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Prof. Vinícius Reccanello de Almeida www.tanalousa.com.br SIMULADO Olá! Nesse simuladinhovamos estudar as obras de Paulo Freire Pedagogia da Autonomia e de Maria Teresa Égler Mantoan Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. 1) “O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capa- cidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metó- dica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso “bancário” me- ramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo”. (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Auto- nomia: saberes necessários à prática educativa. Paz e Terra: 1996, p. 26). Nesse sentido, a função da escola é transformar o educando possibilitan- do-lhe aprender criticamente, porque: A) faz parte das condições em que ensinar é sim- plesmente transferir conhecimentos a educandos. B) o educador é aquele que sabe. Cabe a ele dar, entregar e transferir seus conhecimentos aos alu- nos. C) quem ensina deve ter competência e dominar todos os saberes e quem aprende é objeto de quem ensina. D) nessas condições, é necessário que os educa- dores e educandos sejam sujeitos criadores, insti- gadores,inquietos e ajam com rigor e persistência. Desse modo, aprender é um contínuo permanente em que educadores e educandos experimentam a produção de novos saberes. E) é possível se tornar um leitor crítico da realida- de, a partir dos ensinamentos dos professores, porque o aluno memorizador fala de seus conhe- cimentos como se estivesse recitando de suas memórias aquilo que aprendeu, isto é, repete o que ouviu do professor, mas raramente ensaia algo pessoal 2) “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Por isso, do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um ob- jeto direto alguma coisa e um objeto indireto a alguém” (FREIRE, Pedagogia da Autonomia, 2005). Assim, é correto afirmar que I no estudo o autor se atém ao uso do verbo. II o autor afirma que ensinar inexiste sem a- prender e vice-versa. III o autor afirma que o ato de ensinar se dilui na forma de aprender. a) I, apenas b) I e II, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. 3) Para Paulo Freire, as questões e problemas principais da educação não são questões pedagó- gicas, ao contrário, são questões políticas. Para ele, a educação e o sistema de ensino não modifi- cam a sociedade, mas a sociedade é que pode mudar o sistema instrucional. O sistema educa- cional pode ter um papel de destaque numa revo- lução cultural. Ele chama de revolução a conscien- te participação do povo. Logo, a pedagogia crítica, como uma constante, contribui para revelar a ideologia esquecida na consciência das pessoas. I. A proposta de Paulo Freire, em termos educa- cionais, é uma proposta antiautoritária, na qual professores e alunos, ensinar e aprender fazem parte de um único processo; na qual, engajados num diálogo permanente, professores e alunos aprendem e ensinam. II. Em sua obra Pedagogia da Autonomia, Freire critica o ensino “bancário”, pois acha que a criati- vidade do aluno e professor são deformadas. III. Freire defende que o professor deve não ape- nas transmitir conteúdos, mas também ensinar a “pensar certo”, a criticar o que ler, a pesquisar, a ser curioso e, acima de tudo, respeitar os saberes do aluno. IV. As propostas de Freire foram feitas para serem recriadas, conforme o cotidiano, o imaginário, os interesses e os valores, conforme as condições de vida de seu praticante, seja educando ou educa- dor. Está(ão) incorreta(s)

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Prof. Vinícius Reccanello de Almeida – www.tanalousa.com.br

SIMULADO Olá! Nesse “simuladinho” vamos estudar as obras de Paulo Freire – Pedagogia da Autonomia – e de Maria Teresa Égler Mantoan – Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. 1) “O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capa-cidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metó-dica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis. E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso “bancário” me-ramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo”. (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Auto-nomia: saberes necessários à prática educativa. Paz e Terra: 1996, p. 26). Nesse sentido, a função da escola é transformar o educando possibilitan-do-lhe aprender criticamente, porque: A) faz parte das condições em que ensinar é sim-plesmente transferir conhecimentos a educandos. B) o educador é aquele que sabe. Cabe a ele dar, entregar e transferir seus conhecimentos aos alu-nos. C) quem ensina deve ter competência e dominar todos os saberes e quem aprende é objeto de quem ensina. D) nessas condições, é necessário que os educa-dores e educandos sejam sujeitos criadores, insti-gadores,inquietos e ajam com rigor e persistência. Desse modo, aprender é um contínuo permanente em que educadores e educandos experimentam a produção de novos saberes. E) é possível se tornar um leitor crítico da realida-de, a partir dos ensinamentos dos professores, porque o aluno memorizador fala de seus conhe-cimentos como se estivesse recitando de suas memórias aquilo que aprendeu, isto é, repete o que ouviu do professor, mas raramente ensaia algo pessoal 2) “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Por isso, do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transitivo-relativo. Verbo que pede um ob-jeto direto – alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém” (FREIRE, Pedagogia da Autonomia, 2005).

Assim, é correto afirmar que I – no estudo o autor se atém ao uso do verbo. II – o autor afirma que ensinar inexiste sem a-prender e vice-versa. III – o autor afirma que o ato de ensinar se dilui na forma de aprender. a) I, apenas b) I e II, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. 3) Para Paulo Freire, as questões e problemas principais da educação não são questões pedagó-gicas, ao contrário, são questões políticas. Para ele, a educação e o sistema de ensino não modifi-cam a sociedade, mas a sociedade é que pode mudar o sistema instrucional. O sistema educa-cional pode ter um papel de destaque numa revo-lução cultural. Ele chama de revolução a conscien-te participação do povo. Logo, a pedagogia crítica, como uma constante, contribui para revelar a ideologia esquecida na consciência das pessoas. I. A proposta de Paulo Freire, em termos educa-cionais, é uma proposta antiautoritária, na qual professores e alunos, ensinar e aprender fazem parte de um único processo; na qual, engajados num diálogo permanente, professores e alunos aprendem e ensinam. II. Em sua obra Pedagogia da Autonomia, Freire critica o ensino “bancário”, pois acha que a criati-vidade do aluno e professor são deformadas. III. Freire defende que o professor deve não ape-nas transmitir conteúdos, mas também ensinar a “pensar certo”, a criticar o que ler, a pesquisar, a ser curioso e, acima de tudo, respeitar os saberes do aluno. IV. As propostas de Freire foram feitas para serem recriadas, conforme o cotidiano, o imaginário, os interesses e os valores, conforme as condições de vida de seu praticante, seja educando ou educa-dor. Está(ão) incorreta(s)

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Prof. Vinícius Reccanello de Almeida – www.tanalousa.com.br a) todas. b) apenas I, II e IV. c) apenas I, III, e IV. d) nenhuma. 4) [...] Não somos apenas objeto da História, mas seus sujeitos igualmente. A partir deste saber fundamental: mudar é difícil, mas é possível, que vamos programar nossa ação político-pedagógico. (FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e terra, 1997, p. 89). Analisando a formação docente, a partir de um contexto de práxis, na perspectiva da construção de novos conhecimentos, que não se limitam ao momento da formação inicial, mas, principalmen-te, estende-se por todo o percurso profissional do professor, podemos assim dizer que a tríade: for-mador, formando e conhecimento se faz mediante uma relação dialética, sendo esta uma caracterís-tica necessária à realização da práxis. Nesse senti-do, na visão freireana, o ato de ensinar descontex-tualizado da práxis não transforma. Em razão dis-so, a Proposta Curricular considera que, no pro-cesso de ensino-aprendizagem, é necessário que se estabeleçam relações legítimas entre teoria e prática. Assinale a alternativa que corresponde a esse ponto de vista: a) As práticas docentes devem direcionar-se pri-meiramente para a teoria. Consciente da teoria, o aluno terá condições de ser exposto às práticas de ensino-aprendizagem. b) O professor deve concentrar todas as suas e-nergias nas práticas de ensino. A depender da turma, pode abordar conteúdos teóricos relacio-nados diretamente à realidade do aluno. c) Teoria e prática são dimensões de um mesmo processo de ação-reflexão-ação, que, ao articular conteúdos curriculares, competências e habilida-des, contextualiza significativamente o saber. d) Os conteúdos curriculares significativos corres-pondem à dimensão teórica do ensino, enquanto que as competências e as habilidades constituem aspectos metodológicos práticos. e) Teoricamente, objetivos de aprendizagem e situações de aprendizagem são sinônimos, tanto quanto são sinônimos, na prática, competência e sequências didáticas significativas.

5) George, professor da disciplina Inclusão Escolar em um curso de Pedagogia, debateu com seus alunos as ideias presentes na obra Inclusão esco-lar: O que é? Por quê? Como fazer? (MANTOAN, 2006). Ao final do debate, os estudantes ficaram cientes de que, segundo essa autora, a inclusão (A) admite exceções, pois respeita o ritmo de a-prendizagem de cada um, bem como suas limita-ções, baseando-se na pedagogia da complacência. (B) implica uma mudança de perspectiva educa-cional, a qual propõe um modo de organização do sistema educacional que considera as necessida-des de todos. (C) propõe que a escola mantenha intocadas sua estrutura e sua organização, pois são os alunos que precisam se adaptar às suas exigências e às exigências do mundo. (D) é feita fundamentalmente pela convivência entre pares e pela socialização, procurando não dar muito destaque à diferença. (E) deve ser restrita e gradativa, baseada na coo-peração e na solidariedade, respeitando e valori-zando as diferenças. 6) Mantoan declara que a exclusão escolar se ma-nifesta das mais diversas maneiras, e quase sem-pre o que está em jogo é a ignorância do aluno. Para a autora, isso (A) acontece pela falta de aperfeiçoamento per-manente dos profissionais da educação e do apri-moramento das práticas pedagógicas. (B) reforça a necessidade de um modelo didático-pedagógico e de gestão educacional capaz de a-tender as diferenças. (C) ocorre porque a escola se democratizou, a-brindo-se a novos grupos sociais, mas não aos novos conhecimentos. (D) pode ser modificado buscando aliar o trabalho de fundamentação teórica com as vivências das redes de apoio à inclusão. (E) implica na melhoria das estruturas de acessibi-lidades físicas, materiais, financeiras e tecnológi-cas das escolas. 7) Na integração escolar, o aluno tem acesso às escolas por meio de um leque de possibilidades educacionais, que vai da sua inserção às salas de aula do ensino regular ao ensino especial. Para

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Prof. Vinícius Reccanello de Almeida – www.tanalousa.com.br Mantoan, essa concepção de integração escolar é vista como (A) oportunidade de ter acesso a outros atendi-mentos especializados. (B) opção de atendimento educacional especiali-zado aos serviços disponíveis. (C) estratégia de atendimento especial àqueles alunos que necessitem desse serviço. (D) inserção parcial, porque o sistema prevê servi-ços educacionais segregados. (E) necessária ao aluno com vistas à sua inserção na sala de aula. 8) De acordo com Mantoan, a escola brasileira é marcada pelo fracasso e pela evasão de uma parte significativa de seus alunos. Segundo a autora, esse fracasso (A) leva a escola a analisar sua forma de ensinar, o quê, o como e para quem, enfrentando os desafi-os postos pela evasão, repetência, discriminação, exclusão. (B) continua sendo do aluno, uma vez que a escola reluta em admiti-lo como seu e lhe atribui defici-ências que são do próprio ensino ministrado por ela. (C) provoca a escola a assumir sua identidade, refletindo sobre a prática pedagógica como neces-sidade de se reavaliar a fim de que possa haver avanços na educação. (D) pode gerar avaliações externas com percentu-al de indicadores abaixo do esperado, causando forte impacto no ensino.

(E) torna necessária a criação de propostas e polí-ticas de inclusão educacional que de fato contem-plem as diferenças no interior da escola. 9) Mantoan afirma que a escola aberta a todos é o grande alvo e, ao mesmo tempo, o grande pro-blema da educação nestes novos tempos. Mudar a escola é ter que enfrentar muitas frentes de traba-lho com tarefas fundamentais para a sua realiza-ção. Na visão da autora, essas tarefas são: I. criar estratégias de parceria entre as diversas instituições com trabalho social e comunitário, governamental e não governamental; II. recriar o modelo educativo escolar, tendo como eixo o ensino para todos; III. garantir aos alunos tempo e liberdade para aprender, bem como um ensino que não segregue e que reprove a repetência; IV. acompanhar o processo de aprendizagem do aluno com necessidades educacionais especiais, favorecendo a interlocução dos segmentos da comunidade escolar; V. articular a mediação entre a sala de aula com o atendimento educacional especializado, o aten-dimento com a saúde e assistência à família. Está correto o contido apenas em (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) III e IV. (E) IV e V.

GABARITO: 1D, 2D, 3D, 4C, 5B, 6C, 7D, 8B, 9C.