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Segunda Fase OAB X EXAME UNIFICADO
SIMULADO WEB 4 DIREITO PENAL
PEA PRTICO-PROFISSIONAL
Josefa das Dores, brasileira, viva, residente na Rua das Flores, n.167, nascida
em 25/04/1940, no dia 20 de maio de 2011 foi presa em flagrante delito, na posse de 20,5
g de cocana, na forma de uma nica poro, trazida consigo, no interior de
estabelecimento prisional na cidade de Presidente Bernardes-SP. Josefa das Dores foi
denunciada por trfico de drogas, de acordo com o art. 33, caput c/c art. 40, III, ambos da
Lei n. 11.343/2006.
Durante a instruo do processo que tramitou regularmente pela 2 Vara
Criminal de Presidente Bernardes, as testemunhas de acusao, agentes penitencirios,
confirmaram que, na data dos fatos, a r fora surpreendida, durante revista prvia dentro
da penitenciria, na posse da substncia entorpecente, escondida no interior de um tnis,
supostamente destinada entrega e consumo do preso Felipe, seu filho. Relataram,
tambm, que somente aps abrirem o tnis com um faco, e contando com a ajuda de um
co treinado pelo departamento de narcticos, puderam verificar a existncia da droga.
As testemunhas de defesa disseram que a r atendeu ao pedido de um tal de
Manoel, para levar o tnis, de modo que ela no tinha como saber que estava levando
drogas para o seu filho. Ademais, Josefa levava-lhe, semanalmente, mantimentos e
roupas.
Em seu interrogatrio em juzo, Josefa negou a imputao, contando a mesma
verso que narrara na delegacia. Afirmou que, na noite anterior aos fatos, um indivduo
de prenome Manoel fora at sua residncia e pedira-lhe que entregasse o tnis a seu
filho, preso na Penitenciria de Presidente Bernardes, o que foi aceito.
Declarou, ainda, que no sabia que havia droga dentro da sola do tnis e
que, por isso, decidira levar o calado para seu filho, ocasio em que foi detida. H, nos
autos, os laudos de constatao prvia e de exame qumico-toxicolgico, que confirmam
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no apenas a quantidade da droga apreendida, mas tambm a forma de
acondicionamento apresentada, tpica da atividade de trfico.
Constam, ainda, nos autos, documentos comprovando que Josefa primria,
possui bons antecedentes, no se dedica a atividades criminosas e no integra
organizao criminosa.
Na sentena, o Juiz realizou a dosimetria da pena da seguinte forma: na
primeira fase, por entender que Josefa apresentava circunstncias desfavorveis, no
individualizadas pelo magistrado, fixou a pena base acima do mnimo legal; entendeu no
existirem circunstncias atenuantes e agravantes, e por fim, aplicou a causa de aumento
de pena prevista no art. 40, inciso III da lei 11.343/06. Ademais, no admitiu a converso
da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos, em razo da vedao prevista no
art. 44 da lei 11.343/06 e do quantum da pena aplicada.
Em 13/08/2012, a defesa tomou cincia da sentena proferida pelo juiz da 2
vara criminal de Presidente Bernardes-SP, condenando Josefa nas penas de oito anos de
recluso, em regime inicial fechado, e pagamento de sessenta e seis dias multa, no valor
unitrio mnimo, como incursa no art. 33, caput c/c art. 40, III, ambos da Lei n
11.343/2006. A sentena transitou em julgado em face da ausncia de recurso da
acusao e da defesa e Josefa encontra-se cumprindo a pena.
Considerando a situao hipottica apresentada, redija, em favor de Josefa
das Dores, a pea jurdica cabvel espcie, privativa de advogado, alegando todas as
matrias favorveis a sua cliente, datando-a no ltimo dia do prazo legal para sua
apresentao.
Quesito avaliado Pontuao
1- Estrutura correta (diviso das partes / indicao de local / assinatura) 0,25
2 - Endereamento correto Desembargador Presidente do Tribunal de 0,25
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Justia de So Paulo
3- Pea Correta Reviso Criminal (0,5) - art. 621, inciso I, do CPP (0,25) 0,75
4- Meno certido de trnsito em julgado no prembulo 0,25
5- Desenvolvimento jurdico acerca da ausncia de dolo erro sobre
elementos do tipo, exclui o dolo (0,8) - art. 20, caput do CP. (0,2).
1,0
6 - Desenvolvimento jurdico acerca do erro na dosimetria da pena:
6.1. fixao da pena base no mnimo legal - art. 42 da Lei n. 11.343/06 e art.
59 do CP; (0,2)
6.2. atenuante pela idade - art. 65, inciso I do CP (0,2);
6.3. causa especial de diminuio de pena art. 33, 4 da lei 11.343/06
(0,2)
0,6
7- Desenvolvimento jurdico acerca do entendimento do STF sobre a
inconstitucionalidade do art. 44 da lei 11.343/06 que veda a converso da
PPL por PRD; OU pedido de suspenso da pena nos termos do artigo 77 do
CP (0,4).
0,4
8. Pedidos Principais:
8.1. Procedncia da ao revisional, com fulcro no art. 626, CPP; (0,20)
8.2. Absolvio nos termos do art. 386, III, CPP atipicidade; (0,50)
Pedidos subsidirios
8.3. Fixao da pena no mnimo legal (art. 42 da lei 11.343/06 e art. 59 do
CP). (0,20)
8.4. Reconhecimento da atenuante da idade (art. 65, inciso I do CP) (0,20).
8.5. Reconhecimento da causa de diminuio de pena art. 33, 4 da lei
11.343/06 (0,20).
8.6. Concesso da substituio da PPL por PRD (art. 44 do CP), OU, no caso
de denegao da converso, pedido de suspenso condicional da pena (art.
77, CP) (0,10).
8.7. Pedido de Indenizao art.630, CPP (0,10)
1,5
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Questo 1. Felipe foi processado, e restou condenado por crime de leses
corporais, de acordo com a certido do trnsito em julgado da sentena proferida pelo
Juiz de Direito da 1 Vara Criminal da Comarca de Campinas.
Constata-se que a pena imposta a Felipe foi integralmente cumprida, e
extingui-se h sete anos.
Houve, por parte de Felipe, ressarcimento do dano causado pelo crime,
pagando assim todas as despesas de internao e tratamento da vtima. Tambm
manteve residncia e domiclio neste Pas, demonstrando sempre bom comportamento
pblico e privado, inclusive, hoje, presidindo uma entidade que cuida de menores
abandonados.
Felipe lhe procura, para que na condio de advogado (a), restitua sua
condio anterior condenao.
Diante dessa situao hipottica, responda:
1.1. Qual seria a medida processual cabvel para atender o pleito de Felipe?
(0,40)
1.2. Qual o prazo mnimo e mximo para ingressar com o pedido? (0,40)
1.3. Qual ser o juzo competente para analisar o pedido? (0,45)
Questo 2. FLORINDA respondeu a uma ao penal, acusada de ter dado um
tapa no rosto de seu vizinho MADRUGA, e, em seguida, chamado-lhe de "gentalha".
Durante a instruo probatria, restou comprovado que a r agiu com a
inteno de humilhar a vtima diante da filha deste, CHIQUINHA. Ademais, juntou-se o
exame de corpo de delito realizado, que atesta no ter a vtima sofrido qualquer leso.
Florinda foi absolvida em primeira instncia. Interposta Apelao, a sentena
foi reformada em grau de recurso, que entendeu pela condenao da r. Intimado do
acrdo condenatrio, o advogado da acusada no interps nenhum recurso. Isto posto,
indaga-se:
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2.1. Qual a(s) conduta(s) em tese praticada por Florinda? Explique e
fundamente. (0,75)
2.2. A ausncia de interposio do recurso implica, por si s, em nulidade
processual? Explique e fundamente. (0,50)
Questo 3. O Defensor Pblico, na data de 15 de junho de 2010, ao atender os
apenados da Casa do Albergado do Municpio de Varginha-MG, verificou que um dos
presos est cumprindo pena no regime aberto e conta com 71 anos de idade, em bom
estado de sade fsica, mas apresentando quadro de senilidade leve. Aps analisar os
dados constantes da Guia de Recolhimento atualizada do reeducando, o Defensor Pblico
apurou que o preso est condenado por crime de latrocnio (art. 157, 3, parte final, do
Cdigo Penal). Verificou-se, tambm, que o reeducando j teria cumprido 13 (treze) anos
de um total de 21 (vinte e um), impostos na condenao. Considerando os referidos
dados, responda:
3.1. Poderia ser postulada a concesso de priso domiciliar? (0,60)
3.2. Poderia ser postulada a concesso livramento condicional? (0,65).
Questo 4. Maria das Dores, 13 anos, foi levada por Pedro at uma rua
deserta, oportunidade em que foi constrangida por Joo, previamente ajustado com
Pedro, a praticar conjuno carnal no dia 14 de abril de 2012. O Ministrio Pblico
recebeu os autos do inqurito policial no dia 18 de abril do mesmo ano. O ru, Joo da
Silva, encontrava-se preso. No dia 24 de junho o representante do MP ainda no havia se
manifestado, no oferecendo denncia, nem arquivamento, e nem requerendo
diligncias. O advogado da vtima ofereceu queixa crime em face de Joo, dando incio a
ao penal e requerendo a condenao pelo crime de estupro de vulnervel. Intimado, o
Promotor de Justia se manifestou apresentando denncia em face de Joo e Pedro, pois
entendeu que este ltimo havia tambm participado do delito, uma vez que atraiu a
vtima para o local do crime. Diante dessa situao hipottica, responda:
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4.1. Poderia o advogado da vtima propor a queixa crime? Fundamente sua
resposta. (0,75)
4.2. O Ministrio Pblico poderia repudiar a queixa oferecida e oferecer
denncia em face de Joo e Pedro? Fundamente sua resposta. (0,50)
Item Avaliado Pontuao
1.1. Reabilitao criminal, nos termos do art. 93 do CP. (0,40) 0,40
1.2. Prazo mnimo de 2 (dois) dois anos do dia em que for extinta a
pena ou terminar sua execuo, conforme art. 94, caput do CP (0,20);
No h prazo mximo para ingressar com a medida (0,20)
0,40
1.3. De acordo com o art. 743 do CPP, a reabilitao ser requerida ao
juiz da condenao e no ao juiz da execuo. No caso, ao Juiz de
Direito da 1 Vara Criminal da Comarca de Campinas.
0,45
Item Avaliado Pontuao
2.1. Injria Real e Injria Simples em concurso material (0,50), conforme
art. 140, 2 e art. 140, caput c.c art. 69, todos do CP (0,25)
0,75
2.2. Segundo o princpio da voluntariedade dos recursos, a defesa,
devidamente intimado, no est obrigada a recorrer (0,30), conforme
art. 574, caput, do CPP (0,20)
0,50
Item Avaliado Pontuao
3.1. Poderia, nos termos do art. 117, inciso I da Lei de Execuo Penal
(Lei n 7.210, de 11/07/84) (0,50)
0,60
3.2. No poderia, pois o crime de latrocnio hediondo, que exige o
cumprimento de mais dois teros da pena para a concesso do
benefcio, no caso, mais de 14 anos (0,40), conforme art. 83, inciso V do
CP (0,25)
0,65
Item Avaliado Pontuao
4.1. Diante da inrcia do Ministrio Pblico, ser possvel ingressar com 0,75
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ao penal privada subsidiria da pblica (0,50), com fundamento nos
artigos 29 do CPP e/ou artigo 5, inciso LIX, da CF e/ou artigo 100,
pargrafo 3 do CP. (0,25)
4.2. O Ministrio Pblico poder repudiar a queixa crime e oferecer
denncia substitutiva no caso de ao penal privada subsidiria da
pblica (0,25), nos termos do art. 29 do CPP (0,25)
0,50