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IGEPP Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas Telefone:(61) 3443 0369 E-mail: [email protected] SIMULADO 06-03-2016 SIMULADO 06 DE MARÇO DE 2016 ANAC - ANALISTA ADMINISTRATIVO ÁREA 1 PROVA: CONHECIMENTOS BÁSICOS 1 - O CARTÃO DE RESPOSTAS tem, obrigatoriamente, de ser assinado. Esse CARTÃO DE RESPOSTAS não poderá ser substituído, portanto, não o rasure nem o amasse; 2 - DURAÇÃO DAS PROVAS: 3 horas 30min, incluindo o tempo para o preenchimento do CARTÃO DE RESPOSTAS; 3 - Em cada prova há 60 questões de múltipla escolha, com cinco opções: A, B, C, D e E; 4 - No CARTÃO DE RESPOSTAS, as questões estão representadas pelos seus respectivos números. Preencha o campo da alternativa correta com caneta esferográfica preta; 5 - Será anulada a questão cuja resposta contiver emenda ou rasura, ou para a qual for assinalada mais de uma opção. Evite deixar questão sem resposta; 6 - Ao receber a ordem do Fiscal de Sala, confira este CADERNO com muita atenção, pois nenhuma reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão será aceita depois de iniciada as provas; 7 - Durante as provas não será admitida qualquer espécie de consulta ou comunicação entre os candidatos, tampouco será permitido o uso de qualquer tipo de equipamento eletrônico como calculadora, telefone celular e afins; 8 - A saída da sala só poderá ocorrer depois de decorrida uma hora do início das provas. A não observância dessa exigência acarretará a sua exclusão do certame; 9 Ao sair da sala, entregue o CARTÃO DE RESPOSTAS ao fiscal de sala. BOA PROVA !

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IGEPP – Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas

Telefone:(61) 3443 0369 E-mail: [email protected]

SIMULADO 06-03-2016

SIMULADO 06 DE MARÇO DE 2016

ANAC - ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA 1

PROVA: CONHECIMENTOS BÁSICOS

1 - O CARTÃO DE RESPOSTAS tem, obrigatoriamente, de ser assinado. Esse CARTÃO DE RESPOSTAS

não poderá ser substituído, portanto, não o rasure nem o amasse;

2 - DURAÇÃO DAS PROVAS: 3 horas 30min, incluindo o tempo para o preenchimento do CARTÃO DE

RESPOSTAS;

3 - Em cada prova há 60 questões de múltipla escolha, com cinco opções: A, B, C, D e E;

4 - No CARTÃO DE RESPOSTAS, as questões estão representadas pelos seus respectivos números.

Preencha o campo da alternativa correta com caneta esferográfica preta;

5 - Será anulada a questão cuja resposta contiver emenda ou rasura, ou para a qual for assinalada mais de

uma opção. Evite deixar questão sem resposta;

6 - Ao receber a ordem do Fiscal de Sala, confira este CADERNO com muita atenção, pois nenhuma

reclamação sobre o total de questões e/ou falhas na impressão será aceita depois de iniciada as provas;

7 - Durante as provas não será admitida qualquer espécie de consulta ou comunicação entre os candidatos,

tampouco será permitido o uso de qualquer tipo de equipamento eletrônico como calculadora, telefone celular

e afins;

8 - A saída da sala só poderá ocorrer depois de decorrida uma hora do início das provas. A não observância

dessa exigência acarretará a sua exclusão do certame;

9 – Ao sair da sala, entregue o CARTÃO DE RESPOSTAS ao fiscal de sala.

BOA PROVA !

1

LÍNGUA PORTUGUESA

QUESTÃO 1

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical,

com base no termo sublinhado no trecho abaixo,

considerando a norma-padrão da língua portuguesa.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, o

deputado José Guimarães (PT-CE), disse que os

movimentos sociais e sindicais não serão prejudicados

com (1) a aprovação da proposta que tipifica (2) o crime

de terrorismo no país. “Esses movimentos sempre foram

e são necessários para sustentar (3) a evolução do

processo democrático no Brasil. A proposta preserva

isso, diferentemente do que fez o Senado. Preservar

esse legado é algo muito importante”, disse Guimarães,

em defesa do (4) texto aprovado pela Câmara em

agosto de 2015 e mantido na votação desta quarta-feira

(24). O Senado havia excluído o artigo que evita o

enquadramento como ato terrorista de violência

praticada a nível de (5) movimentos sociais.

Portal da Câmara dos Deputados (com adaptações.)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

QUESTÃO 2

Assinale a opção em que há erro de natureza

gramatical, considerando-se a modalidade padrão da

língua portuguesa.

a) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal, as normas decorrentes de tratados e

convenções internacionais sobre direitos humanos,

regularmente internalizadas no ordenamento jurídico

brasileiro, apresentam status supralegal, ainda que não

tenham sido aprovadas segundo o rito previsto para o

processo legislativo das emendas à Constituição.

b) As casas legislativas que compõem o Congresso

Nacional têm a competência privativa de, por ato

normativo próprio, criarem, transformarem ou

extinguirem os cargos de seus serviços.

c) A autonomia administrativa é garantida

constitucionalmente ao Ministério Público e à Defensoria

Pública, mas não à Advocacia Pública.

d) A cláusula de reserva de plenário determina que,

somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do

tribunal ou do respectivo órgão especial pode ser

declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo

do poder público.

e) A acumulação lícita de um cargo efetivo com um

cargo comissionado é possível, desde que declarada a

compatibilidade de horário e local do exercício de ambos

os cargos.

Leia o texto abaixo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) é a

instituição brasileira responsável pelo exercício

da advocacia pública em âmbito federal. Por

advocacia pública federal entende-se a defesa de todos

os poderes da União na esfera judicial ou extrajudicial,

bem como o exercício de atividades de consultoria e

assessoramento jurídico do Poder Executivo Federal.

Além disso, representa o Brasil perante a justiça de

outros países e jurisdições internacionais.

QUESTÃO 3

Assinale a opção correta.

a) A substituição de “perante a justiça” por perante à

justiça confere mais precisão ao texto original, tendo em

vista a inserção do artigo definido feminino singular

antes do termo “justiça”, associado ao emprego da

preposição “a”.

b) No segmento “todos os poderes da União”, a

supressão do artigo definido masculino plural, além de

correta gramaticalmente, tornaria mais sucinta a

passagem, assim: todos poderes da União.

c) A substituição do termo “em âmbito federal” por no

nível federal ou na esfera federal mantém a correção

gramatical do texto.

d) No segmento “bem como o exercício de atividades

de consultoria”, o termo “bem como”, que foi empregado

com caráter aditivo, cabe ser substituído, mantendo-se

a correção gramatical, por bem assim; e o termo “de

atividades de consultoria” foi empregado como uma

contingência gramatical.

e) Na sequência “a instituição brasileira responsável”, a

substituição do artigo definido feminino pelo artigo

indefinido uma mantém a correção gramatical e a

coerência do texto.

Leia o texto abaixo.

1

5

10

O Poder Legislativo cumpre papel

imprescindível perante a sociedade do país, visto

que desempenha três funções primordiais para a

consolidação da democracia: representar o povo

brasileiro, legislar sobre os assuntos de interesse

nacional e fiscalizar a aplicação dos recursos

públicos.

Nesse contexto, a Câmara dos

Deputados, autêntica representante do povo

brasileiro, exerce atividades que viabilizam a

realização dos anseios da população, mediante

discussão e aprovação de propostas referentes

às áreas econômicas e sociais, como educação,

2

15

20

saúde, transporte, habitação, entre outras, sem

descuidar do correto emprego, pelos Poderes da

União, dos recursos arrecadados da população

com o pagamento de tributos.

Assim, a Câmara dos Deputados

compõe-se de representantes de todos os

estados e do Distrito Federal, o que resulta em

um Parlamento com diversidade de ideias,

revelando-se uma Casa legislativa plural, a

serviço da sociedade brasileira.

Portal da Câmara dos Deputados

QUESTÃO 4

Assinale a opção incorreta, com base no texto acima.

a) A substituição do conector “visto que” (L.2-3), que

introduz no texto noção causal, por já que, uma vez que

ou visto como mantém a correção gramatical e a

coerência do texto.

b) Na linha 4, o sinal de dois-pontos introduz segmentos

oracionais reduzidos que funcionam como aposto em

relação a “três funções primordiais para a consolidação

da democracia” (L.3-4).

c) Na linha 10, a palavra “que” foi empregada como

pronome relativo e exerce a mesma função sintática que

o seu referente.

d) A substituição do termo “Assim” (L.18) por Dessa

forma mantém as relações de sentido e a correção

gramatical do texto.

e) A vírgula empregada após “Distrito Federal” (L.20)

isola aposto de oração.

QUESTÃO 5

Assinale a opção incorreta, com base no texto acima.

a) O termo “como” (L.13) introduz segmento empregado

com caráter apositivo explicativo.

b) A substituição da forma verbal “resulta” (L.20) por

implica mantém a correção gramatical do texto.

c) No objeto direto “a aplicação dos recursos públicos”

(L.6-7), o substantivo abstrato “aplicação” teve o seu

sentido expandido por complemento nominal, termo

integrante da oração.

d) É obrigatório o emprego do sinal indicativo de crase

presente em “às áreas econômicas e sociais” (L.13).

e) A substituição de “compõe-se” (L.19) por se compõe

mantém a correção gramatical do texto, mas produz

uma alteração de ordem sintática no período.

QUESTÃO 6

Assinale a opção em que há erro gramatical.

a) O Plenário da Câmara dos Deputados começou a

discutir, nesta quarta-feira, o texto da Proposta de

Emenda à Constituição n.º 1, de 2015, do Deputado

Vanderlei Macris (PSDB-SP), que aumenta o valor

mínimo aplicado anualmente pela União em ações e

serviços públicos de saúde.

b) Macris lembrou de que a proposta tem origem no

projeto de lei de iniciativa popular (PLP 321/13)

conhecido como Saúde+10, que reivindicava 10% do

Produto Interno Bruto brasileiro a ser destinado à área

de saúde.

c) O texto da PEC determina que a União deverá

investir, pelo menos, 19,4% de sua receita corrente

líquida em ações e serviços públicos de saúde ao final

de seis anos, o que equivale a 10% da receita corrente

bruta, como prevê o Saúde+10.

d) Atualmente, a Emenda Constitucional n.º 86 define

os gastos mínimos da União com saúde em 13,2% da

receita corrente líquida para 2016, subindo até 15% em

2020.

e) “A PEC reestabelece os investimentos na saúde

como foram concebidos quando se criou o Sistema

Único de Saúde (SUS). Esta emenda a nada mais visa

do que aglutinar a vontade dos mais de 2 milhões de

pessoas que se mobilizaram, ao longo de vários anos, e

promoveram o Saúde+10”, destacou Macris, lembrando

que a PEC conta com o apoio de várias entidades,

conselhos e federações da área da saúde.

QUESTÃO 7

Assinale a opção incorreta gramaticalmente, com base

na modalidade padrão da língua portuguesa.

a) As relações dos cidadãos com os dirigentes

pautaram-se, ao longo dos séculos, pelo

assistencialismo e pela subserviência.

b) Os indivíduos nunca participaram de nada, e isso faz

que nosso espírito de mobilização seja mínimo e o de

organização, caótico.

c) Conseguir ordenar e sistematizar a participação das

pessoas é mais difícil do que reuni-las.

d) A verborragia dissipa a capacidade de ação, e é

crítica a nossa capacidade crítica, já que não fomos

formados para a análise desapaixonada de fatos e de

situações.

e) Por isso mesmo, nossas opiniões são tão fluídas e

nossas posições, tão personalistas.

Leia o texto abaixo.

No momento em que a lavoura cafeeira alcança

o zênite da sua prosperidade — primeiro decênio do

século —, outra atividade vem quase emparelhar-se a

ela no balanço da produção brasileira: a extração da

borracha.

QUESTÃO 8

a) O vocábulo “zênite” foi empregado em sentido

translato.

3

b) A vírgula empregada após o segundo travessão, que

é obrigatória, decorre do deslocamento de estrutura

sintática empregada com caráter adverbial.

c) Os travessões, que poderiam ser substituídos por

parênteses, mantendo-se a correção gramatical do

texto, isolam aposto explicativo.

d) Houve erro de topologia pronominal no texto.

e) O termo “da borracha” exerce a função sintática de

complemento nominal, e “do século”, a de adjunto

adnominal.

Leia o texto que segue.

1

5

10

15

20

25

30

35

40

Mundo animal

No morro atrás de onde eu moro vivem

alguns urubus. Eles decolam juntos, cerca de

dez, e aproveitam as correntes ascendentes

para alcançar as nuvens sobre a Lagoa Rodrigo

de Freitas. Depois, planam de volta, dando

rasantes na varanda de casa. O grupo dorme na

copa das árvores e lembra o dos carcarás do

Mogli. Às vezes, eles costumam pegar sol no

terraço. Sempre que dou de cara com um, trato-

o com respeito. O urubu é um pássaro grande,

feio e mal-encarado, mas é da paz. Ele não

ataca e só vai embora se alguém o afugenta com

gritos.

Recentemente, notei que um bem-te-vi

aparecia todos os dias de manhã para roubar a

palha da palmeira do jardim. De vez em quando,

trazia a senhora para ajudar no ninho. Comecei

a colocar pão na mesa de fora, e eles se

habituaram a tomar o café conosco. Agora,

quando não encontram o repasto, cantam,

reclamando do atraso. Um outro casal descobriu

o banquete, não sei a que gênero esses dois

pertencem. A cor é um verde-escuro brilhante, o

tamanho é menor do que o do bem-te-vi e o

Pavarotti da dupla é o macho.

A ideia de prender um passarinho na

gaiola, por mais que ele se acostume com o

dono, é muito triste. Comprei um periquito, uma

vez, criado em cárcere privado, e o soltei na

sala. Achei que ele ia gostar de ter espaço. Saí

para trabalhar e, quando voltei, o pobre estava

morto atrás da poltrona. Ele tentou sair e morreu

dando cabeçadas no vidro. Carrego a culpa até

hoje. De boas intenções o inferno está cheio.

O Rio de Janeiro existe entre lá e cá,

entre o asfalto e a mata atlântica, mas a fauna

daqui é mais delicada do que a africana e a

indiana. Quem tem janela perto do verde

conhece bem o que é conviver com os micos.

Nos meus tempos de São Conrado, eu

45

costumava acordar com um monte deles

esperando a boia. Foi a primeira vez que

experimentei cativar espécies não

domesticadas.

Lanço aqui a campanha: crie vínculos

com um curió, uma paca ou um formigueiro que

seja. Eles são fiéis e conectam você com a mãe

natureza. Experimente, ponha um pãozinho no

parapeito e veja se alguém aparece.

Fernanda Torres. In: Veja Rio, 2/12/2012 (com

adaptações).

QUESTÃO 9

Assinale a opção correta, com base nas ideias e nas

estruturas linguísticas do texto acima.

a) A correção gramatical do texto seria preservada

caso o trecho “conectam você com a mãe natureza”

(L.47-48) fosse reescrito da seguinte maneira:

conectam você para com a mãe natureza.

b) A ideia central do texto consiste na necessidade de

criação de mecanismos para a separação entre

espaço urbano e natureza, a fim de se preservar a vida

de espécies animais.

c) Segundo o texto, a relação cotidiana com espécies

de animais é um importante recurso de combate à

depressão dos habitantes das zonas urbanas.

d) O texto tem como objetivo central lançar a

campanha de substituição dos animais domésticos

criados em cativeiro por espécies selvagens.

e) A vírgula empregada após o vocábulo “um” (L.9),

que é obrigatória, decorre da topologia e da natureza

circunstancial da oração “Sempre que dou de cara com

um”.

QUESTÃO 10

Assinale a opção incorreta, com base nas ideias e nas

estruturas linguísticas do texto acima.

a) No trecho “De vez em quando, trazia a senhora

para ajudar no ninho” (L.16-17), o substantivo

“senhora” pode ser substituído, sem prejuízo para as

informações veiculadas no texto, pelo termo fêmea.

b) Sem prejuízo da correção gramatical do texto, a

vírgula em “Experimente, ponha um pãozinho no

parapeito e veja se alguém aparece” (L.48-49) poderia

ser substituída pelo sinal de dois-pontos.

c) Os dois primeiros parágrafos do texto são

predominantemente narrativos.

d) A substituição de “se”, na oração “Ele não ataca e

só vai embora se alguém o afugenta com gritos” (11-

13), por caso mantém não apenas a correção

4

gramatical, mas também as ideias desenvolvidas

originalmente no texto.

e) O emprego da primeira pessoa do singular confere

ao texto um caráter testemunhal que possibilita a criação

de empatia entre o leitor e as experiências da autora.

QUESTÃO 11

Assinale a opção correta, com base nas ideias e nas

estruturas linguísticas do texto acima.

a) O emprego da terceira pessoa do plural em “vivem”

(L.1) decorre da concordância com a expressão “alguns

urubus” (L.2), que foi empregada como termo integrante

da oração em que está inserida.

b) No último parágrafo do texto, há índices gramaticais

que marcam a presença da função conativa da

linguagem.

c) A forma verbal “conhece” (L.39) teve o seu sentido

completado, sintática e semanticamente, por uma

oração subordinada substantiva objetiva direta.

d) A inserção de vírgula imediatamente após o termo

“bem-te-vi”, em “o tamanho é menor do que o do bem-

te-vi” (L.23-24), implicaria erro gramatical no período.

e) O termo composto “verde-escuro” (L.23) foi

empregado como substantivo e passou pelo processo

derivacional conhecido como derivação regressiva.

QUESTÃO 12

A expressão “por mais que”, empregada na oração “por

mais que ele se acostume com o dono” (L.27-28),

expressa ideia de:

a) escopo.

b) proporção.

c) concessão.

d) causa.

e) consequência.

QUESTÃO 13

O termo “De boas intenções”, na oração “De boas

intenções o inferno está cheio” (L.34), exerce função

sintática de:

a) complemento nominal.

b) objeto indireto.

c) objeto direto preposicionado.

d) predicativo do sujeito.

e) adjunto adnominal.

QUESTÃO 14

Assinale a opção em que a preposição sublinhada não

tenha sido empregada pela mesma razão que a

preposição destacada em “não sei a que gênero esses

dois pertencem” (L.22-23).

a) O livro a que o professor aludiu durante a aula era

complexo aos alunos.

b) A cidade a que, naquele momento, fizemos

referência estava completamente vazia.

c) De que problema tanto reclamas, Renata?

d) A vila em que os urubus e os passarinhos moravam

havia sido abandonada.

e) O filme a cujo enredo o cineasta se referiu não está

mais em cartaz.

QUESTÃO 15

Assinale a opção em que a reescrita de fragmento do

texto está incorreta.

a) Atrás do morro em que eu moro, vivem alguns urubus

que decolam juntos — cerca de dez — e aproveitam as

correntes ascendentes para alcançarem as nuvens

sobre a Lagoa Rodrigo de Freitas.

b) Planam, depois, de volta e dão rasantes na varanda

de casa. O grupo, que dorme na copa das árvores,

lembra o grupo dos carcarás do Mogli.

c) Eles costumam, muita vez, pegar sol no terraço, e,

sempre que dou de cara com um, eu trato-o com

respeito.

d) Pássaro grande, o urubu é feio e mal-encarado, mas

da paz. Não ataca. Só vai embora se alguém o afugentar

com gritos.

e) Notei, recentemente, que um bem-te-vi ao aparecer

todos os dias de manhã roubava a palha da palmeira do

jardim. Ele trazia, de vez em quando, a senhora para

ajudá-lo no ninho.

QUESTÃO 16

Assinale a opção incorreta, com base nas ideias e nas

estruturas linguísticas do texto acima.

a) A ausência do sinal indicativo de crase no segmento

“Comecei a colocar pão na mesa de fora, e eles se

habituaram a tomar o café conosco” (L.17-19), em

ambas as ocorrências, decorre da ausência do artigo

definido feminino singular.

b) Acentua-se com base na mesma regra de “fiéis”

(L.47) o vocábulo heróis.

c) O plural de “bem-te-vi” é bem-te-vis e o de

“pãozinho” é pãozinhos.

d) Acentuam-se as palavras “árvores”, “pássaro” e

“gênero”, extraídas do texto, por se tratar de vocábulos

esdrúxulos.

e) No segmento “Um outro casal” (L.21), o vocábulo

“Um” foi empregado como uma contingência gramatical.

Pode, portanto, ser retirado do período, desde que se

substitua “outro” por Outro, sem prejuízo para a

correção gramatical do texto.

5

QUESTÃO 17

Assinale a opção correta, com base no segmento “A

ideia de prender um passarinho na gaiola, por mais que

ele se acostume com o dono, é muito triste” (L.26-28).

a) Nesse período composto, o predicado da oração

principal apresenta um verbo copulativo.

b) O emprego enclítico do pronome “se” (por mais que

ele acostume-se) mantém a correção gramatical do

segmento.

c) A forma verbal “prender” teve o seu sentido

completado, sintática e semanticamente, por um termo

essencial da oração.

d) A expressão “na gaiola” exerce a função sintática de

objeto indireto.

e) O vocábulo “muito” encontra-se no singular para

concordar com a palavra “triste”, também empregada no

singular, à qual aquele se liga semântica e

sintaticamente.

QUESTÃO 18

Assinale a opção cuja reescrita de fragmento do texto

desrespeita os princípios da modalidade padrão formal

da língua portuguesa.

a) Uma vez, eu comprei um periquito, que era criado em

cárcere privado, e soltei-o na sala.

b) O Rio de Janeiro existe entre lá e cá, entre o asfalto

e a mata atlântica. No entanto, a fauna daqui é mais

delicada que as faunas africana e indiana.

c) Eu costumava, nos meus tempos em São Conrado,

acordar com um monte de passarinhos que esperava a

boia.

d) Ao sair para trabalhar e quando voltei, o pobre

periquito estava morto atrás da poltrona.

e) Aqueles que têm janela nos arredores do verde

conhecem bem aquilo que significa conviver com micos.

QUESTÃO 19

Assinale a opção correta acerca do vocábulo “juntos”

(L.2).

a) Foi empregado como advérbio de modo e participa

de predicado verbal.

b) Foi empregado como adjetivo, na função sintática de

predicativo do sujeito, e participa de predicado verbo-

nominal.

c) Foi empregado como adjetivo adverbializado por

derivação imprópria.

d) Foi empregado como adjunto adverbial de modo.

e) Tem o mesmo valor sintático-semântico que em “As

crianças foram ao cinema junto do professor”.

QUESTÃO 20

O vocábulo “bem-te-vi” (L.24) grafa-se com hífen.

Assinale a opção em que houve erro na grafia da

expressão.

a) mão-de-obra.

b) mão-de-vaca.

c) pão de queijo.

d) pé de moleque.

e) salário-família.

LÍNGUA INGLESA

The Zika virus

To breed, or not to breed

A fearsome outbreak has triggered a debate about

birth control

Jan 30th 2016 | BOGOTÁ AND SÃO PAULO | From the

print edition

The mosquito-borne Zika virus, which has spread to 22

countries and territories in the Americas, is terrifying to

pregnant women and their partners. The virus may

cause birth defects in babies whose mothers were

infected during pregnancy. In Brazil more than 4,000

have been born with abnormally small heads since last

October, compared with fewer than 200 in a typical year.

The response of several governments has triggered a

debate about abortion, birth control and sex education

which may outlast the outbreak itself.

It started after a handful of governments advised women

to delay getting pregnant. Colombia, which has the

second-highest number of infections after Brazil, advised

women to wait six to eight months. Jamaica issued a

similar recommendation, even though no cases of Zika

have yet been reported there. El Salvador’s government

suggested that women should delay pregnancy until

2018. Panama warned women from indigenous

communities, in which infection rates are high, not to

conceive.

Some women find this advice rather bossy. Others say

that governments have done little to help women control

their fertility. Paula Avila-Guillen of the Centre for

Reproductive Rights, a lobby group in New York, notes

that rates of sexual violence and teenage pregnancy in

Latin America are among the world’s highest. The

Guttmacher Institute, a think-tank, found that 56% of

pregnancies in Latin America and the Caribbean are

unintended.

Rates of accidental pregnancy are high because sex

education is inadequate and birth control is hard to come

by. Health workers are reluctant to prescribe

contraceptives to teenagers or to women who have not

yet given birth. If women are to avoid pregnancy, say

women’s-rights activists, governments must inform them

better and provide more access to contraception for both

men and women.

Some argue that the Zika crisis should prompt countries

to liberalise policies that severely restrict abortion. In El

Salvador, which does not allow abortion even if a

6

woman’s life is at risk, activists are stepping up their

campaign for a change in the law. An editorial in Folha

de São Paulo, a Brazilian newspaper, argued that Brazil

should end its ban on most abortions.

Rather than calling on women to delay pregnancy, Brazil

is sensibly concentrating its efforts on the real culprit, the

Aedes aegypti mosquito, which also carries dengue and

yellow fever. The country had stamped out the menace

by 1958 but let down its guard and allowed it to return.

This month the health minister, Marcelo Castro,

announced that insect repellent will be distributed to

400,000 expectant mothers who qualify for Bolsa

Família, a cash-transfer scheme. Some 310,000 health

workers are raising awareness and teaching people how

to keep mosquitoes at bay; on February 13th 220,000

soldiers will join them. Following World Health

Organisation guidelines, Brazil advises women

contemplating pregnancy on how to avoid getting bitten

by mosquitoes. Women need facts, not fertility targets.

Source:

http://www.economist.com/news/americas/21689618-

fearsome-outbreak-has-triggered-debate-about-birth-

control-breed-or-not-breed (edited and adapted)

QUESTÃO 21

In the text, “A fearsome outbreak has triggered a debate

about birth control” means:

a) The debate concerning birth control was over before

the epidemic started

b) People are afraid of an epidemic that can cause birth

control debates

c) A large number of people are being infected by a

frightening disease related to a birth control method

d) Due to a frightening epidemic, people started

discussing the prevention of pregnancy

e) Debates all over the world restarted due to an

outbreak of a serious disease

A está incorreta porque o debate não terminou antes do

início da epidemia.

B está incorreta porque o temor não ocorre pela

possibilidade de debates sobre controle de natalidade

C está incorreta porque não existe entre nenhum

método contraceptivo e a doença em questão

D está correta porque utiliza sinônimos para a frase

original “A fearsome outbreak has triggered a debate

about birth control”

E está incorreta porque a informação na opção é

generalizada e não especifica qual o assunto dos

debates e inclui todo o mundo

QUESTÃO 22

In the text, “a debate … which may outlast the outbreak

itself” means

a) It might not last as long as the outbreak

b) It may last as long as the outbreak

c) It might endure longer than the outbreak

d) It should not endure as long as the outbreak

e) It may be as strong as the outbreak

A está incorreta porque afirma que o debate pode não

durar tanto quanto a epidemia

B está incorreta porque afirma que o debate pode durar

tanto quanto a epidemia

C está correta porque utiliza sinônimos para afirmar que

o debate pode durar mais do que a epidemia

D está incorreta porque afirma que o debate pode não

deve durar tanto quanto a epidemia

E está incorreta porque afirma que o debate pode ser

tão forte quanto a epidemia

QUESTÃO 23

According to the text:

a) Governments from all over the world have suggested

women should not get pregnant for the time being

b) Some Latin American governments have urged

women not to get pregnant at least for the moment

c) Only countries where Zika has been reported are

concerned about the pregnancy of women during this

period

d) Women have been the most affected patients

according to health reports

e) Indigenous communities have the highest rates of

Zika virus

A está incorreta porque inclui governos de todo o mundo

B está correta porque utiliza sinônimos para a mesma

informação contida no texto de que governos de países

da américa latina pediram às mulheres que evitassem a

gravidez por enquanto

C está incorreta porque afirma que apenas os países

afetados pela Zika estão preocupados com a gravidez

das mulheres nesse período

D está incorreta porque o texto não informa que

mulheres são as mais afetadas pela doença

E está incorreta porque o texto não afirma que as

comunidades indígenas são as mais afetadas

QUESTÃO 24

Concerning the reasons for finding it difficult to follow the

advice from governments:

a) Women believe their bosses should not be worried

about their pregnancies

b) It is not easy to have proper access to birth control

methods in some countries

c) Accidental pregnancy is a high risk to teenagers in

Latin American countries

7

e) Sexual violence is being taken into consideration as it

should according to a lobby group

e) Pregnancies in Latin America are often planned

A está incorreta porque afirma que as mulheres

acreditam que seus chefes não deveriam se preocupar

com sua gravidez

B está correta porque afirma que não é fácil ter acesso

adequado a métodos contraceptivos em alguns países

C está incorreta porque afirma que a gravidez acidental

é um grande risco para adolescentes

D está incorreta porque afirma que a violência sexual

está sendo considerada (ao contrário do texto)

E está incorreta porque afirma que a gravidez na

américa latina é normalmente planejada

QUESTÃO 25

It is true to state that:

a) Brazil has been fighting the real responsible for the

disease since 1958

b) Brazil is taking all the necessary measures to prevent

women from getting pregnant

c) Brazil has provided insect repellent for pregnant

women enrolled in Bolsa Família

d) Brazil is not concerned about birth control measures

when it comes to preventing Zika infection

e) Brazil is fighting an old enemy again because this

enemy came back stronger than before

A está incorreta porque afirma que o Brasil tem

combatido o verdadeiro culpado desde 1958

B está incorreta porque afirma que o Brasil está tomando

as medidas necessárias para impedir que as mulheres

engravidem

C está incorreta porque afirma que o Brasil tem

fornecido repelentes (o texto informa que isso ainda irá

acontecer)

D está correta porque afirma que o Brasil não está

preocupado com medidas contraceptivas quando se

trata da infecção por Zika

E está incorreta porque afirma que o Brasil está

combatendo um velho inimigo porque esse inimigo

voltou mais forte

Grossly Deceptive Plans

China’s obsession with GDP targets threatens its

economy

Jan 30th 2016 | BEIJING | From the print edition

ON JANUARY 19th China declared that its gross

domestic product had grown by 6.9% in 2015,

accounting for inflation—the slowest rate in a quarter of

a century. It was neatly within the government’s target of

“around 7%”, but many economists wondered whether

the figure was accurate. Online chatter in China about

dodgy GDP numbers was fueled a week later by the

arrest of the man who had announced the data: Wang

Baoan, the head of the National Bureau of Statistics. The

country’s anti-graft agency accused him of “serious

disciplinary violations”, a euphemism for corruption. But

beyond all the (justifiable) doubts about the figures lies

another important question. That is: why does China

have a GDP target at all?

It is the only large industrial country that sets one.

Normally central banks declare specific goals for things

like inflation or unemployment. The idea that a

government should aim for a particular rate of output

expansion, and steer the economy to achieve that, is

unusual. In the case of China, which is trying to wean its

economy off excessive reliance on GDP-boosting (but

often wasteful and debt-fuelling) investment, it is risky. It

is inconsistent with the government’s own oft-repeated

mantra that it is the quality of growth that matters, not the

quantity.

In the past, setting a target may not have made much

difference. For all but three of the years between 1992

and 2015, China’s growth was above target, often by a

big margin. A rare period when targets seemed to affect

the way officials tried to manage the economy was from

2008 to 2009, when growth fell sharply (see chart). It

would be hard to argue that targets themselves have

been responsible for China’s overall (impressive) record

of growth in recent decades.

Now, however, the economy is slowing. This is

inevitable: double-digit growth is no longer achievable

except at dangerous cost (total debt was nearly 250% of

GDP in the third quarter of 2015). But the government is

worried that the economy may slow too fast, and that this

could cause a destabilising surge in unemployment. So

it has been ramping up investment again, and goading

local governments to do the same by setting a high

growth target.

For a while there were signs that the leadership itself had

doubts about the merits of GDP target-setting. In 2013

Xinhua, an official news agency, decried what it called

the country’s “GDP obsession”. By the next year, 70 or

so counties and cities had scrapped their targets. In 2015

Shanghai joined them, becoming the first big city to

break with orthodoxy (each level of government sets its

own GDP target, often higher than the national one). Liu

Qiao of the Guanghua School of Management at Peking

University says the central government ought to follow

suit.

A study in 2013 by Deng Yongheng of Singapore

National University and Wu Jing of Tsinghua University

in Beijing looked at the careers of officials who had

worked as mayors in 283 cities. It found that those who

presided over higher growth rates in their cities, relative

8

to the rates notched up by their predecessors, had got

better jobs afterwards. Since the study was conducted,

there has been little sign of any change in this pattern.

Source:

http://www.economist.com/news/china/21689628-

chinas-obsession-gdp-targets-threatens-its-economy-

grossly-deceptive-plans (edited and adapted)

QUESTÃO 26

The numbers related to GDP in China

a) Showed an impressive result when compared to other

countries around the world

b) Were strikingly lower than expected by the local

government

c) Were fueled by the head of the National Bureau of

Statistics

d) Are reliable since the government itself has

announced them

e) Have been challenged online by numerous people

A está incorreta porque compara o resultado do PIB da

China com outros países no mundo

B está incorreta porque afirma que os números foram

extremamente mais baixos do que o esperado

C está incorreta porque afirma que os números foram

fomentados pelo chefe do departamento

D está incorreta porque afirma que os números são

confiáveis porque o próprio governo os anunciou

E está correta porque afirma que os números foram

contestados online por inúmeras pessoas

QUESTÃO 27

Concerning GDP targets

a) There have been trustworthy reasons for keeping

GDP goals

b) China as well as other countries relies on GDP figures

to set new economic policies

c) China is attempting to progressively set its economy

free from the excessive dependence on GDP figures

d) China has always believed that the higher the GDP

gets the better the growth

e) China has reached its GDP targets for three years in

a row only three times from 1992 to 2015

A está incorreta porque afirma que existem razoes

confiáveis para se manter as metas de PIB

B está incorreta porque afirma que a China assim como

outros países se baseiam no PIB para o

estabelecimento de novas políticas econômicas

C está correta porque utiliza sinônimos para a mesma

informação do texto em “In the case of China, which is

trying to wean its economy off excessive reliance on

GDP-boosting (but often wasteful and debt-fuelling)

investment”

D está incorreta porque afirma que a China sempre

acreditou que quanto maior o PIB melhor o crescimento

E está incorreta porque afirma que China alcançou a

meta do PIB por três anos em sequência apenas três

vezes entre 1992 e 2015

QUESTÃO 28

Concerning China’s economy

a) It has slowed faster than expected by the government

b) Unemployment rates are increasing all over the

country

c) Investments have been intensified by the federal

government because local governments set high growth

targets.

d) Double-digit growth rates will no longer be achieved

by China

e) Fears of high unemployment rates have made the

federal government urge local ones to increase

investments

A está incorreta porque afirma que a economia da China

desacelerou mais rápido do que o esperado

B está incorreta porque afirma que os índices de

desemprego estão aumentando

C está incorreta porque afirma que investimentos foram

intensificados pelo governo nacional devido ao

estabelecimento de altas metas por governos locais

D está incorreta porque afirma que índices de dois

dígitos não serão mais alcançados pela China

E está correta porque utiliza sinônimos para a mesma

informação no texto em “But the government is

worried that the economy may slow too fast, and that

this could cause a destabilising surge in

unemployment. So it has been ramping up

investment again, and goading local governments to

do the same by setting a high growth target”

QUESTÃO 29

The word “decried” could be correctly replaced without

any change in meaning by:

a) Published

b) Denounce

c) Condemned

d) Criticize

e) Defended

A única alternativa possível além da letra C seria a letra

D, porém o tempo verbal está incorreto.

QUESTÃO 30

The phrasal verb “notched up” means

a) Set

b) Established

9

c) Promoted

d) Achieved

e) Acquired

A única opção possível é a letra D.

RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO E

ESTATÍSTICA

QUESTÃO 31

Considere a proposição P: “Se está sorrindo, está feliz”,

e as afirmações a seguir.

Primeira afirmação: A proposição P é equivalente a “Se

está feliz, então está sorrindo”.

Segunda afirmação: A proposição P é equivalente a

“Não está sorrindo ou está feliz”.

Terceira afirmação: A proposição P é equivalente a “Se

não está sorrindo, não está feliz”.

Quarta afirmação: A proposição P é equivalente a “Se

não está feliz, não está sorrindo”.

Quinta afirmação: A negação da proposição P pode ser

expressa por “Está sorrindo ou não está feliz”.

Nessa situação, é correto afirmar que entre as

sentenças anteriores, o número de afirmações corretas

é:

a) 4

b) 3

c) 2

d) 1

e) 0

Gabarito: C

QUESTÃO 32

Considere duas caixas numeradas 1 e 2. A caixa 1

contêm 4 bolas brancas e 5 pretas. A caixa 2 contêm 6

bolas pretas e 8 bolas brancas. Uma caixa é escolhida

ao acaso e dela é retirada uma bola, também ao acaso.

Qual a probabilidade de observarmos caixa 1 e bola

preta?

a) 5

9

b) 5

18

c) 1

2

d) 11

23

e) 4

9

Gabarito: B

QUESTÃO 33

Sabe-se que Felipe não ir a Nova York é condição

necessária para Rodrigo não ir a Paris e condição

suficiente para Tatiana ir a Buenos Aires. Sabe-se,

também, que José ir a Milão é condição necessária e

suficiente para Tatiana não ir a Buenos Aires. José foi a

Milão. Portanto,

a) Felipe não foi a Nova York, Tatiana foi a Buenos Aires

e Rodrigo foi a Paris.

b) Felipe foi a Nova York, Tatiana não foi a Buenos Aires

e Rodrigo não foi a Paris.

c) Felipe não foi a Nova York, Tatiana foi a Buenos Aires

e Rodrigo não foi a Paris.

d) Felipe foi a Nova York, Tatiana não foi a Buenos Aires

e Rodrigo foi a Paris.

e) Felipe foi a Nova York, Tatiana foi a Buenos Aires e

Rodrigo não foi a Paris.

Gabarito: D

QUESTÃO 34

Em um estacionamento há 9 veículos brancos, 5 pretos,

7 vermelhos, 8 pratas, 12 cinzas e somente esses.

Serão escolhidos alguns veículos para serem

submetidos a uma vistoria. Qual o número mínimo de

veículos que deverão ser escolhidos para ter certeza de

que pelo menos dois veículos de cores diferentes farão

parte do conjunto?

a) 10

b) 6

c) 13

d) 30

e) 2

Gabarito: C

QUESTÃO 35

Uma formiga se desloca num plano, ao longo de uma

reta. Passa pelo ponto (1, -2) e percorre a MENOR

distância até interceptar a trajetória retilínea de outra

formiga, nesse mesmo plano, descrita pela equação y +

2x = 8. A equação da reta que representa a trajetória da

primeira formiga é:

a) 2y - x + 5 = 0

b) y - x + 3 = 0

c) y + x + 1 = 0

d) 2y + x + 2 = 0

e) 2y + x + 9 = 0

Gabarito: A

10

QUESTÃO 36

Uma variável aleatória apresenta distribuição

assimétrica negativa. Neste caso, tem-se que a:

a) média aritmética é maior do que a moda.

b) moda é igual a média aritmética.

c) média aritmética é maior do que a mediana.

d) mediana é maior do que a moda.

e) moda é maior do que a mediana.

Gabarito: E

QUESTÃO 37

Um restaurante especializado em carnes recebe

somente 3 tipos de clientes, a saber: os que gostam de

carne de gado, os que gostam de carne de javali e os

que gostam de carne de jacaré. Desses clientes que

frequentam o restaurante, 50% deles gostam de carne

de gado, 40% gostam de carne de javali e 10% gostam

de carne de jacaré. Por outro lado, dos clientes que

gostam de carne de gado, 80% das vezes que vão ao

restaurante eles bebem cerveja; dos clientes que

gostam de carne de javali, 90% das vezes que vão ao

restaurante, eles bebem cerveja; dos clientes que

gostam de carne de jacaré, 95% das vezes que vão ao

restaurante, eles bebem cerveja. Um cliente, ao sair do

restaurante, informa que não bebeu cerveja. Assim, a

probabilidade de que ele goste de carne de javali é igual

a:

a) 1

5

b) 8

29

c) 45

47

d) 7

8

e) 25

32

Gabarito: B

QUESTÃO 38

Ana, Ena e Ina são três amigas. Uma delas é

engenheira, outra psicóloga, e a outra advogada. É

sabido que:

I- ou Ana é engenheira , ou Ina é engenheira;

II- ou Ana é psicóloga, ou Ina é advogada;

III- ou Ena é advogada, ou Ana é engenheira;

IV- ou Ina é psicóloga, ou Ena é psicóloga.

Assim, as profissões de Ina, Ana e Ena são,

respectivamente:

a) advogada, engenheira, psicóloga.

b) engenheira, advogada, psicóloga.

c) psicóloga, advogada, engenheira.

d) advogada, psicóloga, engenheira.

e) engenheira, psicóloga, advogada.

Gabarito: A

QUESTÃO 39

Para se ter acesso às suas movimentações financeiras

na internet, um banco exige de seus clientes o

cadastramento de uma senha alfanumérica de 7

caracteres, sendo os três primeiros letras (retiradas de

um alfabeto de 26 letras), seguidas de 4 algarismos

(escolhidos de 0 a 9). O banco exige nesse

cadastramento que não haja repetição de letras mas

poderá ocorrer a repetição de algarismos. Um cliente

deseja cadastrar uma senha cuja primeira letra seja a

mesma que inicia seu primeiro nome e que os dois

últimos algarismos sejam respectivamente iguais a sua

idade que é maior que 9 e menor que 100 anos. Assim,

o número de diferentes maneiras que sua senha poderá

ser escolhida é:

a) 28.000

b) 74.000

c) 46.000

d) 60.000

e) 126.800

Gabarito: D

QUESTÃO 40

Seja X uma variável aleatória com média aritmética x = 8

e desvio padrão S = 4. Considere as variáveis: y = 5x -

2 e z = 5x. A única afirmação errada é:

a) o desvio padrão de z é 20.

b) a média de y é 38.

c) as variáveis x e z têm o mesmo coeficiente de

variação.

d) as variáveis y e z têm o mesmo desvio padrão.

e) as variáveis y e z tem a mesma média aritmética.

Gabarito: E

11

DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 41

O princípio que instrumentaliza a Administração para a

revisão de seus próprios atos, consubstanciando um

meio adicional de controle da sua atuação e, no que toca

ao controle de legalidade, representando potencial

redução do congestionamento do Poder Judiciário,

denomina-se

a) Razoabilidade.

b) Proporcionalidade.

c) Autotutela.

d) Eficiência.

e) Controle judicial.

Gabarito: Letra C

QUESTÃO 42

Analise os casos concretos narrados a seguir e

classifique-os como sendo resultado de um dos

fenômenos listados de acordo com o seguinte código:

C = centralização

D = descentralização

DCON = desconcentração.

Após a análise, assinale a opção que contenha a

sequência correta.

1.1. Serviço de verificação da regularidade prestado por

órgão da Receita Estadual. ( )

1.2. Extinção de unidades de atendimento

descentralizadas de determinado órgão público federal

para que o atendimento passe a ser feito

exclusivamente na unidade central. ( )

1.3. Serviços ambientais, prestados em âmbito nacional

pelo Ibama. ( )

a) D / C / DCON

b) C / DCON / D

c) DCON / D / C

d) D / DCON / C

e) DCON / C / D

Gabarito – letra E.

QUESTÃO 43

Sabe-se que a regra geral é de não acumulação de

cargos e empregos públicos. As hipóteses em que isso,

a acumulação, é permitida, são de índole constitucional.

Sendo assim, a respeito do assunto, assinale o correto:

a) De acordo com recente entendimento do STJ, é

possível acumulação de cargo de professor com um

cargo de nível médio, desde que este seja considerado

de conhecimento técnico ou científico.

B) A jornada máxima de trabalho semanal para os

servidores que acumulem cargos públicos é de 60 horas,

limite máximo tolerável, na visão do STJ.

c) As regras de acumulação não alcançam aposentados,

já que estes não possuem mais vínculos com a

Administração.

d) No caso de servidor eleito vereador, necessariamente

haverá o afastamento do cargo, já que se pressupõe a

incompatibilidade do desempenho da atribuição do

cargo político com o Administrativo do servidor.

e) Ante o que diz o atual texto constitucional, não é

possível a acumulação de 3 cargos públicos, de

nenhuma maneira.

Gabarito: letra A

QUESTÃO 44

Segundo a Lei Federal 8666/93, concurso é a

modalidade de licitação entre quaisquer interessados

para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,

mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos

vencedores. Suponha que o órgão público para o qual

você trabalha tenha organizado um concurso de projeto

arquitetônico para suas novas instalações. Após a

proclamação do resultado, o vencedor foi contratado

para desenvolver o detalhamento do projeto, e você foi

especialmente designado responsável pelo

acompanhamento e fiscalização do contrato.

Analise as afirmativas a seguir:

I. É seu dever anotar em registro próprio todas as

ocorrências relacionadas com a execução do contrato,

determinando o que for necessário à regularização dos

defeitos observados.

II. É sua obrigação tomar decisões e providências

relativas ao cumprimento do contrato, ainda que

ultrapassem a sua competência.

III. É de sua responsabilidade a aceitação provisória do

objeto do contrato, mediante termo circunstanciado,

bem como a aceitação definitiva desde que comprovada

a adequação do objeto aos termos contratuais.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 45

Uma hipótese expressa na Lei no 8.666/93 de dispensa

de licitação é:

a) A contratação de profissional de setor artístico,

consagrado pela crítica especializada.

b) Alienação por investidura ao proprietário de imóvel

lindeiro de área remanescente de obra pública, por valor

não superior a R$ 150.000,00.

c) Quando tiver havido licitação anterior para o mesmo

objeto que tenha resultado deserta e desde que o valor

do objeto não ultrapasse R$ 150.000,00.

d) Aquisição de bens produzidos por empresa privada

que tenha vencido a última licitação com o mesmo

12

objeto.

e) Venda de um imóvel de uma autarquia estadual para

uma autarquia federal.

Gabarito: Letra E

QUESTÃO 46

Sobre a inexigibilidade de licitação, assinale a opção

correta.

a) Dar-se-á por inexigibilidade a contratação de

profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou

por meio de empresário exclusivo, desde que

consagrado pela crítica especializada ou pela opinião

pública.

b) As hipóteses de inexigibilidade de licitação previstas

na Lei 8.666, de 1993, são exaustivas.

c) Em tal hipótese de contratação direta, reputa-se

desnecessária a justificativa do preço praticado pelo

contratado.

d) O instrumento de contrato é obrigatório em todas as

hipóteses de contratação direta mediante inexigibilidade.

e) Na inexigibilidade, seria viável a competição, mas a

lei a reputou inconveniente, possibilitando, assim, a

contratação sem licitação.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 47

No direito brasileiro, os regulamentos são atos

essencialmente

a) normativos, que especificam ou complementam a lei

para sua fiel execução, sem contudo inovar no mundo

jurídico.

b) enunciativos, dotados de generalidade, abstração e

imutabilidade.

c) negociais, de efeitos concretos e uso específico no

campo do exercício do poder de polícia.

d) legislativos, de competência exclusiva do chefe do

Poder Executivo.

e) autônomos e de mesmo nível hierárquico que as leis,

dispondo sobre organização administrativa, criação ou

extinção de órgãos públicos.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 48

Rafael, servidor público estadual ocupante de cargo

efetivo, foi demitido. Inconformado, ajuizou ação judicial

e obteve a anulação de sua demissão, porque não foram

observados o contraditório e a ampla defesa no curso do

processo administrativo disciplinar. O retorno de Rafael

ao cargo efetivo de origem, por força de decisão judicial

transitada em julgado, é conhecido como:

a) aproveitamento;

b) reintegração;

c) recondução;

d) readaptação;

e) recolocação.

Gabarito: Letra B

QUESTÃO 49

A Administração pública, é sabido, está sujeita a

princípios expressos e implícitos no exercício de suas

funções. A observância desses princípios está sujeita a

controle, do que é exemplo o controle

a) exercido pela própria Administração, que se presta a

verificar a observância dos princípios expressos e

implícitos, vedada, no entanto, a revisão dos atos, que

deve ser feita judicialmente.

b) administrativo externo, que se presta à verificação da

observância dos princípios, desde que expressos, que

regem a Administração.

c) exercido pelo Legislativo, pelo Judiciário e pela

própria Administração, sem prejuízo da participação do

usuário no bom desempenho das funções

administrativas, o que lhes confere, inclusive, direito à

informações sobre a atuação do governo.

d) exercido pelo Judiciário, que se consubstancia em

verificação interna dos princípios expressos, tais como,

legalidade, impessoalidade e supremacia do interesse

público.

e) legislativo externo, que se presta somente à

verificação da observância dos princípios expressos e

da discricionariedade da Administração.

Gabarito: Letra C

QUESTÃO 50

Após regular processo licitatório, determinada

sociedade empresária firmou contrato de concessão

com o Município para prestação do serviço público de

transporte coletivo de passageiros. No curso do contrato,

durante o prazo da concessão, o poder concedente

retomou a prestação do serviço, por motivo de interesse

público, mediante lei autorizativa específica. No caso em

tela, com base na Lei nº 8.987/95, ocorreu a extinção da

concessão mediante:

a) encampação, após o prévio pagamento de

indenização;

b) caducidade, com o ulterior pagamento de indenização;

c) rescisão, com o ulterior pagamento de indenização;

d) revogação, após o prévio pagamento de indenização;

e) anulação, com o ulterior pagamento de indenização.

Gabarito: Letra A

13

DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 51

Sobre o princípio constitucional da dignidade da

pessoa humana, julgue os itens a seguir. Após,

assinale a opção correta.

I- É constitucional a lei que estabeleceu políticas

públicas para inserir os portadores de necessidades

especiais na sociedade, pois atende ao princípio da

dignidade da pessoa humana, definindo meios para

que eles sejam alcançados.

II- A cláusula da reserva do possível – que não pode

ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de

fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação

de políticas públicas definidas na própria Constituição

– encontra insuperável limitação na garantia

constitucional do mínimo existencial, que representa,

no contexto de nosso ordenamento positivo,

emanação direta do postulado da essencial dignidade

da pessoa humana.

III- Só é lícito o uso de algemas em casos de

resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo

à integridade física própria ou alheia, por parte do

preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade

por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,

civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade

da prisão ou do ato processual a que se refere, sem

prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

IV- O direito ao nome insere-se no conceito de

dignidade da pessoa humana, princípio alçado a

fundamento da República Federativa do Brasil.

Estão corretos apenas:

a) os itens I e II.

b) os itens I, II e III.

c) os itens I e III.

d) os itens II, III e IV.

e) todos os itens estão corretos.

COMENTÁRIOS:

A dignidade da pessoa humana é um conceito extremamente amplo, daí porque se revela tarefa demasiadamente complexa a formulação de um conceito objetivo. Abrange diversas concepções e significados, sendo sua principal caraterística a ligação quase que umbilical com o homem. Em outras palavras, não se pode pensar no homem separado de sua

dignidade, porque esta é um atributo que a ele preexiste, ou seja, lhe é inato.

Na lição de Plácido e Silva, dignidade é a palavra derivada do latim dignitas (virtude, honra, consideração), em regra se entende a qualidade moral, que, possuída por uma pessoa serve de base ao próprio respeito em que é tida: compreende-se também como o próprio procedimento da pessoa pelo qual se faz merecedor do conceito público.

O reconhecimento e a proteção da dignidade da pessoa humana pelo Direito resulta da crescente evolução do pensamento humano, certo de que a própria Carta Política de 1988 a traz como um dos fundamentos da República e, por conseguinte, do Estado Democrático de Direito. Através dessa dogmática, aliás, é que se justifica a atuação constante no sentido de afirmar os direitos fundamentos como núcleo essencial da proteção da dignidade da pessoa humana e de que cabe à Constituição o papel primordial na defesa dessas pretensões.

Em suma, a dignidade da pessoa humana, como um dos fundamentos do Estado de Direito Democrático, é elemento vetor na interpretação e aplicação das normas jurídicas, o que torna todos os itens da questão corretos.

Veja-se que no item I, é evidente a constitucionalidade da lei que estabelece políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais na sociedade, pois atende ao princípio da dignidade da pessoa humana. Trata-se de um típico caso de ação afirmativa, mecanismo de garantia da isonomia em seu sentido material.

O item II trata do postulado da reserva do possível e sua barreira antagônica, o mínimo existencial. Atualmente é bastante comum vermos decisões do Judiciário intervindo no controle de políticas públicas, principalmente quando se está diante da inércia injustificada dos responsáveis ou

14

do abuso governamental. Nestas hipóteses, permite-se a intervenção como forma de garantir, em favor dos indivíduos, a integridade do núcleo consubstanciador do mínimo existencial. Como defesa pelo descumprimento das prestações positivas a que se obriga o Estado pela Constituição Federal, é comum a invocação da chamada cláusula da reserva do possível, que nada mais é do que a obediência aos limites da razoabilidade quando o indivíduo exigir do Estado as prestações de que é constitucionalmente credor. Ou seja, os direitos sociais que exigem uma prestação de fazer estariam sujeitos à reserva do possível no sentido daquilo que o indivíduo, de maneira racional, pode esperar da sociedade.

Esse item II é a reprodução exata do voto proferido pelo ilustre Ministro Celso de Melo, quando do julgamento do ARE 639.337-Agr, pela qual se ressaltou a necessidade de garantir aos indivíduos a plena fruição de direitos sociais básicos, como o direito à educação, à saúde e à moradia. Daí a necessidade de ler com regularidade os informativos do Supremo Tribunal Federal.

O item III reproduz o teor da Súmula Vinculante nº 11, que trata do uso de algemas: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

Por fim, o item IV insere corretamente o nome ao conceito de dignidade da pessoa humana. De se ter em conta que o nome é a expressão mais característica da personalidade humana, porquanto não se concebe, na vida social,

um ser humano que dele seja desprovido. A parte final, na qual se afirma ser a dignidade da pessoa humana um dos fundamentos da república também está absolutamente correta, a teor do artigo 1º, inciso III, da CF/88.

QUESTÃO 52

Sobre a nova interpretação constitucional, que lida

com um conjunto de novas categorias, julgue os itens

a seguir, classificando-os como certos ou errados. A

seguir escolha a opção correta.

I- O emprego da técnica legislativa das cláusulas

abertas ou conceitos jurídicos indeterminados, como

ordem pública, interesse social e boa-fé.

II- A normatividade dos princípios, normas que não

são descritivas de condutas específicas, mas que

consagram determinados valores ou indicam fins

públicos a serem realizados por diferentes meios,

como dignidade da pessoa humana, justiça,

solidariedade, eficiência.

III- O reconhecimento da existência de colisões de

normas constitucionais, de princípios ou de direitos

fundamentais como fenômenos inerentes e

inevitáveis dentro de um Estado democrático de

direito, baseado no pluralismo político.

IV- Legitimação das decisões de acordo com os

fundamentos da teoria da argumentação, voltada à

demonstração racional de que a solução produzida

foi a mais adequada do ponto de vista constitucional.

Estão corretos apenas os itens:

a) I, II e IV.

b) II e IV.

c) II, III e IV.

d) III e IV.

e) todos os itens estão corretos.

COMENTÁRIOS: Todos os itens estão corretos. Antes de analisarmos as assertivas, individualmente, vamos fazer um estudo sucinto da interpretação das normas. Positivismo jurídico = as normas derivam apenas da produção do Estado; direito é aquilo produzido pelo Estado. O positivismo tende a não valorizar de forma adequada os princípios, sob a afirmação de que princípios não têm cogência sobre a conduta humana. Outro pressuposto do

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positivismo é a neutralidade do intérprete, do operador do direito, que entende que o juiz vive numa bolha e não tem participação social. Há ainda a pouca preocupação que se dá a consequência social da aplicação do direito (“faça-se justiça e pereça o mundo”). Por fim, o último pressuposto do positivismo é a visão da perfeição do ordenamento jurídico. Em relação a essa perfeição, Kelsen conceitua o ordenamento jurídico como sendo um sistema único e completo de normas jurídicas. A completude deriva da soberania do Estado, enquanto a perfeição do sistema está na ideia de que não existe nenhum fato que fuja à apreciação do direito. Ainda dentro desse tópico da perfeição, é dele que se extrai a existência de um conflito apenas aparente de normas. Isso porque a perfeição do ordenamento jurídico não permite que haja entre normas um conflito concreto, mas apenas aparente. E quando isso ocorre, essa desordem se resolve por três critérios: o hierárquico, o da especialidade e o temporal. O critério hierárquico, quando aplicado, gera uma consequência normativa na validade da norma, já que, em tese, se há um conflito entre uma norma superior e outra inferior, ele ocorrerá em todas as hipóteses. O critério da especialidade, por sua vez, não gera consequência normativa alguma, pois ora o fato pode ser geral, ora pode ser especial. E, por fim, quando aplicado o critério temporal (ou da novidade), a consequência normativa se dará no plano da vigência, também, em tese, para todos os casos. Pós-positivismo ou neoconstitucionalismo = o grande problema do positivismo é que ele abstrai em demasia o conteúdo da norma, e foi por isso que a Alemanha nazista logrou construir todo o seu ordenamento jurídico “injusto”, mas ainda assim, legal. E é justamente daí que nasceu a necessidade de se ter uma visão mais valorativa do

conteúdo da norma, surgindo, então, o pós-positivismo. Segundo Dworkin, as normas podem ser princípios, regras ou diretrizes. Essa teoria foi trazida para o Brasil principalmente através das obras do Professor Luís Roberto Barroso, que afastou as chamadas diretrizes, caracterizando as normas por princípios ou regras. Pois bem, enquanto no positivismo jurídico os princípios e as regras se diferenciavam basicamente pela quantidade de abstração, na nova visão, passa-se a afirmar que os princípios são como as regras, possuem cogência, status normativo, ou seja, são capazes de criar obrigações, certo de que, o que diferencia os princípios das regras é a qualidade, ou seja, o valor moral protegido, pois enquanto os princípios são inspirados pelo valor da justiça, isto é, possuem uma carga ontológica de justiça, as regras têm natureza deontológica, ou seja, se preocupam com a segurança jurídica. Outra distinção é que as regras têm natureza binária, ou seja, sim ou não, pode ou não pode, enquanto os princípios têm a chamada dimensão de peso ou de volume, isto é, são aplicadas mais em determinados casos e menos em outros, que é o que possibilita a ponderação. Por isso Barroso chega a defender que não existe ponderação para regras, mas apenas para princípios, já que regras, como dito, possuem natureza binária, e que, por isso, não comportam valoração para mais ou para menos (posição seguida também por Ana Paula de Barcellos). Por fim, para o neoconstitucionalismo, os princípios são os vetores pelos quais a moral ingressa no direito. Humberto Ávila diz que nada é só regra ou só princípio, ou seja, toda regra possui mediatamente uma função principiológica, enquanto todo princípio possui mediatamente uma cogência social. Essa visão, embora minoritária, é bastante útil na distinção que se faz entre dispositivo e norma, certo de

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que aquele é o que está efetivamente escrito, enquanto esta é o que se obtém após o trabalho hermenêutico. Assim, segue dizendo que existem dispositivos que não geram norma, enquanto há outros que geram norma-princípio, ou norma-regra, ou norma-princípio e norma-regra (ex: previsão de anterioridade tributária – regra de imposição ao Estado e ao mesmo tempo princípio da não surpresa). No pós-positivismo, e em decorrência dessa modificação na forma de pensar e aplicar socialmente o direito, alterou-se outro parâmetro, o da neutralidade. Agora, não mais se exigia a neutralidade de operador do direito (conceito de viver na bolha, fora da realidade social), mas sim sua imparcialidade, a uma porque a neutralidade é, a toda evidência, uma utopia jurídica, e a duas porque esse conceito de um intérprete imparcial, mas que conhece a realidade social é muito mais benéfico na aplicação do direito, pois se trata de alguém inserido na sociedade, conhecedor de suas mazelas e problemas, mas que igualmente se compromete a se manter afastado das partes, proferindo decisões justas e conscientes. Isso leva em conta o fato de que o Direito é uma relação social. Em decorrência disso, os parâmetros de interpretação clássica (literal, sistemática, lógica, histórica, teleológica) também sofreram alteração. Não que tenham sido descartados. Continuam a ter sua utilidade na interpretação das normas, muito embora tenha se deixado um pouco de lado o método de interpretação linear, que parte da NORMA para o FATO, ou seja, primeiro se pensa, se conhece a norma, para só depois aplica-la ao fato. É o método de subsunção clássico. Hoje, com as novas técnicas de interpretação, não existe para o aplicador do direito uma ordem NORMA – FATO. Na verdade, defende-se que o processo hermenêutico é como um círculo – donde inclusive surgiu a expressão espiral hermenêutica – pelo qual interpretar é

aplicar e aplicar é interpretar, em um processo cíclico que caminha para frente, evidente. E a partir daí passa-se do FATO para NORMA e da NORMA para o FATO diversas vezes, sem que necessariamente se conheça um antes do outro. Novos métodos de interpretação 1) Método tópico-problemático: é aquele que dá maior relevo ao fato, ou seja, a interpretação vai do FATO para a NORMA. Assim, o conteúdo da norma só é encontrado após o enfrentamento do problema. 2) Método hermenêutico-concretizador: também dá muito valor ao FATO, por isso mesmo é chamado de concretizador, já que se fundamenta no caso concreto, muito embora a técnica de interpretação parta da NORMA para o FATO. 3) Método científico-espiritual: interpretar é ir ao cerne do valor da sociedade em relação àquele dispositivo. Se a Constituição é o produto da vontade do Poder Constituinte, interpretar o dispositivo constitucional é compreender como pensa a sociedade. Em outras palavras: é compreender cientificamente o espírito daquilo que a sociedade deseja. 4) Método normativo-estruturante: interpretar a norma é sempre analisá-la de acordo com a estrutura institucional sobre a qual ela está posta. 5) Método comparado: essa comparação pode ter um viés de interpretação histórica (previsões anteriores) ou com o direito que é aplicado em outros países (direito comparado). Feitas tais incursões, vamos analisar os itens que, conforme já dito, estão corretos: I – As denominadas cláusulas gerais ou conceitos jurídicos indeterminados contêm

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termos ou expressões de textura aberta, dotados de plasticidade que fornecem um início de significação a ser complementado pelo intérprete, levando em conta as circunstâncias do caso concreto. Ao lidar com locuções como ordem pública, interesse social e boa fé, dentre outras, o intérprete precisa fazer a valoração de fatores objetivos e subjetivos presentes na realidade fática, de modo a definir o sentido e o alcance da norma. Como a solução não se encontra integralmente no enunciado normativo, sua função não poderá limitar-se à revelação do que lá se contém; ele terá de ir além, integrando o comando normativo com a sua própria avaliação. II – Como visto acima, o reconhecimento de normatividade aos princípios e sua distinção qualitativa em relação às regras é um dos símbolos do pós-positivismo. A definição do conteúdo de cláusulas gerais como dignidade da pessoa humana, razoabilidade e eficiência também transfere para o intérprete o trabalho de aplicar a lei de forma mais justa e adequada ao caso levado à apreciação judicial. III- A identificação e o equacionamento das colisões de normas constitucionais são relativamente recentes no Direito contemporâneo, certo de que a complexidade e o pluralismo das sociedades modernas levaram ao abrigo da Constituição Federal variados valores e interesses, que eventualmente podem se chocar. Por exemplo, levando-se em conta o texto constitucional, é possível o conflito entre o direito à intimidade e o direito à liberdade de expressão; ou mesmo entre o direito à vida e o direito à dignidade da pessoa humana (aborto em caso de estupro); a promoção do desenvolvimento e o princípio da proteção integral do meio ambiente. Em resumo: em um Estado Democrático de Direito, o pluralismo social leva,

inevitavelmente, a um conflito entre normas e princípios constitucionais. IV – A argumentação é controle da racionalidade das decisões proferidas, através da ponderação, em casos complexos, que são aqueles que permitem mais de uma solução possível e razoável. As decisões que envolvem a atividade criativa do juiz potencializam o dever de fundamentação, por não estarem inteiramente legitimadas pela lógica da separação de Poderes.

QUESTÃO 53

Sobre as normas constitucionais que estabeleçam

direitos fundamentais sociais que consistem numa

prestação estatal, é incorreto afirmar que:

a) vinculam permanentemente o legislador positivo, que,

em sua atividade legislativa, não pode se afastar dos

parâmetros prescritos por tais normas constitucionais.

b) revogam os atos normativos anteriores contrários ao

seu conteúdo. No entanto, a desaplicação desses atos

fica condicionada à declaração de inconstitucionalidade.

c) constituem parâmetro para a interpretação,

integração e aplicação das normas jurídicas, por

conterem diretrizes, princípios e fins que condicionam a

atividade dos órgãos estatais.

d) geram algum tipo de posição jurídico-subjetiva em

sentido amplo, de exigir que o Estado se abstenha de

atuar em sentido contrário ao disposto na norma de

direito fundamental prestacional.

e) geram a proibição de retrocesso por parte do

legislador de, retrocedendo em suas próprias ações,

extinguir posições jurídicas por ele próprio criadas.

COMENTÁRIOS: Nos termos do artigo 6º da CF/88, são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. A Constituição 1988, assim, manteve o desdobramento da perspectiva de um Estado Social de Direito, que teve como marco fundamental a Constituição Mexicana de 1917 e a de Weimar, na Alemanha, em 1919, que, aliás, serviu de paradigma para a Constituição brasileira de 1934.

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Na lição de José Afonso da Silva, os direitos sociais disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de caráter concreto, sendo os direitos econômicos pressupostos da existência dos direitos sociais. Assim, os direitos sociais, como direito de segunda dimensão que são, caracterizam-se por serem prestações positivas a serem implementadas pelo Estado Social de Direito, com o objetivo de garantir a isonomia material entre os indivíduos, e preservar melhores condições de vida. Como são direitos fundamentais, os direitos sociais têm aplicação imediata, podendo a omissão legislativa ou administrativa ser objeto de controle judicial através do mandado de injunção ou da ação direita de inconstitucionalidade por omissão. Disso se depreende que o item a está correto, pois ser as omissões podem ser objeto de controle judicial, com fundamento nos vetores indicados na Carta Política, é verdadeira a afirmação de que os direitos sociais vinculam permanentemente o legislador positivo, que, em sua atividade legislativa, não pode se afastar dos parâmetros prescritos por tais normas constitucionais. O item c é uma continuação da lógica do item a acima mencionado, pois na medida em que os direitos sociais previstos no artigo 6º da CF foram estimados pelo legislador constituinte como essenciais à busca da felicidade, eles devem constituir parâmetro para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas. O item d descreve justamente a natureza jurídica dos direitos sociais, consubstanciada no direito de crédito, ou seja, o direito subjetivo que possui o indivíduo de exigir do Estado a realização das prestações positivas que a este são impostas pela Constituição da República, o que, a contrario sensu, conduz à conclusão de que podem esses mesmos indivíduos credores exigir que o Estado se abstenha

de atuar em sentido contrário ao disposto na norma de direito fundamental prestacional. O item e traz o princípio do não retrocesso social ou da proibição da evolução reacionária, que significa que o legislador, ao regulamentar direitos, deve respeitar o núcleo essencial, não podendo diminuí-lo ou esvaziá-lo, consagrando aquilo que a doutrina francesa convencionou chamar de effet cliquet. Em resumo: os direitos sociais, assim como os direitos econômicos, uma vez alcançados, passam a constituir uma garantia institucional e um direito subjetivo.

Por fim, quanto ao item b, realmente os atos normativos contrários ao seu conteúdo ficam revogados, mas a sua desaplicação independe da declaração de inconstitucionalidade.

QUESTÃO 54

No tocante à organização do Estado Brasileiro,

é incorreto afirmar que:

a) o Brasil adota princípio de separação de Poderes que

pode ser caracterizado como flexível.

b) a Constituição Federal criou mecanismos de freios e

contrapesos, que permitem a materialização da

harmonia entre os Poderes Legislativo, Executivo e

Judiciário, como, por exemplo, a possibilidade do veto

às leis pelo chefe do Poder Executivo.

c) diferentemente do Parlamentarismo, no

Presidencialismo o chefe do Poder Executivo acumula

as funções de Chefe de Estado e de Chefe de Governo,

além de cumprir mandato fixo, sem precisar depender

da confiança do Poder Legislativo para sua investidura

ou para o exercício de seu cargo.

d) no modelo de Estado federativo previsto na

Constituição Federal, os Estados-Membros possuem

soberania e autonomia financeira, administrativa e

política.

e) a eletividade e a temporalidade do mandato do chefe

do Poder Executivo, bem como seu dever de prestar

contas de seus atos, são características da forma de

governo republicana adotada no Brasil.

COMENTÁRIOS:

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a) A Constituição Federal adota um modelo de separação flexível de poderes. Isso porque, além de a própria Constituição Federal atribuir a cada Poder funções típicas, desempenhadas com preponderância, e funções atípicas, desempenhadas de modo acessório, é comum as ingerências legais de um Poder sobre o outro. Prova dessa inquestionável flexibilidade é, por exemplo, é o julgamento do Chefe do Poder Executivo pelo Poder Legislativo; o fato de o Executivo escolher a composição do Judiciário; o controle que faz o Legislativo sobre as contas do Executivo e do Judiciário, dentre tantos outros. b) Correta. A teoria dos freios e contrapesos consubstancia-se em um mecanismo de controle recíproco, constitucionalmente previsto, que permite que um Poder controle e fiscalize o outro. c) Correta. Não confundir sistemas de governo com tipos de governo. Os tipos de governo são a monarquia e a república. E os sistemas de governo são o parlamentarismo, o presidencialismo, o diretorial e o semipresidencialismo.

Parlamentarismo (POVO

LEGISLATIVO EXECUTIVO)

Presidencialismo Diretorial Semipresidencialismo

d) ERRADO. O Estado é uma pessoa jurídica de direito internacional constituída por um povo, sediada em um determinado território, que observa uma determinada ordem jurídica. Seus elementos, então, são: POVO, TERRITÓRIO, SOBERANIA E ORDENAMENTO JURÍDICO. Povo é o chamado elemento subjetivo do Estado. É um conjunto dos nacionais (conceito mais abrangente, pois o conceito menos abrangente é o de conjunto de eleitores). A nacionalidade é uma relação jurídica especial que liga um indivíduo a um determinado Estado. Essa relação gera direitos e obrigações. Território é o elemento espacial do Estado. É formado pelas terras nas quais o Estado exerce sua soberania, também espaço aéreo e mar territorial (12 milhas). Ordenamento jurídico é o conjunto de normas que se aplica no interior do território (elemento normativo do Estado). Soberania é a capacidade que um Estado tem de não se submeter a uma ordem internacional com a qual ele não concorde. Os entes federativos NÃO TÊM soberania, mas sim autonomia política. Só a União possui soberania. A autonomia, por sua vez, é a conjugação de quatro capacidades:

Auto-organização: capacidade do governo de adotar decisões políticas fundamentais;

Autogoverno: capacidade de adotar decisões políticas corriqueiras;

Autolegislação; e Autoadministração.

e) Correta. As principais caraterísticas de um governo republicano são a temporariedade, a eletividade e a responsabilidade do chefe de governo. Tipos de Governo:

Monarquia (1) República (2)

(1) A transmissão do poder é hereditária, e ele é vitalício. Um dos princípios é a

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irresponsabilidade política do rei. Admite a estratificação social, do que resulta na concessão de privilégios para a nobreza. (2) O poder é adquirido por mérito, assim como a sua transmissão. A forma mais comum é a eleição. Não há estratificação social, sendo vedada a existência de privilégios, incompatíveis que são com a república. O que se admite é a prerrogativa funcional em casos específicos e de relevância para o funcionamento das instituições do Estado. O princípio republicano é invocado em várias decisões do STF para justificar a inconstitucionalidade de algumas normas, que claramente criam privilégios.

QUESTÃO 55

Nos termos da Constituição Federal, acerca da

distribuição de competências entre as esferas de

governo, é correto afirmar que:

a) aos municípios, só é permitido legislar

concorrentemente com os Estados e o Distrito Federal,

nunca com a União.

b) assim como os Estados, o Distrito Federal também é

regido por Lei Orgânica.

c) lei complementar pode autorizar estados e municípios

a legislar sobre questões específicas relacionadas à

competência privativa da União.

d) os municípios de até 50 mil habitantes regem-se por

Lei Orgânica. Acima disso, regem-se pela Constituição

do Estado ao qual pertencem.

e) legislar sobre seguridade social é competência

exclusiva da União.

COMENTÁRIOS: Para a criação do Estado federal são necessárias três características:

Descentralização política = não é desconcentração (transferência de poder a órgãos), mas sim transferência de poder para outras pessoas jurídicas;

Participação dos Estados na formação da vontade geral do Estado federal (no Brasil isso é feito através do Senado Federal);

Autogoverno. Para a manutenção do Estado federal são necessários dois mecanismos:

Sistema de controle de invasão de competências (no Brasil esse controle é feito judicialmente);

Rigidez constitucional – para que haja supremacia da Constituição em relação aos demais atos normativos, já que é aquela quem define o Estado federal.

Existem duas maneiras de se formar uma federação: por agregação (países soberanos abrem mão de sua soberania para se juntarem a outros, formando um só, onde terão apenas autonomia – ex: as 13 colônias americanas que formaram os EUA) e por desagregação (quando um Estado unitário se divide em novas unidades que formam uma federação – O Brasil quando se tornou uma república). Sistema Brasileiro de Repartição de Competências

Para efeitos de Direito Constitucional, não há qualquer diferença entre os termos atribuição e competência (são sinônimos). A competência pode ser expressa ou enumerada e residual (atribuída no silêncio da CF). Pode ser ainda exclusiva (é definida e não admite delegação), privativa (é definida mas admite delegação) e concorrente, que pode ser horizontal ou comum (todos os entes sem hierarquia) ou vertical (cabe à União editar normas gerais e aos estados e municípios as normas suplementares ou específicas).

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Norma supletiva = não se confunde com norma suplementar. Aquela ocorre quando a norma geral é editada de forma precária pelos estados, em decorrência da ausência de lei geral pela União. Quando a União edita a lei, os atos normativos estaduais ficam com a eficácia suspensa (não há revogação, pois a União não pode revogar norma estadual). Exemplo de norma supletiva é a lei estadual de IPVA, pois não existe norma geral da União regulando este tributo. A competência pode ser de caráter administrativo, legislativo ou tributário:

ATENÇÃO: EM RELAÇÃO À COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, EXCEPCIONALMENTE É A UNIÃO QUE POSSUI ATRIBUIÇÃO RESIDUAL (PARA IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS), SENDO A DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS ESPECÍFICA. Artigo 22, parágrafo único, da CF: Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. ATENÇÃO: REQUISITOS PARA A DELEGAÇÃO:

Lei complementar; Questões específicas; Impossibilidade de agravamento

da desigualdade social entre os estados.

Estados: são entidades federativas triorgânicas que se auto organizam através de Constituições próprias (concretização do poder constituinte derivado decorrente), observados os princípios da Constituição da República, manifestando interesses em questões regionais. Existem quatro ordens de princípios que limitam as constituições estaduais:

1. Cláusulas pétreas; 2. Princípios sensíveis; 3. Princípios indicativos (aqueles que

expressamente mencionam os estados);

4. Princípios extensíveis (aqueles que se aplicam por simetria).

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Municípios: são entidades federativas biorgânicas (porque não possuem Poder Judiciário), criadas pela CF/88, dotadas de autonomia, com capacidade de se auto-organizarem através de suas leis orgânicas, com a observância dos princípios da Constituição Federal e da Constituição Estadual. A Lei Orgânica dos Municípios não é uma constituição, por isso não é a concretização do poder constituinte derivado decorrente. Distrito Federal: é uma entidade federativa triorgânica, que se auto organiza através de Lei Orgânica, observados os princípios da Constituição da República. Essa lei orgânica não possui natureza de constituição, mas serve de paradigma de controle de constitucionalidade. O DF acumula atribuições estaduais e municipais (não pode ser dividido em municípios). Territórios: não são entidades políticas, e possuem natureza de autarquia (a diferença com a autarquia é a dimensão espacial, ausente naquela pessoa jurídica). Os territórios não possuem todos os atributos da autonomia, mas apenas a autonomia administrativa, ou seja, não têm capacidade de auto governo, de auto organização e de auto legislação. O governador é escolhido pelo Presidente da República. Existe a previsão de formação de uma Câmara Territorial, que possui competência meramente deliberativa, não podendo editar leis. Ela apenas auxilia o Governador. Desde a CF/88 não há mais territórios no Brasil. Após esta breve análise do sistema de repartição de competências, vamos corrigir as assertivas: a) aos municípios, só é permitido legislar concorrentemente com os Estados e o Distrito Federal, nunca com a União.

Os municípios, via de regra, não possuem competência legislativa concorrente, mas apenas SUPLEMENTAR, ou seja, a ele cabe suplementar a legislação federal e estadual no que couber. Entretanto, a EC nº 85/15 trouxe uma inovação, com o artigo 219-B: O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. § 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades. b) assim como os Estados (Municípios), o Distrito Federal também é regido por Lei Orgânica. c) lei complementar pode autorizar estados e municípios a legislar sobre questões específicas relacionadas à competência privativa da União. d) os municípios de até 50 mil habitantes regem-se por Lei Orgânica. Acima disso, regem-se pela Constituição do Estado ao qual pertencem. e) legislar sobre seguridade social é competência exclusiva (privativa) da União. (Artigo 22, inciso XXIII, da CF).

QUESTÃO 56

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exerce

importante papel no ordenamento jurídico brasileiro. A

ela a vigente Constituição Federal outorgou poderes que

são próprios àqueles historicamente outorgados ao

Poder Judiciário. Sobre a CPI, é correto afirmar que:

a) possui todas as prerrogativas outorgadas ao

Judiciário, não se admitindo, por força do princípio da

Separação dos Poderes, controle judicial dos seus atos.

b) segundo entendimento do STF, é ilegítima a rejeição

de criação de CPI pelo plenário da Câmara dos

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Deputados, ainda que por expressa votação majoritária,

porquanto a Constituição protege a prerrogativa

institucional de investigar, especialmente a dos grupos

minoritários que atuam no âmbito dos corpos

legislativos.

c) a criação de CPIs depende da assinatura de 1/3 dos

membros da Câmara dos Deputados, ou do Senado, ou

da Câmara dos Deputados e do Senado, na hipótese de

CPI mista, ou, alternativamente, de ato do Presidente da

Câmara ou do Senado.

d) compete à Justiça Federal no Distrito Federal julgar

as ações ajuizadas contra ato de Presidente de CPI, a

exemplo de convocação para depor como investigado

ou testemunha.

e) a apuração de fato determinado, tal qual estabelece o

art. 58, § 3.º, da CF/88, pode ser objeto de especificação

após a criação da CPI, vale dizer, ele não

necessariamente deve preexistir à criação da Comissão.

COMENTÁRIOS: a) Errada. As CPI’s têm poderes de investigação, alguns deles próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno das Casas (inquérito parlamentar). Nelas é possível determinar a quebra de sigilo fiscal, a quebra de sigilo bancário e a quebra de sigilo de dados, inclusive telefônicos. Por outro lado, AS CPI’S NÃO PODEM DETERMINAR DILIGÊNCIAS DE BUSCA DOMICILIAR, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E ORDEM DE PRISÃO, SALVO EM FLAGRANTE DELITO (cláusula de reserva de juridição). b) Correta. A CPI é um direito das minorias!! Segundo o STF, é inconstitucional que se submeta o requerimento de instauração de CPI ao Plenário: “A maioria legislativa não pode frustrar o exercício, pelos grupos minoritários que atuam no Congresso Nacional, do direito público subjetivo que lhes é assegurado pelo art. 58, § 3.º, da Constituição e que lhes confere a prerrogativa de ver efetivamente instaurada a investigação parlamentar, por período certo, sobre fato determinado. Precedentes: MS 24.847/DF, Rei. Min. CELSO DE MELLO, v.g. – A ofensa ao direito das minorias

parlamentares constitui, em essência, um desrespeito ao direito do próprio povo, que também é representado pelos grupos minoritários que atuam nas Casas do Congresso Nacional ( ... ). A rejeição de ato de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, ainda que por expressiva votação majoritária, proferida em sede de recurso interposto por líder de partido político que compõe a maioria congressual, não tem o condão de justificar a frustração do direito de investigar que a própria Constituição da República outorga às minorias que atuam nas Casas do Congresso Nacional” (MS 26.441, Rel. Min. Celso de Mello, j. 25.04.2007, Plenário, DJE de 18.12.2009). c) Errada. A criação de CPIs depende da assinatura de 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados, ou do Senado, ou da Câmara dos Deputados e do Senado, na hipótese de CPI mista, ou, alternativamente, de ato do Presidente da Câmara ou do Senado. As CPI’s não podem ser criadas por mero ato do Presidente da Câmara ou do Senado. Elas podem ser criadas pelo Senado ou pela Câmara, em conjunto (CPMI) ou separadamente, desde que haja a requisição de 1/3 de seus membros. Não se admite, contudo, a CPI sobre matérias relativas à Câmara dos Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e aos estados. O Regimento Interno da Câmara limita a cinco o número de CPI’s simultaneamente instauradas. d): Errada. Compete à Justiça Federal no Distrito Federal (STF) julgar as ações ajuizadas contra ato de Presidente de CPI, a exemplo de convocação para depor como investigado ou testemunha. e) Errada. As CPI’s são comissões temporárias destinadas a investigar, com prazo determinado, fato certo e

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determinado. Assim, não é possível a criação de CPI genérica.

QUESTÃO 57

Sobre o controle de constitucionalidade de leis no

Brasil, assinale a opção INCORRETA.

a) Respeitadas as regras processuais de distribuição e

competência, a qualquer juiz ou tribunal do país é

reconhecido o poder de controlar a conformidade dos

atos normativos à Constituição, desde que a decisão do

litígio reclame, como premissa lógica, o exame do tema

da inconstitucionalidade, configurando, portanto, como

uma questão prejudicial.

b) No controle difuso de constitucionalidade, a matéria

da constitucionalidade é pedido deduzido na ação e não

na sua causa de pedir.

c) O sistema brasileiro adota o controle misto de

constitucionalidade, convivendo com o controle

concentrado e o controle difuso de constitucionalidade,

sendo o primeiro relacionado com o controle principal e

abstrato e o segundo com o modelo incidental e

concreto.

d) No sistema brasileiro há o controle de

constitucionalidade político e o jurisdicional.

e) No sistema brasileiro admite-se o controle judicial

preventivo, nos casos de mandado de segurança

impetrado por parlamentar com objetivo de impedir a

tramitação de projeto de emenda constitucional lesiva às

cláusulas pétreas.

COMENTÁRIOS:

O controle de constitucionalidade é uma verificação de validade de atos do Poder Público utilizando como paradigma a norma constitucional. É uma espécie de controle de validade dos atos normativos. Vale ressaltar que, para o STF, é possível que esse controle de validade se dê também tendo como paradigma tratado de direitos humanos não aprovado na forma do § 3º do artigo 5º da CF. Isso porque, em se tratando de norma supralegal, é possível que sirva de parâmetro de controle para normas infraconstitucionais. É o que alguns doutrinadores chamam de Controle de Convencionalidade.

A regra é de que as leis se presumem constitucionais, e qualquer dúvida que sobre elas exista deve ser sempre resolvida a favor da Constituição e não contra. De todo modo, sendo inconstitucional o ato normativo, para que exista o controle de constitucionalidade são necessários dois pressupostos, em regra: a existência de uma Constituição escrita e rígida; e a aceitação do princípio da supremacia da Constituição. Modelos que tratam da justiça constitucional

Modelo inglês: como a Constituição do Reino Unido não é escrita, até pouco tempo atrás não se fazia controle de constitucionalidade. Desde 2008, passou-se a fazer esse controle, mas com base na Carta da União Europeia, e não nos seus dispositivos constitucionais.

Modelo francês: como a França adota um modelo de separação de poderes muito rígido, lá não se admitia o controle de constitucionalidade judicial, mas apenas político. Isso porque se juízes não são eleitos pelo povo, mas sim concursados, eles não teriam legitimidade para representar esse mesmo povo em um controle de validade das leis, pois assim se estaria diante de um controle

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aristocrático, e não democrático. No entanto, desde 2012 tem-se admitido o controle de constitucionalidade judicial.

Modelo norte-americano: idealizado por John Marshall (Marbury x Madison), é o conhecido modelo difuso, mas com a presença de precedentes vinculantes. Essa força vinculante de precedentes se assemelha ao modelo austríaco de controle, com a diferença de que, aqui, o controle sempre ocorre no caso concreto, mediante julgamento incidental. É também chamado de via de defesa ou via de exceção, pois as partes invocam a inconstitucionalidade do ato normativo em favor do seu próprio interesse. E é justamente essa a principal crítica que se faz a esse modelo, pois para Kelsen o sistema incidental deixa à míngua as situações de inconstitucionalidade abstratas. No Brasil, esse tipo de controle existe desde a CF de 1891, mas sem o efeito vinculante dos precedentes.

Modelo austríaco (alemão): idealizado por Hans Kelsen, surgiu de forma acadêmica, ao contrário do modelo americano, que veio de um caso concreto. É o que se conhece como modelo concentrado, também chamado de via principal ou via de ação, ou controle abstrato; nestes casos, o controle se dá diretamente no dispositivo, sem a necessidade de que tenha sido ele aplicado a determinado caso concreto. No Brasil, surgiu a partir de 1965 (EC 16 que alterou a CF de 1946), através da representação interventiva, cujo único legitimado era o PGR. Esse rol de legitimados só foi ampliado pela CF de 1988, assim como o rol de ações para controle abstrato.

O Brasil adota o modelo híbrido (misto) de controle de constitucionalidade, ou seja, tanto o difuso quanto o concentrado, mas com uma prevalência do sistema norte-americano, sobretudo porque foi este o primeiro modelo a ingressar no nosso ordenamento jurídico. Aqui, quanto ao órgão fiscalizador, o controle pode ser político (legislativo ou executivo) ou judicial (concentrado pelo STF ou difuso pelos juízes e Tribunais dentro de suas respectivas competências). Quanto ao momento, ele pode ser repressivo ou preventivo. Exemplo de controle preventivo feito pelo Legislativo é aquele realizado pela Comissão de Constituição de Justiça; e pelo Executivo é o veto jurídico no processo legislativo. Em regra, ao Judiciário cabe o controle repressivo da constitucionalidade dos atos normativos, mas é possível que seja feito também um controle prévio, quando existe uma vedação na própria Constituição ao trâmite da espécie normativa. Ou seja, esse controle prévio pelo Judiciário está vinculado a correção do processo legislativo, sendo estritamente formal. Modelo da jurisdição constitucional Brasileira 1) Controle difuso: tem esse nome porque é um modelo difundido por todos os órgãos do Poder Judiciário. É um controle concreto, de natureza subjetiva, chamado, por isso, de controle por via de exceção ou de defesa. Pode ser declarado mesmo que nenhuma das partes venha a suscitar a inconstitucionalidade, já que por ter a causa de pedir natureza fática, o juiz pode conhecer de ofício (iura novit curia). A questão relativa à inconstitucionalidade é uma questão incidental, não principal, por isso deve ser resolvida antes e, em regra, na fundamentação da decisão. Quando essa declaração se dá em

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segundo grau de jurisdição (órgãos colegiados), existe um limite mínimo de votos para que seja reconhecida a inconstitucionalidade (maioria absoluta dos votos do Pleno ou do OE). A isso de dá o nome de cláusula de reserva de plenário. Assim, no TJ, o órgão fracionário, caso entenda pela inconstitucionalidade do ato normativo, deve remeter a questão ao Plenário, que após se manifestar sobre o tema, devolve os autos ao órgão fracionário competente para julgamento da questão principal. Aqui, vale a observação de que recentemente o STF afastou a reserva de plenário porque já havia entendimento daquela Corte pela inconstitucionalidade da lei (aplicou-se, portanto, o artigo 491 do CPC). O objeto do controle incidental pode ser qualquer ato normativo, seja ele federal, estadual ou municipal, até mesmo anterior à CF vigente. Essa amplitude vale também para o paradigma, que pode ser inclusive a CF já revogada. Todas essas questões podem ser discutidas incidentalmente no processo concreto, porque nesse modelo o controle é bem amplo, já que se trata de questão prejudicial do mérito. A declaração de inconstitucionalidade não faz coisa julgada, não podendo o réu requerer que essa declaração se dê através de ação declaratória incidental. O efeito é ex tunc, ou seja, sempre retroage, mas é possível a modulação de efeitos também no controle difuso. Os efeitos são inter partes, podendo ser dado efeito erga omnes, no caso do STF, se o Senado Federal, por meio de Resolução, assim dispuser. Por fim, sempre se questionou a possibilidade de controle difuso em sede de ação civil pública, pois a decisão, que naturalmente teria efeito erga omnes, prejudicaria a competência do STF para o controle abstrato daquela mesma norma. Até 2006 o STF negava esse controle, mas a partir desse ano passou a permitir desde que não estivesse patente a tentativa do

juiz ou do TJ de usurpar a competência do STF para controle abstrato. 2) Controle concentrado: recebe essa denominação pelo fato de concentra-se em um único tribunal. Pode ser verifica em cinco situações: ADI (ação direta de inconstitucionalidade), ADC (ação direta de constitucionalidade), ADO (ação direta de inconstitucionalidade por omissão), ADI Interventiva e ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental). Vejamos as espécies.

ADI: é uma ação da competência concentrada do STF em que se analisa a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (ou do DF em sua competência estadual) tendo por paradigma uma norma da Constituição Federal. A finalidade é abstrata, ou seja, o controle é feito em tese. Está regulamentada nos artigos 102 e 103 da CF/88, e na Lei 9.868/99. A competência é do STF, exigindo-se para julgamento da ação a presença de no mínimo 8 ministros e o voto de 6. Seu paradigma pode ser a norma constitucional originária ou derivada, o ADCT ou qualquer tratado que verse sobre direitos humanos ratificado na forma do § 3º do artigo 5º, da CF. Seu objeto, como dito, é a lei ou ato normativo federal ou estadual, valendo também, desde 2009, a lei de efeito concreto (ex: lei orçamentária), desde que esteja em vigor, sob pena de perda do objeto, e seja posterior à CF de 1988. O rol de requerentes legitimados está previsto no artigo 103 da CF (PR, PGR, mesa do Senado e da Câmara, Conselho Federal da OAB, Governador, Assembleia Legislativa, partido político com representação no CN e confederação sindical ou associação nacional de

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representantes de classe (classe aqui, leia-se, com força de trabalho, ou seja, classe produtiva; não pode ser a UNE, por exemplo). Esse rol se divide em legitimação universal e legitimação restrita, certo de que, para este último grupo de legitimados, exige-se a demonstração de pertinência temática (especial interesse de agir; é o vínculo entre a matéria arguida e quem a argui).

Representação de Inconstitucionalidade Estadual: está previsto no artigo 125, § 2º, da CF. É o que alguns autores chamam de “ADI estadual”. Implicitamente, a competência para julgamento é do TJ e o rol de legitimados varia de Estado para Estado, já que ele é fixado pela Constituição Estadual. Não é preciso que haja simetria com o rol de legitimados para a ADI na CF, certo de que a única exigência que a CF faz é de que a legitimidade não pode ser dada a um único órgão. O objeto dessa ação é a lei ou ato normativo estadual ou municipal, não podendo ter como objeto lei federal. O paradigma é a Constituição do Estado, não podendo ser utilizada a CF, já que essa competência é do STF.

ADC: é uma ação no controle concentrado que tem por objetivo a declaração em tese da constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (estadual não), utilizando como paradigma a CF. É uma ação direta, proposta na via principal, com finalidade objetiva e análise em tese. Está regulamentada nos artigos 102 e 103 da CF (alterados pelas EC 3 e 45) e na Lei 9.868/99, é da competência do STF. O rol de legitimados é o mesmo da ADI. Não possui polo

passivo, cabendo ao requerente, por isso, demonstrar a existência de controvérsia jurisprudencial relevante (controvérsia só doutrinária não basta).

ADI ADC

Lei ou ato normativo federal ou estadual

Lei ou ato normativo federal

Requerente x Requerido

Só Requerente com demonstração de

existência de controvérsia

jurisprudencial relevante.

ADI por omissão: é uma ação típica de países que adotam constituições dirigentes, como Portugal e Brasil. Constituição dirigente é aquela que adota um modelo de proteção social não tão interventiva quanto à constituição socialista, mas mais interventiva que aquelas que adotam um modelo liberal; ou seja, a Constituição permite a intervenção do Estado na ordem econômica e social para proteção do indivíduo. Pois bem, postas as coisas dessa forma, define-se ADI por omissão como sendo uma ação da competência concentrada do STF cuja finalidade é a de solucionar, em tese, a ocorrência da denominada omissão inconstitucional, que pode ser total ou parcial (falta de regulamentação de uma norma constitucional de eficácia limitada ou a sua regulamentação insuficiente) por uma lei ou ato normativo federal ou estadual. É feita, assim como a ADI e ADC, em tese, ou seja, de forma objetiva. Vale ressaltar que, no modelo difuso, o controle da omissão é feito através de Mandado de Injunção. Seu

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fundamento de validade se encontra nos artigos 102 e 103 da CF e na Lei 9.868/99. A omissão se dá em face de norma constitucional de eficácia limitada, pois esta é que depende de regulamentação. Produz efeito erga omnes e o modelo de decisão é a declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. Isso porque o que há é um “vazio normativo”, assim, não se pode declarar nulo aquilo que não existe. A declaração vem acompanhada do chamado “apelo ao legislador”, para que supra a omissão inconstitucional. Se a omissão for de órgão da Administração, a ele é dado prazo de 30 dias para supri-la. Os legitimados são os mesmos da ADI e no polo passivo figura apenas o órgão que se encontra em mora.

ADPF: está prevista na CF (artigo 102, § 1º) desde o seu nascedouro, muito embora sem regulamentação, que veio com a edição da Lei 9.882/99. É uma ação que visa a evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da CF que possa ter sido causado por ato do poder público, não necessariamente abstrato, mas também ato concreto, federal, estadual ou municipal, até mesmo anterior à CF/88. Não é, via de regra, uma ação para controle de constitucionalidade, muito embora até possa ser feito através dela, mas ela não guarda esse compromisso de controle, certo de que seu objeto é resguardar preceitos fundamentais da Constituição da República. A ADPF tem uma natureza subsidiária, ou seja, ela cabe toda vez que não houver outro meio eficaz de sanar a lesividade causada pelo poder público. A doutrina classifica a ADPF ainda em

direta ou indireta. A ADPF direta é aquela que ataca diretamente um ato que seria lesivo à preceito fundamental. E a indireta é aquela subsidiária, ou seja, aquela que está ocorrendo no curso de um processo entre A x B e, surgindo uma questão de violação a preceito fundamental, um dos legitimados do artigo 103 da CF leva a controvérsia ao STF para solução, que após decidir devolve ao juízo natural para julgamento do mérito. Produz efeitos erga omnes e vinculante.

Vamos analisar os itens individualmente então: a) Correto. Trata-se do chamado controle difuso, visto acima, que permite que qualquer juiz ou tribunal do país aprecie a constitucionalidade de lei. Esse exame se limita a uma questão prejudicial, ou seja, um antecedente lógico para a solução do caso concreto. b) No controle difuso (ABSTRATO) de constitucionalidade, a matéria da constitucionalidade é pedido deduzido na ação e não na sua causa de pedir. (No controle difuso, a matéria da constitucionalidade é uma questão incidental). c) Correto. No Brasil vigora o controle misto/híbrido de constitucionalidade, convivendo com o controle concentrado e o controle difuso de constitucionalidade, sendo o primeiro relacionado com o controle principal e abstrato (concentrado) e o segundo com o modelo incidental e concreto (difuso). d) Correto, pois como visto acima, no Brasil existe tanto o controle de constitucionalidade político (por exemplo, quando o Poder Executivo veta projeto de lei em razão de sua inconstitucionalidade) quanto o jurisdicional.

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e) Correto. No sistema brasileiro admite-se o controle judicial preventivo, nos casos de mandado de segurança impetrado por parlamentar com objetivo de impedir a tramitação de projeto de emenda constitucional lesiva às cláusulas pétreas. Nesse caso, considera-se que está sendo violado o direito ao devido processo legislativo, que é um direito líquido e certo que tem o parlamentar como detentor, daí porque se admite o controle estritamente formal do ato normativo.

QUESTÃO 58

Sobre “competência”, é correto afirmar que compete:

a) à União emitir moeda, manter o serviço postal e o

correio aéreo nacional; e aos Estados compete explorar,

diretamente ou mediante autorização, concessão ou

permissão, os serviços de transporte rodoviário

interestadual de passageiros.

b) privativamente à União legislar sobre registros

públicos e compete à União, aos Estados e ao Distrito

Federal legislar concorrentemente sobre populações

indígenas.

c) à União planejar e promover a defesa permanente

contra as calamidades públicas, especialmente as secas

e as inundações e compete à União, aos Estados e ao

Distrito Federal legislar concorrentemente sobre

educação, cultura, ensino e desporto.

d) privativamente à União legislar sobre propaganda

comercial, e aos Estados legislar sobre emigração e

imigração.

e) à União e aos Estados autorizar e fiscalizar a

produção e o comércio de material bélico.

COMENTÁRIOS: a) Errado. À União emitir moeda, manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; e aos Estados compete explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de transporte rodoviário interestadual de passageiros (Artigo 21, XII, e, CF). b) Errado. Privativamente à União legislar sobre registros públicos e compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre

populações indígenas. (Artigo 21, XIV e XXV, CF). c) Certo. À União planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações (Artigo 21, XVIII, da CF) e compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre educação, cultura, ensino e desporto (Artigo 24, IX, da CF – lembrando que este incido foi alterado pela EC/85, passando a dispor assim: educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação). d) Errado. Privativamente à União legislar sobre propaganda comercial, e aos Estados legislar sobre emigração e imigração. (Artigo 22, XV e XXIX, da CF). e) Errado. À União e aos Estados autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico. (Artigo 21, VI, da CF).

QUESTÃO 59

Sobre os servidores públicos, assinale a

opção incorreta.

a) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do

Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos

pelo Poder Executivo.

b) O direito de greve será exercido nos termos e nos

limites definidos em lei complementar.

c) É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer

espécies remuneratórias para o efeito de remuneração

de pessoal do serviço público.

d) A administração fazendária e seus servidores fiscais

terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,

precedência sobre os demais setores administrativos,

na forma da lei.

e) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo

determinado para atender a necessidade temporária de

excepcional interesse público.

COMENTÁRIOS: a) Artigo 37, inciso XII, da CF: Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não

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poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. b) O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar (específica). Artigo 37, inciso VII, da CF. c) Artigo 37, inciso XIII da CF: É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. d) Artigo 37, inciso XVIII da CF: A administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. e) Artigo 37, inciso IX, da CF: A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.

QUESTÃO 60

Assinale a opção correta.

a) O mandado de segurança impetrado com vistas a

anular ato lesivo ao patrimônio público isenta o autor de

custas judiciais e do ônus da sucumbência.

b) O habeas corpus protege o direito constitucional de ir

e vir, o habeas data o direito líquido e certo não

amparado por habeas corpus e pelo mandado de

injunção.

c) A ação popular e a ação civil pública são idênticas em

propósito, finalidade e alcance, a diferença é que a

última se insere na competência privativa dos tribunais.

d) Por sua natureza de norma definidora de direitos e

garantias, o habeas data não sofre qualquer tipo de

restrição ou limitação constitucional.

e) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar

mandado de segurança contra ato do Tribunal de

Contas da União e do próprio Supremo Tribunal Federal.

COMENTÁRIOS: a) A questão troca a ação popular pelo mandado de segurança. Art. 5º, LXXIII, da CF: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio

ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. b) O item troca o mandado de segurança pelo habeas data. Artigo 5º, LXIX: conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. c) Nos termos do artigo 129, inciso III, da CF, cabe ao Ministério Público promover a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. A ação popular, por sua vez, tem por escopo anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Disso se depreende que embora sejam semelhantes, a ação civil pública possui objeto mais amplo do que a ação popular, daí porque equivocada a afirmação de que sua finalidade e alcance são idênticos. Além disso, a ACP não se insere na competência privativa dos Tribunais. d) A garantia constitucional do habeas data, regulamentada pela Lei 9.507/97, destina-se a disciplinar o direito de acesso a informações, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais de caráter público, para conhecimento ou retificação, todas referentes a dados pessoais, concernentes à pessoa do impetrante. A solução da questão passa mais pelo conhecimento da eficácia das normas constitucionais do que pela análise da garantia propriamente dita, daí porque importante fazer um estudo mais aprofundado sobre o tema.

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Segundo a lição de José Afonso da Silva, todas as normas constitucionais têm eficácia-meio, mas nem todas as normas têm eficácia-fim, o que justifica a classificação que até os dias atuais é adotada pela doutrina no que concerne à eficácia das normas constitucionais. São duas as escolas que tratam da eficácia das normas: a Escola Americana (hoje já em desuso) e a Escola Italiana. Para a primeira Escola, as normas são subdividas em autoaplicáveis e não autoaplicáveis, de acordo com a sua incidência ou não sobre os fatos. Rui Barbosa foi quem a trouxe para o ordenamento jurídico brasileiro, donde surgiu o conceito das normas programáticas. De acordo com essa corrente, as normas não autoaplicáveis não poderiam servir de parâmetro para controle de constitucionalidade de leis, daí porque o Nazismo fez grande uso desse pensamento. Depois da 2ª GM, veio a Escola Italiana, capitaneada por Vezzo Crisafuli, que afastava a ideia da existência de normas não autoaplicáveis, já que uma norma não aplicável seria o mesmo que uma não-norma. Assim, para os adeptos desta Escola, TODA NORMA TEM EFICÁCIA. Esse é o paradigma a ser seguido. E o grande idealizador deste pensamento no Brasil foi JAS, que dividia a eficácia em eficácia-meio e eficácia-fim.

Eficácia-meio Eficácia-fim

Apresenta três características:

Eficácia negativa: capacidade de negar outra norma inferior;

Eficácia interpretativa: capacidade de servir de vetor para outras normas, mesmo que sem

Capacidade que tem a norma de exaurir, por si só, seu poder sobre a conduta humana, sem a necessidade de intermediação de lei.

regulamentação;

Eficácia de vedação do retrocesso: capacidade de impedir o efeito retroativo da proteção daquele bem.

As normas podem ser se eficácia plena, contida ou limitada.

Para o Professor José Afonso, todas as normas do artigo 5º da CF são de eficácia contida ou contível, já que não existem direitos fundamentais de natureza absoluta. Isso quer dizer que podem sofrer limitações pelo legislador infraconstitucional, desde que respeitado o núcleo essencial. e) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União e do próprio Supremo Tribunal Federal. CORRETA. ARTIGO 102, INCISO I, D, DA CF.