou Diretoria Industrial
De acordo com os resultado das auditorias de implementação do SGSSO
Por meio de reuniões periódicas com o comitê de implementação da unidade.
Revisão do Manual e do programa do SGSSO e da Política de Segurança e Saúde Ocupacional
Comitê de SSO e Gerente e/ou Diretoria Industrial.
Semestralmente, ou antes, se for necessário, após realização das auditorias de implementação.
Por meio de reuniões com o comitê de SSO e Gerente e/ou Diretoria Industrial.
Tabela 6 – Análise crítica pela alta administração– adaptado de BENITE (2004)
4.2.7. Disposições gerais
1. Deve ser criado um comitê de implementação do SGSSO nas unidades
industriais composto por representantes definidos, conforme suas
atribuições em relação aos módulos do programa.
2. A estrutura do SGSSO deve ser baseada no PDCA.
3. O processo de revisões dos procedimentos do SGSSO, sob
responsabilidade do comitê de SSO, deve obedecer a seguinte sistemática:
a) identificação da necessidade de revisão: que deverá ser informada ao
coordenador do módulo, para que o mesmo analise junto ao comitê a
aplicabilidade desta revisão;
b) processo de revisão: confirmando-se a necessidade da revisão, o
coordenador do módulo deverá elaborar sua proposta em consenso com o
comitê e repassá-la à alta administração para sua aprovação final.
c) definição da implementação da revisão: estando o procedimento
revisado e devidamente aprovado, o coordenador do módulo deverá
estabelecer um prazo máximo para implantação das novas revisões.
65
4.3. Sistema informatizado para registro de incidentes
Através da pesquisa realizada, um dos principais pontos levantados foi a
dificuldade de comunicação entre os colaboradores e a organização, visando
facilitar essa comunicação e criar um banco de dados dos incidentes ocorridos na
empresa, propôs-se a implantação de um sistema informatizado que
possibilitasse o registro das ocorrências para se alimentar planos de ação
preventivos.
Cada área possuiria um terminal, onde os colaboradores poderiam registrar
não só os Incidentes ocorridos, como também, eventuais problemas no local de
trabalho e sugestões de melhoria.
Para ROBBINS (2005) o processo de comunicação que deve ser estabelecido
é aquele em que as informações fluem em sentido horizontal ou vertical. Quando
maior for a eficiência e eficácia do sistema, melhor serão os resultados.Segundo
ainda o autor, as fronteiras organizacionais tornam-se menos relevantes em
conseqüência da comunicação eletrônica.
Figura 20 - Representação gráfica do Sistema Informatizado para Registro de Incidentes
Terminais nas Áreas Fabris
Central de Informações - SSO
66
4.4. Grupos de trabalho de colaboradores
Incentivar a formação de grupos de colaboradores visando a discussão de
assuntos de segurança, com levantamento de problemas das áreas e propostas
de melhorias, que seriam apresentados posteriormente nos Diálogos Diários de
Segurança (DDS´s) e nas reuniões semanais com a gerência, independente
dessa iniciativa, os canais tradicionais como CIPA (Comitê Interno de Prevenção
a Acidentes) e contato direto com a chefia, devem permanecer em atividade.
4.5. Comunicação direta
Com o intuito de se manter o assunto da segurança sempre em voga, outra
proposta seria a criação de informativos dedicados à segurança, como jornais
internos, campanhas de divulgação (bandejas de restaurante – como o utilizado
pela “rede McDonalds”) e questionários periódicos de forma a se avaliar a
evolução da cultura organizacional voltada para a segurança total.
Em veículos de comunicação já existentes, deve estimular o depoimento dos
funcionários, a respeito do seu sentimento quanto à evolução da empresa, no que
tange à segurança.
67
5. CONCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES
Após a implementação do SGSSO, em um estudo de caso, numa empresa de
fertilizantes, concluiu-se ser possível a forte regressão dos indicadores reativos e,
simultaneamente, introduziu-se uma relação de parceria com os colaboradores,
criando-se um forte desenvolvimento dos indicadores pró-ativos, saindo do
cenário negativo em que atualmente se encontram as empresas desse setor.
Seguem abaixo, demonstrativos dos resultados alcançados com as
implementações dos indicadores pró-ativos e seus reflexos nos indicadores
reativos.
Figura 21 – Evolução dos indicadores Pró-Ativos.
68
Figura 22 – Evolução da Taxa de Freqüência.
Figura 23 – Evolução da Taxa de Gravidade.
Os significativos resultados obtidos no caso estudado estão fortemente
associados à mudança de cultura organizacional e postura comportamental dos
trabalhadores e colaboradores, evidenciados na evolução dos indicadores pró-
ativos que, por sua vez, se refletem na evolução dos indicadores reativos
tradicionalmente utilizados.
Um aspecto fundamental a ser considerado em relação ao estudo de caso em
questão, diz respeito ao eixo metodológico adotado na etapa de diagnóstico.
Enquanto nos sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional usuais a
Taxa de Freqüência
-
5,0
10,0
15,0
20,0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2004 2005 2006
Taxa de Gravidade
0
100
200
300
400
500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
2004 2005 2006
69
base do processo encontra-se na identificação e avaliação de perigos e riscos
ocupacionais, isto é, uma análise de base técnica, no caso estudado a
identificação dos problemas que deveriam ser enfrentados foi direcionados para
os aspectos organizacionais e comportamentais (configuração do questionário) e
baseou-se essencialmente na percepção dos entrevistados.
Outro ponto relevante do caso estudado foi o esforço de “ engajamento de
stakeholders” levado a efeito e que, em principio, parece ter gerado excelente
resultados. Conferiu maior consistência ao diagnóstico inicial, contribuiu para a
adesão dos funcionários e colaboradores e possibilitou um ambiente externo
bastante favorável durante e após o processo.
A partir das considerações acima, entende-se que as seguintes conclusões
são suportadas pelo trabalho desenvolvido:
• elementos organizacionais e comportamentais foram determinantes
para os resultados obtidos e sua consideração e avaliação só foi
possível a partir da adoção de uma abordagem diagnóstica direcionada
para este fim;
• os indicadores pró-ativos adotados tiveram uma função essencial para
o sistema adotado, tanto no monitoramento e avaliação das ações
desenvolvidas como na complementação das informações resultantes
dos indicadores reativos;
• o envolvimento das partes interessadas teve forte relevância no
processo e nos resultados na medida que contribuiu para a qualidade e
consistência do diagnóstico e para a criação de um ambiente interno e
externo bastante favorável ao processo.
Embora os dados disponíveis e as análises não sejam suficientes para uma
conclusão nesse sentido, o estudo indica uma potencial complementaridade entre
o método de planejamento usualmente adotado nos sistemas de gestão de
segurança e saúde ocupacional ( por exemplo: OHSAS 18001:99), baseados na
identificação e análise de perigos e riscos ocupacionais e a abordagem adotada
em questão.
Dessa maneira, recomenda-se a realização de novos estudos que possam
subsidiar processos de aprimoramento dos atuais modelos de sistemas de gestão
de segurança e saúde ocupacional de forma a incorporar ferramentas e requisitos
70
que garantam a incorporação dos indicadores pró-ativos e o entendimento da
cultura organizacional aos requisitos atuais.
Por ser um sistema de recente implantação, recomenda-se também ao longo
dos próximos dois anos que sua eficácia seja monitorada e que, após o
monitoramento recomendado e mantido os resultados alcançados, que se análise
a possibilidade de adoção do mesmo como uma contribuição para outras
empresas do mesmo segmento.
71
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76
APÊNDICES
APÊNDICE A - Características dos Principais Poluentes Gerados em uma
Empresa do Setor de Fertilizantes
Granulações Acidulação Ácido Sulfúrico Misturas Descarga e
Recebimento de Rocha
Emissões Atmosféricas Controladas Sistema controle Ambiental
Amônia e Material Particulado Fluoreto Gasoso e Sólido e Dióxido e Trióxido de Enxofre
Material Particulado, Fluoreto Gasoso e Solido
Dioxido de Enxofre e névoas ácidas (SO2 e SO3)
Material Particulado
Material Particulado
Outros Contaminantes
Óleo BPF1A e Dustrol, Radiação ionizante, Cal Sulfúrico, Nitrato Amônio, ruído, Micronutrientes, GLP
Sulfúrico, Sílica, Ácido Fluorcilícico ruído e Material Particulado (Rocha), Cal
Material Particulado (pátio de Enxofre), óleo BPF1A,Oleum, calor, ruído, Pentóxido de Vanádio, Óleo Diesel, Cloro
Ruído, Nitrato Amônio
Material Particulado (Rocha), Ruído
Fonte:Próprio autor.
77
APÊNDICE B - Efeitos Adversos à Saúde Humana
Contaminante Efeito sobre o ser humano Amônia Irritação nos olhos, nariz e garganta, espasmos brônquicos, dor no peito, edema
pulmonar, queimadura de pele e morte. Ácido Sulfúrico: Névoa
A inalação do vapor ou névoa pode causar tosse, espirros, sangramento nasal, broncoespasmo, dificuldade respiratória, edema pulmonar e perda da consciência.
Ácido Sulfúrico Líquido
Queimadura de pele. A ingestão causa corrosão das membranas mucosas da boca, garganta e esôfago, dor epigástrica intensa com náuseas e vômitos semelhante à borra de café, edema de glote e asfixia.
Ácido Fosfórico Causa irritações quando em contato com algumas partes do corpo, porém a queimadura pode não aparecer imediatamente. Ingestão pode provocar vômitos e dores abdominais, choque, diarréia sangüínea, severos danos abdominais ou perda de consciência.
Óleo BPF 1A Irritante para a pele e olhos, prejudicial se ingerido. Enxofre O enxofre é reativo, especialmente na forma de pó. Ocorrências de reações são relatadas
quando em contato com alumínio, nitratos, cloretos, carvão vegetal, brometos, iodetos e outros. Deve ser evitado o contato com produtos químicos incompatíveis e exposição a fontes de calor. Em caso de incêndio os vapores são irritantes para os olhos, nariz e garanta além de asfixiante.
Cal Virgem Pode causar irritação na mucosa respiratória, queimadura, pode ocorrer irritabilidade em contato com olhos, perda parcial ou total da visão.
Fluor Gás Quando inalado pode ocasionar irritação na mucosa e em períodos prolongados pode ocorrer fluorose.( problemas nas articulações).
Ácido Fluorssilícico (H2SiF6)
O contato provoca lesões na pele e pode ocasionar feridas.
Óleum Gás irritante em contato com as vias respiratórias pode ocasionar edema pulmonar e queimadura nas vias respiratórias. Líquido provoca queimadura a pele e olhos.
Radiação Ionizante
A irradiação externa provocada pelo contato com o material blindado, possibilita o risco de irradiação interna por ingestão. Os órgãos afetados são sistema gastrintestinal, pulmões, fígado, baço, músculos. Pode levar a morte.
Dustrol Pode causar irritação por contato prolongado ou repetitivo. O material quente poderá causar queimaduras.
Micronutrientes Se possuir em seus compostos metais pesados, a sua inalação poderá provocar problemas no sistema nervoso central, problemas renais e câncer.
Óleo Diesel Irritante a pele e olhos. Nitrato de Amônio
Irritante a pele e olhos.
Cloro Gás provoca queimadura nos olhos, é venenoso se inalado causa queimadura nas vias respiratórias e se líquido queimaduras na pele e olhos.
Rocha Fosfática Silicose, bronquite, asma. GLP Queimadura nos olhos, danos ao sistema nervoso, é asfixiante, causa dor de cabeça,
sonolência, excesso de salivação, vômitos e inconsciência. A falta de oxigênio pode levar a morte.
Observação: os efeitos descritos dependem da concentração presente na atmosfera, do tempo de exposição
do indivíduo e da sensibilidade de cada pessoa.
Fonte: Próprio autor.
78
APÊNDICE C - Questionário sobre Segurança
Com o objetivo de buscar transformar a empresa, cada vez mais segura para
todos, foi solicitado aos funcionários que respondessem às perguntas abaixo com
a máxima transparência e sinceridade, a fim de se dar um rumo adequado às
necessidades. Caso não queria se identificar, o preenchimento do campo “Nome”
não é obrigatório.
Nome: __________________________________________
Setor: __________________________________________
Função: _________________________________________
Data: _____/_____/_____
1. Quando você executa sua tarefa em relação aos procedimentos você diria que:
a) os procedimentos para a execução da tarefa estão claramente definidos.
b) não existem procedimentos.
c) existem procedimentos, porém estão incompletos.
d) você sabe que existem procedimentos, mas nunca foram treinados para
entendê-los melhor.
2. Você sabe que a grande maioria dos equipamentos além de serem antigos,
sofre com fortes desgastes devido aos materiais que se utiliza. Portanto em
relação aos equipamentos você diria que:
a) falta manutenção adequada para os equipamentos.
b) a manutenção é adequada.
c) faltam dispositivos de segurança que já foram solicitados no passado, mas que
não foram atendidos até agora.
d) os dispositivos de segurança são implantados, mas sem prioridade para áreas
mais críticas.
3. Em relação à chefia imediata/supervisão você diria que:
a) não existe comprometimento deles para com a segurança.
79
b) eles também desconhecem como realizar as tarefas com segurança.
c) para eles a produção esta em primeiro lugar.
d) eles se comprometem com a segurança.
4. Há prestadores de serviço que realizam serviços na empresa. Em sua opinião,
eles:
a) são bem treinados antes do início de qualquer atividade.
b) não recebem nenhuma instrução e trabalham sem atentar para as normas de
segurança.
c) recebem treinamento, mas são orientados por seus supervisores a descumprir
as normas para aumentar a produtividade.
d) deveriam obedecer as mesmas normas de segurança que funcionários não
terceirizados.
5. Em relação a integração das turmas de revezamento de turnos, você diria que :
a) há um amplo relacionamento entre as turmas.
b) cada turma é independente, não necessitando das outras.
c) passam os trabalhos para os turnos seguintes, juntos com informações sobre
segurança, problemas de produção e máquinas, qualidade, etc.
d) não conhece as outras turmas de revezamento.
6. Há certificações na área de qualidade e meio ambiente que foram obtidas,
graças aos esforços de todos, porém você diria que:
a) não vê os efeitos práticos das certificações.
b) percebe claramente que a empresa está melhor com as certificações.
c) as certificações surtem efeitos, mas ao implantarmos o sistema de gestão de
segurança ele deverá refletir nossa realidade.
d) não conhece nenhuma certificação.
7. Quanto a solicitações e participação da CIPA, você:
a) já participou de reuniões e colaborou com indicação de pontos de risco e
solução dos problemas.
b) não foi eleito e não conhece outras formas de participação.
80
c) desconhece as ações da CIPA, a não ser que ela trata sobre acidentes.
d) desconhece completamente o que é a CIPA.
8. Quando você percebe que um outro trabalhador de uma outra área não esta
utilizando o EPI corretamente, você diria que:
a) tenta corrigir o comportamento do colega de trabalho, informando o correto uso
do equipamento na mesma hora e diretamente a ele.
b) comunica à chefia imediata o ocorrido, mas sem avisar ao colega de trabalho.
c) continua com as suas atividades e deixa que a chefia imediata identifique a
questão e tome as providências.
d) fala com o colega, mas não verifica se a conversa surtiu o efeito desejado.
9. A empresa, nos últimos anos, teve diversos acidentes. Quanto às ações
tomadas, você diria que:
a) a empresa vem investindo onde não é necessário, porque existem lugares mais
importantes que transformariam seu local de trabalho mais seguro.
b) não há nenhum investimento em segurança.
c) a empresa investe em segurança, dando prioridade aos pontos de maior risco.
d) a empresa vem investindo em pontos de risco, mas sem levar em conta a
opinião dos operadores.
10. Nos locais onde existem normas de segurança você acredita que os colegas
não as obedecem por que:
a) faltam informações e estão incompletas.
b) os chefes e supervisores também não seguem essas regras.
c) as normas estão lá, mas não foram bem treinados nelas.
d) os colegas obedecem às normas de segurança.
11. Na época de safra, ocorrem à contratação de funcionários com contrato por
prazo determinado (safristas). Em sua opinião:
a) os safristas são colocados para trabalhar sem conhecer as normas de
segurança e procedimentos da atividade.
b) eles são devidamente treinados antes do início das atividades.
c) a única preocupação dos safristas é trabalhar para garantir a produção.
81
d) não conversa com safristas, pois não os considera parte da equipe.
12. Preocupado com o cumprimento das metas de produção o supervisor:
a) já deixou as normas de segurança de lado.
b) manteve o compromisso com a segurança, mesmo afetando a produção.
c) foi repreendido por manter o compromisso com a segurança pela sua chefia
imediata.
d) no passado punia colaboradores preocupados em trabalhar com segurança,
em detrimento da produção.
13. Em sua opinião, os prestadores de serviço, quando efetuam manutenções:
a) preocupam-se em trabalhar dentro das normas de segurança.
b) preocupam-se mais em diferenças salariais e de benefícios.
c) não são tão comprometidos com as normas de segurança, devido à diferenças
de salários e benefícios.
d) executam suas tarefas pela metade, deixando muitas vezes os locais
desorganizados.
14. Recentemente implantaram-se os Diálogos Diários sobre Segurança (DDS),
para você:
a) esses diálogos têm sido fundamentais para o bom cumprimento das normas de
segurança.
b) muitas vezes não conseguem entender o que é explicado.
c) é interessante, por ser uma maneira de se poder participar e dar sugestões
sobre segurança.
d) muitas idéias surgem durante essas reuniões, mas poucas são implementadas.
15. Ultimamente tem havido constantes reuniões entre funcionários e a chefia.
Vocês:
a) diriam que não se sentem à vontade durante as reuniões.
b) têm receio em colocar as suas idéias.
c) podem opinar à vontade e são bem aceitos.
d) mesmo conhecendo algum problema, não relatam nessas reuniões.
82
16. Vocês acreditam que a implementação da metodologia da
multifuncionalidade:
a) é importante para conhecer novas áreas e ter aumentos salariais.
b) vai diminuir o número de funcionários e pode haver demissões.
c) ao fornecer novos conhecimentos, enriquece a sua experiência profissional.
d) não vai mudar nada.
17. Com relação aos EPI’s, para você, qual seria o motivo para a não utilização
dos mesmos:
a) os EPI’s não são confortáveis.
b) sempre se trabalhou sem utilizá-los, por isso não são importantes.
c) não existem razões para não utilizá-los, uma vez que eles servem para
proteger.
d) deve-se ser mais ouvidos sobre os problemas dos EPI’s.
83
APÊNDICE D - Resultados do Questionário Realizado com os Dados da
Pesquisa
1 - Quando você executa sua tarefa em relação aos procedimentos você diria
que:
a) os procedimentos para a execução da tarefa estão claramente definidos.
b) não existem procedimentos.
c) existem procedimentos, porém estão incompletos.
d) você sabe que existem procedimentos, mas nunca foram treinados para
entendê-los melhor.
2 - Você sabe que a grande maioria dos equipamentos além de serem antigos,
sofre com fortes desgastes devido aos materiais que se utiliza? Portanto em
relação aos equipamentos você diria que:
a) falta manutenção adequada para os equipamentos.
b) a manutenção é adequada.
c) faltam dispositivos de segurança que já foram solicitados no passado, mas que
não foram atendidos até agora.
d) os dispositivos de segurança são implantados, mas sem prioridade para
áreas mais críticas.
Questão 1
15%0%
47%
38% a
b
c
d
Questão 2
5%20%
30%
45%a
b
c
d
84
3 - Em relação à chefia imediata/supervisão você diria que:
a) não existe comprometimento deles para com a segurança.
b) eles também desconhecem como realizar as tarefas com segurança.
c) para eles a produção esta em primeiro lugar.
d) eles se comprometem com a segurança.
4 - Há prestadores de serviço, que realizam serviços na empresa. Em sua
opinião, eles:
a) são bem treinados antes do início de qualquer atividade.
b) não recebem nenhuma instrução e trabalham sem atentar para as normas de
segurança.
c) recebem treinamento, mas são orientados por seus supervisores a descumprir
as normas para aumentar a produtividade.
d) deveriam obedecer as mesmas normas de segurança que funcionários
não terceirizados
5 - Em relação à integração das turmas de revezamento de turnos, você diria que:
a) há um amplo relacionamento entre as turmas.
b) cada turma é independente, não necessitando das outras.
Questão 3
0%28%
5%67%
a
b
c
d
Questão 4
25%
5%
20%
50%
a
b
c
d
85
c) passam os trabalhos para os turnos seguintes, juntos com informações
sobre segurança, problemas de produção e máquinas, qualidade, etc.
d) não conhece as outras turmas de revezamento.
6 - Há certificações nas áreas de qualidade e meio ambiente que foram obtidas,
graças aos esforços de todos, porém você diria que:
a) não vê os efeitos práticos das certificações.
b) percebe claramente que a empresa está melhor com as certificações.
c) as certificações surtem efeitos, mas ao se implementar o sistema de
gestão de segurança ele deverá refletir nossa realidade .
d) não conhece nenhuma certificação.
7 - Quanto a solicitações e participação da CIPA, você:
a) já participou de reuniões e colaborou com indicação de pontos de risco e
solução dos problemas.
b) não foi eleito e não conhece outras formas de participação.
c) desconhece as ações da CIPA, a não ser que ela trata sobre acidentes.
Questão 5
38%
0%62%
0%
a
b
c
d
Questão 6
3%
38%
59%
0%
a
b
c
d
86
d) desconhece completamente o que é a CIPA.
8 - Quando você percebe que um outro trabalhador de uma outra área não esta
utilizando o EPI corretamente, você diria que:
a) tenta corrigir o comportamento do colega de trabalho, informando o correto uso
do equipamento na mesma hora e diretamente a ele.
b) comunica à chefia imediata o ocorrido, mas sem avisar ao colega de
trabalho.
c) continua com as suas atividades e deixa que a chefia imediata identifique a
questão e tome as providências.
d) fala com o colega, mas não verifica se a conversa surtiu o efeito desejado.
9 - A empresa, nos últimos anos, teve diversos acidentes. Quanto às ações
tomadas, você diria que:
a) a empresa vem investindo onde não é necessário, porque existem lugares mais
importantes que transformariam seu local de trabalho mais seguro.
b) não há nenhum investimento em segurança.
c) a empresa investe em segurança, dando prioridade aos pontos de maior risco.
Questão 7
30%
37%
30%
3%
a
b
c
d
Questão 8
13%
44%20%
23%a
b
c
d
87
d) a empresa vem investindo em pontos de risco, mas sem levar em conta a
opinião dos operadores.
10 - Nos locais onde existem normas de segurança você acredita que os colegas
não as obedecem por que:
a) faltam informações e estão incompletas.
b) os chefes e supervisores também não seguem essas regras.
c) as normas estão lá, mas não foram bem treinados nelas.
d) os colegas obedecem às normas de segurança.
11 - Na época de safra, ocorrem à contratação de funcionários com contrato por
prazo determinado (safristas). Em sua opinião:
a) os safristas são colocados para trabalhar sem conhecer as normas de
segurança e procedimentos da atividade.
b) eles são devidamente treinados antes do início das atividades.
c) a única preocupação dos safristas é trabalhar para garantir a produção.
d) não conversa com safristas, pois não os considera parte da equipe.
Questão 9
33%
0%13%
54%
a
b
c
d
Questão 10
15%3%
59%
23%a
b
c
d
88
12 - Preocupado com o cumprimento das metas de produção o supervisor:
a) já deixou as normas de segurança de lado.
b) manteve o compromisso com a segurança, mesmo afetando a produção.
c) foi repreendido por manter o compromisso com a segurança pela sua chefia
imediata.
d) no passado punia colaboradores preocupados em trabalhar com
segurança, em detrimento da produção.
13 - Em sua opinião, os prestadores de serviço, quando efetuam manutenções:
a) preocupam-se em trabalhar dentro das normas de segurança.
b) preocupam-se mais em diferenças salariais e de benefícios.
c) não são tão comprometidos com as normas de segurança, devido a
diferenças de salários e benefícios.
Questão 12
0%
33%
5%62%
a
b
c
d
Questão 13
8%
28%
34%
30%a
b
c
d
Questão 11
0%
40%
55%
5%
a
b
c
d
89
d) executam suas tarefas pela metade, deixando muitas vezes os locais
desorganizados.
14 - Recentemente implantaram-se os Diálogos Diários sobre Segurança (DDS),
para você:
a) esses diálogos têm sido fundamentais para o bom cumprimento das normas de
segurança.
b) muitas vezes não conseguem entender o que é explicado.
c) é interessante, por ser uma maneira de se poder participar e dar sugestões
sobre segurança.
d) muitas idéias surgem durante essas reuniões, mas poucas são
implementadas.
15 - Ultimamente tem havido constantes reuniões entre funcionários e a chefia.
Vocês:
a) diriam que não se sentem à vontade durante as reuniões.
b) têm receio em colocar a suas idéias.
c) podem opinar à vontade e são bem aceitos.
d) mesmo conhecendo algum problema, não relatam nessas reuniões.
Questão 14
15%
30%
13%
42%a
b
c
d
Questão 15
10%
25%
20%
45%a
b
c
d
90
16 – Vocês acreditam que a implementação da metodologia da
multifuncionalidade:
a) é importante para conhecer novas áreas e ter aumentos salariais.
b) vai diminuir o número de funcionários e pode haver demissões.
c) ao fornecer novos conhecimentos, enriquece a sua experiência profissional.
d) não vai mudar nada.
17 - Com relação aos EPI’s, para você, qual seria o motivo para a não utilização
dos mesmos:
a) os EPI’s não são confortáveis.
b) sempre se trabalhou sem utilizá-los, por isso não são importantes.
c) não existem razões para não utilizá-los, uma vez que eles servem para
proteger.
d) deve-se ser mais ouvidos sobre os problemas dos EPI’s.
Questão 16
52%
5%
35%
8%
a
b
c
d
Questão 17
18%
13%
34%
35% a
b
c
d
91
ANEXOS
ANEXO 1 - Guia de Implantação dos Procedimentos dos Módulos do
SGSSO
1. Módulo Inspeção de Equipamentos
1.1. Inspeção de Força Motriz Própria
Esse módulo tem como objetivo principal detectar anormalidades em
equipamentos que utilizam a com força motriz própria para o deslocamento de
materiais e/ou equipamentos, tais como elevadores de caneca, carga, guindastes,
pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, pás-carregadeiras, guinchos, esteiras-
rolantes, e qualquer outro meio de transportadores, de maneira que ofereçam
garantias de resistência e segurança e sejam mantidos conservados em perfeitas
condições de trabalho.
Deve-se capacitar, treinar e reciclar todos os colaboradores envolvidos com
esses equipamentos, bem como o pessoal responsável pela manutenção dos
mesmos.
1.2. Gerenciamento de Riscos de Acidente
Esse módulo tem como objetivo garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores e são obtidas por meio de gerenciamento dos procedimentos de
riscos, com foco na prevenção e redução de acidentes, e na melhoria contínua
nas condições do meio de trabalho.
2. Módulo Segurança do Processo
2.1. Análise de Modificações
Esta análise de modificações visa:
92
- Estabelecer uma estrutura de gerenciamento das alterações, para manter a
segurança originalmente dos projetos de processos industriais.
- Atender cláusula 4.3.4 da NBR ISO 14001:1996.
- Atender aos requisitos da OHSAS 18001:1999:
4.3.1. Planning for hazard identification, risk assessment and risk control;
4.3.2. Legal and other requirements;
4.4.4. Documentation;
4.4.6. Operational control.
2.2. Caldeira e Vasos de Pressão
Este item deve implementar procedimentos seguros para a operação,
inspeção e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, e deve atender a todos
os requisitos legais.
2.3. Operação, Inspeção e Manutenção de Fornalhas e Fornos.
O item visa possibilitar uma operação, inspeção e manutenção em fornalhas
e/ou fornos, de acordo com padrões legais de segurança.
2.4. Bloqueio de Equipamentos
O bloqueio de equipamentos é um procedimento que tem por objetivo
prevenir acidentes que envolvam os colaboradores que trabalham em/ou próximo
a equipamentos que poderiam desprender energia ou liberar materiais perigosos,
durante o período em que deveriam permanecer desativados e/ou desligados,
seja para a realização de um determinado trabalho, ou para impedir que sejam
utilizados por razões operacionais inadequadas.
2.5. Inspeção de Partes Críticas
Essa tarefa define e cataloga quais as partes do processo de produção de
fertilizantes são críticas, permitindo o controle e inspeção, possibilitando e
prevenindo os possíveis acidentes e lesões.
93
3. Módulo Comunicação e Análise de Acidentes
3.1. Análise de Acidentes
Estabelecem diretrizes para análise e ações preventivas dos acidentes e
incidentes ocorridos na área da empresa e atendendo os requisitos legais.
3.2. Comunicação de Acidentes
Estabelece a comunicação e notificação de acidentes / quase acidentes,
incidentes porventura ocorridos, controle e prevenção de perdas nas unidades da
organização e/ou em atividades externas, a seus responsáveis (diretoria e aos
órgãos governamentais), cumprindo-se os requisitos legais.
4. Módulo Atendimento à Emergência
4.1. Atendimento à Fiscalização
Padroniza as condutas durante o atendimento e acompanhamento de perícias
técnicas judiciais, ocasionadas por reclamatórias trabalhistas ou ações judiciais,
auditorias e fiscalizações do trabalho e seus órgãos oficiais conveniados, no
âmbito das instalações administrativas e industriais. Seus objetivos específicos
são:
• estabelecer responsabilidades específicas aos diversos níveis hierárquicos
e aos profissionais envolvidos no acompanhamento e desenvolvimento da
perícia técnica, ações fiscalizadoras do trabalho e fornecimento de
informações;
• indicar condutas a serem adotadas, durante a execução da perícia técnica
e ações fiscalizadoras do trabalho;
• definir as fontes de informações que possam suprir a perícia e ações
fiscalizadoras do trabalho.
94
4.2. Preparo Contra Emergências Requisitos Básicos
Estabelece os recursos necessários para atuação em situações de
emergência, de modo que se possa garantir e restabelecer o controle da situação
o mais rápido possível, além de minimizar as suas conseqüências.
4.3. Informações Médicas
Assegura a perfeita comunicação aos postos de atendimento médico, sobre as
características clínicas do acidentado em caso de emergência.
4.4. Preparo para Atendimento de Primeiros Socorros
Capacita e habilita as pessoas para dar atendimento de primeiros socorros aos
trabalhadores e visitantes durante todo o período em que estes se encontrem na
organização.
5. Módulo Gerenciamento de Rotina em SSO
5.1. Atividades da CIPA (Comitê Interno de Prevenção de Acidentes)
Segui-se os requisitos legais estabelecidos na legislação vigente.
5.2. Equipamentos de Proteção Individual
Orienta todos os funcionários quanto ao fornecimento e uso dos equipamentos de
proteção individual, com foco na prevenção de acidentes, na melhoria contínua
das condições de ambiente de trabalho, além de atender a legislação vigente.
5.3. Permissão de Serviço Seguro
Esse procedimento deve assegurar que os trabalhos de altos riscos sejam
executados dentro de padrões aceitáveis e estabelecidos. Garante a prévia
coordenação / comunicação entre os funcionários ou entre áreas, solicitantes e
95
executantes desses trabalhos, evitando com isto que, por desconhecimento
mútuo, equipamentos sejam acionados/manipulados durante a execução de
trabalhos de manutenção e montagem, evitando acidentes.
Garante ainda o acionamento de redundância desses equipamentos.
5.5. Programa de Proteção Respiratória
Tem-se como objetivo criar e manter o presente programa de proteção
respiratória estabelecendo mecanismos padronizados relacionados à prevenção e
ao controle da exposição a poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores,
entre os trabalhadores, nos ambientes industriais, durante o desempenho das
suas atividades normais, bem como em situações emergenciais, atendendo aos
requisitos legais em vigência.
5.6. Trabalhos em Eletricidade
Protege os trabalhadores (funcionários e prestadores de serviços) da
exposição acidental a choques elétricos e queimaduras, enquanto estes executam
um determinado trabalho, seja ela de operação, manutenção e/ou inspeção.
Prevene a ocorrência de danos ao patrimônio, além de paralisações no
processo produtivo, pela ocorrência de acidentes com eletricidade.
5.7. Análise de Risco da Tarefa
Garante que os riscos de acidente do trabalho e as medidas de controle
necessárias para cada atividade de uma determinada tarefa realizada na unidade,
sejam de conhecimento de todos os funcionários envolvidos, com foco na
prevenção de acidentes e a melhoria contínua das condições do ambiente de
trabalho.
96
5.8. Entrada em Espaço Confinado
Protege pessoas designadas a entrar em espaços confinados contra os
perigos inerentes a esta atividade, a saber:
• asfixia e/ou intoxicação pela inalação de gases ou vapores (preexistentes,
que possam ser geradas pelo trabalho ou que possam ingressar) no
espaço;
• queimadura por contato com fluídos agressivos e/ou quentes ou contato
com superfícies quentes, presentes no espaço confinado ou que nele
possam ingressar;
• lesão por contato com partes girantes (hélices, etc.), em movimento (eixos,
etc.) e/ou perfurantes, presentes no espaço confinado, ou por queda em
altura;
• choque elétrico por contato com partes energizadas existentes no interior
do espaço confinado.
Provêem meios para resgatar pessoas do interior do espaço confinado, quando
acidentadas ou vítimas de mal súbito.
Devem-se seguir os requisitos legais brasileiros.
5.9. Programa de Gerenciamento Audiométrico
Esse programa visa prevenir e acompanhar possíveis perdas audíveis
causadas por pressão sonora elevada.
6. Módulo Trabalho em Altura
6.1. Trabalho em Locais Elevados
Prevene acidentes por quedas de pessoas e materiais, por ocasião de
trabalhos executados em locais elevados. Este procedimento se aplica a todos
empregados ou terceiros.
97
7. Módulo Treinamento
7.1. Treinamento em Segurança e Saúde Ocupacional
Assegura que todos os colaboradores (funcionários e prestadores de
serviços) sejam treinados em normas e procedimentos internos da empresa,
visando o conhecimento relativo a segurança e saúde no ambiente de trabalho, e
também em seus lares.
8. Módulo Segurança do Produto
8.1. Norma Geral de Segurança do Produto
Assegura o adequado gerenciamento de caracterização e avaliação dos
perigos e riscos dos produtos na produção de fertilizantes ou dos prestadores de
serviços, fazendo com que os aspectos de segurança, saúde ocupacional e meio
ambiente seja considerada como parte integrante em todo o ciclo de vida do
produto, do projeto até a disposição final, informando aos que manuseiam,
armazenam e transportam os produtos químicos presentes na empresa e os
riscos de exposição que esses produtos apresentam nas operações citadas.
9. Módulo Prestadores de Serviços
9.1. Prestadores de Serviço
Visa-se com esse procedimento assegurar que todos os prestadores de
serviço que estejam executando serviços nas instalações da empresa atendam
aos padrões e requisitos de segurança, saúde ocupacional e meio ambiente,
estabelecidos pelo grupo e pela legislação vigente.
98
10. Módulo Gestão de Riscos
10.1. Gestão de Riscos
Estabelece e assegura uma metodologia de identificação, priorização das
condições inseguras para que os responsáveis possam dar diretrizes legais de
acordo com a política da organização e determinação de um pano de ação para
as condições em questão.
11. Módulo Expedição – Carregamento e Recebimento de Matérias
11.1. Expedição – Carregamento e Recebimento de Matérias
Estabelece a padronização dos procedimentos de carregamento e
recebimento de matérias-prima tais como locais e armazenagem de produtos
químicos, capacitação dos colaboradores envolvidos, epi’s necessários para a
execução das tarefas, condição dos locais de trabalho, etc. Como foi citado no
módulo 7, os manuseios destes produtos deverão seguir os procedimentos legais
estabelecidos pelas organizações internacionais, federais, estaduais e municipais.
Além disso, todos os meios de transporte de matérias-primas sejam eles por meio
de tubovias, caminhões, trens, aviões entre outros deverão seguir normas
estabelecidos pelo SGSSO.
99
ANEXO 2 - Cronograma para Implementação de SGSSO
Módulo Requisitos Mínimos dos Procedimentos 1º 2º 3º 4º1.1. Inspeção de Força Motriz Própria
Apresentar o procedimento às áreas envolvidas X
Catalogar todos os equipamentos de força motriz própria da unidade. X
Elaborar padrões do Plano de Inspeção de Equipamentos com força motriz própria X
Estabelecer Procedimentos de verificação dos planos de inspeção e respectivos planos de ação X X
Elaborar procedimento de operação, inspeção e manutenção de equipamentos de força motriz própria da unidade. X X X
Elaborarprocedimento de controle de qualificação de operadores de força motriz X X X X
1.2. Gerenciamento de Riscos de Acidente
Capacitar e habilitar o responsável pelo Gerenciamento de Riscos no sistema de controle X
Estabelecer procedimentos de avaliação prévia das ações corretivas a serem realizadas X X
2.1. Análise de Modificações
Capacitar as áreas nos requisitos do procedimento X
Elaborar procedimentos de revisão dos procedimentos operacionais e ART s conforme as análises de modificações realizadas.X X X
2.2. Caldeira e Vasos de Pressão
Realizar diagnóstico inicial de atendimento aos requisitos da NR 13 X
Elaborar e acompanhar o plano de ação para adequação das não conformidades X
Adequação das não conformidades do plano de ação X X X X
2.3. Operação, Inspeção e Manutenção de Fornalhas e FornosRealizar levantamento de campo dos dados dimensionais, descrição do equipamento, enquadramento das especificações operacionais dos equipamentos. X
Elaborar planos de ação para implementação dos dispositivos de monitoramento necessários, conforme NR X X
Elaborar treinamento de todas as áreas envolvidas X X X
Elaboração de procedimentos operacionais e ART s de operação e manutenção dos equipamentos X X X X
2.4. Bloqueio de Equipamentos
Capacitar e certificar os solicitantes/executantes de serviço e demais áreas envolvidas nos requisitos do procedimentoX
Elaborar procedimntos de auditoria periódica do cumprimento do procedimento X
2.5. Inspeção de Partes Críticas
Capacitar as áreas envolvidas nas inspeções de partes críticas, conforme procedimento X
Listar as partes críticas e definir os procedimentos de inspeção/manutenção preventiva das mesmas X
Elaborar sistemática de inspeções de partes criticas da unidade X
Elaborar sistemática para ações corretivas/preventivas das não conformidades encontradas X
Elaborar sistemática de verificação do atendimento às inspeções de partes criticas, pelo SSO local X
3.1. Análise de Acidentes
Apresentar o procedimento às áreas envolvidas X
Estabelecer e capacitar o comitê de análise de acidentes na unidade X
Implantar a metodologia de análise de acidentes, conforme procedimento X
Estabelecer sprocedimento de atendimento às ações corretivas necessárias, conforme análise dos acidentes X X
3.2. Comunicação de Acidentes
Apresentar o procedimento às áreas envolvidas X3. C
om
un
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A
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PeríodoCRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DOS MÓDULOS DO SGSSO1.
Insp
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2. S
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ran
ça d
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100
4.1. Atendimento às Fiscalização
Treinar o procedimento para as áreas envolvidas X
4.2. Preparo Contra Emergência - Requisitos Básicos
Elaborar plano de emergência da unidade, atendendo aos requisitos do procedimento X
Submetê-lo à aprovação da gerência industrial e divulgar para as áreas envolvidas X
Capacitar as equipes de preparação e atendimento da unidade, no plano de emergência X X
Estabelecer procedimentos de inspeção e manutenção dos equipamentos para atendimento à emergência X X X X
4.3. Informações Médicas
Treinar o procedimento para as áreas envolvidas X
Disponibilizar as fichas de informações médicas na portaria da unidade, para serem utilizadas caso necessário X X X X
4.4. Preparo para Atendimento de Primeiros Socorros
Definição e formação da equipe de primeiro socorros da unidade X
Estabelecer sistemática de capacitação periódica da equipe X
Definir os recursos mínimos necessários para atendimento de primeiros socorros na unidade X XEstabelecer plano de ação para adequação dos recursos mínimos necessários para atendimento de primeiros socorros na unidade X X X
4. A
ten
dim
ento
à E
mer
gên
cia
101
5.1. Atividades de CIPA
Treinar o procedimento para as áreas envolvidas (a cada nova gestão da CIPA) X
Estabelecer as subcomissões e planos de ação (a cada nova gestão da CIPA) X
5.2. Equipamentos de Proteção Individual
Estabelecer cronograma anual de treinamento sobre o assunto X
Implementar sistemática de controle de validade de EPI s em uso X
Levantar as sinalizações das áreas, quanto ao uso e obrigatoriedade de EPI s X
Estabelecer sistemática de auditoria periódica sobre o uso de EPI s, sua obrigatoriedade e controles de documentaçãoX X
5.3. Permissão de Serviço Seguro
Capacitar e certificar os solicitantes/executantes de serviço e demais áreas envolvidas nos requisitos do procedimentoX
Implementar o procedimento, de acordo com os requisitos disponíveis no procedimento X
Elaborar sistemática de auditoria periódica do cumprimento do procedimento X
5.4. Programa de Proteção Respiratória
Treinar o procedimento para as áreas envolvidas X
Avaliar inicialmente o atendimento à operacionalização do programa, conforme o procedimento. X
Elaborar plano de ação para atendimento ao procedimento, conforme diagnóstico inicial. X
Implementar procedimento de "teste de selagem de protetor respiratório" X XEstabelecer sistemática de avaliação periódica para análise crítica dos resultados obtidos e plano de ação para melhoria contínua do programa. X X
Estabelecer cronograma anual de treinamento sobre o assunto X X X
Implantar ordens de serviço sobre os procedimentos de uso, guarda e manutenção dos EPI s X X X
5.5. Trabalhos em Eletricidade
Treinar os envolvidos neste procedimento X
Estabelecer sistemática para atendimento da capacitação dos profissionais que realizam atividades em eletricidade X
Avaliar o atendimento dos EPI´s em uso, em relação aos riscos com eletricidade envolvidos X
Estabelecer plano de ação para adequação das não conformidades identificadas na avaliação acima X
Relacionar os trabalhos em eletricidade, elaborando procedimentos operacionais e ART´s destas atividades X
5.6. Análise de Risco da Tarefa
Relacionar as atividades de risco por setor, conforme procedimento produtivo X
Capacitar as áreas envolvidas quanto à elaboração de ART´s X
Elaborar cronograma para elaboração de ART´s das atividades relacionadas X
Treinar os funcionários nas ART´s elaboradas X X
Disponibilizar as ART´s e estabelecer sistemática de revisão periódica, no mínimo anual X X
5.7. Entrada em Espaço Confinado
Identificar e sinalizar os espaços confinados na unidade XRealizar diagnósticos inicial e identificação de necessidades de equipamentos para monitorização e resgate em espaço confinado X
Estabelecer plano de ação para adequação das não confomidades identificadas na avaliação acima X
Capacitar e certificar os solicitantes/executantes de serviço e demais áreas envolvidas nos requisitos do procedimentoX X
Implementar o procedimento, de acordo com os requisitos disponíveis no procedimento X X
Elaborar sistemática de auditoria periódica do cumprimento do procedimento X X X
Estabelecer procedimentos operacionais/ART´s para as atividades envolvendo entrada em espaço confinado X X X X
5.8. Programa de Gerenciamento Audiométrico
Treinar o procedimento para as áreas envolvidas X
Avaliar inicialmente o atendimento à operacionalização do programa, conforme o procedimento. X
Elaborar plano de ação para o atendimento ao procedimento, conforme diagnóstico inicial XEstabelecer sistemática de avaliação periódica para análise crítica dos resultados obtidos e plano de ação para melhoria contínua do programa X
Estabelecer cronograma anual de treinamento sobre o assunto X X
Implantar ordens de serviço sobre os procedimentos de uso, guarda e manutenção dos EPI s X X
5. G
eren
ciam
ento
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Ro
tin
a em
SS
O
102
6.1 Trabalho em Locais Elevados
Capacitar e certificar os solicitantes/executantes de serviço e demais áreas envolvidas nos requisitos do procedimentoX
Implementar o procedimento, de acordo com os requisitos disponíveis no procedimento X X
Elaborar procedimentos de auditoria periódica do cumprimento do procedimento X
7.1 Treinamentos
Estabelecer cronograma anual de treinamento para todas as areas da unidade X
Capacitar colaboradores a realizar treinamentos especificos X X
Quantificar e qualificar os procedimentos de analise dos resultados X X
8.1 Norma Geral de Segurança do Produto
Estabelecer padroes de seguranca do produto conforme legislação legail da federação X X X X
9.1 Prestadores de Serviço
Estabelecer cronograma anual de treinamento para todos os prestadores de serviço X
Capacitar todos os terceiros a atenderem as politicas e normas da empresa X X
10.1Gestão de Riscos
Levantamento da condição insegura das areas X X X X
Capacitar colaboradores a realizar as analises e priorização das condicoes inseguras X X
Estabelecer procedimentos para a minimização destas condição X X
11.1 Expedição – Carregamento e Recebimento de Matérias
Conhecimento dos materias primas envolvidas no processo X X
Elaboracao de procedimentos de carregamento e recebimento X X
Analise e revisão dos padroes e dos requisidos legais dos setores X X
9. P
rest
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103
ANEXO 3 - Carta do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas,
Farmacêuticas e de Fertilizantes da Baixada Santista
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