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Simpósio sobre saúde mental promovido pelo ISCISA Título: DESEMPREGO: AMEAÇAS PARA A SAÚDE MENTAL À PESSOA DESEMPREGADA. Autora. Luzizila Helena Panda 1 Introdução O desemprego infelizmente até agora, é um dos fenómenos mais inquietantes, visto que assola não só em Angola, mas sim, a nível mundial e observando os dados estatísticos revelados pela Organização Internacional do Trabalho-OIT (2011 apud agência EFE, 2012, P.1) que os jovens são os mais afetados pela crise, 74,8 milhões de jovens estavam desempregados, quatro milhões a mais que em 2007. E ainda a mesma organização informa que este ano, o número de desempregados no mundo chegará a 200 milhões, mas pode chegar a 204 milhões se a desaceleração da economia se aprofundar e o crescimento mundial ficar abaixo de 2%. A África não se encontra a margem deste contexto. Por exemplo a nível de Africa Austral, os ministros do Trabalho e os parceiros sociais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) concluíram, em Luanda, que o desemprego entre os jovens é elevado na SADEC e constitui uma ameaça para a paz e estabilidade dos Estados-membros da região.

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Page 1: Simpósio sobre saúde mental promovido pelo iscisa

Simpósio sobre saúde mental promovido pelo ISCISA

Título: DESEMPREGO: AMEAÇAS PARA A SAÚDE MENTAL À PESSOA DESEMPREGADA.

Autora. Luzizila Helena Panda

1 Introdução

O desemprego infelizmente até agora, é um dos fenómenos mais inquietantes,

visto que assola não só em Angola, mas sim, a nível mundial e observando os

dados estatísticos revelados pela Organização Internacional do Trabalho-OIT

(2011 apud agência EFE, 2012, P.1) que os jovens são os mais afetados pela

crise, 74,8 milhões de jovens estavam desempregados, quatro milhões a mais

que em 2007.

E ainda a mesma organização informa que este ano, o número de

desempregados no mundo chegará a 200 milhões, mas pode chegar a 204

milhões se a desaceleração da economia se aprofundar e o crescimento

mundial ficar abaixo de 2%.

A África não se encontra a margem deste contexto. Por exemplo a nível de Africa

Austral, os ministros do Trabalho e os parceiros sociais da Comunidade de

Desenvolvimento da África Austral (SADC) concluíram, em Luanda, que o

desemprego entre os jovens é elevado na SADEC e constitui uma ameaça

para a paz e estabilidade dos Estados-membros da região.

Para AdSense (2011, p.1), o desemprego é o sinónimo de desocupação e

considera-se o desempregado teoricamente como uma parte da população

econômica ativa, portanto em idade adulta e em condições saudáveis para

exercer alguma atividade na sociedade, e que infelizmente por circunstâncias

devidas, não pode realizar sua função social (INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012, p.1).

Existe uma forte relação entre o desemprego e a saúde mental de uma pessoa.

que se encontra nessa condição. A saúde mental é fundamental para qualquer

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indivíduo. Quando a saúde mental é afectada, pode causar sérios problemas

para o indivíduo como transtornos mentais.

OMS-.ONU (s/d apud Ballone 2008, p.1) define transtornos mentais e

comportamentais como alterações mórbidas do modo de pensar e/ou do humor

(emoções), e/ou por alterações mórbida de comportamentos associados a

angustia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global.

Ainda o Ballone (2008, p.1) comenta de que um comportamento anormal ou um

curto período de anormalidade do estado afetivo não significa, em si a

presença de distúrbio mentai ou de comportamento. Para serem categorizadas

como transtornos, é preciso que essas anomalias sejam persistentes ou

recorrentes. Consociais,

Com relação a saúde mental, para melhor compreensão, passamos a definição

adotada pela Organização Mundial da Saúde – OMS (2001, apud Almamix,

2012, p..2), de que a saúde mental é um estado de bem-estar em que o

indivíduo tem percepção do seu potencial, consegue lidar com o stress do dia-

a-dia, trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade.

Esta definição confirma que, a pessoa com bom estado de saúde mental, mas

quando é afectado por desemprego, alguns autores afirmam que a mesma

pode desencadear transtornos mentais como sentimentos de frustração,

depressão. Isto demostra quanto é importante o trabalho para o ser humano se

sentir útil na sociedade onde está inserido.

Alguns estudos, como o de Lima e Borges (2002 apud: PINHEIRO E JANINE,

2007, p. 2), destacam com muita relevância, a importância e a centralidade do

trabalho na vida dos sujeitos e como elas repercutem no fenômeno do

desemprego.

Para Vasconcelos e Oliveira (2004 apud: PINHEIRO E JANINE, 2007, p. 2) enfatizam ainda que:

o trabalho, ao produzir no homem um sentido de inclusão social,

revela quanto a sociedade dá importância àquele que está

produzindo, destacando aquele indivíduo que tem vínculo

empregatício, salário fixo e estabilidade, por mais que haja uma forte

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tendência para a economia e para o trabalho informal. Porém, o fato

de não estar trabalhando, leva o homem a enfrentar um processo de

desvalorização social.

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma abordagem sobre as implicações do desemprego com relação à saúde mental.

Porque do tema desemprego?

A escolha deste tema foi em razão de ter conversa com alguns jovens desempregados numa das praças de Luanda. Com falta de ocupação e se for prolongada o que pode acarretar no indivíduo?

ORGANIZAÇÃO

2 Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica realizada através de livros, e

artigos de origem internacional electrónica que possibilitou a mostrar que, a

saúde mental de uma pessoa desempregada pode desenvolver alguns

distúrbios mentais.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Como avaliar o estado de saúde mental???

Para poder determinar ______________________

Para Need (1997, p.117) define a saúde mental através de diferentes critérios como:

Capacidade para ser flexível; Capacidade para ter sucesso; capacidade para estabelecer relações próximas;

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capacidade para julgar adequadamente; capacidade para resolver problemas; capacidade para lidar com o stress do dia-a-dia; capacidade para sentir o eu de forma positiva

O mesmo autor define a doença mental em função de seguintes critérios como:

alteração da capacidade de pensar; alteração da capacidade de sentir; alteração da capacidade de fazer juízos críticos; dificuldades ou incapacidade para lidar com a realidade; dificuldades ou incapacidade para estabelecer fortes relações pessoas.

Os indivíduos que se mantêm mentalmente saudável conseguem encontrar formas de lidar com transtornos mentais ( comentar p.178 - Fundamentos) (Idem)

3.2 Desemprego

A abordagem sobre trabalho torna-se necessário na medida em que os binómios são interligados um ao outro. De acordo com (–) o trabalho é como qualquer actividade física ou intelectual, realizada por ser humano, cujo objectivo é fazer, transformar ou obter algo.

3.2.1 Trabalho para o homem

o trabalho sempre fez parte da vida dos seres humanos. Foi através dele que

as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível actual. O

trabalho gera conhecimentos, riquezas materiais, satisfação pessoal e

desenvolvimento econômico. Por isso ele é e sempre foi muito valorizado em

todas as sociedades. (fonte)

Na vida do ser humano, o trabalho ocupa um espaço muito importante. Sem o

trabalho a pessoa se sente desnorteado, frustrado, até chega numa situação

de dizer que acho que só infeliz neste mundo.

Por quê as pessoas trabalham? A mesma questão também foi colocada pelo autor Romão (2004: p.1) e foi respondida de seguinte forma:

Durante séculos, essa pergunta aparentemente simples tem sido debatida sob

várias perspectivas, inclusive religiosa, econômica, psicológica e

filosoficamente. Alguma doutrina religiosa ensinou que o trabalho era uma

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forma de punição por nosso pecado original. O trabalho era uma obrigação ou

dever de construir o reino de Deus. Portanto, o trabalho era bom, e o trabalho

árduo ainda melhor. O trabalho era nobre por causa da sua natureza opressiva

e por ser uma provação, o que fortalece nosso carácter. Ensinamentos

religiosos também enfatizam o trabalho como um meio de controlar e reprimir

nossas paixões. A falta de trabalho, ou o ócio, promove impulsos doentios, que

nos desviam dos propósitos mais admiráveis. Assim, o trabalho é considerado

um processo árduo, deliberadamente carregado de dificuldades, um meio de

facilitar nosso desenvolvimento pessoal. A visão da perspectiva económica é

que o trabalho nos proporciona os recursos financeiros para sustentarmos a

vida e a aspiração para melhorarmos a qualidade de nossa vida material. (12)

3.2.1 O trabalho dignifica o homem

Esta expressão sempre é exprimida pelas pessoas que parece-nos ser uma teoria, “O trabalho dignifica o homem”.

Autor como ( ) tem afirmado que A frase “o trabalho dignifica o homem” pode ser subentendida como “trabalhar dignifica o homem aos olhos da sociedade.

De modo geral, baseado na obra de William Harman e John Hormann (1990 apud TASSINARI, 2011: P.1) pode –se dizer que existem elementos que estão presentes em um trabalho significativo. Por exemplo:

a) Promoção da aprendizagem e desenvolvimento da pessoa;

b) Oportunidade de proporcionar às pessoas um papel social nas

actividades da sociedade;

c) Promoção, na pessoa, da sensação que está contribuindo, de pertencer,

de ser apreciado, que permite desenvolver a sua auto-estima;

d) Oportunidade de produzir bens e serviços desejado pela sociedade,

e) Promoção de satisfação,

Além dessa abordagem, a maioria das discussões sobre o trabalho leva em

conta os seguintes pressupostos:

a) O trabalho é parte essencial da vida do homem: é ele, muitas vezes,

quem define o papel de um indivíduo na sociedade;

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b) As pessoas tendem a gostar do seu trabalho ou a procur trabalhos que

lhes tragam satisfação,

c) O trabalho é uma actividade social, que serve para inclusão do homem,

evitando que o mesmo fique à margem da sociedade;

d) O moral do trabalhador não tem relação com as condições materiais do

trabalho. Item como temperatura, iluminação, ruídos e humidade

afectam a saúde física e o conforto e não a motivação;

e) O desemprego é um poderoso incentivo negativo, porque elimina o

homem de sua sociedade.

Fonte:………………………………..

Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://fbcdn-sphotos-a.akamaihd.net

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3.2.2 Tipos e Causas do Desemprego

Estudo desenvolvido por Seabra (2009, P 1-2) revela que existem três tipos de

desemprego:

O que vemos crescer agora, por causa da crise, é o chamado

desemprego cíclico ou conjuntural, que se deve às condições da economia.

Os empresários contratam menos ou demitem porque esperam vender menos.

O desemprego estrutural, causado, em geral, por inovações. Foi o

sofrido, por exemplo, pelos funcionários das fábricas de máquinas de

escrever com o avanço das tecnologias de computação (pelo menos até

que fossem preparados para lidar com a novidade). Às vezes ele surge

com avanços na indústria, ainda que não se mude o produto, já que

passam a ser necessários menos funcionários para produzir

determinado bem.

Existe ainda o desemprego friccional. É o que ocorre, por exemplo,

quando você sai de um emprego em que não está muito satisfeito, em

busca de outro. Se você é qualificado e o mercado está receptivo, você

deve encontrar outro emprego facilmente. Ainda assim, há um tempo

para entrega de currículo, entrevistas e contratação.

Desemprego imposta por falta de orientação profissional considerada como factores determinantes na escolha profissional que são de ordem endógena e exógena: de acordo com Carlinho Zassala (2012) na sua aula magna certifica que, a informação profissional tem por objectivo esclarecer as pessoas sobre as profissões, escolas e organizações de formação profissional, os currículos dos cursos, tipos e ambiente de trabalho, mercado de trabalho e suas tendências de emprego, níveis salariais, para que tomem atitudes adequadas em relação a escolha profissional

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(Carlinho Zassala- 2012 verbal). Este fenómeno tem colaborado no aumento da taxa de desemprego.

Em geral, não é constatada nos discursos uma explicação do porquê a idade é entendida como uma condição necessária ou um impeditivo para se entrar em uma empresa. É dito somente que esta concepção é reproduzida nos locais de trabalho.

3.2.3 Impacto do desemprego sobre o bem-estar psicológico (João Carlos Tenório Argolo; Maria Arlete Duarte Araújo)

Com relação aos efeitos da situação de desemprego sobre o bem-

estar psicológico, estudo realizado por Araújo e Argolo (2004 que se

serve de referencial teórico eminentemente psicossocial,

segundo modelo explicativo de Warr (1987). para testar a

relação entre o desemprego e a deterioração do bem-estar

psicológico, o resultado indica que a deterioração do bem-

estar psicológico, na amostra de empregados, foi menor que

na dos desempregados, confirmando-se a hipótese de que a

situação de desemprego causa deterioração do bem-estar

psicológico.

Estudo de Félix (2012), sobre o desemprego e as consequências

sociais e psicológicas mostra que os longos períodos de

desemprego traduzem-se em maus estar psicológico, intimamente

ligadas à deterioração do seu bem-estar físico, bem como à

desagregação social:

Transtornos mentais leves,

Depressão ,

Diminuição da auto estima,

Sentimento de frustração e insatisfação com a vida,

Dificuldades cognitivas.

2.2.4 Repercussões do desemprego

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No que toca repercussões do desemprego na saúde mental do desempregado,

de acordo o que foi publicado, parlamentares europeus durante a sessão do

dia 8 de Março de 2011, colocaram uma pergunta à comissão com pedido de

resposta escrita de acordo com artigo 117º do Regimento Konstantinos

Poupakis (PPE)

A comissão afirma o seguinte:

O fenómeno do desemprego tem enormes repercussões psicossociais e a sua

vivência subjectiva por parte do desempregado ameaça todas as pessoas

que com ele convivem.

Os desempregados desenvolvem, por norma, uma menor auto-estima, sentem-

se excluídos e rejeitados pela sociedade, e por isso reagem desenvolvendo

sentimentos anti-sociais, vivem em permanente estado de amargura e

apresentam sintomas de depressão.

Investigações comparativas revelam taxas mais elevadas de depressão e

stress entre os desempregados, assim como perturbações do sono,

outras perturbações psicossomáticas e consumo de substâncias (álcool e

outras substâncias que geram dependência). Esta situação afecta,

obviamente, o ambiente social directo dos desempregados, e as crianças que

crescem em semelhante clima tornam-se prematuramente vítimas da

pobreza e das desigualdades.

Álvares (____), no seu estudo sobre o impacto do desemprego na saúde do

trabalhador além das repercussões acima mencionadas, acrescenta que, a

situação de desemprego, sistematicamente, é acompanhada de sentimentos

de humilhação e de dependência que, sem dúvida, consistem em importantes

factores de vulnerabilidade pré-mórbida para o desenvolvimento de patologias

psiquiátricas e de outra, tal como a diminuição da resistência imunológica

Perda de felicidade

Insatisfação com a vida

Baixa auto-estima

Stress generalizado

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Discórdia familiar

Abuso de substância

Suicídio

4 Resultados

5 Conclusão REVER OS DADOS DE RESUMO

A nível nacional, verifica-se a escassez de produções nacionais e dados

estatísticos actuais com intuito de traçar um panorama relativo ao assunto

abordado.

Tendo em conta de que, o desemprego é considerado como um facto real,

actual e com possibilidade a aumentar a nível de Angola, ao, indivíduo que não

possibilidade de alcançar o emprego, pode representar segundo os estudos

referenciados transtornos mentais, que podem trazer grande sofrimento não só

ao próprio individuo mas também a família.

Com base _________________O enfermeiro tem uma visão holística. Cabe a

este profissional com base a este fenómeno de desemprego, ter competências

eficientes nos diagnósticos, intervenções e encaminhamento dos casos com

transtornos mentais identificados. importância de se detectar quais aspectos

interferem no bem-estar desses mesmos_