sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação bluetooth

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Campus POÇOS DE CALDAS Curso de Engenharia Elétrica – Ênfase Telecomunicações e Automação SISTEMA DE DIAGNÓSTICO DE FALHAS AUTOMOTIVO COM COMUNICAÇÃO BLUETOOTH Marcus Vinícius de Paiva Lucas Samuel Leopoldino POÇOS DE CALDAS 2010

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Page 1: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Campus POÇOS DE CALDAS

Curso de Engenharia Elétrica – Ênfase Telecomunicações e Automação

SISTEMA DE DIAGNÓSTICO DE FALHAS AUTOMOTIVO COM

COMUNICAÇÃO BLUETOOTH

Marcus Vinícius de Paiva

Lucas Samuel Leopoldino

POÇOS DE CALDAS

2010

Page 2: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Marcus Vinícius de Paiva

Lucas Samuel Leopoldino

SISTEMA DE DIAGNÓSTICO DE FALHAS AUTOMOTIVO COM

COMUNICAÇÃO BLUETOOTH

Trabalho apresentado a disciplina de Orientação de Projeto de Fim de Curso do programa de Graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações e Automação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Poços de Caldas.

Orientador: Prof. Rodrigo Gonçalves

POÇOS DE CALDAS

2010

Page 3: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Leopoldino, Lucas Samuel; Paiva, Marcus Vinícius

L587s Sistema de Diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth. / Lucas

Samuel Leopoldino; Marcus Vinícius de Paiva. Poços de Caldas: PUC-MG, 2010.

65p. ; il.

Orientador: Rodrigo Gonçalves

Trabalho de Conclusão de Curso – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Campus Poços de Caldas

1. Tecnologia bluetooth. 2. Sistema de comunicação sem fio. 3. Microcontroladores.

4. Telecomunicações – inovações tecnológicas. 5. Eletrônica embarcada. I. Gonçalves,

Rodrigo. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. III. Título.

CDU: 621.395

Page 4: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Marcus Vinícius de Paiva

Lucas Samuel Leopoldino

Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Trabalho apresentado a disciplina de Orientação de Projeto de Fim de Curso do programa de Graduação em Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações e Automação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Poços de Caldas.

Prof. M.Sc. Rodrigo Gonçalves - Orientador

Prof. M.Sc. Ramiro Romankevicius Costa

Prof. Dr. Udo Fritzke Junior

Poços de Caldas, 09 de junho de 2010.

Page 5: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

DEDICATÓRIA

Page 6: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Marcus Vinícius de Paiva:

“A Deus, por me presentear com uma família que sempre me

apóia, amigos que sempre proporcionam bons momentos e pelo meu caráter e

dignidade, que sempre me fazem ter coragem para seguir em frente”

Lucas Samuel Leopoldino:

“Aos meus familiares por acreditarem em mim, pelo amor e carinho, e aos meus amigos pelo incentivo e por estarem ao meu lado nos momentos bons e ruins”

AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador, Professor Rodrigo Gonçalves, pela dedicação, prontidão

e paciência ao nos transmitir os conhecimentos necessários.

Ao professor Ramiro, por todo o conhecimento que nos foi passado e o

professor Udo, por toda ajuda durante a realização deste trabalho.

Aos familiares e amigos por todos os momentos, em especial ao nosso

grande amigo Carlos Henrique Marcelino Balan, por dedicar parte de seu tempo em

ajuda ao nosso projeto e também ao amigo Breno Pêgo, pela boa vontade em

ajudar.

Page 7: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth
Page 8: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo propor o desenvolvimento de um hardware capaz de

estabelecer uma conexão Bluetooth com um notebook e possibilitar que este,

também munido de um dispositivo Bluetooth, opere como uma ferramenta de

diagnóstico de falhas de um veículo automotivo, apresentando ao usuário os dados

recebidos do módulo central de controle, responsável por recolher e processar todas

as informações de sensoriamento do sistema eletromecânico do veículo. Dentro da

proposta principal estará o desenvolvimento de um sistema microcontrolado que

será conectado ao módulo de desenvolvimento Bluetooth, próprio para

microcontroladores, e realizará a comunicação sem fio com o laptop para o envio

dos dados colhidos dos sensores e atuadores. Sendo assim, o microcontrolador será

responsável por simular a ECU, tratar os dados enviados pelos componentes a ele

conectados e enviá-los através do dispositivo Bluetooth ao notebook. Este protótipo

possibilitará os futuros trabalhos de complementação deste trabalho. Um esquema

de fácil compreensão do sistema descrito será abordado durante o desenvolvimento

deste trabalho. Serão descritos também conceitos básicos sobre todas as

tecnologias envolvidas no projeto, inclusive o barramento CAN e o protocolo

KW2000, ambos ligados aos meios de acesso aos dados do módulo central.

Palavras-Chave: Bluetooth, microcontrolador, barramento CAN, KW2000, módulo

central.

Page 9: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

ABSTRACT

This paper aims to propose the development of hardware capable of establishing a

Bluetooth connection to a notebook and allow this, also equipped with a Bluetooth

device, to operate as a tool for fault diagnosis of an automotive vehicle, showing the

user data received from central control module, responsible for collecting and

processing all information from sensing the electromechanical system of the vehicle.

The main proposal is the development of a microcontroller system that is connected

to Bluetooth development module, suitable for microcontrollers, and perform wireless

communication with the laptop to send data collected from sensors and actuators.

Thus, the microcontroller will be responsible for simulating the ECU, process the data

sent by the components connected to it and send them via Bluetooth device

connected to it to the notebook. This prototype will enable future work to complement

and complete this work. A scheme for easy understanding of the system described

will be addressed during the development of this work. Also be described basics all

the technologies involved in the project, including the CAN bus and protocol

KW2000, both linked to the means of access to data from the central module.

Key-words: Bluetooth, Microcontroller, CAN bus, KW2000, central module.

Page 10: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Bluetooth SIG .............................................................................................18

Figura 2: Bluetooth Logo............................................................................................18

Figura 3: Frequency Hopping/Time Division Duplex

(FH/TDD)..................................21

Figura 4: Topologia de redes Bluetooth......................................................................22

Figura 5: Topologia.....................................................................................................25

Figura 6: Estrutura da mensagem...............................................................................26

Figura 7: Cabeçalho sem informação de endereço, sem o Additional Length

byte.............................................................................................................29

Figura 8: Cabeçalho sem informação de endereço, com o Additional Length

byte.............................................................................................................29

Figura 9: Cabeçalho com informação de endereço, sem o Additional Length

byte.............................................................................................................29

Figura 10: Cabeçalho com informação de endereço, com o Additional Length

byte............................................................................................................30

Figura 11: Exemplo de arbitragem no barramento.....................................................33

Figura 12: Relação entre comprimento da rede e taxa de transmissão.....................34

Figura 13: Bits dominantes e recessivos no CAN Bus...............................................35

Figura 14: Diagrama de Blocos de um módulo Bluetooth..........................................37

Figura 15: Diagrama de comunicação serial..............................................................39

Figura 16: Esquema do sistema proposto..................................................................41

Figura 17: Esquema do sistema proposto..................................................................42

Figura 18: Diagrama esquemático do circuito de testes da comunicação serial......43

Figura 19: Diagrama esquemático do circuito de testes pelo Hyperterminal.............44

Figura 20: Informações visualizadas pelo Hyperterminal...........................................45

Figura 21: Módulo Bluetooth GP-GC021....................................................................46

Page 11: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

Figura 22: Pinagem do Módulo GP-GC021................................................................47

Figura 23: Conexão a um microcontrolador alimentado com 3.3V.............................48

Figura 24: Conexão a um microcontrolador alimentado com 5V................................49

Figura 25: Placa confeccionada para o módulo Bluetooth..........................................51

Figura 26: Fluxograma da transmissão de dados......................................................52

Figura 27: Diagrama completo do circuito proposto...................................................53

Figura 28: Primeira parte do circuito montado...........................................................54

Figura 29: Microcontrolador e módulo Bluetooth........................................................54

Figura 30: Alimentação do Circuito.............................................................................55

Figura 31: Circuito em funcionamento – Led ligado...................................................55

Figura 32: Vista de todos os componentes montados no circuito..............................56

Figura 33: Hyperterminal – Menu...............................................................................57

Figura 34: Hyperterminal – Código de acesso...........................................................57

Figura 35: Hyperterminal – Acesso permitido............................................................58

Figura 36: Hyperterminal – Informações mostradas na tela do computador............58

Page 12: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classes de potência e alcance do Bluetooth.............................................19

Tabela 2: Forma do cabeçalho da mensagem...........................................................27

Tabela 3: Presença do comprimento de byte.............................................................28

Tabela 4: Lista de Parâmetros controlados pela ECU...............................................40

Tabela 5: Características do Módulo GP-GC021.......................................................46

Tabela 6: Descrição dos pinos do módulo Bluetooth.................................................47

Page 13: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACL CAN CSMA/CD CS CTSECU FH-CDMA FHS FH/TDDFmt FTPGCFHTTP IEEE I²C ISM ISO KW2000 Len L2CAP MbpsMCU NDA NRZOBD RS232 RTSSAESIdSIG SCOSrcTCP / IPTgtUARTUSARTUSB

Asynchronous Connection-LessController Area NetworkCarrier Sense Multiple Access/Collision DetectionChecksumClear to sendElectronic Control UnitFrequency Hopping – Code Division Multiple AccessFrequency Hopping SynchronizationFrequency Hopping/Time Division DuplexFormatFile Transfer ProtocolGeneric Connection FrameworkHypertext Transfer ProtocolInstitute of Electrical and Electronics EngineersInter-Integrated CircuitIndustrial, Scientific, MedicalInternational Standardization OrganizationKeyword 2000LengthLogical Link Control and Adaptation ProtocolMega bits por segundoMicrocontroladorNon-Destructive ArbitrationNon Return to ZeroOn-Board DiagnosisRecommended Standard 232Request to sendSociety of Automotive EnginneersService IdentificationSpecial Interest GroupSynchronous Connection-OrientedSourceTransport Control Protocol / Internet ProtocolTargetUniversal Asyncronous Receiver TransmiterUniversal Syncronous Asyncronous Receiver TransmiterUniversal Serial Bus

Page 14: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth
Page 15: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

SUMÁRIO

Figura 33: Hyperterminal – Menu...............................................................................57.......................................11

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................13

1.1 Justificativa......................................................................................................15

1.2 Objetivos...........................................................................................................15

1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................16

1.2.2 Objetivos Específicos...............................................................................16

2.1.1 Freqüência de operação e comunicação................................................20

2.1.3 Versões do Bluetooth..............................................................................25

2.2 O Protocolo KW2000......................................................................................26

2.2.2.1 Cabeçalho ............................................................................................ 28

2.2.2.2 Format byte (Fmt) ................................................................................ 28

2.2.2.3 Target address byte (Tgt) ................................................................... 30

2.2.2.4 Source address byte (Src) .................................................................. 30

2.2.2.5 Additional Length byte (Len) ............................................................. 30

2.2.2.6 Formatos de mensagens .................................................................... 31

2.2.3 Byte de dados............................................................................................32

2.2.3.1 Byte de verificação (Checksum) ........................................................ 33

2.2.4 Diagnóstico em KW2000...........................................................................33

2.3 Barramento CAN ...........................................................................................34

2.3.1 Conceituação básica ................................................................................34

2.4.1 Módulo USART..........................................................................................39

2.5 Módulo Bluetooth...........................................................................................40

2.6 Comunicação Serial e o Padrão RS232........................................................40

2.6.1 Comunicação de dados............................................................................40

Page 16: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

2.6.2 Comunicação Serial..................................................................................41

3 METODOLOGIA.....................................................................................................42

3.1 Simulações do sistema utilizando um microcontrolador PIC 16F877A........44

3.2 Conexão entre o microcontrolador e o módulo Bluetooth............................48

4 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................52

.....................................................................................................................................57

Figura 28: Primeira parte do circuito montado......................................................57

.....................................................................................................................................57

Figura 29: Microcontrolador e módulo Bluetooth.................................................57

.....................................................................................................................................58

Figura 30: Alimentação do Circuito.........................................................................58

.....................................................................................................................................58

Figura 31: Circuito em funcionamento – Led ligado.............................................58

.....................................................................................................................................59

.....................................................................................................................................60

Figura 33: Hyperterminal - Menu.............................................................................60

Figura 34: Hyperterminal – Código de acesso.......................................................60

.....................................................................................................................................61

Figura 35: Hyperterminal – Acesso permitido.......................................................61

.....................................................................................................................................61

Figura 36: Informações mostradas na tela do computador.................................61

5 RESULTADOS.......................................................................................................62

6 TRABALHOS FUTUROS......................................................................................63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................64

Page 17: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth
Page 18: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

13

1 INTRODUÇÃO

Seguindo o avanço tecnológico, o desenvolvimento de novos e diferenciados

produtos é fundamental, levando-se em conta as facilidades e o conforto que estes

podem proporcionar. Com o surgimento da tecnologia Bluetooth, houve uma

revolução no mercado de comunicação sem fio. Por ser uma tecnologia de baixo

custo, hoje, uma grande diversidade de equipamentos já contam com sua

funcionalidade.

Outra revolução, agora no ramo automobilístico, foi o surgimento da Electronic

Control Unit (ECU), que há alguns anos foi introduzida nos veículos automotivos

para recolher dos sensores e atuadores, os dados de monitoramento de todo o

sistema e transmiti-los aos scanners (ou testers) de diagnóstico externo, aparelho

responsável por apresentar ao seu operador todas as falhas identificadas pela ECU.

Tais informações de sensoriamento são cruciais para o bom funcionamento dos

sistemas mecânico e elétrico dos veículos automotores, pois a partir delas serão

possíveis as correções necessárias.

O diagnóstico em veículos representa as funções ou ferramentas que permitem

a verificação do funcionamento de cada módulo eletrônico. Com o crescimento da

eletrônica embarcada, foi necessário o desenvolvimento de tais dispositivos

(scanners) que permitiram então, o diagnóstico de falhas dos sistemas. (Guimarães,

2007).

O veículo é monitorado pelos sensores, que convertem uma grandeza não

elétrica em um sinal equivalente de tensão e corrente. Este sinal é enviado ao

módulo eletrônico do veículo, que é responsável por identificá-lo, processá-lo e

então, ter todo o controle sobre o sistema eletrônico. No caso dos sensores do

veículo é usualmente uma tensão que representa um código no processador do

módulo de controle. Se estes valores estiverem fora do padrão especificado pela

montadora, a ECU verificará como uma entrada inválida, ou seja, registrará uma

falha. Um exemplo de monitoramento e controle ocorre no sensoriamento da rotação

do motor. O sensor de rotação envia constantes informações a ECU. Se esta

processar os dados recebidos e verificar um estado incomum, como rotação abaixo

do padrão, um sinal é enviado ao sistema de injeção que auto-acelera o motor e o

Page 19: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

14

coloca na rotação correta. Este é um exemplo de autocalibração do sistema

eletromecânico do veículo, porém algumas falhas só poderão ser corrigidas

manualmente, como é o caso de falhas em atuações de relés, situação em que os

mesmos devem ser substituídos ou regulados.

As falhas diagnosticadas podem ser classificadas de dois modos: as

possíveis de serem identificadas pelo motorista e as identificadas somente por

ferramentas especiais. O On-Board Diagnosis (OBD) é uma ferramenta que mede os

parâmetros de desempenho e comportamento do veículo e, pode ser definida como

a leitura das falhas dos sistemas do veículo realizada por meio de avisos sonoros e

visuais, existentes no painel de instrumentos. A segunda ferramenta é chamada de

Off-Board Diagnosis e é realizada pelos Testers.

Atualmente as ferramentas de diagnóstico são dispositivos que recolhem os

dados da ECU por meio de um cabo de comunicação serial, e as ECU's utilizam,

geralmente, dois princípios para a comunicação com os equipamentos externos, o

barramento Controller Area Network (CAN) e o protocolo de comunicação Keyword

2000 (KW2000).

Visando integrar as tecnologias de comunicação Bluetooth e o dispositivo de

controle ECU foi proposto o desenvolvimento de um dispositivo que, utilizando a

tecnologia Bluetooh, pudesse realizar a comunicação entre ECU e a ferramenta de

diagnóstico, que neste caso também possua a tecnologia Bluetooth dispensando

assim, os incômodos cabos. Vale salientar que qualquer dispositivo capaz de se

comunicar com a ECU e apresentar ao seu usuário as informações contidas nela, é

considerado uma ferramenta de diagnóstico, scanner ou tester. O grande diferencial

neste caso é que, uma vez presente em vários dispositivos portáteis já existentes,

como celulares, notebook’s e palm’s, por exemplo, qualquer um desses pode se

tornar uma ferramenta de diagnóstico, bastando apenas ter instalado no aparelho,

um software específico para o tratamento dos dados, com um ambiente gráfico para

a visualização dos mesmos.

Para a proposta do projeto foi escolhido um notebook por possuir um alto poder

de processamento o que possibilitará a realização de múltiplos diagnósticos

simultaneamente devido à capacidade de o Bluetooth permitir a criação de uma

pequena rede de até sete dispositivos. Tal assunto será abordado mais adiante na

Page 20: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

15

revisão de literatura sobre a tecnologia Bluetooth.

O presente trabalho será desenvolvido a partir da revisão de literatura a

respeito do tema e da elaboração de uma proposta para o dispositivo em questão.

Será realizada uma abordagem sobre o protocolo KW2000, seu princípio de

funcionamento, regras de comunicação e outras particularidades; o barramento CAN

e sua topologia, meios de acesso e transmissão; o Bluetooth e suas características,

velocidade de transmissão e operação em rede.

1.1 Justificativa

A principal motivação para o desenvolvimento deste trabalho é apoiar as

pesquisas em comunicação sem fio, particularmente neste caso, o Bluetooth, pois é

uma tecnologia de baixo custo que está em grande evidência no mercado

tecnológico e já se faz presente em diversos dispositivos, proporcionando uma

grande diminuição do uso de cabos que muitas vezes se torna incômodo ao usuário

de qualquer aparelho ou sistema. Sendo assim, a comunicação sem fio em questão,

cada vez mais robusta e segura, se tornou um meio muito viável para a

comunicação de dados em geral.

Outro ponto interessante do uso da tecnologia Bluetooth é a sua capacidade

de operar em pequenas redes de até oito dispositivos, o que possibilita diversas

aplicabilidades sobre esta característica.

Além disso, vale lembrar que os testers, que são as atuais ferramentas de

diagnóstico, são dispositivos muito caros e cabe dentro da proposta de

desenvolvimento, criar um dispositivo que seja mais barato sem perder em

qualidade e segurança.

1.2 Objetivos

Page 21: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

16

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar as informações contidas na ECU de automóveis com padrão de

comunicação KW2000 através de um protótipo de uma ferramenta de diagnóstico

com transmissão sem fio.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Desenvolver uma revisão de literatura a respeito da transmissão com

tecnologia Bluetooth e o dispositivo de controle de automóveis ECU.

• Compreender o funcionamento da ECU.

• Compreender as regras requisição e acesso aos dados, de acordo com o

protocolo KW2000 e o barramento CAN.

• Compreender o modo de operação do Bluetooth.

• Desenvolver a proposta de um hardware para a interface sem fio entre a ECU

e o dispositivo móvel;

• Comprovar a eficácia da comunicação Bluetooth entre um microcontrolador e

o notebook;

• Executar os testes de visualização das informações por meio do

hyperterminal do sistema operacional do notebook.

Page 22: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

17

2 REVISÂO DE LITERATURA

2.1 A tecnologia Bluetooth

O Bluetooth é um sistema de transmissão de dados sem fio, que possibilita

uma comunicação simples e rápida entre computadores, smartphones, celulares e

outros dispositivos e periféricos, utilizando ondas de rádio. Além disso, mostrou ser

uma tecnologia segura e de baixo custo. Assim, é possível fazer com que dois ou

mais dispositivos, que estejam dentro de suas áreas de alcance, troquem

informações.

A história desta tecnologia teve início em 1994, quando a Ericsson, grande

empresa do ramo de telecomunicações, resolveu iniciar um estudo sobre a

viabilidade de se desenvolver uma tecnologia que permitisse a comunicação entre

telefones celulares e outros dispositivos e acessórios, utilizando sinais de rádio, ao

invés de cabos. O estudo se baseou em um projeto sobre o uso de sistemas de

comunicação em redes de telefones celulares. Tal pesquisa resultou em um sistema

de rádio de curto alcance nomeado MCLink.

Page 23: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

18

Em 1997, o projeto despertou o interesse de outras empresas que passaram

a fornecer apoio. Em 1998 foi criado o consórcio Bluetooth Special Interest Group

(Bluetooth SIG), formado pelas empresas Ericsson, Intel, IBM, Toshiba e Nokia. O

grupo era composto por duas referências em telecomunicações (Ericsson e Nokia),

e duas referências na fabricação de computadores (IBM e Toshiba), além da líder no

desenvolvimento de chips e processadores (Intel).

A sede global do Bluetooth SIG está em Kirkland, Washington, EUA e tem

escritórios locais em Hong Kong, Pequim, China, Seul, Coréia, Minato-ku, Tokyo,

Taiwan e Malmo, na Suécia.

O grupo envolveu mais de treze mil membros e só na primeira década de

existência produziu mais de dois bilhões de produtos. A Figura 1 apresenta a

primeira formação do grupo liderado pela Ericsson.

A integração entre estas empresas permitiu o desenvolvimento de padrões

que garantiram o uso e a interoperabilidade da tecnologia nos mais variados

dispositivos. (Bluetooth SIG, 1998)

Figura 1: Empresas do Bluetooth SIG

Fonte: Bluetooth SIG - 2002

Page 24: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

19

Atualmente se uniram ao grupo principal a Microsoft e uma fabricante de

computadores pessoais, a japonesa Lenovo.

A denominação Bluetooth é uma homenagem ao rei dinamarquês Harald

Blåtand, mais conhecido como Harald Bluetooth. Devido à capacidade de

interoperabilidade e unificação de vários dispositivos, proposta da tecnologia

Bluetooth, esta foi uma homenagem conveniente, uma vez que um dos grandes

feitos do rei Harald foi a unificação da Dinamarca.

Figura 2: Bluetooth Logo

Fonte: Bluetooth SIG – 2002

A tecnologia tornou-se padrão global de comunicação sem fio, permitindo a

transmissão de dados entre dispositivos compatíveis com a tecnologia. Para isso,

uma combinação de hardware e software é utilizada para permitir que a

comunicação ocorra entre os vários tipos de aparelhos. A transmissão de dados é

feita através de radiofreqüência, permitindo que um dispositivo detecte o outro

independente de suas posições, desde que estejam dentro do limite de proximidade.

Para que se atenda aos diversos tipos de dispositivos, os níveis de alcance

máximo do Bluetooth foram divididos em três classes. A tabela 1 mostra a relação

entre a potência e o alcance de cada uma:

Page 25: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

20

Tabela 1

Classes de potência e alcance do Bluetooth

CLASSE POTÊNCIA MÁXIMA ALCANCE

1 100 mW 100 metros

2 2,5 mW 10 metros

3 1 mW 1 metro

Fonte: Bluetooth SIG, 2009

Um ponto importante, é que dispositivos de classes diferentes podem se

comunicar sem problema, bastando respeitar o limite daquele que possui menor

alcance. A velocidade de transmissão de dados é relativamente baixa, levando-se

em consideração outras tecnologias de transmissão sem fio. Até a versão 1.2, a taxa

alcançava 1 Mbps de velocidade máxima e na versão 2.0, até 3 Mbps. Estas taxas

são suficientes para uma conexão satisfatória entre a maioria dos dispositivos. No

entanto, a versão 3.0 poderá ser capaz de atingir taxas de até 24 Mbps.

2.1.1 Freqüência de operação e comunicação

Uma vez que o Bluetooth adota um padrão global, se fez necessária a adoção

Page 26: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

21

de uma freqüência de rádio aberta, que seja padrão internacional. A faixa ISM

(Industrial, Scientific, Medical), operando à freqüência de 2,45 GHz, é a que mais se

aproxima dessa necessidade e é utilizada em vários países, com variações que vão

de 2,4 GHz a 2,5 GHz.

Uma vez que a faixa ISM pode ser utilizada por qualquer sistema de

comunicação, é necessário garantir que o sinal do Bluetooth não sofra e nem gere

interferências. Para garantir tal necessidade, o sistema de comunicação Frequency

Hopping – Code Division Multiple Access (FH-CDMA), utilizado pelo Bluetooth,

permite fazer com que a freqüência seja dividida em vários canais. O dispositivo que

estabelece a conexão muda de um canal para outro de maneira muito rápida. Daí

denominação frequency hopping (salto de frequência). Isso faz com que a largura de

banda da freqüência seja muito pequena, diminuindo relativamente as chances de

uma interferência. Para a transmissão de dados utiliza FHSS (frequency hopping

spread spectrum). (ALECRIM, 2008)

O Bluetooth, dentro da faixa ISM, pode utilizar até 79 freqüências, ou 23,

dependendo do país, cada uma 1 MHz distante da outra.

Um dispositivo se comunicando por Bluetooth opera em modo full-duplex, ou

seja, pode tanto receber quanto transmitir dados. Para que isso ocorra, a

transmissão é alternada entre slots para transmitir e slots para receber, um esquema

denominado Frequency Hopping/Time Division Duplex (FH/TDD). Esses slots são

canais divididos em períodos de 625 µs (microsegundos). Cada salto de freqüência

deve ser ocupado por um slot, logo, em 1 segundo, tem-se 1600 saltos. Em alguns

casos, como a conexão com impressoras, a operação será Half-duplex. A figura 3

mostra um esquema de FH/TDD. (ALECRIM, 2008)

Quanto ao enlace entre o emissor e receptor, o Bluetooth faz uso de dois

padrões. O primeiro é o Synchronous Connection-Oriented (SCO), responsável por

estabelecer um link sincronizado entre o dispositivo mestre e o dispositivo escravo,

onde é feito uma reserva de slots para cada um. Assim, o SCO acaba sendo

utilizado principalmente em aplicações de envio contínuo de dados, como voz. Por

funcionar dessa forma, o SCO não permite a retransmissão de pacotes de dados

perdidos. Quando ocorre perda na transmissão de áudio, o dispositivo receptor

reproduzirá o som com ruído. A taxa de transmissão de dados no modo SCO é de

Page 27: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

22

432 Kbps, sendo de 64 Kbps para voz.

Figura 3: Esquema do Frequency Hopping/Time Division Duplex (FH/TDD)

Fonte: Ericsson Technology - 2003

O padrão Asynchronous Connection-Less (ACL) por sua vez, estabelece uma

conexão entre um dispositivo mestre e os dispositivos escravos existentes em sua

rede. Essa conexão é assíncrona, já que utiliza os slots previamente livres. Ao

contrário do SCO, o ACL permite o reenvio de pacotes de dados perdidos,

garantindo a integridade das informações trocadas entre os dispositivos. Assim,

acaba sendo útil para aplicações que envolvam transferência de arquivos. A

velocidade de transmissão de dados no modo ACL é de até 721 Kbps. (ALECRIM,

2008)

Page 28: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

23

2.1.2 Redes Bluetooth

Quando dois ou mais dispositivos se comunicam através de uma conexão

Bluetooth, eles formam uma rede denominada piconet. Nessa comunicação, o

dispositivo que iniciou a conexão assume o papel de mestre, enquanto os demais

dispositivos se tornam escravos. O mestre é responsável por regular a transmissão

de dados entre a rede e o sincronismo entre os dispositivos.

Cada piconet pode suportar até oito dispositivos (um mestre e sete escravos),

portanto, é possível aumentar esse número através da sobreposição de piconets, ou

seja, fazer com que uma piconet se comunique com outra dentro de um limite de

alcance. Esse esquema é denominado scatternet. Neste modo, um dispositivo

escravo pode fazer parte de mais de uma piconet ao mesmo tempo, no entanto, um

mestre só pode ocupar essa posição em uma única piconet. Vale lembrar que um

dispositivo mestre em uma Piconet será um escravo a partir do momento em que ele

se conecta em outra Piconet. A figura 4 apresenta os esquemas de uma rede

Piconet Simples, uma Piconet Multi-Escravos e uma Scatternet. (ALECRIM, 2008)

Page 29: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

24

Figura 4: Topologia Bluetooth

Fonte: PRIESS e outros - 2003

É necessário fazer uso de um esquema de identificação para que cada

dispositivo saiba quais outros fazem parte de sua piconet. Para isso, um dispositivo

que deseja estabelecer uma conexão em uma piconet já existente pode emitir um

sinal denominado Inquiry (consulta). Os dispositivos que recebem tal sinal

respondem enviando um pacote Frequency Hopping Synchronization (FHS),

informando a sua identificação e os dados de sincronismo da piconet. Com base

nessas informações, o dispositivo pode então emitir um sinal chamado Page para

estabelecer uma conexão com outro dispositivo. (ALECRIM, 2008)

Para oferecer economia de energia, um terceiro sinal, denominado Scan é

utilizado para fazer com que os dispositivos que estiverem ociosos entrem em stand-

by. Isto garantirá que o dispositivo poupe energia. Assim que outros aparelhos

tentam estabelecer alguma conexão, o dispositivo retorna do estado de espera.

Page 30: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

25

2.1.3 Versões do Bluetooth

Até o momento, as versões disponíveis para o Bluetooth são: (ALECRIM,

2008)

• Bluetooth 1.0: Por ser a primeira versão, os fabricantes encontravam

problemas que dificultavam a implementação e a interoperabilidade entre

dispositivos com Bluetooth;

• Bluetooth 1.1: representa o estabelecimento do Bluetooth como um padrão

802.15 do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE 802.15).

Nela, muitos problemas encontrados na versão 1.0 foram corrigidos.

• Bluetooth 1.2: conexões mais rápidas, melhor proteção contra interferências,

suporte aperfeiçoado a scatternets e processamento de voz mais avançado;

• Bluetooth 2.0: diminuição do consumo de energia, aumento na velocidade de

transmissão de dados para 3 Mbps (2.1 Mbps efetivos), correção às falhas

existentes na versão 1.2 e melhor comunicação entre os dispositivos;

• Bluetooth 2.1: permite uma seleção melhorada dos dispositivos antes de

estabelecer uma conexão, melhorias nos procedimentos de segurança e

melhor gerenciamento do consumo de energia;

Page 31: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

26

• Bluetooth 3.0: altas taxas de velocidade de transferência de dados podendo

atingir a marca de 24 Mbps de transferência devido incorporação de

transmissões 802.11, além do controle mais inteligente do gasto de energia

exigido para as conexões.

• Bluetooth 4.0: melhor sistema de economia de energia e mais segurança,

com 128 bits de codificação. Previsão para entrada no mercado em 2010.

Uma característica do Bluetooth é que versões mais recentes são compatíveis

com versões mais antigas, porém ocorre uma limitação na velocidade de

transmissão. Neste caso, prevalece o dispositivo que possui a menor velocidade de

transmissão.

2.2 O Protocolo KW2000

No final dos anos 80 e começo dos anos 90, teve-se um grande salto da

eletrônica no ramo automobilístico. Com isso, cada montadora recorreu a protocolos

de comunicação próprios para obter dados de diagnóstico eletrônico em veículos

automotores.

Em meados dos anos 90, as empresas do ramo automotivo se juntaram para

criar um protocolo padrão, que foi batizado como “Protocolo KW2000”.

Hoje o Protocolo KW2000 é muito utilizado no desenvolvimento de módulos

eletrônicos e ferramentas de diagnóstico para automóveis. Sistemas de diagnóstico

KW2000, são implementados na camada física da estrutura de comunicação

baseados no padrão 9141 do International Standardization Organization (ISO 9141).

Nesta estrutura são implementados os serviços de diagnósticos de falha. Este

protocolo é aplicado em veículos alimentados com 12V e 24V.

Page 32: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

27

2.2.1 Topologia física

O protocolo “KW2000” utiliza o barramento CAN para a transmissão de

dados, que requer as informações entre um dispositivo usuário e uma rede, tendo

como estrutura duas linhas seriais: Linha k, que é utilizada para comunicação e

inicialização e, linha L, que é opcional e utilizada somente para inicialização. A

Figura 5 ilustra tal estrutura. (PÓVOA, 2007)

Outra estrutura é a conexão nó-a-nó, onde há somente um módulo eletrônico

conectado à ferramenta de diagnóstico e também utiliza a transmissão da

informação na forma de barramento.

Figura 5: Topologia

Fonte: Póvoa, 2007

Page 33: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

28

2.2.2 Estrutura da mensagem

A mensagem é constituída por três partes, como mostra a Figura 6:

- cabeçalho;

- bytes de dados;

- verificação (Checksum).

Figura 6: Estrutura da mensagem

Fonte: ISO 14230 – 2, 1999

2.2.2.1 Cabeçalho

O cabeçalho é constituído por 4 bytes, são eles: Format byte (Fmt), Target

byte (Tgt), Source byte (Src) e o Additional Lenght byte (Len), onde cada byte

representa um tipo de informação, que serão descritos na sequência. O cabeçalho é

mostrado na Figura 6.

2.2.2.2 Format byte (Fmt)

O Format Byte inclui informações sobre o formato de mensagens, onde tem 6

Page 34: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

29

bits L5 a L0 de comprimento de informações que informa a quantidade de bytes de

dados que serão enviados na mensagem e define o comprimento do campo de

dados de uma mensagem, ou seja, desde o início do campo de dados o Service

Identification byte (SId) incluído, para o byte (Checksum) não incluído. Também é

possível um comprimento de mensagem de 1 a 63 bytes.

.

Os bits A1 e A0 indicam o endereçamento da mensagem e definem a forma

do cabeçalho da mensagem conforme mostra a tabela 2:

Tabela 2

Forma do cabeçalho da mensagem

A1 A0 Modo de Operação

0 0 Sem informação de endereço

0 1 Modo de exceção (CARB)

1 0 Com informação de endereço, endereçamento físico

1 1 Com informação de endereço, endereçamento funcional

Fonte: ISO 14230 – 2, 1999

O modo de exceção CARB não será estudado neste trabalho. Informações

sobre este modo podem ser encontradas nas normas ISO 9141- 2 e SAE J1979.

Page 35: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

30

2.2.2.3 Target address byte (Tgt)

Este é o byte de endereço de destino da mensagem e é sempre utilizado

junto com o byte de endereço de origem (Source address byte). Pode ser um

endereço físico ou funcional, quando utilizado na mensagem de solicitação, enviada

da ferramenta de diagnóstico para os módulos eletrônicos. As mensagens de

resposta enviadas dos módulos eletrônicos para a ferramenta de diagnóstico deve

ser somente o endereço físico. O Target address byte é opcional, usado somente

em estrutura com conexões de múltiplos nós.

2.2.2.4 Source address byte (Src)

Este é o byte de endereço do dispositivo de transmissão da mensagem e é

sempre utilizado junto com o byte de endereço de destino (Target address byte).

Este byte é opcional, usado somente em estrutura com conexões de múltiplos nós.

Deve ser somente o endereço físico, especificado na norma SAE J2178-1.

.

2.2.2.5 Additional Length byte (Len)

Este byte define o tamanho de uma mensagem desde o início do byte de

dados com Service Identification byte (SId) incluído, para o byte (Checksum) não

incluído. Este byte é transmitido se o comprimento do byte do “Format byte” (L0 a

L5) for igual a zero, como mostra a tabela 3. Pode ser utilizado para mensagens com

byte de dados menor que 64 bytes, para isto o comprimento pode ser incluído no

Format byte ou no Additional Length byte conforme a tabela 3. Também é opcional e

permite um comprimento de dados de até 255 bytes.

Page 36: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

31

Tabela 3

Presença do comprimento de byte

Fonte: ISO 14230 – 2, 1999

Sendo: - XX - 2 bits com informação do modo de endereço

- LL LLLL – 6 bits com informação de comprimento do byte de dados

2.2.2.6 Formatos de mensagens

Com as definições acima, existem quatro formas de mensagens possíveis,

como mostram as figuras 7, 8, 9 e 10.

Figura 7: Cabeçalho sem informação de endereço, sem o Additional Length byte

Fonte: FIAT STANDARD DIAGNOSTIC PROTOCOL, 2000

Page 37: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

32

Figura 8: Cabeçalho sem informação de endereço, com o Additional Length byte

Fonte: FIAT STANDARD DIAGNOSTIC PROTOCOL, 2000

Figura 9: Cabeçalho com informação de endereço, sem o Additional Length byte

Fonte: FIAT STANDARD DIAGNOSTIC PROTOCOL, 2000

Figura 10: Cabeçalho com informação de endereço, com o Additional Length byte

Fonte: FIAT STANDARD DIAGNOSTIC PROTOCOL, 2000

Fmt – Format byte

Tgt - Target address byte (opcional)

Src - Source address byte (opcional)

Len - Additional Length byte (opcional)

Sld - Service Identification byte

Dados – Dados da mensagem

CS – Checksum byte

2.2.3 Byte de dados

Tal campo de dados pode conter até 63 ou até 255 bytes, dependendo de

como é definido a informação de comprimento, e o primeiro byte é o Service

Identification (Sld), que pode ser acompanhado por parâmetros e dados,

dependendo do serviço selecionado. Estes bytes são especificados na norma ISO

Page 38: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

33

14230-3 para serviços de diagnósticos.

2.2.3.1 Byte de verificação (Checksum)

Este byte inserido no final da mensagem é definido como a soma de todos os

bytes da mensagem, excluindo ele próprio. É usado para verificar a integridade de

dados transmitidos e é recalculado na recepção. Se o valor obtido for o mesmo do

calculado durante a transmissão, as informações não sofreram alterações e portanto

não estão corrompidas e não precisam ser reenviadas. Esta técnica não garante a

correção de erros, apenas a verificação de alguma incompatibilidade entre a

informação enviada e a recebida.

2.2.4 Diagnóstico em KW2000

Todas as mensagens que trafegam em um barramento com padrão ISO 9141

são definidas por palavras-chave que retornam ao equipamento de diagnóstico

durante a inicialização das comunicações. Daí a expressão Keywords, usada para

definir o protocolo. (GUIMARÃES, 2007)

Os requisitos para a implementação da troca de informações entre módulos

eletrônicos e Testers são especificadas pela ISO 9141. Vejamos algumas das

especificações da ISO 9141:

• Os módulos eletrônicos devem ter uma (K) ou duas (K e L) linhas de

comunicação para inspeção, teste e diagnóstico.

• A linha K é definida como a que envia informação na forma digital serial,

do módulo eletrônico para o testador de diagnóstico e, pode ser usada

também bidirecionalmente, onde transmite dados ou comandos do

testador para o módulo eletrônico.

• A linha L é definida como unidirecional do testador de diagnóstico para

o módulo eletrônico. Pode ser usada também para inicialização da

Page 39: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

34

comunicação serial ou transmitir dados e comandos.

• Se as linhas K ou L de dois ou mais módulos eletrônicos são

conectadas juntas, o sistema é chamado de barramento.

2.3 Barramento CAN

O barramento de dados CAN foi um dos primeiros na indústria de automóveis

e, o mais usado. Foi desenvolvido pela empresa alemã BOSCH em 1986 para

conectar dispositivos de controle em automóveis e sua primeira aplicação foi

realizada em ônibus e caminhões. Atualmente, é utilizado na indústria de

automóveis, navios e tratores, entre outros.

O barramento CAN oferece uma comunicação muito mais rápida e, com isso

uma melhor troca de informações. Isto é importante quando os módulos eletrônicos

precisam ser acessados durante o processo de fabricação do veículo, onde as

comunicações muito longas e demoradas podem prejudicar o processo.

2.3.1 Conceituação básica

Sendo o CAN um protocolo de comunicação serial síncrono, o sincronismo

entre os módulos conectados à rede é realizado em relação ao início de cada

mensagem lançada ao barramento. Tal sincronismo ocorre em intervalos de tempo

conhecidos e regulares. (GUIMARÃES, 2007).

O barramento trabalha baseado no conceito multimestre, onde os módulos

serão mestres em certo momento e escravos em outro e, para o envio de

mensagens utiliza o modo multicast, onde envia a mensagem para todos os módulos

da rede.

Para o acesso dos dispositivos ao barramento é necessário utilizar técnicas

de acesso ao barramento. Uma técnica utilizada é o Carrier Sense Multiple

Access/Collision Detection with Non-Destructive Arbitration (CSMA/CD com NDA),

Page 40: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

35

ou seja, os módulos verificam o estado do barramento, para saber se outro

dispositivo conectado não está enviando mensagens. Caso o barramento esteja

ocioso o dispositivo então envia a mensagem. Caso ocorra a tentativa de dois

dispositivos (A e B) enviarem mensagem simultaneamente, somente o dispositivo

que apresenta maior prioridade irá enviar e após o término da sua transmissão o

dispositivo com menor prioridade poderá transmitir.

No barramento CAN existe um quadro de mensagens que é composto de um

identificador de mensagens, onde é realizada a arbitragem que determina a

prioridade da mensagem. Arbitragem vem de um conceito de dominância, isto

garante que somente a mensagem mais importante tenha prioridade no barramento.

Os módulos escutam o barramento e, não detectando nenhuma transmissão, iniciam

sua própria transmissão. Cada mensagem tem seu próprio quadro de mensagem,

como o quadro de mensagem inicialmente de ambos é igual, não é detectado a

colisão com isso continuam a transmissão. Logo após, os módulos iniciam o

processo de escrita do identificador da mensagem.

Durante o processo de escrita do identificador, supondo que o próximo bit que

o dispositivo A escreve seja um dominante e o bit a ser escrito pelo dispositivo B é

recessivo, quando é realizada a escrita de ambos, o bit de A sobrescreve o bit de B.

Lembrando que o que interessa ao módulo é o bit dominante. O dispositivo B,

quando identifica o bit lido e o escrito, fica em modo de escuta, indicando que sua

mensagem tem menor prioridade e, quando A terminar de transmitir, B tentará enviar

a sua mensagem. Tal processo de arbitragem e escrita do identificador é mostrado

na Figura 11.

Page 41: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

36

Figura 11: Exemplo de arbitragem no barramento.Fonte: Barbosa, 2003

O barramento apresenta a técnica chamada Non Return to Zero (NRZ) em

que cada bit, seja ele 0 ou 1, é transmitido por um valor de tensão específico e

constante. (GUIMARÃES, 2007)

A aplicação com CAN nos sistemas de controle e automação foi devido a

possibilidade de trabalhar com uma taxa de transmissão de até 1Mbps que depende

da distância a ser transmitida. A relação entre o comprimento da rede e a taxa de

transmissão dos dados é mostrada na Figura 12.

Page 42: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

37

Figura 12: Relação entre comprimento da rede e taxa de transmissão.Fonte: Eletrônica Embarcada Automotiva, 2007

O barramento CAN trabalha com fios elétricos como meio de transmissão dos

dados. Existem três tipos de barramento CAN, sendo com um, dois e quatro fios. Os

barramentos de dois e quatro fios trabalham com sinais de dados definidos como

CAN High (CAN_H) e CAN Low (CAN_L) e são do tipo par trançado diferencial. Isto

atenua os efeitos das interferências eletromagnéticas. No caso da rede com quatro

fios, além dos sinais de dados possui um fio com VCC (alimentação) e outro GND

(referência). No caso do barramento com um único fio, este é utilizado apenas para

trafegar os dados, denominado de linha CAN. (GUIMARÃES, 2007)

No CAN, os dados são representados por bits dominantes e recessivos,

devido aos fios CAN_H e CAN_L. O fio dominante é representado pelo nível lógico

baixo (0), já o recessivo pelo nível lógico alto (1). A interface de nível físico da rede

CAN tem a missão, de a cada tempo de transmissão de um bit, gerar um bit

dominante se o nível lógico recebido for baixo e de fazer nada se o nível lógico

recebido for alto.

A interface quando quer gerar um bit dominante, ela faz com que o nível

elétrico do fio CAN_H se eleve a 3,5 volts e o fio CAN_L para 1,5 volts. E com isso,

Page 43: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

38

fica determinado uma diferença de potencial de 2 volts. Isto caracteriza o bit

dominante. Os níveis de tensão e os bits dominantes e recessivos na rede CAN são

mostrados na Figura 13.

Pode haver uma colisão entre as mensagens, pelo fato que os módulos

podem ser mestres e enviar suas mensagens. Para evitar isto, o barramento CAN

utiliza-se de uma arbitragem bit a bit não destrutiva. Após enviar um bit, cada

módulo analisa o barramento e verifica-se o outro módulo na rede está em

operação. Então, um módulo interrompe sua transmissão, se o mesmo perceber que

o outro está transmitindo uma mensagem com preferência, ou seja, quando seu bit

recessivo é sobrescrito por um dominante na rede.

Figura 13: Bits dominantes e recessivos no CAN Bus.

Fonte: Eletrônica Embarcada Automotiva, 2007.

2.4 Microcontrolador PIC 16F877A

O Microcontrolador PIC 16F877A da Microship é um dos mais utilizado por

desenvolvedores por possuir características interessantes como:

• 8 kbytes de memória de programa;

• 368 bytes de memória de dados volátil;

Page 44: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

39

• 256 bytes de memória de dados não volátil;

• 15 interrupções;

• 33 pinos I/O (Port’s A, B, C, D e E);

• 3 timers (2 de 8 bits, 1 de 16 bits);

• Universal Syncronous Asyncronous Receiver Transmiter (USART) para

comunicação serial Recommended Standard 232 (RS232);

• Comunicação serial pelo Inter-Integrated Circuit (I²C);

• 8 canais de conversão A/D com 10 bits cada.

Existem muitos outros microcontroladores da família PIC, porém somente o

PIC 16F877A será abordado por ser parte do projeto.

A pinagem completa do PIC 16F877A, com suas denominações pode ser

vista no Anexo A. Praticamente todos os pinos deste microcontrolador possuem

mais de uma função. Isso se deve a um processo de multiplexação destes pinos

possibilitando uma quantidade maior de aplicações. A utilização de uma função ou

outra é definida via software, através da programação do PIC de acordo com a

necessidade.

2.4.1 Módulo USART

A USART é um módulo de recepção e transmissão de dados serial de forma

full-duplex, transmitindo e recebendo dados simultaneamente. A USART possui um

canal para transmissão e um para recepção chamados TX e RX, respectivamente.

Esta característica de se ter canais diferentes para transmissão e recepção é

o que possibilita a comunicação full-duplex. No PIC 16F877A, os canais TX e RX

são os pinos RC6 e RC7, respectivamente. Vale lembrar que a USART deste

microcontrolador não possui suporte para controle de fluxo de dados. Esta função

deve ser implementada por software.

Page 45: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

40

2.5 Módulo Bluetooth

Os módulos Bluetooth são os dispositivos de transmissão de dados sem fio

presentes em vários aparelhos eletrônicos ou equipamentos eletroeletrônicos e que

possibilitam a comunicação entre dispositivos, seja para uma troca de dados ou até

como controles remotos. Porém estes módulos já são vendidos separadamente e

são facilmente encontrados no mercado para o desenvolvimento de aplicações

profissionais ou até mesmo amadoras e estará presente no projeto desta proposta.

Existem também os adaptadores Bluetooth Universal Serial Bus (USB) que

são direcionados a aparelhos que possuem entradas USB e que não possuem

dispositivos Bluetooth integrados. A Figura 14 ilustra o diagrama de blocos de um

módulo Bluetooth .

Figura 14: Diagrama de Blocos de um módulo Bluetooth

Fonte:SURE Electronics, 2008

2.6 Comunicação Serial e o Padrão RS232

2.6.1 Comunicação de dados

Page 46: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

41

A comunicação de dados procura estudar os meios de transmissão de dados

em geral, para dispositivos externos ao circuito original da mensagem. Dispositivos

externos são geralmente circuitos com fonte de alimentação. Quanto à taxa de

transmissão máxima de uma mensagem, esta é diretamente proporcional a potência

do sinal, e inversamente proporcional ao ruído. A função de qualquer sistema de

comunicação é fornecer a maior taxa de transmissão possível, com a menor

potência e com o menor ruído possível. (CANZIAN, 2009)

2.6.2 Comunicação Serial

A maioria das mensagens digitais são longas e por questões de praticidade a

transferência de dados não é realizada enviando todos os bits simultaneamente. A

transmissão bit-serial converte a mensagem em um bit por vez através de um canal.

Cada bit representa uma parte da mensagem. Os bits individuais são então

rearranjados no destino para compor a mensagem original. Em geral, um canal irá

passar apenas um bit por vez. A transmissão bit-serial é normalmente chamada de

transmissão serial, e é o método de comunicação escolhido por diversos periféricos

de computadores.

A transmissão byte-serial, também chamada de transmissão paralela,

converte 8 bits por vez através de 8 canais paralelos. Embora a taxa de

transferência seja 8 vezes mais rápida que na transmissão bit-serial, são

necessários 8 canais, e o custo poderá ser maior do que 8 vezes para transmitir a

mensagem. Quando as distâncias são curtas, é comum usar canais paralelos como

justificativa para as altas taxas de transmissão. A interface Centronics de

impressoras mais antigas é um caso típico de transmissão byte-serial. (CANZIAN,

2009)

2.6.3 Taxa de Transferência (Baud Rate)

A taxa de transferência refere-se a velocidade com que os dados são

enviados através de um canal e é medido em transições elétricas por segundo. Na

norma EIA232, ocorre uma transição de sinal por bit, e a taxa de transferência e a

Page 47: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

42

taxa de bit são idênticas. Nesse caso, uma taxa de 9600 bauds corresponde a uma

transferência de 9600 dados por segundo, ou um período de aproximadamente, 104

ms (1/9600 s). (STRANGIO, 2006)

Outro conceito é a eficiência do canal de comunicação que é definido como o

número de bits de informação utilizável enviados pelo canal por segundo. Ele não

inclui bits de sincronismo, formatação, e detecção de erro que podem ser

adicionados à informação antes da mensagem ser transmitida, e sempre será no

máximo igual a um. A Figura 15 ilustra uma comunicação serial.

Figura 15: Diagrama de comunicação serial

Fonte: Edmur Canzian, 2009

Os valores mais utilizados de baud rate são 1200, 2400, 4800, 9600, 19200

baud.

3 METODOLOGIA

Os estudos acerca do dispositivo proposto foram conduzidos a partir do

veículo Brava, ano 2000, que é o objeto de pesquisas cedido pela montadora Fiat ao

curso de Engenharia Elétrica da PUC Minas – campus Poços de Caldas.

A ECU presente no veículo é da marca MAGNETI MARELLI , modelo IAW

Page 48: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

43

1AB. Nela será instalado o dispositivo proposto. Todas as informações controladas

pela ECU, assim como os parâmetros de cada uma podem são apresentados na

tabela 4. Já as fórmulas de conversão dos dados se encontram no Anexo B. (FIAT,

1996)

Tabela 4

Lista de Parâmetros controlados pela ECU

Fonte: Fiat Normazione, 2000

Inicialmente é necessário identificar os padrões utilizados pela ECU para

transmissão dos dados colhidos do motor. Tais informações são cruciais para um

futuro desenvolvimento do projeto. A Figura 16 ilustra o esquema do projeto

proposto.

Page 49: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

44

Figura 16: Esquema Geral do Projeto Proposto

A unidade de controle ECU, que tem conectados a ela todos os sensores e

atuadores do sistema eletromecânico do veículo. A unidade se comunica com tais

sensores, armazena as informações, processa, e atua de acordo com os parâmetros

pré-definidos na sua programação. Caso a unidade identifique falhas em

determinados sensores há a necessidade de uma intervenção externa para

solucionar o problema, ou seja, é necessário um profissional qualificado com os

dispositivos de diagnóstico para corrigir os possíveis defeitos.

Sendo assim, a ECU é dentro do trabalho, o principal bloco a ser estudado

para que sejam alcançados os objetivos, pois todas as informações necessárias

dizem respeito a ela, desde o barramento CAN, o protocolo KW2000 e os dados e

serem tratados.

3.1 Simulações do sistema utilizando um microcontrolador PIC 16F877A

Para apresentação da proposta, foi desenvolvido um protótipo onde uma ECU

foi simulada através de um PIC 16F877A e os sensores e atuadores foram

simulados através de chaves e potenciômetros. A Figura 17 ilustra o esquema do

projeto proposto.

Page 50: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

45

Figura 17: Esquema Geral do Protótipo Proposto

A princípio, a comunicação serial foi realizada via cabos, de um PIC para

outro, para realização dos testes de comunicação. Com este teste inicial foi possível

confirmar que a comunicação serial entre o PIC transmissor, que simula a ECU e o

PIC receptor estava funcionando corretamente. O diagrama esquemático é ilustrado

na Figura 18.

Nesta simulação inicial o microcontrolador transmissor foi programado para

controlar os led’s conectados no microcontrolador receptor de acordo com a

mudança de estados das chaves e potenciômetros. Isto foi possível devido a

comunicação serial entre os dois. Na programação do PIC TX foi necessária a

declaração de um vetor de 8 bytes, onde cada byte recebeu a informação de cada

chave e potenciômetro. Em seguida os bytes foram enviados serialmente para o PIC

RX, que também necessitou da declaração de um vetor de 8 bytes, que recebeu os

8 bytes enviados pelo PIC TX. Ambos foram programados para operar de forma

sincronizada. Desta maneira, foi possível que a rotina funcionasse a contento. O

Microcontrolador TX consegui controlar o microcontrolador RX.

Após observado o funcionamento da comunicação serial, os testes passaram

a ser realizados usando apenas o microcontrolador transmissor e o hyperterminal do

sistema operacional, para o envio de comandos ao PIC e o recebimento das

informações nele contidas. A Figura 19 apresenta a nova configuração.

Page 51: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

46

Figura 18: Diagrama esquemático do circuito de testes da comunicação serial

Page 52: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

47

Figura 19: Diagrama esquemático do circuito de testes pelo Hyperterminal

Foi necessária a inserção de comandos na programação do microcontrolador

para que esse pudesse ser controlado via hyperterminal. Tais comandos possibilitam

que as informações que o microcontrolador recebe dos potenciômetros, que

simulam sensores presentes no motor do veículo, e das chaves, simulando

atuadores ou relés, sejam enviadas para a tela do hyperterminal podendo assim,

serem visualizadas pelo usuário. A Figura 20 mostra como as informações são

apresentadas na tela do hyperterminal.

Page 53: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

48

Figura 20: Informações visualizadas pelo Hyperterminal

3.2 Conexão entre o microcontrolador e o módulo Bluetooth

Após estes testes iniciais, o PIC receptor é retirado e dá espaço ao notebook.

Já o PIC transmissor, simulando a ECU, tem conectado em seus canais TXRX, o

módulo de desenvolvimento Bluetooth Serial Converter UART Interface, da marca

Sure Electronics. Esse módulo possui uma velocidade de transmissão de 9600bps,

ou seja, possui um baud rate de 9600bps. É um dispositivo de classe 2 podendo

alcançar então, até 10m de visada com outros dispositivos, suficiente para esta

aplicação.

Page 54: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

49

Figura 21: Módulo Bluetooth GP-GC021

Fonte: Sure Electronics - 2008

Algumas das principais características deste dispositivo são:

Tabela 5

Características do Módulo GP-GC021

Frequência de Operação 2.4GHz -2.48GHz na banda ISM

Especificações do Bluetooth V2.0+EDR

Classe de Potência Classe 2

Tensão de Operação 3.3V

Interface do Host USB 1.1/2.0 or UART

Interface de Áudio PCM e interface analógica

Consumo em operação 10mA

Temperatura de Operação - 40°C à +105°C

Consumo em Standby 40uA

Memória Flash 8Mbit

Dimensões 26.9mm x 13mm x 2.2mm

Peso 10 g / 0.4 ozFonte: Sure Electronics, 2008

A utilização desse módulo Bluetooth foi importante, pois facilitou relativamente

a desenvolvimento do projeto com o microcontrolador. Isso devido à interface UART

utilizada por ele. Com isso, o módulo necessita apenas da utilização dos pinos GND

e VCC, e os pinos TX e RX, que serão conectados aos pinos RX e TX do

microcontrolador. A tabela 5 mostra os pinos necessários para o funcionamento do

módulo, além de outros pinos opcionais, e a Figura 22 apresenta a pinagem do

Page 55: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

50

dispositivo.

Tabela 6

Descrição dos pinos do módulo Bluetooth

Nº do Pino Nome Tipo Função1 UART - TX Saída - CMOS Saída de dados2 UART - RX Entrada - CMOS Entrada de dados

11 Reset Entrada - CMOS Reset em nível baixo

12 3.3V Alimentação +3.3V

13 GND GND Terra

14 GND GND Terra

21 GND GND Terra

22 GND GND TerraFonte: Sure Electronics, 2008

Figura 22: Pinagem do Módulo GP-GC021

Fonte: Sure Electronics, 2008

Existem duas configurações comuns para o uso do módulo Bluetooth GP-

GC021. Tais configurações levam em consideração a tensão de alimentação do

módulo. Sendo assim, na conexão com um microcontrolador que também é

alimentado com +3.3V não será necessário o uso de nenhum tipo de regulador de

tensão. Já no caso mais comum, onde a conexão é utilizada com microcontroladores

alimentados com +5V será necessária a utilização de qualquer componente capaz

de adequar o nível de tensão para +3.3V. As Figuras 23 e 24 mostram exemplos

Page 56: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

51

destas conexões.

Figura 23: Conexão a um microcontrolador alimentado com 3.3V

Fonte: Sure Electronics, 2008

Como já foi mencionado, no caso de microcontroladores alimentados com

tensões de 3.3V, as conexões com o módulo podem ser feitas de forma direta entre

os pinos TX e RX de cada dispositivo.

Page 57: Sistema de diagnóstico de falhas automotivo com comunicação Bluetooth

52

Figura 24: Conexão a um microcontrolador alimentado com 5V

Fonte: Sure Electronics, 2008

Nesse caso, o fabricante propôs a utilização de transistores para regular a

tensão de 5V para 3.3V. Outros componentes também podem ser utilizados como

optoacopladores, drivers, ci’s reguladores, etc.

Devido às características do microcontrolador PIC16F877A, que admite

tensão de alimentação entre 2,0V e 5,5V, a primeira configuração apresentada

poderia ser utilizada na montagem do circuito, porém durante os testes de

comunicação, com tensão de 3,3V aplicados no microcontrolador, este não operou

adequadamente, não respondendo aos comandos a ele enviados.

Foi necessária a aplicação da tensão padrão de funcionamento do

microcontrolador ou seja, 5V. Sendo assim, a configuração usada na montagem do

circuito foi a correspondente a Figura 24. Com esta configuração o hardware operou

corretamente, estabelecendo a perfeita comunicação entre o microcontrolador e o

notebook.

4 DESENVOLVIMENTO

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Neste momento, completados e conferidos todos os testes realizados em

simulação, o projeto foi testado com os componentes reais que fizeram parte do

projeto. Neste caso, o circuito proposto foi montado e os testes de comunicação sem

fio foram realizados utilizando o hyperterminal do notebook.

Para isso, foi necessária a configuração do hyperterminal para que este

criasse uma porta de comunicação com o dispositivo Bluetooth instalado no

notebook. Tais configurações e procedimentos serão descritos durante o

desenvolvimento.

Grande parte dos componentes utilizados na montagem do projeto foram

citados anteriormente, porém uma listagem completa dos componentes utilizados na

montagem final do projeto é a seguinte:

• Microcontrolador PIC16F877A;

• Módulo Bluetooth SURE ELECTRONICS classe 2 e interface UART;

• 4 Potênciometros – 1KΩ;

• 4 Chaves on/off simples;

• 1 Led;

• 5 Resistores de 220Ω;

• 1 Resistor de 680Ω;

• 2 Resistores de 1KΩ;

• 2 Resistores de 10KΩ;

• 1 Capacitor de 1uF;

• 2 Transistores BC548;

• Placa de fenolite;

• Cristal de 4MHz;

• Fios diversos.

Inicialmente, para o início da montagem do protótipo, foi necessária a

confecção de uma placa simples de circuito impresso, utilizando a placa de fenolite,

como mostra a Figura 25, na qual foi soldado o módulo Bluetooth.

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Figura 25: Placa confeccionada para o módulo Bluetooth

O próximo passo foi a montagem completa do circuito, com todos os

componentes citados anteriormente. Em seguida iniciaram-se os testes de

comunicação. Para habilitar o hyperterminal a receber os dados do microcontrolador

através do módulo Bluetooth foram necessárias algumas configurações. Uma vez

que o módulo Bluetooth Sure GP-GC021 foi identificado pelo notebook e teve a sua

conexão permitida, duas portas COM (portas de comunicação serial) virtuais são

habilitadas, uma vez que não existem cabos conectados ao notebook. Uma das

portas COM é de saída, o que permite que o notebook inicie a conexão com o

dispositivo externo. Já a outra porta é de entrada, onde permite que o dispositivo

externo inicie a conexão.

Outra configuração é do baud rate de cada porta COM habilitada para a

conexão com o módulo GP_GC021. Ambas devem ser alteradas para operar com

um taxa de 9600 baud, que é a taxa de transmissão padrão do módulo Bluetooth.

Caso estas taxas de transmissão não estejam sincronizadas, o sistema terá um

funcionamento instável. Os dados recebidos pelo notebook não serão interpretados

corretamente e o hyperterminal não apresentará ao usuário as informações corretas

e sim, caracteres desconexos.

Vale lembrar que toda a autenticação e estabelecimento do enlace Bluetooth

entre o notebook e o módulo GP-GC021 é realizada automaticamente e não

necessita de nenhum tipo de comando específico por parte do usuário. Apenas,

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após o enlace de comunicação estabelecido, será realizada a autenticação com o

microcontrolador para que este possa enviar os dados. Até então este envia apenas

o menu dos comandos para transmissão dos dados.

Enfim, o módulo Bluetooth Sure GP-GC021 atua apenas como um meio físico

entre o PIC16F877A e o notebook.

O fluxograma da transmissão de dados entre o microcontrolador e o

computador é apresentado na Figura 26.

Figura 26: Fluxograma da transmissão de dados

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Finalmente, a Figura 27 apresenta o digrama completo do circuito montado.

Figura 27: Diagrama completo do circuito proposto

As imagens a seguir mostram os testes realizados e o circuito montado.

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Figura 28: Primeira parte do circuito montado

Figura 29: Microcontrolador e módulo Bluetooth

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Figura 30: Alimentação do Circuito

Figura 31: Circuito em funcionamento – Led ligado

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Figura 32: Vista de todos os componentes montados no circuito

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Figura 33: Hyperterminal - Menu

Figura 34: Hyperterminal – Código de acesso

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Figura 35: Hyperterminal – Acesso permitido

Figura 36: Informações mostradas na tela do computador

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5 RESULTADOS

A partir das simulações do protótipo via software e da realização dos testes

reais com o hardware desenvolvido, foi possível comprovar a eficiência da

comunicação sem fio entre o notebook e o módulo Bluetooth utilizado no trabalho.

Pode-se afirmar com certeza que as características do módulo Bluetooth GP-GC021

facilitaram consideravelmente o desenvolvimento do projeto, pois não foi necessário

nenhum comando específico para o funcionamento deste.

O dispositivo se mostrou confiável e a comunicação extremamente estável,

garantindo o recebimento perfeito de todas as informações enviadas ao computador.

Mesmo com as limitações do hyperterminal, que é um aplicativo relativamente

simples, com restrições de reconhecimento de caracteres e visualização

relativamente simplória, foi possível analisar os dados recebidos.

Algumas dificuldades foram encontradas durante o desenvolvimento, porém

nenhuma que trouxesse transtornos relevantes. Alguns problemas na montagem do

circuito e na configuração da porta COM (porta serial habilitada pelo notebook para

comunicação com o módulo Bluetooth Sure GP-GC021) surgiram, mas foram logo

sanados.

Comprovada a funcionalidade do projeto, certamente será possível realizar a

complementação do trabalho, onde a comunicação Bluetooth será entre a própria

ECU do veículo e o notebook.

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6 TRABALHOS FUTUROS

Diversas aplicações para este trabalho podem ser analisadas, além da própria

complementação deste.

Sobre a aplicação do Bluetooth é possível o desenvolvimento de diagnóstico

em rede, onde um notebook poderá atuar como ferramenta de diagnóstico de até

sete automóveis simultaneamente. Esta característica pode ser interessante para

testes realizados em linhas de produção ou até mesmo para as redes autorizadas

que realizam serviços de diagnóstico de falhas e correções.

Outra atividade a ser desenvolvida é criação de uma aplicação com interface

gráfica, mais atrativa ao usuário. Tal aplicação pode ser desenvolvida em qualquer

linguagem gráfica como Java, Delphi, Linguagem C, entre outras.

Uma excelente opção, devido ao grande suporte a tecnologia Bluetooth, é a

plataforma Java, que ultimamente vem ganhando muito espaço devido as suas

funcionalidade e segurança.

Quanto ao suporte oferecido a esta linguagem, existe o J2ME, próprio para

dispositivos com pouco poder de memória e processamento e J2SE, próprio para

computadores pessoais. Além disso, existem diversas ferramentas e ambientes de

desenvolvimento gratuitas no próprio site da empresa desenvolvedora da linguagem.

Ainda existem possibilidades além do contexto deste trabalho, como sistemas

de automação em geral.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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V Seminário sobre a Eletro-Eletrônica Aplicada à Mobilidade: DIAGNOSE VEICULAR. São Paulo: AEA - Associação Brasileira de Engenharia Automotiva , 2003.

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ANEXO A - Microcontrolador PIC16F877A

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ANEXO B – Lista de Parâmetros e fórmulas de conversão da ECU.

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ANEXO B – Continuação

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