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ÉRIKA SANTOS SILVA QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE ARTES VISUAIS BACHARELADO CAMPO GRANDE 2011

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ÉRIKA SANTOS SILVA

QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTES CURSO DE ARTES VISUAIS – BACHARELADO

CAMPO GRANDE 2011

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ÉRIKA SANTOS SILVA

QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS

Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes

Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de

Bacharel em Artes Visuais.

Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi.

CAMPO GRANDE- MS

2011

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ÉRIKA SANTOS SILVA

QUADROS DE LUZ E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS

Relatório apresentado ao Curso de Graduação em Artes

Visuais – Bacharelado da Universidade Federal de Mato

Grosso do Sul como requisito final à obtenção do título de

Bacharel em Artes Visuais.

Orientadora: Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi.

Campo Grande, MS 28 de Novembro de 2011.

COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________________

Profª. Esp. Maria Alice Porto Rossi

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

_______________________________________________

Profª. Drª. Carla Maria Buffo de Cápua

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

_______________________________________________

Arq. Esp. Edno Bogalho de Oliveira Júnior

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AGRADECIMENTO

Em primeiro agradeço a Deus pelo meu dom artístico e por me

acompanhar a cada momento da minha vida.

Aos meus pais Israel Gomes e Rosimeire Santos, irmãos Érick Santos e

Kamila Santos que sempre me apoiaram e me deram força a cada momento do

curso, e exigiram o melhor de mim e nunca se opuseram às minhas escolhas.

Ao meu namorado Francis Régis por ter me apoiado, estando sempre ao

meu lado e ter sido paciente durante todo o período de realização deste trabalho.

Aos meus amigos queridos Pabline Nunes e família, Flávio Gutierrez,

Gustavo Figueroa, Kelly Penha, Maykon Sabino, Fernanda Arruda, Wyllbour

Andrade e Diego Torraca que sempre estiveram comigo e me socorreram a cada

necessidade.

Ao Sr. Juscelino e Adilson, técnicos do Curso de Artes Visuais, que sempre

tiveram paciência para me ensinar e ajudar.

A todos os professores dentre eles Maria Alice Porto Rossi minha

orientadora querida, Adalberto Miranda meu mestre e Carla de Cápua que

despertou dentro de mim um amor incondicional pela escultura e história da arte.

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"A criação prossegue incessantemente por meio do homem, mas o homem não cria: descobre".

Antonio Gaudí

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RESUMO

O presente relatório buscou representar pela cerâmica, aparentemente

um material muito frágil, um estudo histórico / cultural da arquitetura eclética de

Campo Grande/ MS. De modo a mostrar as antigas hipóteses urbanas e interagí-

las com a arte, realizou-se, paralelamente à pesquisa teórica a produção de oito

peças em massa cerâmica descritas passo a passo, e que nos dá a possibilidade

de representar cada detalhe com maior perfeição, além de transmitir uma beleza

pura como se a peça tivesse uma vida própria. A luz e armações de ferro

incorporadas à cerâmica complementam a peça dando vida e energia. Foram feitos

quadros de luz de tamanho A4 (210 x 297 mm) com detalhes em relevo buscando

representar a ornamentação das edificações da época e a variada possibilidade de

junção dos estilos com o resgate histórico-cultural e paisagístico, assim cravados

na sensibilidade da massa cerâmica que é o que mais me atrai.

Palavras-chave: Ecletismo; Campo Grande; Quadros de luz.

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ABSTRACT

This report sought to represent pottery, apparently a very brittlematerial, a

historical / cultural eclectic architecture of Campo Grande / MS. In order to show

the old urban situations and interact them with art, was held parallel to

the theoretical researchthe production of ceramic parts in eight described step by

step,and that gives us the ability to represent every detail with greater

perfection , as well as providing a pure beauty as if the play had alife of its

own. The light and iron frames built to complement theceramic piece giving life

and energy. Compounds of light framesmade of A4 with details in relief sought to

represent the ornamentation of buildings of the time, the possibility of joining of

the varied styles and a historical-cultural landscape, and nailed to the sensitivity of

the ceramic body which is what attracts me.

Keywords: Eclecticism, Campo Grande, light tables

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................08

2 ARQUITETURA ECLÉTICA.................................................................................09

2.1 Ecletismo na Europa..........................................................................................11

2.2 O Período eclético no Brasil...............................................................................12

2.3 Campo Grande...................................................................................................13

2.4 Ferro forjado como arte decó.............................................................................15

3 METODOLOGIA...................................................................................................17

3.1 Processos de criação dos quadros de luz..........................................................17

CONCLUSÃO..........................................................................................................35

REFERÊNCIA..........................................................................................................36

CURRICULUM.........................................................................................................37

PORTIFÓLIO...........................................................................................................38

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1 INTRODUÇÃO

A arquitetura assim como as artes tiveram sempre uma grande

intervenção paisagística urbana, nos mostrando a evolução do mundo. A arte

através de obras artísticas constituem a variação das formas, dos estilos e dos

conceitos. Já a arquitetura se manifestava através das edificações.

Esse trabalho aborda através da modelagem em cerâmica o período

ecletista na arquitetura, especialmente das edificações de Campo Grande, Mato

Grosso de Sul, buscando a ênfase nas características ornamentais das

edificações e na tentativa de uma leitura histórico-cultural e paisagística da

cidade.

O ecletismo foi um período muito conturbado onde o pensamento

sociológico trouxe um conceito de modernização visado ao capitalismo. O poder

aquisitivo alto permitiu ser diferenciado pela sua arquitetura, na busca do conforto

e progresso.

Os quadros de luz representados em cerâmica, como obras artísticas

identificam o ecletismo arquitetônico que grita por atenção e preservação diante

do olhar de toda a sociedade campo-grandense, que passam por eles diariamente

e buscam algo que esclareça porque são importantes para a sociedade e clamam

por preservação.

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2 ARQUITETURA ECLÉTICA

Seguindo o neoclassicismo e caracterizando a mentalidade de uma

época, desenvolveu-se a arquitetura eclética. A arquitetura neoclássica é

expressão de ordem, disciplina, contenção, equilíbrio, razão e nobreza. Já à

eclética corresponde dramaticidade, conforto, expressividade, luxo, emoção e

exuberância. Para Fabris (1987) é realmente o ecletismo a expressão da arte e da

arquitetura que se segue ao neoclassicismo, seria apolítico no sentido burguês,

tanto quanto o neoclassicismo era jacobino, democrático e renovador. A função

de buscar detalhes dos estilos arquitetônicos já existentes e harmonizá-los em

uma edificação criara o estilo eclético

A palavra ecletismo significa a atitude antiga de formar um todo a partir da justaposição de elementos escolhidos entre diferentes sistemas. Pode ser eclético um sistema moral ou filosófico, uma coleção de objetos ou simplesmente o gosto ao vestir-se. Existiam dois níveis muito distintos: o útil e o decorativo. Para a mentalidade da burguesia, o banco devia ter a aparência externa de um palácio renascentista, e a casa de campo a de um castelo feudal. Esta hipocrisia encontra sua condenação junto aos construtores com formação cientifica séria. (BONAMETTI, 2006, p.2)

Com o crescimento da população urbana começaram as diferenças,

pois as cidades não tinham somente mais gente, provinham também de origens

culturais diferentes. Essas diferenças culturais deviam ser acomodadas e então

promover trocas culturais. O ecletismo foi fundado pela busca de um novo e

próprio estilo arquitetônico, conforme passagem de Fabris (1987).

Quando os ingleses Thomas Hope, James Fergusson, T. L. Donaldson, C. Gilbert Scott, os franceses César Daly e E. Violiet le Duc, o alemão Friederich Schinkel, desconcertados pelo aparente “caos” das multiplas pesquisas estilísticas, pelas contraditórias experiências formais de sua época, pela simultaneidade de vários revivals, perguntavam-se ansiosos, quando também o século XIX saberia, finalmente, “encontrar o próprio estilo, não percebiam que estavam buscando em uma direção anacrônica e não viam que seu século XIX já encontrara “o próprio estilo” e que este era o ecletismo. (FABRIS, 1987, P.13)

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Ecletismo é o termo usado em referências aos estilos surgidos durante

o século XIX que exibiam combinações de elementos que podiam vir da

arquitetura clássica, medieval, renascentista, barroca e neoclássica. O ecletismo

se desenvolveu junto à arquitetura historicista em uma relação íntima, e

aproveitou dos novos avanços da engenharia do século XIX que possibilitou as

construções em ferro forjado.

A vertente acadêmica compreendeu dois subsistemas: o neoclassicismo e o ecletismo. Uma diferença entre eles reside na escolha da referência histórica a imitar. O neoclassicismo formou seu repertório a partir da chamada arquitetura clássica, quer dizer, de um certo recorte da arquitetura da antiguidade greco-romana. Já a atitude eclética, como se viu, corresponde a acomodação de várias referências do tempo. Variando ou mesmo mesclando “tempos” históricos diferentes, procurava-se produzir uma arquitetura “fora do tempo” (PEIXOTO, 2000, p.7).

O período ecletista relata os momentos de profundo paradoxo na vida

do homem moderno, e se caracterizou pela simetria, busca de grandiosidade,

rigorosa hierarquia dos espaços internos e riquezas decorativas. Era uma cultura

arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava prioridade ao conforto e

amava o progresso, ainda mais quando isso lhes trazia melhores condições de

vida, adoravam as novidades mais isso acabava rebaixando as produções

artísticas e arquitetônicas ao simples nível da moda e do gosto.

[...] foi à clientela burguesa que exigiu (e obteve) os grandes progressos nas instalações técnicas, nos serviços sanitários da casa, na sua distribuição interna, que solicitou a sua evolução rápidas da sua tipologias nos grandes hotéis, nos balneários, nas grandes lojas, nos escritórios, nas bolsas, nos teatros e nos bancos, que soube encontrar o tom exato de autocelebração nas estruturas imponentes dos pavilhões das (de Londres-1851 – e de Paris- 1867-78-79), obtendo a aglutinação de todas as expressões formais em torno do mito do progresso: o Crystal Palace, a Tour Eiffel, Les Galéries des Machines, o Baile Excelsior, os romances de Júlio Verne. (FABRIS, 1987, P.14)

A historiografia do ecletismo concentrou a atenção na linguagem

arquitetônica, descuidando-se das referências dessa cultura na evolução da

cidade e no projeto urbano. Para Fabris (1987) a cultura eclética não soube ater-

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se até o fim às regras realizando uma cidade não livre de contradições, mas

talvez, e por causa delas muito viva e interessante.

2.1 Ecletismo na Europa

O ecletismo tem forte presença na Europa na metade do século XIX, o

estilo Napoleão III ou também chamado Segundo Império é caracterizado na

França pela realização de grandes e importantes edifícios ecléticos como o Teatro

Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier.

Fig. 1 – Ópera de Paris.

Fonte: http://www.revistatemalivre.com/belleepoque04.html

Segundo Fabris (1987), o ecletismo é algo que se distingue dos

revivals (e, particularmente do neogótico, isto é do revival mais engajado, tanto

quanto ideologia religiosa quanto político patriótica). O ecletismo que se distingue

dos revivals1 coincidiam com a busca do assim chamado “estilo nacional” que, na

Itália se expressou através do neo-romântico ou do neo-renascentista, na França

e na Inglaterra do neo-gótico. Para Fabris (1987) Se considerarmos que entre

todas as motivações ideais, as que obtiveram maior consenso foi o patriotismo e a

busca das próprias raízes culturais. Assim retratavam suas raízes culturais, em

1 Movimento de renascimento protestante.

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qualquer lugar que estivessem. Conforme Bonametti (2006) o paradigma de

modernização foi o de Paris com sua urbanização implementada por Georges

Eugéne Hausmman, entre 1853-1869. Como movimento artístico, o ecletismo

ocorre na França em reação à hegemonia do estilo greco-romano, e os arquitetos

então começaram a retomada de outros modelos históricos como gótico e

românico.

“Pensemos na convicção de que era possível escolher entre os elementos extraídos das antiguidades, concentrar o melhor deles, iludindo-se de que esse “encontrar e aplicar” pudesse comparar-se às experiências criativas do passado...” (FABRIS, 1987, P.12).

A habilidade de combinar as características superiores desses estilos em

construções que satisfaçam as demandas da época em todos os tipos de

edificações ecléticas.

2.2 O período eclético no Brasil

A arquitetura eclética começou realmente a se difundir no Brasil no

século XX. Para Bonametti (2006), a modernização brasileira está relacionada

diretamente ao atraso cultural. Os brasileiros se inserem no mundo moderno

tardiamente e dependem de culturas exteriores ao nosso território.

Assim as capitais brasileiras que estavam em desenvolvimento na

época foram atingidas pelo estilo arquitetônico eclético, podendo se destacar

alguns grandes edifícios como o Teatro Amazonas em Manaus, o Palácio da

Liberdade de Belo Horizonte, o teatro municipal inspirado no “Ópera de Paris” e

projetado por Francisco de Oliveira, e o Museu Paulista (conhecido como Museu

do Ipiranga) em São Paulo.

O Theatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e edificado na avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente inspirado no Ópera de Paris e aparece como o maior símbolo do ecletismo no Brasil. “NOGUEIRA, Ecletismo e a arquitetura de ferro, p.7”

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Fig. 2 – Teatro Municipal de São Paulo.

Fonte: http://www.spinforma.com.br/spinforma/noticias/noticias.asp?ID=851

Em comparação ao estilo desenvolvido no Rio, o ecletismo

classicizante paulista assume traços peculiares de influência italiana e mais

diversidade de modelos e estilos históricos.

2.3 Campo Grande

Com a inauguração da ferrovia Noroeste do Brasil, que ligou Campo

Grande a São Paulo desembarcaram vários imigrantes na região. Vieram

construtores de diversas partes do país e do mundo em busca de trabalho e dias

melhores, e chegaram à fase da arquitetura eclética. Para Arruda, (2002) os

pioneiros construtores faziam parte de uma comunidade de imigrantes que

adentrou o Brasil, a procura de novas oportunidades de trabalhos por causa das

dificuldades econômicas de seus países de origem. Diversos edifícios registram a

passagem do ecletismo em Campo grande, e apresentavam fachadas

ornamentadas em relevo, são: o Colégio Oswaldo Cruz, o sobrado de Bernardo

Franco Baís, Loja Maçônica Grande Oriente, a residência de Eduardo Olímpio

Machado, o sobrado Vespasiano Martins e diversas lojas comerciais nas ruas 7

de Setembro, Calógeras e 14 de Julho. Para Arruda (2002), apud Lemos (1979):

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Fig. 3- Colégio Oswaldo Cruz Fig. 4- Morada dos Baís Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos

“De um modo geral, as nossas ruas desse tempo (referindo-se ao final do século XIX e início do século XX), passaram a receber construções em correnteza, ligadas à tradição antiga do gregarismo, as casas nos alinhamentos e poucos jardins laterais. Fachadas ornamentadas com relevos em estuque. Ornatos, alguns compostos no local, mas a grande maioria comprada pré-moldado. Aí é que entrava a imaginação: compor e harmonizar entre sí relevos de modo a se obter uma sinfonia que levasse os olhos do espectador a vagarosamente ir percorrendo aquela superposição de ressaltos. Casas altas do chão, com respiradouros para o porão, quase sempre habitáveis. Janelas de abrir para fora. Os vazios com ligeira vantagem sobre os cheios. Platibandas. Iniciais monogramas e datas nas cimalhas nobres”.

A arquitetura ecletista de Campo Grande trouxe consigo um grande

processo de desenvolvimento para a cidade, cravando em solo campograndense

o destino de váris famílias. É o caso do Português José Luiz Louzinha (1897-

1963), foi construtor pioneiro na cidade entre 1919 e 1932. Entre suas obras

contruiu o colégio Joaquim Murtinho, as residências de Caram Calarge, e a de

João Nunes, a reforma do Rádio Clube além da Usina Elétrica do córrego Botas.

Outro caso foi o de Francesco Cetraro, Italiano, veio para Campo Grande

construir a fachada do Colégio Oswaldo Cruz, em 1916 para os irmãos Moliterno.

Depois edificou uma casa comercial na Avenida Afonso Pena, que foi adquirida

pelo Banco do Brasil e que nos dias de hoje funciona a Casa do Artesão. Os

construtores que permaneceram na cidade progrediram, é o caso dos Irmãos

Thomé que fundaram a maior empreiteira do estado de Mato Grosso. E da família

Italiana de Adolfo Tognini. Para Arruda (2002) Os primeiros construíram mais de

200 casas na cidade e no estado além de grandes obras públicas e particulares

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importantes, como a vila dos militares no bairro Amambaí ou Hotel Colombo, na

rua D. Aquino nos anos 30.

O construtor Alexandre Tognini julga Emílio Rose o responsável pela

introdução dos portões de ferro em Campo Grande, sempre bem trabalhados com

detalhes que enriqueciam a arquitetura do edifício, era considerado um construtor

frentista.

“Rose era especialista em enfeitar as fachadas com platibandas, cimalhas, acabamentos de telhados, colocação harmônica de portas e janelas. O prédio do Hotel Globo tinha bem na esquina duas àguias, à semelhança do Palácio do Catete, dois triângulos na cimalha, um globo no centro de cada lado da casa. Em cima, outros enfeites. As janelas e portas eram envidraçadas em pequenos quadriláteros. O salão de refeições ficava na frente e os quartos nos fundos, dando para grande corredor. O piso era de mosaico hidráulico colorido”. (ARRUDA, 2002, p.34 apud MACHADO, 2000, p.232).

Manoel de Souza Rosa e José de Souza Rosa são irmãos e juntos

constituíram uma empresa de construção e trabalharam entre os anos de 1917 e

1945. No início suas atividades se concentravam na construção de residências,

lojas comerciais e oficinas. Nos anos 30, com a chegada de profissionais

formados na cidade, foram muito solicitados para obras de empreitada, como no

caso do Hotel Americano, arquitetado por Frederico Urlass, nas obras das casas

pernambucanas, pelo engenheiro Amélio Baís, ambas localizadas na Rua 14 de

julho.

2.4 Ferro forjado como arte déco

O ferro já era conhecido vinte séculos A.C, no Oriente Médio, e seu

processo de difusão realizou-se lentamente até o fim da idade média. Devido ao

processo artesanal de fazer ferro em fornalhas, a quantidade produzida era

pequena, e isso refletia no seu custo e era considerado quase tão caro quanto o

chumbo, o cobre, o estanho e o latão. A sua utilização era limitada à fabricação

de armas, ferramentas e armaduras. Com a Primeira Revolução Industrial, é que

o ferro entre outros produtos industriais surgiu como um material em condições de

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competir com os materiais de construção, tanto em preço como qualidade.

Segundo Silva (1987) o crescimento da indústria siderúrgica, promovido pela

implantação ferroviária, britânica e européias ensejou a perspectiva de produção

de ferro em uma escala nunca vista.

O Palácio de Cristal, montado em 1851, para a exposição internacional da indústria Britânica em Londres, era todo em ferro fundido, madeira e vidro não incorporavam todos os progressos tecnológicos contemporâneos. No entanto a montagem desse edifício é saudada como prenúncio de uma nova era, quando na realidade já era uma consequência natural dos sucessivos êxitos de utilização do novo material, não somente para consumo interno, como também para exportação. (SILVA, 1987, p.16)

Na arquitetura do século XIX, o elemento ferro forjado ou fundido

esteve sempre presente. Compreendiam desde peças estruturais como vigas e

colunas, até acabamentos como ornamentos e jardins, gradis, escadas, portas e

janelas, peças de banheiro, fogões, etc.

Fig.5- Janela da Morada dos Baís

Fotografia: Érika Santos

Fig.6- Sacada da Morada dos Baís Fig.7- Escada da Estação Ferroviária

Fotografia: Érika Santos Fotografia: Érika Santos

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3. METODOLOGIA

O processo de criação dos quadros de luz foi desenvolvido a partir de

uma leitura pessoal sobre algumas edificações em estilo eclético existente em

Campo Grande/ MS.

3.1Processos de criação dos quadros de luz.

Com as edificações escolhidas voltei meu olhar sobre elas e as

fotografei, assim deixando evidentes os pontos que mais me atraem e a harmonia

das edificações com o meio ambiente.

Fig. 8–Hotel Gaspar

Fotografia: Érika Santos

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Fig. 9- Casa Ferroviária Fotografia: Érika Santos

Fig. 10- Morada dos Baís Fotografia: Érika Santos

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Fig. 11- Edifício José Abrão

Fotografia: Érika Santos

Fig. 12- Estação Ferroviária

Fotografia: Érika Santos

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Fig. 13- Colégio Oswaldo Cruz

Fotografia: Érika Santos

Fig. 14- Casas da Ferrovia Fotografia: Érika Santos

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Fig. 15- Casa do Artesão Fotografia: Érika Santos

Com as fotos em mãos, escolhi a argila2, ou seja, uma massa

cerâmica3 de cor de queima tabaco, produzida pelo geólogo Pascoal Giardulo,

que desde 1980, prepara e formula massas para muitos ceramistas brasileiros. A

escolha da massa tabaco foi em função de ser uma massa de grande plasticidade

para queima entre 800º C e 1200º C. Pode ser usada para modelagem e

moldagem e sua cor de queima varia do bege a 800 º até marrom claro a 1200º C.

A retração varia de 14 a 16% a 1200 ºC. Como a temperatura de 1100º C foi

prevista para a segunda queima, e contando com as limitações da mufla elétrica4

da oficina de cerâmica do curso de artes, garanti que a cor de queima ficaria em

um tom de creme queimado, o que veio de encontro às minhas expectativas

quanto à cor de fundo das placas.

2 Argila: mineral in natura, extremamente finos que só podem ser estudados em detalhe com a ajuda de raios

X e microscópio eletrônico. São essencialmente silicatos hidratados de alumínio que podem conter ainda, ferro, magnésio, titânio, sódio, Potássio e outros elementos. 3 Massa Cerâmica: composta por argilas, caulins, feldspatos, quartzo dentre outros. As composições das

massas levam em consideração o tipo de trabalho que será executado, para então se obter uma formulação de massa adequada, mais ou menos plástica. 4 Forno de barro em que se sujeitam certos corpos ao fogo, sem que a chama lhes toque.

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Abri as mantas com a ajuda das guias de espessura 0,08mm. Passei

o desenho da foto para a manta já em tamanho A4. Em seguida, fiz vazados onde

se encontravam as portas e janelas para a fixação das armações de ferro.

Fig. 16- Abertura da massa cerâmica em manta

Fig. 17- Hotel Gaspar

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Fig.18- Casa Ferroviária

Fig.19- Morada dos Baís

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Fig.20- Edifício José Abrão

Fig.21- Estação Ferroviária

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Fig.22- Colégio Oswaldo Cruz

Fig.23- Casa do Artesão

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Fig.24- Casas da Ferrovia

Na peça ainda crua, mas já em ponto de couro 5 pintei com engobes6 de

cores diferentes, alguns feitos por mim mesma adicionando corantes naturais à

barbotina7 até encontrar a tonalidade pretendida dando mais vida às peças.

Fig. 25- Hotel Gaspar

5 Ponto de couro: fases de secagem da massa cerâmica.

6 Engobe: é a argila colorida que se dá pela mistura de corantes minerais ou óxidos corantes na barbotina.

7 Barbotina: argila misturada com água ficando em estado cremoso, como uma papinha liguenta. É chamada

de cola de argila, e utilizada para a colagem que é a moldagem de peças.

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Fig. 26- Casa Ferroviária

Fig. 27- Morada dos Baís

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Fig. 28- Edifício José Abrão

Fig. 29- Estação Ferroviária

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Fig. 30- Estação Ferroviária

Fig. 31- Casa do Artesão

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Fig. 32- Casas da Ferrovia

A primeira queima -queima de biscoito- das peças foi feita em forno

elétrico em uma temperatura de 850ºC. Como a queima foi de baixa temperatura

a massa cerâmica adquiriu uma coloração rosada.

Fig. 33- Hotel Gaspar

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A peça designada Casa Ferroviária, foi cortada prematuramente enquanto

ainda se encontrava muito úmida e acabou quebrando na parte onde havia uma

fonte de água. Isso ocorreu porque ficou em sua extremidade uma parte muito

fina da peça, nesse caso ela secou mais rápido que o resto rachando e se

soltando em vários pedaços.

Fig. 34- Casa Ferroviária

Fig. 35- Morada dos Baís

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Mesmo tomando todos os cuidados possíveis, a cerâmica ainda crua é uma

peça frágil, que só depois de queimada se torna mais resistente. No transporte da peça

“Edifício José Abrão” não foi possível evitar sua quebra, devido a vários fatores isso

acabou acontecendo. Na esperança de uma possível colagem levei ambas as partes ao

forno para queimar normalmente junto às outras. Somente após a segunda queima na

qual as partes foram para o forno separadas percebi que um lado cedeu, fazendo com

que o encaixe para a colagem não fosse mais possível.

Fig. 36- Edifício José Abrão

Fig. 37- Estação Ferroviária

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Fig. 38- Colégio Oswaldo Cruz

A peça “Casa do Artesão” apresentou maior descoloração no engobe

verde, após a segunda queima.

Fig. 39- Casa do Artesão

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Fig. 40- Casas da Ferrovia

Após a queima do biscoito as peças foram esmaltadas com vidrado

transparente ref.001 com base fundente de chumbo, para que pudesse ser

evidenciado melhor alguns detalhes do ecletismo nas edificações.

A segunda queima das peças foi realizada na mesma mufla elétrica a uma

temperatura 1100ºC (queima em alta), e verificou-se que alguns engobes

intensificaram sua coloração, que foi o caso das cores amarelo, vermelho, azul e

branco, a cor verde teve descoloração e em algumas peças desapareceu quase

que por completo e o alaranjado ficou rosado, pois necessitavam de maior

temperatura.

Para concluir trabalhei com armações de ferro nas janelas e portas em

todas as peças. Fiz algumas tentativas em vão com o ferro de solda, porém a

maneira mais fácil que encontrei de trabalhar com o arame de cobre foi utilizando

a cola Super Bonder.

As caixinhas que envolvem e sustentam as peças e a instalação elétrica

interior são de MDF 10mm. Dentro foram usadas lâmpadas de geladeira e

microondas de 7W e 15W que são de baixa intensidade e trazem mais conforto

para o ambiente.

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CONCLUSÃO

Através do trabalho realizado foi possível aprofundar os conhecimentos

históricos e culturais sobre a arquitetura eclética e suas manifestações em Campo

Grande – MS assim como o conhecimento na produção da cerâmica artística. Na

busca pela sensibilidade e delicadeza da cerâmica, na força da ornamentação do

estilo eclético, foram produzidas 8 peças que geraram a série Quadros de luz.

O objetivo central da proposta foi alcançado, mesmo com algumas

pequenas alterações causadas pela mufla elétrica, que poderiam ser previstas

controladas com exatidão. Trabalhar com a massa cerâmica passo a passo no

seu tempo e controlar minha ansiedade para que o processo desse certo, era um

dos maiores desafios. A dificuldade de fazer detalhadamente cada pequeno

relevo, e manter a peça curva, foi seguida do prazer de conseguir representá-las

da forma esperada.

Ao lidar com a composição de materiais diferentes como a cerâmica e o

ferro, tive que fazer alguns experimentos até chegar a uma conciliação entre

ambos. Isso fez com que eu ampliasse a pesquisa e buscasse diversas formas e

materiais para chegar ao resultado pretendido.

Considero entre todas as motivações do ecletismo, que foi o a busca

pelas próprias raízes culturais que obtiveram o maior consenso. E isso não pode

simplesmente ser apagado ou passar despercebido, nada melhor que a arte

integrada à arquitetura para divulgar uma época onde foram reavaliados preceitos

diversos.

O progresso se desenvolveu e não parou mais diante da criação infinita e

da liberdade de expressão. As diversas manifestações artísticas oportunizam

condições materiais e teóricas de resgatar a memória e propor um olhar futuro,

essa é a melhor forma de conhecer e apreciar a beleza de nossa história. As

obras de arte integradas no ambiente em que vivemos gritam por uma atenção,

pois muitas vezes passam despercebidas no nosso dia-a-dia, mas ao mesmo

tempo também nos trazem conhecimento, conforto e beleza.

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REFERÊNCIAS

ARRUDA, Ângelo. Campo Grande: arquitetura e urbanismo na década de 30.

Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2000.

ARRUDA, Ângelo. Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo

Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 2002.

ARRUDA, Ângelo; MARAGNO, Gogliardo; COSTA, Mário. Arquitetura em

Campo Grande. Campo Grande: Ed. da Uniderp, 1999.

BONAMETTI, João. A arquitetura eclética e a modernização da paisagem

urbana brasileira. Disponível em:

<http://www.4shared.com/document/462fAXqw>. Acesso maio 2011.

CENTRO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO RIO DE JANEIRO. Guia da

arquitetura eclética no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Ed. Casa da palavra,

2000.

FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Ed.

Nobel, 1987.

PALMA, Alda. Arquitetura do Brasil. São Paulo: Ed. Abril 1999.

SILVA, Geraldo Gomes. Arquitetura do Ferro no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Ed.

Nobel, 1987.

BRUMANA, kika. Noções Gerais, Esmaltes, Formulações, Esmaltação.

(apostila de curso)

Giardullo, Paschoal. Nosso Livro de Cerâmica. 1ª edição. São Paulo:

Ed.Paschoal

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Érika Santos Silva

DADOS PESSOAIS

Data de nascimento: 06/02/1988 Campo Grande / MS Celular: (67) 9908 5706/ 3029 8876 e-mail: [email protected]

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Curso: Artes Visuais (Bacharelado) – Cursando Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Ano de conclusão: 2011 Duração normal do curso em anos: 4 anos

Curso: Arquitetura e Urbanismo – Cursando Universidade Uniderp Anhanguera Ano de conclusão: 2015 Duração normal do curso em anos: 5 anos

ATIVIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS

Projeto Agente Jovem de Desenvolvimento Social e Humano- SAS 600 horas

Concurso Desafio Sobrae 2008- totalizando 48 horas

Informática Básica- Funsat 60 horas

Recursos Humanos- Ceproen-RH 80 horas

Web Design- Data Byte 76 horas

Excel Avançado- Senac 30 horas

Curso básico de fotografia – Aguena Phothos 30 horas

Autocad 2D e 3D – Mega Center Informática 52 horas

Sketchup –Mega Center Informática

CONHECIMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Inglês: Nível Básico

CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA

Microsoft Word, Excel, Excel Avançado, Power Point, Internet, Photoshop CS4, CorelDraw X3, Sketchup8, Autocad 2D e 3D.

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PORTIFÓLIO

QUADROS DE LUZ, E A ARQUITETURA ECLÉTICA DE CAMPO GRANDE /MS

Por Érika Santos

Obra: “Hotel Gaspar”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

Page 40: Silva; érika santos   quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

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Obra: “Casa da Ferrovia”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

Page 41: Silva; érika santos   quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

40

Obra: “Morada dos Baís”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

Page 42: Silva; érika santos   quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

41

Obra: “Estação Ferroviária”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

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42

Obra: “Colégio Oswaldo Cruz”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

Page 44: Silva; érika santos   quadros de luz e arquitetura eclética de cg-ms

43

Obra: “Casa do Artesão”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

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Obra: “Casas da Ferrovia”.

Artista: Érika Santos

Técnica: cerâmica

Dimensão: 21 cm x 29 cm

Ano: 2011

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