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Informativo Ano III • nº 02 • 2016 A superlotação e a falta de trabalha- dores na Fundação de Atendimento Socioeducavo (FASE) são problemas angos, presentes em pracamente todas as unidades da Fundação. O úl- mo caso mais grave ocorrido dentro da FASE, e que chamou a atenção da mídia, foi a tentava de homicídio de um agente socioeducador da unidade da Padre Cacique, em Porto Alegre. Ferido com pontapés e golpes de uma faca improvisada com uma escova de den- tes, o servidor precisou ser levado ao hospital. Segue na pág 2. SEMAPI DENUNCIA SITUAÇÃO DA FASE SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS E DE FUNDAÇÕES ESTADUAIS DO RS Violência contra trabalhadores expõe problemas antigos da Fundação

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Page 1: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE … · ros e melhorias na redação de reivindicações sociais, e as cláusulas novas, surgidas a parr COMEÇAM AS NEGOCIAÇÕES de demandas

Informativo

Ano III • nº 02 • 2016

A superlotação e a falta de trabalha-dores na Fundação de Atendimento Socioeduca�vo (FASE) são problemas an�gos, presentes em pra�camente todas as unidades da Fundação. O úl�-mo caso mais grave ocorrido dentro da FASE, e que chamou a atenção da mídia,

foi a tenta�va de homicídio de um agente socioeducador da unidade da Padre Cacique, em Porto Alegre. Ferido com pontapés e golpes de uma faca improvisada com uma escova de den-tes, o servidor precisou ser levado ao hospital. Segue na pág 2.

SEMAPI DENUNCIA SITUAÇÃO DA FASE

SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE ASSESSORAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES E PESQUISAS E DE FUNDAÇÕES ESTADUAIS DO RS

Violência contra trabalhadores expõe problemas antigos da Fundação

Page 2: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EMPRESAS DE … · ros e melhorias na redação de reivindicações sociais, e as cláusulas novas, surgidas a parr COMEÇAM AS NEGOCIAÇÕES de demandas

Não bastasse a tensão diária que é trabalhar com infratores, os servidores ainda sofrem com ameaças e insegurança. Em Caxias do Sul, um agente foi ameaça-do por 25 adolescentes após um princípio de rebe-lião. No local, há 75 jovens para um espaço que permite somente 40 alojados. Em Novo Hamburgo, há 198 adolescentes, sendo que o espaço comporta apenas 60. O SEMAPI já havia denunciado os proble-mas do Centro de Atendimento Socioeduca�vo (CASE) de Novo Hamburgo à FASE e ao Ministério Público, que no dia 20 de julho decidiu por interditar o local.

A guerra entre gangues é outra realidade das unidades da FASE. Trabalhadores de Uruguaiana sofreram recentemente com uma rebelião que durou sete horas após briga entre integrantes de gangues rivais. O centro de atendimento, que suporta 40 e abriga 98 menores infratores, possuía número insuficiente de agentes trabalhando no momento do tumulto, que �veram que pedir reforços para controlar a situação.

Tantos problemas acabaram chamando a atenção da mídia e foram destaques em jornais e sites de no�cias. O veículo de comunicação digital Sul21 está fazendo uma série de reportagens sobre as péssimas condições de trabalho e de ressocialização da Fundação. Nas matérias já veiculadas, há falas de diversos trabalhadores contando as dificuldades que existem nas unidades, bem como de integrantes do Sindicato e do presidente da FASE, Robson Luis Zinn. Na entrevista, Zinn reconhece que há um problema de superlotação nas unidades, segundo ele, nos úl�mos três anos, o número de internações cresceu 15%. Por outro lado, há 12 anos não são abertas novas vagas para a Fundação.

Segundo o presidente da FASE, Robson Luis Zinn, nos úl�mos três anos, o número de internações cresceu 15%. Por outro lado, há 12 anos não são abertas novas vagas para a Fundação.

Apesar das denúncias feitas pelo SEMAPI à direção da FASE e ao Poder Judiciário, a superlotação das unidades e a falta de pessoal são problemas constan-tes, que jamais foram corrigidos e estão cada vez piores. O CASE da Padre Cacique, por exemplo, tem capacidade para 80 adolescentes, mas conta hoje

com uma população de 117 jovens.É urgente que o governo do Estado chame todos os

aprovados no úl�mo concurso da FASE, porque novamente a vida de colegas é colocada em risco pelo desrespeito às condições de trabalho. Para cobrar o chamamento dos concursados, o SEMAPI entregou um o�cio ao governo do Estado no dia 7 de julho, denunciando um déficit de mais de 400 trabalhadores na Fundação.

O incremento no número de servidores é funda-mental, pois no decorrer dos úl�mos anos, o perfil de adolescentes e jovens adultos atendidos agravou-se muito, não só pelo porte �sico deles (que podem ficar internados cumprindo medidas socioeduca�vas até os 21 anos), quanto pela natureza dos atos infracio-nais come�dos, bem como em sua organização em quadrilhas, gangues e facções criminosas.

Co�dianamente, os trabalha-dores da Fundação estão expostos a agressões �sicas, mo�ns, tenta�vas de fuga, ofensas morais e insegurança, com unidades sendo alvejadas por �ros, servidores sendo feitos reféns e até “resgates” de jovens por bandidos.

É inadmissível que o Estado e o poder judiciário assistam toda essa série de violência contra os servi-dores e nada façam. O SEMAPI vai seguir pressionan-do as autoridades para que a FASE cumpra com as determinações do Sistema Nacional Socioeduca�vo (SINASE), garan�ndo a segurança dos trabalhadores e a verdadeira ressocialização dos adolescentes.

Foto: divulgação FASE

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No dia 24 de junho, foi realizada a primeira reunião de negociação pela data-base 2016. O encontro foi entre o SEMAPI e o SESCON Serra, e ocorreu na sede do sindicato patro-nal, em Caxias no Sul. Na ocasião, o SEMAPI defendeu a pauta com as reivindicações do setor privado da serra gaúcha. Uma nova reunião deve acontecer em julho, sem data definida.

Os trabalhadores do setor privado de todo o Estado �veram sua primeira reunião de negociação no dia 12 de julho, quando foram apresentadas as demandas da categoria. A pauta está dividida em três partes: as cláusu-las man�das, que contém os direitos já conquistados em negociações anteriores, as cláusulas melhoradas, com reajustes financei-ros e melhorias na redação de reivindicações sociais, e as cláusulas novas, surgidas a par�r

COMEÇAM AS NEGOCIAÇÕESde demandas dos trabalhadores. Ao todo, são 92 as que serão deba�das na data-base 2016.

No dia 21 de julho, o SESCON-RS (sindicato patronal) apresentou sua contraproposta, ainda muito distante do que almeja a catego-ria. Por isso, uma nova reunião de negociação deve acontecer no dia 4 de agosto, às 15h. Como de costume, o encontro será na sede do SESCON-RS (Rua Augusto Severo, 168 – Porto Alegre).

O setor público terá sua primeira reunião de negociação no dia 3 de agosto, às 16h. Trabalhadores das Fundações, Universidade Estadual do Estado (UERGS), Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e Associação Sulina de Crédito e Ass istência Rural (ASCAR-EMATER/RS) estão convidados a ajudar a pressionar o governo por avanços nessa data-base. Precisamos garan�r direitos e avançar na luta!

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Entre os dias 11 e 15 de julho, o SEMAPI realizou mais um curso da Norma Regulamentadora número 5 (NR5), que trata da implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas. A capacitação é uma inicia�va do cole�vo de saúde do sindicato e foi dada a trabalhadores da Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC).

Um novo treinamento será ofertado a estes servidores, em agosto, para que estejam devidamen-te capacitados para atuarem nas CIPAs em seus locais de trabalho. O curso será sobre primeiros socorros, ministrado por profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU.

SEMAPI participa do Dia Nacional de Mobilização em Defesa do SUAS

O SEMAPI também par�cipou do Dia Nacional de Mobilização em Defesa do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que reuniu mais de 700 pessoas em Porto Alegre no dia 6 de julho. O ato teve como obje�vo mostrar a importância de fortalecer o Sistema e lutar contra o desmonte das polí�cas de assistência em todo o país, especialmente depois da fusão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, medida recente do interino Michel Temer.

SEMAPI realiza treinamento da CIPA para trabalhadores da Cientec

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Uma das importantes conquistas do SEMAPI nestes úl�mos anos foi o aumento do percentual das promoções pagas aos trabalhadores das fundações estaduais. A inicia�va fez parte do acordo firmado na negociação cole�va de 2012, quando foi definida a revisão dos Planos de Empregos, Funções e Salários (PEFS).

Há anos os trabalhadores não recebiam promo-ções, que eram pagas apenas a cada cinco anos. Com o acordo firmado no PEFS, as fundações foram abriga-das a realizar as avaliações de desempenho todos os

anos e o pagamento deveria ser realizado no mesmo ano, mas não é isso que vem ocorrendo.

Há diversas ins�tuições que estão com as avalia-ções atrasadas, e outras que, embora tenham feito o procedimento, ainda não pagaram as promoções devidas.

O SEMAPI vem pressionando o governo e vai con�nuar cobrando o pagamento dos atrasados da Secretaria da Fazenda (Sefaz), ao Grupo de Assessoramento Estadual (GAE), e também nas reuniões de negociação do Setor Público.

Confira a situação das promoções de cada fundação:

PAGAMENTO DAS PROMOÇÕES CONTINUA EM ATRASO

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As mulheres negras são mais ví�mas de violência que as brancas e as raízes do problema estão asso-ciadas à escravidão. A avaliação é da promotora de Jus�ça Lívia Santana Vaz, do Ministério Público da Bahia, que par�cipou no dia 20 de julho do I Seminário Biopolí�cas e Mulheres Negras: prá�cas e experiências contra o racismo e o sexismo.

"Não há dúvida nenhuma que, em decorrência da forma como houve a escravização das mulheres negras no Brasil e o racismo ins�tucional que persiste até os dias de hoje, a mulher negra é muito mais ví�ma de violência de gênero do que a mulher branca."

A promotora destacou que, de acordo com o Mapa da Violência 2015, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo pe-ríodo, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.

Segundo Lívia Vaz, elementos culturais e midiá-�cos contribuem para a manutenção e aumento da violência e discriminação contra as mulheres negras e citou o exemplo do carnaval, em que as mulheres negras são associadas ao sexo e parte do negócio do turismo.

"Isso tudo tem a ver com a nossa história e tem a ver com como ainda estamos lidando com essa situa-ção hoje, por exemplo: a hiperero�zação do corpo da mulher negra, isso contribui para que ela seja, ainda, considerada objeto. Essa questão da cultura da violência e da violência sexual, principalmente, a cultura do estupro", analisou.

Educação e desigualdade

A ex-ministra da Secretaria de Polí�cas de Promo-ção da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, também par�cipou do debate, que fez parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher Afro-La�na Americana e Afro-La�na Caribenha, comemorado no dia 25 de julho.

Nilma destacou as desigualdades a que são sub-me�das as mulheres negras e disse que a mudança de perspec�va pode ocorrer por meio da educação.

"A educação, seja ela escolar, formal, seja a educa-ção enquanto processo de vida, sempre fez parte da luta das mulheres e, principalmente, das mulheres negras", destacou.

Para a ex-ministra, houve avanços na educação brasileira no que se refere às minorias, sobretudo com a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas brasileiras. No entanto, segunda ela, o atual momento polí�co do país, com o governo interino de Michel Temer, ameaça algumas dessas conquistas.

"Estamos na conjuntura de um golpe de Estado e eu tenho chamado atenção de que esse é um golpe parlamentar, midiá�co, de classe, de gênero e de raça. E nós temos visto a emergência de um funda-mentalismo religioso e polí�co muito sério, com uma ala muito conservadora que tem ido contra os avanços que já fizemos no campo do gênero e da diversidade sexual. Me preocupa muito, porque um dos focos onde essa onda conservadora tem inves�do é a educação", cri�cou.

No fim do evento, foi elaborado um levantamento de possíveis intervenções do Ministério Público em áreas de atuação do órgão para garan�r o cumpri-mento de direitos das mulheres negras.

Fonte: EBC

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Mulheres negras são mais vítimas de violência que as brancas, diz promotora

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As centrais sindicais definiram 16 de agosto como um dia de mobilização por manutenção de direitos sociais, criação de empregos e retomada do cresci-mento. Com posições diferentes em relação ao governo interino e ao processo de impeachment, as en�dades se uniram em torno de uma pauta, aprovada no dia 26 de julho, durante encontro nacional realizado em São Paulo, que inclui redução da taxa básica de juros, redução da jornada para 40 horas semanais, retomada do inves�mento público e privado, polí�ca industrial e es�mulo à construção civil. Em parte, é uma pauta semelhante à que foi aprovada em dezembro, no chamado Compromisso pelo Desenvolvimento, na ocasião, com presença de en�dades empresariais.

"O que unifica é a defesa dos direitos", afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas. "Não importa o posicionamento em relação ao governo", acrescen-tou, dizendo-se preocupado com declarações de representantes do governo interino, como os minis-tros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Ronaldo Nogueira (Trabalho) sobre reforma trabalhista.

O presidente da Força Sindical e do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, lembrou da assembleia realizada em 2010, no Pacaembu, com todas as centrais, para afirmar que, em certa medida, a pauta não mudou. "Do nosso ponto de vista, o governo (Michel Temer) não tem tomado medidas concretas, como baixar as taxas de juros", disse Paulinho, contando ter ouvido sobre reforma traba-lhistas pelo jornais. "O governo não falou disso em nenhum momento."

Neste encontro, que reuniu representantes de oito centrais (as reconhecidas formalmente, CSB, CTB,

CUT, Força, Nova Central e UGT, mais CGTB e CSP-Conlutas), foi aprovado um documento no qual as en�dades afirmam que:

"a luta que se deve travar requer organização e mobiliza-ção para resis�r e combater ameaças ao regime de Previ-dência e Seguridade Social, às relações de trabalho e empre-go e as tenta�vas de criminali-zar os movimentos sociais".

O documento é assinado pelos presidentes das centrais reconhecidas.

Os dirigentes assinalam ainda que "armadilhas" têm sido colocadas no caminho dos trabalhadores como solução para os problemas. Caso de medidas de flexibilização das leis e da terceirização. Por isso, as centrais afirmam que, mesmo defendendo o fortalecimento das negociações cole�vas, "não abrem mão do patamar mínimo legal assegurado pela CLT e pela Cons�tuição Federal de 1988".

Na questão da Previdência Social, as en�dades citam propostas como paridade na aposentadoria de homens e mulheres, fixação de uma idade mínima e desvinculação entre reajustes concedidos e o salário mínimo. "Cons�tuem medidas inaceitáveis e contrárias aos interesses mais elementares dos trabalhadores, dos aposentados e beneficiários do sistema previdenciário", afirma o documento.

As centrais argumentam que foi a unidade que garan�u conquistas como a polí�ca de valorização do salário mínimo e isenção do Imposto de Renda em pagamento de par�cipação nos lucros ou resultados (PLR). Essa convergência também se torna importan-te no momento em que se fala de "modernização" da Consolidação das Leis do Trabalho, como diz o gover-no, com pronunciamentos, ainda que desmen�dos, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre jornada de trabalho.

Fonte: Rede Brasil Atual

Centrais definem 16 de agosto como dia de mobilização e lutas

Foto: CUT

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A par�r de agosto, os trabalhadores brasileiros devem se preparar para mobiliza-ções e luta contra a re�rada de direitos. Depois do recesso parlamentar, a Câmara Federal deve começar a votar diversos proje-tos do governo interino, incluindo o que re�ra da Petrobras a exclusividade na exploração do Pré-Sal e as reformas trabalhista e previden-ciária.

Com a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo Temer pretende "desafogar a pauta" de votações, e conta com a ajuda do parlamentar. Maia já cogitou a possibilidade de propor aos líderes de bancada a realização de duas sessões por semana ao longo dos Jogos Olímpicos e da campanha para eleições municipais.

O Projeto de Lei 131/2015, que trata sobre a exploração do Pré-Sal, nada mais é do que uma medida priva�sta, que vai transferir os lucros do Estado brasileiro para empresas mul�nacionais. Tendo em vista que a legisla-ção prevê que 50% dos lucros com o Pré-Sal sejam des�nados para a educação e a saúde,

isso quer dizer privar a população de serviços públicos de qualidade, o que não podemos permi�r.

Já a Reforma da Previdência, assim como a Trabalhista, deve ser apreciada apenas depois da definição do impeachment da presidenta Dilma. Ela prevê o aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 20 anos na concessão de aposentadorias por idade, a desvinculação da pensão por morte do salário mínimo e a redução a meio salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência grave que nunca tenham contribuído, além de mudanças na aposentadoria de trabalhador rural e de auxílio-doença pelo INSS. De todos os trabalhadores, as mulheres serão as que mais sen�rão as medidas, visto que a idade para aposentadoria deve passar de 55 anos para 65, igualando à dos homens. Para a Trabalhista, o cenário é ainda mais sombrio: com a flexibilização da CLT, pode-se esperar perda de direitos – especialmente ligados à saúde e à segurança do trabalhador – e preca-rização das relações de trabalho, além de limitações para a a�vidade sindical, que não poderá negociar cláusulas sociais importan-tes. Uma amostra do que se pretende veio na forma de declaração do presidente da FIESP, que defendeu uma jornada de trabalho de 80 horas semanais nos úl�mos dias.

Estamos vigilantes e vamos lutar contra estes e outros retrocessos que começam a se colocar para a classe trabalhadora. Mais uma vez, um governo eli�sta e comprome�do com o empresariado coloca em xeque nossos direitos, mas vamos resis�r e seguir compro-me�dos com os trabalhadores e a sociedade brasileira.

Volta do recesso parlamentar será momentode luta para trabalhadores

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress